Atravessou o OCEANO REMANDO! - Amyr Klink - Na Trilha dos Gigantes

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Manual do Mundo
Nesse episódio, o lendário navegador Amyr Klink compartilha suas aventuras e desafios inigualáveis e...
Video Transcript:
[Música] seja bem-vindo a mais um episódio do nosso podcast na trilha dos gigantes em que a gente sempre traz alguém que fez alguma coisa muito legal para contar a história dizer quais foram os tropeços no meio do caminho e a gente aprender bastante também o convidado de hoje eu sou um baita de um fã isso vocês quem assiste manual do mundo sabe que a gente se inspirou nessa pessoa em várias as coisas que a gente fez ele simplesmente atravessou o Oceano Atlântico num barco aremo numa época que não existia GPS depois ficou preso na Antártida
durante o inverno Deu a volta ao mundo pelo caminho mais difícil perto do Polo Sul enfim e ainda escreveu livros maravilhosos sobre tudo isso Amir kink seja muito bem-vindo é um É uma honra ter você aqui imagina prazer em estar com vocês Amir eu pedi para você trazer alguma coisa que representasse eh alguma coisa fosse legal para você que representasse você de alguma forma e você trouxe uma maquete zinha de um barco eu na hora que eu vi eu já me apaixonei porque eh eu não vou ficar dando spoiler eu prefiro que você conte o
que que é esse barco para quem não tá para quem tá só ouvindo é um barco pequenininho a Remo e e a maquete deve ter uns 25 cm de comprimento mais ou menos uma maquete em escala 1 para 10 de do do iat né do Parati Zinho como a gente chama que foi a minha iniciação no mundo Náutico quer dizer a primeira burrada que eu fiz no mundo Náutico foi foi com esse barco mas foi uma baita e escola para mim porque eu remei eu estudei aqui na USP aqui do ladinho da onde a gente
tá E e eu remei durante 6 anos todos os dias e eu sempre tinha um sonho dia um dia puxa vou fazer uma travessia até Ilha Bela até Parati e nunca dava certo porque eu remava quatro quatro com quro 100 e nunca dava certo um tava com dor de barriga outra mãe tava doente e E aí um dia não sei falei quer saber eu vou sozinho e não vou atravessar daqui para Ilhabela vou atravessar o Atlântico foi uma um Delírio que surgiu engraçado e a viagem aconteceu e eu fui muito feliz fiz 100 dias 6
horas todo mundo achou que eu tinha perdido vários parafusos mas foi uma experiência muito legal e esse e esse é o barco O Barco É exatamente esse ele tem 5,90 de de comprimento nessa partezinha da frente eh é Onde ficava a comida e na parte de trás era mais ou menos da altura dessa mesa onde eu me enfiava para para dormir pois você sabe que eu sempre olhei esse bar na minha vida inteira eu imaginei que a parte da frente era aqui mas não agora que eu tô vendo que o Leme tá até confundir a
popa com a proa é ele tem um lem isso aqui a popa a parte traseira dele e lá é a proa a parte dianteira Isso aqui é uma Bolina que eu usava para para quando tinha vento de lado ondas de lado para não ficar remando mais força num braço do que no outro mas ele é o mesmo Remo dos remos que a gente usava aqui na na Raia na Raia aqui no Butantan tá eu tenho milhões de perguntas para fazer sobre essa viagem então até eu vou resumir um pouco a história para quem nunca não
te conhece ou não ouviu falar eh foi uma travessia feit você fez sozinho em 1984 no Atlântico Sul da Namíbia até o Brasil né de até a Bahia até Salvador e a minha primeira pergunta é como que você se preparou fisicamente para isso primeiro porque Remar todo dia na USP é uma coisa mas se jogar no Atlântico para Remar tem que est muito bem né então no começo eu achava a ideia mais absurda e imbecil do do mundo eh Aí Eu li o relato de dois remadores americanos que resolveram atravessar o Atlântico Norte ninguém tinha
atravessado o Atlântico Sul ainda eu fui o primeiro mas várias vários caras doidos eh tentaram atravessar o Atlântico Norte e muitos não conseguiram e esses dois eu acompanhei eles saíram eu falei esses cara são loucos vão morrer vão morrer vão morrer eles saíram e morreram tá que bom exemplo que E aí eu eu fiquei impressionado com aquilo falei cara também que ideia imbecil tinha que morrer mesmo e aí eu comecei a estudar eu sei que a gente no Brasil gosta de se espelhar Pelo sucesso alheio mas eu comecei a estudar os a razão dos fracassos
e aí eu percebi que ninguém desistiu ou morreu por causa da exaustão física de remar um oceano por causa dos tubarões das ondas de 15 m de altura eh dos navios que er eram são cegos né não tinha GPS naquela época não tinha a is né sistema de localização entre barcos não tinha telefonia satelital não tinha internet e E aí eu fui percebendo que os erros eram muito simples eram eram um era eraa não ter uma dieta balanceada errar na no cálculo da rota não estudar matemática e astronomia direito para não se perder no meio
do do mar e assim o que era uma brincadeira virou um projeto que deu certo e comida você levou monte de Marmitinha né Eu Na verdade eu conheci o caso esse cara eu conheci pessoalmente do Gerardo bovil um francês que atravessou o Atlântico mas ele teve que pedir socorro no meio porque ele foi patrocinado por uma empresa que chama Capitan Cook que faz sardinha em lata e para agradar o patrocinador levou um monte de sardinha só sardinha em lata e aí ele teve uma mega constipação quando trava intestino e a minha segunda língua é o
francês eu li o consegui não sei como na época com rádio amador o relatório do médico que foi acudir ele e o médico explica no relatório assim é um negócio horrível de ler agora você vai desmontar a bomba de Porão vai fazer uma redução de 2,5 polegadas para meia vai colocar um tubo de aço na ponta uma caneta BIC no na ponta da Mangueira introduzindo no reto e B bobar 70 vezes falei tá louco não não era só fazer uma dieta balanceada tá E aí eu conheci umas meninas lá de Curitiba de São José dos
Pinhais que trabalhavam com nutrição e elas fizeram um programa maravilhoso então eu tinha seis refeições por dia tudo mas a grande sacada foi que eu quis levar a maioria dos itens porque não tem geladeira né eu quis levar desidratados mas depois eu fiquei fazendo as contas não adianta nada você levar um pro produtos desidratados e levar água doce separado Lógico o peso é o mesmo o peso é o mesmo você não vai ter nenhum ganho Logístico E aí que surgiu a ideia de fazer uma coisa que ninguém tinha feito até então que era fazer uma
dieta à base de desidratados [Música] mas dá para fazer arroz pré-cozido hidratar legumes todosos derivados de batata nhoc purê e foi um um um projeto muito bonito que deu super certo a outra sacada legal do barco o Brasil tinha uma das primeiras fábricas de painéis fotovoltaicos do mundo que também não era longe daqui em Vargem Grande aqui chamava elod dinâmica E aí eu falei quer saber eu vou botar dois Anéis Solares para poder falar no rádio duas vezes por semana hoje em dia a gente dá de barato mas isso na década de 80 era completamente
jador tinha professor da USP falando que esse negócio de Energia fotovoltaica era bruxaria tinha um cara que escrevia no Estadão estúpido para caramba um um velhinho lá que já deve ter ido embora e ele falava que o navegador tava mal orientado que esse negócio de célula falto voltaica nunca vai funcionar porque gera muito pouca energia que ele tinha que botar uma pedal de uma bicicleta com com dínamo e eu um dia liguei para ele e falei escuta não não basta eu Remar 10 horas por dia ainda vou pedalar duas horas que nem um animal mas
eram tempos engraçados só que tudo funcionou E e essa comunicação você fazia via rádio tipo algumas vezes por semana na época um rádio amador eh recebia com pouca potência mas para transmitir ele puxava 150 w que é é para mim era muita energia então eu podia falar duas vezes por semana e transmitir no máximo 5 minutos podia transmitir 10 minutos por semana mas podia ouv a conversa dos Ah então eu tinha um ritual eu falava com se lá um 8 10 rádio amadores eles faziam a mesma pergunta todos duas vezes por semana as terças e
sextas e eu dava a minha posição o estado geral e a distância do Brasil só esses três dados E aí eles iam contando o que que acontece Endo não seii o qu e eles sabiam que você tava vivo e onde você tava tudo era um ping que você dava ali só e aí o engraçado foi no último dia que era uma terça-feira era dia do do comunicado eu nunca atrasei fiz acho que 26 contatos 28 em 100 dias nunca atrasei e nesse dia eu atrasei 12 segundos para Ligar o rádio porque rádio amor é super
pontu no segundo né E e aí eu falei ó Infelizmente não posso calcular a posição porque eu tô cercado de e acabei de cheg quando eu falei cheg entraram milhares de radioamadores do mundo todo que tavam acompanhando mas eu não sabia eles só ouviam e não falavam nada eles ouviam porque eu era na gíria de rádio amadores eu era um Mickey Mouse e móvel marítimo MM e eles sabiam que eu não tinha potência para para para transmitir então Para eu não ter que fazer o o ritual de me identificar dar a qualidade da comunicação a
