E aí! Olá, boa tarde a todos e a todas. Sejam todos bem-vindos! Eu sou professor Nadson Araújo dos Santos, mestre e doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Faço parte do grupo Celulite e estou imensamente feliz e grato pela oportunidade de estar com vocês em um evento promovido pelo nosso grupo. A nossa live, intitulada "Dourada - Alfabetização e Letramento na Cultura do Papel e na Cultura das Telas", será mediada pela professora doutora Adriana Cavalcante, docente da Universidade Federal de Alagoas e líder do grupo Gelit, que
faz parte dos programas de pós-graduação em Educação (PPGE) e em Ensino de Ciências e Matemática (PGSim) aqui da nossa universidade. Queremos informar que, a partir das 14h30, disponibilizaremos, por meio de um formulário, o registro da presença de vocês. Os participantes previamente inscritos poderão solicitar o seu certificado assim que preencherem esse formulário, certo? Os certificados de participação serão encaminhados em até 15 dias para o e-mail cadastrado. Sigam o Gelit no Instagram @grupo_de_gelit e participem do sorteio do livro "Alfaletrar". Nós temos uma campanha e estaremos sorteando hoje dois exemplares no nosso perfil. Você pode conferir as regras
para participar do sorteio, que é um oferecimento da Editora Contexto em parceria com o grupo Gelit. Além disso, a Editora Contexto está disponibilizando para todos nós um cupom de desconto de até 30% nos livros da professora Magda, que pode ser comprado no site da editora. Utilize o cupom UFAL30. Nós colocaremos o cupom na tela logo mais. O cupom é válido até 24 de outubro de 2021. Então, desejamos a todos uma excelente live e convidamos a professora Adriana para dar sequência às atividades. Oi, boa tarde a todos e a todas! Sejam todos bem-vindos e bem-vindas à
nossa live com a professora Magda Soares. Hoje, poder estar com a professora Magda Soares, que dialogará conosco sobre alfabetização e letramento na cultura do papel e na cultura das telas, é uma grande alegria e honra, sobretudo por ouvila dialogar sobre um tema relevante no contexto educacional atual, em tempos de pandemia da COVID-19. Em tempos em que os professores alfabetizadores das escolas públicas de todo o país estão sendo orientados para uma atuação profissional por meio do ensino remoto emergencial, os professores alfabetizadores das crianças das camadas populares buscam reinventar a prática e as formas de interação com
seus familiares, por meio de estratégias didáticas e pedagógicas para a alfabetização, reconhecendo o quão desafiador é esse cenário complexo em que nos encontramos. Como afirma Paulo Freire em "Pedagogia da Autonomia", não devemos esquecer que não há docência sem discência. Sobre o ensino remoto emergencial na alfabetização, compartilho que dispomos de um relatório técnico parcial da pesquisa "Alfabetização em Rede: Uma Investigação Sobre o Ensino Remoto da Alfabetização na Academia da COVID-19", publicado na Revista Brasileira de Alfabetização em dezembro de 2023. Participam dessa pesquisa 117 pesquisadores, incluindo 28 universidades localizadas em todos os estados e regiões do país,
sob a coordenação da professora doutora Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, da Universidade Federal de São João del-Rei. Em síntese, essa pesquisa nos mostra que, em âmbito nacional, os dados apresentados neste relatório parcial apontam os desafios enfrentados na educação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental durante a pandemia do COVID-19 no Brasil. Registro aqui os meus agradecimentos aos 2.314 professores alfabetizadores do estado de Alagoas que participaram da nossa pesquisa, e aos gestores municipais, coordenadores pedagógicos, entre outros colegas de profissão, que nos ajudaram na divulgação e na coleta da amostra do estado de Alagoas. Dito
isto, ressalto o prazer de receber a professora Magda Soares virtualmente para falar sobre o centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas e, de modo especial e singular, conversar com os professores alfabetizadores do estado de Alagoas e também de todo o Brasil. Temos aqui professores alfabetizadores, pesquisadores e alunos de todo o Brasil. É importante falar sobre alfabetização para os alfabetizadores do estado de Alagoas, que historicamente apresentam altos índices de fracasso escolar, principalmente nas crianças do 1º ao 3º ano, em seus processos de alfabetização e letramento. Para nós, isso representa um acontecimento único, que realimenta a
nossa esperança de contribuir para a melhoria do processo de alfabetização e letramento dos nossos alunos das escolas públicas desse estado e do país. Pois, como afirma a professora Magda, "só a linguagem é escola", numa perspectiva social. É um livro que sempre reanima minha esperança em pensar sobre as práticas de alfabetização e a aquisição da escrita pelas crianças. Como a professora Magda Soares afirma neste livro, nossa escola tem se mostrado incompetente para a educação das camadas populares. Essa incompetência, que gera fracasso escolar, é efeito não só das desigualdades sociais, mas sobretudo das práticas adotadas. Neste momento,
convido a professora Magda Soares para estar aqui comigo e apresentá-la. A professora Magda Soares possui graduação em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Didática pela mesma universidade. É professora titular emérito da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da mesma instituição. Em 2017, recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Não-Ficção do Ano com "Alfabetização: Uma Questão de Método", publicado pela Editora Contexto. Além disso, publicou como autora "Linguagem, Escola e Alfabetização", e como co-autora "O Brasil no Contexto de 1987
a [incompleto]" e outros trabalhos relevantes. 2007, em 2020, nos presenteou com a publicação do livro "Alfaletrar – Toda Criança Pode Aprender a Ler e a Escrever", pela Editora Contexto. Tem experiência na área de educação, com ênfase em ensino-aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: alfabetização, letramento, escrita, leitura e formação de professores. A partir deste momento, passarei com muita honra a palavra para a Professora Magda Soares. O meu muito obrigado e desejo a todos um bom diálogo com a professora. Mas, as falhas, professor, a palavra é toda sua a partir deste momento. Obrigada, Adriana, pelas suas palavras
e por sua apresentação, porque ao falar sobre a situação da alfabetização, você mencionou a importante pesquisa que vem sendo feita sobre a alfabetização na academia, coordenada pela minha amiga Socorro, lá da Universidade Federal de São João del-Rei. Você já introduziu um pouco, bastante até, o meu prólogo. Devemos, assim, muito obrigada! E eu saúdo todos os que estão me ouvindo, agradeço a participação e fico feliz de que, pelo menos por meio da tela, nós possamos nos aglomerar nesses tempos de isolamento, em que nos faz tanta falta a interação com aqueles que são nossos parceiros e aquelas
que são nossas parceiras. Então, pela tela, nós vamos aglomerar; vamos estar aglomerados neste tempo, aproveitar essa oportunidade e conversar um pouco sobre esse tema que eu propus. Eu tenho falado muito nas minhas falas sobre alfabetização e letramento, mas ando tão preocupada com essa questão, nesse momento da pandemia, e com essa nossa transição forçada da cultura do papel para a cultura das telas, sem preparo, sem equipamentos, que eu decidi refletir com vocês sobre isso. Ainda é um momento inicial na minha reflexão e na minha pesquisa, mas eu, a vida inteira, sinto a necessidade de compartilhar aquilo
que eu vou pensando com outras pessoas. Oi, comadre! Ela falou aí do fenótipo Acácio. Eu vou dizer, não vou dizer na alfabetização, vou dizer na aprendizagem da língua escrita, que se repete há décadas neste país. Não só na alfabetização, por isso que eu prefiro falar em aprendizagem da língua escrita, porque é na alfabetização e no letramento, nas crianças, nos jovens e até nos adultos, como várias pesquisas mostram. Nós pensamos nos resultados do SAEB, nos resultados do ENEM, nos resultados do PISA. Menos como nós, no Brasil, temos fracassado na aprendizagem da língua escrita. E, no entanto,
é preciso lembrar que esse fracasso está concentrado nas crianças e jovens das camadas populares, aqueles que frequentam as escolas públicas, em fracasso desde a alfabetização e em toda a educação básica. Hoje e sempre atribuído ao fosso, chamado fosso, entre camadas sociais sobreprivilegiadas e populares, entre crianças e jovens de grupos sociais privilegiados e crianças de grupos sociais desprivilegiados. Ou, para dizer de forma mais objetiva, entre os ricos e os pobres, né? E entre os que frequentam escolas privadas e os que frequentam escolas públicas. E tem sido reconhecido por um movimento atual da pandemia e seus efeitos
no sistema de educação: em escolas fechadas, professores e professoras separados dos seus alunos, professores em casa e alunos em casa. Esse momento tem tido grandes efeitos que aprofundam a desigualdade entre grupos sociais; ou seja, entre escolas com recursos tecnológicos para o ensino remoto e escolas sem recursos tecnológicos para ensino remoto, ou seja, escolas privadas, as escolas para os privilegiados, e escolas para as camadas populares. E por quê? Porque as escolas privilegiadas têm ou equipamentos tecnológicos ou têm condições de adquiri-los nesta emergência, e as escolas públicas, particularmente as das redes municipais, não. Ocorre a não existência
ou a precariedade do acesso à internet, ausência de equipamentos tecnológicos que apoiem o ensino remoto. As pesquisas mostram, as pesquisas que já foram feitas sobre o ensino remoto nas escolas públicas demonstram que o que predominou, que tem predominado, é o uso do celular, mais especificamente o WhatsApp. Boa tarde! E não material impresso, que é a nossa tradição, né? E a nossa, digamos assim, nossa tecnologia tradicionalmente na escola e, particularmente, na alfabetização e no letramento. É quase metade. Há pesquisas que mostram que é mais grave ainda: quase metade das escolas públicas municipais neste país não realizaram
ensino remoto, nem presta, nem por WhatsApp, ou seja, a cerca de um milhão e tanto de crianças neste país estão há mais de um ano sem acompanhamento ou com acompanhamento precário. E o que é muito grave, nós temos que pensar aqui, é também nas condições das famílias, né? É Kitty, nas camadas populares, que estão em imóveis, às vezes, frequentemente, ou mais de três moradores por dormitório, com ausência de computador, com falta de acesso à internet, com baixo nível educacional dos pais, a falta de um lugar para a criança fazer os deveres que, por acaso, lhe
cheguem por WhatsApp ou o material impresso. Bem, isso aponta para um aprofundamento das diferenças que a pandemia trouxe e a importância e necessidade de incentivar o uso das novas tecnologias na educação. E me causa muita estranheza que, diante dessa situação de dificuldade das escolas públicas em realizarem ensino remoto por meio do uso de equipamentos tecnológicos, a solução que se encontra é a de introduzir novas tecnologias. Eu conheço vários prefeitos, vários secretários de Educação de escolas municipais se esforçando para colocar tablets nas escolas, para colocar equipamentos tecnológicos para o ensino a distância, como se bastasse introduzir
novas tecnologias para que o desafio de vencer a desigualdade na educação se resolvesse introduzindo e incentivando tecnologias no ensino público, sem considerar, eu diria até esquecendo, que as escolas públicas, e eu falo particularmente das municipais, não têm condições de equipar as escolas com instrumentos tecnológicos, ainda que... Tivessem seria necessário habilitar os professores para uso adequado e eficiente de recursos tecnológicos. Seria necessário que as escolas públicas se contassem com internet banda larga em todas as regiões do país, o que não ocorre. Quantas regiões não têm internet ou internet precária, de que depende fundamentalmente o uso de
equipamentos tecnológicos? E seria necessário que as famílias das camadas populares, que têm como opção de educação para suas crianças apenas as escolas públicas, e particularmente as municipais, tivessem condições de ter os equipamentos necessários para receber emissões que viessem de recursos tecnológicos e tivessem internet. É surpreendente que, há poucos dias, a 45 dias atrás, o presidente vetou um projeto para conectividade do ensino público, ou seja, um projeto que destinava uma quantia muito significativa para que todas, todas, todas as escolas tivessem internet de boa qualidade. O prejuízo, segundo justificou, traria ao orçamento. Então, vejam, eu entendo, não
