menino pobre rejeita dinheiro de um milionário o que ele pediu fez o milionário cair em lágrimas Pedro acordou antes do Amanhecer como fazia todos os dias no pequeno quarto que dividia com seu pai Antônio as paredes eram simples revestidas por um papel de parede antigo que se descascava em alguns pontos revelando o reboco por trás o ar estava frio naquela manhã e o único cobertor fino não era suficiente para afastar o Frio da Madrugada Pedro deslizou para fora da cama com cuidado tentando não fazer barulho para não acordar o pai que dormia em um sono
leve e inquieto Antônio estava doente há meses e o tratamento exigia remédios caros isso havia transformado Pedro de um garoto comum em um pequeno adulto com responsabilidades que nenhuma criança deveria carregar ele se vestiu rapidamente colocando a camiseta gasta e o tênis surrado que já não cabia tão bem enquanto arrumava sua sacola com as frutas que venderia na feira Pedro olhou de relance para o pai que tocia baixinho no sono o rosto de Antônio estava pálido e abatido os olhos mesmo fechados pareciam tensos Pedro sabia que o dinheiro que conseguia com as vendas mal cobria
os custos dos Remédios mas ele precisava continuar tentando com a sacola cheia Pedro saiu de casa em silêncio o sol ainda não havia nascido e as ruas da Periferia estavam envoltas em uma névoa fina que conferia um tom melancólico aquela manhã ele apertou o passo enquanto seus pensamentos eram tomados pela preocupação quando chegaria o dia em que seu pai ficaria bom de novo quando ele poderia ser apenas uma criança mas logo afastava esses pensamentos não havia tempo para se perder Em Sonhos Ao chegar à feira a paisagem era completamente diferente o da vida já se
instalava naquele pequeno mercado a céu aberto os feirantes estavam sempre correndo para montar suas barracas gritando para chamar a atenção dos clientes que mesmo cedo começavam a encher o lugar Pedro sorriu para si mesmo aquele era um dos poucos momentos em que ele se sentia realmente parte de algo maior onde podia esquecer seus problemas ainda que por um breve instante Bom dia Pedro já tá por aqui exclamou Dona Marlene uma senora de cabelos grisalhos e olhos amáveis que vendia verduras na barraca ao lado da de Pedro Bom dia Dona Marlene como sempre né as frutas
não se vendem sozinhas respondeu Ele tentando esconder o cansaço em sua voz Pedro organizou suas frutas com cuidado sempre certificando-se de que as mais frescas estivessem à frente ele havia aprendido a arte de vender na feira com uma habilidade natural seu sorriso sincero e a forma atenciosa com que tratava os clientes conquistavam a confiança de todos que passavam por sua barraca mesmo aqueles que não compravam sempre elogiavam o menino pelo esforço e determinação Hoje essas maçãs estão uma beleza Pedro vou levar umas para casa comentou um senhor idoso enquanto pegava as frutas com mãos trêmulas
pode pegar seu Geraldo tenho certeza de que vai gostar e pode deixar que eu faça um preço especial pro senhor disse Pedro embalando as frutas com cuidado o movimento na feira seguia agitado pessoas indo e vindo conversas ao fundo e Pedro continuava focado em suas vendas mas algo estranho chamou sua atenção no meio da agitação ele ouviu um som metálico distante mas acelerado virou-se na direção do barulho e viu algo que fez seu coração disparar um carro vinha descontrolado pela rua Estreita buzinando deses mas não parecia que o motorista tinha o controle Pedro instintivamente se
colocou na ponta dos pés tentando enxergar o que estava à frente do veículo e então ele viu uma menina provavelmente da sua idade estava parada bem no meio da rua completamente distraída com o celular nas mãos ela não percebia o perigo que se aproximava e O Carro Desgovernado já estava muito perto o tempo pareceu desacelerar sem pensar Pedro largou as frutas que segurava e correu o mais rápido que suas pernas permitiam sentindo a adrenalina pulsar em seu corpo quando estava a poucos passos da menina ele esticou o braço e agarrou seu pulso com força puxando-a
para fora do caminho o carro passou tão perto que o vento da passagem balançou o cabelo de Pedro ele e a menina caíram no chão ela com o rosto em choque sem entender o que acabara de acontecer o impacto do momento fez com que as pessoas ao redor parassem algumas correndo para ajudar outras apenas olhando boquia abertas você você me salvou murmurou a menina os olhos arregalados de incredulidade antes que Pedro pudesse responder um homem alto e bem vestido com os cabelos grisalhos cuidadosamente penteados surgiu correndo entre a multidão era Eduardo o pai da menina
que ao ver a cena desabou em alívio e preocupação ele se ajoelhou ao lado da filha e a puxou para um abraço apertado ainda sem acreditar no que havia acontecido meu Deus Clara você está bem você não se machucou perguntou Eduardo a voz cheia de emoção estou bem pai eu só eu nem vi o carro se não fosse por ele eu disse Clara olhando com admiração para Pedro Eduardo levantou-se os olhos brilhando de gratidão e virou-se para Pedro garoto você Você salvou minha filha eu nem sei como agradecer ele rapidamente tirou a carteira do bolso
pegando um maço de notas e estendendo-o para o menino por favor aceite é o mínimo que posso fazer Pedro olhou para o dinheiro mas sentiu um nó na garganta aquilo não parecia certo ele não tinha feito o que fez por dinheiro seus olhos se voltaram para Eduardo e ele respondeu com firmeza Ainda tentando se recuperar do susto eu não posso aceitar Senhor eu só fiz o que precisava ser feito Eduardo ficou em silêncio por um momento confuso ele insistiu tentando empurrar o dinheiro para o garoto mas Pedro recuou se quer me ajudar tem algo mais
importante que o dinheiro disse ele finalmente respirando fundo Meu pai está muito doente e eu só preciso conseguir o tratamento certo para ele os remédios são caros demais as palavras de Pedro atingiram Eduardo como um golpe inesperado a expressão em seu rosto mudou instantaneamente Ele olhou para o menino como se visse uma versão de si mesmo muitos anos atrás o silêncio entre eles foi interrompido apenas pelo som distante da Feira Eduardo ficou parado observando o garoto diante dele as palavras de Pedro ecoavam em sua mente trazendo de volta memórias que ele havia enterrado há muito
tempo aquela humildade aquela determinação era impossível não se identificar com o menino Eduardo ainda segurando o dinheiro em mãos guardou as notas de volta na carteira sentindo que o pedido de Pedro era algo muito maior do que qualquer quantia em dinheiro poderia cobrir Qual é o nome do seu pai Eduardo perguntou sua voz mais calma e agora Antônio respondeu Pedro ainda com um tom de cautela sem saber o que esperar daquela situação ele era mecânico Mas agora ele mal consegue sair da cama Estou fazendo o que posso para conseguir os remédios Mas é difícil Eduardo
respirou fundo as lembranças de sua própria infância surgindo as dificuldades que ele enfrentou com sua própria família quando ainda era jovem ele sabia como era lutar para sobreviver para garantir que um ente querido tivesse o mínimo necessário seus olhos se suavizaram e ele colocou a mão no ombro de Pedro de forma firme mas Gentil Você tem uma coragem admirável Pedro e eu entendo o que está passando mais do que imagina se me permitir vou ajudar seu pai da maneira certa tenho recursos que podem fazer muito mais por ele do que você poderia conseguir sozinho Pedro