posição não sei o que n Eles simplesmente fizeram silêncio religioso durante 100 dias e aí entrou todo mundo falando ao mesmo tempo na hora que chegou e eu não transmitia a posição e Vivi as 8 horas mais legais da minha vida porque aí eu já tava a 30 m da praia curtindo uma praia semid deserta na na Bahia ouvindo o som do vento nas folhas dos Coqueiros e e não quis descer do barco foi um dia engraçado porque e eu não tava feliz porque eu fui o primeiro n porque eu superei as minhas limitações porque
eu me reinventei essas bobagens de autoajuda que todo mundo fica lendo aí eu tava feliz porque eu tinha um plano difícil polêmico desafiador e eu cumpri e essa sensação de você ter cumprido é muito legal esse desafio e eu tava triste também porque a viagem acabou eu adorei viagem perdi 22 kg 22 kg era puro músculo mas tava assim perfeita forma física Quantos anos você tinha Mir já era meio velhinho já tinha 28 28 é não é tão velhinho assim mas mas para fisicamente tem tem e o barco tava em ordem também e e uma
dúvida O Barco é todo de madeira ele é um processo de construção muito bonito que se chama West System mood epoxy saturation technique Então são lâminas de madeira como se fosse um compensado mas uma peça única Só que essa madeira essas lâminas são finíssimas impregnadas com resina epoxi e é uma técnica um pouco cara de construção naval mas o maior barco no mundo de West se sempre foi construído no Brasil lá em em Porto Alegre e o barquinho tá zerinho hoje quem quiser pegar ele para atravessar o Atlântico hoje em dia muito fácil a a
gente tem GPS no celular dá de barato que a localização é né qualquer lugar que você tiver você vai para onde tiver como é que funcionava a a a localização instante que aquele aparelho que não é muito diferente do octante que os portugueses usaram no século XV e x então era se estante só que tem que ter um cronômetro o relógio tem que ser perfeito ele não cada 4 Segundos de adiantamento ou atraso dá 2 Km de erro na navegação tá então eu fiz um trabalho para para Rolex há uns anos atrás fui um dos
embaixadores da Rolex na na Suíça não sei o quê e no final eh éramos 12 juízes lá cada um ganhou um Rolex eu falei nossa que lindo eu não gosto muito de Rolex mas bacana quanto é que ele Qual é a precisão dele Ah ele atrasa 25 segundos por mês eu falei vai pro lixo não presta para nada segundos por D 50 km de de diferença é um cáo g choque é de 50 ele atrasa é 5 segundos por ano eu prefiro um relógio de 50 do que uma porcaria que de repente te corta a
mão tirar e o cestante você tem que olhar a posição dos do Sol mede a altura do Sol eu gosto mais de navegar pelo sol aí você faz algumas correções da declinação eh da da declinação da órbita solar algumas correções de refração e aí você você usa uma tabela de logaritmos para para fazer uma série de inferências e no final você não chega numa posição você chega numa linha que se chama reta de altura que dá a volta no Globo como o Sol nasce no leste e vai subindo no Hemisfério Sul em direção ao norte
no momento em que o sol tá na altura máxima eh essa altura não não sei explicar sem um quadro negro essa altura menos 90º é a latitude então eu pegava uma observação do sol mais ou menos às 9 da manhã uma ao meio-dia que era a latitude e uma terceira à tarde onde a reta de altura mudava de lado e aí eu cruzava as três linhas e chegava num triangulinho ou num ponto se fosse num pontinho no mapa ia é mas é um cálculo que leva quro C 6 horas com calculadora logaritmos não sei o
quê e para você conseguir seguir uma posição muito é precária P eu queria fazer um vídeo aqui no manual do mundo já me desanimou de muito complicado tem uns caras que sabem explicar isso de uma maneira muito muito simples e aí mas não é todo dia que você consegue fazer essa medição né Se tiver tempo ruim não tá vendo sol o barco chacoalhando se se tiver nublado já era tchau não tem então eu cheguei a ficar sei lá 8 10 dias sem ter noção da onde eu tava E aí você não sabia se tava indo
para trás ou pra frente que uma corrente podia estar te levando pro lado É eu sabia por causa do sol Em que direção deveria ir mas eu não sabia qual era o vetor da corrente que na média as correntes eram favoráveis mas muitas vezes elas se invertem dependendo da pressão barométrica do do tempo então foi uma super escola para mim assim na época eu olhava para uma baleia e falava Olha uma baleia hoje em dia se eu falar isso em casa as meninas jogam pedra em mim pai é uma jubarte macho sei o que é
uma fim não sei o qu que legal e eu era ignorante assim não sabia identificar os tipos de focas de pinguins porque esse lugar de onde eu saí é o é o deserto mais quente da África só que a no mar mais gelado então lá tem foca pinguim não sei ah são animais de frio são animais de frio é no meio do deserto tem colônias de pinguim e tá na mesma mais ou menos na mesma altura a mesma latitude de Salvador não tá muito um pouquinho abaixo tá um pouquinho abaixo talvez Espírito Santo aqui nossa
é é por causa do corrente marítima aqui a gente jamais teria foca e pinguim né Chama ressurgência fria em inglês a gente fala upwelling é uma corrente que vem da Antártica fria como vem em Cabo Frio e essa corrente vem pelo fundo do oceano e Sobe ali na Costa da Namíbia Ah que azaro deles né porque que sorte porque ali dá muito peixe é melhor lugar para criar pegar lagosta criar Ostra e esse litoral da Namíbia na separação dos continentes ele encaixaria mais ou menos no litoral do Rio Grande do Sul tá a latitude é
é menor mas encaixaria só que por alguma razão Divina não sei porque os diamantes ficaram do lado de lá e não do lado de cá então a maior atividade econômica hoje lá são plataformas oceânicas que em vez de extrair e petróleo extraem diamante nossa E aí eles V de helicóptero todos os dias com os diamantes para pegar os é e é uma região onde é proibida entrar no litoral porque tem muito diamante e que quando você foi para lá também isso deve ter sido uma um perring eu entrei duas vezes escondido graças a um alemão
maluco lá que me levou Só para provocar a polícia Mas eles têm um receio econômico de que eventualmente saia de lá um caminhão carregado de diamantes e quebra o mercado de diamantes do mundo todo tá você podia tá saindo num Barquinho carregado de diamantes ali então se chama Costa proibida dos esqueletos lá o acesso é proibido se você entrar de qualquer coisa lá de carroça bicicleta carro caminhão a a CDM consolidator Diamond mining ela te deixa sair sem a roupa do corpo e destrói o veículo Nossa nenhum veículo que Entra lá sai e você conseguiu
sair de Barquinho eu bom eu não cheguei no litoral porque o litoral ali é é para rua tem ondas a um 1 2 Km da da Costa é um mar muito ruim a gente ainda tá na primeira viagem tem outras eh interessantes pelo caminho mas eu acho que o que me surpreendeu que me deu um pouco de agonia né do livro e que eu acho que al uma coisa que você conta muito bem é é a solidão como é que é ficar 100 dias sozinho no mar né porque como é que lida com com isso
uma delícia porque o tanto de amigo chato que eu tinha eu acho que eh eu estudei muitas histórias de tentativas de travessia Remo do Atlântico Norte e de invernagem na Antártica onde deu muita briga entre as pessoas por causa da tensão Eu acho que o medo que todo mundo sente e eu senti muito muito medo o medo assim acaba o medo de um contamina o outro gera um Pânico ali não então eu peguei no total acho que 22 tempestades meio feias e eu dava graças a Deus de est sozinho porque eu acho que se tivesse
um outro cara lá rezando ajoelhado Deus me acuda não sei o que pioraria tudo e uma coisa que eu acho legal você contar pra gente que eu acho que é uma das genialidades desse barco é qual a proteção que ele tinha para para ondas altas e e capotagem né porque essa é uma coisa que invariavelmente você ia ter que enfrentar alguma momento na viagem não aquelas tempestades de jogar o barco de de capotar tem duas coisas interessantes do do projeto primeiro foi um erro meu de tentar ser esperto né no mar não tem lugar pra
gente esperto assim você não corta caminho você nunca sabe o caminho que você vai fazer mas você sabe o ponto aonde você tramava o barco o ponto o cunho eu percebi que muitos dos dos Barcos muitos não todos que atravessaram Atlântico Norte nunca conseguiam definir o ponto de chegada Então eu queria ter certeza de que eu ia chegar no ponto de chegada Depois eu percebi estudando os fracassos que todos os que morreram morriam porque os barcos capotava e eu comecei fazendo um barco incap notável eu achei uma ideia genial falei se eu não capotar um
belo dia eu vou chegar do outro lado do Atlântico E aí que que era um uma ideia colocar um lastro embaixo algum peso para não capotar Ele era mais largo tinha um monte de recursos que obviamente não iam funcionar E aí um engenheiro aqui da USP um dia me chamou na casa dele chama José Carlos Furia meio cientista maluco com óculos de grau 18 calculadora o tempo inteiro não tinha computadores naquela época ele falou Filho você vai morrer com esse barco eu falei Ah eu sei escuto isso 200 vezes por dia cotidiano essa frase eu
