k [Música] Olá pessoal eu por aqui de novo mais uma semana do Bora rever E hoje nós vamos voltar um pouquinho no grande congresso um novo tempo na educação que aconteceu em Curitiba no último mês e vamos relembrar uma das falas mais empolgantes do congresso Professor antnio Nova educador renomados no mundo todo um português que estuda muito a educação a formação de professores ou seja tudo que envolve o nosso cotidiano da educação e nessa fala do Antônio novo ele discorreu sobre os futuros da educação futuros no no plural porque assim o futuro do professor a
questão da escola o novo público a educação em tempo integral essa essa nova Educação do mundo que futuro é esse imperdível A fala de Antônio novo Vamos assistir muito muito obrigado pelo vosso convite pelo convite do Instituto Casagrande Muito obrigado pela vossa presença pelo vosso calor humano é com muito prazer e Muita honra que estou aqui convosco a tentar deixar-vos um apontamento um sublinhado um dos erros que se cometem nas palestras é tentar dizer muita coisa é tentar introduzir muita coisa no debate eu vou ser no fundo dizer apenas uma coisa vou dizer-vos apenas uma
coisa e vou desdobrar essa ideia em várias outras ideias mas com uma grande simplicidade e no final deixar-vos aí o meu e--mail e terei muito gosto em partilhar convosco os últimos livros publicados Terei muito gosto em responder a alguma das vossas perguntas a entrar n algum debate eu digo muitas vezes disse ao Renato e disse ao Ronaldo vir falar com alguém é entrar numa conversa com esse alguém eu não venho aqui vou-me embora desapareço eu gosto de continuar essa conversa por outros meios e por isso sintam-se à vontade se alguma coisa vos Pou ou alguma
coisa vocês gostariam de explorar ainda usem o meu e-mail e façam esse contacto Tudo o que Eu vos vou dizer tem como base tem como inspiração o relatório da Unesco que nós elaboramos há cerca de 2 anos um relatório elaborado por uma comissão internacional sobre os futuros da educação um relatório foi produzido por 18 personalidades no mundo eu próprio integrei o grupo desse relatório e pelo Brasil Quem esteve presente nessa comissão internacional foi o senador Cristóvão Buarque mas depois houve grandes figuras grandes figuras Como por exemplo o antropólogo apad Ray que deu um contributo extraordinário
ao relatório como um senhor esloveno que trabalha sobre o digital e que eu juro que ele é bastante tanto conhecido no Brasil o evgen morosov ou personalidades como uma senhora de uma de uma comunidade indígena do Peru a Tarcila Riveira bom e pessoas da África pessoas da Ásia pessoas de todos os lugares do mundo nós reunimos reunimos muitas vezes reunimos online reunimos presencialmente em Paris que é sede da Unesco como vocês sabem a Unesco é a Organização das Nações Unidas para a educação a ciência e a cultura reunimos na sede do Unesco em Paris reunimos
online reunimos em vários outros lugares e sobretudo e sobretudo para a escrita deste relatório nós consultamos cerca de 1 milhão de pessoas no mundo cerca de 1 milhão de pessoas deram contributos deram ideias às vezes eram crianças que nos deram desenho sobre o que eles imaginavam ser o futuro da educação às vezes eram pais às vezes eram professores às vezes eram especialistas o o que Eu vos estou aqui a dizer e que acabou por se configurar neste título reimaginar ou Reinventar os nossos futuros juntos e depois como subtítulo um novo contrato social para a educação
resulta de uma reflexão entre espe mas resulta ainda muito mais dessa consulta global no mundo inteiro e portanto traduz um movimento preocupações que são preocupações que circulam no mundo é dessas preocupações que eu vos quero hoje falar num tempo de Profundas mudanças num tempo de Profundas mudanças está tudo a mudar à nossa volta está tudo a mudar na educação está tudo a mudar na escola isso por vezes leva-nos a um sentimento de desorientação não sabemos muito bem como fazer não sabemos muito bem como agir às vezes essa desorientação leva-nos a um certo imobilismo não o
melhor é é fechar na minha sala de aula e continuar a fazer o que sempre fiz e que eu acho que faço bem outras vezes leva-nos a tentar aberturas a tentar ideias umas boas outras más Há caminhos que são muito importantes Há caminhos que devem ser evitados estamos num momento num certo sentido difícil difícil mas que temos que habitar com essa alegria com essa era outra vez alegria de que nos falava o João Guimarães Rosa com essa alegria do pensamento com essa alegria de estamos a abrir caminhos de futuro com Lucidez com Lucidez Mas sabendo