franziu a testa incerto do que Eduardo queria dizer com aquilo o senhor quer ajudar meu pai sua voz estava hesitante sem acreditar completamente no que ouvia sim não só com os remédios mas com o tratamento completo Eu Sou o dono de um hospital na cidade e Posso garantir que ele receba o melhor cuidado possível Eduardo sorriu levemente ao ver a surpresa no rosto de Pedro que parecia lutar para compreender a dimensão daquela oferta E além disso você precisa voltar estudar um garoto da sua idade não deveria ter que se preocupar com tantas coisas Pedro piscou
surpreso com a generosidade que parecia desmedida estudo Hospital era muita coisa para processar de uma só vez ele que até minutos atrás estava vendendo frutas para sobreviver agora estava diante de uma chance que poderia mudar sua vida e a de seu pai mas e se meu pai não melhorar e se eu não conseguir pagar depois Pedro perguntou o medo de criar esperanças falsas já tomando conta de sua mente ele não queria se apegar a uma promessa impossível Eduardo Balançou a cabeça com um olhar Sereno Não se preocupe com isso você só precisa confiar seu pai
vai receber os cuidados que precisa e você terá a chance de viver sua infância como deveria há muito mais na vida além das responsabilidades que carrega agora Clara que havia ficado em silêncio até então olhou para Pedro com um sorriso encorajador vai ser bom Pedro eu estudo em uma escola Ótima e você pode ir comigo posso te ajudar a se adaptar vai ver que tudo vai melhorar disse a garota tentando aliviar o peso daquela decisão Pedro olhou para ela ainda tentando assimilar a situação as palavras gentis de Clara eram reconfortantes mas o medo de desapontar
seu pai e a si mesmo continuava pesando sobre ele no entanto algo dentro dele dizia que talvez aquela fosse a chance pela qual ele esperava há tanto tempo mesmo que não soubesse como aceitar essa nova realidade eu não sei o que dizer começou Pedro a voz trêmula de emoção se o senhor realmente puder ajudar meu pai eu aceito eu só quero vê-lo bem de novo Eduardo sorriu com um alívio contido Ótimo vamos resolver isso Pedro vamos garantir que seu pai receba o melhor tratamento e que você tenha a chance de ser quem realmente deve ser
ele se virou pegando o celular do bolso vou fazer algumas ligações agora mesmo dentro de uma hora uma equipe médica vai estar na casa de vocês tudo vai começar a mudar Pedro não acreditava no que ouvia tudo estava acontecendo rápido demais ele ficou parado olhando para Eduardo enquanto ele ele falava com alguém ao telefone arranjando tudo de forma imediata Clara ao seu lado mantinha um sorriso suave observando Pedro com empatia você fez algo incrível hoje disse Clara sua voz tranquila salvou minha vida e agora seu pai também vai ter a chance de ser salvo isso
é o destino não acha Pedro olhou para ela ainda com os pensamentos confusos mas sentindo uma centelha de esperança acender dentro de si eu só fiz o que Qualquer um faria respondeu sem querer exagerar o que havia feito Clara riu suavemente Talvez Mas de qualquer forma Fico feliz que tenha sido você agora vamos fazer com que tudo dê certo para seu pai pouco tempo depois Eduardo desligou o telefone e voltou a falar com Pedro já está tudo acertado a equipe médica vai até sua casa dentro de uma hora você me leva até lá para conhecermos
seu pai Pedro assentiu ainda atordoado com a virada repentina dos acontecimentos aquele seria o início de uma nova jornada uma que ele jamais imaginara viver Pedro caminhava ao lado de Eduardo e Clara pelas ruas que levavam até sua casa o silêncio pairava entre eles apenas quebrado pelos sons distantes da feira que ficava para trás Pedro mantinha o olhar fixo no chão de paralelepípedos seus pensamentos confusos demais para formar palavras a proposta de Eduardo era inacreditável mas ainda assim uma parte de Pedro não conseguia Se permitir acreditar completamente a vida havia sido tão dura que ele
já não sabia se conseguia confiar em uma boa notícia sem esperar que algo desse errado logo em seguida Eduardo por outro lado observava o menino com atenção havia algo em Pedro que o tocava profundamente talvez fosse a coragem ou a determinação que no garoto ou quem sabe o reflexo de seu próprio passado Eduardo quando jovem também conheceu a dureza da vida mas a fortuna havia lhe sorrido após muitos anos de luta ele sabia o que era batalhar para sobreviver e isso o fazia querer ajudar Pedro de uma maneira que fosse mais do que caridade Clara
caminhava alguns passos atrás quieta observando a paisagem que aos poucos se transformava as ruas da Periferia eram bem diferentes de sua realidade e isso a fazia refletir sobre como a vida podia ser injusta para alguns ela sentia um misto de admiração e compaixão por Pedro e algo dentro dela despertava uma vontade de ajudá-lo não só por causa do que ele havia feito por ela mas porque de alguma forma parecia a coisa certa a se fazer chegando à casa de Pedro Eduardo não pode deixar de notar o estado da pequena construção as paredes eram de tijolos
à vista algumas rachaduras se espalhavam pelas extremidades e o telhado parecia precisar de reparos urgentes Era um lar humilde com um pequeno Jardim mal cuidado na frente Pedro parou diante da porta respirando fundo antes de entrar ele ainda não tinha certeza de como seu pai reagiria a toda essa novidade Aqui é onde moramos disse Pedro com um tom tímido na voz ele abriu a porta devagar revelando o interior simples da casa o espaço era apertado com móveis velhos e desgastados mas tudo estava limpo e bem organizado o cheiro de chá de ervas vinha da cozinha
onde uma chaleira fervia lentamente no fogão o lugar de vocês tem muita alma comentou Eduardo observando cada detalhe com um olhar respeitoso Às vezes o que importa não é o tamanho ou o luxo mas o amor e o esforço que colocamos no que temos Pedro sorriu agradecido pelas palavras de Eduardo ele sabia que a casa estava longe de ser perfeita mas era tudo que ele e seu pai tinham ele se aproximou do quarto onde Antônio estava descansando e com cuidado bateu de leve na porta Pai sou eu cheguei com um amigo disse Pedro abrindo a
porta devagar o quarto era pequeno e pouco iluminado com apenas uma cama de solteiro e uma mesinha ao lado Antônio estava deitado os olhos meio abertos a respiração ainda pesada mas ele sorriu ao ver o filho entrar mesmo abatido pela doença havia um brilho em seus olhos que mostrava o quanto ele amava e se orgulhava de Pedro amigo repetiu Antônio com a voz rouca tentando se sentar na cama mas sem forças suficientes Pedro se apressou em ajudá-lo apoiando seu pai com cuidado Eduardo que observava a cena de perto se aproximou Antônio Meu nome é Eduardo
começou ele com um tom de voz Eu soube da sua situação através do Pedro e quero que saiba que vou ajudar você a se recuperar vou garantir que receba o melhor tratamento médico e seu filho vai poder estudar sem se preocupar com mais nada Antônio olhou de Eduardo para Pedro Ainda tentando processar o que estava ouvindo mas eu não posso pagar por isso disse ele com a voz baixa e cansada como se cada palavra fosse um esforço Eduardo sorriu gentilmente e Balançou a cabeça não estou pedindo nada em troca quero fazer isso porque você merece
