eu vou fazer uma pequena recuperação aqui de um pequeno depoimento a respeito de como eu entrei em contato com o pensamento com os inscritos do professor João Adolfo Hansen e vocês vão ver que tratando disso eu vou chegar na questão que é o tema do nosso encontro aqui hoje que é a passagem é moderna Então é assim que eu acho que posso contribuir para o nosso encontro aqui hoje bom inicialmente eu queria dizer o seguinte o meu contato com professor Hansen se deu inicialmente pela leitura do seu muito justamente famoso importantíssimo a Sátiro Engenho Gregório
de Matos e a Bahia do século 17 é um livro Como vocês todos sabem de 1989 mas eu fiz aqui um esforço de memória para saber quando eu teria efetivamente lido livro Imagino que não foi tão imediatamente acredito que eu só cheguei a Lelo mais ou menos lá por 90 91 não foi assim imediatamente após o lançamento da obra mas eu li o livro e fiquei assim bastante muito interessado pelo que pelo que aprendi pelos conceitos novos que para mim eram radicalmente novos que eu encontrei ali naquela reconstituição brilhante né de mentalidade de discursos de
modos de reflexão sobre as letras que a gente encontra né no volume na obra né no Passat do Engenho e é um pouco mais tarde eu tinha mais ou menos recém chegado a UERJ o recém voltado ao UERJ como professor que eu tinha sido aluno nos anos 60 70 na UERJ voltei com o professor depois que começou a ver concurso na década de 80 Então me lembro que lá por 92 ou 93 nós estávamos estruturando um programa de pós-graduação eu tinha sido eu tinha sido eu era recém admitido na casa mas havia uma certa carência
de pessoal mais experiente com essas questões aí de até de administração né de programa de pós-graduação e eu acabei sendo quase convocado para trabalhar naquela tentativa da gente estruturar um programa de pós-graduação na época tínhamos um mestrado em Literatura brasileira e Távamos começando doutorado em Literatura comparada então na ocasião é por sugestão da professora desse vídeo ou entre Professor Luiz Costa Lima nós fizemos um convite ao professor ransen e no sentido de ver se ele poderia passar um pequeno período conosco na UERJ e nos contribuir nos ajudar na no desenho até na consolidação de um
programa de pós-graduação e ele muito gentilmente veio passou umas semanas conosco no Rio e fez algumas palestras além das palestras nos disponibilizou um material riquíssimo muitas coisas que ele trouxe para disponibilizou para nós todos os professores e alunos da casa eram no tempo da Xerox ainda então era tudo impresso né e além desse material alheio que ele trouxe né uma recolha muito muito interessante muito criteriosa eu me lembro que tinha também uma um longo texto dele que aliás eu acho que nunca foi publicado até queria saber dele depois se chegou um dia complicado mas se
o material extenso né além da das disposições orais e nos franqueou esse materiais todos nós tivemos um período assim muito produtivo eu não meremos ser uma dreno nessa época já estava lá se o André se matriculou depois porque ele fez o doutorado lá também na UERJ bem então é esse contato pessoal evidentemente né reforçou A minha familiarização né com o modo como o Hansen equaciona a questão das letras e da literatura e eu devo dizer que foi para mim assim uma uma um ponto de inflexão né na minha maneira de ver os estudos literários porque
desde sempre desde que eu comecei a me entender como professor universitário e pesquisador Eu sempre tive um interesse muito maior na teoria da literatura né as questões assim de abstração de conceitos e não tanto em literatura brasileira literatura brasileira para mim era muito importante sim como continua sendo até hoje mas era umas peças assim de grande corpos né o meu principal corpo de trabalho a minha preocupação era sobretudo conceitual teórica e até então antes de conhecer o trabalho do professor eu posso dizer que eu operava né dos meus estudos com uma ideia de literatura que
hoje eu reconheço como uma ideia assim um conceito fixo de literatura como se fosse algo não assim não sujeito né os impactos do tempo né as mudanças históricas né uma ideia estável de literatura Esse era o conceito que me satisfazia eu achava que era isso mesmo e a partir da leitura né dessa reconstituição de um modo de pensar pré-moderno anti-moderno que eu encontrei né nas Exposições nas aulas e nos escritos do professor ransen é isso abalou Aquela minha concepção de que a ideia de literatura era algo estável né e eu percebi que o importante não
era não havia essa estabilidade para começar né e o meu interesse nesse momento começou também a sofrer uma reflexão passei a me interessar muito mais justamente pelas mudanças de conceito né e isso significou também um trânsito de uma de uma de uma identificação né minha com uma história da literatura que eu acho que eu posso chamar de Idealista né uma história da literatura que justamente trabalha com esse conceito estático de Literatura e ao mesmo tempo tem uma visão né de uma de um de uma é um progresso linear né do pensamento ou da literatura da
própria literatura até umas peças assim de objetivo de alvo né de no caso de uma literatura Nacional a realização plena do Espírito Nacional né uma coisa teleológica né para falar assim um tempo mais técnico né bom então era essa a questão né para mim e nesse momento por causa dessa dessa dessa dessas alterações todas assim da minha própria reflexão a partir do estímulo que eu tive né lendo os trabalhos do professor Hansen Eu acho que eu alterei bastante o meu minha maneira de ver a literatura né É para começar me interessei muito por uma questão
assim de historicização digamos assim do próprio vocabulário com o que a gente lida né então coisas que para mim até então passavam meio batidas né Eu não vi assim nenhum tipo de questão interessante né Nós temos técnicas né para falar da coisa mais banal é mais óbvia né literatura letras né Comecei a mexer um pouco mais acho que mais abalizadamente com essas noções verificando que elas não eram não era uma Sinônimo é frouxa não era uma equivalência a histórica mas pelo contrário né esse vocabulário ele tinha um peso conceitual e uma historicidade que até então
me escapava né então é letras a palavra letras né com aquelas expressões aderentes a palavra ao substantivo letras né que tiveram uma circulação assim na no período pré-moderno andremoderno né letras belas letras boas letras letras humanas letras divinas né nada disso tinha muito peso né na minha reflexão até que né essa proposta é que eu eu encontrei Principalmente nos trabalhos e depois claro procurei as próprias Fontes dele né E também tentando me familiarizar com elas Enfim eu posso dizer que foi uma mudança muito muito grande né na minha maneira de ver a Literatura e a
história da literatura e o próprio trabalho né o próprio o próprio magistério meu sala de aula né tudo isso sofreu assim uma infecção muito grande então é basicamente seu depoimento que eu queria dar né Essa questão que nos interessa hoje a passagem ao moderno né É para mim ela ficou assim com uma nitidez que até então não tinha quer dizer minha maneira de ver era era determinada por uma espécie de contínuo né aquela que a mudança dos estilos históricos mais ao mesmo tempo a manutenção estável de um conceito de literatura né tudo isso eu acho
que eu pude revisar e devo né bastante nessa revisão fundamentalmente devo para essa revisão o estímulo né que me veio do contato com o pensamento com os trabalhos com as aulas do professor depois eu faria até um pós doutorado possa ter revisão dele na Ostra nos anos adiante 94 95 né e a partir de Então posso dizer que me tornei assim uma pessoa muito muito próxima do ranço embora a gente não esteja assim no dia a dia né não trabalhamos da mesma instituição Moramos em cidades diferentes mas enfim eu costumo acompanhar os trabalhos dele costumam
estar em contato com ele e daquelas coisas boas da profissão né que a gente conhece uma pessoa Às vezes assim pela pela obra pelo pensamento depois tem a satisfação de conhecer pessoalmente acaba se inscrevendo né no rol dos amigos dessa pessoa né então era isso que eu queria assim dizer para começar que os nossos trabalhos não sei se me escapou alguma coisa mas o essencial acho que era isso bom uma curiosidade que eu tenho também pergunto ao professor assim ele pode responder na ocasião que ele for fazer a exposição dele eu falei aqui de um
longo texto né escrito que nos foi disponibilizado na UERJ naquela altura ficou 98 Como eu disse 92 33 e eu não não me consta que o que o Hansen tenha publicado aquele material Eu Só Queria Dizer para ele que eu acho que é um material muito importante perfeitamente para publicável e como era um tempo assim pré-informático eu não sei se ele teria guardado esse material né Acho que nós não tínhamos naquela época Ainda essas coisas de arquivos eletrônicos de qualquer modo se por acaso ele não tem esse material se ele esqueceu disso eu tenho tá
