uma senhora vendedora de frutas deu seus últimos R 25 para um garoto Faminto e perdido 14 anos depois uma visita Inesperada bate à sua porta mudando sua vida para sempre inscreva-se em nosso canal para assistir mais histórias emocionantes como esta e não esqueça de curtir o vídeo para continuar acompanhando Dona Regina sempre foi uma mulher simples de poucos luxos mas de grandes gestos aos 68 anos sua rotina não havia mudado muito desde que perdeu o marido há mais de uma década Ela vivia em uma casa modesta construída por ele com as próprias mãos em uma
pequena propriedade rural longe da cidade era uma casa que precisava de reparos com paredes desgastadas pelo tempo e telhas que rangiam ao menor sopro de Vento mesmo assim era seu lar um lugar que trazia l dos tempos mais felizes de sua vida todas as manhãs antes mesmo de o sol despontar no horizonte Dona Regina já estava de pé seu corpo cansado maltratado pelos anos de trabalho pesado na lavoura e pela idade avançada parecia de certa forma encontrar uma nova energia ao tocar os pés no chão frio do Amanhecer ela preparava seu café em uma chaleira
de alumínio já desgastada tindo o aroma quente invadir a pequena cozinha enquanto o café fervia ela se preparava para mais um dia de trabalho na beira da estrada de terra batida que passava em frente à sua casa Dona Regina montava uma pequena Banca de Frutas lá ela vendia o que conseguia colher de suas árvores laranjas bananas abacates e ocasionalmente goiabas quando o clima era favorável os negócios eram modestos mas era o suficiente para complementar sua aposentadoria que mal dava para cobrir suas despesas básicas a estrada que passava em frente à sua casa levava a cidade
mais próxima e era por ali que pequenos Comerciantes e Trabalhadores Rurais seguiam suas rotinas Dona Regina gostava de observar o movimento enquanto se sentava em uma velha cadeira de madeira já desgastada pelos anos à sombra de uma grande Mangueira embora a vida tivesse sido dura com ela especialmente após a morte do marido ela encontrava paz em sua solidão não se queixava da falta de companhia ou de conforto Pois havia algo de reconfortante em seu pequeno pedaço de terra porém como todos que envelhecem Dona Regina começava a sentir o peso dos anos em suas costas sua
visão antes tão nítida começava a falhar e suas mãos outrora firmes a agora tremiam levemente quando segurava as frutas para colocar à venda os dias de colheita eram mais lentos e o cansaço a fazia deitar-se mais cedo deixando para trás o campo que outrora cuidava com tanto vigor os vizinhos raramente passavam por ali a maioria das pessoas da região já havia se mudado para cidades maiores em busca de melhores oportunidades o progresso passava longe da casa de Dona Regina mas ela nunca reclamava para ela a vida no campo mesmo que solitária ainda era preferível ao
barulho e ao caos da cidade nas tardes mais quentes quando o movimento na estrada diminuía Dona Regina pegava seu velho rádio à pilha e o colocava ao lado da Banca de Frutas ouvindo as notícias ou programas de música sertaneja esses momentos lhe davam uma sensação de companhia embora fosse apenas o som distante de vozes que ela jamais conheceria ainda que sua vida fosse marcada pela simplicidade uma característica de Dona Regina que nunca mudou foi sua generosidade ela não tinha muito mas o pouco que possuía ela sempre dividia com aqueles que precisavam se algum viajante parava
e não tinha dinheiro suficiente para comprar frutas ela oferecia um pedaço de bolo de fubá ou uma fruta madura insistindo para que levasse algo para o o caminho esse gesto repetido ao longo de tantos anos fez com que ganhasse o respeito e a admiração de todos que passavam por sua banca entretanto essa generosidade também fazia com que ela se esquecesse às vezes de si mesma o dinheiro que ganhava nas vendas mal dava para pagar as contas de luz água e os remédios que precisava tomar mesmo assim Dona Regina não se deixava abater em seu coração
havia a certeza de que de alguma forma ela sempre teria o necessário para sobreviver um dia no final da tarde enquanto empilhava as frutas que não havia conseguido vender observando o sol Começar a se pô atrás dos morros distantes ela refletiu sobre o rumo que sua vida Tomara nunca tivera filhos e agora mais do que nunca a ausência de uma família parecia pesar não que ela se arrependesse das escolhas que fizera no passado mas havia uma sensação crescente de que o tempo estava se esgotando e que seu mundo já tão pequeno estava se fechando cada
vez mais apesar disso Dona Regina continuava acreditando que cada pequeno gesto de bondade tinha um propósito mesmo que ela nunca soubesse quais seriam os resultados seu coração estava em paz mas a ideia de que o futuro era incerto começava a invadir seus pensamentos naquela noite após fechar sua banca e guardar as poucas frutas que restaram Dona Regina sentou-se na varanda de sua casa observando as estrelas que começavam a surgir no céu sentiu um vento suave passar por seu rosto e de repente um pensamento curioso lhe ocorreu e Se algum desses pequenos gestos de bondade que
fiz ao longo dos anos voltasse para mim de alguma forma ela sorriu consigo mesma a deixando a ideia um tanto ingênua Afinal a vida sempre fora dura e ela aprendera a não esperar muito das pessoas mas mesmo assim no fundo de seu coração havia uma pequena Esperança uma chama quase imperceptível de que algo especial ainda pudesse acontecer o tempo passava e os dias de Dona Regina continuavam em seu ritmo tranquilo mas Solitário o cansaço físico era uma constante e embora a senhora fosse forte de espírito seu corpo começava a dar sinais de que não aguentaria
muito mais mesmo assim todos os dias ela acordava com a mesma determinação de sempre vender suas frutas oferecer gentileza e viver da maneira mais digna possível naquela manhã o ar estava especialmente seco e a poeira levantada pelos carros que passavam pela estrada de terra parecia grudar nas roupas de quem tivesse o Infortúnio de estar por ali Dona Regina como de costume já havia montado sua Banca de Frutas empilhando cuidadosamente as laranjas e bananas esperando por algum cliente poucos passavam pela estrada àquela hora O que tornava o dia ainda mais arrastado já se aproximava o meio-dia
e o calor começava a apertar Dona Regina se abanava com um velho Chapéu de Palha observando o horizonte quando algo lhe chamou a atenção caminhando pela estrada um menino se aproximava lentamente seus passos vacilantes levantando uma pequena nuvem de poeira a cada movimento ele parecia perdido seu corpo magro e desajeitado indicava que estava sem comer há algum tempo suas roupas sujas e rasgadas contavam uma história de abandono quando o garoto se aproximou mais Dona Regina perce o olhar abatido e desorientado que ele trazia nos olhos Bom dia meu filho disse ela com sua voz calma
e acolhedora tentando não assustá-lo o garoto levantou os olhos surpreso por ouvir uma voz amigável ele parou diante da banca mas parecia hesitar como se não soubesse o que fazer ou o que dizer Dona Regina percebendo o desconforto dele não fez mais perguntas apenas estendeu a mão oferecendo-lhe uma banana toma Come alguma coisa parece que está precisando o garoto pegou a fruta com mãos trêmulas mas ainda sem dizer uma palavra sentou-se no chão ao lado da banca devorando a banana com uma voracidade que indicava que não comia Há dias Dona Regina observou em silêncio seu
coração apertado ao ver a condição em que ele se encontrava após alguns minutos o garoto finalmente falou sua voz baixa e envergonhada obrigado senhora eu eu não sei o que dizer Dona Regina sorriu suavemente se abaixando para ficar à altura do menino não precisa dizer nada meu filho só me diga seu nome e de onde vem ele hesitou por um momento como se estivesse ponderando se Deveria confiar naquela Senhora de aparência Tão gentil por fim suspirou e respondeu meu nome é eu eu não tenho mais para onde ir a Resposta simples e dolorosa ecoou no
coração de Dona Regina Felipe não precisou dar detalhes para que ela entendesse o que ele estava enfrentando ela já havia visto muitos garotos como ele perdidos sem rumo fugindo de uma vida que lhes oferecia pouco ou nada e seus pais Ela perguntou cautelosa Felipe abaixou a cabeça olhando para o chão O silêncio que se seguiu foi resposta suficiente está com fome não é Dona Regina perguntou levantando-se lentamente e voltando para a banca onde pegou um pedaço de bolo de fubá que havia trazido de casa o menino levantou os olhos surpreso com a generosidade daquela mulher