e o Pedro é um garoto incrível ele salvou a vida da minha filha hoje é o mínimo que posso fazer para retribuir Antônio olhou para Pedro com olhos marejados ele sempre soube que o filho era especial mas ouvir de um estranho o reconhecimento de sua coragem fez com que as lágrimas finalmente rassem por seu rosto ele tentou falar mas a emoção o impediu Pedro por sua vez sentiu um nó na garganta ao ver o pai tão emocionado pai vai dar tudo certo disse Pedro tentando conter a própria voz trêmula o senhor vai melhorar eles vão
te ajudar Clara que observava tudo de canto sentiu um aperto no coração ao ver o amor entre pai e filho era algo que mesmo em sua vida de conforto e segurança ela nunca tinha presenciado tão de perto ela sabia que seu pai estava certo ao querer ajudar aquela família enquanto conversavam uma equipe médica chegou à casa trazendo equipamentos e medicamentos eles examinaram Antônio com profissionalismo e cuidado enquanto Eduardo explicava a situação o quarto pequeno ficou ainda mais apertado com a movimentação dos médicos mas Pedro assistia tudo com uma mistura de alívio e nervosismo era difícil
acreditar que depois de tanto tempo lutando sozinho agora havia pessoas que realmente poderiam mudar a situação Vai ficar tudo bem disse um dos médicos após verificar os sinais vitais de Antônio com o tratamento adequado ele tem grandes chances de recuperação as palavras do médico foram um alívio imenso para Pedro Ele olhou para Eduardo que estava ao lado da cama de seu pai observando tudo com uma expressão séria mas também esperançosa Pedro sabia que ainda havia um longo caminho pela frente Mas pela primeira vez em muito tempo ele sentiu que não estava mais sozinho Antônio ainda
emocionado segurou a mão do filho com força você é minha força Pedro disse ele com a voz entrecortada eu não sei como te agradecer por tudo o que fez por mim Pedro apertou a mão de seu pai segurando as lágrimas que insistiam em querer sair eu só fiz o que tinha que fazer pai agora é sua vez de melhorar vamos sair dessa junta Eduardo observando aquela cena familiar sentiu algo que não conseguia explicar completamente havia uma conexão entre aquela família e a dele que ia além da gratidão ele não sabia exatamente o que era mas
sabia que precisava continuar ajudando aquele era apenas o começo com o passar dos dias a casa de Pedro passou a ser frequentada por médicos e enfermeiros do hospital de Eduardo o tratamento de antnio havia começado e primeiras reações ao novo regime de medicamentos mostravam sinais de esperança Pedro apesar de ainda se preocupar com a saúde do pai começou a experimentar uma nova realidade as longas manhãs na feira agora eram substituídas por horas de estudo algo que ele não fazia há muito tempo Eduardo havia cumprido sua promessa não só ofereceu o tratamento completo A Antônio como
também fez questão de que Pedro Voltasse a estudar ele o matriculou em uma das melhores escolas da cidade a mesma em que Clara estudava mas para Pedro o desafio da escola era mais difícil do que imaginava Acostumado à feira e à sua realidade humilde ele sentiu o peso da exclusão desde o primeiro dia na manhã em que começou as aulas Clara estava ao seu lado caminhando junto com ele até a Escola Pedro usava roupas simples que contrastavam com os uniformes impecáveis e as mochilas de marcas caras do Outros alunos ao entrarem no prédio da escola
ele sentiu os olhares de julgamento e coxixos ao redor não eram olhares de curiosidade mas de reprovação o chão parecia se abrir sob seus pés a cada passo que dava Não se preocupe com eles disse Clara tentando animá-lo a maioria aqui é mimada não sabe metade das coisas que você já passou se te olharem torto é só porque não entendem Pedro sorriu de leve mas o nó no estômago não desapareceu ao caminhar pelos corredores ouviu comentários baixos que o atingiam como um soco Quem é esse Parece que saiu de um filme de pobre murmurou um
garoto alto com um grupo ao redor Será que ele sabe o que é uma escola de verdade respondeu uma menina de cabelos loiros rindo de forma Cruel Pedro engoliu seco tentando Ignorar as palavras que reverberava em sua mente ele estava acostumado a enfrentar desafios mas esse tipo de cruel era novo para ele Clara lançou um olhar de advertência para o grupo de alunos Mas eles simplesmente ignoraram o ambiente de Pedro na escola estava longe de ser acolhedor na sala de aula o sentimento de exclusão continuou ele se sentou sozinho em uma das últimas carteiras enquanto
os outros alunos pareciam fazer questão de mantê-lo à margem Clara tentando ajudá-lo sentou-se ao seu lado mas sabia que a adaptação de Pedro não fácil as diferenças de vida entre ele e os outros alunos eram gritantes e isso parecia alimentar o preconceito as aulas começaram e Pedro apesar do nervosismo tentou focar no conteúdo ele sempre gostou de aprender e agora que tinha essa oportunidade queria fazer o melhor o professor de Literatura um homem alto e com voz grave entrou na sala com livros em mãos e começou a falar sobre o tema do dia histórias de
vida cada aluno deveria compartilhar algo sobre sua própria história o pedido do professor Foi recebido com entusiasmo pela maioria dos alunos todos começaram a falar sobre suas viagens suas casas luxuosas os carros de suas famílias experiências que Pedro mal conseguia imaginar conforme as histórias se desenrolavam ele se sentia cada vez mais deslocado não era parte daquele mundo quando chegou a vez de Pedro o silêncio tomou conta da sala todos os olhares estavam sobre ele aguardando para ouvir o que aquele garoto simples tinha a dizer Pedro respirou fundo seu coração acelerado mas decidiu que seria sincero
não tinha nada a perder meu nome é Pedro começou ele tentando manter a voz firme eu não tenho muito o que contar sobre viagens ou coisas assim na verdade até pouco tempo atrás eu nem sabia se ia conseguir estudando eu vendia frutas na feira para comprar os remédios do meu pai que estava doente ele ainda está eu não sou como vocês mas estou aqui porque uma pessoa me deu uma chance e essa chance é o que me faz acreditar que tudo pode mudar o silêncio na sala se tornou ainda mais pesado o professor visivelmente emocionado
fez um gesto para que Pedro continuasse eu sei que não pareço me encaixar aqui continuou Pedro em volta para os rostos surpresos mas não estou aqui para impressionar ninguém só quero aprender e talvez no futuro poder ajudar meu pai e outras pessoas como eu Clara que estava ao lado dele sorriu com orgulho enquanto os olhos de alguns alunos começavam a marejar as palavras de Pedro tinham um Impacto Profundo revelando uma força e coragem que nenhum deles havia conhecido antes aquilo não era apenas uma história de vida era um de que Enquanto uns lutavam para ter
mais outros lutavam apenas para sobreviver o professor claramente emocionado quebrou o silêncio Pedro Obrigado por compartilhar sua história conosco isso é mais do que uma lição de vida é uma verdadeira demonstração de coragem e resiliência os colegas de classe que antes o olhavam com desdém agora tinham outra expressão no rosto não era mais desprezo ou indiferença mas sim respeito Pedro que entrou naquela escola sentindo-se deslocado agora começava a perceber que a verdadeira força não estava nas roupas que vestia ou no dinheiro que tinha mas na determinação de seguir em frente apesar de tudo ao final