falei mas por quê ele falou porque é impossível um barco de 5,90 m não capotar na corrente de bengu ela tem onda de 15 m de altura e aí ele disse um negócio que eu nunca mais esqueci ele falou você filho você tá fugindo do problema se você quiser chegar na Bahia você tem que abraçar o problema você tem que ter um barco desenhado para capotar e foi daí que veio a história deste desenho do barco que é um desenho Super clássico modesta parte hoje deve ter mais de 200 barcos já que atravessaram o Atlântico
Norte o mais bonito no mundo ainda é esse E por que tantos barcos modernos deram errado outra coisa interessante que eu aprendi com esse Engenheiro porque por que que a gente usou formas clássicas dos pesqueiros noruegueses e cearenses por exemplo das das das bianas do Maranhão e dos Bastardos do do Ceará porque esses caras que são gênios de Engenharia Naval só que não são alfabetizados não tem dentes na boca mas tem muito muita sabedoria e e a a beleza do projeto foi que um barco aremo é um barco que não é feito para navegar o
tempo todo e os projetistas franceses americanos quando vão fazer um barco aremo para fazer um recorde de travessia Remo eles fazem um barco para ter performma performance máxima como se fosse uma lancha um beleiro de regata quando a gente tá fazendo uma volta ao mundo não sei o quê você tá sempre na performance máxima um barco de pesca um bastardo do Ceará uma Jangada de piúba ela não tá navegando o tempo inteiro eles navegam pro alto mar depois tem que ficar parado um tempão ficam parados exatamente aí o barco passa a ter uma atitude passiva
e não ativa ele fica a mercê do mar e essa foi a grande sacada desse Engenheiro Falou amigo vamos fazer um barco com desenho clássico porque Esse barco tem que ficar você não vai remar 18 horas por dia você vai arrar no máximo 12 e pelo menos 12 você vai ficar A derivam então o barco tem que ser desenhado para não navegar e falar isso para um projetista naval é muito difícil que nem falar para um desenhista da Ferrari por favor desenha um carro aqui para ficar estacionado um pouco para ficar parado no est é
com bagageiro enorme em cima eh ninguém consegue Então acho que foi um um assim um projeto que me ensinou muito sobre a sabedoria dessas populações eh litorâneas ribeirinhas do Brasil que tem assim um conhecimento que eu considero um patrimônio cultural incrível e que infelizmente a nata da dos intelectuais brasileiros ignorantes que são nem nem dão bola nem é tá morrendo tá morrendo e na hora que vira o barco mesmo o que que acontece Emir aí foi outra aí o francês me ajudou o francês da constipação acabou ficando meu amigo agora só fico imaginando essa bomba
de Porão ele falou você tem que fazer um lastro líquido no fundo do barco então a gente fez umas caixas no fundo do barco e dentro dessas caixas eu fiz tanques que nem os tanques de corrida de stoque caro que são tanques eh flexíveis dentro do invólucro rígido e junto com cada tanque de água doce flexível Eu tinha um outro tanque igual só que conectado com a rede de água salgada E aí quando o barco capotava se eu tivesse do lado de fora eu des capotava com meu peso mas se eu tivesse do lado de
dentro Eu não podia sair porque se saísse abrir a porta e tchau Entra água entra a água e afunda então eu usava uma bomba e eu bombeava 250 l de água salgada pro fundo do barco que agora tava no alto e aí ele descapotavel o barco isso aconteceu de fato algumas vezes aconteceu algumas vezes é e claro que eu deveria ter testado mas deu tanto você não testou antes deu medo porque eu falei eu tô tão focado em fazer viagem que se eu testar aqui na Guarapiranga e não funcionar eu vou do mesmo jeito e
aí vai estragar a viagem então as primeiras capotagens eu tava em Pânico mas fiquei muito feliz porque funcionou o sistema tá E que que você levava dentro da cabine de além do rádio e da cabine e do cestante onde eu dormia tinha a caixinha com cestante uma calculadora astronômica tamaia os livros n você tem que ter as tabelas todas de efem de qual estrela você vai usar das alturas do sol para fazer as interpolações matemáticas tinha uma bateria principal com tampa de acrobacia aérea de aviação para não vazar ácido em você porque se capotasse eu
tinha medo que o ácido fosse destruir o material do barco ou me queimar Então eu tinha duas baterias Sonic de gel que na época era uma novidade ninguém conhecia mas era de gel então elas não tinham problema do ácido e na bateria maiorzinha que era 70 Amp e pouquinho eu tinha essas tampinhas que quando ela inclina 45º tem uma bolinha que tampa uma válvulas inha uma válvulas inha seis válvulas minhas e tudo isso era muito muito precário mas tudo funcionou que legal e Amir uma coisa é atravessar o Oceano Atlântico que já é um feito
mas isso disso surgi um livro tá aqui beleza eu não consegui pegar a minha versão eu eu tenho a primeira edição Ah que pena é eu eu não achei agora para trazer o de manhã que tem as fotos é um livro bem maior a da da José Paulino e José Olímpio é José Olímpio é e Mas uma coisa fazer a travessia outra coisa escrever um livro que eu acho que é uma obra à parte é muito muito legal também o livro é de onde é que veio essa essa verve literária assim onde é que eu
acho que foi a grande herança que eu ganhei dos meus pais foi o interesse pela literatura eu acabei estudando literatura n francesa até o dia em que me encheu a paciência falei não aguento mais eu sempre fui Primeiro Aluno na classe na escola e quando eu fui fazer o curso de literatura lá de Nancy eh eu tomei pau duas vezes nunca tinha tomado pau num curso e aí eu mandei as fabas todo tudo que eu tinha lido dos Franceses mas eu fiquei viciado em visitar a livraria francesa lá no centro de São Paulo e eu
fiquei amigo de uma senhora falou ó você canou de ler os clássicos franceses mas tem essa coleção aqui que chama mer Aventure mar e aventura que tem além de histórias incríveis dos Franceses malucos atravessando oceano não sei o quê os textos eram de qualidade muito boa e eu posso dizer que eu entrei no mundo dos Barcos por causa desses livros que que eu acabei lendo eu li todos por causa dessas aventuras da coleção eram mais de 300 eu tenho todos e eu sei hoje que que as minhas filhas leram também tá a Tamara que tá
no mar agora ela ficou viciada nessa coleção viciada no francês que é uma língua que também não é mais a língua preponderante no mundo para desespero dos Franceses e e eu sempre gostei de escrever assim de trabalhar texto e não sei o quê e aí foi engraçado porque a viagem quando acabou fez mega sucesso na época a veja era uma um veículo sério assim você acreditava no que você Lia né hoje além de não acreditar tá mal escrito né é Não sei o que aconteceu com os jornalistas hoje que ninguém estudou gramática né e fez
um sucesso tão espetacular foi capa da Veja não sei o quê que surgiram várias editoras fazendo propostas para publicar Os Diários você não tinha saído da Namíbia com a ideia de terminar com livro não não eu nem sabia que eu ia escrever nem nada só que eu fiz um diário da viagem só que não é um diário que nem o da minha filha que é todo bonitinho eu fiz um diário técnico E aí fizeram uma proposta que na época foi o maior contrato de de para uma editora bancar um autor era sei lá 50.000 dólar
que eles estavam pagando e que resolvia todos os meus problemas financeiros porque eu tava bem encrencado deve ter custado cara a viagem e foi um amigo de Parati Roberto mullaert super publicitário esperto para caramba para fazer contrato ele fez um mega contrato Falou amigo não abre os seus diários e Quem patrocinou o livro foi a xerox do Brasil que tinha comprado a editora José Olímpio E aí no dia pagaram Eu pus o cheque no bolso dei a comissão pro pro Roberto e eles falaram dá o diário eu falei não é meu não dá o diário
não nós queremos publicar essa semana eu falei não semana falei não dá tempo olha como é o diário só tinha números Ah e desenhos códigos não tinha uma frase e aí e aí eles falaram desgraçado do remador Solitário Enganou o departamento jurídico da Xero eles botaram um advogado eu levei um ano para escrever eu gosto de escrever mas eu viajava muito e eles botaram um advogado dor eh Tupinambá que chamar drout Tupi todos os os dias durante 10 meses ele tocou a campainha da minha casa e falava a mesma frase Bom dia seu Amir quantas
páginas o senhor escreveu ontem me cobrando todos os dias durante quase um ano aia bem que na hora que você tava no mar estava livre desses problemas aí no final depois de 10 meses um dia eles falaram Poxa o navegador deu um calote de 50 era muito dinheiro assim uma casa de 1500 M qu custava 30.000 para você ter uma ideia tá E aí você cara T quer te matar eles queriam me matar e um cara um dia lá da da Xerox do Rio Janeiro falou Pô Temos que tirar um suco do navegador Solitário manda
ele fazer uma palestra na Xerox de Salvador aí eu fui aí o pessoal gostou da da nunca tinha feito uma palestra o pessoal gostou aí o pessoal de Recife pediu uma também aí eu fui para Recife depois fui para para Lagoa depois fui para João Pessoa depois para Natal para Belém Manaus e aí virou a carreira de palestrante nasceu assim sem querer sem querer que legal aí cada vez que vim o Dr Tupi ele falava seu amigo quantas partes os senhor escreveu essa semana senhor tá viajando falei ó vocês ficam mandando fazer palestra Agora não