sou contra as tecnologias. O que eu peço é que reflitam junto comigo sobre como elas são vistas, ou uma solução, sem que se pense nas condições para que elas funcionem nas escolas públicas desse país, sobretudo nas escolas municipais. Então, o que se deve investir inicialmente é nessas condições das escolas públicas e nas condições das famílias das camadas populares. Bom, então, eu estou introduzindo essas reflexões para desmistificar e desmitificar o mito, ou seja, é desmistificar o mito que são os recursos tecnológicos como solução para resolver a sacralização do letramento nas nossas escolas. A suposição de que
a pandemia, como muitos dizem, tem seu lado bom - coisa que me horroriza - e esse lado bom seria introduzir tecnologias nas escolas. Eu gostaria de acentuar o quanto essa ilusão tecnológica, já introduzida e já foi introduzida na BNCC antes da pandemia, pode acentuar desigualdades na educação e não melhorar a educação acentuada, e as desigualdades. Estou indo além, me restringindo ao tema proposto, porque vocês estão sentindo como estou envolvida e, eu diria, mais revoltada com a maneira como o governo tem enfrentado e como tem sido enfrentado, em geral, o problema da interrupção da escolarização das
crianças das camadas populares. Então, eu quero discutir um pouco essa questão e, para mim, seguir mostrando como é impossível. Eu não tenho medo de dizer que é impossível, tanto na alfabetização quanto no letramento nas séries iniciais, na educação infantil e nas séries iniciais, trabalharmos com ensino remoto. O que nos coloca um problema muito sério neste momento. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que essas diferenças nos resultados escolares entre crianças e jovens privilegiados e desprivilegiados não se devem apenas a diferenças econômicas e sociais. Essas diferenças econômicas e sociais geram também uma diferença entre a cultura das
crianças de classes sociais diferentes. Já como dizia, as crianças passam por uma socialização primária, que ocorre em casa, nas condições em que a criança vive no seu meio familiar, e uma socialização secundária, que é a que a escola dá às crianças a fim de culturalizá-las na cultura privilegiada. E isso faz uma diferença significativa nas repercussões fortes na aprendizagem da escrita. Se pensarmos na diferença entre a cultura escrita ou a cultura do escrito, como se pode dizer, nas diferentes classes sociais, eu estou chamando de cultura escrita o lugar, tanto simbólico quanto material, que o escrito ocupa
em determinado grupo social ou em determinada comunidade ou sociedade. Nas diferentes classes sociais, o valor e a relevância atribuídos ao escrito são diferentes. Não preciso dizer o quanto é muito dito que, nas classes privilegiadas, as crianças têm acesso ao livro; eu ouvi que têm pais que leem, mães que leem, têm pais formados e a escolarização, muitas vezes, é bastante longa. Nas camadas populares, as crianças não têm o mesmo acesso a livros, o que se pintado é a Bíblia, e não mais alguém, e livros didáticos que foram substituídos por outros na escola. E continuam lá, numa
estante, criando a ilusão de um ambiente letrado. Então, faltam livros, até falta o valor atribuído à escrita, né? Embora as nossas famílias populares também se digam, com muita frequência - não vou tirar o "também" porque isso nem é dito nas classes privilegiadas - mas, nas camadas populares, se diz com frequência: "Você precisa aprender a ler e a escrever". Então, o valor é reconhecido, mas não se tem noção do relevo que é atribuído ao escrito na comunidade em geral, na sociedade em geral. E também nessas diferentes camadas. Eu queria fazer uma diferença entre a cultura escrita
e o que vamos chamar agora de cultura digital. O que seria a cultura digital? O lugar simbólico e também material que a comunicação digital ocupa em determinado grupo social. A presença ou ausência de tecnologias digitais, como computadores, notebooks, tablets e celulares, faz com que as crianças, desde pequenas, já na educação infantil, das camadas privilegiadas, já tenham celulares, smartphones, e os jovens também têm tablets. As famílias têm computadores, ou a cultura digital se expandiu cada vez mais nas camadas privilegiadas, ao contrário do que acontece nas camadas populares, em que, em geral, não há computadores, ou a
internet é precária e intermitente. As crianças não têm tablets, elas têm celulares, mas não celulares ligados à internet. Bom, então, feito esse quadro, que faço com muita tristeza e revolta, porque já estou falando disso desde aquele livro que Adriana mostrou: "Linguagem e Escola: Uma Perspectiva Social". Aquele livro é dos anos 80. E, ali, eu já falo. Eu diria até que eu já denuncio essas diferenças culturais entre classes gramaticais, classes sociais e sua repercussão na educação das crianças. Bom, até hoje, é um dos meus livros que é creditado sistematicamente, já está na 20ª (não sei o
quê) edição, e isso me incomoda muito. Eu não me alegro com isso; me incomoda porque eu penso: nada mudou. As escolas têm usado os cursos de pedagogia, têm usado, e, no entanto, nós continuamos na mesma situação que aquele livro descreve. Eu, depois, trabalhei mais de 60 anos na educação, particularmente na aprendizagem, no ensino da língua escrita, e posso dizer, e tenho dito, com muita dor no coração, que acho que vou deixar esse planeta numa situação talvez pior é aquela que eu mencionei naquele dia. Isso é muito sério. E tinha muito havia conosco, professores, mas, para
além de nós, com as políticas públicas de educação, não de educação em geral, e de alfabetização. O baú... o que eu vou? Eu não vou me aprofundar nisso, senão a live seria sobre isso. Mas eu queria fazer essa introdução porque eu tenho me dedicado a propor uma nova concepção de alfabetização e letramento que temos chamado de "alfaletar". Está naquele livro que a Adriana agora Bias mostrou a vocês, e vou passar a falar sobre essa nova concepção, introduzindo reflexões sobre o que eu chamaria de intromissão das tecnologias na aprendizagem inicial da língua escrita na alfabetização e
letramento. Eu esclareço um lugar de onde eu falo: eu fiz graduação em letras, e após graduação em educação. Bom, então, eu não sou da área da linguística, não tenho a linguística na minha formação. Mas, quando fui para a universidade, eu fui para a faculdade de educação, para a formação de professores, particularmente na pedagogia e na formação para alfabetização e letramento. Nossas pesquisas foram sempre sobre esse tema, eu fiz leitura intensiva da bibliografia nacional e internacional pela necessidade de caracterizar o que é, afinal, a alfabetização. E é daí que saiu esse livro, não me lembro se
a Adriana mostrou também, né? Esse livro aqui, "Alfabetização: A questão dos métodos", é um livro teórico, em que eu pesquisei, li, analisei e relacionei toda a bibliografia que eu pude encontrar, nacional e internacional, sobre o processo de aprendizagem da língua escrita pela criança. Bom, então, ainda achei que isso não era suficiente, porque nós falamos de alfabetização. Estou falando nós, referindo-me aos professores universitários dos cursos de letras e pedagogia e às pessoas em geral. Nós falamos de alfabetização, mas não sabemos o que é isso. O que me aparece, sem falar na sua alfabetização, é que toda
disciplina tem um conteúdo. Se falarmos de matemática, a professora do 1º ano da escola infantil, qualquer pessoa é capaz de dizer o que se estuda em matemática: o sistema decimal, as operações básicas e por aí vai; um conteúdo grande de matemática. Quando se fala em Geografia, também se sabe qual é o conteúdo. Esses são órgãos problemas do programa de geografia, né? Se olha a Base Nacional Comum, está lá o que é para ensinar na geografia, o que é para ensinar nas ciências, o que é para ensinar na história. Enfim, há conteúdos. Na alfabetização, não há
propriamente conteúdos. Quando se fala em alfabetização, fala-se assim: ensinar a criança a ler e escrever. Bom, e o que está lá na Base Nacional Comum é o que você faz para ensinar a criança a ler e escrever, mas não se discute o conteúdo disso. O que significa ensinar a criança a ler e escrever? Eu, já muitos anos atrás, escrevi um texto, que está republicado nos meus livros, sobre as muitas facetas da alfabetização, e já levantava esse problema: a alfabetização tem muitas facetas, mas nós não sabíamos com clareza que facetas são. Afinal, o que é alfabetizar
uma criança? Tá bom. Eu não me dei por satisfeita com essa leitura de tanta bibliografia a respeito. Encontrei muita coisa, organizei muito, e está nesse livro que acabei de mostrar, sobre quantas peças, facetas da fabricação, e quanto a ali que é importante para se alfabetizar. Mas eu ainda achei pouco ou, melhor, eu, Almir, se aposentou. Eu costumo dizer que não me aposentei; me aposentaram, porque nada. O funcionário público federal, como é o meu caso, e como professora universitária, a gente é aposentado, querendo ou não, aos 70 anos. Então, pouco antes dos 70 anos, para não
ser mandada embora da universidade, que eu estava há tantos anos, eu resolvi realizar um sonho que eu já tinha nos meus tempos de faculdade: de pesquisar o que realmente ocorre no dia a dia, no cotidiano das escolas públicas municipais, no processo de alfabetização, na interação entre as professoras e as crianças, e nossos problemas de teorias. Eu fiz um livro teórico grande sobre isso, mas é um fazer e o que acontece mesmo, né? Então, o meu sonho era entender as escolas públicas. Eu digo: comecei a minha vida profissional na escola pública, e foi naquele momento que
me despertou para as camadas populares. E eu era da classe média. Então, nas escolas públicas municipais em que trabalhei, eu me deparei com crianças e professoras que pertenciam a camadas populares e que tinham uma cultura diferente da minha, uma cultura diferente daquela com que nós trabalhávamos e ainda trabalhamos nos cursos de formação de professores. Bom, então, queria ver minha via aí. Viver, vivenciar. Eu me seria, então, numa rede municipal do município aqui da grande BH, que é perto de Badi PH, município de Lagoa Santa. Eu me ofereci para um trabalho voluntário de estar junto das
professoras, de ser parceira das professoras. Não digitar curso, porque eu já creio muito de cursos, porque quantos e quantos cursos já têm sido dados por iniciativas políticas públicas ou iniciativas de universidades, cursos sobre alfabetização. Há pouco tempo, nós tivemos opinar aqui, já tivemos várias outras alternativas para letramento. Isso muda, então, não me parece que curso seja a solução. Então, eu fui para escolas públicas com duas exposições: de não ser professora e me libertar do vício de ser professora e me libertar do vício de ser pesquisadora; porque, na verdade, são visões. Eu sou professora nata, eu
digo que eu sou professora. Tudo mais é acessório. Então, é difícil ver nessa live vocês, que são professoras, sobretudo, né? E elas estão me salvando do vício de ser professora, porque de vez em quando eu me vejo professora. Mas o mais difícil é você se libertar do vício de ser pesquisadora, porque também nós temos universidades, vamos muito, que horas fazer pesquisa; nós queremos pesquisar, nós, pessoas, somos objetos de pesquisa no processo de educação, de ensino e de aprendizagem. E, claro, precisamos fazer isso, né? Eu fiz isso muitas vezes, mas eu não queria ser pesquisadora, porque
a minha relação com as professoras e as crianças era de que teria de ser de outra natureza. É uma relação de parceria, de vivência conjunta da situação de ensinar e aprender a língua. Então, depois de mais de 60 anos estudando, pesquisando, orientando pesquisas, eu fiquei agora e posso dizer que eu fui para a rede pública em 2017. Então, eu posso dizer que há 20 anos, faz 20 anos que eu estou inserida naquilo que se chama o chão da escola para compreender o fracasso e construir o sucesso. De que modo? Construindo junto com as professoras uma
concepção de alfabetização diferente. Uma concepção de alfabetização que levasse em consideração o conteúdo do aprender e ensinar a língua escrita. É uma concepção que foi construída com as professoras dessa escola pública, né? E essa concepção que foi construída em Lagoa Santa ao longo dos anos e que levou à aprendizagem da língua escrita pelas crianças, à alfabetização e ao letramento, levou ao sucesso ali, onde havia fracasso. Eu quero expor, então, eu vou expor para vocês, à luz das condições atuais de pandemias, fechamento das escolas e de incentivo ao uso de tecnologias, essa concepção que desenvolvemos, né?