à disposição eu acho que é uma coisa interessante de ele pensar né na possibilidade talvez decorar alguma coisa talvez fazer uma edição mas foi um trabalho foi um material para nós na UERJ naquela ocasião professores alunos né uma coisa muito né um subsídio muito interessante para nossas reflexões e até posso dizer para uma certa consolidação né No início de estabilidade de consolidação do nosso programa de pós-graduação que começava naquela época então principalmente isso que eu queria dizer e agora vou ver fico aqui para nossa conversa no final da exposição do meu amigo do professor Muito
obrigado desculpa Obrigada tava aqui com Essas tecnologias né Muito obrigado Professor Roberto assislo é um prazer ter ouvi-lo falar né E no final nós vamos debater com mais calma depois a fala do Hansen discutir as questões mais específicas da passagem moderna e agora a gente passa a fala do professor Jean é professor associado da ECA né escola de comunicação e artes da USP Mas ele também Professor orientador no programa de pós-graduação em estudos comparados de literatura de língua portuguesa da Fé Leste USP e o programa de pós-graduação em letras da Unifesp o gel e o
André depois eles farão falas mais rápidas né de 15 minutos para a gente depois ouvir o professor no final realmente ter um diálogo uma conversa né a gente abrir porque a ideia aqui é realmente do Diálogo do debate o aproveito para dar boas-vindas né a todos e a todas e agradecer aqui muito ao professor Roberto Assis e o professor João Adolfo Hansen como o André disse É uma honra contar com os dois aqui né nessa nesse evento virtual eu acho que para todos nós né já para mim e para você e para o André verdade
porque eles são nossas referências né então eu passo a palavra já Olá pessoal boa tarde quero agradecer então também ao convite que o Marcelo e o André fizeram né Para eu mediar de alguma forma né essas falas imensas que são Roberto do João e eu queria comentar só uma espécie de anedota né que acho que interessa talvez é que já faz muito tempo isso em 98 quando eu tava terminando a graduação em letras eu descobri na biblioteca da faculdade um livro organizado pelo Jobim chamado palavras a crítica que é publicado seis anos antes em 92
e foi lá que eu tomei contato inicialmente com os textos eu já conhecia o ranço assim por aula né pelas aulas e mas eu não conhecia os textos nem dele nem do Roberto César e queria só comentar então registrar que foi nesse livro né palavras da crítica organizado pelo Jobim que eu localizei né três textos que me marcaram muito quando eu li 98 que for o autor né do João Adolfo Hansen o Canon do Roberto Reis e o aquele sobre teoria literária do Roberto Assis né eu achei importante registrar isso porque depois foi só depois
de ter lido esses textos que eu passei a conhecer melhor tanto trabalhos né mais seminais as teses né Império da eloquência do Roberto Assis e o sobre Gregório de Matos do Jordão for Hansen a Sátiro Engenho e os artigos também que eu lia né deles que eu fui lendo ao longo desses praticamente 30 anos né 25 30 anos e que eu certamente indico para eu recomendo para os meus colegas e alunos né de de pós hoje que de fato são textos incontornáveis né e eu só queria falar isso acho que é um registro importante para
a gente continuar a conversa depois se possível eu queria que o se eles quiserem comentar como é que foi essa experiência né que às vezes essa publicação reuniu muita gente interessante né nesse livro e ele se tornou uma peça difícil de ser encontrada né esse palavras a Cristo que virou uma coisa hoje com a internet né a gente encontra pessoas que conseguem achar o pdf essas coisas mas durante mais de 20 anos foi um livro quase impossível de de comprar né isso achava por preço exorbitantes né quando a gente é aluno não tem muita condições
né de comprar essas coisas mas aí eu depois de muito tempo eu comprei esse livro acho que foi já em 2010 por aí muito mais tempo depois eu tinha um xerox de várias ensaios dele né vários capítulos então só depois que eu consegui ter o livro físico mesmo e relia esses textos com muito prazer era só isso mesmo Obrigado já obrigado a gente depois no final a gente conversa né mas com calma questões mais específicas até agora a gente passa a fala o André né Barros que é meu colega não mefesp né a tua na
área de literatura brasileira e também no programa de pós-graduação da Unifesp então eu passo a palavra ao André e depois nós teremos a fala do professor Hansen Obrigado Marcelo bom eu gostei de ver na verdade eu percebi que até esse meio de virtual de fala né a gente acaba necessariamente sendo mais informal né então eu Na verdade eu queria eu vi que a fala do professor Roberta foi muito memorialística no sentido também de assim como a do Jean e eu queria apenas como eu também sugeria esse tema né eu fiquei trabalhando na minha cabeça aqui
uma questão que talvez a gente possa conversar na hora do debate mas na verdade eu acho que eu tive uma certa imperativo de mostrar um pouco de serviço Mas podem ficar pessoas que não vai ser muito serviço que eu vou tentar mostrar na verdade eu a primeira coisa é dizer realmente no nível pessoal é impressionante como os trabalhos de tanto de um quanto de outros são tem um Rigor né historiográfico Eu tenho um Rigor inclusive que era como o Roberto lembrou era raro no Brasil antes de 1989 da forma como ele apareceu e e um
cuidado de não ser anacrônico né E na verdade eu tô tentando trabalhar por exemplo um autor como de terror e aí essa conversa pode ser começar hoje apenas como um autor do século 18 que eu trabalho alguns anos que na verdade poderia ter uma dupla face de como eu tenho uma uma cara para frente e outra olhando para Trás uma cara olhando para modernidade e outra olhando para o mundo antigo da retórica e dos preceitos ele é visto muitas vezes como um herói da modernidade mas eu considero que o de terror eu gostaria de de
por acaso Se possível né conversar sobre isso o de derror tem essa Face voltada para trás até pelo homem em que ele vive E se a gente perceber um texto como paradoxo sobre o Comediante ou sobre o ator que é um texto que sempre foi considerado o texto seminal da modernidade no teatro porque o de terror na verdade ele ataca a tese do Russo de uma sensibilidade que na verdade essa tese do Russo acabou sendo o alicerce com uma tese do individualismo e do subjetivismo que vai dar no romantismo que é o que seria uma
primeira modernidade né a gente sabe que o Russo cria digamos assim uma tese em que o valor moral do homem se baseia no na capacidade simplesmente da capacidade de ele sentir de ter sentimentos e aí nesse sentido qualquer um tem que ser dignificado e não só aristocracia né e a partir desse dessa tese que que Funda a ideia de que todos nós temos um valor democrático e temos que ser respeitados você cria tese de que o artista Ele simplesmente expressa esse sentimento subjetivo dele né Só que essa tese ela funciona muito bem a me ouvir
no nível institucional jurídico etc e tal porque o que ela é Ela é instrumental para você criar uma igualdade é ocorre que no nível pragmático e afetivo se a gente acreditar que todos têm o mesmo valor a gente tem muita dificuldade de lidar com a pragmática da das Diferenças de talento não seria uma boa palavra mas a diferença de capacidades a diferenças hierárquicamente organizadas de pessoas que se dedicam mais a certos assuntos do que outras as diferenças simplesmente que a gente se a gente acreditar Como indivíduo ocidental que só pelo fato de nascer a gente
já tem que ser dignificado eu não sei o que que acham os professores Mas a gente pode cair numa numa atividade individual né e o de terror vai atacar isso no paradoxo é dizendo que o ator na verdade ser insensível ele não tem que ter sensibilidade nenhuma para poder encarnar todos os papéis possíveis E aí eu vejo nessa nessa postura do nessa tese do de terror A ideia antiga dos oradores né E desde Cícero e Quintiliano você tem a ideia de que o orador ele tem que na verdade poder fazer um teatro um actil né
uma performance é para poder defender inclusive qualquer qualquer dos seus clientes no caso do Cícero lá que que defendia os seus os seus pessoas no tribunal né ligado ao mundo jurídico então o de terror vai lá atrás para fazer alguma coisa que vai fazer sucesso no século 20 porque por exemplo a teoria do Bertoldo brast do distanciamento ela fala mais ou menos nisso e as pessoas já fizeram essa relação e o gato é muito é muito possível que ele tenha sido influenciado pelo de terror então é interessante esse movimento de ir lá atrás para para
ir para modernidade e isso mostra também como a própria modernidade ela ela tem contradições internas ela não é só uma seta voltada para frente né Eu acho que isso aí bom mas eu já falei demais desculpem aí o meu o meu minha extensão né Eu acho que a gente precisa ouvir o professor João Adolfo tudo nós queremos eu só queria deixar essa pequena provocação aí E tomara que ela tenha algum tipo de ressonância eu não sei se do jeito que eu falei poderá ter mas tomara que tenha então eu devo eu devo falar olha vocês