que mal o conhecia ele aceitou o bolo mas antes de comer levantou-se rapidamente Senhora eu posso trar para pagar pela comida ele gaguejou com um olhar ansioso Dona Regina Balançou a cabeça com um sorriso não precisa Felipe você está precisando de ajuda agora e eu estou aqui para isso Felipe finalmente relaxou um pouco sentindo pela primeira vez em muito tempo um calor humano que havia desaparecido de sua vida ele se sentou novamente e começou a comer o bolo devagar como se quisesse saborear cada pedaço enquanto ele comia Dona Regina continuou a observar pensando em como
Poderia ajudar aquele menino perdido Era óbvio que ele estava em Fuga mas ela não queria pressioná-lo a vida já tinha sido dura o suficiente para ele isso era Claro no entanto sabia que ele precisaria de mais do que apenas uma refeição para seguir em frente após um tempo Felipe levantou a cabeça agora com um pouco mais de energia e perguntou senhora por acaso sabe de algum lugar onde eu possa arrumar um trabalho eu preciso sair daqui seguir para outra cidade mas não tenho dinheiro para a passagem de ônibus Dona Regina olhou para o garoto com
carinho seus próprios recursos eram limitados mas ela nunca recusaria ajuda a quem precisasse ainda mais um jovem como ele tão vulnerável não ten Como te arrumar trabalho Felipe mas posso te ajudar a seguir em frente ela caminhou até uma bolsa velha que guardava sob a banca e com mãos trêmulas puxou duas notas totalizando R 25 era pouco mas para alguém na situação de Felipe aquele dinheiro significava uma oportunidade aqui disse ela estendendo a mão com a nota não é muito mas vai te ajudar a comprar a passagem para outra cidade lá você pode encontrar algo
melhor para sua vida Felipe olhou para o dinheiro como se fosse um presente imenso algo que ele nunca esperaria seus olhos se encheram de lágrimas e ele tentou recusar Senhora eu não posso aceitar é seu dinheiro e eu não tenho como retribuir Dona Regina Balançou a cabeça novamente desta vez com mais firmeza retribuir não precisa meu filho a vida vai cuidar de você e se um dia você puder ajudar outra pessoa faça isso é assim que o mundo melhora com pequenos gestos de bondade as palavras de Dona Regina tocaram Felipe profundamente ele sabia que aquela
senhora não tinha muito mas ainda assim estava disposta a ajudá-lo quando mais ninguém se importava com o coração apertado e a voz embargada ele pegou o dinheiro eu prometo que vou retribuir de alguma forma disse ele enquanto segurava a nota com força Dona Regina sorriu vendo nele a de um futuro melhor tenho certeza de que vai agora vá antes que escureça a estrada pode ser perigosa à noite Felipe se levantou Ainda sentindo o peso da generosidade que acabara de receber ele não sabia ao certo o que o aguardava no futuro mas aquele gesto havia reacendido
uma pequena chama de esperança em seu coração ele se despediu com um aceno e Dona Regina o observou enquanto ele caminhava lentamente pela estrada desaparecendo no horizonte quando o garoto finalmente sumiu de vista Dona Regina voltou para sua banca sentindo uma mistura de melancolia e satisfação ela não sabia o que o destino reservava para Felipe Mas sabia que naquele momento havia feito o que era certo naquele final de tarde ao fechar sua banca e caminhar de volta para casa uma sensação de tranquilidade tomou conta dela não era a primeira vez que ajudava alguém e provavelmente
não seria a última mas havia Algo de diferente naquele garoto algo que ela não conseguia explicar mas que de alguma forma a confortava Enquanto o Sol se punha Dona Regina refletia sobre a fragilidade da vida e como em um instante tudo poderia mudar pequenos gestos de bondade podiam parecer insignificantes para alguns mas para quem os recebia podiam significar a diferença entre o desespero e a esperança após o encontro com Dona Regina Felipe seguiu seu caminho pela estrada segurando os R 25 com firmeza Como se Aquela pequena quantia fosse a chave para um futuro diferente seu
coração que antes estava pesado agora batia com uma nova esperança Enquanto caminhava sua mente começou a revisitar os acontecimentos que o haviam levado a até ali como uma sequência de memórias dolorosas que ele evitava mas que inevitavelmente voltavam a tona Felipe não era sempre aquele menino perdido Houve um tempo em que ele tinha uma família uma casa e uma vida que embora simples era feliz ele crescera em um bairro humilde da Periferia de uma cidade grande com sua mãe luí e seu padrasto Cláudio seu pai biológico havia des Aparecido de sua vida quando ele ainda
era um bebê e tudo o que ele sabia sobre o homem vinha das poucas e amargas lembranças que sua mãe guardava dele luí era uma Mulher trabalhadora que fazia o possível para manter a família unida trabalhando como diarista em casas de classe média ela passava seus dias limpando e cozinhando para os outros voltando para casa Exausta mas sempre com um sorriso para Felipe o amor entre mãe e filho era inquestionável e Felipe sabia que mesmo com todas as dificuldades sua mãe faria qualquer coisa por ele Cláudio seu padrasto por outro lado era uma figura mais
complicada nos primeiros anos de casamento ele parecia ser um homem decente trabalhador e até tratava Felipe com certa cordialidade mas com o tempo a situação Começou a Mudar Cláudio Perdeu o emprego e com isso veio a frustração e o abuso do álcool o homem que antes era relativamente amigável transformou-se em alguém imprevisível com explosões de raiva que assustavam a todos Felipe lembrava claramente do dia em que tudo começou a desmoronar ele tinha apenas 9 anos na época e Cláudio havia chegado em casa bêbado mais uma vez a briga entre ele e sua mãe foi mais
violenta do que o normal e Felipe que estava em seu quarto ouviu o de pratos quebrando e o grito angustiado de sua mãe com medo ele correu para a sala e viu Cláudio segurando o braço de luí com força enquanto ela tentava se soltar vai embora eu não preciso de você luí gritou com lágrimas nos olhos mas Cláudio estava cego de raiva e seus gritos ecoavam pela casa você não é ninguém sem mim quem você pensa que é ele enquanto empurrava lua para o chão Felipe tomado por um impulso de proteger sua mãe correu até
Cláudio e tentou empurrá-lo porém o homem apenas riu da Tentativa do garoto e o jogou de volta fazendo-o cair no chão fique fora disso moleque Cláudio gritou enquanto se voltava para luí novamente aquela noite foi um ponto de ruptura na vida de Felipe embora sua mãe tivesse conseguido expulsar Cláudio de casa naquela ocasi o impacto emocional foi irreparável as brigas continuaram E com o tempo Cláudio sempre encontrava uma maneira de voltar seja para buscar suas coisas ou simplesmente para provocar cada visita era mais uma ferida aberta na vida de Felipe e de sua mãe as
coisas foram se deteriorando rapidamente luí sempre tão resiliente começou a ceder ao cansaço e a tristeza o trabalho se tornou mais escasso e e as contas começaram a acumular Felipe que antes era um bom aluno na escola começou a perder o interesse pelos estudos ele faltava SS aulas passava mais tempo nas ruas e logo Começou a se envolver com má companhias não por escolha mas pela falta de um caminho melhor os anos passaram e aos 14 anos Felipe já estava completamente desencaminhado ele se afastou da mãe que embora ainda o amasse profundamente estava tão consumida
pelos próprios problemas que não conseguia ajudá-lo como antes Felipe passou a vagar pelas ruas ora dormindo na casa de um amigo ora em algum canto esquecido da cidade ele fazia pequenos trabalhos aqui e ali mas nada fixo nada que o tirasse da vida que agora parecia destinada ao fracasso a última lembrança que tinha de sua mãe era uma despedida silenciosa ele a havia visto pela última vez em um domingo de manhã antes de partir sem dizer nada não houve discussões nem palavras de Adeus ele apenas saiu convencido de que não tinha mais lugar naquele Lar
quebrado de vez em quando sua mente o atormentava com a possibilidade de voltar de tentar resgatar a relação com luí mas o orgulho e o medo do que poderia encontrar sempre o impediram após deixar sua casa para trás Felipe passou a vagar sem destino tentando sobreviver em um mundo que parecia Cada Vez Mais Cruel Ele conheceu o frio das Noites na rua a fome que parecia rasgar seu estômago por dentro e a solidão que lhe dava a sensação de que se desaparecesse ninguém Notaria foi nessa fase que Ele começou a andar cada vez mais longe