que esses caminhos de futuro não vão surgir de nenhuma ideia extraordinária não vão surgir de uma coisa magnífica vão surgir do nosso trabalho juntos vão surgir da nossa capacidade de pensarmos de refletirmos como dizia a Simone ve uma extraordinária filósofa francesa ela dizia não se trata de saber e de fazer alguma coisa trata-se sermos capazes de refletir sobre o que sabemos e sobre o que fazemos o que aqui nos trouxe nesta intervenção o Lourival Martins diretor de políticas do MEC é justamente isso é a capacidade de refletirmos juntos sobre aquilo que sabemos e sobre aquilo
que fazemos é aqui que se encontram os caminhos da transformação da escola e da educação e nestes caminhos permitam-me que comece por falar de três caminhos muito populares estou muito na moda estou muito no dia a dia dos debates estou muito na Espuma dos Dias mas que eu julgo eu e a comissão eu e a UNESCO julgamos que devem ser caminhos a evitar caminhos a evitar vou falar-vos de três caminhos a evitar e vou falar-vos de três caminhos a seguir a prosseguir a promover e depois na segunda parte diros como de que maneira três caminhos
a evitar primeiro caminho a evitar a ideia muito corrente da ubiquidade da educação o nome é um nome um bocadinho difícil mas como vocês sabem ubiquidade quer dizer que a educação está em todo o lado está em todo o lugar está em todo o lado está na casa está na internet está na televisão está no dia a dia está na rua a educação está em todo lado a educação é ubíqua Hoje em dia a educação já não está só na escola hoje em dia a educação está em todo lugar nas casas nas fam Inter na
Inteligência Artificial nas tecnologias esse discurso É hoje um discurso muito popular muito popular e esse discurso Tem uma parte de Verdade há uma parte de verdade nesse discurso há hoje nas sociedades muitos elementos muitos fatores muitas possibilidades de educação mas cuidado cuidado discurso nós deduzirmos que então as escolas e os professores são dispensáveis não é se desse discurso deduzirmos que mais tarde ou mais cedo as escolas e os professores vão ser substituídos por esta educação que está em todo o lado por esta educação que se define em todos os lugares e em todos os tempos
e dizer isto é dizer uma segunda coisa que é que a escola é importante que a escola é fundamental Não porque ela é igual à família não porque ela é igual à sociedade não porque ela é um prolongamento da família não porque ela é um prolongamento da sociedade mas porque ela é diferente o que se faz na escola é diferente do que se faz na família o que se faz na escola é diferente do que se faz na sociedade o que se faz na escola é é qualquer coisa que se faz num espaço e num
tempo diferentes num outro ritmo num outro tempo numa outra dinâmica num outro espaço a grande a grande vantagem da escola ela ser diferente se ela fosse igual ou um mero prolongamento da família ou um mero prolongamento da sociedade ela era dispens ela não é dispensável porque é um lugar único insubstituível marcado pela sua distinção e pela sua diferença em relação à família e em relação à sociedade há por isso um primeiro caminho a evitar com muito cuidado olhar com muito cuidado para os discursos sobre a ubiquidade da educação e olhar também com muito para os
discursos sobre a digitalização da educação ou sobre a educação no mundo digital olhar com muito cuidado para estes discursos evidentemente evidentemente nós hoje todos todos vivemos e dependemos do digital dependemos dos celulares no início desta sessão eu percebi que amanhã ou quinta-feira já não me lembro vocês só vão poder jar Se tiverem um CRR code se não tiverem não jantam não é foi isso que eu percebi do que o Renato nos estava aqui a dizer quem não tem CRR code do J O que aliás me aconteceu ontem devo dizer eu ontem saí de casa fui
ali saí do hotel fui ali a um coisa não sei como é que se chamava acho que era Hard Rock Café acho eu petiscar qualquer coisa e quando me Trouxeram disseram bom trouxeram-me um quc digo mas eu não tenho celular e a pessoa olhou para mim a olhar estava brincar comigo este homem disse não não tenho palava não tinha quer dizer tinha deixado no hotel não é não consegui comer nada só consegui beber não é só conseguia só consegui beber porque eu só tinha o menu digital não é então quer dizer o digital é essencial