E como essa concepção poderia ou não ter lugar no ensino remoto. Bom, agora, então nós passamos um PowerPoint; vou pedir ao Nadson para colocar na tela o PowerPoint, porque a partir dele é que eu vou discutir com vocês a alfabetização e o letramento nessa concepção de alfabetização e letramento. Eu vou falar sobre a cultura da escrita e vou fazer comentários sobre como isso se dá, ou se pode dar, ou não se pode dar na cultura das telas. Ou seja, no cenário produzido nas escolas, essa cultura das tecnologias que transportam a escrita para as telas. Pode
passar, Nadson. No primeiro lugar, vamos pensar a diferença entre a alfabetização na cultura do escrito e na cultura digital. Na cultura do escrito, o que é? Em que temos vivido? É aquilo que buscamos introduzir às crianças nas escolas, e o que se pretende é que a criança se aproprie do sistema de escrita alfabética, que é um artefato cultural. Vejam, sem o sistema de escrita alfabética nós não teríamos uma cultura do escrito. O que é o sistema alfabético? É a representação dos sons da língua, os sinais gráficos, as letras dos sons da língua. Eu chamo atenção
para isso porque vou destacar que nos recursos tecnológicos, dificilmente, sobretudo na fase de alfabetização, nós conseguiremos levar a criança a perceber os sons da língua que são representados na escrita. Na verdade, é inscrito uma tentativa de desenhar o som da língua. Em relação à alfabetização e ao letramento, na cultura do escrito, o que se quer? É que a criança leia, compreenda e interprete textos em escrita alfabética, impressos ou manuscritos, e que a criança escreva textos alfabeticamente, observando as convenções de organização do texto na página, as correções ortográficas, etc. E, nesse caso, o nosso suporte é
o papel, a folha de papel em que as crianças escrevem, a página que elas escrevem, o caderno, o livro, os textos. Nós vamos ver, então, corretos, enfim, todos os suportes. Eu aconselho a leitura de um texto do saudoso Marcos, em que ele faz um levantamento exaustivo dos suportes que nós temos na nossa cultura do escrito, o alfabeto comum como registro da comunicação. Já na cultura digital, aquilo que se chama alfabetização digital, a escrita é na tela. A escrita que envolve signos, gestos, comportamentos necessários para ler e escrever em computador e em outros dispositivos digitais com
os numerosos sistemas de representação. Na cultura do escrito, usamos é o sistema alfabético. Na cultura digital, há numerosos sistemas de representação, as letras sim, sinais gráficos, veículos, cores, sons, imagens fixas e em movimento. Então, na cultura digital, os textos multimodais, embora existam também na cultura do escrito, mas são numerosos e variados. E quando cada um de nós, para dar um exemplo, aprendeu a usar o computador, para vocês deve ter sido uma coisa que já aconteceu mais facilmente. Daí, precisamos lembrar daquela separação entre os nativos digitais, né? Aqueles... Que já nasceram na época da cultura digital
e aqueles que já foram chamados de imigrantes digitais. Eu me considero uma imigrante digital, apesar de Ana Liza não gostar desse termo, pois a palavra "imigrante" tem adquirido um sentido pejorativo. Porém, no sentido de quem imigra e migra para outra cultura, temos os nossos imigrantes culturais. Eu demorei um pouco para aprender a usar o computador; escrevi meus livros manualmente, em folhas de papel. Depois, houve um momento em que uma nova tecnologia entrou, que foi a máquina de escrever, que passou pela máquina de escrever. Sabe que a tecnologia é diferente; ela é dos computadores atuais. Então,
para aprender a usar o computador e todos os recursos que ele fornece, é necessário aprender, e os imigrantes precisam aprender, embora os nativos digitais pareçam já ter isso, né? O que tem até dificultado que eles sejam introduzidos na cultura do escrito. No caso, temos como suporte o papel, e por papel eu estou incluindo livros, cadernos e todo o mais. E aqui o suporte é a tela, a tela do computador, do tablet, da televisão etc. Bom, então essa é a diferença. Vejam que, na verdade, quando estamos introduzindo tecnologias para as crianças pequenas na educação infantil e
nas séries iniciais, nas escolas públicas, em que a maioria não é nativa digital nem tem pais que sejam nativos digitais, estamos introduzindo as crianças na cultura do escrito. O que estamos ensinando a elas? Daí que estamos levando-as a assumir. Estamos introduzindo uma cultura digital que pode já estar introduzida, mas ainda é necessário aprender. O que mais me preocupa é que isso não significa simplesmente o uso material do lápis ou das teclas do teclado. Isso significa processos cognitivos diferentes, porque escrever um texto em alfabeto, com a mente, exige determinados processos cognitivos que a cultura digital não
está exigindo. É muito evidente para mim que eu não consegui superar ainda a questão da velocidade de apreensão do sentido. É como no escrito: nós lemos e vamos interpretando; quando o texto está na tela do computador, as pessoas vêem com uma rapidez. Quando eu me lembro de alguma coisa junto com meu neto, por exemplo, até com minha filha mais nova, eu falo para esperar aí, pois eu ainda não vi esse baralho que estamos passando para frente. Isso faz uma diferença entre a cultura do escrito e a cultura digital. Aqui, eu falei da alfabetização, e aqui
estou falando do letramento. Ou seja, na cultura do escrito, o que é o letramento? É o desenvolvimento de habilidades de ler e interpretar textos e de produzir escritos em sistema alfabético, acompanhados ou não de recursos multimodais e em diferentes suportes. Papel, de papel, suporte, sempre de papel – pode ser de folhetos, revistas, gibis, publicidade. Na cultura do escrito, a criança lê, pelo sistema alfabético, diferentes textos em diferentes suportes, que podem estar acompanhados de figuras, como no livro infantil, que tem ilustrações e em que se tem um texto em escrita alfabética. Se na idade que você
tem vários percursos de cores e de imagem, mas se não tiver alguma coisa escrita para a pessoa lembrar, você não sabe. Publicidade que se está fazendo já na cultura digital, que nós precisamos desenvolver, não, mas precisamos – eu tenho que me conformar que precisamos desenvolver – nas crianças, práticas sociais de leitura e de produção de texto em ambientes digitais, são propiciadas por computador ou dispositivos móveis. Quer dizer, ler no computador ou ler nas telas do celular, do tablet, em plataformas como e-mail, redes sociais, na web etc. Então, isso, também para mim, é muito evidente. Quando
meu neto ou minhas filhas, que não são nativas, mas são do tipo Júnior, como chama a Renner, estão bem em me mostrar alguma coisa no celular, um texto, uma piada que seja, elas passam tão rapidamente na tela, e eu falo: “Esse dedo que corre na tela é uma velocidade diferente da minha capacidade de ler e interpretar.” Então, essas são práticas diferentes das práticas na cultura do escrito. Escrever um texto, uma carta, será que alguém ainda escreve carta? Escreveu um bilhete? É diferente de escrever um e-mail, né? E trabalhar e ler nas redes sociais, comunicar-se nas
redes sociais, é diferente de você se comunicar por escrito. Então, essas são grandes diferenças na cultura da escrita e na cultura digital, e nós atualmente temos que trabalhar nessas duas culturas na escola, em qualquer nível. Aí, você ajeita uma grande dificuldade que, em séries mais avançadas, nas séries finais do Ensino Fundamental e no ensino médio, é a dificuldade de os alunos terem, digamos, a paciência de inserir-se na cultura do escrito. Ler um texto em sistema alfabético que toma uma página ou meia página, que seja, parece um sacrifício terrível, enquanto que ficar passando o dedo na
tela parece ser o natural e mais rápido. A apreensão dos sentidos, então, é uma mudança muito séria. Não é simplesmente nós reclamarmos que os celulares estão invadindo as nossas aulas de língua. Na verdade, é uma cultura digital que está competindo com a nossa cultura do escrito, e isso tem que ser considerado no ensino-aprendizagem da língua escrita, particularmente nas primeiras idades, na educação infantil e nas séries iniciais. Séries iniciais em que a criança ainda está com plasticidade cerebral para conseguir interagir nessas duas culturas e pode passar, grátis. Vamos agora considerar a alfabetização na cultura do escrito,
em que eu vou mostrar rapidamente o processo de aprendizagem da língua escrita nessa nova concepção que eu tenho usado, chamada alfaletrar, mas considerando só alfabetização. Quais são as possibilidades de uso de recursos digitais? Eu entendi, a pôr as impossibilidades, mas eu não vou ser radical, né? E eu sinto que eu tô radical, é porque eu sou a 88 anos da cultura do escrito e muito mergulhado nela, mas eu faço um esforço para me atualizar. Então, eu admito que haja possibilidades, embora não acredite muito nisso, como vou mostrar para vocês. Pode passar no Whats. É bom
primeiro caracterizar qual é essa concepção de alfabetização de que eu estou falando. São duas concepções diferentes: a que tem vigorado sempre, eu acho que aqui fica muito a causa do fracasso do ensino e da aprendizagem da língua escrita. Essas são as perguntas: a professora, uma concepção sempre centrada na professora. A professora se preocupa em como eu vou ensinar essas crianças a ler e escrever, como o INE junto a isso, a célebre pergunta: que método usar? E uma terceira pergunta: quando alfabetizar? Eu já começo na educação infantil? A criança que eu começo no primeiro ano? Quando
é um momento de alfabetizar uma criança? Essas são as perguntas que têm dirigido a alfabetização nas escolas, e já todo início de ano as professoras discutem que método usar, o que significa que livro nós vamos adotar, que material didático nós vamos adotar, né? E quando estão na educação infantil, quando que eu posso já introduzir alguma coisa de alfabetização? Fica como eu, professora, ensino a ler e a escrever. O que eu chamo de uma concepção centrada na professora. A concepção que eu proponho é uma concepção centrada na criança. Entre as perguntas, são outras: quem aprende não