me ouvem Se vocês me ouvem eu eu começo agradecendo a generosidade do convite que me traz novamente para junto de amigos que eu aprecio muito e admiro muito e eu começo agradecendo a também a generosidade das palavras do Roberto que sempre é muito gentil e muito generoso comigo às vezes até um pouco injusto porque ele exagera sempre e também agradecer ao que disse o Jó e que o que disse o André Esse tema que é tá proposto para a gente falar a passagem ele implica justamente o tempo e ele implica Justamente a conceitos ou conceituações
históricas da temporalidade para falar dele eu espero não ocupar muito tempo é de vocês e eu queria lembrar algo que provavelmente vocês também estão lembrados é que no início dos rascunhos do Capital o Karl Marx escreve que no desenrolar do processo histórico do tempo histórico A Última formação histórica que aparece ela geralmente é muito unilateral em relação as anteriores porque a última formação histórica ela costuma acreditar ela costuma supor que todas as formações históricas anteriores do passado foram etapas para ela e nesse sentido ela a formação histórica que a última a chegar ela também demonstra
uma grande incapacidade de criticar a sua pretensão de ser Universal quero dizer uma incapacidade de se criticar a si mesma como uma forma histórica que é meramente particular meramente contigente meramente provisória e que também necessáriamente deve passar e vai passar quer dizer um dia bolsonaro será menos que nada é nesse sentido e nesse sentido o Marx diz que o presente sempre é unilateral quer dizer E por que que ele é unilateral ele é unilateral diz o Marx porque ele produz unilateralidades ou seja ele se apropria do passado de modo unilateral e ele por isso ele
também é unilateral em relação a si mesmo Presente porque ele não tem nunca clareza sobre os processos que acontecem nele enquanto presente que está passando e que deve e sempre esperar por um futuro que ainda não não veio quer dizer nesse caso é bom a gente lembrar você sabe na experiência histórica a gente quase sempre fica sabendo das coisas quando já é tarde demais quando ela já aconteceu né E nesse sentido para falar também dessa questão previsão do tempo que tá implicada essa questão no tema da passagem ao moderno eu queria lembrar vocês um Historiador
que você certamente se lembra o conhecem que é o zéli o historiador alemão que quando discute o processo histórico ele propõe que a gente pense a história segundo a categoria que é justamente tempo e ele propõe o tempo não de modo kantiano que propõe O tempo como categoria prévia de toda ação e de Todo pensamento ele também não propõe o tempo de modo regaliando que propõe O tempo como evolução mas O Zélio que propõe O tempo como uma categoria social que é socialmente inventada e socialmente vivida e nesse sentido ele propõe que a categoria de
tempo nos permitiria a nós que nos ocupamos esses assuntos observar alguns períodos históricos quer dizer ela permite que a gente a use e por meio dela a gente possa observar duas coisas fundamentais antes de tudo o modo como num presente determinado se recorda uma memória do passado em termos de experiência aquele que memória o século 18 tinha do século 16 ou de Roma ou dos gregos do tempo do Péricles aqui memória o século XIX burguesa romântico europeu teve do século 18 francês revolucionário e hoje em tempos de ditos pós-modernos opostos opostos não sei que memória
o tempo de hoje também do próprio moderno em relação ao qual ele já se declarou pós um depois do moderno e nesse sentido a ideia de que a gente teria em cada período histórico em cada tempo sempre uma experiência do passado em termos de experiência experiência acumulada experiência lembrar de experiência ensinada experiência transmitida experiência arquivada mas sempre uma experiência e ao mesmo tempo como cada período histórico pensa o seu próprio futuro quer dizer o que que ele espera do Futuro em termos de expectativa e nesse sentido vocês se lembra o Cosern que Ele propôs que
quando ele trabalhou fundamentalmente com as histórias de antigo regime de antigo estado quero dizer ele trabalhou com as histórias europeias do século 16 17 e 18 pré-revolução francesa que hoje nas histórias da arte a gente chama de um tempo renascentista Barroco né o clássico Arcade ele mostra uma coisa que me pareceu sempre interessante ele mostra que nessas histórias elas costumavam reciclar uma noção que nós achamos nas letras latinas principalmente no Cícero que é uma velha que a história é mestra da vida magistra wita e como diz o Cícero e principalmente essa ideia o Cosern que
lembra ele pergunta o que permitia a um homem do século 17 por exemplo o Antônio Vieira poderia ser um Pascal poderia ser montanho um pouquinho antes o que que permitia um homem desse tempo pensasse que a experiência histórica quer dizer aquilo que já tinha sido pudesse ser enquanto experiência de passado modelo para as passagens do tempo para o presente e ao mesmo tempo modelo da regulação de uma expectativa de futuro para passagem do presente para o futuro que ainda não tinha chegado quer dizer nos dois casos havia sempre uma noção de passagem entre um tempo
e o outro e nessa passagem a passagem de uma experiência do passado para um presente e depois a ideia da passagem também mas agora em termos de algo que não tinha vindo ainda em termos da expectativa da relação que um presente estabelecia com o futuro constituindo tanto em termos de experiência quanto em termos de expectativas um modelo um modelo cultural o modelo para regular o entendimento daquilo que havia ocorrido no passado e ao mesmo tempo um modelo para regular a expectativa daquilo que ainda deveria ocorrer no futuro agora É nesse sentido que se propunha com
o Cícero a história como mestra da vida quer dizer a história ela poderia na destruição que ela sempre é ela poderia fornecer alguns modelos de entendimento do que ela tinha sido como experiência e alguns modelos do que ela poderia vir a ser como expectativa né E nesse sentido o Cosern que lembro algo também que é fundamental para nós ele venceu que essas sociedades que hoje a gente chama de Barroco ou Barrocas no século 16 17 no caso ibérico ainda do 18 elas acreditavam que havia um fundamento primeiro único e último de toda a história e
quer a Deus o Deus Cristão e que elas pensavam Então essa Sociedade do século 16 17 e 18 que a presença Divina do Deus Cristão que já tinha aparecido no passado também aparecia no presente e também estava ali posta como algo que voltaria aparecendo no futuro então a ideia de que justamente havia na história uma repetição de uma unidade essencial que era Deus o que fazia também que a ideia de que os bons e grandes e belos exemplos vividos pelos homens ilustres pelos profetas pelos Santos pelos heróis antigos que sempre era um bons exemplos porque
eles evidenciaram a ação de Deus do tempo que fazia deles causas segundos um instrumento da vontade dele Deus demonstrava que na medida que Deus é e esse é significa que ele é sempre idêntico a si mesmo fora do tempo em todos os tempos fazia também com que essa presença Se repetisse diferencialmente em tempos do passado em tempos do presente que fazia essa interpretação e em tempos ainda do futuro É nesse sentido Por exemplo que era possível com o homem do século XVII como Antônio Vieira e escrever uma história do futuro Nesse sentido e nesse sentido
quer dizer para uma formação histórica como essa que a gente chama de antigo time ou antigo estado havia sempre uma espécie de Nexo quase sempre imediato quase sempre direto entre a experiência do passado e a expectativa do Futuro devido Justamente a essa hipótese metafísica essa hipótese teológica essa hipótese religiosa de que o tempo tinha um sentido transcendente quer dizer a ideia que havia de que Deus se repetia sempre idêntico a si mesmo em todos os momentos desse tempo aconselhando a ação dos homens É nesse sentido como eu já disse que no nosso caso português brasileiro
que a gente poderia tentar entender uma experiência estranha para nós hoje de um homem como Antônio Vieira escreveu uma história do Futuro quer dizer a gente sabe que essa Revolução Francesa desde que a guilhotina degolou Deus desde que acabou nós somos ateus todos Desde quando a gente era religioso a gente até o prático desde a revolução francesa quer dizer a hipótese de escrever uma história do futuro é superstição e por definição ela é improvável porque desde a revolução francesa Deus está morto e nesse sentido o tempo não tem nenhum sentido metafísico ou transcendente e Nós
