Fala, pessoal! Tudo certo? Este é o Atualizaí!
, seu canal de política internacional descomplicada. O que é o BRICS? Você provavelmente já ouviu falar desse grupo de países, mas como ele surgiu, para que serve e quais são os temas atuais na agenda do BRICS?
É sobre isso que vamos falar no vídeo de hoje. Então bora saber mais! Em 2001, um analista de mercado publicou um artigo identificando as perspectivas positivas de crescimento econômico de quatro grandes mercados emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China, que foram agrupados no acrônimo BRIC.
Dada a importância crescente desses quatro países nos mercados globais, o autor defendeu que os impactos das medidas econômicas dos BRIC deveriam ser acompanhados de perto, e os foros internacionais para formulação de políticas, como o G7, deveriam ser reorganizados e incorporar representantes desses quatro países. O termo BRIC logo se consolidou em análises econômico-financeiras, empresariais, acadêmicas e jornalísticas. Até que, em 2006, os chanceleres desses quatro países se reuniram, pela primeira vez, para tratar de temas de interesse comum.
Assim, o BRIC deixava de ser apenas uma sigla e passava a dar nome a um mecanismo diplomático de cooperação entre os quatro países. Em 2009, os chefes de Estado e de Governo dos BRIC reuniram-se na primeira cúpula do grupo, realizada em Ecaterimburgo, na Rússia. A partir daí, todos os anos ocorre uma cúpula do agrupamento, alternando-se o país-sede, que também fica responsável pela organização de uma série de reuniões técnicas em diversos campos de trabalho.
Em 2010, Brasília sediou a segunda cúpula do BRIC. A partir da terceira cúpula, em 2011, o BRIC teve sua primeira e única expansão: a África do Sul passou a fazer parte do grupo, cujo nome foi alterado para BRICS, com o S ao final representando a África do Sul. Desde então, as atividades do BRICS se expandiram em várias áreas, seguindo dois eixos principais: a coordenação de posições em foros multilaterais, com ênfase na governança econômica e política, e a cooperação em áreas como economia, paz e segurança e intercâmbio entre pessoas.
Os integrantes do BRICS defendem que os países emergentes devem ocupar um papel de maior destaque nas organizações internacionais e nos foros multilaterais de discussão de temas de interesse compartilhado, tornando-os mais inclusivos, representativos e participativos. Para isso, os BRICS têm concertado posições a respeito dos trabalhos do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, do G20, da ONU e da Organização Mundial da Saúde, por exemplo. A partir da crise financeira de 2008, os BRICS atuaram conjuntamente na defesa da reforma da governança financeira internacional, em sintonia com o maior peso relativo dos países emergentes na economia global.
No campo da cooperação intra-BRICS, o avanço dos entendimentos entre os cinco países no setor financeiro possibilitou a criação das duas primeiras instituições do mecanismo: o Arranjo Contingente de Reservas e o Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco do BRICS. O Arranjo tem o objetivo de apoiar seus integrantes com a liberação de recursos para enfrentar pressões reais ou potenciais no balanço de pagamentos, que podem ser geradas quando há movimentos repentinos de saída de capitais estrangeiros. Já o Banco do BRICS busca mobilizar recursos para investimentos em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do BRICS e em outros países em desenvolvimento.
Embora tenha sido fundado pelos cinco países do BRICS, o banco agregou novos membros em 2021, e já há outros a caminho. A diversidade de áreas de cooperação entre os países do BRICS também demonstra a amplitude desse mecanismo. Temas como o combate à corrupção e aos fluxos financeiros ilícitos, o contraterrorismo, a promoção do desenvolvimento sustentável e a segurança das tecnologias de informação e comunicação são algumas das vertentes de atuação recente do BRICS.
Em 2022, a China assumiu a presidência temporária do BRICS, escolhendo como temas centrais a promoção de uma parceria de alta qualidade e a inauguração de uma nova era para o desenvolvimento global. Curtiu este vídeo? Então se inscreva no canal, que toda semana tem vídeo novo sobre política internacional descomplicada por aqui.
Até o próximo!