“A paz vem de dentro de você mesmo. Não procure à sua volta”. - Shakyamuni Buda.
Acabar com o sofrimento - não apenas aliviando seus sintomas, mas também erradicando sua causa raiz - é precisamente o objetivo do ensinamento do Buda. Primeiro, devemos perceber que a verdadeira causa do sofrimento não está fora, mas dentro. É por isso que a verdadeira prática espiritual consiste em trabalhar a própria mente.
A mente é muito poderosa. Pode criar felicidade ou sofrimento, céu ou inferno. Buda disse que, uma mente disciplinada traz felicidade.
Trabalhar a mente é um assunto muito vasto; na verdade, é o assunto de todo o Dharma do Buda. Se, com a ajuda do Dharma, você conseguir eliminar seus venenos internos, nada de fora jamais afetará sua felicidade, mas enquanto esses venenos permanecerem em sua mente, você não encontrará a felicidade que procura em nenhum lugar do mundo. O pensamento é escravidão; a abertura incomensurável da Consciência Vazia (rigpa) é a liberdade.
Se você reunisse toda a glória, prazer e felicidade do mundo e colocasse tudo junto, não se aproximaria de uma pequena fração da bem-aventurança que você experimenta ao perceber a natureza da mente. Reconheça sua própria natureza búdica. Este é; O Principal Ensinamento do Buda.
Nyoshul Khenpo Rinpoche. Se aspiramos experimentar o despertar, não há nada mais a fazer exceto reconhecer a verdadeira natureza de nossa consciência primordial, nosso próprio ser essencial, nosso próprio direito inato, que está dentro. Essa é a natureza intrínseca de nosso próprio coração-mente.
Este é o objetivo do Dharma, do despertar espiritual, do estado de Buda. Não é um buda em nenhum outro lugar. É nosso próprio ser, nossa própria natureza, nossa renomada natureza búdica.
“A raiz de tudo o que existe, Samsara e nirvana, é a própria mente. Primordialmente, a mente é vacuidade. Funda-se na vastidão absoluta semelhante ao céu, Vazio, luminoso, além do apego”.
- Shabkar. Em essência, a principal razão pela qual a mente gera suas paixões irracionais e emoções intensas é o forte apego a um “eu”, que resulta em um “mim” e em um “meu”. Por causa desse apego, sofremos quando não obtemos tudo o que queremos e sofremos ao vivenciar o que não queremos.
É meditando continuamente sobre a natureza ilusória e insubstancial da mente, do ego e do eu, que lentamente podemos dissolver o apego, sob as formas de avidez e aversão. “Então, permaneçam aqui, seus sortudos, desapeguem-se e sejam felizes no estado natural. Abandone a sua vida complicada e a confusão diária, e em quietude, observe a natureza da mente”.
- Longchenpa. Observe sua própria mente. Todos os pensamentos, sentimentos, emoções, percepções, sensações, estados da mente, conceitos e tudo mais são como nuvens no céu, momentaneamente se reunindo e depois dispersando, se dissolvendo de volta exatamente nesse mesmo espaço.
Que bem pode haver em se apegar a isso? Que bem pode haver em tentar se afastar disso? Tudo é uma exibição ilusória, como um sonho, da própria mente de alguém.
Não há nada especial a se fazer sobre isso, exceto reconhecer sua verdadeira natureza, sua vacuidade, e ser livre dentro do que quer que pareça surgir. “No interior, o que quer que se mova em sua mente, o que quer que você pense, não tem essência, mas sim é vazio”. - Padmasambhava.
Não é necessário julgar as experiências e os pensamentos como bons ou maus, como desejáveis ou indesejáveis, proveitosos ou inúteis. Deixe apenas ir e vir, do modo como é, sem se envolver demais, sem se identificar com nada, nem cedendo nem seguindo, nem suprimindo, nem inibindo. O que vem, também vai.
Simplesmente deixe todas as coisas internas e externas aparecerem e desaparecerem à sua própria maneira, apenas como nuvens no céu, e permaneça acima e além disso tudo, mesmo no meio das atividades e responsabilidades diárias. Há tantas coisas para se fazer neste mundo, mas há apenas uma coisa que uma pessoa precisa conhecer, e isso é a sua própria natureza. Esse é o medicamento universal, a panaceia que cura todos os males e doenças.
A própria natureza, o ser fundamental de alguém, está além, e não se afeta pelas manchas que surgem ou por fenômenos temporários. Não vem nem vai: permanece imutável. Ao reconhecer isso, a transcendência inata é vivenciada.
Então, samsara e nirvana não significam nem esperança nem medo para o praticante; a dualidade não mais prevalece. Não há nada a esperar, nenhuma queda a temer. “Os iluminados sabem que todas as coisas são da mente; Portanto, deve-se observar a mente, dia e noite.
Se a observar, ainda sim nada verá. Então, fixe sua mente nesse estado que transcende toda visão”. - Milarepa.
Como Padmasambhava, Tilopa, Naropa, e o Mahasidda Saraha disseram: “Com objetos externos, não se preocupe. Com objetos internos (o próprio sujeito), não se preocupe. Sem olhar para fora ou dentro, deixe como é: vazio, livre e aberto.
Não são os objetos externos que nos prendem, mas sim o apego interno que nos amarra”. Essa é a instrução essencial dos mahasiddas da Índia e dos yogues realizados do Tibet. Ela é baseada nas palavras do próprio Buda Shakyamuni, que disse que a raiz de todo sofrimento é se agarrar, se apegar.
Não há outro ensinamento além deste. Isso é a raiz de tudo. Esse é o princípio por trás de todas as diferentes explicações.
“Permaneça em silêncio. Não pense em nada, olhe para a experiência além do pensamento; de espírito aberto como o espaço”. - Tilopa.
Olhe para os objetos que aparecem, É como a água em uma miragem, Irreal como sonhos e ilusões, Eles se assemelham a lua refletida e o arco-íris. Olhe para dentro de sua própria mente. Parece bastante emocionante, quando não examinado.
Mas quando examinado, não há nada nisso. Aparecendo sem ser, nada mais é do que vazio. Não pode ser identificado dizendo: “é isso!
” Mas é evanescente e evasivo como a névoa. Olhe para o que quer que apareça em qualquer uma das dez direções. Não importa como possa parecer, A coisa em si, sua própria natureza, É a natureza celeste da mente, Além da projeção e dissolução do pensamento e do conceito.
“Todos os fenômenos são vazios de natureza intrínseca. E a mente que se fixa ao vazio se dissolve em seu próprio solo. Libertação da atividade conceitual É o caminho de todos os Budas”.
- Maitripada. Livre de distrações, livre de apego, livre de meditação. Além do intelecto: Permaneça no estado além do intelecto.
Grande Perfeição. Altruísta, não nascido, livre de extremos, inexprimível. Olhem, amigos do imutável!
Deixe a mente impassível contemplar a si mesma. Esteja presente, tal é a essência do Dharma. Esteja presente, tal é a prática principal.
Esteja presente, tal é a fortaleza da mente. Esteja presente, isto propicia a sabedoria desperta natural. Meus amigos, por favor, estejam presentes!
Através das aspirações dos professores sublimes, que todos atinjam uma presença estável! Repouse na paz grandiosa e natural. Essa mente exausta, castigada impiedosamente pelo carma e por pensamentos neuróticos.
É como a fúria implacável das ondas arrebentando no oceano infinito do samsara. Repouse na paz grandiosa e natural. Descanse.
Apenas descanse.