Peter Sloterdijk a filosofia das esferas - Aula 06 do curso com Rodrigo Petronio | Casa do Saber

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Veja a sexta aula do curso "Viver com os Outros: Filosofias para Entender o Mundo Atual", ministrado...
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essa aula que você vai ver agora faz parte de um curso da casa do Saber mais a nossa plataforma de stream nas próximas semanas a gente vai disponibilizar esse curso na íntegra aqui no canal do YouTube Então se inscreva para ficar por dentro de cada novidade E também aproveite para clicar no link que tá aqui na descrição e se tornar assinante desse mundo de conhecimento e a gente pode dizer que a filosofia das esferas de SLK é uma gigantesca exponencial expansão do serc é muito no começo da das esferas que ele diz que essa é
uma filosofia que pretende refutar a solidão não existe solidão todos os seres são com são com outros seres o ar que a gente respira dá uma impressão de abstração parece que ele é abstrato mas ele não é ele é cheio não existe nada não existe vazio na natureza a natureza é toda plena ela é toda cheia e não existe buraco também porque tudo está em relação a tudo estamos aqui para nosso sexto encontro né do curso viver com os outros e o encontro de hoje né como eu havia dito no a partir do encontro passado
nós fizemos aí uma inflexão para nós começarmos a pensar esse outro não apenas no sentido da intersubjetividade das relações dos humanos entre si né e com com toda a profundidade que isso e implica né Mas também de nós pensarmos o outro do humano né E pensarmos aí em Como a tecnologia principalmente e as tecnociências estão alterando a fisionomia disso que a gente chama de humano né então acho que a gente falou bastante assim sobre a a Dana harway né aquela antropóloga bióloga americana o conceito dela de siborg de redes né interacionais informacionais a dissolução entre
o natural e o artificial Essas barreiras essas Fronteiras São dissolvidas a partir desse mito né que a Dana Hary criou que é um mito ao mesmo tempo um na região entre o mito e a ciência essa que é a definição que ela dá né o siborg a imagem do siborg ela estaria articulando mesmo mito e ciência que é uma questão que nós precisamos repensar né também as novas tecnologias elas estão Rem remi ficando o mundo eh depois eu vou falar um pouco sobre isso né mas no sentido de criar novas entidades novos modos de vida
e reativando certas narrativas que até pouco tempo atrás eram consideradas puramente míticas né Para dar um exemplo né o noar esse autor que é bastante importante ele chega a falar do que ele chama de projeto Guil games né Gu Gam é a primeira obra literária da humanidade e lá no Gu games né narrativa que tem aí 3 3700 Anes de CR 6000 mas o mito pode ser muito mais antigo do que isso 6 7000 anos atrás é o mito da imortalidade imortalidade biológica né Guil games ele propõe ele pressupõe né uma é uma narrativa de
busca dessa imortalidade biológica isso é um mito né sumério acadiano lá da Mesopotâmia né dessa primeira obra da humanidade e hoje nós estamos aí dentro desse novo projeto mítico que é o projeto da amortal dos seres humanos né E aí isso é também uma tem uma visão mítica por trás disso então a Dana Haro ela tá pensando nessa chave né mas também ela tá pensando em mitos que sejam mitos inclusivos que não sejam mitos que possam funcionar apenas por uma pequena Elite uma pequena parcela da população mas que eh que sejam mitos também eh de
emancipação coletiva de pertencimento né de inclusão de minorias isso também podem ter muitas mitologias que tem que trazem essa mensagem implícita então né Eh a partir dela nós fizemos essa inflexão E hoje nós vamos nos até mais a um autor chamado Peter ldk que é um dos meus pensadores e filósofos favoritos contemporâneos né Eh e é um autor muito potente pra gente pensar essa interação dos humanos e dos não humanos né porque no fundo aí essa eh questão que nós estamos tangenciando agora né nessa parte do curso é um pouco isso né deens como viver
com os outros não humanos né E como o humano é humano à medida em que ele vive com os outros que são não humanos né em que medida que nós dependemos dos não humanos para nós termos vindo a ser o que nós somos humanos tal como nós somos Então essa é até eu tinha mencionado né da Dana Haro e a questão do Manifesto das espécies companheiras as espécies companheiras não são apenas os nossos petes que foram domestic n o cão o lobo que foi domesticado desde a pré-história e daí se transformou no nossos cach nos
Nossos cães domésticos mas as espécies companheiras são também os bilhões e bilhões de bactérias que estão dentro do do nosso corpo né para fazer síntese de proteínas e que tem DNA não humano e que dão dentro do nosso corpo constituindo o Humano que nós somos e s uma espécie companheira também e se a gente for pensar nessa escala dentro da escala da evolução da vida na Terra não existe nenhuma que não seja companheira da outra se desde os fungos e das dos seres mais quase diríamos assim insignificantes né que a gente julga que sejam insignificantes
até todos os demais seres vivos nessa grande rede aí da vida desse equilíbrio instável né que é o planeta terra tudo isso é espécie de Companheira então isso tudo também é pensar o outro né e pensar para além do especismo e hoje eu quero eh também tematizar bastante esse essa questão do humano e daquilo que nós falamos um pouco no encontro passado sobre humano humanismo pós-humanismo transhumanismo meta humano né não humano são as diversas designações os diversos prefixos que nós apom né Eh a palavra humano o humanismo e as várias implicações disso né e Oter