aprendemos que a história não se repete e quando ela se repete Como disse o outro ela é farsa da tragédia que ela sempre é na primeira vez é isso Então nesse sentido quer dizer ou me lembro ainda Lembrando que ele propõe justamente uma hipótese que eu acho interessante pensar nessa questão que nós estamos falando agora e a ideia de que a cultura enquanto a cultura é produção social enquanto a cultura é representação social enquanto a cultura é expectativa social e a cultura também é um consumo social do passado e produção de valores no presente articulado
sempre é uma determinada expectativa de futuro o Cosern que propõe também que essa experiência da cultura também deve ser historicizada Pelo modo como a gente pensa a categoria tempo quer dizer a gente pode definir a nossa experiência cultural Pelo modo como Nós pensamos o tempo e o modo como Nós pensamos o tempo permite a gente também definir a definição que nós fazemos a cultura a significação que nós damos a ela e as expectativas de sentido que nós temos em relação a ela né Então nesse sentido quer dizer eu lembro por exemplo numa sociedade antigo regime
uma sociedade pré Iluminista uma sociedade pré-revolução francesa uma sociedade que acreditava em Cícero Se isso era o mestre que a história é essa da vida o intervalo que havia entre o passado e o futuro era praticamente nenhum e ele tendia a zero Então nesse sentido quer dizer o fator de imprevisibilidade quanto a experiência do tempo ele tem dia praticamente a zero e assim para um homem do século 17 Era bastante Evidente como a gente lê esses autores do século XVII não só os portugueses não só os espanhóis mas também francês inglês alemães italianos fica sempre
muito Evidente uma espécie de consenso quer dizer se aconteceu assim vai voltar a acontecer assim como tá acontecendo agora também no futuro então quer dizer o lapso entre passado e futuro era praticamente inexistente agora o Kant vocês se lembra ele fez a crítica dessa concepção teológica dessa comissão concepção Cristã dessa concepção metafísica de tempo e de História num livro dele chamado antropologia que é um livro que ele escreveu um pouquinho depois da Revolução Francesa ele escreveu em 1795 logo depois e ele diz o Kant diz nesse livro que até então o momento que ele escreve
1795 toda a experiência histórica e ele diz assim a experiência histórica da sociedade de antigo regime que ele chama de sociedades despóticas tinha estado subordinado ele diz ao modelo teológico do sentido do tempo e ele disse que toda a sociedade anterior a ele ela tem Estado subordinado ao tempo teologicamente o tempo era definido e vivido como uma emanação de Deus e portanto a ideia de que toda a história humana era meramente uma parte do projeto Divino o que se revelava no tempo e a ideia de que a história humana se incluía no tempo e ela
era uma figura do tempo diz o canto agora ele diz que a partir do momento que ele tá escrevendo que é 1.795 acho que dois ou três anos depois da revolução ele diz assim a história não precisa mais de Deus eles assim qual a Revolução Francesa Deus está morto e nesse sentido não há mais nenhum fundamento absoluto para a história que passa a ser apenas um projeto simplesmente meramente contingente a só um processo humano e quantitativo que transforma e produz o tempo e subordina o tempo a si mesmo o processo histórico e estabelece sempre um
lapso um intervalo de indeterminação entre a experiência do passado e a experiência do Futuro quer dizer não importa se cantiana de 1795 da antropologia ele diz assim uma ideia Iluminista de que o futuro é totalmente imponderável ou seja a ideia de que nós não sabemos absolutamente O que é o futuro e que o futuro só depende de um cálculo humano que quantifica as diversas variáveis do presente tentando justamente orientar o tempo no sentido dele futuro donde vem o sentido do tempo vocês pensam por exemplo Os Comunistas soviéticos planos quinquenais que sempre fracasso porque não dá
não dá para prever o futuro não dá para calcular sempre tem um elemento imponderável né agora eu tô falando dessas coisas todas para lembrar para vocês que com a Revolução Francesa nós sabemos isso e com os filósofos iluministas e depois com o Marxismo no século 19 20 e ainda neste que nós estamos vivendo a gente aprendeu que o tempo tem um sentido que não é mais um sentido Sobrenatural Divino biológico Mas ele tem um sentido que apenas humano e que é apenas humano como resultado da produção de acontecimentos meramente humanos ou seja nós somos Mortais
Nós vamos morrer e nós vamos passar e nós talvez vamos ser todos esquecidos Nós não somos os últimos nem os melhores meios definitivos agora aí a questão que já estava implícita lá no canto é a questão é os acontecimentos são produzidos por indivíduos eles são produzidos pelas massas eles são produzidos por fatores anônimos como clima economia a política de maneira indeterminada Mas sempre tem um dado nuclear comum que a ideia de que o tempo avança numa linha reta e que o passado não se repete porque o passado já foi negado pelas práticas do presente que
ainda esse estágio onde nós nos encontramos agora como estágio de contradição que ainda não realizou a plenitude do tempo a plenitude da razão que um dia ainda vai se encarnar nele para valer no dia que a razão se encarnar para valer no tempo nós vamos estar livres de todo despotismo de toda ignorância de toda a superstição de toda coisa que nos oprime evidentemente que esse futuro ainda é o tópico né agora mas sempre tem esse dado nuclear e muito comum na ideia de passagem para o moderno que a ideia de que o tempo avança numa
linha reta e que o passado não se repete porque ele já foi negado pelas práticas do presente antigo que ainda é um estágio Onde nós estamos como um estágio de contradição que ainda não realizou a plenitude do tempo a plenitude da razão que vai se encarnar nele um dia para valer vocês percebem nós estamos na pura Utopia assim também a ideia de que o tempo no presente é por definição o tempo da negatividade quer dizer nesse tempo no nosso presente e que é o que define a experiência da passagem do século 18 para o 19
por meio da Revolução Francesa fundamentalmente a ideia de que o tempo do presente é o tempo da negatividade porque a cultura nele aquilo que nós herdamos é aquilo que nós produzimos queria a função não só de representar a vida social mas também é de crítica né crítica eu corto a crítica é uma operação de fazer um corte né E que fez das contradições do presente sempre o material de uma negação que postula uma transformação que ainda vai superar o presente fazendo o futuro acontecer mais rapidamente você sabe que nas artes Essa foi a hipótese utópica
no início do século 20 quando por exemplo os impressionistas e depois os cubistas e depois o surrealistas em 1924 e depois a hipótese dadar de 1917 e ainda a hipótese cobiça em 1902 foi um pouco antes seis anos quando tá pintando a montanha Centro de Vitória em 1870 e o rodo É com as Flores do Mal em 1850 quer dizer desde meados do século XIX a ideia de que todas as formas de representação herdadas do passado e que eram formas burguesas ou formas acadêmicas ou formas oficiais que a gente encontrava na cultura era um passardistas
e ligadas excessivamente a um passado que era entendido como um passado conservador um passado reacionário um passado próprio de uma vida administrada de uma vida onde faltava a liberdade e essa ideia era de que a arte e a cultura tinha uma função ainda por meio de uma racionalização negativa da forma ou ser uma ideia de crítica a própria a forma da recusa da familiaridade das formas com o mundo administrado então por exemplo a grande invenção da Arte Moderna que a gente encontra Maravilha que a gente vai encontrar nos grandes escritores mas também a invenção da
arte moderna no César depois num Picasso no barco e sempre essa ideia de que o mundo é administrado e a arte tem que por meio de uma racionalidade negativa que propõe formas negativas uma recusa da familiaridade com as formas com o mundo administrado e sempre uma atividade crítica que deveria atingir o espectador conscientizando espectador politicamente da necessidade dele superar o seu presente fazendo o futuro chegar mais rapidamente quer dizer desde o cante em 1795 e depois os que o sucederam e depois Marx e depois os ideólogos no século XIX e os grandes primeiros modernos nas
vanguardas literárias poéticas e da pintura da escultura desde a revolução francesa vamos dizer assim o tempo histórico foi ordenado como Progresso e era sempre a ideia de um progresso de uma paz de uma passagem contínua ao moderno ao modos hodiernos o modo de agora então a ideia de que o moderno ele não tava nunca realizado mas ele era sempre um projeto em trânsito sempre o projeto dado num processo que era sempre a eliminação crítica de uma experiência negativa do passado a crítica do próprio presente e afirmação de algo O tópico quer dizer fora do lugar