ninguém vai negar o digital ninguém vai dizer o digital não presta é horrível não ninguém ninguém vai dizer isso porque ele é fundamental como instrumento educativo mas cuidado cuidado com a ideia de que a educação pode ser toda digitalizada que a educação pode ser toda dirigida por umas plataformas digitais que nos vão dizer como é que nós fazemos não pode porque a educação é uma relação é uma relação humana não há educação sem relação humana não há educação sem o toque sem o olhar sem o encontro sem o diálogo então a ideia do digitalização da
educação que está a ser muito popular no mundo em Portugal por exemplo abriram há pouco tempo umas escolas eles chamam escolas aquilo não são escolas Mas eles chamam escolas escolas onde não há onde não há professores são uma espécie de uns centros digitais que estão abertos 24 horas por dia onde quem quiser lá ir vai lá aprender estudar fazer etc e preparar-se para os exames do ensino médio etc isto não é uma escola isto é uma outra coisa Qualquer chamem uma outra coisa Qualquer não lhe chamem escola porque a escola Depende de um trabalho da
relação humana que não cabe nesta espécie de sonhos futuristas da digitalização Este é o segundo caminho a evitar e há um terceiro caminho a evitar que é um caminho popular no mundo que é o caminho da privatização que é o caminho que nos levaria a progressivamente ir abdicando da escola enquanto o lugar do público enquanto o lugar de todos não é para irmos cedendo para irmos cedendo a dinâmicas e a processos seja processos de hom schooling que são muito enfim muito populares em várias regiões do mundo seja noutro tipo de processos que vão de algum
modo corroendo ou ou ou ou ou desgastando a ideia da escola como esse lugar onde se produz a sociedade onde se constrói a sociedade muitas vezes com essa ideia errada com essa ideia errada de que a escola se destina a servir um público que a escola se destina A Servir centes ora a escola não se destina a servir um público a escola não se destina a servir clientes a escola destina-se a formar um público a criar um público a construir um público e talvez ninguém o tenha dito melhor do que os franceses que durante séculos
chamavam aos professores primários constit instituidores Isto é alguém que institui uma cidadania que institui um público que forma um público constrói um público essa dimensão é hoje uma dimensão central e é certamente um caminho a evitar pelo menos nas orientações da comissão nas orientações da Unesco e recordo que na Unesco que na Unesco que da Unesco fazem parte 194 países 194 estados membros com os seus representantes com os seus embaixadores e que este relatório foi aprovado na conferência geral da Unesco e foi aprovado por unanimidade se assim é se há estes três caminhos a evitar
Quais são os três caminhos a reforçar ou os três caminhos que nós entendemos que tem um potencial de transformação talvez esses três caminhos pudessem ser ditos com uma frase com uma frase que o Darc Ribeiro diz que é do Anísio Teixeira e o Anísio Teixeira diz que é do Darci Ribeiro não é e a frase é a escola pública é a maior invenção do mundo não é o Darci diz que foi o do Anísio que a disse o Anísio diz atribui a frase ao aar Ribeiro E na verdade a escola a escola e Escola Pública
São uma invenção extraordinária são uma invenção civilizacional extraordinária não é se perdêssemos se por alguma razão perdêssemos Esta escola estaríamos a perder estaríamos a perder a instituição a instituição das sociedades do século XX onde ainda é possível trabalhar a ideia do comum a ideia da inclusão a ideia da diversidade a ideia do Diálogo a ideia do encontro a ideia de estar com os outros de conversar com os outros de fazer qualquer coisa em comum com os outros não é e é isto que nós e é esta escola que nós não podemos perder não podemos perder
nem no Brasil nem no mundo e por isso os três caminhos que a que o relatório da Unesco aponta três caminhos a seguir são o primeiro a reinvenção pública da escola não é isto é escola precisa de se Reinventar a escola tal como a conhecemos denota dificuldades mostra que há coisas que não estão a funcionar esta coisa esta coisa absurda de depois de 200 anos há 200 anos mais ou menos 170 anos os países começaram a impor a escolaridade obrigatória dissemos a todos os meninos e a todas as meninas T ir para escola todos os