da aula alguns alunos se aproximaram de Pedro ainda sem palavras mas com olhares de reconhecimento um deles com as mãos trêmulas tocou no braço de Pedro e disse baixinho eu não sabia Me desculpa por antes Pedro apenas acenou com a cabeça sem guardar rancor ele sabia que as coisas seriam difíceis mas aquela era a primeira vez que sentia que talvez pudesse começar a ser visto de forma diferente Clara ao seu lado olhou para ele com um sorriso largo eu te disse eles só precisavam te conhecer de verdade Pedro sorriu de volta ainda vai levar um
tempo para eu me acostumar com tudo isso mas acho que consigo e pela primeira vez desde que pisara naquela escola ele começou a acreditar que talvez estivesse certo o tempo foi passando e as coisas começaram a se ajustar para Pedro na escola embora ainda houvesse olhares e sussurros ocasionais sua história havia tocado o coração de muitos ele agora fazia parte de pequenos grupos de estudo e alguns alunos que antes o ignoravam passaram a conversar com ele no intervalos Clara sempre estava por perto garantindo que Pedro tivesse o suporte necessário para enfrentar aquele novo ambiente eles
se tornaram mais próximos e a amizade que floresceu entre os dois se fortaleceu com o passar dos dias entretanto apesar do novo mundo que se abria para Pedro na escola sua preocupação principal ainda era com seu pai Antônio continuava com o tratamento e embora os médicos garantissem que eles estava melhorando a recuperação parecia lenta Pedro a cada noite ia até o quarto do pai E conversava com ele sobre seu dia descrevendo as aulas os novos amigos e até mesmo os desafios que enfrentava Antônio escutava tudo com atenção às vezes fechando os olhos por cansaço mas
sempre sorrindo ao ouvir a voz do Filho você está crescendo Pedro eu tenho tanto orgulho de você disse Antônio certa noite com a voz fraca mas cheia de ternura ele estendeu a mão e tocou o rosto do filho tentando esconder a preocupação que sentia logo vou estar melhor e a gente vai poder voltar à vida normal Pedro sentiu um nó na garganta ele sabia que o pai estava se esforçando para se recuperar mas a ideia de voltar à vida normal o assustava o trabalho pesado na feira as dificuldades financeiras tudo parecia tão distante agora que
Ele começava a vis um futuro diferente algo que nunca havia imaginado possível naquela noite depois de colocar seu pai para descansar Pedro ficou acordado por mais tempo refletindo sobre tudo o que tinha acontecido até ali não conseguia evitar a sensação de que algo grande estava prestes a mudar mas não sabia exatamente o qu era como se sua vida estivesse em uma Encruzilhada e cada passo que dava o levava para uma direção conhecida no dia seguinte ao chegar à escola Clara o encontrou no portão como de costume eles caminhavam juntos até a sala de aula conversando
sobre os deveres da semana e as próximas atividades escolares Ei Pedro tem uma coisa que queria te perguntar faz tempo Clara disse de repente com um olhar curioso no rosto Você nunca falou muito sobre sua família só sei do seu pai você tem mais parentes a pergunta pegou Pedro de surpresa ele nunca falava sobre isso nem com Clara nem com ninguém o fato era que desde que se lembrava era apenas ele e o pai não tinha avós tios ou qualquer outro parente por perto na verdade não é só eu e meu pai mesmo nunca conheci
minha mãe e meu pai não fala muito sobre o resto da família respondeu Pedro tentando não parecer desconfortável com o assunto Clara franziu a testa como se estivesse pensando em algo importante é estranho né Sempre achei que a gente sempre tem mais família por aí mesmo que a gente não saiba onde Pedro deu de ombros tentando encerrar a conversa Talvez mas para mim só o meu pai importa ao longo daquele dia as palavras de Clara ficaram ecoando na cabeça de Pedro ele nunca havia pensado muito sobre sua família além de seu pai mas a curiosidade
agora começava a crescer Quem eram seus avós Será que tinha tios ou primos em algum lugar E por que seu pai nunca falava sobre isso enquanto Pedro lidava com esses pensamentos Eduardo também estava em busca de respostas ele vinha acompanhando de perto o tratamento de Antônio e se afeiçoar profundamente a família do garoto no entanto algo no passado de Antônio o intrigava havia uma sensação persistente de que ele conhecia aquele homem de algum lugar mas não conseguia lembrar de onde Eduardo havia pedido a um amigo investigador que fizesse uma pesquisa mais profunda sobre Antônio ele
sabia que isso poderia suar invasivo mas sentia que era importante havia algo naquela história que precisava ser esclarecido algo que o instigava a olhar além da superfície dias depois enquanto Eduardo estava em seu escritório O Telefone Tocou era o investigador Eduardo encontrei algo que você vai querer ver disse a voz do outro lado da linha acontece que seu amigo Antônio não é tão desconhecido Assim na verdade ele tem uma conexão muito mais próxima com você do que imagina Eduardo ficou em silêncio o coração batendo mais rápido do que está falando perguntou com a voz tensa
Antônio ele é seu irmão disse o investigador o nome dele era diferente quando vocês eram crianças mas depois que se separaram ele mudou tenho certeza de que é ele as datas batem as fotos tudo a revelação caiu sobre Eduardo como uma bomba seu irmão o Irmão de quem havia sido separado na infância por brigas familiares e dificuldades financeiras ele mal podia acreditar as lembranças da infância vieram à tona inundando sua mente com imagens de um tempo distante de uma dor antiga que ele havia se forçado a enterrar sem pensar duas vezes Eduardo pegou o telefone
e discou para Pedro pedindo que ele e Antônio viessem até sua casa naquela mesma noite ele sabia que aquela era uma conversa que não podia esperar quando Pedro chegou em casa Naquela tarde encontrou o pai já sentado à mesa algo que não via há meses Pedro o Senor Eduardo quer nos ver esta noite disse Antônio sem entender muito bem o motivo do convite Pedro assentiu Sem questionar sabia que de alguma forma Eduardo estava envolvido em algo importante e por mais que não soubesse o que era confiava nele naquela noite quando Pedro e Antônio chegaram à
casa de Eduardo o ambiente parecia diferente Eduardo os recebeu com uma expressão que misturava surpresa e emoção ele se aproximou de Antônio os olhos brilhando com lágrimas que ele tentava conter antnio nós temos uma história antiga uma história que você talvez não se lembre mas eu me lembro muito bem começou Eduardo a voz vacilando nós éramos crianças fomos separados Você é meu irmão as palavras de Eduardo pairaram no ar pesadas como se tivessem o poder de parar o tempo Pedro olhava para o pai incapaz de compreender completamente o que havia acabado de ouvir Antônio por
sua vez parecia congelado no lugar seus olhos estavam fixos em Eduardo mas havia uma névoa de confusão e incredulidade neles os segundos passaram e o silêncio entre eles só aumentava a atenção Pedro sentindo o coração bater forte no peito finalmente rompeu o silêncio pai o que ele está dizendo você é irmão do Senhor Eduardo a voz de Pedro saiu baixa hesitante como se ele tivesse medo da resposta Antônio ainda atordoado piscou várias vezes como se tentasse processar a revelação ele parecia prestes a falar mas as palavras não saíam seus olhos estavam marejados e ele respirava
