[Música] e começa agora o ponto de pauta o programa da cdu filme E durante todo esse mês de setembro o ponto de pauta esteve falando sobre Paulo Freire em referência ao seu Centenário comemorado no dia dezenove desse mês é uma modesta homenagem a esse grande brasileiro um dos maiores nomes da história da educação no mundo e que ficou marcado na história justamente por ter pensado uma educação dos de baixo do Povo trabalhador uma educação que exaltasse as potencialidades destes para que assim tomassem a história em suas próprias mãos é sobre essa educação que falaremos hoje
nessa edição derradeira do ponto de pauta especial 100 anos de Paulo Freire como convidada a professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Maranhão do Cinéia de Fátima Olá eu sou Rafael Balbueno em nosso ponto de pauta de hoje é o centenário de Paulo Freire a educação popular de Paulo Freire II a professora Dulce para para começar a gostaria de agradecer imensamente pela sua disponibilidade em conversar conosco é para Eu que agradeço a oportunidade É sempre um prazer médio de poder falar e dialogar em torno do tema e da vida de Paulo Freire Tá
certo professora para começar gostaria de fazer uma pergunta bastante introdutória O que é a educação popular na concepção de Paulo Freire e no que essa proposta dele venha se diferenciar da do modelo tradicional de educação da época e eu imagino que também se diferencie do modelo tradicional de educação até os dias de hoje mas o que é a educação popular para Freire O que é esse conceito que ele vem ajudar a criar e o que no que ela se diferencia e olha Rafael a educação popular ela já traz consigo praticamente a explicação né da questão
então nós temos um processo educativo e Paulo Freire trouxe a esse processo educativo um adjetivo que é o termo popular né então porque educação popular Popular normalmente o termo popular está associado a algo de segunda classe é casas populares carros populares são produtos né que o mercado capitalista lógica capitalista produz como segunda categoria porque é feito para pessoas populares né E aí Paulo Freire vem trazer esse adjetivo Popular não no processo educativo reafirmando né o lugar da Educação na Perspectiva transformadora é um educação pensada com e os trabalhadores e não para os trabalhadores um educação
pensada com os populares com as comunidades tradicionais com as pessoas que estão na verdade produzindo a vida então a educação popular é Diferentemente né Desse dessa visão pejorativa do termo popular Paulo Freire atribui ao termo popularam um lugar de classe social né a classe trabalhadora os trabalhadores nos filhos dos trabalhadores os agricultores os desempregados é o as pessoas que estão na rua então são todas é uma educação pensada no coletivo juntamente com os trabalhadores aí eu tenho utilizado o termo com não para o com porque numa perspectiva São Paulo Freire é uma educação pensada como
prática de liberdade se a educação é pensada como prática de liberdade não é possível alguém libertar alguém então ele dizem liberta ninguém né nas pessoas se liberta na relação entre entre si né e o mundo então por isso uma educação pensada com os trabalhadores planejada junto né revisada e praticamente problematizada porque uma educação e é para ser uma educação né como prática de liberdade nós precisamos olhar para o lugar que nós estamos enquanto que elas trabalhadora enquanto trabalhadores enquanto membros de comunidades populares porque o lugar que nós estamos é um lugar de opressão nós vivemos
na lógica do Capital dentro de uma de um sistema né sistema econômico e esse sistema econômico atribui uma força de controle sobre os trabalhadores tentando Oh produzi-los como inferiores insignificantes menores portanto desnecessários e na Perspectiva da Educação popular e a gente a gente olha o processo educativo como um processo de conscientização o processo de conscientização que vai nos vai abrindo possibilidades para uma experimentação no mundo uma vivência no mundo de liberdade né dê autonomia de consciência de classe de consciência de si no mundo na relação com os outros de solidariedade então a educação popular eu
tô fazendo obviamente aqui um belo de um resumo não é uma simples e muito rápida né ela teria como princípio uma educação com os trabalhadores e sempre numa perspectiva Libertadora numa perspectiva emancipadora dialógica que possibilite a compreensão da realidade não é o lugar em que nós estamos e que a gente possa A partir dessa consciência essa compreensão da a criar outro modo de viver outro modo de estar-no-mundo portanto um mundo mais justo mais humano mais fraterno mais solidário com o - exploração do mundo justo nessa seria o que a gente almeja com a educação como
prática de liberdade que as pessoas possam se respeitar que as pessoas possam entender que todos têm todos e todas têm direito à Vida que todas as vidas importam Então esse é um princípio da educação popular na educação que liberta nos liberta abre possibilidades de ampliação da nossa vida Tá certo professora e falando agora especificamente de uma das questões centrais para Freire que é a alfabetização especial alfabetização de Jovens e Adultos eu gostaria de lhe perguntar como que essa questão surge para Freire e o que que ele propõe em termos de método de alfabetização que representa