meninos e todas as meninas foram obrigados a ir à escola foram obrigados pelas leis do Estado pelas leis que foram impostas mas 200 anos depois ainda não conseguimos educar todos os meninos e todas as meninas pior ainda no último relatório da Unesco nos dados que nós damos aqui nós chegamos à conclusão à conclusão eu sei que isto é muito duro de ouvir mas eu vou dizer-vos o número de que metade metade das crianças dos jovens que terminam a escolaridade com 15 anos de idade metade cerca de nós nós calculamos que cerca de 1 bilhão 800.000
não é e 800.000 quer dizer que 900.000 destas crianças metade das crianças que terminam aos 15 anos da escolaridade terminam sem terem as competências básicas de leitura de escrita de matemática a literacia científica O que é que se passa nas nossas escolas O que é que se passa nas nossas escolas para que Metade dos nossos alunos estejam lá anos e anos e anos e pouco aprendam há qualquer coisa que está a falhar e esse qualquer coisa exige-nos um gesto de reinvenção pública da escola Já vos Falarei um pouco mais disso o segundo caminho a seguir
é o caminho de que eu falei ontem na sessão do Instituto casag grande é uma revalorização humanista dos professores uma revalorização humanista dos professores e digo e digo a partir de alguém que como eu nos últimos 30 ou 40 anos nós assistimos a muita coisa na área dos professores assistimos às pedagogias para objetivos assistimos à pedagogia científica Ass às listas de competências e habilidades que os professores tinham que adquirir assistimos mais tarde às competências socioemocionais assistimos a muita coisa mas parece que nos faltou falar da grande missão humanista dos professores nos faltou falar dessa missão
que está no coração dos Direitos Humanos porque o trabalho dos professores está no coração dos Direitos Humanos dos antigos direitos humanos e dos novos direitos humanos os antigos Direitos Humanos que eram os direitos à paz ao Pão à habitação à saúde e os novos direitos humanos são os direitos da terra são os direitos do digital público que são os direitos das mobilidades são os direitos das diversidades que são os direitos da da vida longa da longevidade do intergeracional nós temos que ter no coração do trabalho dos professores este apego este apego à sua grande missão
humanista E isto é absolutamente central hoje não é é Central esta revalorização e finalmente o terceiro caminho a seguir é o caminho da construção comum da educação e reparem que eu estou a jogar aqui com dois conceitos com dois conceitos que são conceitos centrais do relatório que o relatório ao longo nós tivemos um grande debate no relatório E acabamos por definir a educação como um bem público comum bem público comum eu estou a jogar com estes dois conceitos o conceito de público e o conceito de comum que vão juntos um com o outro não é
porque o comum é esse comum do Trabalho em comum da vida em comum da construção em comum um dia perguntaram a um filósofo francês O que é que dev ser ensinado nas escolas o que que dev ser ensinado nas escolas e este filósofo Senor chamado olia re deu uma respondeu com duas palavras e nestas duas palavras vai todo o sentido do Comum aqui fala dizia ele deve ser ensinado nas escolas tudo aquilo que une e tudo aquilo que liberta tudo o que une e tudo o que liberta tudo o que une o que nos une
a uma tradição o que nos une a uma cultura o que nos une enquanto conhecimentos comuns da humanidade e tudo o que nos liberta tudo o que nos permite ir mais longe tudo o que nos permite um conhecimento e uma ciência da criatividade da Imaginação para além dessa dimensão do unir unir e libertar unir e libertar é o sinónimo desta construção comum da educação ou se preferirem julgando com as palavras em português de uma construção em comum da educação em comum da Educação no sentido Mais amplo deste termo o relatório joga ao longo das suas
200 e tal páginas Com estes três conceitos o conceito de público humano ou humanista e comum são estes três pilares Nos quais assenta a elaboração das nossas ideias e assenta a elaboração das nossas propostas são nestes três pilares que assenta aquilo que nós designamos pela metamorfose da escola ou metamorfose da educação a mudança da forma da educação a transformação a transforma o mudar a forma da escola e mudar a forma da escola é mudar a forma da escola desta escola estruturada naquilo que alguns de Nós brincamos eamos pela escola do um um professor uma sala