dá não escrevi nada e no final o livro saiu foi foi um sucesso total né É É eu tenho vários livros né mas ainda o que mais vende é o 100 dias éé é é é o livro pelo qual eu me encantei depois eu eu li todos eh e eu queria passar pro próximo livro aliás que é o entre dois polos mas contando antes da viagem eu vou eu vou resumir a viagem aqui num uma historinha para quem nunca ouviu falar foi quando o Amir foi pra Antártida passou o inver o barco travou no meio
do Gelo de propósito com um veleiro depois quando descongelou foi praticamente até o Polo Norte o norte da Islândia ali depois voltou essa viagem teve 50.000 KM 22 meses 7 meses preso no gelo e 9 meses sem ver um ser humano Tá certo isso que eu falei tá E surgiu no banheiro da casa de um amigo que falou mas você é louco você quer ir sozinho para antar e se ficar preso lá Imagina ficar preso num lugar onde ninguém te alcance durante 10 meses sem ver um ser humano 9 meses sem ver o sol durante
4 meses e meio já imaginou que desgraça era o cara que remou comigo meu melhor amigo que falou isso E aí um dia eu fiquei sem graça fui no banheiro na casa dele não tava com vontade ir no banheiro e ele tava discutindo com a mulher dele que é uma chata de galocha né que eu nunca gostei a Angélica ela tinha medo que eu levasse ele junto Ah pra Antártica e eu falava Angélica eu não não quero eu quero ir sozinho mas e se ficar preso lá não sei o quê e aí no banheiro eu
tava para caramba mas ficar num lugar onde ninguém te alcance durante e 10 meses fazendo tudo que eu gosto né escalando consertando and coisas eh mergulhando esquiando pode ser o paraíso e a aí nasceu o projeto lembrei da frase do do Furia falei o que quer saber vou transformar o risco no meu objetivo vou fazer um barco para ficar preso e até então ninguém tinha passado um inverno sozinho na na Antártica nem no Ártico Ah o pessoal não ficava at nenum navegador no no mundo teve um francês que chegou depois que eu cheguei que acabou
invernando também mas sem planejamento com Barquinho todo precário tive que acudir ele várias vezes tem a história do amun que perdeu o barco completamente né ele ficou trê anos invernando no tic é então mas destruiu o barco no primeiro inverno né do Shackleton é Shackleton dizer que tô eu tô tô confundindo os exploradores polares aqui e aí eu nunca falei sobre isso mas no segundo verão eu fiz um negócio que nenhum navegador no mundo tinha feito eu resolvi cruzar o círculo Polar Antártico que é uma viagem de altíssimo risco e aí era diferente já não
era mais ignorante como era no começo eu já tinha um ano 14 meses de experiência no barco e foi uma viagem que eu fiz sem nenhum problema e daí que que falou bom já que consegui fazer um negócio que nenhum outro navegador tinha feito Quer saber não vou voltar pro Brasil ainda tem 20 meses de comida eu vou pro Ártico e eu acabei fazendo maiores espectro de latitudes fiz 150º de latitude eu fui de 68 Sul até 82 Norte Nossa que é muito ao norte é ao Norte do spitsbergen é um dos lugares onde mais
Norte que dá para chegar navegando sem um barco nuclear sim nossa um barco um quebra-gelo nuclear hoje consegue ir até o Polo né arrebentando gelo arrebentando o gelo mas são quebra gelos de 70.000 cavalos não outra coisa É mas esse esse barco também foi você que pensou nele né você que bolou esse fo primeiro veleiro que eu construí a gente chama ele de Parati Zinho ou Parati vermelho porque eu era meio burro ainda e fiz o barco com Pintei o barco tá aqui o é esse livro aqui deixa eu ver se eu acho o o
o parzinho de um jeito que dá para quem tiver em casa consegue ver aqui e por que que um erro pintar o barco porque o alumínio é um material tão maravilhoso que não precisa pintar ele dá uma oxidação que vira uma proteção ó esse aqui é o barco preso no gelo Ah tem ele aqui atrás ó tá tá pegando essa câmera e aqui é o barco preso no gelo e aqui é uma espécie de selfie que eu fiz do mastro no dia em que o mar congelou selfie é na também era uma coisa que na
época não se falava né e e foi uma experiência que eu adorei ter feito né Então mas aí que aí que mora o out só que aí eu tinha que me preparar para ficar um ano na Antártica tinha que levar no mínimo dois anos e meio é isso que ia perguntar um barco muito maior agora né TR anos de comida não era um barco grande mas era ele tava muito bem preparado fiquei 5 anos preparando e foi uma escola outra escola e na hora de dormir no meio do mar que essa é uma coisa que
é bem diferente já né num barco a ela aqui eu era um rei porque aqui eu ia dormir dormia 8 horas que nem um príncipe lá no meio do Atlântico balançando na n zonas aqui no veleiro não o barco tá sempre andando na performance máxima então o máximo que você pode dormir 50 minutos 45 nunca mais do que isso e não pode abaixar as velas e deixar ele meio B quebra tudo você não consegue ah começa a balançar vai quebrar retranca rasgar pano vai dar tudo errado o barco tem que sempre tá preso no o
vento tá então Mas e aí você acaba fic espectador de cozinha daquele de 50 minutos do ovo lá que você vira e a cada 45 50 minutos PR tem que dar uma corrigida na vela ver se tá tudo olhar ver se tá tudo em ordem mas eu fiz coisas legais no barco por exemplo eu fiz uma cama na parte elevada do barco onde eu botava um travesseiro maior e por entre os pés as botas porque você tem que dormir de bota você nunca tira botas Nossa o barco tá sempre inclinado e balançando por entre os
pés eu enxergava a proa eu enxergava o mar tá isso é uma coisa que normalmente nenhum veleiro de regata tem você não consegue da cama ver o mar Então você já ficava um pouco mais tranquilo que você já dava para dar uma é porque não tinha trânsito mas tinha tinha gelo sempre tinha gelo não tá não tinha pensado não lembrava disso é tem depois quando fiz a volta você bater no gelo é o titanique El vai é rasga o barco na hora e o pior é que você tem que ver se o mar Tá agitado
ou não se tem espuma Branca porque você confunde o branco da espuma das ondas com o branco dos pequenos gelos e os pequenos gelos do tamanho dessa casa por exemplo Ah esse é o pequeno Esse é um pequeno ele fica 1,5 M 2 m para fora da água se você tem ondas de 10 m você não vê ele 80% do tempo e se bater num desses também já era tá os grandes gelos são os assustadores mas são tabulares são planos em cima e são lindos de ver é como se fosse um continente ali né não
você não vai deixar de ver é uma ilha mas o radar lê eh você vê e esse era o maior risco na viagem os gelos pequenos que a gente chama de brush Ice que é um gelo quebradinho assim porque eles ficavam e o gelo velho também o gelo velho vai perdendo o ar e deixa de ficar branco e fica transparente Ah que fica aquele gelo bonitão lindo de morrer mas você só vê ele quando você não vê ele vê e você não bateu nenhuma vez não nenhuma vez caramba e não tem um instrumento hoje assim
um radar de gelo que CONSEG a gente tentou fazer um radar térmico mas o problema é é altura como o mar ali é muito agitado e as ondas são muito altas e o gelo fica Escondido entre as ondas então não adianta nada também se você vai detectar a onda adianta nada então você tem que fazer uma espécie de previsão uma temática assim tô vendo eh 15 gelos por hora Opa aumentou para 25 por hora Ah vou vou encolher o espaço de sono Opa faz dois dias nenhum gelo Ah tá mais tranquilo então você vai fazendo
uma espécie de tabela estatística para saber quanto é que você vai dormir e você que se autodetermina um período de maior ou menor de de sono e de vez em quando você acordava e tava mirado num num num num bloco de gelo eu tive uma um episódio assustador porque tem dois sistemas para poder dormir ou um piloto eletrônico que mantém um barco num rumo magnético ou verdadeiro e tem um sistema mecânico que mantém o barco num ângulo com o vento tá E aí se o vento mudar ele muda o rumo exatamente o problema desse sistema
que eu gosto mais do Leme de vento é que ele não consome energia nenhuma e tem uma ciclística mais ou menos complexa mas simples que que que funciona e eu por sorte eu tava com o Leme de vento que é o sistema mecânico esse sistema se o vento mudar 1 grau o barco muda 1 grau Então esse o problema você dormir demais o vento inverter você volta para trás você voltou Uh que droga voltei a noite inteira para trás e um dia eu tava eh eu perdi a hora dormi 1 hora3 2 horas estava muito
cansado quando acordei assustado falei nossa senhora passou da hora aí eu olhei na frente falei Ufa que que bom que não tem nenhum gelo à vista quando eu olhei para trás tinha um iceberg de uns 600 m de largura na popa do barco você tinha passado por Ah o lem desviou você do iceberg 50 m de altura então de algum jeito o vento desviou ele foi desviando junto com vento eu fiquei tão e esses icebergs tem a parede às vezes negativa assim porque o mar vai e aquele risco de cair um pedaço comendo E aí