com dificuldade como se tivesse sido jogado de volta a um passado que há muito tentava Esquecer Eduardo deu um passo à frente tentando aliviar a tensão Antônio eu sei que é muita coisa para processar eu também demorei a acreditar disse Eduardo com um tom gentil e reconfortante mas eu encontrei as provas as datas as fotos e quando te vi pela primeira vez algo dentro de mim me disse que eu te conhecia eu só não sabia de onde até agora o olhar de Antônio finalmente se desfez da névoa e pousou sobre Eduardo de forma mais firme
ele passou a mão pelo rosto tentando conter as lágrimas que insistiam em surgir você é você mesmo Eduardo meu irmão sua voz saiu rouca cheia de emoção reprimida Eduardo assentiu com lágrimas nos olhos Sim sou eu nós fomos separados há tantos anos nossos pais morreram e a vida nos jogou para lados opostos eu nunca soube o que tinha acontecido com você Antônio Balançou a cabeça lutando para não ceder as emoções que ameaçavam tomar conta de si eu eu também não sabia me colocaram em uma família de acolhimento e de lá as coisas foram difíceis mudei
meu sobrenome para esquecer para tentar recomeçar mas Eduardo eu nunca te esqueci Pedro que observa aquela troca sentiu uma mistura de choque e esperança crescer dentro de si ele nunca havia imaginado que sua família pudesse ser maior do que ele e o pai e de repente ali estava diante de seus olhos uma história que ele não conhecia mas que parecia destinada a vir à tona ele deu um passo à frente olhando de Eduardo para Antônio sem saber o que dizer a emoção no ar era palpável Eduardo aproximou-se mais colocando a mão no ombro de Antônio
com uma expressão de afeto Genuíno Nós perdemos tanto tempo meu irmão mas agora agora podemos recomeçar podemos ser uma família de novo Antônio deixou escapar um soluço baixo a barreira emocional finalmente cedendo as lágrimas rolaram pelo seu rosto enquanto ele se inclinava para abraçar Eduardo foi um abraço silencioso mas que carregava anos de dor separação e saudade não expressa Pedro ficou parado observando aquele momento sentindo seu coração se encher de algo que não sabia nomear era como se de repente todas as dificuldades que ele e seu pai enfrentaram fossem colocadas em perspectiva Clara que estava
ali observando a cena sentiu um nó na garganta ela sempre soube que algo especial cercava aquela família mas a magnitude do que estava acontecendo a tocou profundamente ela se aproximou de Pedro sorrindo para ele de forma reconfortante parece que você ganhou mais do que imaginava Pedro disse ela baixinho Pedro olhou para a Clara seus olhos brilhando de Lágrimas que ele tentava conter eu eu nem sei o que dizer tudo isso é muito ele respirou fundo tentando processar a enchurrada de Emoções Eduardo e Antônio finalmente se separaram do abraço mas ainda estavam de mãos dadas como
se temessem que a conexão fosse Se romper se soltassem Eduardo ainda com a voz embargada olhou para Pedro Pedro Isso significa que você é meu sobrinho e mesmo sem saber já te admirava muito você tem uma força incrível garoto Pedro emocionado sabia o que responder ele apenas sorriu ainda meio sem acreditar seu mundo que antes parecia tão pequeno e cheio de limitações agora parecia expandir-se diante de seus olhos e no centro de tudo estava seu pai um homem que ele sempre viu como seu único apoio mas que agora se conectava a uma história muito maior
Antônio recuperando o fôlego olhou para Pedro com um misto de Orgulho e arrependimento eu deveria ter te contado mais sobre o passado filho mas a dor era grande demais nunca pensei que encontraria meu irmão de novo Pedro se aproximou do pai pegando sua mão com carinho pai está tudo bem eu sei que você fez o que achou melhor e agora agora a gente pode seguir em frente Eduardo limpando as últimas Lágrimas de seu rosto sorriu para os dois vocês não estão mais sozinhos daqui para frente nós vamos cuidar uns dos outros quero que saibam que
minha casa é a casa de vocês Somos uma família e quero que essa conexão nunca mais se perca o ambiente parecia carregado de emoção Mas também de uma sensação de alívio a dor do passado não desaparecia mas era suavizada pela Promessa de um futuro juntos Clara ao lado de Pedro sentiu uma conexão ainda mais profunda com ele como se o destino deles Estivesse se entrelaçando de uma forma muito maior do que ela já jamais poderia imaginar Pedro olhou para o pai para o tio recém-descoberto e para Clara pela primeira vez ele sentiu que havia um
Novo Horizonte se abrindo diante de seus olhos não era mais apenas ele e o pai contra o mundo agora ele tinha uma família maior pessoas que se importavam e que estavam prontas para enfrentar o que quer que viesse pela frente naquele momento em meio às lágrimas abraços e sorrisos Pedro percebeu que a vida apesar de suas reviravoltas inesperadas estava lhe dando uma chance de recomeçar de viver algo que ele nunca havia sonhado E com isso veio a certeza de que o Futuro por mais incerto que fosse traria muitas outras descobertas e momentos de União que
ele nunca esqueceria os dias que se seguiram a grande revelação foram um turbilhão de emoções para Pedro Antônio e Eduardo a realidade de que não estavam mais sozinhos começou a se assentar e pela primeira vez eles sentiram que poderiam deixar o passado para trás o hospital de Eduardo cuidava de Antônio com mais dedicação do que nunca e ele mostrava melhoras constantes voltando lentamente à Vida que tanto almejava Pedro por sua vez estava cada vez mais integrado à escola e sua nova rotina naquela manhã Pedro se preparava para mais um dia de aulas mas dessa vez
havia uma diferença ao sair de casa ele encontrou Eduardo parado na porta com um sorriso no rosto posso te acompanhar até a escola hoje perguntou o tio com um tom leve Pedro ficou surpreso mas sorriu de volta Claro tio vai ser bom enquanto caminhavam juntos pelas ruas que agora Pedro conhecia bem Eduardo não pode deixar de notar o quanto o sobrinho havia amadurecido havia algo de especial naquele menino que o tocava profundamente [Música] em silci por um tempo até que Eduardo finalmente quebrou o silêncio com uma pergunta que H Dias rondava sua mente Pedro Você
já pensou no que quer fazer no futuro sei que agora tudo mudou de repente mas você tem sonhos além da Escola Pedro olhou para o tio sentindo o peso da pergunta a verdade era que até pouco tempo atrás ele mal podia dar ao Luo de sonhar sua preocupa que seu pai ficasse bem mas agora com as portas se abrindo ele começou a considerar possibilidades que nunca tinham cruzado sua mente antes eu não sei tio começou ele pensativo eu sempre achei que ia passar a vida ajudando meu pai talvez trabalhando na feira ou algo assim mas
agora com tudo isso acontecendo Eu sinto que tenho uma chance de fazer algo diferente só não sei o Eduardo assentiu compreensivo eu entendo quando eu tinha a sua idade também não sabia o que queria o importante é que agora você tem escolhas e isso é mais do que muitos têm o que quer que você decida Pedro eu vou estar aqui para te apoiar Pedro sorriu sentindo-se reconfortado pelas palavras do tio havia algo de tranquilizador em saber que ele não precisava enfrentar o futuro sozinho eles continuaram caminhando conversando sobre triviais até chegarem à escola Clara estava