D é um autor importante para nós falarmos disso a partir dele né e não apenas eh uma questão só de se ater à especialidade da obra dele é o slotter é um filósofo então contemporâneo alemão esse nome dele a família dele tem uma ascendência holandesa né então seria sloter dich mas a gente pronuncia slotter diik ele é um filósofo um polímata digamos assim domina muitos saberes escreve demais ele é uma máquina de escrever é muito impressionante a quantidade da obra dele a extensão né a verticalidade e a extensão também é um grande escritor um ensaísta
assim brilhante né também como escritor eh para mim é um dos grandes ensaístas grandes escritores vivos hoje em atuação e eu queria começar com uma frase do slotter djk que ele deu em uma entrevista recente que é a frase diz mais ou menos assim né tô parafraseando né Nós não descendemos dos grandes primatas nós descendemos das Pedras então o que que ele quer dizer com essa frase ele Tá negando a teoria darwiniana não de maneira nenhuma né Nós descendemos dos grandes primatas evolução humana os hominídeos que são os outros de nós mesmos né o viver
com os outros aí todos os séculos e milênios que a terra foi habitada por mais de um humano que não é né o homo florensis homo nandertal Enis né junto com o homo sapiens eh eh então havia aí uma convivência de humanos diferentes o que também gera uma investigação interessante a gente pensar né se esses outros humidos tivessem sobrevivido Qual a relação de alteridade que a gente teria com eles né Quais as religiões as artes as tecnologias as ciências as literaturas né as religiões que Eles teriam produzido isso é um exercício especulativo interessante né e
eh então nós descendemos sim dos primatas dos grandes primatas mas o slotter dich ele quer dizer então que nós descendemos das Pedras por quê Porque nós descendemos desse ato né do atrito da produção artificial do fogo né Então a nossa descendência é uma descendência tecnológica Nós já somos já seres tecnocientíficos e seres tecnológicos desde a nossa emergência nas Savanas africanas como Sapiens e muito antes disso a começar pelo fato do homoabilis né O que que é habiles em Latim é habilidade é manualidade é capacidade de alterar o meio circundante eh e essa ância da tecnologia
né para essa importância eh o isl diik ele cunhou um conceito de antropotécnica a antropotécnica é toda técnica capaz de alterar o ser humano Isso é o que a gente pode chamar de antropotécnica né então mas se nós pensarmos que o ser humano é um dos seres mais plásticos do mundo né cujo cérebro tem uma enorme plasticidade nós somos seres metamórficos estamos o tempo todo em metamorfose em transformação né h Vista a fisionomia do humano que vai mudando às vezes radicalmente né de séculos em séculos de milênios em milênios então no fundo essa tecnologia se
nós pensarmos que nós descendemos das Pedras a antropotécnica ela é muito antiga ela é anterior ao Sapiens né a domesticação do fogo ela já vem dos hominídeos tem alguns tem milhões de anos não apenas milhares de anos o uso do fogo né então isso já tá inscrito né nessa nessa nossa eh nessa nossa natureza humana Então esse é um paradoxo quando a gente fala de natureza humana nós precisamos desnaturalizar a natureza humana para entender o que que ela seja né então isso aqui é o uma antinomia aí que nós como nós falamos em filosofia né
o humano para se definir em sua natureza ele precisa suspender o que seja natureza o que seja natural né então isso já é uma questão trazida pelos do DK e vamos então explorar um pouco essa questão da antrop né O que que ela é eh só cunhando assim fazendo algumas pequenas digressões quando a gente fala de técnica e de tecnologia nós temos essa noção de que a técnica a tecnologia é algo muito recente que surgiu com eh com a industrialização né E nós imaginamos às vezes que as técnicas elas eram rudimentares ou que a técnica
ela não é tão tão importante quando eh antes do surgimento da da industrialização Então a gente tem que tomar relativizar demais né a tecnologia não é o iPhone 13 não é a última tecnologia última coisa virtual último modismo que aparece existem tecnologias né já usando um conceito do slotter diik que são cesuras né esse conceito de cesura é muito importante na obra de LD a cesura ela é quase sinônima de revolução mas não Revolução no sentido político revolução no sentido tecnológico ou seja são grandes cortes né que dividem assim fatias enormes da narrativa humana e
que de fato alteram toda a estrutura do mentalidade da produção da produção de riqueza da organização subjetiva do ser humano né assim como a gente estava falando lá de deles guatarri né eles também estavam pensando a partir dessas grandes Marcos Então quais são as cesuras né isso é importante e quais são as cesuras que estão ocorrendo agora que vão alterar essa fisionomia do humano né e e qu essa outra nova humanidade com a qual a gente tá eh se relacionando né E aí tem muito acho que o audiovisual nos traz muito isso né Inteligência Artificial
robotização eh aquele filme Incrível ela né eh qual que é a relação do protagonista com uma inteligência artificial que pela qual ele se apaixona e ele começa a levar até um romance né ele se casa entre aspas com inteligência artificial qual que é essa alteridade que Tem surgido né em que medida isso talvez não possa vir a ser factível inteligências muito muito sofisticadas que possam interagir e compreender nossos sentimentos e a gente vai ter uma relação afetiva com essas inteligências e não vai ser uma vida robotizada necessariamente ou se for robotizada né Eh Os Robôs