eu fiquei confuso porque eu falei meu Deus eu atravessei pelo meio do Gelo Será que eu tô sonhando e depois eu entendi o que tinha acontecido quando eu cheguei na parede 50 m de parede o vento deflete na parede eu devo ter passado a poucos metros do paredão de gelo com aquelas ondas estourando no no gelo e o barco foi fazendo a volta no gelo comandado pelo Leme de Vento mantendo o ângulo com o vento porque o vento vira também nossa o vento não faz por cima dele e quando passou do Gelo aí eu voltei
pro rumo original e só foi descobrir depois que já tinha passado depois que já tinha acordado quer dizer eu dormindo contornei e aí eu falei não vou apertar ainda mais o as minutos de sono Caramba e uma coisa que eu achei interessante é que você imagina uma pessoa fazendo uma viagem dessa que Poxa você tá lá Sozinho no barco Você vai ter tempo para fazer tudo o que quiser pensar na vida etc e não é bem isso que acontece né é o contrário você tem que fazer tudo que alguém faz para você no dia a
dia né você não fabrica água dessa casa você não fabrica eletricidade você não cuida do esgoto nem do lixo eh E você tem que fazer tudo tá e no gelo também quando tava quando tá tudo congelado porque até acho que é legal dar esse contexto para quem tá ouvindo a gente não não não imagino que é invernar na Antártida você coloca o barco numa Bahia ali né no meio de de um mar que ainda tá ali líquido vai chegando o inverno esse mar começa a congelar até que você fica preso como se o barco fizesse
parte da terra né como se tivesse Terra uma é um uma como se fosse uma uma formação de uma pedra ali no meio só que começa a ficar noite também né chega uma hora que você é vai tá completamente no escuro O Bacana do verão é que você tem sol o dia inteiro a noite toda mas no inverno Você tem o contrário você tem vários meses sem ver o o sol e E aí começam as coisas as tarefas domésticas tem que fazer calor para ter pelo menos um codozinho dentro aquecido tem que fabricar água todo
dia porque não tem como estocar água ela congela você tem que fazer comida limpar a louça a manutenção do motor do gerador do inversor do sistema hidráulico pneumático e de repente você fica louco é um monte de coisa para fazer nem no meio do inverno eu tava desesperado porque falei meu Deus eu não tenho nenhuma diarista para me ajudar era Era meu sonho de uma diarista não era para fazer companhia era para poder porque era muita coisa limpar alguma coisa para ajudar e aí tem um dia icônico na nas invernagem antárticas que é o midwinter
Day o dia 21 de Junho quando eu aí você sabe que desse dia pra frente eh o sol vai começar a se aproximar em dois TR meses vai aparecer de novo e eu olhava pro relógio falei meu Deus já tô no meio do inverno tá tudo atrasado o que que eu faço tava desesperado porque faltava assim um monte de coisa para montar de de volta e eu falava não vai dar tempo não vai dar tempo Tava sempre correndo atrás de coisas atrasadas e isso fez o tempo passar muito muito mais rápido muito mais rápido e
o que que que que temperatura que chegou não é muito frio porque eu tava no no nível do mar então o maior frio que eu peguei foi menos 25 mas em Nova York já deu menos 25 Então tá para para pões padrões antárticos não é um frio não na média no inverno eu tinha Men 12 Men 15 8 e e você não sente o frio porque é muito seco tá E no inverno o é um praticamente um deserto né não tem umidade no ar ex é um deserto exatamente Antártica é um deserto a definição de
deserto é uma região do planeta de baixíssima precipitação e lá tem a mais baixa precipitação praticamente não neva também então muito pouco tá muito bom e o gelo vai se acumulando em tudo quanto é canto isso vai engolindo o barco ao longo do temp tem dois tipos de gelo você tem um mar congela em volta do barco que é o gelo salgado E aí você tem o gelo que se forma nas geleiras nos glaciares que é um gelo doce esse gelo é como se fosse um rio em câmera lenta que vai descendo ou as plataformas
de gelo que são três no Continente Antártico que são as fábricas mãe de todos osberg do hemisfério sul do mundo eles vão se soltando dessas plataformas de gelo é que são os tabulares então o gelo em cima ele é plano aí ele vai quebrando em alto mar vai formando Os icebergues Normais só que o o gelo do mar congelado a gente chama de festa I de gelo rápido no segundo ano ele começa a ficar doce tá Por que que o porque o sal por osmose vai vai descendo e esse gelo acaba ficando no fundo ele
acaba indo embora pra água do mar e esse gelo Depois de dois anos você pode usar ele para para fazer água por exemplo e é esse que você usava para beber eu não usava gelo eu usava neve que derrete mais fácil do que do que o gelo mas a gente fez uma outra invernagem onde a gente só usou e gelo que aí era um barco maior e e para fazer esquentar comida e esquentar o ambiente você levava GS alguma coisa assim igualzinho em casa que não é o ideal mas eu tinha meia dúa de bujões
de gás e eu tinha um aquecedor que eu usava para cozinhar também que é muito bacana um aquecedor que é um princípio que foi patenteado na na Dinamarca que é muito tem mais de 100 anos e tem um gotejador de diesel que queima o diesel vaporizado não faz cheiro nem nem fumaça só que é difícil de acender demora horas para PR acender Mas de todos os equipamentos para fazer calor que eu pesquisei na na vida esse é o mais eficiente e e o mais bonitinho Porque tem uma janelinha e você vê a chama lá a
chaminha ali que dá uma alegria e a a tampa dele em cima uma chapa grossa de de Ferro você pode derreter um queijo fazer um sanduíche deixar um caldeirão de água para poder fazer um chá dessa vez estava melhor com comida também também né porque tem um espaço para guardar comida nunca tive ruim de comida assim desde que eu conheci as meninas lá de do Paraná assim durante muitos anos elas elas se encarregaram de toda a parte de alimentos e hoje a gente aprendeu a fazer né então a última viagem que eu fiz paraa Antártica
aí a gente já assim já temos umas planilhas todas e a gente passa muito bem Aliás quando eu viajo com tripulação para mim o tripulante mais importante de todos é o aquele que cozinha Ah sim porque esse é o que vai garantir a alegria do do a felicidade do pessoal durante a viagem eu adoro cozinhar cozinho bem para caramba só que eu não sei cozinhar para muitas pessoas então eu sei cozinhar para mim para mais uma pessoa assim mas eu tenho vários amigos que são disputados a faca assim porque cozinham super bem fazem tudo massas
pratos complexos Você só não tem carne fresca né legumes frescos mas você tem legumes desidratados que são hidrat fica tão bom quanto a gente usa muito a culinária oriental e muita culinária árabe né árabe judaica tem muitos produtos de longa durabilidade tá e você não pesca não dá pr pegar um peixe você não gosta PES eu eu sou péssimo Pescador e a verdade que para pescar em alto mar quando você chega na altura das falcas né das Malvinas tem um alto fundo que conecta as Malvinas com com América do Sul então o mar vem de
4 5000 M sobe para 80 90 você imagina despr a rampa que tem no fundo do oceano e nesse platô é alto mar você não tá vendo Terra nenhuma Tá longe das falcons ainda nesse platô dá muito atum aqueles atuns grandes só que para pegar o atum você não pode estar mais de cinco nós de velocidade ah e esse é um lugar perigoso PR caramba dá umas tempestades monstruosas ali não dá para ficar parado ali de B você não quer ficar enrolando você quer sair dali o mais rápido possível então normalmente a gente mata dois
atuns e vai simiz ele tá isso que você falou desse desse mar que fica raso é uma das coisas mais legais que eu aprendi no nos teus livros passei a ver o globo de outro jeito que é toda essa cadeia de montanhas que a gente tem a oeste da América ela se é que tá com a Antártida né isso e essa passagem que você tá falando mas essa passagem é por baixo do mar então tem uma cadeia de montanha que continua depois do do do Chile da Argentina né não é a mesma cadeia geológica porque
quando chega na Jorja do Sul que a flora que é um arqu pela lindo de mo é mais bonito que Antártica 100 vezes tem uma divisão geológica muda o material da do sei lá do movimento das placas tectônicas mas geograficamente é a mesma cadeia tá linha Ná na Alasca e isso ela vem desde a América do Norte Alasca não sei o qu desce toda América Central Chile não sei o qu aí faz aquela curvinha lá embaixo do cabo horno a flora ali na shag rocks que é um uma pedra no meio do Atlântico lá embaixo
depois a mergulha a flora de novo na jorgia do Sul mergulha a flora de novo na sandwich do Sul mergulha Depois tem as sal orkneys né orcadas do Sul a flora de novo e se se transforma na península Antártica e na verdade ela vai atravessando o Continente Antártico até o lado da da Austrália Ah ela vai pro outro lado esse eu não sabia eu sabia que o rabichinho da aquela aquela rabo que tem na Antártida era a continuação mas não sabia que que ia até o outro lado não é geograficamente é muito interessante que bacana
ó eu para você não falar que eu tô mentindo ó eu li o livro e fui anotando aqui no fim todas as coisas que eu ia aprendendo E aí só porque eu tô falando agora não vai ter a listinha aqui ou não era nesse Não não é Nisse eu deixei eu deixei aqui de eu deixei aqui de de Easter Egg aqui no fundo dos livros Olha aqui eu pra câmera todas as palavras novas n nome de bicho nome de barco que eu ia aprendendo e anotando aqui ou anotando para depois procurar na Wikipedia algum lugar