da cidade onde cresceu Não havia mais nada lá para ele e sem um Plan ou objetivo ele caminhava de um lugar para outro tentando se distanciar de sua própria história tentando se convencer de que de alguma forma algo melhor o aguardava Felipe não sabia explicar como mas naquele dia seus pés o levaram até a Estrada onde encontraria Dona Regina talvez fosse o destino ou simplesmente o acaso mas aquele encontro foi o primeiro sinal de que sua vida poderia tomar um rumo diferente enquanto caminhava para o ponto de ônibus mais próximo com os R 25 em
seu bolso Felipe pensava na gentileza que acabara de receber era um sentimento estranho pois ele estava acostumado a ser ignorado a passar despercebido no entanto Dona Regina o tratou como se fosse alguém importante alguém digno de ser ajudado aquele simples gesto não apenas alimentou seu corpo mas também sua alma que há muito estava faminta de esperança chegando ao ponto de ônibus Felipe finalmente se deu conta do quanto estava cansado ele sentou-se no banco de madeira e Ficou ali por alguns minutos apenas observando o movimento da estrada sua mente antes tão ocupada com o desespero agora
começava a considerar possibilidades talvez com aquele dinheiro ele pudesse chegar a uma cidade onde conseguisse trabalho talvez houvesse um futuro para ele afinal quando o ônibus Finalmente chegou ele subiu a Bordo pagou sua passagem e se acomodou em um dos bancos no fundo conforme o veículo seguia pela estrada Felipe observava a paisagem mudando pela janela ele estava deixando para trás mais do que apenas uma estrada poeirenta estava deixando para trás um passado doloroso e incerto pela primeira vez em muito tempo ele sentia que havia algo à frente algo pelo qual a pena lutar ainda assim
ele sabia que a Jornada seria longa e difícil mas com o apoio inesperado de Dona Regina e a promessa que fizera de retribuir sua bondade Felipe sentiu um novo propósito emergir dentro dele e com isso sua alma que antes parecia perdida começava a se reencontrar enquanto o ônibus seguia pela estrada sinuosa Felipe observava a paisagem que passava rapidamente pela janela árvores casas simples pequenos comércios e de vez em quando pessoas andando à margem da rodovia cada quilômetro percorrido parecia levar com ele uma parte de seu passado enquanto uma nova realidade começava a se formar em
sua mente ele não sabia exatamente para onde estava indo mas sabia que não poderia continuar vivendo como antes aquele dinheiro que recebeu de Dona Regina os R 25 que guardava no bolso não era apenas um montante representava a oportunidade de tentar novamente de encontrar um propósito era um símbolo de esperança algo que ele não sentia há muito tempo o ônibus Finalmente chegou a uma pequena cidade chamada Santa Luzia o lugar não era grande mas tinha um certo charme as ruas eram pavimentadas havia árvores plantadas ao longo das Calçadas e pequenos comércios locais davam ao local
um ar acolhedor assim que desceu do ônibus Felipe olhou ao redor tentando se familiarizar com o novo ambiente ele não tinha um plano o que o guiava era apenas a intenção de encontrar um trabalho qualquer coisa que o ajudasse a se manter em pé e a recomeçar mas no fundo ele sabia que seria difícil ele tinha apenas a roupa do corpo algumas moedas no bolso e nenhum lugar para chamar de lar Felipe começou a caminhar pelas ruas da cidade observando os estabelecimentos e as pessoas ao seu redor ele notou que apesar do Ritmo calmo Santa
Luzia era um lugar onde as pessoas pareciam se conhecer bem ele via cumprimentos calorosos entre os moradores pessoas conversando nas portas de suas casas crianças brincando nas praças havia uma tranquilidade ali que ele nunca tinha experimentado em sua vida turbulenta enquanto andava ele passou por um mercadinho local o estômago de Felipe roncava lembrando-o de que já fazia horas desde a última refeição que tivera graças à generosidade de Dona Regina ele entrou no mercadinho hesitante sabendo que o pouco dinheiro que tinha não duraria muito se fosse mal utilizado ao caminhar pelos corredores Felipe pensou em comprar
algo barato apenas o suficiente para enganar a fome até que pudesse encontrar algum trabalho pegou um pão e um pequeno pacote de bolachas ao se dirigir ao caixa algo curioso aconteceu a senhora atrás do balcão uma mulher de cabelos grisalhos e olhos gentis olhou para Felipe com curiosidade está de passagem meu jovem perguntou a mulher em um tom simpático Felipe hesitou por um momento mas decidiu ser honesto Estou procurando um trabalho respondeu Ele segurando o pão e as bolachas com firmeza Cheguei agora na cidade e preciso de alguma coisa para fazer a mulher sorriu com
um olhar compreensivo Ah entendo bem não sei se tenho algo para você aqui no mercadinho mas conheço algumas pessoas que podem precisar de ajuda posso perguntar por aí se alguém está contratando aquele pequeno gesto de bondade acendeu uma nova esperança em Felipe ele agradeceu a mulher e pagou pelas compras saindo com a promessa de que ela Faria o possível para ajudá-lo a encontrar algo por mais simples que fosse aquilo já era um passo adiante não era muito mas era o suficiente para ele acreditar que as coisas poderiam melhorar com o pão e as bolachas em
mãos Felipe saiu do mercadinho e seguiu em direção à praça principal da cidade O sol estava começando a se pôr e a brisa fresca da tarde trazia certo alívio após um dia de tantas emoções ele sentou-se em um dos bancos de madeira da praça e começou a comer observando as pessoas passarem ali sozinho ele refletia sobre os últimos acontecimentos e o quanto sua vida havia mudado em tão pouco tempo enquanto comia seus pensamentos voltaram a Dona Regina ele ainda não conseguia acreditar na gentileza daquela senhora e na forma como ela o havia tratado em seu
coração ele sentia uma dívida de gratidão que sabia que precisaria retribuir de alguma maneira algum dia mas por hora sua prioridade era se estabelecer encontrar um trabalho e garantir sua sobrevivência no dia seguinte Felipe Acordou cedo ele passou a noite em um banco coberto na rodoviária da Cidade Sem conforto mas ao menos protegido do frio determinado ele começou a caminhar pelas ruas de Santa Luzia parando em cada comércio oficina e estabelecimento que via pela frente perguntando se havia alguma vaga disponível mas para sua frustração a resposta era sempre a mesma não estamos contratando no momento
O desânimo Começou a tomar conta de Felipe mas ele se recusava a desistir havia algo diferente nele agora uma força que não existia antes talvez fosse a lembrança do que passara nas ruas da cidade grande ou o fato de que havia encontrado pessoas boas como Dona Regina e a senhora do mercadinho ele sabia que não podia se entregar ao desespero novamente depois de horas caminhando sem sucesso Felipe chegou a uma construção modesta uma oficina mecânica que ficava no fim de uma rua pouco movimentada o som de marteladas e ferramentas ecoava pelo ar e Felipe decidiu
tentar mais uma vez Ele entrou pela porta de ferro aberta e se aproximou de um homem de meia idade que trabalhava embaixo de um carro levantado por um macaco hidráulico com licença o senhor está precisando de ajuda perguntou Felipe sua voz carregando uma mistura de esperança e exaustão o homem cujo nome era seu Antônio olhou para Felipe por entre as ferragens do carro enxugando o suor da testa com as costas da mão ajuda repetiu ele saindo debaixo carro e analisando Felipe de cima a baixo você sabe trabalhar com mecânica Felipe Balançou a cabeça negativamente não
senhor mas eu aprendo rápido preciso de qualquer trabalho que puder me oferecer seu Antônio coçou o queixo pensativo ele precisava de ajuda na oficina mas ao mesmo tempo sabia que treinar alguém sem experiência seria mais trabalhoso do que contratar alguém já capacitado tanto algo na sinceridade de Felipe o fez reconsiderar bem Posso te dar uma chance mas vou ser honesto não posso pagar muito se aceitar trabalhar por pouco até aprender o suficiente talvez a gente consiga chegar a um acordo Felipe sorriu sentindo uma onda de alívio e gratidão percorrer seu corpo qualquer coisa já me
ajuda senhor obrigado e assim Felipe começou sua nova vida não era trabalho dos seus sonhos mas era o início de algo diferente uma chance de recomeçar os primeiros dias na oficina foram difíceis ele cometia erros demorava para entender o funcionamento das máquinas e enfrentava a exaustão física que vinha com o trabalho manual pesado mas pouco a pouco foi ganhando a confiança de seu Antônio que apesar de ser rígido reconhecia o esforço do rapaz com o dinheiro que ganhava Felipe conseguiu alugar um pequeno quarto em uma pensão simples mas limpa onde finalmente podia descansar de maneira