muitas vezes não são apenas mecânicos né a gente é que pode nós é que podemos nos robotizar Mas a gente pode se robotizar também sem ter nenhum chip implantado em nós pelo só simples motivo na nossa vida ser o tempo todo sequenciada repeti então a robotização a desumanização do humano ela não tá apenas atrelada às máquinas e as tecnologias ela também tá atrelada por exemplo a incapacidade de sentir incapacidade de demonstrar afeto de criar vínculos afetivos isso também é uma forma de de de desumanização de gerar um outro eh de de gerar um outro do
humano com o qual a gente que a gente tem que tá atento né para ver quando é que ele emerge né mas não tem necessariamente a ver com as tecnologias então fazendo assim esse esse preâmbulo né essa esse conceito geral mas pra gente pensar nessa questão das cesuras né desses grandes cortes que eles tem a ver com a antropotécnica antropotécnica é esse conceito nuclear da obra de slotter DK e eh e aí E por que né porque o conceito de técnica ele não tá simplesmente ligado às tecnologias contemporâneas então vocês vão perguntar bom mas então
o que que é uma técnica né Então esse é o primeiro ponto uma interrogação gigante Aqui nós temos que pensar e aí uma definição que eu tenho pra técnica é técnica é tudo que intermedia eh tudo que se estabelece entre o humano e o mundo todos os meios né todos os as mediações criadas entre o humano e o mundo são técnicas então uma imagem né de um caçador coletor de 45.000 anos a 60 50.000 anos atrás uma imagem que ele tem de uma árvore é uma técnica no sentido de que é uma mediação uma membrana
que ele tá dando algum significado para aquela árvore e aquela árvore deixou de ser natural Portanto ele já tá artificializado em alguma medida aquela árvore Porque existe uma mediação entre ele e a árvore E aí ele tá dando essa mediação por ele é um animista ele acredita num em seres e um certo princípio anímico infuso né que existe um certo princípio na natureza que todas as coisas são animadas porque todas as coisas têm movimento o sol se move a lua se move as estrelas se movem os seres vivos se movem a árvore também se move
nasce cresce e morre e ele vai criar uma imagem Então essa imagem ela é uma mediação né entre mim e o mundo entre cada um de nós e esse mundo que se que se nos é dado eh quando nós queremos palavras ou designações nós estamos também capturando esse mundo de um ponto de vista técnico a gente tá nomeando esse mundo a gente tá definindo o que que esse mundo é E aí isso nos ajuda a quê a compartilhar entre nós essa definição para operar sobre o mundo Então como que nós né pensando de novo né
em pomin lá atrás eles conversando E definindo como que nós podemos capturar aquele animal como é que nós podemos fazer então tem uma definição ainda que muito provisória do que seja o animal do que seja um modo de captura uma rede né para pescar um pequeno quando nós tomamos um um um graveto uma um um pedaço de um galho E aí alguém escupe esse pedaço de um galho ele vira uma um uma uma lança né ou algo para ser capturado Isso é uma técnica então a técnica No fundo ela se nós pensarmos que não existe
nada que não seja mediado ou seja todas as coisas têm sistemas de mediação ou são sempre H algo que intermedia né intermedeia esse verbo é terrível né sempre há algo intermediando e entre nós e o mundo então sempre há alguma técnica presente desde mais tenra desde o mais tenro momento da da humanidade entrando aqui numa questão do slotter que é uma questão da biologia para vocês terem ideia do Dimensão disso há uma teoria que vem da biologia do século XIX chamada teoria da neotenia né a neotenia Tecnicamente é uma definição que é quer dizer que
se refere à prematuridade ou seja os mamíferos eles nascem prematuros eles são neotenic o que que essa teoria biológica ela nos Traz né de novo a partir do século XIX que o ser humano ele seria um chimpanzé neotenic ou seja ele seria um grande primata que eh teve um Nascimento prematuro lá na origem né lá na sua origem e origem lá né do da humanização da especiação milhões de anos atrás o seus chimpanzés os bonobos os urang tangos eles têm uma gestação de 12 meses o ser humano tem gestação de 9 meses então o que
que houve com essa neotenia o a o feto humano Ele nasceu mais frágil e justamente por ter nascido mais frágil ele começou a Gerar uma nova espécie Só que essa espécie justamente por conta da fragilidade ela teve que começar a criar dispositivos de proteção ela teve que ficar em casa ela não era muito exposta ao ao ao calor ao frio ela não podia caçar ela tinha que desenvolver outras aptidões né ela tinha uma visão mais frágil ela tinha um corpo mais frágil então a fragilidade a gente pode dizer que a fragilidade é a essência do
humano é fragilidade é precariedade porque desde nós que nós nos constituímos como mamíferos humanos hum não tô falando Sapiens tá falando dos hominídeos milhões de anos atrás lá na escalada da especiação nós somos animais fracos nós somos animais neotenic como slutter propõe que nós sejamos e já que nós somos neotenic tudo que Nós criamos e tudo que nos envolve é fruto dessa neotenia dessa fragilidade por quê Porque o ser humano ele percebe a fraqueza produziu uma força que é a força de criar envoltórios envoltórios em atmosferas invólucros proteções ambientes ambientes artificiais né E aí então
fogueiras cabanas núcleos de de proteção mais desenvolvidos do que os os outros animais e assim sucessivamente aí eh O que que é isso né Isso é a Gênese de uma grande teoria do ZD chamada teoria das esferas que é uma teoria que é muito vasta vou tentar fazer uma pincelada aqui muito sintética vasta até no sentido de extensão é uma obra dividida em três volumes tem aí 2500 páginas mas a teoria das esferas né O que que são esferas esferas são meios envoltórios são todos os modos pelos quais o ser humano e os seres vivos