de aula uma disciplina uma hora uma turma a ideia da escola do um para a escola de uma imensa diversidade onde acontecem coisas diferentes em horários diferentes onde Talvez seja possível imaginar que durante uma semana inteira Só fazemos matemática e na Seg na semana seguinte Só fazemos Artes e podemos imaginar uma diversidade de aproximações uma diversidade de organizações que nos retire desta da forma escolar que é também uma forma e como vocês sabem uma forma é alguma coisa que nos que nos constrange que nos que nos reduz que nos impede de de imaginarmos outros caminhos
a ideia de metamorfose da escola é a meu ver uma ideia muito poderosa e sobre ela nesta segunda parte da minha intervenção eu vou apenas falar-vos de quatro coisas poderia falar-vos de mais o relatório Fala emem Cinco capítulos eu vou reduzir agora a quatro ideias a quatro ideias as propostas do relatório primeiro elemento da metamorfose da escola a criação de novos ambientes educativos da mesma maneira da mesma maneira que a invenção da sala de aula invenção da sala de aula foi uma invenção extraordinária do século X a invenção da sala de aula a invenção do
quadro negro a invenção daquela estrutura daquele espaço onde protegidos os professores podiam dar as suas aulas a invenção da da forma escolar foi uma invenção extraordinária do século X num tempo num tempo em que a nossa grande objetivo era um objetivo de unificação de unificação recordem o nome que dávamos às escolas de formação de professores Nessa altura às escolas de formação de professores Nós chamávamos escolas normais porque se destinavam a normalizar os métodos a normalizar o ensino porque tudo antes antes das escolas normais o que se fazia nas áreas educativas era uma confusão imensa não
havia não havia um rumo não havia um método não havia uma orientação não havia uma pedagogia não havia uma forma escolar a construção dessa forma escolar no século X foi um avanço civilizacional extraordinário num apontamento num apontamento curioso de que eu me recordei quando o Renato Ronaldo estavam aqui a falar da mãe da da senhora Amélia Casagrande eu recordei-me quear si num apontamento naquele livro que ele tem que é um livro extraordinário a nossa escola é uma calamidade é o título do livro não é ele diz a certa altura isto eu não me esqueço que
foi a professora só com o seu quadro negro e a sua caixa de giz que educou o mundo foi a professora só que educou o mundo a ideia da forma escolar e do ambiente da sala de aula é extraordinária é uma é uma é uma invenção extraordinária e por isso é que ela resiste até aos dias de hoje e por isso é que ela tem resistido década após década após década e tem resistido a muitos movimentos de renovação e resistiu ao John de e ao piag e ao fren e ao Ferrier ao Paulo freira e
resistiu a isso tudo e se mantém até hoje mas obviamente obviamente que esse ambiente da sala de aula já não chega e que nós precisamos de abrir a sala de aula de abrir outros ambientes educativos ambientes educativos onde seja possível crianças de várias idades crianças de várias turmas trabalhar em conjunto trabalhar em projetos onde seja possível vários professores em conjunto junto trabalharem uns com os outros essa ideia de uma diversidade de ambientes educativos é absolutamente central e isso vai ter isso está a ter já hoje um grande impacto na maneira como se constróem as escolas
na arquitetura das escolas porque um colega nosso francês o Filipe meir que é Ana Paula da diálogos vai trazer aqui ao Brasil no mês de setembro ai agora já é fevereiro já mudou fevereiro em fevereiro do próximo ano ele tem um texto em que ele diz sobre a arquitetura escolar as pedras pensam as pedras pensam não é isto é o o a dimensão arquitetónica é uma dimensão importante do ponto de vista pedagógico e do ponto de vista educativo então a construção de novos ambientes educativos que alguns designam por novos ecossistemas educativos é absolutamente central e
é isso aliás naquelas experiências que nós mais admiramos como por exemplo a escola da ponte de Portugal muito admirada aqui no Brasil o que é que o que é que foi a mudança da escola da ponte foi a criação de novos ambientes educativos foi a partir da construção de novos ambientes educativos que eles definiram a sua pedagogia e nestes ambientes educativos O que é que se espera espera-se uma Pedagogia da cooperação e do trabalho espera-se uma pedagogia não apenas atenção que eu sublinho o advérbio Apenas não apenas da aula mas da cooperação e do trabalho