sem lugar mas que deveria chegar para ocupar a porcaria da vida que a vida presente que é uma vida administrada e sempre a ideia Então qual que o tempo era administ o teorizado como Progresso tá tendo a bandeira Ordem e Progresso que é liberal essa ideia é uma ideia liberal e acumulando realizações culturais ou então numa hipótese marxista aqui o tempo viria mas sempre por meio da contradição da luta de classe da dialética que superariam a realidade do presente em nome do Futuro você se lembram que o poeta Como maiakovski dizia que é do Futuro
que só para o vento da revolução assim por exemplo é o maior Clóvis quer dizer quando ele eu tô lembrando aqui ele fez o programa gráfico que é o meu tempo era poético da arte revolucionária na União Soviética no início do século 20 ele dizia que o verdadeiro tempo da revolução não era o passado não era o presente mas era o futuro e que tudo vinha do Futuro o futuro era o tempo de onde vinha o tempo nessa nessa concepção quer dizer como se houvesse uma memória do Futuro o dono Vieira pode escrever no século
17 uma história do Futuro mas adoro Vieira era um padre Escolástica e ele se baseava nos profetas do antigo e do Novo Testamento que tinha esse conceito metafísico Cristão de tempo histórico e ele então podia pressupor que o Deus dele o Deus católico também tinha um projeto para o futuro essa história do futuro do Vieira evidentemente é uma história metafísica uma história teológica Diferentemente dessa outra história proposta pelo maiakovsky e pelos comunistas no início da Revolução Soviética né a gente sabe no que deu infelizmente né quer dizer mas é sempre como se houvesse uma memória
do Futuro e nesse sentido o futuro era o tempo de onde vinho tempo e isso definiu o moderno quer dizer a passagem para o moderno sempre foi a afirmação do Futuro A ideia de que o tempo presente que nós vivemos ele é um tempo realis ele é baixo ele é viu os personagens históricos estão aí são uma ralé fascista eles são uma porcaria um lixo humano e que nós com todas as armas que a gente tiver como diz o Drummond daquele poema dele sobre o nosso tempo nós devemos destruí-lo como uma Pedreira como um verme
para fazer vir o verdadeiro tempo que é o futuro quer dizer nesse sentido o futuro que ainda não tinha vindo era Justamente por isso que ele era o tópico ou seja ele estava a tópico ele não lugar ele estava fora do lugar e nesse sentido ele era fora do topos ele tava fora do lugar convencional do pensamento quer dizer a gente não tem a mínima ideia do que fosse a revolução o ser da revolução ou acontecer da revolução a gente em apenas indícios e nesse sentido eu lembro a vocês vocês sabem disso eu tô só
falando coisas bastante óbvias que desde o final do 18 com a Revolução Francesa a gente teve no ocidente a Constituição de novos tipos sociais como o artista o crítico o intelectual os três sempre dotados de uma função Cultural de produzir cultura no sentido amplo e também no sentido mais específico de produzir a cultura como crítica contínua da cultura que sempre postulava a superação do presente porque o presente era como anda ainda ele é um estado insatisfatório então o moderno ele não tava dado o moderno era um dever de uma passagem contínua a gente estava sempre
passando para para o moderno de modo revolucionário agora eu lembro a vocês que o Goia ele escreveu numa tela dele ele sonham declaração e render Monstros quer dizer o sonho da Razão engendra Monstros quando a razão dorme a superstição os monstros aparecem e o Goe escreveu isso porque ele como um pintor Iluminista Ele tava dizendo que o presente é o tempo o do mito o tempo da superstição religiosa o tempo do Deus das igrejas que há e o tempo dá mais radical ignorância então quer dizer o sonho da Razão engendra Monstros quer dizer essa crítica
Iluminista porque ela era racional ela afirmava que ela ia produzir Abolição radical do mito que seria sempre substituído pelos valores da República os valores da coisa pública Como dizia o Kant a verdadeira democracia contra o despotismo representado pelas religiões e representado Pelos poderes autocratos autoritários antigos isso que dizia essa gente o câncer o sonho da Razão engenharia monstro mas um filósofo francês moderno que vocês conhecem Jesus Ele diz que sim o Goia tá certo o sonho da Razão produz Monstros mas aí ele diz mas a insônia também a insônia da Razão produz Monstros quando a
razão sofre de insônia e não dorme a razão se transforma numa razão industrial e calcula matematicamente logicamente friamente exatamente objetivamente quanto os judeus vão ser Queimados por segundo num forno quer dizer o sonho da Razão produz moço sim mas a razão louca a razão Industrial escala Industrial ela também produz Monstros quer dizer o campo de concentração nazista ele é racionalmente construído com uma razão instrumental que a razão iluminista levadas as últimas consequências do industrialismo só que agora ela queima pessoas o campo queima pessoas e uma razão frenética que foi levada a insônia máxima assim também
Nagasaki Hiroshima A Guerra do Vietnã a invasão do Iraque pelo Bush o terrorismo a Europa os Estados Unidos o que eles fazem no Oriente e na América Latina o terrorismo que no Oriente mata judeus em nome do fundamentalismo islâmico ou que mata árabes em nome de uma outra posição quer dizer todo o terror que nós vivemos hoje na sociedade que viraram e continuam fascistas autoritárias ignorantes e mais violentas só que agora elas têm internet e elas têm computadores mas a ignorância é sempre essa mesma então a questão que se coloca ainda para nós é se
nós efetivamente já passamos ao moderno executando o velho projeto Iluminista Liberal lá da Revolução Francesa de libertar todos os homens da ignorância das Trevas [Música] ou se esse mesmo projeto ele implica a barbari que nós vivemos hoje e se a passagem é moderno continua sendo meramente uma Utopia ou um tema que um professor velho fala discorre comenta no evento como esse é mais ou menos isso que eu tenho a dizer não sei se vocês querem falar mais coisas porque eu falei muito E como sempre praticamente nada e nós podemos conversar mais por favor eu agradeço
de novo obrigado [Risadas] muito eu achei muito muito provocativo como sempre e muito erudito né o Roberto Você quer falar alguma coisa quero quero já vou disparar uma aqui João vou disparar a primeira aqui pra gente conversar bom fantástica e a sua a sua exposição muito legal a gente acompanhou aqui foi muito interesse mas essa essa questão que você citou aí do Goia e depois da uma espécie de réplica do deles né quando ele disse a insônia da Razão também produz Monstros né eu perguntaria o seguinte a insônia da razão é o irracionalismo termina por
ser né quer dizer uma razão é uma razão Industrial quer dizer uma razão Industrial que recorre a matemática a química a física e a economia economia aproveitamento de espaço e também e ligada a questões de higiene e de eliminação de resíduos que é tudo pensado industrialmente agora o que que eu faço com as roupas de milhões que eu mato um campo de concentração o que que eu vou fazer com ela eu vou queimar ou eu vou transformar em adubo ficar em pedaços e transformador para plantar batata racional implicado nesse radical irracionalismo é claro quer dizer
irracionais mas aí racionalidade é puramente é uma razão a gente pode ter capas de livros em caderno as minhas obras completas do Cristo com alemão muito pulso erudito então tem o meu grande todo encapado com pele autêntica de judeu percebe Essa é também é contradição eu posso ter um livro feito uma capa de pele humana mas com conteúdo Iluminista o livro e o conteúdo de uma grande erupção um grande humanismo e nos percebem uma naturalização da barbaridade e essa questão mesmo aquilo que os americanos uma bomba de hidrogênio produz em dois segundos milhares mas a
gente chega a milhões então por exemplo em dois segundos nós vamos produzir 200 mil e uma uma mega morta um milhão de pessoas e vai calculando assim bilhões agora é uma razão louca é totalmente louca quer dizer o moderno é um Moderno agora das Artes que foi crítico justamente se ele executou efetivamente seu projeto de educação democrática para todos que permitiria a todos uma Lucidez maior pela cultura na tomada que nós também é importante cobrando sabe essas questões é o poder quer dizer sempre pensa não sei se eles concordam a modernidade uma grande democratização da
cultura do acesso a ela houve grandes invenções Como dizia o Guimarães Rosa o soro antiofídico a vacina e não só James Joyce quer dizer a gente Inventou muita coisa boa mas também a gente Inventou muita porcaria e uma porcaria antes humana e violência e quer dizer na China comunista Os Comunistas cortavam dedos dos pianistas que tocava em nome da Revolução agora que a Revolução é essa que corta dedo de gente porque seu pai é burguês é só um exemplo isso não precisa falar do Gula mas também nos países Democráticos a miséria também que são as