lá como sempre esperando Pedro na entrada Oi Pedro Oi Senor Eduardo disse Clara sorrindo ao ver os dois juntos Oi Clara respondeu Pedro com um sorriso sincero Esse é meu tio ele quis me acompanhar hoje Clara olhou para Eduardo surpresa tio Ah então por isso que você estaão misterioso nos útimos iso é incv Eduardo Rio vendo a empolgação da garota Sim sou o tio perdido acho que minha fama já me precede Ele olhou para Pedro e Clara com carinho bom vou deixar vocês irem para a aula aproveitem o dia enquanto Eduardo se afastava Clara olhou
para Pedro com curiosidade Então como está sendo isso tudo deve ser uma loucura descobrir que você tem um tio milionário Pedro riu nervoso Ainda tentando se acostumar com a ideia é estran para ser sincero nunca pensei que a minha vida fosse mudar assim mas estou começando a me acostumar Clara deu um leve empurrão no ombro de Pedro sorrindo vai ser uma aventura e tanto e pelo jeito você não vai mais enfrentar nada sozinho os Dois Entraram na escola juntos e o dia seguiu seu curso habitual mas Pedro não conseguia parar de pensar nas palavras de
Eduardo pela primeira vez ele se permitiu sonhar pensar em um futuro que não estivesse limitado pelas circunstâncias que o cercavam a ideia de ter um mundo de possibilidades diante de si era ao mesmo tempo excitante e assustadora à noite de volta em casa Pedro se sentou ao lado de seu pai que estava lendo um jornal na cama algo que não fazia há muito tempo Antônio parecia mais forte a cada dia e isso trazia a Pedro um conforto que ele não sabia que precisava Pai o senhor já pensou no que quer fazer quando melhorar de vez
perguntou Pedro sentindo que o momento era apropriado Antônio baixou o jornal e olhou para o filho com um sorriso leve Tenho pensado muito nisso filho acho que quando estiver bem o suficiente quero voltar a trabalhar como mecânico não por necessidade mas porque gosto e também quero aproveitar mais o tempo com você sinto que perdi muitas coisas nos últimos anos Pedro sentiu um aperto no peito ao ouvir as palavras do pai ele soube que seu pai carregava o peso da doença com um certo senso de culpa como se o fato de estar doente tivesse tirado algo
deles mas Pedro nunca o culpou por nada disso pai não importa o que a gente tenha perdido o importante é que agora a gente tem tempo e eu também tenho pensado sobre o futuro Ainda não sei o que quero mas estou começando a entender que posso sonhar com algo diferente Antônio sorriu estendendo a mão para o filho você vai descobrir Pedro e quando descobrir vou estar ao seu lado como sempre estive Pedro apertou a mão do pai sentindo-se grato por tudo que havia mudado nos últimos meses era um novo começo um que ele jamais havia
previsto e Enquanto Pensava no futuro pela primeira vez em muito tempo ele sentiu que poderia ser qualquer coisa que quisesse os dias seguintes foram marcados por encontros familiares conversas sobre o passado e planos para o futuro Eduardo fazia questão de estar presente criando laços cada vez mais fortes com Pedro e Antônio a relação entre eles crescia a cada dia e pouco a pouco as cicatrizes do passado iam sendo curadas e assim uma nova vida começava a se formar com esperança possibilidades e acima de tudo com a certeza de que a família mesmo que distante por
tanto tempo sempre encontra uma maneira de se reunir osas continuavam a passar e com o passar do tempo as peças da vida de Pedro pareciam finalmente se encaixar seu pai Antônio estava visivelmente mais forte quase recuperado totalmente da doença que havia ameaçado tirá-lo de Pedro o tratamento no Hospital de Eduardo estava funcionando de maneira exemplar e a relação entre os dois irmãos se fortalecia a cada dia Pedro por sua vez seguia sua rotina na escola agora mais confiante e integrado ao ambiente Clara continuava a ser sua amiga Leal sempre ao seu lado e os olhares
preconceituosos que antes o perseguiam começaram a se transformar em respeito entretanto algo ainda incomodava Pedro as conversas sobre o passado de sua família as histórias que seu pai e Eduardo contavam aos poucos como peças de um quebra-cabeça inacabado não o deixavam em paz havia lacunas na narrativa de memórias que não faziam sentido para ele quem era sua mãe porque nunca falavam dela Pedro nunca Havia perguntado diretamente mas agora com as revelações sobre seu tio e o reencontro familiar ele sentia que essa era uma peça importante que faltava numa tarde tranquila Pedro estava na varanda de
sua casa olhando para o céu Antônio que começava a retomar sua rotina Com mais vigor aproximou-se e sentou-se ao lado do filho o silêncio entre eles era confortável mas Pedro sentia que havia chegado o momento de fazer a pergunta que o incomodava pai começou Pedro sua voz baixa mas firme eu sei que nunca perguntei isso mas e a minha mãe quem era ela por que nunca falamos sobre ela Antônio pareceu paralisar por um momento a pergunta que ele provavelmente temia por tantos anos finalmente havia sido feita seus olhos que antes estavam cheios de alegria pela
recuperação agora mostravam um peso antigo uma dor que ele havia carregado em silêncio por muito tempo ele suspirou profundamente como se estivesse reunindo forças para falar Pedro começou Antônio olhando para o horizonte sua mãe ela foi a pessoa mais especial que eu já conheci quando nos conhecemos nossa vida era diferente eu ainda trabalhava como mecânico e ela bem ela era uma mulher cheia de sonho e luz nós nos apaixonamos rapidamente e pouco tempo depois você nasceu foi a época mais feliz da minha vida Pedro observava o pai com atenção sentindo uma mistura de Emoções ele
podia ver a dor no rosto de Antônio mas também notava o amor genuíno em suas palavras mas o que aconteceu com ela por que ela nunca esteve aqui Antônio fechou os olhos por um instante como se precisasse se preparar para o que viria a seguir sua mãe ficou doente Pedro assim como eu mas o caso dela foi muito mais grave ela lutou por muito tempo mas não conseguimos salvá-la eu fiquei sozinho com você e acho que acho que nunca soube lidar bem com essa perda foi por isso que nunca falamos sobre ela não porque eu
queria esconder mas porque a dor era grande demais Pedro sentiu um nó na garganta ao ouvir aquilo uma parte de sempre soube que a ausência da mãe tinha uma razão dolorosa mas ouvir a verdade direta de seu pai era como uma ferida que se abria ele não podia culpar Antônio por ter guardado esse segredo pai Por que você nunca me contou isso antes eu poderia ter entendido de alguma forma Antônio olhou para o filho seus olhos marejados de arrependimento eu sei Pedro e me desculpe por isso eu estava tão centrado em te proteger da dor
que acabei esquecendo que você tinha o direito de saber eu achava que ao não falar sobre isso estaria te poupando mas agora vejo que errei Pedro colocou a mão sobre a do pai tentando confortá-lo você não errou pai eu entendo só acho que sempre senti a falta de algo sem saber o que era os dois ficaram em silêncio por mais um momento enquanto as sombras da tarde se alongavam no chão o o vento balançava levemente as folhas das Árvores trazendo uma sensação de paz mesmo com as revelações pesadas que haviam acabado de ser feitas ela