de modo geral eles geram o meio em que eles estão ou seja o meio não é apenas um meio opaco né em que um ser vivo nasce o meio é tudo aquilo que eh concorre pra vida e pra sobrevivência desse ser vivo mas também é tudo aquilo que o o Vivo o ser vivo produz em relação a esse meio alterando esse meio em seu benefício Isso é uma é o que a gente pode chamar de uma esfera né E aí então vocês a gente já começa tatear algumas questões aqui né eh Há uma morfologia das
esferas Aí segundo sloter DJ né O que ele chama de bolhas que são essas esferas de uma forte intimidade uma forte intimação entre os ser humano e o meio circundante esse meio que o envolve h o que ele chama de de globos né que é o segundo volume da trilogia que daí já diz respeito a uma expansão desse Campo de dominação né desses dessas esferas de intimação Elas começam a se expandir E aí no fundo nós temos aí pequenas bolhas ou pequenos agregados humanos que eh criam narrativas religiões sistemas políticos imperiais para poder dominar o
outras pequenas bolhas e Pequenos Grupos Isso é o que ele chama de globos e existem as espumas né que nascem dessa deterioração desses globos Sobretudo com a modernidade a partir do século 161 e da emergência da tecnociência né Daqui a pouco a gente fala um pouco então dessas morfologias mas o importante é a gente reter aqui essa teoria do sloter daik né O que que ela é o que que ela tem a ver E por que que eu tô chegando nessa teoria para explicar o que que é antropotécnica se nós temos então toda a técnica
é uma membrana entre nós e o mundo essa membrana Então ela pode ser qualquer elemento qualquer ser mediador eh as esferas são são essas teoria essa esfer olia essa teoria dessas quase infinitas mediações que nós que existem entre os humanos os seres vivos e seu meio mas os humanos e seus meios e aí então a gente começa a Perceber né Essa eh relação muito forte né com do humano com tudo aquilo que o cerca e que é que ele é alheio que é alheio a ele então né voltando lá pro heidegger que nós mencionamos lá
no nosso primeiro encontro o slotter diik ele é um grande leitor de heidegger um leitor também de niet né a gente poderia dizer até que ele tá numa linha de continuidade né Entre esses dois filósofos de continuidade a esses dois filósofos alemães né niet morre em 1900 heidegger morre nos anos 70 loter dak tá vivo e ele é um leitor desses desses autores né E aí no em heidegger né vocês se lembram que a gente tava eh que Eu mencionei que o heidger é importante por conta dessa diferença ontológica né daquilo de de propor ou
de pensar né um outro da realidade um outro das coisas justamente para que nós não nos atenham às coisas enquanto coisas e isso é o que se chama de diferença ontológica que aquilo que lá no nosso primeiro encontro né Eu mencionei que tá relacionada a essas chamadas filosofias da diferença existe uma questão em heidegger que é eh uma questão de uma relacionalidade tá que é eh que tá inscrito no próprio conceito central de heidegger que é o dasen que quer dizer ser aí né a gente falou rapidinho disso mas o que que é o ser
aí né o ser aí é toda a relação que nós temos que cada um de nós tem com seu entorno com o seu meio ambiente digamos assim e essa relação ela é designativa Então essa esse esse chão essa câmera esse espaço né tudo isso faz parte do meu dasen ou do dasen que se institui aqui esse dasen chamado Rodrigo nessa poltrona né diante do Qual vocês eh que vocês estão vendo eh isso é o dasem no sentido desse ambiente ou seja desse meio circundante eh qual é a alteração que o slot Dik faz em relação
a essa filosofia eh de heidegger né ele vai então pensar bom sim o ser humano é um animal artificial o ser humano é um animal neotenic a sua essência é a fragilidade o ser humano ele tá circunscrito a meios e esses meios todo que nos cerca de uma certa no limite tudo que nos cerca em alguma medida é técnica porque desde que a gente saiu do ventre materno das nossas primeiras mães no fundo a gente não fez nada mais do que tecnificar a a natureza artificializado porque nós mesmos já somos animais artificiais né então isso
posto né O que que é esse meio que nos cerca e como é que o humano se relaciona com ele então há um conceito lá do Raid né que é o conceito de MIT Então existe o das que é essa situação existencial de cada ser dentro do seu envoltório do meio circundante e o mitz seria o ser com é um ser e diferente do ser aí né Por que que sloter vai trazer esse conceito de ser com né E vai priorizar esse conceito em relação ao conceito de Sera Sera é um pouco geral Isto é
aí né o meu sapato esse chão meu óculos essa essa cadeira esse cenário né essa luz essa câmera existe um certo distanciamento entre essas coisas dentro desse envoltório desse envoltório existencial ridiano o que que pressupõe o ser com o ser com pressupõe conectividade eu sou com esse controle eu sou com o óculos eu sou com essa essa poltrona eu sou com as minhas roupas e a gente pode dizer que a filosofia das esferas de zdik é uma gigantesca exponencializar a solidão não existe solidão todos os seres são com são com outros seres o ar que
a gente respira dá uma impressão de abstração parece que el mas ele não é ele é cheio não existe nada não existe vazio na natureza a natureza é toda plena ela é toda cheia e não existe buraco também porque tudo está em relação a tudo em alguma medida Ou seja a conectividade ela se dá o tempo todo então aqui a gente já traz já esse embrião da filosofia slotter daana que eu acho que é um embrião muito bonito que tá muito eh ligado a essa noção das esferas as esferas elas são essas estruturas rel ionais