é quem ensina, é quem aprende. Quem é essa criança que aprende? O que queremos que aprenda? A língua escrita, o que essa criança aprende? Ela aprende um sistema alfabético. Ela aprende a usar esse sistema alfabético. E quando é que ela tem condições de começar a aprender isso? Veja que isso faz uma diferença enorme na postura do professor, que não está pensando em como eu ensino, mas está pensando em como a criança aprende. Então, é uma concepção centrada na criança. Bom, e bem explicado. Aí no próximo slide, pode passar. Esse é um processo de alfabetização que
se fundamenta na compreensão pelo professor, no saber do professor de como a criança aprende. É bem interessante que a gente pretenda ensinar uma criança a ler e escrever sem pensar em como a criança aprende. Nas outras áreas, a gente pensa em como a criança aprende a somar, dividir, multiplicar. Nós pensamos na aprendizagem da criança, mas e como eu vou ensinar a criança? Como orientar a criança a aprender Geografia, História? Nós temos isso mais claro, mas como a criança aprende a língua escrita? Nós achamos que é só ensinar a corresponder essas letras a sons e a
ler um texto sem ter conhecimento das convenções, né? Então, como a criança aprende o sistema alfabético de escrita, ao longo do seu processo de desenvolvimento linguístico e cognitivo? Quando é que a criança pode ter condições de aprender a ler e escrever? Quando é que eu posso dizer que a criança aprendeu a ler e escrever, que ela está alfabetizada? É preciso ter compreensão disso, porque é com base nessa compreensão que se pode definir como ensinar. Quais são as práticas alfabetizadoras e quando ensinar? Tanto a partir de quando começar quanto a partir de uma sequência que obedeça
ao processo de desenvolvimento linguístico e cognitivo da criança. Vamos ver como isso pode se concretizar. Esse é o seu em que a tecnologia pode ou não pode nos ajudar nisso. Pode passar. Nadson, a criança aprende basicamente o sistema de escrita alfabético, né? E isso significa o quê? Que ela aprende que a palavra oral é uma cadeia sonora, independente de seu significado. Vamos interromper aí um pouco com a escrita. A região é o registro do oral e é preciso que a criança aprenda a prestar atenção no oral, na palavra oral. E a criança, para aprender a
escrever "boneca", ela tem que se desligar daquele objeto "boneca" e se prender aos sons com que a gente se refere àquele objeto. E a criança, em geral, não presta atenção na cadeia sonora que é a palavra, independente do seu significado. É tanto que, inicialmente, quando se pede para a criança escrever alguma coisa, o que ela faz é desenhar aquela coisa ou, quando se pede à criança que me diga uma palavra que comece igual a "maçã", não é "má". E você já chama a atenção: "Preste atenção nesse som, nas palavras que comecem com 'mar'". Eu ainda
acrescento: "Sempre igual, meu nome é". O nome começa com "mar", o nome de alguma criança que comece com "mar". Marlene começa com "mar". Então, quem me dá uma palavra que comece com "mar"? Igual a "maçã". Imediatamente elas dizem: "Quase em coro, pera, laranja, mexerica, mamão". Elas não prestam atenção no "mar", elas prestam atenção no significado. E, na hora de escrever, elas têm que prestar atenção no significante, nos sons. Isso é algo que nascemos fazer sistematicamente: fazer a criança prestar atenção no som. E isso se pode e se deve fazer muito na educação infantil. Quando se
trabalha muito com parlendas, poemas, né? É levar a criança a... Só a atividade lúdica de ouvir, recitar, memorizar, representar parlendas, mas também é prestar atenção nas rimas. Por exemplo, em palavras que terminam igual e chamar atenção. Havia essa palavra: "martelo", que termina igual a "marmelo". Martelo, marmelo, melo, elo. Então, agora vou escrever essas palavras aqui: martelo e marmelo, e vou fazer um círculo em volta do "em". Vendo que, sozinhos, iguais a gente escreve igual: "elo" de "martelo" e "elo" de "marmelo". Então, essas brincadeiras de rimas e de aliterações de palavras que começam igual vão levando
a criança a aprender que a palavra oral é uma cadeia sonora e independente do significado. E mais que isso, você pode perceber que na escrita nós segmentamos essa cadeia oral nas nossas atividades. Você tem que partir a palavra, segmentar a palavra em pequenas unidades. É preciso que ela aprenda também que a palavra é passível de ser segmentada em pequenas unidades, né? Na sílaba e, depois, progressivamente até o fonema. E aí, é que ela aprende que cada uma dessas pequenas unidades sonoras da palavra é representada por formas visuais específicas, que são as letras. Estão vendo que
é alguma coisa mais complicada do que parece à primeira vista? Parece que é só ensinar o método fônico, por exemplo. Por isso, ensinar tal letra, tentar o som correspondente ao fonema, não é isso. Se a criança ainda não desenvolveu esse conceito de que a palavra oral é só amor, é um som que nós descrevemos. Quem é? Dr. difícil diria até impossível. E ela aprende a escrever sem grandes... tem grandes desafios, aprende, mas aprende. Como? Aprende como um código, né? Porque a língua é interpretada por rimas; ela tem que ser entendida como um código. Nesse lugar,
isso é apresentado de tal maneira. Aqui é possível se alimentar essas formas específicas. Pode passar, Nadson. É bom lembrar daquele tanto que é necessário saber para alfabetizar e letrar. É preciso conhecer porque, no desenvolvimento cognitivo e linguístico da criança, na aprendizagem do sistema fônico, aquele que se chama psicogênese da língua escrita, e que foi analisado com muita clareza por Emília Ferreiro. Embora vários outros autores antes dela tenham analisado cada um sob uma perspectiva diferente, o que Emília Ferreiro trouxe em sua pesquisa sobre o desenvolvimento cognitivo e linguístico é para nós, para a nossa língua portuguesa
brasileira e as línguas românicas em geral, absolutamente certo. É uma pesquisa, né? Eu vou insistir nisso aqui: essa sequência de etapas resultou de uma pesquisa da Emília Ferreiro, na linha metodológica e teórica de Piaget. Ela fez isso com a escrita a partir do desenvolvimento das operações cognitivas da criança na formação de conceitos matemáticos e físicos. Ela doutorou-se com Piaget. E aí, ela levantou essas portas. Talvez se possa determinar também quais são as etapas cognitivas, as hipóteses pelas quais a criança passa quando ela está aprendendo o sistema alfabético. Isso resultou nessa definição que tem sido confirmada
em várias línguas. Entre nós, por exemplo, quantas pesquisas já foram feitas confirmando que a criança passa por essas etapas? De início, trabalhando aqui com a palavra "gelatina". Bom dia. No início, a criança escreve "gelatina". Ou, de início, ela faz rabiscos, como um desenho. Vou só passar pelos primeiros, até que, quando ela já tem alguma noção da escrita, da arbitrariedade da escrita, ela faz garatujas. Como ela já aprendeu letras desde muito cedo, é interessante que os pais, especialmente os das camadas populares, têm sempre um grande interesse em ensinar as crianças as letras. Olha, que letra! Na
verdade, hoje vi a minha auxiliar de limpeza dizendo: “Olha, Dona Maria, como é que a Luana aprendeu as letras! Ela já sabe escrever”. Então, ela fez um filminho para me mostrar e eu falava assim: “Aí eu só vi agora, agora é só pedir novo e agora desce, ó, aí é um 'm'.” Tá vendo? Então, esse interesse em aprender as letras sempre esteve presente nesse meio. Ao alfabetizar, a Adriana já falou que eu começo logo com uma cena em que uma mãe, a partir de estar fazendo uma sopa de letrinhas, sopa de macarrão de letrinhas, começa
a ensinar o filho as letras. Essas letras são apreendidas pelas crianças desde cedo. Essas formas gráficas... Então, ela, muito certa, começa a achar que escrever é pôr um monte de letras. E aí, as letras até aqui, então ela não está relacionando com o som. Depois, quando ela percebe os segmentos, ela vê que é uma letra para cada sílaba. Olha que avanço que é esse, né? Posso seguir com o seguinte? Eu acho que vai facilitar a explicação, Nadson. E não, antes dessa, nós voltamos a isso aqui. Bom, então, aqui escreta com letras, aqui ela escreve "gelatina"
assim: G, lá, china. Ela põe uma letra para... Porque aqui nós já começamos a trabalhar a divisão de palavras em sílabas, né? E, aos poucos, ele vai percebendo. Aqui, a professora brinca muito: “Ah, eu não quero comer Gaia, quem quer comer Gaia?” Aí as crianças falam: “Não, é gelatina”. E aí ela tenta escrever de novo o ‘G’, né? Como já tinha posto aqui. Porque aí vem a influência do nome da letra. Na alfabetização da criança, isso é uma coisa que a professora precisa perceber, porque há várias letras: v, g, d, em que a letra já
é uma sílaba com o fonema da equipe. E aí... Oi, gente, o problema. Exemplos aqui. Então, ela já inclui alguns fonemas: ela põe 'G', ? lá, quem sabe que já havia antes? Apareceu porque... Ela, lá na, percebeu a Chi Chi, e percebeu II. E o ar quer dizer: ela é silábica, desse do silábica com valor sonoro, adaptar silábico-alfabética para finalmente ficar alfabética. Então, se ela escreve "gelatina", que mantendo "G" pela sílaba, ela está alfabética; ela está relacionando os sons da palavra com a representação desses sons. E depois nós passamos para a fase ortográfica, em que
a gente corrige esses enganos, né? E vem para as pedras fotográficas, etc. O meu anterior favor. E aí, aqui eu puxo alguns exemplos de crianças. É a criança de 4 anos e 2 meses, presta atenção: 4 anos e 2 meses, educação infantil, e ela usa essas figuras aqui para escrever o nome. Então, o que ela faz? Rabiscos! Essa aqui, de quatro anos também, três meses na mesma turma, ela já percebeu porque ela teve convívio, tem tido por viver, para a escrita cursiva, nem em casa mesmo. A professora escreve muito. Já a criança, às vezes, é