para ir poder entender o que que tava acontecendo quer dizer Faltou um glossário é isso que você tá reclamando não muito pelo contrário é eh eu queria depois que terminasse o livro poder dar uma olhada e entender tudo que eu aprendi quais eram os bichos novos que eu vi Quais as partes de barco coisas eh geográficas novidades que tinham ali que eu não tinha visto e tal e que isso que eu que me encanta nesses livros né porque não é só a história que é bonita mas o quanto você consegue aprender esse livro tem duas
coisas legais tem um lado B que é a que é a minha mulher contando a viagem do lado de quem ficou em terra que ela escreve bem ficou um ficou engraçado e tem uma outra coisa que eu nunca achei um guia completo das aves dos animais eh antárticos e e ele tem um dos mais completos eh Nossa é lindo isso tem o desenho de todos os os B é é um cara chamado que é um gênio chamado Círio cansado que trabalhou para diversos autores desenhando animais para identificação e é muito bonito o trabalho que ele
fez tá aqui Aqui é aqui é o caso das baleias mas ele fez da das aves depois ele fez uns mapas nas duas projeções naquela época a terra era Redonda ainda né então eu fiz as duas projeções né para a projeção plana da terra né que acho que é essa teoria né desses doidos aí e aqui uma projeção polar Ah então você deu a volta na Terra plana também né Para ninguém chegar na beira mas não hum para ninguém duvidar pelo menos o traçado da Terra plana tá aí também cer e AM Por que que
você esse barco o vermelhinho é um já é um barco muito legal por que que você foi construir um barco mais Ultra mega power depois que tá na capa do linha d'água esse aqui ó que esse sim não tá pintado né porque tem um erro no primeiro barco que eu fiz um vermelho que ele não foi um barco projetado para encalhar e eu queria fazer um barco que tivesse maior autonomia que se levar um número maior de de pessoas e E aí eu descobri uma coisa muito legal que foram os mastros dos Barcos quer dizer
eu não tem cabo praticamente né não tem nenhum cabo de aço é um princípio completamente louco que nem o de uma Jangada cearense de de piúba só que a Jangada usa um um um esqueci o nome da da madeira lá é um pau que tem lá no no Ceará que é super resistente é resistente que nem os sabos de pena da Bahia também usam outro tipo de gororoba que é esse pau e mas a gente tem fibra de carbono e aí assim muita gente ficava impressionado mas am ninguém usou isso em alta latitude o vento
é mais forte o mar bate o mastro e o Segredo dele é exatamente esse ele é flexível então o barco vai catur e os mastros funcionam como se fosse um amortecedor tá e uma asa de avião que na ponta ela dá uma verginha examente exatamente a asa de avião que é flexível ela não é rígida aviação abandonou o estaiamento desde o demazel do Santos do mon né É não tem cabo nenhum é ele usava Bambu Então e e o resultado disso foi engraçado porque depois de 20 anos usando fiz 14 temporadas na Antártica com esse
com esse barco surgiu 14 temporadas na Antártica é caramba mais a volta ao mundo mais uma viagem pro norte e o governo da Suíça a 2 anos atrás se interessou pelo barco escolheram os 10 melhores barcos para expedição no mundo e elegeram só um esse Nossa e eu vendi você vendeu vendi você não tem mais esse barco não porque eu fiz o barco para navegar 10 anos era o meu programa era um programa de 10 anos naveguei 22 com ele e E aí eu não posso mais ir pra Antartica com esse barco porque ficou muito
caro tem licenças que você é obrigado a ter igual um navio não posso ir com ele pra Argentina porque tem que ter prático o mundo tá ficando muito chato muito burocrático muito burocrático os práticos da da Argentina são a essência da da corrupção dos corruptos por alguma razão a prefeitura marítima é um órgão de de Cultura de corrupção então para quem tá ouvindo a gente o é o cara que manobra o barco no momento que você chega no porto né E nunca ninguém obrigou um veleiro privado a usar prático e aí Os argentinos inventaram isso
para tirar para ganhar dinheiroo E aí eu falei não prefiro Navegar com um barco menorzinho que tá dentro da minha escala humana né que não preciso ter tripulante se quiser sair sozinho e o vermelhinho que você tem ainda o vermelhinho que eu tenho que tá zerinho zerinho zerinho tá E esse Eu fiquei feliz por causa do propó do barco porque o governo da Suíça através dessa Fundação Funda poler suiss eles financiam viagens de pesquisa polar eh só para escolas do mundo inteiro então o barco vai ser usado em pesquisa nos próximos 14 anos e só
levando grupos de estudantes e ele vai vai transitar muito mais no norte Eu imagino do que no sul os 10 primeiros anos no no Ártico e eventualmente nos anos seguintes e ele vai alternar Ártico com com com Antártica e é um propósito lindo de morrer né quer dizer como se fosse um filho seu que de repente encontra um caminho lindo por conta própria e fiquei feliz também porque a conta no banco deu uma subida era um belo D barc eu eu tive o privilégio de ver eu acho que aportado em Parati é que ficava eu
li o livro Nunca tinha visto barco na hora que eu olhei eu falei caramba é esse tá aqui é um barco e ele tem uma muito própria porque os mastos são curvos né onde você vai com ele ele parou em Portugal recentemente e assim todos os amigos que eu tenho em Portugal Putz todo mundo Parati do o Parati do não sei o que ele é muito fácil de identificar E aí esse alumínio nu também é muito bonito né é ele tem essa cara meio bruta assim é esse o o Tesla a caminhonete do Elon musk
lá ele copiou do teu Barco É porque é todo no metal nu eu acho o barco muito mais bonito e e é um bar barco assim que custou caro para fazer mas ele tem um um custo operacional baixo ainda assim era alto para mim né era milhares de reais por dia de Nossa de manutenção é isso que eu tenho a Marina não tenho tripulação quer dizer uso os funcionários da Marina para fazer a manutenção e ainda assim era um assim era um um bicho muito caro para para eu manter para uso privado Então foi uma
um final muito feliz pro barco e o barco agora tá nesse momento na França estão fazendo uma mega reforma nele vão trocar inversores motores geradores velas eletrônicos e aí qualquer dia se dá uma volta de convidado no barco como eles já convidaram isso que eu tô gostando aí eu vou poder andar nele sem ter que machucar o bolso né sem ter que se preocupar com nada uma coisa que eu acho muito legal e da tua história am é que se se a gente tivesse parado por aqui a gente teria teria histórias muito já muito bonitas
para para contar Mas recentemente tua filha Tamara atravessou o Oceano Atlântico sozinha com 24 anos e foi a primeira brasileira a fazer isso e o que eu acho sensacional também é que ela escreve eh muito bem Os relatos do da viagem dela são sensacionais então eu vejo que de alguma forma eh isso vai continuar né esse Ela já tem livro também tem um documentário no YouTube que é muito legal eh para mim que gosto de ler e de ver essas viagens vê a Tamara fazendo isso é me enche muitos olhos mas a primeira coisa que
eu pensei na hora que eu vi que ela ia fazer essa viagem eu falei agora o Amir tá sentindo que os pais dele na carne como é que foi isso bom foi um foi de sopetão Eu sabia que porque a Tamara sempre foi meio atirada e dava uma pequenas dores de cabeça assim de nós fomos ver uma vez um apartamento no no Guarujá lá que era eu tava tentando vender o terreno do Estaleiro e um cara oferece ser um apartamento lá que era duplex era um duplex aí a gente foi no no sétimo andar que
era o 14º na verdade e no terraço tinha uma mesa e um terracinho com essa grossura da mureta e eu não vi eu tava conversando com o gelador mostrando de repente ele ficou branco quando eu olho para trás a Tamara tá assim andando em cima do negócio na muretinha no 14º andar Pai Nosso ela queria fazer a volta inteira do Terraço A sorte é que era um duplex esse apartamento horrível apartamento C fona PR Car a a minha mulher tinha subido no andar de cima e não viu a Tamara E aí eu não virei pro
terraço fui andando de costa e falei pro pro rapaz que cantava falando ficar quieto e eu fui andando de costas em direção a ela olhando com o canto do olho quando eu tava no alcance do braço eu passei o braço nela joguei ela meu Deus do C derrubei ela aí a primeira vez que a gente foi com crianças pra Antártica também as crianças fazendo bagunça no conversa e eu comecei a explicar falei olha se alguém cair na água eu não volto para buscar se a minha filha cair eu não volto Mas por que você não
volta para buscar sua própria filha falei porque eu tenho mais duas Eu tenho reserva aqui e tem vocês aqui para buscar a Nina se ela cair na água ela tinha 5 anos de idade não me lembro quanto ela pesava 25 kg alguma se ela cair el dura 4 minutos e eu para fazer a manobra de voltar a gente tá no pano com 300 m de pano leva 1 hora e 20 para ligar os motores abaixar o pano voltar contra o vento nem tem chance E aí quando eu contei isso pras tinha tinha outras crianças que
