Oi, eu sou Gustavo Cunha, e em Gotham City, a lealdade é uma moeda rara. E esse terceiro episódio da série do Pinguim serviu pra lançar alguma luz sobre as alianças frágeis e sobre o passado dos personagens pra nos mostrar como apenas a traição é uma certeza nesse mundo de criminalidade! Esse episódio começa com a apresentação da família do Victor, da namorada e de alguns amigos.
Em seguida, nós descobrimos que, na verdade, essa é uma cena de flashback, mostrando o momento em que o Charada detonou vários explosivos em Gotham, no filme do Batman, inundando grande parte da cidade. A tragédia é que Victor assistiu a toda sua família morrer no ataque do vilão. Foi uma sequência muito bem construída, porque, em nenhum momento a gente consegue perceber que isso está acontecendo no passado.
Até o momento em que as bombas explodem e o caos se inicia. E um detalhe visual muito interessante nessa abertura é o fato de que no momento das explosões, o Victor e a namorada estão olhando para frente, para os bairros ricos de Gotham com todas aquelas luzes e glamour. Porém, as explosões acontecem atrás deles, pegando de forma bastante contundente o bairro de Crown Point, onde eles moram, e os bairros adjacentes.
É uma forma de nos mostrar, assim como foi dito no primeiro episódio, como o ataque do Charada pegou principalmente os bairros mais pobres da cidade. Os ricos praticamente não foram afetados pela enchente. Como nós sabemos, agora, Crown Point se tornou uma Terra de Ninguém.
Isso é uma referência ao arco Terra de Ninguém do Batman, em que Gotham foi abalada por um terremoto. Gotham se torna um deserto sem lei, dividido em territórios controlados pelos super vilões, com o Batman sendo pego no meio da confusão. Aliás, o terceiro filme da trilogia do Nolan adaptou parcialmente esse arco, com o governo americano basicamente abandonando Gotham à própria sorte.
E talvez elementos desse arco possam ser adaptados novamente em The Batman 2. Outra coisa interessante é que essa abertura usa um recurso narrativo que eu adoro, que é mostrar os eventos do final de um filme de um personagem pela perspectiva de outro personagem, mostrando também como esses eventos afetam e mudam os rumos da história desse outro personagem. A gente teve, aliás, outro exemplo disso numa outra produção da DC, com aquele início, que eu acho fantástico, de Batman versus Superman, no qual o Bruce Wayne aparece correndo desesperado pelas ruas de Metrópolis, tentando salvar as pessoas, enquanto que a batalha do final de Man of Steel está acontecendo, com o Superman e o General Zod arrebentando toda a cidade durante a luta deles.
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v=Xlgq3dPcOBE E ainda sobre esse flashback do início do episódio, o pai do Victor diz que querer mais do que se tem é um exagero, que a gente deve ser grato pelo que tem. Victor, por outro lado, sente que ele e a família merecem mais. Isso é uma forma de nos mostrar que, apesar de parecer diferente do Oz, lá no íntimo o Vic tem a mesma fome de crescer que o Pinguim tem, o que explica porque, desde o começo, a gente já sabia que ele não ia subir naquele ônibus com a Graciela.
Aliás, isso é mostrado nesse episódio, quando o Vic usa o dinheiro pra subornar o policial que foi dar um atraque nele. Lentamente, ele vai ficando mais confiante e mais confortável enquanto começa lentamente a sua descida ao mundo da bandidagem. É triste que, no final das contas, o maior medo do pai do Vic acabou se tornando realidade.
Ele queria o filho longe dos traficantes da rua, e no final das contas o rapaz acaba vendendo uma droga super potente numa balada para a máfia. . .
Por falar nisso, você chegou a perceber como o problema de gagueira do Vic parecia mais acentuado quando ele estava com a família e até mesmo com a namorada? Quando ele está com o Oz, com exceção das vezes em que o Oz está apontando uma arma pra ele, obviamente, o rapaz quase não gagueja. Isso significa que ele se sente à vontade ao lado do Oz.
Mais seguro. Aquele momento em que o garçom completa a frase que o Vic estava tentando dizer e o Oz esculacha o cara é outro momento assim. O Oz nunca atropela o que o Vic está tentando falando.
