[Música] autismo não tem gênero nem classe social não tem etnia nem idade não é uma doença é uma condição e cada autista é de um jeito o transtorno do espectro autista não está na moda hoje existe mais informação e por isso mais diagnsticos e mais direitos é como se Cada pecinha dessa fosse uma característica uma pessoa que é diferente eu sou autista meu filho autista nós não temos as mesmas [Música] características Claro existem três graus de autismo o primeiro grupo precisa de ajuda pontual no segundo grupo são pessoas mais dependentes de suporte e o terceiro
Totalmente Dependente mas todos podem se desenvolver com os devidos suportes nível um de suporte não significa leve até por isso que a gente até na comunidade científica vem mudando né esse nome leve moderado Severo né e sim para nível 1 nível 2 nível 3 de suporte de acordo com o apoio necessário para aquela pessoa ter autonomia Independência grau também enfrentam muitos desafios e um deles costuma ser Justamente a descoberta [Música] tardia muitas pessoas fal r o autismo agora todo mundo quer ser autista não gente cada um sabe das suas dificuldades e o diagnóstico tardio é
muito importante para você se [Música] conhecer eu descobri com 50 E aí lavando louça ouvindo Podcast era uma entrevista com duas psicólogas uma era autista e a outra era tda e as duas com diagnóstico tardio e elas começaram a falar sobre o que é o autismo principalmente o nível de suporte um diagnóstico tardio eu fui só me identificando e dando cheque cheque check cheque check sou eu sou eu sou eu sou eu sou eu e eu fiquei muito impactada por aquilo né Eu já faço psicoterapia H muitos anos então e eu conversei com a minha
terapeuta com min psicóloga e eu comecei a sessão assim eu acho que eu sou autista que eu queria ver qual seria a reação dela se ela falasse Não nada a ver eu ia deixar isso para lá né ela olhou para mim e fez assim Hum hum tem coisa aí vai investigar o que temos de alteração é na no funcionamento desse cérebro nas conexões cerebrais e nas sinapses na velocidade de sinapses ou seja de como essa informação passa de um neurônio a outro né não existe autistas iguais exatamente por isso porque cada cérebro autista tem um
funcionamento diferente o diagnóstico ele é essencialmente Clínico esse exame clínico é a consulta a consulta médica onde a gente vai analisar todos os comportamentos que aquela pessoa apresenta e a gente precisa de informações valiosas ali Existem duas características básicas que são necessárias e há três condicionantes as duas características são um prejuízo significativo na Esfera da comunicação social e o segundo item é é o item comportamental são as estereotipias que são os comportamentos repetitivos que são motores ou vocais temos a inflexibilidade psicológica né muita muita rigidez o hiperfoco né Em um nível que prejudica e a
gente tem também a alteração sensorial desses quatro dois t que estar presentes e aí tem três condicionantes primeira tem que ter aparecido na primeira infância é preciso que haja um prejuízo clinicamente significativo principalmente na Esfera social quando a gente fala de Diagnóstico tardio e de inflexibilidade e por fim eh não pode ser melhor explicado por deficiência intelectual Paula foi morar em meio à natureza justamente porque passa mal em ambientes barulhentos uma hipersensibilidade eu tenho auditiva Com certeza eu tenho tátil também com certeza visual Eu tenho um pouco Em algumas situações eh luz piscando luz muito
forte Paula é casada e a descoberta do o autismo dela trouxe mais harmonia para o relacionamento mas antes ela teve três casamentos desfeitos não sabia lidar nem comigo quanto mais lidar com o outro Uma das queixas que eu sempre levava para consultório de psicoterapia é que eu não tinha amigos né Eu gosto de estar perto de pessoas conversar mas assim não passa disso quando a gente fala do autismo nível um daquele indivíduo que tá procurando diagnóstico tardio em geral via de regra é nas relações sociais nas habilidades sociais prejuízo muito significativo o autista ele pode
ser sociável e ele pode também ter estabelecer o contato visual que é algo que muita gente fala não você olha nos olhos você não é autista Isso é realmente um mito são sintomas eh e sinais né e tão sutis por exemplo uma dificuldade de compreensão de piadas de duplo sentido de ironias a gente fazia uma reunião que aí o diretor fala falava assim não então esse projeto agora é prioridade nós vamos investir tudo nele e nós vamos começar por ele tã vai ser a nosso nosso foco Nesses mês e saía todo mundo da reunião já