ditaduras que houve aqui na América Latina e patrocinadas pelos nossos irmãozinhos do norte que são Democratas ou que a Europa fez e faz ainda na África é isso que é aquilo Então nesse sentido me parece na questão do moderno a gente tem essa questão do campo das Artes do campo da literatura em que efetivamente houve belíssimas magníficas invenções e que em geral era sempre foram críticas da barbaridade mas ao mesmo tempo nesse campo do moderno também a gente tem todo esse avanço violentíssimo tudo fascismo uma universalização do fascismo e da violência frente a qual o
direito as instituições liberais elas parecem uma piadinha de criança mas antes deixa dar mais um palpitezinho aqui tá tá certo a gente tá vendo aí que a razão pode pode degenerar em Delírio né Conforme você tá expondo com tantos exemplos que são bastante impressivos né mas então pensando em termos assim políticos em termos concretos em termos práticos né Que tipo de digamos de defesa ou de contraponto né a humanidade vamos dizer assim pode acionar para conter Os Delírios da Razão quer dizer não será o irracionalismo creio eu ou será a de razão né então eu
queria que talvez a gente pudesse pensar aqui nas relações entre crítica e razão que é uma coisa que você já evidenciou em muitas vezes isso né bastante crítica e razão quer dizer é uma razão sempre situada sempre datada e uma razão necessariamente Auto consciente dos seus próprios limites quer dizer o Alguém já disse que a primeira coisa a pegar fogo numa explosão nuclear é o poema que alguém escreve contra o bomba atômica e nesse sentido quer dizer o crítico ele deve também incluir na própria crítica a consciência do seu limite quer dizer orgânico institucional de
onde ele enuncia as relações que ele tem e o poder efetivo daquilo que ele faz efetivamente tem né e em geral é pouco o que faz também com que muitos desistam antes mesmo de tentar qualquer coisa e também tem o cinismo tem é claro é o cinismo que é mas me parece Roberto que a primeira coisa era criticar as próprias condições de produzir socialmente a crítica e produziu o lugar o lugar instrucional onde se faz e depois a discussão sempre necessária dos meios dos instrumentos das matérias das heranças sociais aquilo que a gente depara para
falar ou para fazer um texto mas sempre com essa consciência Pelo menos tem isso relação a mim malto consciência irônica que também tem que ter um limite porque senão ela trava a gente ela impede a gente de de fazer qualquer coisa mas essa autoconsciência irônica de que uma andorinha só não faz verão e que eu sou só uma voz eu sou só uma voz é aquela história que conta do cara que pegou o rouxinol que cantava muito bonito né que foi arrancando as pernas arrancando arrancando arrancando assim ficou um corpinho Magrinho peladinho o cara olhou
você apenas uma voz Às vezes a gente é só no final né mas a cultura é isso a cultura é sempre destruição no sentido de produzir outras coisas a destruição por exemplo e nesse sentido quer dizer quando quando eu fui estudar por exemplo o Gregório de Matos de guerra ela é Nossa o flober dizia que é preciso estar triste para reconstruir Cartago né Eu não tava triste eu tava Alegre gríssimo quando eu fui as velharias coloniais porque eu descobri nelas algumas possibilidades de criticar coisas que me pareceu historicamente inadequadas e que continuava sendo ensinadas na
universidade na escola secundária como uma propriedade Era essas interpretações positivistas românticas e realistas do passado e quando foi estudar essa velharia eu achei que era coisas um pouco diferente né não era melhores a Barbara era outra no século 17 [Música] pelo tudo dessas outras barbares isso que a gente percebe as nossas próprias né boa medida esse é o caminho da crítica é por aí agora eu não sei se eu te respondo porque eu tô sempre me perguntando a mim mesmo Enquanto eu falo qual o valor né disso que a gente tá falando e o valor
que tem uma uma fala né no país como nós nós somos professores isso antes de tudo é fundamental pensar e como professor acho que tem uma função né de transmitir experiências e ao mesmo tempo criticá-las mostrar sempre que a gente não tem nenhuma pretensão de verdade e que a gente nunca é universal que geralmente a universalidade é um mito né um grande mito e ideologia e ideologia da pior espécie que tem a gente também não quer a religião eu não quero abrir nenhuma igreja eu não quero ser pastor Jamais seria e nesse sentido o modos
hodiernos o modo de hoje né moder modos hodiermos O que é o modo de hoje hoje ele tá vivendo o fascismo e a gente tá vendo uma grande regressão ideológica uma regressão afetiva uma regressão na nas experiências nas expectativas em nome do que da Fiesp de alguns banqueiros Então mas para que isso né e a gente está sendo ainda na minha opinião extremamente conformista a gente precisaria estar agindo de maneira mais eficaz sabe porque o que tá aí uma Ralé é e nesse sentido o moderno o modos onde émos aquilo que a gente aprendeu com
os grandes autores ele ainda é um futuro para nós parece que é uma Utopia ainda esse mundo livre e liberdade de beleza estou nesse sentido passagens aro moderno a gente falou da coisa como um objeto histórico Mas ele também é histórico porque ele ainda é presente e provavelmente ele tem futuro ele tem que pensar como nós vamos fazer para passar eu penso assim Eu sei que vocês dizem por favor agora melhorou agora sim eu fiquei pensando nesses na questão do modernismo né do artistas que você falou quer dizer é como se eles tivessem sempre trabalhando
no nível de crítica radical ao que existe né você falou o presente é uma porcaria e nesse sentido tinha uma potência muito grande esse tipo de artista né e por outro lado é Apesar dessa negatividade heroica digamos assim embora o heroísmo já não funcionasse tanto no século 20 esse tipo de artista ele ele dá uma lição talvez pra gente né que é no fim das contas se ele é artista ele vai ter que ter um produto objetificado né ele vai ter que ter uma obra né quer dizer talvez a gente pensar que por mais que
o mundo esteja desabando e geralmente ele está né principalmente pelas pessoas para as pessoas que percebem esses desabares aí essas ruínas que você fala é a gente vai ter que continuar fazendo o que a gente a nossa a nossa subterrâneo né como diz o Kafka o túnel da toupeira né o beleza gostava também fazer um túnel de topeira que pelo menos seja alguma coisa que nos motive né independente muito dos resultados porque a gente não garante esse resultado né Então nesse sentido tem uma desesperança produtiva talvez eu eu lembro da sua forma de falar quando
eu falo isso porque você tem esse lado de desesperança mas que pode ser uma coisa curativa porque a gente também sofre de esperança demais né E a gente tem que esperança e eu não sei agora no sentido mais amplo tirando da do domínio artísticos específico a gente fica pensando por exemplo num conto como na colônia penal do né eu também lembrei quando você tava falando da questão de fazer um livro com a pele com a pele humana que é uma imagem muito forte ali aquele conto ele mostra como é que essa banalidade institucional né um
personagem que entra na lógica institucional de tal forma que ele tem prazer em massacrar um corpo do outro né E então eu acho que essa questão de como construir instituições que sejam porosas as afetos as negatividades que estão ali dentro isso aí é uma questão eu não sei ninguém sabe como resolver mas deveria ter um pensamento uma ação relacionada às instituições As instituições humanas elas não podem ser opressivas nunca a gente tem sempre que zelar essa coletividade para ela ser acolhedora das singularidades né corporais afetivas e quando eu falo isso eu tô levando Espinosa lá
atrás né que é século 17 bom eu só queria falar isso não sei se se ajudou aí no debate ajuda muito e eu acho que isso me tocou no que você tá falando porque realmente essa passagem aí na verdade o moderno Talvez seja uma passagem né porque você mesmo falou ele nunca acha que chegou em lugar nenhum né Ele é o dever de algo que nós não sabemos o que é né aproveitando o gancho e a passagem ao pós-moderno porque se moderno é devinho que seria o pós-moderna voz devido o Iluminismo morreu então toda aquelas
ideias de negatividade de crítica e mudança de revolução ela se evidenciaram ultrapassadas e ela se evidenciaram opressivas de modo geral dominadoras e agora liberou geral quer dizer não tem mais essa negatividade crítica do presente o futuro não é mais o tempo de onde vem o sentido da história e agora o mundo é chinês quer dizer a gente acumula tudo reduzindo a miniaturas de plástico Então você tem assim conectar com bolsonaro da história vira uma espécie de citação na cultura você tem um heterócito o pós-moderno e parece que é isso porque o moderno disse sentido ideológico