não eram filhos nossos depois que eu falei isso eh eu falei eu não vou voltar para pegar uma criança morta e botar em risco as outras falei para chocar mesmo aí todas as crianças ass arregalaram o olho é entraram calmamente dentro do barco e nunca mais saíram contar essa história de terror eu gosto de chocar Às vezes as crianças Só que essa essas crianças tem memória 6 anos depois a gente tava na Antártica saindo da base da da Ucrânia que eu visito há muitos e muitos anos sempre deixo uns presentinhos lá que é uma base
muito pobre lá e os caras do anos fechados lá e a gente tinha tomado vinho uma H da manhã voltamos de botinho e o mar tava todo cheio de raspadinha de gelo sabe você não enxergava o fundo que a água ali super Cristalina tava tava devagarinho com o botinho para não quebrar o pino da hélice de repente a Tamara levantou tinha um sete pessoas no botinho foi segurando na cabeça de cada um chegou na frente do botinho e Tibum pulou na água no gelo se atirou e sumiu embaixo do gelo no mar meu Deus do
céu que a minha mulher deu um grito que até hoje eu tenho um problema de deficiência auditiva e eu fiquei com tanta raiva mas tanta que eu esperei ela boiar quando ela boiou O casaco dela aqui tava tudo cheio de gelo na gola o cabelo pra frente gelo na cabeça catei ela pelo pescoço e sacudia ela no ar e gritava que que é ISO minha filha você ficou louca e ela tinha quantos anos ela tinha Acho que uns 12 anos já não era tão pequena e e ela calmamente virou para mim respond pai só queria
saber se você ia voltar para me buscar Porque ela lembrava do ela resolveu testar se era verdade mas ela foi esperta que ela pulou do botinho uma motorizado e não do veleiro é Ah é verdade ainda bem que foi do B E aí um dia ela falou pai eh eu comprei um veleiro o veleiro beliro custou R 3.000 para você ter uma ideia porque na da qualidade do beliro é porque na Noruega é caro ter todo mundo não existe quem não tem um veleiro lá quem não tem um veleiro precisa ir pro pro médico fazer
terapia porque tem alguma coisa errada Só que você tem que onde congela o mar na Noruega você tem que pagar a Marina seca o ano todo para usar dois meses por ano então muita gente abandona os barcos Ah e ela foi lá comprar o barco Ela descobriu lá achou um amigo de YouTube não sei o quê que lá tinha muitos barcos abandonados e ela achou um barquinho que ela comprou para pagar em sei lá 2 3 anos R 3.000 você não compra nenhuma bicicleta enferrujada e arrumou o barquinho e e veio só que ela foi
muito esperta Esse é o sardinha que é o primeiro Sardinha E ela só falou para mim que ia fazer a viagem no dia em que ela saiu ah a você já não tinha mais eu não tinha recursos é para impedir intelectuais de autoridade para para impedir e ela tinha 24 anos e eu nunca ia impedir também mas assim então ela entendeu que ela tinha que fazer o caminho dela achar o Barquinho por conta própria em vez de pegar ah o barco do Pai porque tem um barcão Ultra mega pau é filha de filha del não
sei o qu ela não não queria ser ela queria ela é e a história de escrever ela escreve bem que eu acho que foi culpa da da Marina mulher minha mulher que também escreve super bem e ela falou tudo bem Vocês querem viajar com o Amir para Antártica nós vamos mas tem uma condição vocês vão todo dia sentar na mesa e ficar 1 hora e meia fazendo o diário da viagem e no começo elas não queriam elas não mas em poucos dias virou uma competição entre elas quem fazia o texto mais bonito quem fazia os
desenhos mais legais ah e daí volta com material sensacional né de para fazer e Elas entenderam com os anos que tudo aquilo que parecia sem graça que elas faziam eh quando você olha um ano para trás todo mundo tem uma vida espetacular todo mundo não tem quem não tem uma história para contar sim porque Você registrou o tempo congelou aquilo e no Brasil infelizmente né não sei porque as escolas não obrigam os alunos a fazer o diário na Europa é diferente todo aluno faz o seu seu diário Essa era uma uma coisa que ajudou e
elas nunca mais pararam e eu também mandei fazer uns livrinhos iguais tipo aqueles moleskini os moleskini são meio carinhos eu a gente conhece um Livreiro aí que faz livros para desenhar lindos e morrer eu fiz uns 100 livros todos iguais menorzinhos a canetinha esperta num elástico para elas escreverem nesses cadernos hoje elas enchem esses mesmos CAD então elas T hoje cada uma tem a sua bibliotec ainha com deixa eu ver esse ano o que que a gente fez ah nossa que coisa legal isso é muito legal todo mundo tem quando você olha sei lá não
sei quantos programas Você já fez você olhar no tempo fica muito bonito né Você entende o que que você melhorou o que que aconteceu Então esse foi foi um e depois em casa a gente sempre teve muitos livros então elas se acostumaram com a hisória e eu nunca falei assim Vocês precisam ler é importante ler pra sua cultura eh elas sabiam que cada vez que eu lançava um livro tinha sei lá 50 lançamentos e eu sempre atendia a editora no negócio dos lançamentos então eu não levava elas por exemplo para ir passear em Parati de
barquinho no fim de semana paradisíaco não sei o quê eu eu levava elas eh na gráfica PR ver como nascem os livros aquelas máquinas gigantescas Heidelberg de Oito Cores cuspindo aquelas folhas enormes os caras gritando brigando porque o Magenta borrou o amarelo e não sei o qu e elas foram sentindo que por trás um livro assim que o pai ficava V assinando no shopping não sei o qu tinha todo um um trabalho pesado de gente envolvida tá s e eu fiz a mesma coisa com Estaleiro em vez da gente ir passear na Disney não sei
o quê vamos ver como é que o barco é feito a gente ia toda semana no estaleiro e fica Elas ficavam vendo a a gente construindo os barcos acabando o dinheiro pessoal gritando cortando a chapa com tico-tico porque a gente não tinha dinheiro para comprar CNC a gente não tinha dinheiro para comprar líquido de corte então a gente usava álcool álcool pegava fogo aí o pessoal fazia churrasco do álcool do barco pegando fogo então elas viram que era por trás tinha um uma assim todo um uma história autêntica né E aí um dia a frase
engraçada né Eh Papai Por que que a gente só vai para lugares onde não tem ninguém a pergunta engraçada de uma das meninas e eu falei não sei responder minha filha aí um dia na Antártica eu encontrei um grupo de amigos lá e a gente se abraçava e ria e não sei o quê e ela falou ah eu já sei porque que a gente nunca foi para Disney pai fal por quê aí falou porque lá tudo é de mentira e aí eu falei ca se eu fosse do marketing da da Disney da Disney essa molecada
eles querem coisas autênticas experiências autênticas eu acho que esse é um dos segredos do do programa que você faz os programas que você faz é legal você ver uma experiência por mais precária que seja simples mas é legal fazer uma entender como funcionam eh as coisas né Ai que legal ó nosso o tempo já a gente já estourou faz tempo eh Eu geralmente no final eu peço para as pessoas indicarem alguma coisa que tem a ver eh com essa história que a gente que a gente e com essa ideia que a gente trocou agora pode
ser um livro um filme ou qualquer coisa que inspire pessoas a a a buscarem mais histórias ou quem quer ser navegador ou quem sonha com histórias do mar é que que você indicaria e assim os posts da Tamara estão fazendo fazem um um certo sucesso e eu percebo que tem muita gente que fala ah mas Puxa não é para mim porque esse mundo Náutico é um mundo inacessível e de fato no Brasil por alguma razão a gente transformou o mundo que era para ser acessível no mundo meio elitizado não sei o quê a nossa Marina
é uma exceção é uma Marina e principalmente não tenho barcos no seco Só tem barcos na água e a esmagadora a maioria são de pessoas que não têm eh milhões e não sei o quê e que optaram por uma vida mais simples e não sei o quê e descobriram que aqui também você encontra barcos meio abandonados e eu sempre falo a grande escola ou fazer o barco ou comprar um barco velho abandonado e e reformar reformar então o conselho que eu dou é visitar lá a marina do Engenho em Parati e agora eu descobri recentemente
que tem uma comunidade de casais morando nos barcos com os filhos Então hoje a gente tem um algumas demandas meio engraçadas que não é de colocar um transformador maior ou internet mais rápida mas é de fazer uma um parquinho com com fazer um playground no parco playground é um pessoal muito legal o pessoal da vela é um pessoal acessível simples não tem ostentação e é um mundo acessível Então a gente tem vários clientes lá hoje que moram nos barcos tem alguns que são que são ricos e tem alguns que não t dinheiro para comprar para
um pneu de fusca e tão felizes juntos então é um ambiente muito muito bacana que legal Amir eu não vou eu não vou encerrar o programa aqui porque eu quero fazer realizar um sonho nesse momento que é mostrar o submarino pro Amir que ele não Conhece nosso submarino e muito do que a gente dessa ideia de construir submarino de ter uma história para contar de tem um desafio que é muito instigante veio de ler os teus livros e e e ver a tua história eu tô curioso para ver submarino então o submarino tá aqui do