uma ruptura tão radical com o modelo de alfabetização tradicional digamos assim O Rafael é antigo são da do processo na rede alfabetização vai acontecer lá nos anos 50 né 1950 final dos anos 50 quando o Paulo Freire tá está trabalhando né como coordenador do processo dentro do Sesi ele começa a perceber que os filhos dos trabalhadores que frequentam aquela escola e e os próprios trabalhadores são tratados de uma forma inferior né os técnicos do Sesi olhavam para os trabalhadores de uma forma inferior então ele começa a pensar que essa relação não estava correta né não
era não deveria ser assim E aí ele começa a pensar também sobre as naquele período né os analfabetos não votavam então Paulo Freire começa a pensar que não não é porque a e é são analfabetas ou era na época nem analfabetas que elas não teriam condição de pensar e decidir sobre os rumos do país do estado do município então ele começa a fazer diversas reflexões né e estabelecer essa relação né que ser Analfabeto não é ser ignorante né ignora o que ignora letra ignora escrita o processo de escrita mas não ignora não ignora a vida
na ignora o modo como funciona a sociedade bom então nasce desse incômodo mas dessa inquietação da relação autoritária que existia dentro do Sesi com os filhos dos trabalhadores e que os pais na maioria eram analfabetos e também com o momento político em que os os analfabetos não podiam votar então Paulo Freire começa a fazer todo mundo trabalho e daí na juntamente com outros intelectuais estudantes né nasce um movimento né de educação popular que vai nascer aí nesse período né de andar pelo pelo interior do Brasil desenvolvendo processos de alfabetização mais uma alfabetização que não era
a memorização das Letras Não era o decorar as letras como até hoje a gente vê processos né de alfabetização que trabalham com base na decoração na decoreba né que a gente fala né na memorização as palavras e das Letras Paulo Freire começou a ver o processo de alfabetização é como uma possibilidade de leitura do mundo de leitura da realidade então tem até um livro que se chama a importância do ato de ler que ele fala um pouco sobre essa essa esse processo também no livro Educação como prática de liberdade ele fala sobre os círculos de
cultura e se criou para que as pessoas pudessem ler a realidade e ler as palavras então a proposta que que ele desenvolveu né nesse período que foi se desenvolvendo por todo tempo aí que depois as pessoas chamaram de método não é Método Paulo Freire na verdade é um procedimento né um procedimento é uma filosofia que parte de palavras de temas da realidade e que a partir da discussão daquele cenário né daquela palavra o que é que ela palavra significa e tem a ver com a nossa vida e a partir da leitura do mundo a partir
da leitura da realidade os educadores populares e os educandos né as pessoas analfabetas iam aprendendo a ler as palavras na medida em que ele o mundo então Paulo Freire propôs né que a gente pudesse para Pensão processo de alfabetização selecionar palavras geradoras temas geradores a partir das palavras geradoras e dos temas geradores todo um processo de problematização de reflexão que ele chamou de círculos de Cultura porque eram ciclos temáticos então valorização dos saberes populares a cultura popular EA partir desses círculos de Cultura o processo de alfabetização e acontecendo né a escrita EA leitura daquela palavra
daquela realidade e acontecendo te ama muito rápido até porque tava tratando de temas que tinham a ver com a vida das pessoas então a grande diferença da do processo de alfabetização pensado por Paulo Freire né e o processo de alfabetização mecânico que a gente ainda ver hoje nas cartilhas né de decorar de memorizar de ficar juntando letra que não faz sentido é que o processo de alfabetização tem a ver com leitura de muro leitura de realidade então além da realidade Ellen do mundo e as pessoas vão compreendendo a relação dessa leitura com a leitura das
palavras e aí é nesse processo acontece a conscientização é porque as pessoas vão percebendo que aquilo que ela achava que era uma um problema da vida dela exclusivo dela é um problema social é um problema econômico então a grande diferença é que alfabetizar o educador alfabetizando né ele está também possibilitando que os educandos as educandos adquiram consciência da realidade adquiram consciência de si no mundo e ganha consciência política né de classe consciência política de mulher consciência política de ti Nia então acontece todo uma uma mudança né do modo de estar-no-mundo Esse é o grande diferencial