impulsiva, então ela faz essa imitação da escrita direta de uma cursiva, mas já com uma compreensão. A professora tem que compreender que aqui a criança já percebeu que ela tenta fazer um terço. Tá vendo que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a direita? Então, ela já tem, já percebeu, já introduziu, internalizou uma característica da escrita. Aqui, dois exemplos do Aquiles. O Aquiles, com 5 anos e 2 meses, escrevendo. Ele (a professora) pediu que ele escrevesse o que ele está vendo nessa figura. Estava no pré, 15 anos. Então, ele escreveu isso aqui:
uma sequência de letras. Ou seja, o conceito dele é que a escrita é com letras, qualquer letra, desde que seja uma depois da outra, e ainda com o conceito de texto dele, ou de cima para baixo, ou da esquerda para a direita. E ainda percebeu que na escrita aparece um ponto em alguns momentos, então ele possui um ponto no fim de cada linha. Eu confesso para você que eu fico até emocionada quando eu vejo uma criança de 5 anos escrevendo assim, né? Porque olha quão longe ela já foi na língua escrita. A essa aqui, de
4 anos e 8 meses, também usa uma sequência de letras. E vejam que ela repete muito "lá", né? "Ge", "o", "Wii", etc. Mas nada tem a ver com o som dessas palavras. Já aqui, a criança percebe o som das palavras. Pera lá, põe o "p" e o "ar" para "tomate". Ela põe três letras: o "p", o "a". E vacilou, não era "jacaré", é "pé". Ela percebeu que "pé" é uma sílaba só, entrava por uma letra só. E "maracujá" tem um "a", "outro", "aug11" e "xícara". Essa tem 5 anos e 4 meses, a 6 anos e
2 meses. Já a criança evoluiu para "pera", "tomate", "jacaré". O mesmo. Ela já foi a vários fonemas. Oi! E em termos de letramento, porque o projeto se chama, a concepção se chama "Alfaletrar", o que se faz é alfabetização ao mesmo tempo que letramento. Já se trabalha com escrita de bilhetes, várias atividades com leituras, várias, etc., de pequenas frases. Então aqui, com cinco anos e dois meses, um bilhete para o Papai Noel. No final do ano, se pediu um bilhete para o Papai Noel, na educação infantil. A criança escreveu isso aqui, que é praticamente a legião.
A não ser que ela dissesse que tinha escrito. A professora pediu: "agora leia para mim o que você escreveu". Ela, com dedinho, foi mostrar: "Papai Noel, eu paz". Ela queria dizer: "eu quero Páscoa". "Tô, eu passo para o... Tô, o mundo mudou, mundo, e eu quero um". Aqui, cê? Quando a professora me mostrou esse bilhete, antes de ele ter me feito a tradução para isso, é que tem que que eu quis dizer. Com isso ela falou: "ele deu um carrinho de controle remoto", e ele abreviou assim. Que eu ia, seria muito difícil. Quer ver? Arruma
de conforto, é bom. Então, veja como é que essa criança na pré-escola já é capaz de escrever assim. Essa aqui, no primeiro ano, logo no início do primeiro ano, pediu para o Papai Noel. Ela escreveu: "Papai Noel, eu desejo que o mundo não passe fome. Eu quero um tablet e uma caixa de lápis de cor para minha irmã". A minha irmã. Bom, o que se passa a partir dessa experiência? Eu vou só fazer essa observação sobre as cartas para o Papai Noel. E as professoras fizeram bilhetes para o Papai Noel. Eu, quando li, fiquei muito
chocada pelo que as crianças pediam, né? E é o Papai Noel, e o Papai Noel não chega para elas. E aí você identifica os desejos que a criança tem e que são inacessíveis. Eu discuti muito com as professoras se vale a pena nós estarmos criando na criança, reforçando essas ideias, naquele aceitar: "nós evitar bilhetes de descer para o Papai Noel". Mas, de todo jeito, é um exemplo de vocês. Veem daqui até aqui a evolução que a criança faz de 4 anos a 6 anos. Ou seja, toda essa parte de letras e de sílabas, representação possível,
é da educação infantil. E pode, passado, e passa próximo. É pronto. Algo anterior, por favor. O que nós já vimos, próprio para chamar atenção para essa pergunta aqui. Que a gente, muita gente, adotou essas etapas de Emília Ferreiro, mas adotou para classificar crianças e para falar: "eu tenho tantas crianças silábicas sem valor sonoro". É essa criança que está ainda escrevendo só com letras. Mas a pergunta é: como é que eu faço? Eu deixo por conta dela? Que ela, por conta dela, vai passando para outra? Muito, aí a gente fez isso. E aí não deu a
criança um processo de aprendizagem, né? Que então é mais que seria um processo de aprendizado. Esse aqui é o tostando bigodes, e o trecho veio em seguida, que estimula e empurra para frente o processo de desenvolvimento. Eu... Bom dia! Que dia você está em Garatuja? Ela já tem condições cognitivas e linguísticas para passar para frente, então nós vamos usar essa fase aqui, que é pré-fonológica. Nós vamos usar bem aí na frente, já vamos ler, ouvir a voz. Por que é tão importante? É que "Kids" desenvolve, no seu livro "A Formação Social da Mente", uma leitura
que toda a sua metralhadora deveria ler. Todo professor de língua conhece o processo de desenvolvimento, que é um processo que vem de dentro para fora. Quanto a isso, é a criança rabisca ou escreve com a letra; é um desenvolvimento que resulta da observação dela. Vem de dentro para fora, mas esse processo prepara, é possível, para aprendizagem. Um processo de aprendizagem que aí é que entra a intervenção da professora, né? Então, é preciso saber o momento em que você entra com a aprendizagem, porque o desenvolvimento já preparou e já tornou possível essa aprendizagem. Então, essa aprendizagem
estimula e empurra para frente o processo de desenvolvimento, ou seja, ela passa do rabisco para as letras, né? Ela passa das letras para a escrita silábica. Então, ele diz: o mais importante aspecto novo dessa teoria é o amplo papel que ela atribui ao aprendizado no desenvolvimento da criança. Bombeiro, não se pode deixar só o desenvolvimento. É preciso conhecer o desenvolvimento, e isso não só para alfabetização! É porque é seu desenvolvimento e saber quando a criança está preparada para ir para frente, para que seja possível ela avançar. Para o professor entrar, então, no caso das etapas
do processo de alfabetização, é como se pode entrar com a aprendizagem. Que aprendizagem vai levar a criança para a consciência fonológica de que tanto se fala, bem e mal, mais mal do que bem, porque não entendem o que é que vem a ser consciência fonológica. Que é aquilo que já falei: essa é a consciência de que palavras são som. Daqui a palavra é feita de som. É "phono, phono". Bom, as etapas básicas são essas: a palavra é, primeiro, a nós levamos a criança a entender pelos exercícios, pelos exercícios de rimas, de divisão de palavras, de
sílabas, e etc. Que a palavra é uma cadeia de sons, e que os elementos das palavras podem ser iguais. Nós mostramos que as firmas e as aliterações, e escreve igual. Então, ela tem consciência lexical, que é muito mais do que isso, mas por causa da favelização nos basta isso aqui, tendo por possuí-la essa lexical. Daqui a pouco vamos ver onde ela tem a consciência de que a palavra pode ser segmentada em sílabas. Ela toma consciência das sílabas; ela é capaz de dividir a palavra em sílabas. Isso é muito fácil, porque até o adulto analfabeto, se
pedirmos para dividir uma palavra em sílabas, ele é capaz de fazer isso, porque a sílaba, na nossa língua, é muito marcada. Então, a segmentação de palavras em sílabas é fácil para uma criança, com exercícios de... vamos falar essa palavra, dividir em pedacinhos e os jogos, e brinquedos para desenvolver isso, para, enfim, a criança compreender que as sílabas são constituídas de fonemas, de pequenos sons. A sílaba tem dois sons, três sons, é a consciência fonêmica. Mas que é preciso cuidado, porque pode passar... Nadson, é porque o fonema não é pronunciável, né? Então, fazendo o gráfico total
aqui ao desenvolvimento cognitivo e linguístico da criança, nesses dois momentos, é uma fase pré-fonológica, ou seja, ela ainda não percebeu que a palavra é som e que a gente escreve aos sons das palavras. Quando nós começamos a trabalhar ou não as rimas e divisão de palavras em sílabas, a criança vai desenvolver na consciência silábica e começa a escrever assim, lado. Que o primeiro sem dá valor sonoro às letras que ela usa para... cá, da cima, e depois já passando a data, que ela já percebeu que a sílaba tem um valor sonoro, que a sílaba é
um som que a escrita representa. E, aos poucos, ela vai percebendo os fonemas dentro da sílaba. E, para chegar à alfabética, sei que qual é o problema do método fônico, que está sendo que é recomendado pelo médico e que eu aconselho vocês a ignorar. O método fônico vem direto aqui na fase alfabética, salta e ignora todas essas etapas anteriores, que vão preparando a criança para compreender que a escrita é a representação da oralidade. Então, é trabalhar já direto com fonema, mas ele... A criança pronuncie. O problema é que não é pronunciável. É você ignorar inteiramente
o processo de desenvolvimento, tanto cognitivo quanto místico da criança. A criança, nem quando nasce e começa a balbuciar, pronuncia fonemas, mas ela já pronuncia. É Priscila. Mas ela fala burra, babá, mamãe, é no pro. E então, como é que nós vamos pegar uma criança de 7 anos e querer que ela pronuncie fonemas que, linguisticamente, são impronunciáveis, né? São entidades abstratas. Mas que a criança vai, aos poucos, identificando os currículos e suas correspondências com letras. Pode passar, Nadson. Tá bom, eu me esqueci, eu me esqueci de relacionar. Isso, volta, por favor, Nadson. Eu tô envolvida na
cultura da escrita e eu esqueci de chamar atenção para vocês, é perguntar se vocês acham que é possível àquele fazer essa caminhada com recursos tecnológicos, mesmo que tudo dependa de relação com som. Você pode até colocar som no computador, como é possível fazer e o computador falar palavra para a criança e dividir. Mas é tão artificial... É. Tão afasta tanto a criança da qualidade da escrita e da fala que é... Eu já vi tentativas disso que achei fracassadas. Considerei fracassadas porque é na interação professora-criança que ela vai percebendo o som, o registro desses sons, né?