sentido de orientação crítica da experiência do presente como superação e situações coisas contraditórias em função de um futuro o que era anarquismo ou era um futuro revolucionário marxista mas é sempre melhor do que o presente agora o pós-moderno acho que essa ideia e que se acompanha dessa ideia de que o processo histórico acabou e que se acompanha isso uma desorização radical então quer dizer todos os tempos no tempo e tudo feito de plástico chinês quer dizer o modelo agora o supermercado e não tem mais orientação no tempo então na cultura também não há mais orientação
crítica A Crítica desapareceu a negatividade desapareceu assim como as teorias críticas por exemplo aqueles grandes teóricos alemães imagina uma dor no Veja se dançou toda essa literatura marxista tudo que tinha sido um pedaço mas sem orientação definida do tempo a gente não tem futuro e é uma reprodução contínua da troca do troca-troca do Comércio é o mundo do Comércio é o mundo do comerciante quer dizer o comerciante toma a palavra e quando ele fala ele é quando ele fala ele é bolsonaro quando ele fala quando ele fala é um líder africano qualquer baseado é sempre
assim um comerciante vendendo às vezes ele ganha um presunto às vezes ele entende uma religião uma igreja uma bíblica ele veio de tudo a ver a mãe [Risadas] e o Roberto nesse mundo mercantilizado qual o lugar sobrou que lugar para Literatura e para a teoria da literatura tem muitos leitores hoje exigindo teoria literária certamente não na universidade ainda tem né um bom começo e você não morreu de tédio não eu gosto por trás agora vou fazer isso isso isso mas isso se você quiser continuar nesse mundo mas se você não continuar eu digo sempre a
terra não vai sair do eixo Essa é a questão é Roberto Mas isso você que trabalhou com toda essa teoria literária Qual é a recepção hoje você acha isso que você falou aí né de um liberou geral né uma visão assim é um paradoxo e assim uma visão que absolutizou o relativo isso né então é uma coisa é uma contradição em termos né quer dizer não existe uma espécie de um mínimo uma boiazinha né para você pelo menos ficar à tona né então parece que que o negócio é flutuar a erro né então quando você
fala em método por exemplo na sala de aula tem gente que fica arrepiada que fica preocupada que acha que isso é uma coisa completamente contra né tudo que o que o que se demanda ou que se espera hoje né quer dizer essa eu acho que essa ideia né de que nada se ensina as pessoas elas têm demandas que se impõe de modo subjetivo de modo individualístico né e o professor tem que se virar para atender aquela demanda né Eu acho que é isso né esse relativismo invadiu completamente as ciências humanas né Na minha opinião né
claro é um contraponto é um universalismo também totalitário né Mas por outro lado sem algum tipo de apreço pelo Universal eu acho que a gente cai nessa Geleia Geral que você se referiu Mas sempre é possível a questão da crítica né quer dizer a crítica A Crítica como algo né que praticamente relativismo e controla a razão né mas não descarta a razão é o que eu às vezes tentava conversar com um amigo nosso que é o Luiz né o Luiz Costa Lima tudo isso tá sempre insistindo Praticamente todo quando ele tá lançando um novo livro
de crítica E ele insiste ele acredita na insistência né Ele Não Desiste eu acho isso muito muito bonito é até meio heróico embora também eu não sei qual é o resultado mas ele nem pensa no resultado físico né uma coisa meio assim ele não tem mais aquelas grandes palavras de ordem ajeitando aula a gente não vai fazer a revolução e não vai também libertar a humanidade das Trevas aqui a gente é só um professor e dá Riscado tá arriscado alguém perguntar né quando foi o século 17 Me perguntaram isso né quando foi o século 17
eu diria assim para ela foi antes do 18 mas como eu não queria ser malvado eu falei assim para ela subtraia 300 00 1680 Nossa professor que longe [Risadas] para ela 1680 e pouco Era longe eu não sei o tempo que poderia com espaço e eu fiquei quieto né a gente tem que estudar os autores que viveram por aí [Música] nós somos inteligentes certamente vai entender e entender o que é tempo né que a história e a gente tá no Brasil também não pode esquecer isso é tão paradoxal o fato de que a modernidade ela
pede que na verdade tem uma teoria sobre as coisas porque porque ela não estabelece um valor para todo mundo né ou seja Universal Então você tem que ficar na verdade tentando Criar balizas e é por isso que você tem a história da teoria literária no século 20 né Tem várias fases tem uma multiplicidade e no entanto hoje em dia é quer dizer parece que as pessoas dizem não anunciar tentar até mesmo cada aluno e cada professor eu acho que tem que criar um método de estudo de Exposição ou não né isso requer um esforço que
não é apenas Então eu acho que essa questão da teoria ela tem que ser eu acho né A Teoria agora ela não precisa ser totalizante né não sei mas ela se faz também de relações né Talvez hoje um professor ele não tem o propriamente muito que ensinar enquanto conteúdo Porque eles estão todos totalmente acessíveis agora eu acredito que o professor poderia fazer é ensinar a fazer relações quer dizer o que buscar num determinado campo e relacionar com o quê eu lembro da dificuldade Quando eu quis estudar esse mundo antigo anterior ao Iluminismo a dificuldade de
ter acesso aos documentos entrava na Biblioteca Nacional aí no Rio eu descobri o Tratado comido de bichos e canoquiado e aristotélica do Emanuelle tesouro que pertenceu ao Francisco Leitão Ferreira e veio para o rio com a biblioteca do Dom João VI e os bichos brasileiros eles tinham se especializado em vogais ele tinha comido todas as vogais e ele tinha hebraico Então é assim Tratado de ridículo as vogais mas para ler isso eles me emprestaram uma luta quem é louca e com lápis então eu ficava lá o amanhã toda para R meia dúzia de páginas agora
eu vi o Tratado tem 900 e tantas páginas aquela letrinha italiana do século 17 eu não consigo fazer nada eu consegui ler o capítulo 12 eu já quero trataram dos ridículos que me interessava por causa mas depois eu lembro que eu procurava mais documentação a obra do Suárez os grandes caras de doutrina Católica do poder e chegava-se a coisa tinha 15 volumes em latim e eu fui Professor relativo consegui ler mas o problema era o acesso e depois fazer nota daquilo é uma brincadeira agora hoje tá tudo na Internet isso é assustador agora os estudantes
deveriam estudar hoje como e o que fazer quando eles têm acesso a essas coisas todas a gente devia ter uma aulas na universidade que discutir isso porque hoje a informação tá toda a mão e o que que a gente faz com isso né Eu tenho uma amiga que estuda qual desses Astecas e eles são por a mão porque aquele papel que os aspectos de milho aqueles desenhos então lá em Paris na Biblioteca Nacional Mas ela me mostrou de um site em que tá tudo fotografado tudo filmado e a gente pode até virar a página desses
códigos no computador e a qualidade da imagem é total a gente vê minúcias do Papel manchinhas Minas agora hoje sim é preciso pensar nessa espécie de simultâneaidade toda a informação como que a gente trabalha com isso na universidade com os estudantes que é uma questão acho que é uma questão teórica técnica Mas ela é fundamental também para a gente pensar as disciplinas da gente e essas quando no caso no meu caso quando eu fui estudar essas velharia quando Portugal o século 17 e durante um tempo era uma coisa inatingível porque a gente não conseguia nunca
ler aquele papel que tava naquele Arquivo ele atingir nos anos 80 de repente hoje desde o ano tudo a mão agora porque agora é uma riqueza demais muito grande é como se a gente tivesse comido demais nós estamos enjoado não é e virou uma sopa chinesa sem ter blocos pedacinhos [Música] e passou Aquela fase de Que bom a gente ia nas bibliotecas de Portugal da França na França você tem que levar horas para descer até o subsolo da Biblioteca Nacional né depois o lápis a gente tem que copiar uma página duas por dia comida de
bicho aqueles buraco gigantesca aí de repente essa absoluta simultaneidade da informação aqui no Brasil qualquer lugar hoje com computador a gente tem acesso a tudo isso a questão é mas o que que a gente tá fazendo com isso o Hansen e a cinzero um só uma historinha de um minuto uma vez uma aula de para comunicação na Fatec eu fiz a besteira de levar o retórica helênio e levei um pedaço do retorno querendo que ele discute justamente o que quer invenção disposição e locução etc e falei pus na lousa né todo didático pretensamente didático aí
no final dá uma aluna veio de 40 alunos veio uma aluna professora adorei isso vou usar na empresa então assim eu retórica virou auto ajuda para coach de empresa é uma coisa assim escritório na empresa que era prática que organizava eu não sei eu acho que gente então como é que a gente vamos continuar conversando o nosso evento ficou um evento de conversa Nesse final e temos 53 pessoas assistindo no momento então é uma conversa que também não será que essas pessoas querem dizer alguma coisa tem muita elogio aqui né agora mas o pessoal pode