espera o meu sonho que não é o meu é um sonho de muitas gerações um sonho que eu felizmente vi cumprido em Portugal nos últimos meses é o sonho de entrar numa escola sem ninguém estar à minha espera e ver o qu e ver alunos a trabalharem alunos a trabalharem a escreverem a lerem a fazerem projetos a trabalharem uns com os outros Este é o meu sonho o meu sonho de pedagogo é entrar em escolas e ver alunos a trabalharem em vez de entrar em escolas e verem alunos a receberem aulas a ouvirem aulas sentados
a ouvir aulas o meu sonho é este e eu cumpri o meu sonho eu fiz uma viagem de 44 dias por Portugal 44 escolas 44 dias ao longo de todo o país escolas escolhidas ao acaso escolas públicas escolhidas ao acaso e em metade destas escolas em metade eu entrava sem nenhuma preparação sem nenhum aviso e o que eu vi era alunos a trabalharem vi alunos a trabalharem eu entrava nas salas entrava nos ginásios entrava nos refeitórios entrava nos espaços de ciência e via aos alunos a trabalharem a fazerem projetos a construírem coisas a realizarem atividades
etc não os via sentados a ouvir aulas não é a pedagogia da cooperação e do trabalho é certamente um elemento central da metamorfose da escola um terceiro elemento Central é de um currículo de um currículo que seja um currículo da convergência e não um currículo de disciplinas que seja um currículo de temas de problemas de projetos eu estava eu estava a ver o início desta sessão e obviamente isto é uma coisa banal para vocês mas sendo banal para vocês é menos banal para um estrangeiro está a ver que no início do Hino Nacional apareceu a
bandeira do Brasil com essa extraordinário lema daquela época Ordem e Progresso Ordem e Progresso é o lema é o lema que constrói o currículo escolar a partir do século X porque o currículo escolar é construído como um currículo da disciplina da disciplina disciplina aqui no sentido da ordem de de de de disciplinar as crianças um currículo da disciplina a ordem e das disciplinas no plural e as disciplinas são o progresso são a ideia do positivismo daquela época da grande taxonomia das disciplinas científicas a ideia de que a ciência nos vai trazer o progresso e da
construção das disciplinas a ordem e o progresso são a disciplina e as disciplinas no plural é muito curioso que na nossa língua portuguesa disciplina quer dizer duas coisas diferentes a disciplina no sentido moral no sentido do comportamento e a disciplina no sentido da matéria no sentido do conteúdo naquela Bandeira está a disciplina e as disciplinas naquela bandeira está o currículo está o currículo escolar do século X do final do século X e que se prolongou até aos dias de hoje porém porém hoje hoje no século XX a ciência a ciência já não está organizada por
disciplinas se vocês virem qualquer edital de ciência aberto no mundo vocês não dizem temos aqui 1 bilhão de reais para apoiar pesquisas na área da matemática ou na área da história ou na área do português ou na área das Artes não vem não há não existe ISO não existe em parte nenhuma do mundo então o que é que existe exige editais de apoio à Ciência resolver temas problemas e projetos o problema da água o problema terrível das alterações climáticas que T dado resultados como estes no Rio Grande do Sul o problema da pobreza o problema
das desigualdades o problema das cidades o problema dos transportes o problema da energia os editais são abertos são abertos em torno de temas e de problemas para os quais depois obviamente com convergem convergem várias disciplinas para o tratamento desses temas e desses problemas ora o que é que se espera de nós espera-se de nós que da mesma maneira que no final do século X adotamos um currículo de disciplinas adotemos agora a mesma evolução da ciência que é uma evolução da Ciência da convergência de saberes da convergência de conhecimentos e sejamos capazes de Reconstruir o nosso
currículo nesse sentido é um grande desafio que temos pela frente e um desafio onde do lado do comportamento do lado do comportamento já não é a ordem nem a obediência que nós esperamos dos nossos alunos é a liberdade e uma liberdade com responsabilidade é a capacidade de serem livres e responsáveis a capacidade de lhes incutir esses valores que são os valores da Autonomia porque educar alguém é sempre educar alguém para a autonomia não é é sempre educar alguém para ser um ser autónomo capaz de construir a sua própria história de vida e finalmente o quarto