e na verdade é o grande incômodo que se tem né os conservadores os reacionários que estão aí hoje Oi Lena na linha de frente do governo aqui no Brasil ele Spirit cão muito Paulo Freire porque sabe né sabe muito bem que a problematização a leitura da realidade a leitura do mundo possibilita um pensamento crítico e através do pensamento crítico que a gente vai adquirindo a consciência EA possibilidade de luta para mudança né do cenário de opressão de dominação de silenciamento existe na lógica do Capital Então eu acho que não sei se eu respondi tudo que
você colocou oi tá tudo se é por aí eu considero que sim professora considera que tá respondido e a professora de seguindo ainda diante quando nós falamos em educação popular é possivelmente o que virá de imediato na nossa cabeça é a educação em nível médio fundamental é a alfabetização é a educação de jovens e adultos e nesse sentido eu queria justamente ele perguntar o que a Universidade Brasileira poderia fazer para ser um espaço também de educação popular e olha Rafael só pergunta é muito importante porque na verdade a educação popular ela nasce né num processo
não círculo de Cultura pensando alfabetização das pessoas que estavam sem o senso escolher a escolarização mas o princípio da educação popular ele atravessa o deveria atravessar todos os segmentos educativos né Você pode é problematizaram você pode trabalhar a partir da realidade em qualquer segmento É não é porque a pessoa já é alfabetizada no caso vão pensar ensino médio e que as pessoas já são alfabetizadas e você não pode problematiza né então o princípio da educação popular ele é um princípio que sustentaria ou deveria sustentar todos os segmentos agora eu vou falar especificamente da Universidad e
olha só professora no ensino superior desde o final dos anos 90 então já faz tempo e eu tenho vivido a educação popular dentro da Universidade dentro do ensino superior é como é que eu vou dizer então o como eu vivo porque eu acredito que a universidade poderia sim ser uma experiência educativa na Perspectiva da Educação Popular porque é primeiro primeira questão né a relação professor-aluno relação professor-aluno na educação popular é uma uma relação horizontal então professor e aluno estão no mesmo nível né de relacionamento portanto não existe superioridade entre professor e aluno Então vamos transferir
isso para a universidade Muitas vezes os docentes por terem títulos de doutorado mestrado se sentem superiores e aqueles que não tiveram ainda oportunidade de alcançar esses essa titulação isso já estabelece uma barreira entre o educador e os educandos estão no ensino superior a primeira questão né que eu entendo que nós precisaríamos desconstruir né desconstruir a relação autoritária né entre educador e educando na medida em que o educador não é docente da Universidade com doutorado pós-doutorado seja qual for o a titulação dele na medida que a gente compreende o nosso lugar político não é de Formação
política dos educadores e dos educandos desculpa é nós entendemos que o nosso papel ali é de colaboração né é de pensar um processo educativo com os educandos e não para os educandos E aí usa educandos que são ensino superior todos eles já possui e Já possui uma história Já possui um saber e é isso que também educação popular valoriza é um outro princípio né a valorização dos saberes dos educandos da Universidade pode trabalhar a partir do princípio da educação popular na medida em que Desenvolva a pesquisa ensino e extensão valorizando os saberes dos educandos trazendo
os saberes dos educandos para compor esse Universo de investigação a problematização que a gente pode fazer dentro do ensino superior então a relação professor-aluno a relação com conhecimento não é o conhecimento não é algo que você transfere para o outro que a na visão bancária né porque o Paulo Freire chamou de visão bancária é a visão de que o professor vai depositar bancário porque faz um depósito de conhecimento no educando na visão bancária ou professor é visto como aquele que tem o conhecimento que tem o poder e ele vai depositar esse conhecimento no educando então
a relação do educador é de transmissão EA posição do educando é uma posição passiva uma posição de receber na universidade ou em qualquer segmento é a educação a partir da educação popular essa relação do com conhecimentos se modifica porque a gente o que o educador tem saberes e os educandos também tem saber então o que que acontece a gente acontece uma troca de saberes um enriquecimento então a universidade vai valorizar os saberes partir dos saberes que os educandos conhecem independente da área vão pegar uma área que não é eu sou da educação né vão pegar
uma área de química né que passar mas tem muita coisa para ensinar você pode olhar para vida dos educandos e perguntar para eles e problematiza onde é que a química tá na tua vida e aí começa a partir da realidade A partir do momento que os educandos começa a enxergar que aquilo química aquele universo aquele monstro chamado química desmorona e ele mergulha ele abre uma possibilidade de criação de conhecimento então professor no ensino superior ele seria um estimulador né da curiosidade da capacidade intelectual na o sistema lógica a capacidade de criação de todos esses todas