digna à noite ele pensava em tudo o que havia acontecido e no longo caminho que ainda teria de percorrer mas a certeza de que estava no rumo certo o mantinha firme a transição para a nova rotina foi desafiadora mas com o apoio de pessoas como seu Antônio e a promessa que fizera a si mesmo de retribuir a generosidade de Dona Regina Felipe sentia que apesar das dificuldades estava começando a se reencontrar o tempo passara com uma estranha suavidade para Dona Regina 14 anos haviam se esvaído como o vento que accia o rosto sem que percebamos
a vida em sua pequena casa na zona rural mantinha-se praticamente inalterada exceto pelos sinais visíveis que o tempo havia deixado em seu corpo e em sua humilde moradia a casinha que antes já necessitava de reparos agora parecia quase ceder ao peso dos anos as paredes outrora tingidas de um amarelo pálido estavam manchadas e descascadas revelando o desgaste inevitável de anos sem manutenção o telhado rangia toda vez que um vento mais forte soprava e as goteiras apareciam cada vez que chovia tornando-se um problema rec nos meses de tempestade Dona Regina no entanto mantinha-se tão Serena quanto
sempre sua rotina mesmo com as limitações que a idade lhe impunha continuava fiel aos hábitos de outrora ela ainda vendia frutas à beira da estrada embora o número de clientes tivesse diminuído consideravelmente nos últimos anos os jovens haviam partido para as cidades grandes em busca de oportunidade melhores e muitos dos que antes paravam para comprar suas frutas agora percorriam estradas mais rápidas em seus carros raramente prestando atenção à pequena banca de Dona Regina seu corpo sentia o peso dos anos mais do que sua mente queria admitir seus joelhos doíam constantemente e o cansaço parecia não
a abandonar mesmo após noites de sono ela precisava fazer pausas frequentes enquanto cuidava das frutas ou arrumava sua banca algo que jamais precisara fazer no passado seus olhos antes tão ágeis começavam a falhar forçando-a a usar óculos para as tarefas mais simples mas apesar das dificuldades Dona Regina não reclamava ela sempre fora uma mulher de espírito forte alguém que aprendera a aceitar a vida como ela vinha as lembranças de seu marido falecido há tanto tempo ainda a acompanhavam e às vezes à noite ela se permitia conversar com ele em pensamento como se ele ainda estivesse
ali ao seu lado esses momentos de reflexão a reconfort embora soubesse que a solidão era uma realidade constante a vida de dona regina estava longe de ser fácil mas ela sempre acreditou que havia uma força maior que a guiava um propósito que ia além dos Desafios cotidianos sua generosidade continuava intacta mesmo tendo pouco ela sempre encontrava uma maneira de ajudar aqueles que precisavam seja com uma fruta madura ou com palavras de conforto e em seus momentos de silêncio enquanto observava a estrada vazia ou o movimento das nuvens no céu Dona Regina ocasionalmente pensava no menino
que encontrara tantos anos atrás Felipe ela se perguntava O que teria acontecido com ele será que conseguiu encontrar um rumo para sua vida será que estava bem Felipe era uma lembrança distante mas que de tempos em tempos surgia em sua mente Dona Regina acreditava que havia feito o que podia e que onde quer que ele estivesse aquele pequeno gesto de generosidade que lhe oferecera os R 25 que o ajudaram a seguir em frente havia de alguma forma impactado sua vida no entanto Ela jamais esperava algo em troca durante toda a sua vida Dona Regina aprendera
a dar sem esperar retorno para ela a verdadeira bondade estava em oferecer ajuda quando alguém mais precisava mesmo quando isso significava sacrificar algo seu e com o passar dos anos Esse princípio havia se enraizado profundamente em sua alma mas agora com a idade avançada e as dificuldades financeiras cada vez mais presentes Dona Regina se via diante de um dilema silencioso sua casa precisava de reparos urgentes e o dinheiro da aposentadoria mal cobria os custos básicos como alimentação e remédios mesmo assim ela se recusava a pedir ajuda era uma questão de orgulho e de resiliência algo
que aprendera desde jovem as paredes rachadas o telhado que ameaçava ceder a qualquer ququ momento e a goteira incessante eram problemas que ela tentava ignorar em vez disso ela concentrava sua energia nas pequenas alegrias do dia a dia o sabor de uma fruta fresca o canto dos pássaros ao amanhecer a brisa suave que soprava no final da tarde esses pequenos Prazeres eram o que a mantinham de pé apesar de tudo certa tarde enquanto arrumava sua banca Dona Regina notou que o movimento na estrada estava mais lento do que de costume ela suspirou aceitando que provavelmente
não venderia muitas frutas naquele dia mas como de Hábito ela não desistiu sentou-se em sua velha cadeira de madeira e começou a descascar uma laranja saboreando cada gomo com calma Foi então que de repente uma sensação estranha a invadiu era como se algo estivesse prestes a acontecer uma mudança que ela não conseguia prever olhando para a estrada vazia uma memória de Felipe voltou à sua mente com mais clareza do que de costume era raro que ela pensasse nele de forma tão intensa mas naquele momento seu coração se apertou com uma leve ansiedade como será que
ele está swing ela se perguntou novamente desta vez com uma sensação de urgência que não conseguia explicar no fundo Dona Regina sabia que a vida continuava independentemente dos encontros que tivéssemos ao longo do caminho talvez Felipe tivesse encontrado um novo rumo uma nova cidade um novo lar Talvez ele nem se lembrasse mais da velha senhora que lhe dera R 25 quando ele mais precisava E se fosse o caso tudo bem Ela nunca esperou reconhecimento o ato em si já era suficiente para aquietar seu coração mas naquela tarde algo estava diferente era como se o universo
estivesse sussurrando para ela que o ciclo da vida de alguma forma estava prestes a se fechar Quando o Sol começou a se pôr Dona Regina Fechou sua banca e caminhou lentamente de volta para casa suas pernas doíam e ela sentia o cansaço pesar sobre seus ombros como nunca antes ao chegar em casa ela olhou para a fachada desgastada as paredes rachadas e o telhado ameaçando desabar sabia que a situação estava se tornando insustentável mas não havia muito que pudesse fazer sentou-se na velha cadeira de balanço que mantinha na varanda e observou as estrelas começarem a
aparecer no céu aquele era um de seus momentos favoritos quando o silêncio da noite tomava conta e ela podia simplesmente refletir sobre a vida seus pensamentos voltaram mente para Felipe e mais uma vez uma sensação de saudade inexplicável tomou conta de seu coração Dona Regina fechou os olhos e respirou fundo sentia-se grata por tudo o que tinha mesmo que fosse pouco grata pelos anos que viveu pelos encontros que teve ao longo do caminho e pelas oportunidades que a vida lhe dera de ajudar os outros mas ao mesmo tempo havia um vazio silencioso uma sensação de
que algo ainda estava por acontecer com os olhos ainda fechados ela sussurrou para si mesma espero que você esteja bem meu filho onde quer que esteja mal sabia Dona Regina que nas semanas seguintes sua vida tomaria um rumo inesperado algo que ela jamais poderia ter previsto estava prestes a acontecer 14 anos haviam se passado desde que Felipe deixara a pequena cidade Dea para trás naquele tempo ele construíra uma vida que jamais imaginou ser possível hoje ele era um empresário respeitado dono de uma empresa de tecnologia que prosperava na cidade grande mas apesar de todo o
sucesso que conquistara Felipe nunca esquecera suas origens tampouco o gesto de generosidade de Dona Regina que o ajudara no momento mais difícil de sua vida sentado em sua sala de escritório no vio andar de um prédio de vidro no centro da cidade Felipe olhava pela grande janela panorâmica de lá ele podia ver a Metrópole abaixo com seus arranha céus o trânsito intenso as pessoas apressadas a cidade estava sempre em movimento e ele agora um homem de negócios fazia parte daquele ritmo Frenético mas por mais que seu mundo estivesse agora cheio de reuni contratos e responsabilidades
Felipe nunca deixara de pensar em Dona Regina em seu coração ele sabia que sua vida teria sido muito diferente se não fosse por aquele gesto de R 25 que anos atrás o tirara da Escuridão cada decisão que ele tomara desde então cada vitória e cada fracasso tudo parecia estar ligado àquele momento crucial quando uma senhora que mal o conhecia decidiu lhe estender a mão Felipe frequentemente se pegava lembrando daquele dia o rosto bondoso de Dona Regina a forma como ela não hesitou em ajudá-lo mesmo tendo tão pouco ela nunca pediu nada em troca nunca esperou