A relação com as letras e a chegada ao fonema, as relações fonema-grafema. Então, eu conseguiria, e eu considero, posso estar enganado, mas é que é impossível alfabetizar uma criança com recursos tecnológicos porque eu não tenho uma tecnologia que interaja com a criança através da oralidade. Quando é essa oralidade, é uma oralidade... eu já vi tentativas de pronunciar sílabas e representar a sílaba na tela, mas é tão artificial que a criança não liga isso com a atividade de ler e escrever como ela vive em volta dela, né? E é um trabalho imenso, inclusive construir um problema
desses, desnecessário, porque a alfabetização se faz na interação professora-criança, criança, criança. E no jogo entre oralidade e escrita, eu afirmo isso. Posso estar errado quantas... pode surgir recursos tecnológicos aí que permitam isso, mas eu prefiro não estar vivo nessa hora. Mas jogos podem ser feitos com jogos, e são numerosos os jogos. Esses escritos com fichas, escritas com material escrito que ajudam a criança a passar por esse caminho aqui. Mas não acredito que recursos tecnológicos ajudem aqui. O que nos leva a uma conclusão muito triste e muito difícil de resolver... Que é as crianças que estavam
em fase de alfabetização no momento em que o processo de descolonização foi interrompido, que perderam tudo que tinham antes. E conforme o momento, digamos, uma criança estava na sala na fase silábica e aí pronto para ir para casa. Como ele através de material impresso e de atividades mandadas por meio do que foi o que o multi fez no WhatsApp plus para os pais, para a casa da criança. E eu vi mãe com três crianças em casa e, obviamente, com um só celular que recebia atividades diferentes que cada uma estava no ano e ela ficava com
o WhatsApp aqui escrevendo, passando para escrito para poder distribuir nos três filhos que tinham o mesmo prazo para devolver o trabalho. A quinta? Não acredito que seja possível fazer alfabetização através de meios tecnológicos. Tem, deve ter, e eu já vi muitas, muitas brincadeiras no computador que fazem a criança carregar a maleta para casa, levar uma linha, juntar essa sílaba que tá do nada com a outra. E lidando um pouco, mas isso é foco... você tá bem, mas não desenvolve cognitivamente a criança e linguisticamente na compreensão do que é o sistema alfabético. E eu já... lá
vai o tempo em frente, vamos passar rapidamente pelo letramento na cultura do escrito, seu processo de aprendizagem e as possibilidades de uso de recursos digitais. Ou seja, como nossos digitais podem ensinar a criança a, como foi dito antes, a produzir textos e... alergias... pode passar... antes se lembrar desses dois quadros. Então, na cultura digital, é desenvolver práticas sociais de leitura na tela e de produção de textos na tela, né? No computador, no celular, no tablet... seja de coco... pode passar lá e no papel. O texto no papel permite... como ele fica ali na folha de
papel, na página do livro, permite com muito mais facilidade que, primeiro, vem a questão da escolha do texto, né? Que no computador só se o professor puder, ele hoje, escolhe o texto e encontra um texto que tenha nível de complexidade adequado a criança e gênero textual que seja importante que a criança aprenda. Oi! E aí é possível abrir a leitura do texto, a criança ler e, depois, sempre pensando em crianças de 4, 5 a 8 anos, a criança lê na tela contexto e é muito mais difícil do que ler no papel. E é preciso preparar
a leitura deste texto, ainda que seja na tela. As atividades de compreensão e interpretação são muito difíceis na tela, a não ser que você seja tão sofisticado que consiga... é colocar um texto na tela e depois ir fazendo links para perguntas e voltar ao texto e... o outro, e outro... e não iria... não sei... eu não tentaria fazer isso para que ela compreenda e interprete o texto e desenvolva seu vocabulário. As atividades... e outra área em que as pessoas acham que é só que a aliança encontrará sinônimos para as palavras, que o que é a
pior coisa, que dá a ilusão de que uma palavra sinônima da outra é a mesma coisa, que cada palavra tem o seu sentido, o dela, sem sentido próximo à oração. Sinônimas, mas não vamos aqui no livro discutir isso, porque vai nos tomar muito dia. Então, para desenvolver as habilidades, né? Aqui não tem a questão da leitura... né? Pode ser interativa, ou seja, professora lê a criança e aprende, cada um dele... um preço... pode ser independente, a criança lê sozinha. É difícil. É ser... eu vi... tenho uma prova, o que é... em Portugal eles são mais
avançados que nós no letramento, na cultura digital. Então, eu vi uma prova do que é o ENEM deles e de interpretação de texto pelo computador, que é extremamente... com pressa porque a criança vai reagir ao texto. A criança ou jovem... não é para criança, é o jovem... é o texto. Se há alguma coisa, fale mais sobre marketing, cetera... tão falou... e Marte. Pede na margem, clicar em Marte, ela cai em outra tela. E aí, depois, ela volta para cá e vai fazendo links... e... com o texto para entender o texto. O que eles... o trabalho
hoje tira a... Unidade do tempo em Palhoça e as habilidades também me parece que a gente só consegue desenvolver na cultura do Espírito. Pode passar teatro. O Nadson, aqui, por exemplo, lá em Lagoa Santa, a nossa nós não seguimos a base nacional. O que é? Desde que o projeto começou, nós já tínhamos construído as nossas metas e, modéstia à parte, achamos que elas são melhores, mais claras, mais adequadas à criança do que o que está na base nacional, que é muito complicado para séries iniciais, sobretudo. Então, você tem como... como é que você faz para
dizer, para desenvolver aquele pré-escola, 1º ano, 2º ano, 3º ano? A ouvir com atenção a leitura de textos é uma coisa importante. A criança ouvir com atenção, e ela vai ouvir, o computador. O computador vai falar um texto e a gente vai ver se ela está ouvindo com atenção, né? Ler oralmente pequenos textos com fluência e compreensão. Ela vai desse pequeno texto, no computador... Isso cabe aqui nessas colunas. Vocês aí da série são os anos em que cabe cada uma dessas. Não vou falar de todos, porque nós já estamos com tendência, mas qualquer um que
pegue, repetir. Aqui, por exemplo, é identificar o gênero do texto pela configuração gráfica do computador e, conforme o portador é apresentado, sem falar: "Isso é um poema", ou então "Isso é uma tirinha", ou então "Isso é uma publicidade". Então, isso é no computador. É possível colocar diferentes gêneros, mas é desnecessário, porque depois que a criança vai analisar o texto, né, ela o livro. Por exemplo, trabalhar comigo, identificar capa, autor ou ilustrador, né? É diferenciar o discurso direto e discurso indireto no computador, identificar informação explícita, inferir informação implícita. Então, mesmo são habilidades que estão especificamente do
texto na página e não na tela. Oi, tá? Muita coisa que a criança pode fazer na tela, mas ler e interpretar texto na tela me parece extremamente difícil, pouco produtivo e dizer que é necessário, se nós temos papel, se as crianças têm caderno, nós temos livros, né? E passo para o seguinte, favor, ó, e aqui: atenção aos objetivos de produção de textos. O que a gente pode esperar em produção de texto, por exemplo, na pré-escola? Na pré-escola, a criança já pode produzir texto, por exemplo, participa normalmente da produção do texto, como se faz sempre no
começo, os combinados, né? Ou um bilhete para casa para dizer que nós vamos à festa junina. A professora funciona sempre como escriba nesses momentos da pré-escola, oi, e a criança ainda é capaz de escrever frases sobre uma cena, ou uma pessoa, né? E até bilhetes para o Papai Noel, como vocês viram, né? E no primeiro ano, crescem as possibilidades de escrever, mas é simples, sabe? Na produção de texto no computador, a criança, primeiro, vai ter que ter desenvolvimento motor o suficiente para usar o teclado, o que já não é fácil. Ela ter esse desenvolvimento lá
aos 3, 4 anos para usar o lápis, então teclado, e reconhecer as letras no teclado, né? Então, e depois, ver a letra aparecer na tela e bater a letra seguinte. Ele não vejo razão para isso. Isso quando a criança fica mais... talvez se a escola tiver possibilidade de ter uma saúde, computadores para que as crianças aprendam a usar o teclado de computador a partir do 5º ano e tiver um professor para ensinar as crianças a fazer isso... que o quê? Na escola pública está longe de acontecer nada. Então, a produção de texto é da cultura,
é não inscrito, é no papel e pode passar. Bom, então vou logo explicar agora o que é o alfabetário. Acho que vocês viram nos anteriores que sempre tem uma alfabetização junto com letramento, porque, por muito tempo, se pensava: a gente primeiro alfabetiza e depois a criança... Vale, né? Eu já vi professor dizer isso: "Não mexe nos livros, primeiro vão aprender a ler e escrever, depois vocês vão lá no cantinho direito". Não! Aí é aprender a ler e escrever lendo e escrevendo, vendo livros, manipulando livros, frequentando a biblioteca da escola. E, obrigatoriamente, toda escola deve ter
uma biblioteca, de preferência infantil, dedicada à educação infantil e às séries iniciais. Frequência à escola, professora ler histórias, etc. e tal. É tudo isso quem está aqui no aprender: o sistema de escrita ao mesmo tempo. Aquela é acertar lendo e escrevendo textos. Durante a alfabetização, ela tá usando a escrita, depois que ela venceu. Serve primeiro momento de ler e escrever textos. Sempre ela vai usar a escrita para vários fins, para vários gêneros, lavar os interlocutores e ela tá fazendo tudo isso num contexto social e cultural de uso da escrita. Mesmo nas camadas populares, a escrita