do ser humano com o seu ambiente com as coisas em termos conectivos inseparáveis a inseparabilidade dos seres a rede de conectividade de todos os seres entre si e isso e e as esferas elas são esse modo de organização da vida e inclusive também da vida com aquilo que não é vivo com os artifícios com as pedras com as plantas mas também com os com as plantas com os animais mas também com os artifícios com as pedras com o fogo com a terra com os instrumentos técnicos com arado com a forma de alteração e hoje em
dia com a biotecnologia com a alteração do corpo com a a estrutura plasticidade cognitiva né com os hologramas com até esse objeto que a gente vai precisar refletir bastante sobre ele que são esses chamados metaversos que vocês devem estar acompanhando aí o que que tá acontecendo né tem problemas aí a gente precisa ficar atento a isso né assim uma dissolu absoluta e Total eh da do do público e do privado do do que restava de esfera subjetiva psíquica eh privada né isso tudo vai começar a ser drenado por esses algoritmos né E por essas novas
tecnologias é preciso fazer uma crítica e ter uma uma uma consciência em relação a quem vai lucrar com isso e quais os interesses específicos sobre isso mas é uma nova fronteira que a gente vai ter que avançar tá que é a própria dimensão holográfica que a vida humana vai começar a assumir e os nossos corpos vão se desmaterializar cada vez mais e nós vamos ser com os hologramas nós vamos ser com as telas nós somos com os Nossos celulares eh o ser com né é a própria conectividade digital eh gera próteses né E aí não
apenas no sentido convencional né um olho mecânico e um celular mas próteses extensivas mesmo que ainda que eu não que eu pare de usar os me meu celular que eu fique offline o meu pensamento ele já é com as imagens que me cercam ele já tá povoado ele já tá nesse amaranhado relacional né de de relações de conectividade do mundo atual porque essa essas imagens elas não chegam a todo tempo a gente é acessado visitado atravessado por essas imagens o tempo todo então Eh para eh então sedimentar um pouco o que que é essa teoria
das esferas né é uma teoria que ela eh é uma teoria de uma é uma antropologia filosófica ela tá pensando o lugar do humano na vida né A narrativa do humano é uma narrativa de cesuras ou seja de grandes cortes de pensar narrativas humanas a partir a narrativa humana a partir de blocos muito extensos ela valoriza muito essa a mediação por isso que o slotter d chega a dizer que é uma teoria geral dos meios né isso para nós em teoria da comunicação ele é um autor que é mais lido na área de comunicação e
de semiótica do que na filosofia porque para nós na área de comunicação isso é fantástico né porque uma das prerrogativas que a gente tem é essa né de que as coisas elas estão em uma conectividade uma constante comunicatividade né conectividade e elas estão o tempo todo em relação né então Esso é essa é uma das premissas né então E e essa e e e essa é uma das premissas lá da teoria das esferas né Eh modos pelos quais né Essas esferas elas se dão Então as esferas essas esferas relacionais humano meio humano animal humano não
humano atmosfera então a teoria das atmosferas é muito eh Central né E e aí mas fechando então a ideia né Porque que o slotter deck também é muito importante na área de comunicação porque ele define as esferas como uma grande teoria dos meios né isso que eu tinha mencionado então quando a gente fala de mídias quando a gente pensa em mídia no sentido forte do termo no sentido filosófico nós não estamos falando de aparelhos tecnológicos nós estamos falando em Sistemas de mediação e os sistemas de mediação eles são Então po Imaginem só né a vastidão
toda a civilização humana não é nada mais do que um um grande aparelho um grande sistema de mediações vamos falar disso quando a gente forou falar no próximo encontro sobre o villen fluer né Eu só queria que reter bem rápido também pra gente entender a morfologia dessas esferas né pra gente compreender um pouco a mudança da subjetividade e a mudança que que hoje nós vivemos desse ser com os outros né Desse viver com os outros esferas do tipo bolha relações de intimidade forte Os seres e seus meios né independente de quais sejam esses meios né
uma pessoa caminhando no deserto se ele é um eduino ele domesticou o deserto ele tem uma relação de intimidade forte com o deserto Ele tem ele constitui uma bolha com o deserto é uma esfera bolha um indígena dentro da Amazônia por mais hostil que possa parecer a Amazônia para nós se a gente for jogar do lado talvez a gente não sobreviva ele vive numa esfera bolha com a Amazônia com a floresta porque ele conhece os signos da floresta ele já absorveu aquela atmosfera a natureza da floresta não é um ser aí no sentido heideguer ano
não é apontar PR as coisas como se elas fossem distantes é uma questão de uma profunda conectividade ele deve respirar aquele ar ele deve ouvir o canto dos pássaros ele vê o Revest dos animais ele vê os insetos Ele tá em conexão com aquilo e a conexão é forte da mesma forma que nós mamíferos nós buscamos o tempo todo essa conectividade forte porque a primeira bolha Ou seja a primeira a primeira instância relacional é do humano com a mãe dentro do ventre então eh há uma prioridade muito grande dessa questão slotter D chega a dizer
que ele tá tentando criar ou fundar uma nova filosofia que ele chama de filosofia mamífera que é uma filosofia que não pensa a partir da morte de Deus do pós-vida do fim da deterioração do corpo é uma filosofia que pensa a partir do nascimento da emergência as coisas que nascem né vira ao mundo vira a linguagem né ou seja nós estamos o tempo todo nascendo vindo e ao nascer se nós estamos o tempo todo nascendo em transição em transformação nós estamos o tempo todo tentando eh estabelecer conexões fortes com o meio que nos cerca essas