elemento da metamorfose da escola da metamorfose da educação que é a ideia do uma escola da convivialidade Isto é uma escola que junta duas palavras o cuidado e a cidadania uma escola da empatia e da Cidadania uma escola que é capaz de perceber e de se construir como uma unidade A escola é uma unidade A escola é um todo a escola não tem umas partes uma parte em que se dá aulas uma parte em que se faz outra coisa qualquer uma parte sei lá de gestão uma parte outra coisa Qualquer A escola é hum unidade
é um todo é um todo simbolicamente e institucionalmente e neste todo a ideia do cuidado e a ideia da Cidadania são centrais pelas razões que eu vos dizia há bocado porque a escola é esse lugar esse lugar onde aprendemos a viver com os outros é esse lugar onde aprendemos a viver com os outros que são diferentes de nós E daí e daí a referência sistemática a uma educação inclusiva mas a educação inclusiva como aqui foi dito na apresentação do Instituto de casag grande não podem ser palavras não podem ser só palavras tem que ser uma
pedagogia diferente um método diferente de organizar as escolas nos construirmos desse ponto de vista é isso que em grande parte está na proposta da Unesco sobre este processo de metamorfose da escola para terminar tenho mais 5 minutos pela frente se faz a pergunta mas como falou aí de novos ambientes educativos falou aí de uma Pedagogia da cooperação e do trabalho falou aí de um currículo da convergência falou aí de uma escola da convivialidade do cuidado e da cidadania como é que se faz isto Como como é que como é que como é que caminhamos nessa
direção como é que eu professor como é que eu professora como é que eu diretor como é que eu gestor como é que eu como é que eu encaminho isso vou-vos dar a mais simples de todas as respostas e no entanto aquela que me parece a resposta mais necessária vou dar-vos a resposta que é dada no relatório da Unesco e esse relatório termina do seg da seguinte maneira o relatório foi basicamente construído durante a pandemia E como eu vos disse com consulta de 1 milhão de pessoas no mundo nós vimos muita coisa eu li milhares
e milhares de experiências eu vi centenas milhares de vídeos eu assisti a lives em todo o mundo da China à Tailândia África do Sul à Rússia à Finlândia a todo o lado eu vi a comissão viu muitas coisas e a comissão acaba o seu relatório dizendo nós vimos Coisas extraordinárias que se estão a fazer no mundo nós vimos Coisas extraordinárias então nós comissão então nós comissão não temos não temos recomendações a dar-vos regras geral os relatórios das organizações internacionais terminam com recomendações e agora a comissão internacional vai recomendar aos governos Isto vai recomendar aos educadores
Isto vai recomendar às escolas isto nós não temos recomendações a dar-vos nós queremos partilhar com o vosco estas reflexões e sermos capazes de olhar para que se faz no mundo tudo o que eu vos disse tudo o que eu vos disse dos novos ambientes educativos da pedagogia do trabalho do currículo da convergência de uma escola da convivialidade da convivialidade tudo o que eu vos disse já se faz no Brasil já se faz em Portugal já se faz em muitos lugares do mundo não tentemos inventar uma espécie de uma novidade inédita de uma coisa extraordinária de
um de uma solução mágica que alguém invente n algum lugar do mundo ou da estratosfera o que nós tivermos a inventar em grande parte já está inventado às vezes nas vossas escolas às vezes pelo professor do lado às vezes na escola do lado já está inventado já está a ser feito já está a ser ensaiado não é nada de uma coisa extraordinária em que nunca ninguém pensou Já está pensado já está a ser feito então o que é que nós precisamos precisamos de conhecer essas realidades precisamos de conhecer o que já se faz de conhecer
o que já se faz de extraordinário em muitas partes do mundo conhecer o que já se faz às vezes na escola ao lado conhecer as realidades identificá-las nomeá-las sermos capazes sermos capazes de as conhecer e ao mesmo tempo de as apoiar que os poderes públicos que os responsáveis políticos que a sociedade apoie essas experiências algumas não vão dar certo mas que elas sejam apoiadas nessa lógica de ensaio nessa lógica de experimentação que elas sejam conhecidas que elas sejam apoiadas e que elas sejam ou compartilhadas que elas sejam que elas sejam parte de um processo de