reconhecimento sua bondade era genuína e por isso mesmo Felipe sentia uma dívida imensurável para com ela ele sabia que não havia forma de retribuir adequadamente o que ela lhe dera a chance de recomeçar com o tempo aquela promessa que ele fizera a si mesmo de um dia retribuir a Dona Regina tornara-se uma espécie de compromisso silencioso Mas a vida com seu ritmo acelerado o arrastou por anos e aquela promessa foi sendo adiada agora no entanto algo dentro de Felipe lhe dizia que a hora havia chegado a necessidade de reencontrá-la e agradecê-la de alguma forma se
tornara impossível de ignorar ele se levantou da cadeira e caminhou até sua mesa onde seu celular repousava pegou o aparelho e por um momento hesitou havia tanto tempo desde aquele encontro e ele sequer sabia se Dona Regina Ainda vivia na mesma casa ou se ainda estava viva era uma incerteza angustiante Mas mesmo com as dúvidas Felipe sentia que precisava tentar ele não poderia continuar sua vida sem ao menos tentarem determinou-se a primeira coisa que fez foi pedir para sua assistente Clara realizar uma busca simples ele não sabia o sobrenome de Dona Regina mas se lembrava
bem da localização de sua pequena casa à beira da estrada perto de Santa Luzia com esses dados ele esperava conseguir alguma informação dias se passaram mas sua assistente não conseguiu descobrir muito a pequena cidade de Santa Luzia parecia estar fora do alcance dos registros detalhados que ele esperava encontrar não havia sobrenomes documentos ou grandes pistas mesmo assim Felipe não desistiu certa noite depois de uma longa jornada de trabalho Felipe estava sentado em sua sala imerso em seus próprios pensamentos quando a ideia lhe ocorreu E se ele mesmo fosse até Santa Luzia talvez voltando ao local
onde tudo começou ele pudesse encontrar pistas de Dona Regina ou alguém que ainda se lembrasse dela na manhã seguinte Felipe decidiu que era isso que faria arrumou uma pequena mala pegou seu carro e dirigiu por horas até a cidade que de certa forma simbolizava seu ponto de partida conforme as estradas o levavam para longe da agitação da cidade grande e mais para o interior ele sentia uma mistura de nostalgia e ansiedade o campo aberto as estradas de terra batida o cheiro da terra úmida depois de uma chuva leve tudo aquilo o transportava de volta no
tempo como se ele ainda fosse o garoto que vagava sem rumo ao chegar em Santa Luzia Felipe mal reconheceu a cidade ela crescera um pouco mas ainda mantinha seu ar tranquilo e acolhedor as lojas estavam mais modernas algumas ruas haviam sido asfaltadas mas o clima de cidade pequena persistia era como se o tempo tivesse sido mais Gentil ali ele caminhou pelas ruas como um visitante de volta às suas raízes algumas pessoas o olhavam com curiosidade enquanto ele explorava as vielas tentando encontrar algo familiar embora houvesse passado apenas alguns meses ali na sua Juventude Santa Luzia
era um Marco importante em sua história Felipe começou sua busca pela velha estrada que levava à casa de Dona Regina lembrava-se claramente do caminho dirigiu lentamente por aquela estrada de terra procurando com o olhar Qualquer sinal da Pequena casa onde há tanto tempo havia recebido um gesto de bondade que mudara sua vida as árvores pareciam as mesmas o campo ao redor ainda era vasto e aberto após alguns minutos FIPE finalmente avistou o que parecia ser a casa ela estava um pouco mais deteriorada do que em sua memória com as paredes desgastadas e o telhado em
mau estado mas havia algo familiar em sua aparência seu coração começou a bater mais rápido à medida que ele se aproximava estacionando o carro à margem da estrada Felipe desceu do veículo e ficou parado por um momento apenas observando a casa à distância ele sentia uma mistura de Emoções ansiedade nostalgia e uma profunda gratidão Será que Dona Regina Ainda vivia ali Será que ela se lembrava dele com passos lentos e cautelosos ele caminhou até à porta da casa a velha cerca de madeira Rania sob o vento e o Jardim parecia abandonado com ervas daninhas crescendo
livremente a cada passo a tensão aumentava dentro dele quando finalmente chegou à porta Felipe respirou fundo e bateu o som ecoou pela pequena casa e ele esperou o coração acelerado após alguns segundos de silêncio ouviu passos lentos vindo do interior a porta foi aberta com cautela revelando uma senhora de cabelos grisalhos vestida com simplicidade ela parecia mais frágil do que ele se lembrava mas seus olhos eram os mesmos cheios de bondade e serenidade Felipe ficou paralisado por um instante sem saber como reagir ele a reconheceu imediatamente Dona Regina estava diante dele depois de tantos anos
e por um momento as palavras pareciam desaparecer de sua mente Dona Regina ele finalmente disse a voz carregada de emoção a senhora olhou para ele com um ar de confusão no início sem reconhecê-lo de imediato Afinal haviam-se passado 25 anos desde que o vira pela última vez e o jovem magro e desorientado que ela ajudara agora era um homem feito vestido em roupas de luxo e com uma presença completamente diferente sim sou eu respondeu ela ainda tentando entender quem era o homem à sua porta Felipe sentiu as lágrimas subirem aos olhos e com a voz
embargada ele se apresentou Eu sou Felipe o garoto que a senhora ajudou com R 25 há muitos anos por um momento o tempo pareceu Dona Regina olhou para ele com atenção e então lentamente uma expressão de reconhecimento e surpresa surgiu em seu rosto ela se lembrou do jovem rapaz Faminto e perdido que aparecera em sua banca tantos anos atrás o silêncio entre os dois foi preenchido por uma emoção profunda e indescritível um reencontro que parecia impossível Felipe murmurou Dona Regina com os olhos marejados meu filho você voltou ela abriu um sorriso suave e Felipe tomado
pela emoção aproximou-se abraçando-a com carinho os anos de separação as vidas que seguiram rumos tão distintos tudo aquilo parecia se dissolver naquele abraço finalmente ele estava ali diante da mulher que lhe dera uma segunda chance e agora ele teria a oportunidade de retribuir Felipe ainda segurava Dona Regina em seus braços como se o abraço fosse a materialização de todos os sentimentos que guardara ao longo daqueles 14 anos o mundo ao redor parcia ter desaparecido e naquele momento só existiam eles dois conectados por um laço invisível de gratidão e Bade aos poucos ele foi se afastando
observando o rosto da mulher que havia mudado sua vida com um gesto tão simples e tão poderoso eu eu não acredito que é você disse Felipe ainda emocionado eu pensei tantas vezes em como seria esse momento e aqui estamos é tão surreal Dona Regina sorriu ainda surpresa com a visita Inesperada mas claramente emocionada com o reencontro meu filho eu não sei nem o que dizer você mudou tanto um homem agora ela passou a mão com carinho pelo rosto de Felipe como se tentasse reconhecer naquele homem o menino que um dia aparecera diante dela Faminto e
perdido e Tudo graças à senhora respondeu Felipe com os olhos brilhando de gratidão aqueles R 25 que a senhora me deu eles salvaram a minha vida eu Prometi a mim mesmo que um dia eu voltaria para agradecer e esse dia finalmente chegou Dona Regina Balançou a cabeça ainda com um sorriso tímido no rosto meu filho você não me deve nada fiz o que Qualquer um faria Fico feliz que tenha conseguido encontrar um caminho e que caminho olhe para você está tão bem disse ela analisando suas roupas e postura com uma mistura de Orgulho e surpresa
Felipe riu enxugando discretamente as lágrimas que insistiam em escorrer por seu rosto não foi fácil mas a senhora me deu a esperança de que eu precisava Para começar e agora estou aqui para retribuir posso entrar perguntou ele notando o cansaço visível no rosto de Dona Regina além do Estado de sua casa Claro claro respondeu ela abrindo a porta para ele entrar a casa por dentro era como ele se lembrava mas mais desgastada pelo tempo as paredes rachadas a pintura desbotada e o teto com marcas evidentes de infiltração revelavam os desafios que dona vinha enfrentando sozinha
ao entrar Felipe sentiu um misto de tristeza e admiração mesmo com todas as dificuldades ela permanecia forte mantendo a dignidade e a generosidade que sempre a caracterizaram desculpe a bagunça disse Dona Regina com um sorriso sem graça a casa está precisando de alguns reparos mas eu me viro como posso Felipe sentou-se à mesa da cozinha olhando ao redor com atenção havia uma sensação de conforto naquela casa algo familiar mas ao mesmo tempo ele sentia um peso ao ver o estado em que ela estava o silêncio entre eles era preenchido por memórias não ditas até que