conexões elas podem se deteriorar mas a a força humana tá em voltar a tentar reestabelecer essas conexões vejam como isso permeia a nossa vida né é quase como se a gente estivesse o tempo todo oscilando entre relações fortes a tentativa de sustentar essas relações fortes seja num casamento numa amizade em grupo né e e como Às vezes isso se deteriora mas a gente tem uma demanda disso o ser humano não consegue viver no morno ele não consegue viver na platitude né no zero assim a gente precisa de algum nível de intensidade seja com uma pessoa
duas três né ou com uma atividade também porque existem estruturas relacionais também uma pessoa pode criar uma bolha né intensa em relação a um trabalho uma atividade uma entre um determinado objetivo aí a segunda morfologia né que diz respeito a essa esfer olia esse grande projeto então é esfera bolha né relações de intimidade forte esfera Globo que seriam relações imperiais né não vamos nos ater tanto a essa esfera porque sen não demandaria muito tempo aqui mas a esfera global é aquilo que os LD chama de ontologias imperiais então toda a forma né de domesticação e
de de eh toda toda a estrutura omnic compreensiva que se pretende eh eh dominar grandes territórios né de espaço de tempo também e e e que se pretende eh pretende legislar sobre eh grupos menores é uma estrutura de de Globo né Ou seja que engloba tem a palavra em português é muito boa porque tem Globo né como globo terrestre ou seja uma tentativa de globalização de englobar e também Globo no sentido de englobar mesmo o verbo né de englobar outros seres Então sempre que um pequeno grupo engloba outros grupos ele tá estabelecendo uma relação de
Globo e a terceira morfologia que diz mais mais respeito talvez a nós aqui é a morfologia da espuma por que que eu digo que diz mais respeito a nós porque essa morfologia né Eh dod também desz respeito às esferas Ou seja a maneira pela qual o ser humano se relaciona com os seus meios circundantes com seus ambientes só que é já é as espumas já são essa uma maneira de relacionamento fraco nós poderíamos dizer por que que é um relacionamento fraco Então vou tentar ser bem objetivo e bem conciso desde o século X Trento quento
cento século 16 renascimento basicamente o que que começou a crescer e nós somos frutos desse crescimento o pensamento experimental científico a tecnociência ou seja experimentar experimentar experimentar experimentar pesquisa pesquisa experimento novas descobertas descobertas de outros padrões de outras técnicas abertura do mundo conhecimento interno conhecimento do organismo né valios lá o deum corpor fábrica né publicado em bruselas no século X primeiro tratado anatômico em que todo o corpo humano tá escancarado eh Kepler Copérnico Galileu colocando sua lanterna né sua sua lanterna perdão não sua luneta né e tentando observar observações astronômicas atmosfera da lua estrelas estamos
abrindo o espaço depois um pouco mais tardiamente século XV e x né a começo da microbiologia né no século XIX começam a se descobrir os primeiros microrganismos abertura pro mundo interno pro mundo da matéria né a perspectiva dos átomos começa a vir à tona comecinho do século XX então então qual que é o movimento da modernidade né e aqui eu tô pensando na modernidade como uma cesura desde o século XV até hoje é um movimento que o slotter chama de explicitação explicitar é Abrir pli né em latim de onde vem o pli do francês é
dobra explicitar é desdobrar explicitar é diferente de explicar explic Car é uma coisa racional eu tô explicando alguma coisa aqui como professor explicitar é eu desdobrar essa cusa eu mostrar o que tem por trás o processo de explicitação é o processo que marca a modernidade desde o século XV até hoje é o processo de abrir o corpo humano mostrá-lo nas suas entranhas como Leonardo da Vin genial começou a fazê-lo e muito transitando em tráfico de cadáveres coisas até criminosas na época porque o corpo era santificado pela igreja e se via que era como um pecado
né devassar abrir o corpo humano o Leonardo brilhante como sempre estava lá anatomia valios abrir o corpo escancarar século 1 os anatomistas de hran abrir o corpo abrir o corpo funcionamento bombeamento né Harvey um dos primeiros tratados do século 17 sobre a circulação sanguínea abrir o corpo abrir o espaço telescópios lunetas né modos de explicitar o espaço que é o que a gente descobriu hoje podemos chegar a esse conhecimento de trilhões de galáxias porque houve o processo de explicitação explicitar a matéria para dentro abrir a matéria visera tirar Abrir átomos complexos biológicos microrganismos né microbiologia
bactérias vírus faunas né não sei quantas centenas aí milhares de tipos e de espécies de vírus e de e de bactérias e de seres ínfimos né microscópicos tudo isso é abrir o que que esse abrir ele produz ele produz uma alteração radical na nossa relação com outro porque o outro não é mais o Humano que está perto de mim não é mais o animal que está perto de mim não é mais as plantas do meio em que me circunda com o qual eu tenho uma conexão forte o outro ele começa a se tornar aquilo que
os lter DK chama de um grande exterior o grande exterior é o universo que é virtualmente infinito lembremos lá né também século X Pascal O Abismo dos espaços infinitos me aterroriza né aterrorizava Pascal O Abismo dos espaços infinitos Pascal como um filósofo e matemático ele estava intuindo esse processo de de explicitação lá no século X Ele tava percebendo que o chão sob nossos pés ele tava ruindo porque a tecnociência tava abrindo cada vez mais esse esses espaços e qual que é o impacto disso subjetivo voltamos à questão do humano do serc e do humano mamífero