possuem né E aí a relação com o conhecimento se modifica o educando acredita no seu potencial e a gente consegue produzir conhecimento que e contribua para a mudança da vida para melhoria da vida né e outros outros elementos né Vamos pensar aqui a relação da avaliação do processo né o professor não precisa Paulo Freire sempre questionou né avaliação é como finalidade de mensurar de medir de quantificar o Saber avaliação é na Perspectiva da Educação popular de Paulo Freire é uma reflexão sobre o processo é uma investigação sobre o processo é um olhar sobre o percurso
que a gente está atravessando E aí problematizaram verificar o que é que não tá não tá muito claro o que é que tá o que é que não ficou o consolidado dos Estudantes E aí a gente faz uma revisão a reinvenção a gente retorna a gente retoma de formas diferentes então a universidade e o professor docente do ensino superior não precisariam ser né é a pessoas que vão simplesmente medir o tanto que o outro aprendeu mas que vão ajudar o outro a verificar a problematiza as suas dificuldades e também a sua potencialidade e um outro
elemento né tem muitos elementos eu não acho que vou falar de alguns aqui né o outro elemento é o compromisso político da Universidade com a sociedade né o Paulo Freire no livro Educação e mudança e o escreveu um terço ali tem na verdade são dois esses dois capítulos ele fala do compromisso do profissional para a sociedade né no do compromisso do profissional para a sociedade nós podemos pensar o compromisso da Universidade com a sociedade a universidade É espaço de pensamento né espaço de produção de um pensamento livre é espaço de produção de conhecimento e nos
ajude a melhorar a vida então é um é um é um Desafio e é uma responsabilidade da Universidade assumir né o seu papel social seu papel político né de produzir conhecimentos que emancipe conhecimentos que transforme conhecimentos que auxiliem na reinvenção na justiça social na consciência do lugar que nós atravessamos na na A análise de conjuntura O que é uma análise de conjuntura são análise política do momento que a gente está vivendo então a universidade tem esse papel o papel de nos auxiliar né auxiliar o pensamento crítico o pensamento Emancipador zelar pela produção de um conhecimento
também político Libertador e desenvolver práticas projetos de extensão projetos de pesquisa práticas educativas e contribuam né para criação de um Brasil mais justo mais humano mais solidário em que a gente possa acabar com a cultura do racismo a cultura da homofobia e todas as formas de preconceito né então é tudo isso é uma uma responsabilidade que eu chamo como responsabilidade da universidade Oi gente leva ensino superior é Tenho tentado de tentado não é desde quando li pela primeira vez Paulo Freire até hoje é assumir esse lugar né educação popular dentro do ensino superior uma prática
política como uma forma um lugar de formação de profissionais independente da área profissionais que reconheçam seu papel social né todos os profissionais possuem uma responsabilidade social com o Brasil melhor um Brasil mais justo então se todo mundo que passar pela Universidade adquirir consciência né compreender a realidade compreender o seu papel político de tornar o Mundo Melhor Com certeza a universidade estará cumprindo seu papel social né seu papel intelectual e de criar né é uma um espaço de excelência acadêmica mas fundamentalmente um compromisso social a professora a minha última pergunta eu considero que ela até já
foi sendo respondida aos poucos no decorrer das demais perguntas então se a senhora quiser fazer um apanhado em um grande resumo agora fique à vontade e quando nosso Lemos ou ouvimos alguém falar sobre a educação popular e sobre alfabetização também na perspectiva de Paulo Freire com frequência Nós lemos e ouvimos que é essa educação é um ato criador e um ato político como eu disse eu considero que a senhora já respondeu diluído nas demais perguntas mas eu acho que merece ainda eu fazia essa última pergunta para encerrar Nossa entrevista porque e o que se quer
dizer com isso a educação enquanto um ato criador e um ato político e é bom é um ato político é porque é preciso falar muito sobre isso né é um ato político não é um ato político partidário a educação é um ato político e não é partidário mas é político e obviamente que tem vinculação com alguns partidos que defendem os princípios né dessa educação nesse mundo melhor dessa sociedade mais justa mais igualitária mais humana mais respeitosa então é um ato político por quê Porque dependendo da forma como nós educadores e educadoras trabalhamos como nós nos
relacionamos com os educandos como nós nos relacionamos com o conhecimento com a comunidade com a sociedade nós estamos fazendo escolhas E essas escolhas elas são políticas Por que vão interferir na vida de outras pessoas que também são agentes sociais então se nós pensarmos a política né como a possibilidade de nós pensarmos o bem comum né a política pensando como o espaço em que nós seres humanos nos encontramos na Ágora que a água atual hoje né é para pensar o bem comum né O que é melhor para todos e todas como fazem os povos indígenas no