Felipe incapaz de conter Suas Emoções finalmente quebrou o silêncio Dona Regina a senhora nem imagina o quanto eu pensei em voltar o quanto eu queria reencontrá-la mas a vida foi me levando para tanto lugares ele fez uma pausa procurando as palavras certas eu comecei com pequenos trabalhos em Santa Luzia seu Antônio da oficina me deu uma chance ele me ensinou o básico e com o tempo eu fui aprendendo estudei à noite consegui uma bolsa para um curso técnico e bom as coisas foram acontecendo ele sorriu lembrando-se de sua jornada árdua Dona Regina ouvia com atenção
admirada com o que Felipe havia conquistado Olha só meu filho eu sempre soube que você tinha potencial eu me lembro daquele dia como se fosse ontem você estava tão abatido mas havia algo nos seus olhos uma força que eu vi e soube que você iria longe Fico tão feliz por você mas nada disso teria sido possível sem a senhora insistiu Felipe determinado a deixar claro o impacto que ela tivera em sua vida eu estava sem rumo desesper a senhora me deu não só dinheiro mas esperança e foi isso que me fez seguir em frente Dona
Regina sorriu novamente dessa vez com mais emoção era evidente que o reconhecimento de Felipe a tocava profundamente às vezes os pequenos gestos que fazemos sem pensar voltam para nós de formas inesperadas ela disse com uma sabedoria que vinha dos anos de experiência eu esperava nada em troca Felipe só queria que você tivesse uma chance Felipe olhou para ela por um momento sentindo um misto de admiração e gratidão que não conseguia expressar plenamente com palavras ele respirou fundo sabendo que aquele era o momento de retribuir Dona Regina eu sei que a senhora nunca esperou nada de
mim mas eu Prometi a mim mesmo que um dia faria algo por você Ele olhou ao redor da casa observando os sinais evidentes de desgaste e as condições precárias a partir de hoje a senhora não vai mais precisar se preocupar com essa casa ou com dinheiro eu vou cuidar de tudo vou reformar essa casa Pagar todas as suas dívidas e garantir que a senhora tenha tudo o que precisa para viver bem os olhos de Dona Regina se arregalaram claramente surpresa com a oferta Generosa de Felipe não meu filho isso é demais eu não posso aceitar
tanto disse ela colocando as mãos sobre o coração emocionada Felipe Balançou a cabeça determinado Pode sim Dona Regina a senhora me deu tudo o que eu precisava quando não tinha nada agora é minha vez de cuidar da senhora não é demais é o mínimo que eu posso fazer eu sou quem sou por causa da sua generosidade e agora é hora de retribuir Dona Regina tentou protestar mas sabia que Felipe estava decidido as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto não por tristeza mas por Uma emoção tão profunda que ela mal conseguia expressar era uma mistura
de gratidão alívio e Surpresa por tantos anos ela vivera com o mínimo sempre preocupada com o futuro mas agora diante de Felipe todas essas preocupações pareciam se dissipar eu nem sei o que dizer ela murmurou enxugando as lágrimas com o lenço que trazia no bolso do avental você é um anjo Felipe um verdadeiro anjo Felipe sorriu sentindo o peso da promessa que havia carregado por tantos anos finalmente se dissolver ele sabia que o que estava oferecendo a Dona Regina não era apenas material era uma forma de honrar a bondade que ela lhe oferecera quando ele
mais precisava a senhora me salvou Dona eu sou quem sou por causa de você e agora quero garantir que a senhora tenha o conforto que merece o restante daquela tarde foi passado em conversas leves Relembrando o passado e compartilhando histórias de suas vidas Dona Regina contou a Felipe sobre os desafios que enfrentara ao longo dos anos a solidão que se instalara com o tempo e como o trabalho de vender frutas na estrada havia se tornado cada vez mais com a idade Felipe por sua vez contou mais sobre sua jornada de superação o crescimento da sua
empresa e o esforço que fizera para nunca esquecer de onde Viera à medida que a noite caía Felipe percebeu que além de cuidar das questões materiais ele também queria estar presente na vida de dona regina ela havia passado tantos anos sozinha e agora ele sentia que de alguma forma poderia ser a família que ela nunca teve Don Regina a partir de agora eu vou estar sempre por perto não vou deixar a senhora sozinha ele disse sentindo que esse era o fechamento do ciclo que começara tantos anos atrás você já fez tanto Felipe mas tê-lo por
perto é o melhor presente que eu poderia receber respondeu ela com um sorriso sincero naquela noite enquanto Felipe se despedia para voltar à cidade e planejar a reforma da casa ele sentiu uma paz interior que que nunca experimentara antes o ciclo da Bondade se fechara e o reencontro com Dona Regina trouxe consigo não só o cumprimento de uma promessa mas também uma nova conexão uma nova forma de família Felipe retornou à cidade grande com uma determinação Renovada a visita à Dona Regina o havia marcado profundamente e ele sabia que além de cumprir sua promessa ele
queria garantir que ela nunca mais precisasse se preocupar com as dificuldades cotidianas assim que voltou ao seu escritório Felipe começou a planejar a reforma da casa de Dona Regina e os próximos passos para garantir que ela tivesse o conforto e a segurança que merecia nas semanas seguintes Felipe mobilizou sua rede de contatos para contratar os melhores profissionais arquitetos Engenheiros e designers de interiores foram convocados para transformar a casa de Dona Regina em um lar Digno e acolhedor ele não queria apenas resolver os problemas estruturais da casa queria proporcionar a ela um lugar onde pudesse viver
com tranquilidade e alegria nos anos que lhe restavam um mês após seu reencontro com Dona Regina Felipe voltou à pequena casa à beira da estrada desta vez acompanhado de uma equipe de reforma quando Dona abriu a porta surpresa ao ver tantos rostos novos Felipe a tranquilizou com um sorriso caloroso Dona Regina Esses são os profissionais que vão cuidar da sua casa vamos começar hoje mesmo as reformas ela olhou ao redor incrédula enquanto os trabalhadores começavam a descarregar ferramentas e materiais meu filho tudo isso é demais disse ela emocionada você realmente não precisa fazer tanto Felipe
pegou suas mãos com carinho olhando-a nos olhos preciso sim Dona Regina e você merece a senhora fez muito por mim e eu vou garantir que tenha tudo o que precisa daqui para frente Dona Regina não conteve as lágrimas Mas desta vez elas eram de alívio e gratidão pela primeira vez em anos ela sentiu o peso das preocupações ser Aliviado não teria mais que lidar com as infiltrações Noel as paredes rachadas ou o medo constante de que a casa pudesse ceder a qualquer momento e acima de tudo não estaria mais sozinha Felipe com sua presença e
cuidado havia trazido de volta uma sensação de segurança que ela não sentia desde a morte de seu marido as obras começaram imediatamente o primeiro passo foi reforçar a estrutura da casa que estava bastante comprometida as paredes foram reparadas e repintadas o telhado foi completamente substituído e o piso antes gasto e irregular foi trocado por um novo que trazia uma sensação de frescor ao ambiente cada detalhe da reforma foi pensado para que Dona Regina pudesse viver com conforto e sem preocupações Felipe visitava a casa regularmente para acompanhar o progresso cada vez que chegava Dona Regina o
recebia com um sorriso acolhedor e uma refeição simples preparada com carinho embora estivesse sendo cuidadosa com o dinheiro ela nunca deixou de oferecer a Felipe o que tinha de melhor como forma de expressar sua gratidão durante uma dessas visitas Felipe decidiu que era hora de cuidar também de Outra área importante da vida de dona regina sua saúde ele sabia que a idade avançada e os anos de esforço físico a haviam debilitado e queria garantir que ela recebesse a atenção médica de que precisava Dona Regina além da reforma da casa eu estou providenciando um plano de
saúde para a senhora disse Felipe sentando-se à mesa com ela em uma tarde ensolarada ela olhou para ele com surpresa um plano de saúde ó Felipe não precisa disso eu me viro bem com o que tenho Felipe sorriu sabendo que aquela era a resposta típica de alguém que passara a vida inteira acostumada a não esperar muito dos outros eu sei que a senhora é forte e sempre se vira mas não quero que tenha que se preocupar com nada disso a partir de agora vai ter acesso aos melhores médicos exames e tudo o que precisar para