se vamos lá pressuposto do sloter daik se nós somos animais neotenic nós precisamos de de invólucros artificiais para podermos sobreviver porém mais do que neotenic e antes de ser neotenic a primeira bolha a primeira relação de intimidade forte que nós tivemos foi quando nossa mãe dentro do ventre primeira díade conexão bebê né bebê mãe Eh se nós somos assim essa díade ou seja essa intimidade forte Ela tá pressuposta em nós como espécie inescapável nós podemos viver qualquer coisa de qualquer forma mas a gente vai ter que ter algum nível de conexão com os objetos e
com os seres que nos cercam se esse mundo ele começa a seor um grande abstrato um grande exterior e aí a minha pergunta é Qual que é a relação de conexão forte que nós podemos estabelecer com trilhões de galáxias e trilhões de estrelas nenhuma Qual que é a relação de conectividade forte que eu posso estabelecer com a matéria quântica e com o comprimento de plank que é o mínimo mínimo mínimo mínimo comprimento da matéria do universo da natureza Qual que é a relação de intimidade forte que a gente pode estabelecer com comprimento de plank nenhum
então o que que isso começa a Gerar né o Imaginário humano ele ao mesmo tempo que ele criou a tecnociência que explicitou o mundo e escancarou um mundo vitalmente infinito ele tá aterrorizado com esse infinito que ele não consegue dimensionar e com o qual ele não consegue estabelecer conexões eh essa experiência paradoxal né da gente viver num mundo que foi criado por nós e ao mesmo tempo que nós não conseguimos conectar é o que os lter que chama de espumas A Espuma é um tipo de sistema cofril como ele mesmo diz os sistemas cofragens são
sistemas como a própria morfologia da espuma a gente tem que imaginar a própria espuma mesmo né A Espuma ela vai se eh Se consolidando ela vai se se se desfazendo ela é feita de membranas muito finas né E aí uma bolinha estour a outra se conecta E aí uma outra bolinha hisória essas membranas que vão assim infinitas infinitas né pequenas e pequenas bolhas assim pensando na espuma do mar eh isso é é a morfologia para descrever o mundo que a gente vive esse mundo é o mundo da tecnologia das conexões mas é o mundo da
cultura é o mundo capilarizado é o mundo das redes via satélite A Espuma é quase que uma metáfora né se nós pegarmos os satélites hoje e fizermos um mapa do planeta nós temos uma espuma se a gente pensar no nível de conectividades de voos de intersecções de reticulação planetária de informações de seres humanos de cruzamentos né isso vira uma espécie de rede assim né mas que no fundo ela é tão tão subdividida que é como se ela fosse uma grande espuma isso não tem nada de positivo nem de negativo né pelo contrário na verdade é
simplesmente uma morfologia mas e essa morfologia ela diz respeito a um modo pelo qual nós humanos estamos tendo que nos relacionar entre nós e com as coisas que nos cercam então vocês se lembram que eu tinha dito técnica é todo o nível de mediação entre eu e o mundo entre mim e o mundo perdão ora o que que é eh A Espuma né é quando essas níveis de mediação as as membranas as películas de mediação Elas começam a crescer tanto que a gente já não consegue mais tocar a realidade a realidade ela se tornou um
fantasma quando um um um caçador coletor ele ia capturar um um peixe né ou como os indígenas fazem você tem uma lancinha você tá vendo o peixe você vai lá fisga o peixe Puxa você pegou o peixe é um peixe Você vai bater as pedras fazer uma fogueira e você vai esquentar aquele peixe existem mediações Profundas nisso a imagem mítica do peixe todo o sentido que se tem a natureza o processo o sentido disso ancestral do ancestral do ancestral o primeiro indígena o primeiro humano que pescou um peixe em algum em algum dia eu posso
fazer um culto a ele eu tenho mitos eu tenho uma ancestral meu avô eu posso imaginar como os os yanomamis imaginam que os mortos eles encarnam nos animais e se oferecem para nós como alimento para aumentar a nossa potência maravilhosa essa cosmologia anom mame que é e não é antropofagia porque os os os antepassados mortos eles estão se oferecendo para nós e sempre que alguém caça né algum humano ianomami caça ele tá ingerindo a carne desse animal mas ele tá ingerindo também o o espírito do antepassado tudo isso é mediação então no sentido slotter daiano
tudo isso é técnic porque são técnicas são imagens e a imagem e todas as imagens elas em alguma medida elas são imagens que são técnicas porque elas também são mediadores só que aí o momento o mundo que nós vivemos das espumas é esse mundo de um esgarçamento assim quase infinito eu tô aqui falando com vocês eu tô conversando como eu tô visitando minha mãe e eu tô junto com a minha mãe mas eu não tô me sentindo presente junto com a minha mãe porque eu tô sendo visitado por imagens imagens imagens redes informações contatos 395
grupos de WhatsApp não sei quantos redes e-mails visões eu paro para tomar uma média de café com leite eu tenho visto o meu celular a televisão a pessoa conversando eh do lado dentro do celular já uma reticulação já de outras dezenas de aplicativos com os quais eu tô me relacionando e ainda que abstraia tudo isso eu V para offline e o offline o online né o online eu saio do online mas o online não sai de mim isso é um momento da da espuma só que a gente tem que pensar a partir da cesura no