ficaria tão orgulhosa de você Pedro disse Antônio Quebrando o Silêncio você tem a força dela a coragem de enfrentar as adversidades sempre soube que você era especial desde o dia em que nasceu Pedro sentiu as lágrimas brotarem nos olhos mas ele as conteve não queria chorar não agora obrigado pai eu eu queria tê-la conhecido melhor Antônio assentiu compreendendo a dor do filho eu vou te contar mais sobre ela Pedro tudo o que quiser saber acho que já escondi essa parte da nossa história por tempo demais enquanto pai e filho conversavam Eduardo chegou à casa com
um sorriso leve no rosto ele percebeu que algo importante havia acontecido mas não quis interromper apenas se juntou a eles na varanda sentindo a conexão familiar crescer ainda mais está tudo bem por aqui perguntou Eduardo sentando-se ao lado de Antônio e Pedro Antônio sorriu ainda com os olhos brilhando de emoção sim Eduardo estamos só falando sobre o passado acho que chegou a hora de contar ao Pedro toda a nossa história Eduardo assentiu compreendendo o peso daquela conversa isso é importante Antônio Pedro merece saber tudo e acho que isso vai ajudar todos nós a seguir em
frente Pedro olhou para o tio e para o pai sentindo que pela primeira vez todas as peças estavam se encaixando sua mãe seu tio seu pai a história de sua vida que antes parecia cheia de lacunas e Mistérios começava a se desdobrar diante de seus olhos ainda havia muito a ser dito muitas histórias a serem contadas mas naquele momento Pedro sentia que estava no caminho certo as cicatrizes do passado embora Profundas estavam finalmente começando a cicatrizar e com isso ele sentia que estava mais forte do que nunca para enfrentar o futuro não mais sozinho mas
cercado por aqueles que realmente importavam a conversa sobre o passado de Pedro e sua mãe trouxe um novo senso de compreensão e união à família Antônio cumpriu a promessa de contar tudo o que sabia revelando detalhes sobre a vida de Maria a mãe de Pedro ele descreveu sua personalidade vibrante Seu Amor Pela arte e pela música e como ela iluminava a vida de todos ao seu redor Pedro ouvia cada palavra com atenção imaginando aquela mulher que ele nunca conheceu mas que agora sentia tão próxima havia uma tristeza inevitável mas também um consolo em saber mais
sobre sua história enquanto os dias passavam Antônio continuava a melhorar e a casa que antes era tomada pela preocupação e pelo silêncio agora vibrava com conversas sobre o futuro Eduardo era presença constante e os laços entre ele Antônio e Pedro cresciam a cada dia Clara também continuava ao lado de Pedro e juntos eles enfrentavam os desafios e incertezas da adolescência entretanto com as revelações do passado Pedro começou a sentir um desejo crescente de entender melhor sua mãe e isso o levou a querer saber mais sobre suas origens havia algo em sua história que ele ainda
sentia estar faltando uma última peça que não se encaixava ele sabia que o pai havia contado tudo o que sabia mas Pedro sentia que havia mais certo dia enquanto Eduardo conversava com Antônio na sala Pedro tomou coragem e se aproximou de Clara durante um intervalo na escola eles estavam sentados no pátio onde o sol brilhava intensamente contrastando com a sensação de mistério que ainda pairava sobre Pedro Clara começou ele mexendo distraidamente nas tiras de sua mochila Eu Tenho pensado muito sobre minha mãe ultimamente sobre tudo o que meu pai me contou mas acho que ainda
falta alguma coisa sabe sinto que não sei toda a história Clara olhou para ele com um semblante de preocupação mas também com empatia ela sabia o quanto essas questões pesavam sobre Pedro e como a descoberta recente do tio já havia mudado tanto sua vida você acha que seu pai não contou tudo perguntou ela inclinando-se para mais perto mostrando que estava totalmente atenta não é isso respondeu Pedro sacudindo a cabeça eu acredito no que Ele disse mas acho que tem mais sobre a minha mãe que ele não sabe talvez algo que ela nunca contou para ele
Clara ficou em silêncio por um momento processando as palavras de Pedro e você quer descobrir o que é não é Pedro assentiu suspirando profundamente eu preciso não consigo parar de pensar nisso sinto que se eu souber mais sobre ela vou entender melhor quem eu sou Clara Ficou pensativa E como você planeja fazer isso o que você acha que falta descobrir Pedro olhou para o horizonte tentando organizar seus pensamentos eu não sei ao certo talvez documentos fotos ou alguém que a conheceu antes de ela conhecer meu pai talvez haja algo que possa me ajudar a entender
o que realmente aconteceu com ela Clara determinada ajudar o amigo pensou por um instante e Então sugeriu que tal começarmos por onde você sabe que ela viveu talvez se procurarmos pelos lugares em que ela esteve antes de conhecer seu pai possa amos encontrar alguém que saiba mais sobre ela a ideia fez sentido para Pedro ele nunca havia se aventurado a explorar o passado de sua mãe além do que Antônio havia contado mas talvez houvesse pessoas ou lugares que pudessem revelar mais sobre a mulher que ela foi é uma boa ideia Clara disse ele sentindo uma
Faísca de esperança eu vou falar com meu pai hoje à noite ver se ele se lembra de algo naquela noite durante o jantar Pedro sentiu que o momento havia chegado para falar com Antônio sobre suas novas intenções Eduardo estava na casa como sempre e todos pareciam relaxados após um longo dia Pedro Aproveitou a atmosfera tranquila para introduzir o assunto pai começou ele enquanto mexia na comida em seu prato estava pensando sobre a mamãe você se lembra de onde ela morava antes de vocês se conhecerem ou se ela tinha amigos próximos naquela época Antônio parou de
comer e olhou para o filho surpreso com a pergunta ele ficou em silêncio por um momento refletindo ela morava em uma cidade pequena não muito longe daqui acho que o nome era Santa Cruz foi lá que nos conhecemos numa dessas feiras de bairro sabe ela não falava muito sobre sua vida antes de mim mas mencionou que tinha amigos lá gente boa acho Pedro assentiu registrando mentalmente as informações Santa Cruz esse seria o próximo passo se sua mãe tinha amigos ou conhecidos naquele lugar talvez eles pudessem dar alguma pista sobre o que ele procurava Eduardo que
havia ficado em silêncio até então olhou para Pedro com interesse se você quiser posso te ajudar a procurar por mais informações Pedro disse Eduardo conheço algumas pessoas que podem nos ajudar a buscar registros antigos ou localizar pessoas daquela época Pedro sorriu sentindo que não estava sozinho naquela busca Eu agradeceria muito tio acho que está na hora de descobrir tudo o que posso e assim com o apoio de Clara Antônio e Eduardo Pedro se preparou para embarcar em uma nova jornada a busca por respostas sobre sua mãe não era apenas sobre preencher lacunas no passado era
sobre encontrar seu lugar no mundo entender as raízes que o conectavam ao que ele era hoje os dias seguintes foram preenchidos com Preparações Eduardo usou seus contatos para localizar documentos antigos de Santa Cruz e Pedro e Clara começaram a planejar uma viagem à cidade Antônio embora preocupado com o que Pedro pudesse encontrar apoiou totalmente o filho ele sabia que essa busca era importante para Pedro e que de certa forma Poderia ajudar a Curar as Feridas que o passado deixara finalmente o dia da viagem chegou Pedro Clara e Eduardo partiram para Santa Cruz levando consigo a