cuidar da sua saúde Dona Regina Balançou a cabeça visivelmente tocada pela preocupação de Felipe você realmente pensou em tudo não é não sei como agradecer meu filho isso é um sonho Felipe segurou a mão de Dona Regina com firmeza seus olhos transmitindo toda a sinceridade de suas palavras a senhora não precisa agradecer só quero que fique bem eu devo minha vida à sua bondade e agora estou cuidando de você como a senhora cuidou de mim conforme os meses se passavam a transformação da casa de Dona Regina foi ficando cada vez mais Evidente o Jardim antes
tomado por daninhas foi revitalizado com flores coloridas e árvores frutíferas trazendo um novo frescor ao espaço o interior da casa antes marcado pelo desgaste do tempo agora exalava conforto e calor com móveis novos e decoração escolhida com carinho sempre respeitando o estilo simples e acolhedor que Dona Regina apreciava Mas além das mudanças materiais algo ainda mais importante começou a acontecer a relação entre Felipe e Dona Regina se fortaleceu ainda mais com as visitas frequentes o vínculo entre eles cresceu e de certa forma Felipe se tornou o filho que Dona Regina nunca teve eles passavam horas
conversando Relembrando o passado e sonhando com o futuro para Felipe aquele tempo que passava com ela era uma forma de se reconectar com sua própria essência de lembrar de onde Viera e das lutas que enfrentara certo dia quando as reformas estavam quase completas Felipe chegou à casa e encontrou Dona Regina sentada na varanda olhando o pôr do sol ele se aproximou silenciosamente e sentou-se ao lado dela contemplando o céu alaranjado por um momento ambos ficaram em silêncio apenas aproveitando a paz daquele momento eu não sei o que teria acontecido comigo se não tivesse te encontrado
naquele dia do na Regina disse Felipe Quebrando o Silêncio A senhora mudou a minha vida de um jeito que eu nunca poderia imaginar Dona Regina sorriu mas seu olhar permanecia fixo no horizonte eu só fiz o que o coração mandou Felipe e no fundo sabia que você ia se encontrar sempre acreditei que a vida nos dá o que precisamos no momento certo mesmo que nem sempre entendamos Felipe ficou em silêncio absorvendo as palavras dela era verdade aquele encontro que parecia tão simples na época havia moldado todo o seu destino e agora sentado ali ao lado
dela ele sentia que finalmente estava completando o ciclo de bondade que começara tantos anos atrás a senhora me deu muito mais do que só dinheiro naquele dia continuou Felipe a senhora me deu esperança e agora eu quero que tenha essa mesma esperança para o futuro porque a a partir de agora não vou deixar que a senhora enfrente mais nada sozinha Dona Regina olhou para ele com os olhos marejados mas sem dizer nada ela sabia que não precisava a gratidão e o amor que sentia por Felipe estavam Além das Palavras sentia-se completa sabendo que o pequeno
gesto de bondade que fizera Anos Antes havia retornado para ela de uma forma tão inesperada e grandiosa naquele fim de tarde em Enquanto o Sol desaparecia no horizonte Felipe e Dona Regina compartilharam um momento de profunda conexão e gratidão o passado que os unira de maneira tão Improvável agora estava transformado em algo muito maior a casa que Felipe reformar era apenas um símbolo do laço que os conectava um laço de generosidade respeito e amor quando finalmente a reforma foi concluída a casa de Dona Regina não era mais apenas um lugar onde ela morava era um
lar transformado cheio de vida e de memórias Felipe garantiu que ela nunca mais precisaria se preocupar com nada e mais importante ainda que ela teria alguém ao seu lado para compartilhar os dias que viriam o sol nascia devagar derramando seus primeiros raios Dourados sobre a pequena casa de Dona Regina a reforma estava completa as paredes agora brilhavam com um tom suave de Amarelo o Jardim estava Florido e o interior exalava uma sensação de conforto e frescor que a casa não conhecia há anos no entanto para Dona Regina a maior transformação não estava na casa em
si mas na forma como ela se sentia naquela manhã sentada em sua cadeira de balanço na varanda recém restaurada Dona Regina observava o céu clarear sentindo uma paz que não experimentava há muito tempo o vento suave trazia consigo o cheiro das Flores do Jardim misturado com a terra fresca era um momento perfeito para reflexão nos últimos meses sua vida havia mudado de maneiras que ela jamais imaginara e tudo isso por causa de um simples gesto que fizera tantos anos atrás seus pensamentos voltaram ao dia em que conhecera Felipe o garoto magro Faminto e desamparado que
aparecera em sua banca à beira da estrada agora era um homemem bem-sucedido Generoso e carinhoso ela nunca poderia ter previsto que aquele encontro mudaria tanto a vida de ambos ao oferecer-lhe R 25 não havia pensado em consequências ou Recompensas fizera o que seu coração lhe dissera ser o certo era o que sempre fazia ao longo de sua vida Dona Regina aprendera a importância dos pequenos gestos não eram grandes atos de heroísmo que movia o mundo mas sim as ações simples e cotidianas Como oferecer uma fruta a um viajante cansado um copo de água a um
desconhecido ou como fizera com Felipe um dinheiro que para ela era quase nada mas para ele representava tudo quem diria ela murmurou para si mesma o sorriso leve no rosto quem diria que um dia tudo isso voltaria para mim dessa forma Dona Regina sempre acreditara na ideia de que a vida funcionava em ciclos o que oferecemos ao mundo de alguma forma retorna para nós e agora sentada em sua varanda vendo a casa que Felipe restaurar com tanto carinho ela não podia deixar de se sentir grata por todas as voltas que a vida dera a bondade
que ela sempre espalhara pelo caminho mesmo sem esperar nada em troca agora voltava para ela em uma onda de generosidade que a emocionava profundamente sua vida não fora fácil ela crescera em uma família pobre casou-se jovem e passou a maior parte dos anos seguintes ao lado do marido trabalhando na lavoura lutando para manter uma vida simples mas digna quando ele faleceu a solidão e as dificuldades financeiras aumentaram mas dona regina jamais deixou que isso lhe roubasse a generosidade mesmo quando tinha pouco ela sempre encontrava uma forma de ajudar os outros seja com um Pedaço de
Pão uma fruta ou apenas com palavras de encorajamento a vida é mesmo curiosa continuou a refletir em voz baixa Nunca sabemos o que o futuro nos Reserva um dia damos algo sem pensar e anos depois descobrimos que esse pequeno gesto mudou tudo seus olhos se encheram de Lágrimas mas não de tristeza Era Uma emoção suave uma sensação de completude Filipe Voltara para ela não apenas para reformar sua casa mas para trazer de volta algo que ela pensara ter perdido para sempre a companhia o cuidado o carinho de alguém que se importava com ela o laço
que se formara entre eles agora era mais forte do que qualquer dívida de gratidão era um laço de Amor e Respeito como o de mãe e filho nos dias que se seguiram ao término da reforma Felipe visitava Dona Regina com frequência ele vinha almoçar com ela trazia presentes Simples mas carregados de significado como uma planta nova para o Jardim ou um livro para que ela pudesse ler em seus momentos de tranquilidade para Felipe aqueles momentos também eram especiais era como se ao retribuir o que dona regina lhe dera ele estivesse se conectando com suas próprias
raízes lembrando-se de quem ele realmente era todo o suo que havia alcançado em uma dessas visitas enquanto os dois caminhavam pelo jardim Dona Regina parou e com um sorriso no rosto disse Felipe Você já pensou sobre como as coisas se conectam perguntou seus olhos brilhando de Sabedoria Felipe parou e a olhou com curiosidade Como assim Dona Regina ela suspirou olhando para as flores ao redor veja bem a vida é cheia de encontros e desencontros Aquele dia quando você apareceu lá na estrada eu poderia ter ficado indiferente poderia ter simplesmente ignorado sua situação como muitos fariam
mas algo em mim me disse que eu devia ajudar e agora Olha onde estamos ela fez uma pausa deixando que suas palavras fossem absorvidas por Felipe não são grandes atos que mudam o mundo Felipe são os pequenos os simples os que nascem da Bondade sem esperar nada em troca Felipe sorriu refletindo sobre o que ela dissera sabia que Dona Regina tinha razão O sucesso que ele havia alcançado as oportunidades que surgiram em seu caminho tudo aquilo se originara de um pequeno gesto de generosidade e para ele isso era uma lição que carregaria pelo resto de