sentido de que essa espuma ela tá sendo espumada já ela já a espumação a espumação do mundo ela já vem de um longo período e a gente pode dizer né como slotter diik que a modernidade é o processo da espuma né isso tem frutos extremamente potentes também muito positivos no sentido da gente ter embaralhamento de condição de família embaralhamento de gênero novas conexões possíveis artificialização da vida para um sentido mais super positivo também né da gente sair dessas mitologias românticas da natureza então A Espuma ela tem toda a potência eh da modernidade que são coisas
muito potentes muito positivas mas ela a gente tem que pensar a partir de dessa fragilidade eh das relações então voltando lá minha primeira prerrogativa né o ser o ser humano a definição da essência do humano é a fragilidade neot tenica talvez tenha uma coisa interessante nisso A Espuma tá escancarando essa fragilidade né Essa fragilidade porque o universo ele se tornou infinito e a gente se tornou nada né Então essa visão de grão de areia de bactéria né o humano não é mais o centro do universo o humano como a medida de todas as coisas o
humano é simplesmente uma uma bactéria no universo ela tá alterando as redes de relações só que ela pode reconfigurar o nosso modo subjetivo do que que a gente se relaciona então né Com quem que a gente se relaciona então isso volta a dizer né Isso tá muito conectado com essa noção de relacionalidade a teoria das esferas e todo o pensamento dos loter diik ele é baseado nessa palavra relação ele pega a categoria relação lá o MIT do do heidger o sercon e fortalece isso coloca no centro do sistema filosófico dele eh existe até um um
um um termo né que é um termo que eu acho eh infelizmente às vezes muito banalizado e é um termo que a gente precisa trazer pro debate contemporâneo que é o termo da solidarização lter que ele tá falando ele tá propondo uma solidarização entre todas as espécies Entre todos os seres né acho que eu já cheguei a mencionar isso aqui meio rápido né mas se nós vamos observar os vegetais que são a base da vida a base da da vida na Terra não são os animais Os animais são exceção né se os animais se extinguirem
os vegetais continuam se os vegetais se extinguirem os animais se extinguem também então né a base da vida são Os Vegetais Os Vegetais o processo dos vegetais é de simbiose relacionalidade e solidarização né então só para fechar né e trazer de de volta aqui então Eh esse momento que a gente vive essa cesura que ocorreu esse essa morfologia da esfera espuma ela ela permeia todas as nossas relações ela é uma relação com um outro também que ela é infra queci porque eh existe aí o que o slut dich chama de colapso imunológico né então só
pra gente fechar essa questão porque esse conceito de imunologia é um conceito Central em toda a obra dele eu acho que é importante para nós mas eh Resumindo bastante né O que que é por que que é nós vivemos um mundo do que é um que cuja estrutura eh né ela decorre de um colapso imunológico a imunologia né lá na na na Biologia ela pressupõe sempre a relação de um de um ser vivo com o exterior né mas a relação também totalmente paradoxal de que o antígeno né ele precisa ser para eu gerar o combater
o o veneno eu preciso gerar o antígeno O que é vindo do próprio veneno então a noção básica né da imunologia é que existem ex essa relação paradoxal se um sistema vivo ele é extremamente fechado ele é forte mas ele é fraco porque ele teve pouca troca com o exterior ou seja ele não tem agentes externos que estão entrando dentro dele as relações de bolha elas podem ter intimações fortes Mas elas são imunologicamente fracas em um certo sentido porque elas estão isoladas do elas podem estar isoladas do mundo e elas têm pouca permeabilidade ao ao
mundo exterior haja vista por exemplo aqui as populações indígenas né que eles viviam em bolhas tribos com um processo de intimação forte chegaram aqui os conquistadores muitos deles se extinguiram simplesmente pelo simples contato com gripe com vírus né trazidos pelos pelos pelos conquistadores e a morfologia de espuma o que que ela é né Por que que ela é um colapso imunológico ora porque se nós estamos o tempo todo expostos expostos expostos expostos nas redes sociais expostos na nossa privacidade expostos publicamente filmados o tempo todo uma vida cada vez mais exposta né um universo cada vez
mais exposto cada vez mais explicitado a nossa imunização ela cai porque eh é como se nós estivéssemos o tempo todo nessa situação da bactéria na situação da insignificância na situação de uma vida né que é uma vida que ela não tá conseguindo estabelecer essas conexões mamíferas que deveriam ser ser estabelecidas eh essa é uma é um certo drama um certo impasse do mundo que nós vivemos e a relação agora né da pandemia e as relações que se fortaleceram ainda mais dessa da virtualização da vida né com a pandemia eh trouxe esse essa essa fragilidade né
Essas relações de intimidade frágeis né e cada vez mais à tona mas existe esse paradoxo né daí volta a tese aí do slotter DK o outro do humano não é outro humano o outro do humano é a técnica e a técnica ela é essa série de mediações E aí quando nós perce sabemos que nós estamos frágeis então nós temos a vontade ou a necessidade de criar novas formas de conexão então ou seja novas formas de conectividade que nos confiram de novo essa potência essa essa força que tava ali presente né na premissa ali né humana
eh eh da da da do espectro né mamífero da experiência e também do espectro da da esfera bolha intrauterina Então essa que é esse que é o movimento né ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa de saber mais para você assistir onde quando e como quiser clique no link que tá na descrição e no primeiro comentário desse vídeo e assine agora mesmo para ter acesso ilimitado a esse e outros cursos do catálogo
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