entendendo que não ia acontecer nada que aquele projeto era Nati morto que ninguém inv só eu inocente sentava no meu computador e investia horas e horas trabalhando no projeto para entregar uma coisa assim sabe e eu olhava assim para todo mundo falou assim u gente não tem ninguém entregando só eu [Música] né como é que foi para você ter esse diagnóstico quando saiu que eu peguei o resultado foi mais do que um alívio achei que foi Libertador então dei uma uma sensação de auto perdão muito grande muito feliz assim sabe eh de você ver que
passou a vida inteira lutando contra um monstro que para você era invisível né E que agora ele tá lá com todos os contornos e não é um monstro depois que eu recebi o diagnóstico eu percebi olhando para trás que eu não me lembro de uma fase longa da minha vida em que Eu não estive ou ansiosa ou deprimida e de repente você vê que não precisa ser assim né que a vida não precisa ser tão difícil quase todos os indivíduos autistas têm comorbidades quando você tá falando de casos eh no no nível um você tem
mais presença de quadros psiquiátricos comórbidos como a depressão a ansiedade eventualmente bipolaridade e outras condições [Música] né Eu acho que o autismo em geral é invisibilizado e nas mulheres é mais ainda e nas mulheres mães mais ainda o cérebro feminino se comporta de uma maneira diferente do sexo masculino a gente tem uma maior Gama de neurônios em determinadas áreas responsáveis por essa esse reconhecimento de Emoções demonstração de empatia né Eh relações sociais ela é mais capaz de demonstrar a camuflagem social ou seja você mascara todos os seus sintomas os seus sinais e por isso que
elas crescem tentando ser quem não não são o autismo é genético mas nem todos os pais passam para os filhos e nem todos os filhos têm pais autistas eu tenho uma filha de 4 anos e no meu caso a minha filha não é autista eh eu tava até com dificuldade de encontrar pares né ou aí eu criei um grupo de WhatsApp e saí perguntando Gente alguém aqui é mãe Eh autista né Não mãe de autista e eu consegui juntar ali umas cinco ou seis pessoas e a gente tem trocado bastante figurinha eu espero que isso
dê frutos no sentido da gente ser suporte uma para outra coisa que também a maioria dos autistas nunca [Música] teve Adriana também é uma mãe que tem um transtorno do espectro autista no caso dela o filho Rafael também é autista ela teve o diagnóstico aos 52 anos e ele por volta dos 21 as pessoas tem que ter mais solidariedade com as mães de autistas eu passei muito uma situação com Rafael do Rafael não ser convidado para nada né das pessoas excluírem ele das coisas por causa do das características né do do jeito dele ser diferente
eu não tenho o dom das outras pessoas né às vezes eu sou até um pouco extrovertido Mas é perto assim de uma pessoa que eu conheço e gosto de bastante que são relações assim raras a minha vida então eh [Música] Sei lá eu ainda tô tentando descobrir o a fórmula mágica para como fazer amigos né não tinha uma história que você viu chegou a ver uma série na Netflix e se identificou isso antes do seu diagnóstico ela se chama The Good Doctor aqui no Brasil a gente conhece ela como o bom doutor né Legal você
v um papel de protagonismo num personagem autista você i assistindo você ia se identificando pensei bom tá na hora de procurar um diagnóstico oficial eu finalmente fiz o teste e comprovei o meu diagnóstico né que de fato eu tinha autismo e foi uma sensação muito boa né porque finalmente tudo aquilo que você passava no decorrer da sua vida e que você não sabia como explicar o por que acontecia fazia sentido agora você pensa Ah era porque eu era autista o meu vai fazer do anos em Setembro que eu descobri e assim quando veio o diagnóstico
do Rafael ele até falou que ai que bom né Foi engraçado que eu perguntei para ele falei ué Nunca vi ninguém receber um diagnóstico de saúde mental e sair comemorando até o médico Rio né Aí eu comecei a me interessar e pesquisar e ler a respeito buscar informação aí foi a mesma sensação dele eu ah agora tudo faz sentido falei então era por causa disso era assim então eu não era esquisita eu tenho uma agonia extrema com aglomerações né Tem tantas pessoas que eu simplesmente não consigo enxergar o chão eu começo a passar muito mal