Mais tarde, quando os dois discutem no banheiro e o Oz diz que o Victor pode ir embora na hora que ele quiser, esse é o momento decisivo para o personagem do Vic, porque agora, a escolha cabe somente a ele. Não existe nenhuma obrigação, nenhuma ameaça por parte do Oz. A escolha de voltar e seguir aquela vida é 100% do Victor.
Sophia leva o Oz para finalmente conhecer a nova droga, chamada Bliss. Nos quadrinhos, Bliss é um poderoso alucinógeno criado a partir das secreções hormonais reprocessadas de pré-adolescentes sequestrados, que se tornou por algum tempo a droga da moda em Gotham. Nós conhecemos então o Doutor Trey Bloom, o homem encarregado de cultivar uma variedade rara de cogumelo cuja seiva resulta num barato totalmente único, diferente de tudo o mais no mercado.
Quem leu os quadrinhos do Batman certamente deve ter se perguntado se o Trey Bloom não poderia ser a versão ultra realista desse universo do Batman para o Mr Bloom, um vilão relativamente novo na Gotham City da DC Comics. O Mr Bloom foi apresentado na fase dos Novos 52, na história "Superheavy," escrita por Scott Snyder e ilustrada por Greg Capullo. Ele aparece em Gotham durante uma fase em que Bruce Wayne está afastado do manto do Batman, e Jim Gordon assume o papel do Cavaleiro das Trevas com uma armadura super tecnológica.
Ninguém sabe o verdadeiro nome dele; o que se sabe é que ele foi uma das cobaias que participaram de um programa para a criação de uma meta-humano artificial, no qual pessoas comuns podiam ingerir "sementes" de alta tecnologia que poderiam fornecer superpoderes. Sendo o único paciente bem-sucedido, esse voluntário anônimo matou todos os cientistas envolvidos no projeto e partiu pra trazer uma versão mais florida de Gotham, assumindo o novo nome de senhor Bloom. Mais tarde, durante a reunião com o Feng Zhao, a Sofia Falcone revela que a origem das drogas veio do próprio Asilo Arkham.
A droga era usada pela equipe de Arkham para manter os pacientes pacientes felizes e dóceis, com todas as suas preocupações desaparecendo. É por isso que Sofia e o Alberto eram os cabeças desse novo negócio. O Alberto ia visitar a irmã todas as semanas.
Ela certamente falou sobre essa droga que estavam dando pra ela no Arkham e os dois viram imediatamente o potencial para esse produto se tornar a nova moda em Gotham. Pode ser até mesmo que, vislumbrando essa possibilidade de negócio, o Alberto tenha arranjado um jeito de conseguir que irmã fosse liberada do Arkham, pra que os dois pudessem assumir esse novo negócio juntos. Aliás, esse momento da negociação mostra como, ao contrário de Oz, a Sophia tem uma noção melhor sobre como negociar no mundo do crime organizado.
Enquanto que o Pinguim fala de uma maneira mais grosseira, como se estivesse tratando com um criminoso chinelão, a Sophia trata o assunto com muito mais sutileza. Ainda nessa sequência da boate, enquanto ele está zanzando pelo clube, distribuindo a droga, o Victor acaba tendo um episódio claro de transtorno de stress pós-traumático; a música alta e as luzes piscando fizeram ele reviver a noite em que a família morreu, adicionando uma nova camada de complexidade esse personagem. Quanto mais ele se envolve com o trabalho do Oz, maior a chance de se deparar com explosões e tiroteios, o que provavelmente pode ativar outros episódios desses ataques de pânico.
Então, agora o coitado tem que lidar com isso também. E se esses episódios começarem a ocorrer em situações de extremo perigo, Victor pode se tornar um risco para os negócios do Oz. Esse episódio três serviu também para nos revelar a natureza dessa relação complicada do Oz com a Sophia.
No apartamento do Oz, a Sophia revela para o Vic que o Pinguim costumava ser o motorista dela. Isso significa que no episódio passado quando o Oz contou para o Vick que ele tinha entrado para esse mundo da criminalidade depois de ter sido escolhido para ser motorista de um gangster chamado “Pinchy” era mentira. Ele foi chamado para ser o motorista da Sofia Falconi.
E agora aquele papo sobre o Carmine Falcone ter visto algo nele depois que eu “Pinchy” morreu começa a fazer sentido. Quer dizer, o que alguém como o Carmine Falcone ia querer com um motorista de um mafioso qualquer? Porém quando nós descobrimos que foi o próprio Oz quem contou para o Carmine das escapadas da Sophia como O Carrasco, ele provou a lealdade para o chefe.