e a leitura são muito usadas, né? Desde um pai que lê a conta de água e se assusta, até a mãe que faz a listinha para ir comprar coisas no armazém, no supermercado. Então, ela vê escrita... Enfim, a escrita na nossa sociedade, centrada na escrita, está em toda parte. A criança vive num contexto letrado. Então, isso aqui, os círculos, é para mostrar que é uma coisa, tudo mais ou menos junto, mas aumentando em presença, em uso, né? É por isso que o livro chamou "Fale Para", porque são as atividades. E nós construímos em Lagoa Santa
para um processo de Alfa-letra. Então, esse livro é a minha capa, mas aqui ele, de verdade, a liberdade é editar o relato. O relato dessa... de como fomos desenvolvendo cada uma dessas etapas na fabricação e no letramento das crianças de uma forma progressiva. E eu vou mostrar no próximo elástico. Passa, por favor, o que pode... Ser representado por isso aqui, uma professora que me pediu um, é uma laranja. A última live que eu fiz me foi sugerida com o título de "Sendo Alfabetizar". Fiquei muito feliz com a quase sugestão do PC, que realmente é TCC:
alfabetização com letramento. E aqui, essa figura que é muito usada foi criada por um pesquisador americano e você vem a ter sendo o ler e escrever textos, o letramento. Cada corda dessa é uma coisa que, resumida assim, conheci: os conhecimentos prévios que a criança precisa ter, o conhecimento das estruturas textuais, as habilidades de interpretação, vocabulário. Você vai desenvolvendo tudo isso e descendo numa forma que isso vai se tornando progressivamente internalizado, de maneira que a criança seja capaz de fazer tudo isso de forma segura. A alfabetização é a mesma coisa, vai se tornando progressivamente automática. A
criança escreve de modo mais automático até que as duas se cruzem e a criança chega à leitura competente e à escrita competente. Estamos vendo um trabalho que aqui representa como nós trabalhamos com alfabetização e letramento, e que leva a criança, como diz o subtítulo, àquilo: "Alfabetizar". Não toda criança pode aprender a ler e escrever, e eu tenho convicção disso. Durante 12 anos, nós ensinamos em Lagoa Santa crianças a ler e escrever e vimos que toda criança pode aprender a ler e escrever na cultura do escrito. E agora, espero ter despertado em vocês a importância de
pensar nos efeitos da introdução de recursos tecnológicos nessa fase inicial de aprendizagem da escrita. Quando isso é possível ou quando isso é conveniente? O pressuposto é de que as escolas e as famílias terão equipamentos tecnológicos para que isso seja feito. Desculpa, eu sempre falo mais do que o tempo que me é dado. Quem acompanha minhas lives sabe que é isso: fala, fala, fala. A minha filha colocou um reloginho ali para eu não esquecer do tempo. Espero não ter cansado vocês e, sobretudo, espero ter ajudado a pensar e refletir junto comigo neste momento. Neste momento, que
vai se prolongar de ensino remoto, como é que nós vamos equilibrar o nosso ensino remoto? E em momentos em que ele é impossível, como eu acho que acontece na fase de alfabetização, e em momentos que ele é possível, de acordo com o desenvolvimento cognitivo e linguístico da criança. Muito obrigada. Uma boa tarde para vocês. Saúde para o que vocês desejam agora. E, infelizmente, ou felizmente, nós podemos nos aglomerar neste momento aqui, embora virtualmente. Isso me dá uma grande alegria. Muito obrigada! Bom, obrigada, professora Magda! É sempre um prazer dialogar com você, também por meio dos
seus escritos. Nossos participantes estavam com mais de 4.000 pessoas, ao vivo, dialogando e interagindo com você no chat. São muitos os agradecimentos e os reconhecimentos da sua importância nas reflexões sobre alfabetização e letramento, aquisição da escrita das crianças no processo de alfabetização. Foram muitas perguntas e eu separei apenas duas. Você pode ficar à vontade para tecer algumas reflexões. Eu acredito também que elas já foram, de certo modo, auto respondidas, mas vou fazê-las para que você possa conversar um pouquinho mais com o grupo. Uma pergunta é a seguinte: professora Magda, o alfabeto e a alfabetização, com
o exemplo da pandemia, surgem como um desafio bem maior. De que forma fazer com que este processo aconteça a partir de interações virtuais? A outra pergunta é: como superar a falta de acesso às tecnologias digitais por parte das crianças das escolas públicas municipais e alfabetizá-las, mesmo diante da carência de políticas públicas eficazes para alfabetização? Abrindo a primeira pergunta, eu diria que, por mais que responda na minha apresentação, na impossibilidade de alfabetizar... Não foi isso, Adriana. O alfabeto só foi batizado, com a anemia surgindo como um desafio bem maior. De que forma fazer com que este
processo aconteça a partir de interações virtuais? O que eu tentei mostrar aqui é que é possível na alfabetização. E eu tenho a teimosia de que é possível alfabetizar por meio de tecnologias de ensino. Pode ser, mas não acredito que seja uma alfabetização eficiente, que a criança aprenda bem a alfabetização, porque aprender a usar a alfabetização é aprender um sistema de representação e isso é bastante complexo. Não é a máquina que vai saber fazer isso. Quanto à segunda pergunta, como superar a falta de acesso às tecnologias digitais por parte das crianças das escolas públicas municipais e
alfabetizá-las, mesmo diante da carência de políticas públicas eficazes para alfabetização? Eu acho que é alfabetização dispensando recursos tecnológicos. Como eu disse, acho até que se tem que recusar mesmo esses recursos para alfabetização. Há alguns recursos que são vendidos por algumas empresas, em que o alfabeto vem numa mesa com as letras para a criança, e isso forma palavras. São jogos, e muitos. Há muitos do Mac mesmo que distribuíram uma caixa de excelentes jogos para alfabetização e foram distribuídos para todas as escolas públicas. Então, o que pode ajudar a tecnologia são os jogos. Aqui no livro eu
falei e indiquei várias fontes onde podem ser encontrados esses jogos que as escolas públicas receberam e preservaram. Às vezes é preciso procurar, porque elas não são colocadas disponíveis para os professores. Mas elas também estão em sites de jogos que eu cito e que são bons. Que eu fico aqui no livro "Alfabetização", mas que o processo mesmo de apropriação do sistema alfabético de escrita é a interação do professor. Lago, nesses tempos de pandemia, isso se tornou impossível, essa interação do professor com a criança; uma interação direta e não virtual, né? E o que é que eu
penso aqui? Quando essa pandemia terminar, quando nós pudermos abrir as escolas de novo, no caso da alfabetização, vai ser preciso começar de novo. O primeiro momento será um diagnóstico para ver como estão as crianças e, a partir daí, seguir o desenvolvimento delas. Esse ponto de desenvolvimento, aquelas crianças, é desenvolver a aprendizagem do sistema alfabético. Já mais adiante, quando a criança já domina a leitura e a escrita, pode-se usar os equipamentos. Mas a pergunta é a seguinte: quais equipamentos que não existem nas escolas públicas? Eu não imagino que eles existirão tão cedo; imagino que os prefeitos
e secretários de educação se esforçam para colocar um mínimo necessário nas escolas. Nós temos visto muito bem isso, recursos tecnológicos sendo possíveis e em Henrique, que é do setor de recursos tecnológicos nas escolas, mas os municípios não têm dinheiro para isso. O governo está segurando o dinheiro para os municípios, né? Então, os equipamentos são muito caros, eu não sei quando as escolas terão equipamentos para desenvolver a cultura digital nas escolas públicas. Hahaha! Aquele slide em que eu mostrei os vários níveis de interação. Então, um nível maior tem sido usado com frequência, sobretudo o celular, hoje
em dia. Eu vi uma pesquisa outro dia, um resultado de pesquisa que disse que no Brasil há mais celulares do que habitantes, o que é muito interessante. Sendo, porém, eu, uma que não tem celular, né? Adriana, que eu já disse para ela que eu me recuso a ter celular. Vocês estão vendo que eu tenho uma resistência por causa das tecnologias. Wi-Fi, eu tenho 88 anos de imersão na cultura do escrito, com muita alegria, muita satisfação, muitas recompensas. Mas é nesse contexto que as crianças têm convivido com as tecnologias, sobretudo com celulares. E quando o celular
tem acesso à internet, a criança ainda corre mais. Isso acontece pouco nas camadas populares, e as pesquisas têm mostrado, acho que a pesquisa mesmo que a Adriana participa, tem mostrado que o que tem nas casas das camadas populares é celular, em geral, um só para todo mundo, em geral, um celular sem acesso à internet. Então, essa é uma tecnologia que ajuda pouco no processo educativo. É uma consequência da discriminação social e econômica nesse país, que organiza a população em camadas pobres, sem acesso à tecnologias e, além de tudo, sem acesso a outras coisas até mais
fundamentais. E camadas privilegiadas têm quantas tecnologias querem e quantas representações queriam. Então, é algo muito doloroso. Nesse país, eu digo que, para mim, é muito difícil conviver com essas diferenças sociais, com essas discriminações, com essas injustiças sociais. Nós temos que lutar contra isso, mas não tem sido fácil, né? É só quando nós conseguimos que as camadas populares adquiram melhores condições que as escolas públicas também poderão ter as melhores condições. Nós, na educação, podemos colaborar com isso, um pedacinho pequeno, mas importante que é educando as novas gerações. Educando as novas gerações para que elas tenham condições
de lutar por esses direitos, né? E lutar contra as injustiças sociais e lutar por aquilo que elas precisam ter e não ter. E é isso, Adriana. Bom, obrigada, professora Magda, pelas suas considerações. Já estamos chegando aos momentos finais da nossa live. Eu gostaria de convidá-la, e de convidar a professora Silvana Paulina, que é coordenadora do nosso curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, para se fazer presente aqui nesse palco virtual. Também gostaria de convidar a nossa aluna do curso de Pedagogia, Sérlie Paranhos, para também se fazer presente aqui virtualmente conosco.