e Acontece muito de eu e de eu precisar precisar entrar nos ônibus assim ter que lidar com isso né as pessoas acham que é frescura Então ninguém nunca vai nunca sa de um lugar para um autista ninguém a primeira coisa que a pessoa faz é é reclamar porque eu estou sentado lugar marcado eu tava num BRT quando e um cara que por ironia do destino tinha o mesmo nome que eu ele era meu chorar ele me cedeu o lugar dele né vi eu acho que eu tava com crachá na época ele viu ele opa pode
sentar né eu acabei me sentando e eu fiquei tão feliz porque nunca tinha acontecio isso eu falei pô finalmente alguém notou né como tem muita desinformação ainda aí quando tem alguém que entende sabe o que que é a vontade que você tem de dar abraço na pessoa falar a Obrigado que você me entende que bom que a informação já chegou não deixem de lutar pelos seus direitos e de usufluir desses direitos que foram e são conquistados com muita luta e é mérito a utilização dos seus direitos [Música] Oi tudo bom a infância dele foi muito
difícil para mim né ele falou com quase 3 anos e tinha um vocabulário muito restrito mesmo assim e andava na ponta dos pés a interação com outras crianças ele não conseguia ter ele sofreu muito bullying Então as professores me chamavam muito para perguntar o que que acontecia dentro de casa suspeitava que tinha algum tipo de agressão ou alguma coisa aí falava que eu me imava muito ele tinha vários processos E aí foi passando até o 5to ano e eu sempre em busca de profissionais que me dissesse Por que ele era assim né foi a vários
médicos quando tinha de saúde mas saía sem respostas para as dúvidas que tinha sobre o filho hoje profissional autônoma de uma loja virtual de roupas Ela depende do Sistema Único de Saúde e foi no SUS que Bruno foi diagnosticado como autista já com 17 anos a gente procurou o posto de saúde do Lago Norte que a gente morava lá na época e o médico encaminhou po adolescentro aí começou as pesquisas e só um ano e meio depois ele foi diagn ele foi recebido pela pediatra a pediatra no de Princípio ela não não via ele como
autista né então ela demorou mais a entender mas ele tem um uma um processo muscular que é característica do autismo também né E aí ela indicou ele para uma fisioterapeuta e foi a fisioterapeuta que percebeu todas as características nele então ela começou a encaminhar ele para todo os outros profissionais aí passou P psiquiatra pela nutricionista pela terapeuta por toda a equipe para que o diagnóstico fosse fechado ele fica meio que navegando entre o nível um e o nível dois né de [Música] suporte eu me sinto melhor e estou usando a identificação PR até para não
ter muitos confusões comigo quando eu tiver usufruindo dos meos direitos A grande maioria dos nossos pacientes que chegam aqui com test são diagnosticados depois que chegam aqui ou seja já na adolescência O que é muito ruim porque eles perdem uma oportunidade se te fosse um diagnóstico mais precoce eles perdem o tempo de estar fazendo um tratamento e resolver suas demandas mais na infância o Bruno chegou aqui em 2022 eh a gente tinha que trabalhar dentro do que ele gostava né então a gente foi assim nos atendimentos individuais ouvindo muito a história dele eh validando e
o que era interesse dele o que ele gostava o que ele aprendia o que ele era bom muito bom inclusive então foi para dessa forma ele ele ter confiança fazer [Música] vínculo Eu gosto muito de jogar videogames e aprender novas coisas que me interessam estou terminando curso de inglês ainda falta um ano e meio e comecei o japonês fo estudar ciências da computação eu trabalhar com jogos mesmo criar jogos agora é a liberdade dele né é o caminhar dele e ele precisa disso Bruno e agora que você fez 18 anos aí o adolescentro não te
atende mais como é que fica agora eu estou sem suporte paraa psiquiatra não tenho suporte na rede pública mais o que a gente tenta também é encaminhar para alguns poucos locais que tem de atendimento adulto Mas eu vou ser muito sincera é muito difícil principalmente o nível um de suporte não tem atendimento por qu eles Realmente são mais funcionais eles estudam passam na universidade eles não não tem problema físico em relação à locomoção e tudo e aí o que a gente vê é que é difícil porque não fundo no fundo é como se eles não
precisassem mais e a gente sabe que precisa porque a vida adulta traz outros desafios né quando a gente fala da atenção especializada a gente ainda tem um gargalo né sobretudo quando a gente fala das pessoas com deficiência e das pessoas com transtorno de especto autista a gente tem hoje no Brasil a rede de cuidados da pessoa com deficiência que neste momento conta com 308 centros especializados em reabilitação pelo país ainda não é suficiente para dar conta de toda a demanda sobretudo por conta que a demanda eh quando a gente fala do das pessoas com teia