esperança de que ao final daquela jornada eles não apenas encontrariam as respostas que buscavam mas também uma nova compreensão sobre a vida de Maria a mulher que apesar de ausente ainda exercia uma influência profunda sobre todos eles Pedro sentado no banco de trás do carro de Eduardo olhou para a estrada à frente ele sentia uma mistura de excitação e ansiedade mas também uma sensação de paz sabia que não importa o que encontrasse agora estava cercado por uma família por pessoas que se importavam com ele e o apoiariam incondicionalmente e com esse pensamento ele se preparou
para enfrentar o que quer que estivesse à sua espera em Santa Cruz Pedro Clara e Eduardo chegaram à cidade de Santa Cruz ao final da tarde o lugar era pequeno com ruas tranquilas e casas antigas algumas ainda com fachadas de tijolo Vista outras reformadas mas mantendo o charme de tempos passados Pedro observava o local com curiosidade tentando imaginar sua mãe caminhando por aquelas ruas rindo com amigos vivendo a vida que ele nunca conheceu algo dentro dele parecia se aquietar ao ver o cenário que um dia fez parte da vida dela os três se hospedaram em
uma pequena pousada no centro da cidade e Eduardo logo se pôs a fazer ligações acionando os contatos que havia seguido nos últimos dias ele sabia que encontrar pessoas que ainda se lembrassem de Maria não seria fácil mas estava determinado a ajudar Pedro a descobrir tudo o que fosse possível enquanto isso Clara e Pedro caminharam pelas ruas de Santa Cruz sentindo o clima acolhedor da cidadezinha é estranho estar aqui não é disse Clara enquanto eles passavam por uma praça cheia de árvores e bancos de madeira saber que sua mãe viveu aqui e que de algum forma
você está conectado a tudo isso Pedro concordou olhando ao redor é sinto que estou mais perto dela agora mesmo sem ter todas as respostas ainda só de estar aqui parece que estou conhecendo uma parte dela que nunca tive chance de ver eles continuaram caminhando até que um homem idoso sentado em um dos bancos da praça chamou a atenção de Pedro o homem usava um chapéu de palha e olhava para eles com curiosidade Quando os dois o homem os cumprimentou com um sorriso acolhedor vocês não são daqui são perguntou ele sua voz carregada de gentileza não
senhor respondeu Pedro educadamente Na verdade estou procurando informações sobre alguém que morou aqui há muito tempo minha mãe Maria ela viveu aqui antes de eu nascer o velho franziu a testa por um momento pensativo Maria o nome é familiar havia uma moça chamada da Maria que morava aqui sim muitos anos atrás se eu não me engano ela era conhecida por ser muito gentil e estava sempre cercada de amigos mas ela foi embora de repente e ninguém mais ouviu falar dela você é o filho dela Pedro sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras Sim
sou eu eu nunca a conheci muito bem ela faleceu quando eu era pequeno o idoso assentiu com um semblante de compreensão Que pena filho ela era uma boa mulher mas você está no lugar certo se quiser saber mais sobre ela talvez deva procurar Dona Estela uma amigo próxima de sua mã ela aind vive aqui na casa de esquina logo ali apontou para umaa próxima com uma casa de muros baixos e janelas grandes Pedro agradeceu o homem e olou para Clara com um olhar de expectativa Dona Estela talvez ela saiba mais sobre a história da minha
mãe eles seguiram em direção à casa indicada ao chegarem à porta Pedro respirou fundo antes de bater uma senhora de cabelos grisalhos e sorriso amável atendeu à porta seus olhos brilharam quando Pedro explicou Quem era você é o filho de Maria perguntou ela com uma voz trêmula de emoção venha entre temos muito a conversar dentro da casa de Dona Estela as paredes eram decoradas com fotos antigas e objetos que pareciam guardar Memórias de Uma vida inteira ela os conduziu até a sala onde se sentaram em poltronas confortáveis Clara e Pedro ouviram atentamente enquanto a senhora
começava a contar histórias sobre Maria Maria era minha melhor amiga disse Dona Estela com um olhar distante ela tinha um espírito livre sempre tão cheia de vida nos conhecemos quando éramos jovens e nunca nos separamos até o dia em que ela foi embora Eu lembro que ela estava muito feliz quando conheceu seu pai Pedro mas havia algo nela um segredo que ela nunca compartilhou comigo Pedro sentiu o coração acelerar um segredo o que a senhora quer dizer Dona Estela suspirou cruzando as mãos no colo eu nunca sou exatamente o que era mas às vezes Maria
parecia distante como se estivesse carregando um fardo ela falava pouco sobre sua família sobre o passado mas eu se senti que havia algo mais quando ela ficou doente foi ainda mais difícil ela se fechou e antes de ir embora para a cidade grande com você e seu pai me disse algo que eu nunca esqueci Clara inclinou-se curiosa e Pedro mal conseguia respirar de tanta expectativa o que ela disse Dona est olhou nos olhos de Pedro sua voz baixa e séria ela me disse que se um dia você viesse até mim procurando respostas deveria te dar
isso a senhora levantou-se devagar e caminhou até uma cômoda antiga abrindo uma gaveta com cuidado de lá retirou uma pequena caixa de madeira delicadamente decorada isso era de sua mãe disse Dona Estela entregando a caixa a Pedro ela nunca me disse o que continha mas me pediu para guardá-la para você Pedro pegou a caixa com cuidado sentindo o peso do momento Ele olhou para Clara que a sentiu em encorajamento com as mãos trêmulas abriu a tampa da Caixa dentro encontrou uma carta e uma fotografia antiga de sua mãe jovem e sorridente Pedro respirou fundo e
começou a ler a carta em silêncio A carta era uma despedida escrita por Maria pouco antes de sua morte nela ela falava sobre o amor que sentia por Pedro e Antônio mas também revelava algo que Pedro não esperava antes de conhecer Antônio Maria havia enfrentado grandes dificuldades com sua própria família a carta mencionava uma situação complicada que Maria Nunca havia superado mas que ela esperava que Pedro ao conhecer sua própria história encontrasse a força para seguir em frente sem carregar os mesmos fardos Pedro sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto enquanto Lia as palavras de sua
mãe finalmente entendendo a profundidade da dor que ela havia carregado mas junto com a dor veio uma sensação de alívio e encerramento ele agora sabia quem ela era de verdade e isso lhe deu uma nova perspectiva sobre sua própria vida Clara colocou a mão sobre o ombro de Pedro confortando Agora você tem a peça que faltava Pedro assentiu sentindo uma paz que nunca havia sentido antes ele guardou a carta e a fotografia de volta na caixa sabendo que de alguma forma sua mãe sempre esteve com ele guiando-o mesmo nas sombras de sua ausência quando eles
voltaram para a pousada Eduardo estava esperando por eles ansioso para saber o que tinham descoberto Pedro contou tudo e Eduardo emocionado abraçou o sobrinho agora você tem todas as respostas Pedro e sua mãe estaria orgulhosa do homem que você se tornou Pedro sorriu sentindo-se mais leve do que nunca ele havia enfrentado o passado e agora estava pronto para seguir em frente com sua família ao lado e com o conhecimento de que não importa o que acontecesse ele carregaria consigo O Legado de seus pais o ciclo estava completo o passado havia sido desvendado e o futuro
agora parecia cheio de possibilidades a história de Pedro Antônio Eduardo e Maria estava finalmente em paz n