lado na nossa oficin aqui e eu vou cortar para agora pra gente ver esse submarino que eu tô morrendo de vontade de te mostrar parabéns pelo pel pelos seus programas e seja bem-vindo em Parati quando for lá na marina do Engenho Obrigado Aliás foi lá que a gente botou o submarino na água ah eu não te contei antes porque eu fiquei com vergonha vamos lá eu fiquei sabendo Ó veio um louco aqui com submarino eu eu mandei um WhatsApp pr pra Marina uns 15 dias depois uma foto que tá o submarino do lado de um
barco teu que é um Catamarã que também tem o alumínio exposto assim e eu falei ó aonde a gente botou sub Marin você vê aqui não falou nada e tal Ah podemos ver podemos ver vamos lá tá bom Ó esse aqui é o nosso estúdio que a gente grava sempre esse aqui é o submarino tá brincando ele foi feito de tem uma camada de ele tá cortado quer ver Do Lado de Cá dá pra gente ver direitinho tem um compensado aí em volta tem uma camada de epóxi com fibra de vidro e aqui a célula
em que fica Caramba esse negócio mergulhou mergulhou 7 m de baixo da água aqui são dois tanques de lastro que é o que faz ele subir e descer e eu tirei já mas tava tava com todos os controles de abrir a água para entrar no laço fechar a água deixar saar Tem um pressurizador aqui dentro ent Então tinha é isso aqui funciona aqui trava inclusive ele é baseado nas escotilhas de de submarino ela tá cortada agora e a saída de emergência dele que se estiver no fundo do mar e precisar e precisar sair você vai
ter que você não vai conseguir abrir isso aqui porque a pressão não vai deixar então tem tinha uma torneira aqui dentro você Abre a Torneira a água entra aí você consegue equalizar a pressão e sai eh você consegue abrir a escotilha e sair mas eu testei antes de ir pra água eu testei numa piscina de mergulho e a gente tem essa imagem de conseguir abandonar o submarino debaixo d'água com ele submerso que loucura rapaz mas pô é muito ousadia hein e aqui embaixo vão Essas caixas de chumbo eh essas essas lingotes de chumbo cada um
tem 3 kg e a gente precisou de 450 kg de chumbo para fazer o submarino descer qu 450 450 porque ele tem mais ou menos uns 600 l de volume E aí contando com o peso do casco mais o meu dá un 150 Kg aí precisou do lastro muito lastro para descer vai com dois cilindros de oxigênio I com dois cilindros de oxigênio para oxigênio não de ar tanto para pressurizar a cabine e aliviar a pressão no casco quanto para poder jogar o ar de volta nos lastros e fazer tinha alguém para te acudir assim
se desse tinha tinha tinha dois não quando a gente foi no mar tinha tr em volta se acontecesse qualquer coisa tem inclusive um pé de cabra que fica do lado de fora se precisar abrir as cotil aqui a gente consegue abrir levei uma spare Air também que é aquele tubinho de de ar comprimida e a gente testou tudo tudo tudo antes de colocar Capítulo disso tem tem tem um vídeo lá na na Ilha Comprida que a gente foi lá e desceu com submarino na água tem antes o teste que a gente fez na piscina que
foi muito legal também a gente testou todos os mecanismos isso tem o que no canal do YouTube tem no canal do YouTube tá lá toda sal Saga tem uns 40 vídeos mais ou menos de toda a construção como que a gente Tomou cada decisão aqui é uma chapa de acrílico de 2 cm de espessura inclusive ela tá ela tá sanduichada aqui né ela vai aqui por dentro no meio pra gente poder passar a fibra em volta depois e encaixar num com suporte bom de made nos mas muito bem feito compensado de é um compensado de
20 de 20 e tem mais 1 cm mais ou menos de fibra por cima de epox é epóxi com fibra de vidro e que coisa linda e o que que é esse furinho aqui esse Ah aqui pra gente poder acionar os motores são dois dois scooters né aquele motor torpedinho que o que o mergulhador vai eles ficavam do lado de fora foi o motor que a gente achou que poderia resistir a água sem nenhum problema porque já é feito para ficar debaixo da água mas para acionar precisava puxar uma alavanca então a gente colocou dois
cabos de aço que são as duas únicas comunicações que o submarino tem com o meio externo que Aliás foi um lugar que entrou um pouco de água na hora que bota na água eu ia falar teve que ser vedado aí né tem que ser vedado E é difícil vedar porque tem movimento é muito chato a gente colocou uma sanfoninha de borracha presa PR PR ela poder para ela poder se movimentar mas não deu muito certo entrou um pouquinho da entrou em toda a brincadeira deve ter entrado 1 ou 2 l mas é tranquilo quer dizer
aqu lastro e lastro ali é lastro na frente e atrás a ideia de de ter dois lastros é que você consegue controlar essa o submarino deixar ele mais embicar para baixo mais ass Como que você enx esvaziava eles com com Registro é eu tinha o ar comprimido passa por dentro da cabine e eu tinha o controle da frente e atrás então no momento de deixar o ele o submarino tá na tona eu deixo a água entrar e e abro uma um registro que deixa o ar sair e ele desce aí quando eu tô lá embaixo
eu abro o ar comprimido deixo o ar comprimido entrar e deixo a água sair aí ele expulsa a água e sobe e era bem rápido porque o ar comprimido do mergulho é muito tem muita pressão né então eu consegui expulsar água em poucos segundos ele já ia lá para cima subia na hora caramba você teve ajuda de algum engenheiro louco ou não eu fui eu e o Fernando que trabalha com a gente aqui que é físico a gente desenhou o submarinho todinho assim mas aí foi muito legal Porque conforme fui publicando os vídeos o pessoal
começou a dar sugestão então eu falei não eu preciso de um submarino que seja muito pequeno porque quanto maior o volume ele tiver mais lro vou precisar E aí essa conta vai ficando então o que que a gente fez a gente construiu um modelinho de papelão e eu ia entrando nesse modelo e ajustando para ficar cada vez mais apertado mas que a minha claustrofobia desce conta a a gente chegou no modelo bem parecido com esse aqui e daí decid ficamos consultando muita gente que mexia com fibra de vidro Estaleiro e tal para ver se valia
a pena fazer com fibra de vidro ou fazer de Aço mas o aço a gente não é um material que a gente não ia ter controle ele não a gente não sabe mexer nele era muito mais fácil adquirir o Noal da fibra de vidro e aí a gente decidiu fazer de fibra porque poderia modelar do jeito que a gente quisesse a gente já consegue mexer com madeira também isso a gente tem Noal então a gente contratou outro físico o pena que botou a mão na massa para valer mesmo e aí foi isso fizemos toda e
projetamos no computador aí foi cortado no CNC a madeira toda a gente montou e usou mais ou menos aquele stit and glue sabe de sei montar a madeira e depois rechear com fibra em volta Se bem que a madeira elá já m esting glou a madeira é molinha né aqui não a gente usou uma madeira dura PR caramba dura é E aí deu que ver PR aqui aqui foi isopor a gente fez a frente de isopor que linda a cadeira hein ah essa cadeira tem uma história interessante a gente baixou pela internet uma planta e
mandou cortar na router E aí Juntou todas as madeiras todos os pedacinhos e Ah foi cortada em PL foi cortada em é em CNC nossa que linda né ela ficou bem confortável também porque precisava ter uma posição aí que não fosse incômoda porque é muito todos esses aqui são lastros esses aqui já são falsos a gente colocou aí só para ilustrar mas essas caixinhas são seis aqui só tão quatro eh elas tem uma certa movimentação aqui para você poder equilibrar o barco a gente não tinha muita certeza de como ele ia se equilibrar né a
distribuição de peso a gente tinha que ter um ajuste depois que colocasse na água então você consegue ajustar o equilíbrio de peso jogando um pouco mais de lado pra frente um pouco de laç para trás e a vantagem é que isso você consegue transportar com facilidade porque as Barrinhas são de 3 Kg então dá para botar no carro dá para a gente levou para Parati num numa carretinha de caminhonete eu aluguei uma carretinha a gente levou para lá quer dizer você colocou uma manta aqui de fibra é uma manta são várias várias camadas ficou forte
pra caramba né ficou ficou não ela é muito resistente e o legal que a gente a gente cortou agora porque ele quando a gente usou e tal Entrou água no no compensado ele começou a apodrecer por dentro tava cheirando mal e tal falei não vou cortar porque aí a gente consegue mostrar como funciona e tal e E agora dá para ver direitinho as camadas e na hora de cortar o trabalho que deu a gente percebeu que tava muito bem feito ó cada lro tem toda a saída de ar entrada de água entrada de ar comprimido
que que é isso linhas de calado é em relação ao ao fundo do do lç Sim Isso é é importante pra gente entender quando colocava ele na água qual que é o máximo que ele poderia ficar para cima né então e do zero até o teste Quanto tempo demorou demorou 3 anos e 10 meses mais Amir Obrigado sonho realizado aqui Fi sensacional genial seu laboratório maluco aqui fico feliz você tenha visitado mas muito legal poder visitar temão umas ordens lá em paratipo que você quiser inventar lá obrigado fico [Música] feliz
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