É claro que isso custou para a Sofia 10 anos trancada no Asilo Arkham. Então, ela deve ter motivos de sobra para não confiar no Oz. O melhor de tudo nesse caso é o fato de que um pouco antes dos Maronis chegarem o Oz abre o coração para a Sophia, pede desculpas por ter entregado ela para o Carmine e pede que ela confie nele.
Que na época ele pensava estar protegendo ela. Aí, no instante seguinte, ele tá correndo para dentro do carro e dizendo para o Vic sair a toda velocidade, deixando a Sophia indefesa nas mãos dos Maroni. Ela que se exploda!
A Sophia, descobriu ao mesmo tempo que o Oz estava manipulando ela outra vez e, o que é ainda pior, estava ao mesmo tempo trabalhando com os Maroni, os cars que ela acredita que mataram o irmão dela. Eu não faço ideia de como o Pinguim vai sobreviver ao próximo episódio depois disso. E aqui nós temos mais uma questão interessante, porque agora a Sophia Falconi está nas mãos da Nadia Marone.
Para salvar a própria vida, a Sofia pode oferecer um acordo para que os Maroni tenham uma parte da distribuição de Bliss em Gotham, o que seria bastante lucrativo. E, nesse caso, bastariam apenas cinco minutos com os Maroni para que ela saiba que quem matou o irmão dela, o Alberto, foi o próprio Oz, que desde então vem fazendo ela de otária pra se dar bem. Velho, eu acredito que isso é o elemento que faltava pra que a Sophia finalmente deixe a sua personalidade de Carrasco vir à tona.
Eu é que não ia querer uma mulher como essa irritada comigo. Quer dizer, quando a Sophia está chegando em casa num determinado momento, ela encontra a segurança reforçada e o Johnny Viti vem falar com ela, ameaçando a moça pra que ela vá de uma vez para a Itália e deixe os negócios da família. O que é realmente fantástico sobre essa cena é que em nenhum momento a gente consegue levar o que ele está falando a série, por tudo o que já foi mostrado desses dois personagens, você acaba tremendo pela vida do Johnny depois de ele ter falado assim com a Sophia.
Mais tarde, quando o Johnny é pego com a boca na botija, ele comete o mesmo erro que o Alberto e menospreza o Oz, que parte pra cima do cara com uma fúria insana. A Sophia não move um músculo pra tentar impedir, mesmo que seja importante que o Johnny permaneça vivo pra fazer aquela ligação. Se o Oz matasse o cara, estaria tudo certo também, porque eu tenho certeza de que em algum momento antes do final da temporada, ela vai matar ele por conta dessa ofensa com a passagem.
Se bem que era uma passagem de primeira classe, né? Pra Itália. .
. Com todas as despesas pagas. .
. Eu não sei se eu não teria arrumado as malas e partido imediatamente pra passar o resto da vida curtindo a Toscana. .
. Além dela, os Maroni agora também querem a cabeça do cara. Você talvez esteja se perguntando por que a Nadia apareceu daquela forma nos fundos da boate pra matar o Pinguim.
Os Maronis não estão satisfeitos com Oz negociando a distribuição do Bliss com a tríade, quando ele já tinha prometido a nova droga para o Salvatore em troca de o chefão levar o crédito pelo assassinato de Alberto Falcone. E nós terminamos esse episódio belíssimo com a música Me and the Devil, do Gil Scott-Heron. Essa canção fala sobre alguém aceitando os seus demônios internos, algo que se aplica perfeitamente ao Oz, à Sophia e ao Victor.
Sophia está cada vez mais próxima de libertar espontaneamente o seu "demônio interior", o Carrasco. Victor aceitou andar ao lado do diabo ao recusar sua passagem para fora da cidade e escolher ficar com o Oz, e agora também carrega o peso de ter matado um Maroni. É até poético que, apenas alguns minutos depois de decidir não partir com a Graciela, a alma do cara se perde de vez com ele tirando a vida de outra pessoa.
E, claro, Oz já libertou seus demônios há muito, muito tempo. Não esquece que tem aquele cupom bacanérrimo, GUSTAVOCUNHA15, Para você ganhar 15% de desconto nas suas compras no site da Insider, E que esse desconto junto com os descontos que já estão lá nos kits que eu recomendei podem chegar a 40%! É muito desconto, cara!
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