centro das suas aldeias é se reúnem em assembleias para pensar o bem com o Bem Viver ser política a educação é um ato político porque ali que a gente vai ensinar as crianças os jovens os adultos os pesquisadores as pesquisadoras sejam de nível de graduação de Mestrado ou de doutorado a entender o seu lugar no mundo a entender que a sua e ela vai interferir na vida de outras pessoas que o seu trabalho interfere na vida de outro que a sua ação no mundo interfere na vida de outros então ensinar o respeito né ao outro
ao diferente ensinar a solidariedade a se você se compadecer com a dor do outro né quando a gente está aqui atravessando esse momento de pandemia né com aqui no Brasil 600 600 mil mortes já estamos por aí né e a gente aprender a se compadecer com a dor do outro ser solidário e dizer não a toda a política necrófila e dizer sim a vida isso é um ato político ensinar a vida ensinar o amor à vida e ao respeito à vida de todos e todos e uma vida digna né com alegria com motivo de festa
com motivo de celebração Então esse é um ato político da educação né e o ato criador educação a criador porque não seres humanos somos seres criadores né Nós somos seres potencial criador Nós criamos né criamos a roda criamos o vem um ventilador criamos um computador criamos diversas e criamos a horta e assim os livros e a gente nós somos seres criadores então nós a educação é um ato criador porque é na relação com o outro que a gente aprende também que a gente pode compor a nossa vida como se fosse uma obra de arte né
a gente pode ao fazer as escolhas políticas a gente pode fazer como uma lapidação da vida né uma escovação dessa vida Como disse Manoel de Barros né escovar as palavras Expovale procurando o sentido das palavras isso é fazer obras de arte bom então quando a gente vai né aprendendo o sentido da nossa vida e fazendo escolhas conscientes nós vamos criando algo inédito algo que nós nunca imaginamos que teríamos criado antes né as coisas vão acontecendo Então isso é o processo criativo o processo criador então nós podemos criar um mundo né Então as pessoas se respeitem
nós podemos criar um mundo em que todos têm o direito à vida nós podemos criar um mundo em que os bens culturais sejam de acesso a todos em que os bens materiais produzidos pela humanidade sejam partilhadas com todos e todas Então esse é né O Desafio criador que nós temos pela frente o desafio criador é pensar né Na composição de uma de um mundo né e o Paulo Freire disse isso né nem que seja menos difícil de amar em que a gente possa olhar para o outro reconhecer no outro a nossa humanidade a nossa fragilidade
né a nossa finitude o nosso indo acabamento e descer juntos né tem que ser junto é uma vida melhor então é por isso é um processo criativo é um processo criador e todos os nossos todos e todas somos artistas né artista de um mundo melhor e tamo nessa luta nessa batalha é o tempo todo né essa esse processo criativo não tem fim Enquanto houver vida é a gente tá no movimento de criação de resistência ou apagamento da vida e de criação de um mundo melhor o uso Como disse Paulo Freire que seja menos difícil de
amar é a professora Dulce eu gostaria de agradecer imensamente pela sua atenção e sua disponibilidade em conversar conosco nessa que é a última edição desse mês especial agradecer muito foi uma ótima entrevista para encerrarmos esse mês especial a campanha Eu que agradeço a oportunidade eu sinto mesmo uma grande alegria poder partilhar né essa esse modo de pensar de viver de Paulo Freire Neto parabéns a vocês que fizeram estão fazendo nesse trabalho em comemoração ao centenário de Paulo Freire quero aproveitar e fazer um convite né a vocês todos e todas que acompanham aqui o canal no
dia três quatro e cinco de novembro a gente está aqui na Universidade Federal do Maranhão celebrando com Encontro Nacional diálogos freirianos o centenário de Paulo Freire então a gente está aqui com inscrições abertas quem quiser e puder participar será muito bem-vindo e a gente tem a maior alegria não é decompor essa grande roda em torno do centenário de Paulo Freire que foi uma pessoa que nós humanos temos orgulho bom né dizer Esse é um ser humano né Nós temos orgulho de ter Paulo Freire como possibilidade de inspiração na vida obrigada pela oportunidade e obrigado nós
que agradecemos professor assim encerramos aqui o nosso ponto de pauta de hoje que contou com a presença da professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Maranhão Dulce de Fátima Ferreira essa que é a quarta e última edição de uma série de quatro programas especiais do ponto de pauta é Nos quais abordamos Paulo Freire em homenagem ao seu Centenário essa e todas as demais edições dessa Série Especial estão disponíveis em vídeo e Podcast nas nossas redes sociais e no nosso site o endereço do nosso site é www Seduc sni.org.br obrigado pela audiência e até
a próxima E aí [Música]