tem aument ado muito né então a gente também tem essa dificuldade sim e a gente tem uma outra lacuna que é a ausência de profissionais como por exemplo neuropsicólogo que é um profissional tão eh eh procurado nesse processo de diagnóstico de acompanhamento do transtorno do especto autista e temos trabalhado no sentido de identificar potencialidades pra gente poder e superar essas lacunas mas já há entendimentos que as terapias precisariam incluir não apenas a pessoa autista mas seus familiares também as famílias T que est psicologicamente bem para cuidar do seu filho Muitas vezes os adoecidos são a
família até mais do que o paciente na casa do Gabriel que descobriu o autismo com 19 anos essa harmonia foi conquistada o irmão mais velho é neurotípico assim como a mãe que trocou a profissão de administradora pela neuropsicopedagogia de tanto que Se informa para ajudar o Gabriel o pai começou a desconfiar que também pode ser autista ao longo do tempo né do diagnóstico dele aí eu fui percebendo me identificando com algumas coisas né Eu sou do tempo em que quando a gente era diferente a gente era atentado era se não aprendia era burro que é
um sofrimento que hoje né com esse com com o avanço das coisas né tomando o exemplo aqui do Gabriel né meu filho eh eh pode se facilitar a vida da das pessoas Acho que essa convivência no início era er muito difícil porque a gente não não entendia igual minha mãe falou mas ao longo do tempo a gente foi aprendendo a lidar conviver e você é o diferente aqui né porque tem dois neurodivergentes a sua mãe é estudiosa especialista n só sou eu sou o sobrevivente hoje eu vejo que a nossa família consegue impactar muitas famílias
então muitas pessoas vêm nos procurar eh vem me procurar muitos pacientes me procuram e procuram o Everton os meninos e e para saber o que que acontece como que vocês fazem o que que dá certo o que que não dá isso é muito gratificante né você já já tá na universidade né já que que você estuda eu faço medicina veterinária e e na universidade depois que você teve o diagnóstico Teve alguma adaptação quais adaptações Ah eu faço para você parada ten um ledor e tem um tempo maior de de fazer a avaliação tinha muita dificuldade
em fazer prova terminar e dentro do tempo o que que era terminar dentro do tempo e ler às vezes Ficava muito [Música] nervoso medo todo mundo tem mas aí agora a gente tem que só focar no que realmente é preciso e correr atrás das coisas que você precisa e sonha ter Olá eu sou o Alexandre Morales da Rosa trabalho no poder judiciário de Santa Catarina desde 1995 na condição de estagiário e de 98 como Juiz de Direito Eu tenho um autismo nível um eu preciso de suporte todos os dias realizar tarefas básicas é muito difícil
E durante toda a minha vida eu sou eu tive essas circunstâncias e não sabia o que que acontecia está com 50 anos é isso 50 anos assim 73 completo 51 agora em julho é bom e com quantos anos e você descobriu o autismo e obtive o diagnóstico aos 47 anos eu vivi na época que eu nasci o autismo não era falado hoje em dia tem muito mais informação mais diagnóstico mais protocolos e na época eu cresci sendo o estranho o Freak da da geração gostar de estudar fazer as minhas coisas com o tempo eu fui
vivendo e arranjando estratégias para sobreviver nesse mundo mais complexo para mim então eu vivi tive filhos casei divori a gente acaba aprendendo a fazer o que se chama de mking né que é exercer um papel que não é nosso como se fôssemos um um ator de teatro o mais importante com o diagnóstico não foi ter um crachá ou ter alguma coisa mas poder fazer alinhamentos de expectativas com outras pessoas é muito legal que eu a partir disso já aviso para todo mundo que eu tenho as minhas limitações o autista tá aí tá na tem médico
tem dentista tem eh eh servidor público ou seja em qualquer profissão em qualquer atividade a gente tem isso O que há E aí é importante é uma invisibilidade muito grande porque a gente acaba com os autistas um tendo visibilidade justamente porque a gente interage mais fá consegue fazer mesqu e a autistas dois TR e nas questões de gênero mulheres negros e excluídos tem muita dificuldade inclusive de entender que que tem são tratados muitas vezes como se fossem [Aplausos] doentes eu sou Alexandre Valverde sou médico psiquiatra psicoterapeuta ã mestre em filosofia contemporânea e pessoa neurodivergente unzinho