sua vida a senhora está certa como sempre respondeu Ele sentindo a profundidade das palavras dela eu também acredito nisso foi um pequeno gesto que me deu a chance de recomeçar e Isso mudou tudo Dona Regina sorriu satisfeita por ver que Felipe Apesar de todas as conquistas mantinha o coração no lugar certo ela sabia que o mundo precisava de mais pessoas como ele que não apenas retribuí avam o que recebiam mas também espalhavam bondade sem esperar algo em troca Felipe meu filho disse ela com a voz carregada de emoção você não precisa fazer mais nada por
mim o que você já fez é muito mais do que eu poderia sonhar mas quero que saiba de uma coisa você sempre será parte da minha vida e de certa forma eu sinto que sou parte da sua também Felipe assentiu sentindo uma profunda conexão com as palavras dela sempre Dona Regina sempre Enquanto o Sol começava a se pôr lançando uma luz dourada sobre o Jardim os dois continuaram sua caminhada em silêncio ambos refletindo sobre a jornada que os havia unido Dona Regina sentia-se em paz sabendo que o ciclo de bondade que começara tantos anos atrás
estava completo Ela havia dado o que podia a Felipe e ele por sua vez a havia retribuído com uma generosidade que ela jamais poderia ter imaginado mas mais do que isso Dona Regina sabia que independentemente das circunstâncias o mais importante na vida não era o quanto tínhamos mas o quanto estávamos dispostos a dar e naquele momento sentada em sua nova casa cercada por flores e pelo carinho de Felipe ela sabia que havia dado o melhor de si ao mundo e o mundo havia devolvido em dobro os meses que se seguiram após a conclus da reforma
trouxeram para a vida de dona regina uma sensação de renovação a casa não era mais apenas um abrigo físico ela se tornaram símbolo de transformação tanto na estrutura quanto no espírito de quem ali vivia a cada dia Dona Regina acordava com uma leveza que não sentia há anos e essa nova fase de sua vida parecia ser o presente perfeito após tantas dificuldades Felipe como prometera continuava a visitá-la com frequência mesmo com as responsabilidades de sua empresa e a vida agitada na cidade ele sempre reservava tempo para viajar até Santa Luzia e passar momentos preciosos ao
lado de Dona Regina esses encontros se tornaram o ponto alto da semana para ambos para Felipe era uma forma de reconectar-se com algo essencial em sua vida para Dona Regina era como ter o filho que nunca tivera alguém com quem dividir suas memórias seus pensamentos e suas esperanças para o futuro em uma dessas visitas Felipe trouxe consigo uma surpresa ao chegar à casa de Dona Regina Numa manhã Clara de sábado ele saiu do carro com uma caixa de madeira levemente pesada e um sorriso misterioso no rosto o que é isso Felipe perguntou Dona Regina curiosa
enquanto via entrar com a caixa na sala de estar Felipe pousou a caixa sobre a mesa e com um gesto cuidadoso abriu a tampa lá dentro envolto em um pedaço de tecido macio havia um pequeno rádio vintage restaurado e brilhando como se fosse novo era idêntico ao que Dona Regina costumava ouvir na Banca de Frutas Mas que havia se estragado há alguns anos os olhos de Dona Regina brilharam de emoção ao ver o rádio ó Felipe exclamou ela tocando delicadamente o objeto você não sabe o quanto isso me faz feliz eu adorava meu rádio mas
ele quebrou há tanto tempo que achei que nunca mais teria outro Felipe sorriu satisfeito por vê-la tão contente eu sabia que a senhora gostava de ouvir música e as notícias no rádio encontrei esse em uma loja de antiguidades E pensei que seria perfeito para você Dona Regina ligou o rádio e a sala foi imediatamente com o som suave de uma velha canção sertaneja daquelas que ela costumava ouvir durante as longas tardes em que vendia frutas a música trouxe de volta uma onda de nostalgia mas não de tristeza era uma lembrança doce do passado que ela
vivera com dignidade e simplicidade Isso me lembra dos bons tempos disse Dona Regina enquanto balançava a cabeça ao ritmo da música às tardes na banca os som do rádio ao fundo nunca pensei que sentiria Tanta Saudade daquilo Felipe a observava com um sorriso no rosto sabia que para Dona Regina esses pequenos gestos tinham um significado muito maior do que qualquer coisa material ela valorizava as coisas simples os momentos compartilhados e Felipe entendia perfeitamente isso afinal ele próprio havia experimentado o poder de um pequeno gesto quando Dona Regina lhe oferecer ajuda naquele dia decisivo com o
rádio tocando suavemente eles se sentaram à mesa onde Dona Regina havia Preparado um bolo de fubá e café fresco entre conversas sobre o passado e o presente Eles se perderam em risadas lembrando-se das histórias que vivenciaram ao longo dos anos havia uma Harmonia ali uma compreensão mútua que transcendia qualquer dívida ou Retribuição durante uma dessas conversas Felipe olhou ao redor da casa e percebeu como ela agora refletia exatamente quem Dona Regina era um lugar acolhedor tranquilo e cheio de vida era como se a casa fosse uma extensão dela um espaço que assim como a própria
Dona Regina irradiava Bondade e serenidade sabe Dona Regina começou Felipe com um tom sério mas suave quando eu penso em tudo o que aconteceu nesses anos parece que a vida nos levou exatamente onde precisávamos estar se a senhora não tivesse me ajudado naquele dia eu não sei onde estaria agora Dona Regina sorriu com carinho suas mãos repousando sobre a mesa a vida tem uma maneira curiosa de nos guiar Felipe naquele dia eu vi em você um garoto que precisava de ajuda mas não tinha ideia de que isso traria você de volta para mim tantos anos
depois Fico feliz que tenha encontrado o seu caminho Felipe assentiu ainda refletindo sobre o Impacto Profundo daquele encontro a senhora sempre diz que não esperava nada em troca mas o que eu sinto é que eu precisava devolver não por obrigação mas porque o que a senhora me deu foi muito maior do que qualquer quantia de dinheiro ou gesto material a senhora me deu esperança e isso não tem preço Dona Regina ficou em silêncio por um momento tocada pelas palavras de para ela ver o homem que Felipe se tornara era o maior presente que poderia receber
ela não precisava de mais nada e eu sou muito grata por ter você na minha vida meu filho disse ela com a voz embargada de emoção saber que você está bem que se tornou quem você é é tudo o que eu poderia pedir e agora eu sei que não estou sozinha Felipe pegou a mão dela com gentileza nunca mais estará sozinha Dona Regina prometo os dois ficaram em silêncio por alguns instantes aproveitando a compania um do outro e o som suave da música tocando ao fundo o momento era perfeito e ambos sabiam disso não era
apenas o fim de uma jornada Mas o início de uma nova fase onde o vínculo que haviam construído continuaria a florecer com o tempo a vida de dona regina se tornou ainda aa mais tranquila ela já não precisava se preocupar com as questões materiais e Felipe garantira que todas as suas necessidades fossem atendidas mas mais importante do que isso ela agora tinha a companhia dele alguém que se importava profundamente com ela alguém que estava presente e assim os dias passaram a ser preenchidos com momentos de simplicidade e alegria Felipe continuou a crescer em sua carreira
mas sempre reservava um tempo para Dona Regina eles ainda compartilhavam almoços caminhadas pelo jardim e conversas intermináveis na varanda onde Riam choravam e refletiam sobre a vida Dona Regina por sua vez sentia-se completa a casa restaurada o rádio tocando suas músicas favoritas o Jardim florescendo novamente tudo isso era um reflexo da Paz que agora habitava seu coração e acima de tudo ela sabia que seu pequeno gesto de bondade tantos anos atrás não apenas mudara a vida de Felipe mas também trouxera a ela a companhia o cuidado e o amor que ela tanto valorizava no fim
a vida como ela sempre acreditara funcionava em ciclos o que oferecemos ao mundo retorna para nós de maneiras que nunca poderíamos prever e para Dona Regina aquele ciclo estava completo Naquela tarde Enquanto o Sol se punha no olho Horizonte tingindo o céu de laranja e vermelho Dona Regina e Felipe ficaram na varanda em silêncio observando a beleza do momento a música suave continuava a tocar no rádio misturando-se com o som da natureza ao redor um novo começo murmurou Dona Regina olhando para o céu Felipe ao seu lado sorriu sim um novo começo e com isso
ambos sabiam que independentemente do que o futuro trouxesse estaram pros para enfrentar juntos com o mesmo espírito de bondade e gratidão que os havia unido tantos anos atrás e aí o que aou dessa hisa emocionante deixe sua opinião nos comentos adoramos saber não esqueça de curtir o vídeo para nos ajudar e se inscrever no nosso canal até mais