E aí, nesse momento, eu passo a palavra para a Gerlane, que tem uma mensagem das colegas residentes do projeto de residência pedagógica da Universidade Federal de Alagoas. Série, você pode se apresentar e conversar com a professora Magda. Oi, boa tarde a todos e a todas. Em primeiro lugar, dizer que é uma grande honra para todos nós estar participando desse momento e jamais a sua fala será cansativa; é uma fala de muita aprendizagem. Acredito que todos que puderam participar aqui saíram muito cheios e reflexivos em toda a fala que a senhora trouxe. Bom, me chamo Chery,
sou estudante de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas, estou no 5º período e também faço parte do programa de residência pedagógica. Venho trazer uma mensagem por meio de uma carta que foi construída pelos alunos da residência pedagógica. Vou iniciar a leitura. É uma grande honra poder ler, além disso, para a senhora, querida professora Magda Soares. É com imenso prazer e com o coração cheio de alegria que escrevemos esta carta para você. É por meio dessas palavras que queremos escrever um pouco sobre como suas obras têm contribuído para o nosso processo de formação inicial para a
docência. Gostaríamos de dizer que o termo alfabetização nunca nos pareceu estranho ou distante, pois, enquanto sujeitos pertencentes a uma sociedade letrada, sempre tivemos acesso ao universo das letras, e desde pequenas vamos inseridas nas práticas de leitura e escrita escolares e não escolares. Mas confessamos que só passamos a compreender sobre as especificidades do processo de aquisição da língua escrita no curso de Pedagogia, com acesso aos seus escritos, os quais nos provocaram inquietações sobre a complexidade desse processo. Processo, e ainda mais, tivemos acesso a um novo termo; termo esse que, para nós, só nos faz associar à
letra. No entanto, fomos apresentados aos seus escritos. É uma palavra familiar, mas que tem um significado próprio a partir de tuas obras, entre elas, alfabetização, a questão de métodos e alfaletrar. A criança pode aprender a ler e escrever, e passamos a entender que alfabetizar não é letrar, e letrar não é alfabetizar. Ah, e também compreendemos que o alfabeto, a leitura e a escrita só fazem parte das práticas sociais. Em supostas ocasiões, é importante refletir sobre a importância de alfabetizar letrando. Como educadores em processo de formação, seremos os responsáveis por mediar o sujeito na aprendizagem da
leitura e da escrita. Também a nós será atribuída a responsabilidade de alfaletrar as crianças, o que nos leva a refletir por meio de tuas obras. Gostaríamos de agradecê-la pelas contribuições diretas à nossa formação inicial e, posteriormente, continuada. Sem dúvida, o conhecimento adquirido através de teus livros tem sido o grande diferencial no nosso processo de aprendizagem da docência, levando-nos à obtenção de novas perspectivas sobre alfabetização e letramento das crianças no Brasil e em Alagoas. De tal modo, nos tornamos melhores profissionais, uma vez que pretendemos pôr em prática a perspectiva do alfaletrar, que é apresentada por meio
de tuas contribuições e reflexões sobre os caminhos a trilhar para a alfabetização das crianças das classes populares no Brasil. Registramos da salinha afirmando que a senhora é uma inspiração para todos nós e deixamos aqui o nosso sincero agradecimento. Muito obrigada, professora Magda. E aí, é muito obrigada, digo eu. Muito obrigada, Shirley. Muito obrigado a você e aos seus colegas. Não leve o meu abraço virtual a todos. Ele é meu abraço virtual. Você, e quanto eu fico feliz de saber que tenho estado junto de você por meio de meus livros. É uma honra estar colaborando para
a formação de vocês. Muito obrigado se queres aplicar a E. Aí é só me ouvindo. Bom, obrigada, Shelly, por trazer essa mensagem do grupo de residentes do Sul do projeto de alfabetização. Agradeço também à professora Magda Soares pela interação com o grupo e dizer que também é uma felicidade, mas para nós mesmos, os vossos textos e dialogarmos com os nossos textos durante as nossas disciplinas é fácil. Nesse momento, passo a palavra para a professora Silvana Paulina, que é coordenadora do curso de pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas e também vice-líder do
grupo Gelit, e dividir comigo a responsabilidade e a condução da reflexão aos nossos orientados. Silvana, você tem a palavra. Obrigada, Adriana. Obrigada, Shirley, pelas palavras. Muito obrigada. E eu estou me perguntando agora o que mais dizer à professora Magda. A partir daquilo que vocês construíram, eu me sinto tão orgulhosa em ver o curso de pedagogia se expressando para a professora Magda, sob a orientação da professora Adriana, que é da residência pedagógica. E poder dizer para a professora Magda o quanto ela chega longe. A gente estava conversando sobre as viagens que você já fez, nas andanças
aí nesse tempo, seu dia de trabalho que depois teve que parar, mas você não parou. Nós todos também tivemos que parar após a pandemia. Mas quero dizer para você que você não está parada, professora! Dizer o quanto eu e onde você está chegando. Hoje, nós aqui em Maceió, mas lendo aqui na pochete, você está de norte a sul, de leste a oeste desse Brasil, em alguns lugares onde possivelmente os professores nunca sonharam; nem sonharam, nem tiveram mesmo a condição de sonhar com a sua presença. E eu acho que eles percebem você tão pertinho, conversando diretamente
com eles. Porque quando você diz assim que aquele professor que não tem o aparelho e aquele professor que tem que pensar no seu estudante que tem somente um celular… Conversando com as professoras aqui do município, ela diz: "Que bom que ela está falando sobre nós e que bom que ela está falando para nós e que bom que ela está falando conosco." Então, são tantas informações! Recomendo ao grupo que ainda está aqui conosco: não foi um tempo cansativo, não. O horário que você nunca passa, pode ter certeza, né, Shirley? Mas recomendo ao grupo retomar o vídeo,
assistindo novamente essa conversa, porque você tratou de pontos extremamente interessantes, como a confusão que nós fazemos sobre o som das letras e o som das palavras. É esse som significativo e este som que somente uma vibração das cordas vocais. Então, essas foram muitas informações e uma oportunidade ímpar. Eu gostei da tarefa que você colocou para nós. Eu fiquei pensando que importante esse momento em que a Magda Soares vem falar conosco e nos dá uma tarefa. Vamos pensar juntos: qual é possível fazer uma ação de ensino e uma ação de aprendizagem para a apropriação da língua
materna em um contexto tão singular em que nós estamos vivendo, superando resistências? Porque quando você diz assim: "Eu não tenho nem celular", eu tive muita resistência; já conversei também contigo sobre isso, sobre as questões da tecnologia. Mas mostrar que você é mesmo um exemplo, o modelo a ser seguido. Então, estar aqui conosco e utilizar as tecnologias para esse momento maravilhoso de reflexão é gratidão, gratidão e muita gratidão. Um bom obrigada. Professora Silvana, você se apaga. Professora Magda, quer falar? Bom, então, professora… Essa meio engasgada com as palavras da Silvana me emocionaram muito, assim como as
de Shirley. Também me emocionaram, né? O grande… Não tem como dizer! Eu agradeço a vocês por me colocarem na sua vida de forma tão amiga. Já estou perto de vocês de alguma forma, né? Aqui virtualmente, eu me senti muito perto de vocês. Não só vocês que estão na tela, mas todos que estão me ouvindo, é porque eu consigo ter a sensação de que estou interagindo com muitas pessoas que estão atrás dessa tela, com quem estou conversando, com quem estou me aglomerando, apesar de ser proibido aglomerar. Então, eu agradeço muito, Silvana, muito obrigada por suas palavras.
Eu tenho que parar a pressão, porque daqui a pouco não dou conta de falar, eu sou muito emotiva. Muito obrigado a vocês! Muito obrigada mesmo. A Professora Magda esteve conosco nesta live, professores da Educação Básica, alfabetizadores, professores da Educação Básica e 12 professores na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, professores pesquisadores de todo o país, nossos colegas, alunos da graduação, entre eles, alunos de programas do Ministério da Educação, objeto de alfabetização, como serviço de residência pedagógica e outros alunos também, estudantes dos cursos de pedagogia e outros cursos de licenciatura. Então, todos estes se agradecem
pelos comentários e pela brilhante fala, por essa aula mágica sobre a qual você nos traz. São pontos importantes a serem retidos quando pensamos na alfabetização e letramento, no papel e na tela. Gostaríamos de comunicar a todos que ainda estão presentes que o sorteio dos dois exemplares doados pela Editora Contexto vai acontecer às 20 horas no site do Gelit, no Instagram do Gelit. E ainda não está concorrendo? Concorrer é o meu livro, que comprei no pré-lançamento, ainda na live da Professora Magda Soares. Não abra! Ele já chegou, já estou com ele aqui. Então, concorram ao nosso
sorteio ao vivo. Agradecimento especial a todos os nossos membros do Gelit, nossos alunos da graduação, orientados da graduação, mestrado e doutorado que também se fizeram presentes e interagiram com o grupo. Oi! Oi a todos os participantes dessa live! O nosso muito obrigado a vocês. Este evento não teria o sucesso que está tendo, então agradeço a vocês. E à Professora Magda Soares, os nossos agradecimentos finais. Como iniciamos a nossa conversa, estávamos emocionados pelo prazer de estar com você virtualmente, de podermos dialogar, ouvir e sairmos daqui com outras provocações, outras curiosidades e com mais vontade ainda de
compartilhar os nossos leitores, esses ensinamentos que você trouxe. Eu desejo a todos muita saúde, já falei: se cuidem e se protejam. Vamos cuidar dos outros e cuidar de nós, para que essa pandemia passe, e que as nossas perdas e danos não sejam tantas até o presente momento. Olá a todos, um forte abraço! E passo as palavras à professora Magda Soares. Há mais alguém que queira também fazer essas últimas reflexões? O meu muito obrigada! E eu só vou dar uma informação para o grupo: professora, nossa Senhora, me permite? Ela foi vacinada, já tomou as duas doses.
É uma boa notícia, já tomei as duas doses! Então, o bichinho não vai me pegar, mas espero eu. Não fico tão alegre como poderia ficar, porque eu quero que a vacina chegue a todos vocês e que logo vençamos esse período e voltemos às nossas salas de aula, das quais sentimos tanta saudade. Então, muito obrigada a todos vocês pelas palavras, pela gentileza e pelo carinho, né? Foi um prazer estar aqui. Essas conversas aliviam o peso da pandemia. Espero que vocês tenham passado esses momentos cumpridos a minha fala, esquecendo também do período difícil que estamos vivendo. Mas,
de que sairemos, sim! Isso passará como tudo passa, né? Então, um abraço muito carinhoso virtual para todos e um muito obrigado à Universidade Federal de Alagoas. E digo que estou ouvindo e parte da conversa. Muito obrigada e um abraço a todos!