básic coisa de autista fica passando a unha na outra pequenas dicas um adulto que fica coou na própria unha isso chama steaming Eu tenho 44 anos hoje eu fiz o diagnóstico com 42 logo depois de ter feito em outubro de 2022 dois pacientes me ajudaram a fazer meu dignóstico um colocou uma vez ele falou assim Alê eu sou do spectro Aí eu falei não imagina minha reação antistrofa Total não não você tem uma fobia social e tal e não você tá confundindo o espectro é diferente eu tinha muito aquele registro da época que eu estudei
20 anos atrás de que o autismo tinha a ver com o autismo não verbal da dificuldade inicial de linguagem e tal e ele não tinha esse histórico então não consegui enxergar isso nele ele ficou chateado e deu um tempo do consultório eu fiquei pensando eu falei Putz Por que que aquele paciente se chateou comigo né que que aconteceu e eu tenho essa regra para mim assim quando eu não consigo enxergar alguma coisa nos outros é porque eu talvez não consigo enxergar em mim mesmo deu um mês mais ou menos uma outra paciente falou assim Ah
Doutor eu fiz um teste aqui e tal o teste do barão coen o consciente do autismo da Universidade Cambridge e deu positivo e aí eu pensei Putz essa paciente é bem parecida com aquele outro ela é parecida comigo aí eu falei Putz eu vou responder esse teste no que eu respondi deu a síndrome de egra né eu pontuei 28 do 50 aí depois disso foi só um desenrolar dessa história Tuda para fazer o diagnóstico mas foi interessante porque eu passei por dois pacientes que me ajudaram a fazer meu próprio diagnóstico nesse sentido eu me perguntei
por É que meu pai que é psiquiatra não percebeu se ele percebia a minha superdotação por que que ele não percebi o meu autismo eh Por que que os meus professores não perceberam os meus colegas né de Formação não perceberam as neurodivergent elas são espectrais elas não se dividem em fronteiras muito Claras assim tipo ah até aqui autismo daqui para cá são outras habilidades ou TDH E aí depois aprofundando meus estudos eu entendi isso e acompanhando os meus pacientes também principalmente do quanto as neurodivergent nos predispõem as relações abusivas o lucelmo o psicopedagogo que trouxe
vários esclarecimentos durante a nossa reportagem também se descobriu autista tardiamente o filho dele é autista nível três de suporte E durante muito tempo ele não tinha conhecimento sobre o nível um eu me lembro de uma situação engraçada porque eu falei com a minha mulher falei olha eu acho que eu tenho algumas características e tal vou procurar um processo de diagnóstico e ela riu e aí e ela riu e eu fiquei muito magoado muito chateado foi uma coisa que foi durante muito tempo inclusive quando eu contei para ela e eu disse que eu tava chateado por
conta dessa risada dela foi tipo um ano depois ela ela ela me esclareceu que a risada não era pelo motivo que eu imaginava ela disse que a a risada é que ela achou que eu estava sendo irônico porque as características eram tantas que era tão Óbvio que não não tinha cabimento ninguém ter dúvida ó ninguém que conhecesse direito né E aí eu disse para ela sei lá umas 10 características eu tinha dito pra médica e ela disse para mim mais umas 40 características que eu não tinha dito porque eu não tinha percebido ela trabalha H
30 anos com autismo né Eh a minha mulher Libertador e alívio foram as palavras que mais ouvimos durante todas as entrevistas feitas com quem descobriu o autismo tardiamente uma explicação para quem não se encaixava nos padrões que de repente começa a ter sentido um suspiro de que agora é compreendido a palavra Libertadora é uma palavra que eu já usei também para falar de mim assim assim que que você falou falei foi Libertador porque eu parei de me entender como uma pessoa louca aliviada porque aí você entende por que você não consegue entrar dentro de um
padrão uma sensação de eh eu sou assim eu não preciso deixar de ser assim eu não preciso ser igual a todos ou igual a Fulano igual ciclano você deixa de ser uma pessoa estranha você é uma pessoa normal diferente em algumas situações permitiu olhar para meu passado de uma maneira diferente eu estar mais atento às minhas limitações no no cotidiano e e as pessoas também entenderem me apoiarem melhor em algum cono que eventualmente eu precisar [Música]