discussão entre nós como aqui dizia muito bem Lourival que nos permita dizer o que nós sabemos o que é que nós já sabemos o que é que nós já fazemos O que é que nós educadores já sabemos o que é que nós professores já fazemos e como é que podemos dar a isso uma outra dimensão uma outra capacidade não ficar à espera não ficar à espera de uma novidade que vai surgir não sei de onde de uma solução que vai surgir não sei de onde mas sermos capazes de investir de olhar de conhecer de nomear
de identificar de valorizar aquilo que já se faz e compartilhar isso que já se faz este é o segredo Este é o segredo que De algum modo está no final do relatório da Unesco do relatório reimaginar os nossos futuros juntos um novo contrato social da educação um relatório que defende este novo contrato um contrato que é um contrato social da educação pela educação e para a educação um contrato social que De algum modo inaugura uma nova dimensão uma nova dimensão do trabalho educativo a partir de coisas simples simples novos ambientes educativos Pedagogia do trabalho um
currículo da convergência uma escola da convivialidade por onde é que se começa não sei cada um começará por um lugar diferente cada um começará por uma iniciativa diferente cada um investirá numa coisa diferente mas é desse desse fervilhar desse borbulhar de coisas que já existe no mundo porque nós sabemos que a escola não pode ficar tal como está desse fervilhar que vai nascendo uma nova dinâmica de transformação um movimento coletivo de transformação da educação um movimento que é feito com muita coragem um movimento que necessita de muita coragem um movimento que necessita de muita coragem
E como eu recordei hoje de manhã coragem é uma palavra que tem a mesma raiz que coração que aqui foi recordado também a coragem e coração tem exatamente a mesma raiz cor coragem e coração tem a mesma raiz essa coragem é uma coragem que vem de dentro como aqui foi dito também pelo Lourival nomeadamente na área da formação continuada O que é formação continuada formação continuada é a coisa mais simples que existe é nós conversarmos uns com os outros sobre as nossas práticas sobre as nossas experiências formação continuada não é seguir um curso não é
fazer um curso presencial aou online não é ir fazer uma ação de Formação é sermos capazes de refletir sobre aquilo que sabemos e que fazemos com os nossos colegas é construir isso dá muito trabalho não é uma conversa de café é uma conversa estruturada é uma conversa organizada é uma conversa em que às vezes precisamos de parar e dizer temos que ir ler um livro Precisamos de parar e dizer calma Temos que chamar um colega nosso que trabalhou sobre isso para vir conversar connosco temos que parar essa construção que vem de dentro e que é
capaz de nos ir de algum modo libertando e a liberdade libertar o futuro é justamente o título do último livro que a diálogos publicou e que eu escrevi aqui no Brasil professores libertar o futuro é pela ideia de liberdade que eu quero terminar deixando-os os meus contactos e terminar pela ideia de liberdade dizendo isto não há liberdade sem ação não há Liberdade antes nem depois só há Liberdade durante só há Liberdade durante no momento em que nós nos envolvemos numa nova experiência nos envolvemos num novo projeto nos envolvemos com os outros colegas numa nova atividade
é essa liberdade durante a liberdade antes e depois conta pouco a liberdade pedagógica a liberdade de um professor é a liberdade durante é a liberdade dessa coragem da ação dessa coragem de nos encontrarmos não à espera de uma coisa ordinária porque o que é verdadeiramente extraordinário é o dia a dia o que é extraordinário é o que já se faz no dia a dia de muitas escolas por vezes sem condições por vezes com dificuldades é isso é aí que nós temos que juntar-nos e agarrar e construir um novo tempo para a educação um novo tempo
para a educação é também um novo tempo para os professores porque não há um novo tempo de educação sem um novo tempo para os professores sem uma valorização desta profissão sem uma valorização da formação Inicial e continuada sem uma valorização das condições de trabalho sem uma afirmação forte da dimensão humanista da educação o público o Humano o comum eix os três caminhos a seguir na renovação da educação ais os três caminhos e aí pessoal gostaram ai Antônio no é maravilhoso né é empolgante e ele uma clareza no que fala e deixa muito aberto esses caminhos
e aí cada um de nós né dentro da sua função dentro do seu caminho da sua sala de aula da coordenação da gestão seja onde for cada um de nós tem que fazer o seu papel para que realmente tenhamos o melhor futuro ou futuros melhores para