perguntar no chat do tem um comentário Tá mas esse comentário aqui não é não é a pergunta então eu acho que as pessoas também elas ficaram meio Encantadas com a sua fala e ficaram mais tímidas para fazer perguntas talvez normal mas já que vocês falaram dessa dessa questão aí da pessoa usar pragmaticamente né existe uma ideia de que a retórica ela tinha uma função pragmática no mundo antigo né isso é importante né só que é uma outra pragmática Pelo visto você pensar que as causas públicas se defendeu no fórum e o hotel naquele centro de
debate que era o Senado pense o Cícero como um senador nós vamos invadir a galha ou vamos ficar aqui na península nós vamos ocupar a Magna Grécia ou vamos ficar aqui vamos invadir Cartago vamos ficar por aqui quer dizer acho que tem essa função deliberativa de memória armazenamento de informação que é uma sociedade ainda totalmente oral que a escrita ainda é domínio de poucos mas tinha essa função agora hoje Essas funções mudaram radicalmente para que que a gente aprende para formar padres e formar pastores talvez não é isso para vender Bíblia vamos começar outro direito
faz também faz curso de retórico pessoal do direito para falar bonita exatamente e procurar na igreja e queriam referência de discurso numa festa tinha que fazer um discurso isso é ó temporal amores virou uma ruina e uma coisa chata Ficou parnasiano e a cultura essa cultura do direito é uma cultura como você lembrou aqueles era uma sociedade sem sem livro né Sem sem que então a performance era muito mais importante né e mudava realmente as relações humanas ali o livro ele vai vai tornar uma coisa talvez chegar nessa questão do cálculo né porque aí você
você botando no livro é lei Então você não tem como por outro lado essa questão da retórica assim digamos utilizada pedagógicamente tem esse lado que o João lembrou aí né da oratória oratória religiosa Padre os pastores né políticos também não sei nem que no caso dos políticos pelo menos se a gente pegar os brasileiros a gente percebe que o digamos assim a competência oratória degenerou completamente né então se você pensar em grandes oradores tanto de esquerda quanto de direita né um Carlos Lacerda um Brizola né o Tancredo Neves é pessoas que tinham né uma fala
né assim uma performance atraente né Hoje é o que se vê não tem mais nada né mas do ponto de vista assim de uma de uma uma tecnologia pedagógica Educacional né A questão do ensino de redação por exemplo né no fundo quando nós ensinamos em relação aos nossos alunos eu quando ensinava isso eu na verdade estava ensinando tava miniaturando toda aquela tecnologia da retórica né que é para as pessoas fazerem uma exposição com começo meio e fim né então é de fato é um saber assim de uma de uma grandeza de uma generalidade né E
se eu entendo a gramática também né Acho que são assim construções do Espírito humano absolutamente admiráveis eu acho eu acho tem essa função tem tem duas perguntas no chat dois comentários sim do Bruno Leite ele diz o seguinte gostaria que pessoas Hansen falasse um pouco se pudesse desta condição pouco sem objetivo é prático do professor dos tempos atuais e por o Assis e uma pergunta é que você ele pede que o assísero fale um pouco mais dessa saída crítica a nova tradução pós-modernista eu não sei quer dizer o Guimarães Rosa e dizer que mestre não
é o que ensina mas é o que de repente aprende Então nesse sentido eu tenho impressão que se o professor tiver alguma função hoje provavelmente não é mais aquela função autoral doutoral que fica fazendo preleções mas é orientar os mais jovens que eles num campo muito grande que ele mesmo professor não domina totalmente ele sabe só algumas coisas parciais mas evidenciando o que se pode fazer e como se pode fazer e até recorrer para fazer tais coisas que muito Tais linhas etc quer dizer ensinar no caso é ensinar a aprender coisas a fazer coisa ele
não nesse sentido é quase uma função pragmática que o professor pode ter ainda de orientação num campo que é extremamente múltiplo e extremamente confuso e principalmente nessa cultura principalmente pela computação que a gente vive ela não tem hierarquia nenhuma ela é uma simultaneidade caótica de pedaços a cultura é toda despedaçada e talvez um professor mais velho ele pudesse ensinar técnicas e por alguma ordem na informação que se recebe geralmente passivamente ele poderia ensinar o estudante a não ser passivo e aí hierarquizar quer dizer selecionar eleger constituir família fazer relações acho que é mais isso nesse
sentido hoje agora ele também não pode ter a pretensão de totalizar nada porque o próprio campo em que ele trabalha a cada segundo tem gente fazendo novas coisas e ele é em totalizável essas ideias ficaram mitológicas essas ideias de totalização totalidade compreensão Universal não a gente tá na pura metonímia a gente tá na parte o tempo todo no Pedaço no fragmento e sempre escorrendo agora o professor na medida que ele é mais velho e que Teoricamente ele pode ter adquirido mais experiência ele pode talvez mostrar com essa experiência fazer uma arte relacional o que é
escolher no resultado depois algum tempo a gente sabe em vários Campos o que que é principal e o que que é secundário não sei se vocês concorda se eu for estudar um determinado autor de literatura a gente sabe o que é melhor ele mesmo e o que é melhor que foi escrito sobre ele e aquilo que é secundário a gente como o senhor pode indicar isso para o estudante O estudante geralmente não sabe ele não sabe nada disso né a gente pode ensinar técnicas de aprender é mais ou menos não sei se eu respondo mas
é porque esse campo é muito grande muito bom e a gente é só uma parte dele e uma parte muito Garcia muito muito limitado não sei o que o Roberto acha mas acho que é que vocês acham André o de pleno acordo João e a questão que veio para mim né Eu acho que foi o Bruno perguntou sobre a questão da crítica do pós-moderno Se não me engano basicamente isso né bom eu tava aqui pensando eu tava me lembrando de uma uma das coisas uma das muitas coisas que eu aprendi com João foi uma vez
que disse o seguinte que Tecnicamente não havia crítica na antiguidade eu fiquei alucinado com isso porque eu achava que a palavra crítica era uma palavra antiga e que portanto na antiguidade havia crítica aí depois a entender de tratos a bola mas entendi né ele dizia que uma crítica que que digamos assim que prefere o seu juízos né a partir de um dogma pré-concebido né ainda que ela tem a palavra ela tem o nome de crítica ela não é crítica crítica na verdade é uma aquisição moderna né é uma coisa do Iluminismo e significa Justamente a
avaliação do que que seja né idealmente sem nenhum tipo de prejuízo Então nesse sentido a crítica aí eu acho que há uma uma certa coincidência entre a crítica a antiga e a crítica A moderna né nos dois casos me parece que a crítica é sempre uma caso Mística quer dizer ela ela ela trabalha com objetos específicos um poema um autor né tanto ela tem a capacidade de generalização baixa quer dizer Ela depende de teorias que ela ela aplica que ela atualiza né e a diferença é que a crítica moda antiga ela tinha um parâmetro bem
definido justamente os códigos gramaticais retóricos poéticos né E ela avaliava segundo esses essa codificação esse preceitos né com a desregulamentação da crítica é uma crítica liberal no sentido de regulamentada né a gente tem uma situação primeiro aquela situação Impressionismo quer dizer vale o palpite né não existe nenhum tipo de conexão com teoria nenhuma e depois já anunciar 19 tenha a proposta de uma crítica científica que é uma espécie de nova regulamentação moderna né para a crítica e essa crítica no início ela é biológica sociológica depois ela vira linguística né no século 20 né mas enfim
tivemos aí nesses dois momentos assim grosseiramente estabelecidos né o antigo uma crítica que tem esse nome mas que não é não é propriamente crítica né e a da modernidade agora quando se fala no pós-moderno aí a gente tem realmente uma situação que eu acho eu não consegui sistematizar nada ainda a respeito disso né mas é um novo momento digamos assim de demissão da crítica né de abolição da crítica porque se você é absoluta se você é absolutismo relativo né que eu acho que esse é o movimento mental da Paz da pós-modernidade você não tem nada
a declarar sobre coisa nenhuma né Geleia Geral que se referiu o professor aí no momento da fala dele então eu acho que a gente né a gente vive um momento assim que a crítica virou inviável se for praticada segundo esses parâmetros né que desenham o que estabelece a ideia de pós-moderna [Música] na verdade é uma tendência homogeneização muito forte né tudo isso dançou né tá esquecido agora é só uma geneidade ela é ilusória porque na vida real né que a vida política econômica mas hierarquias estão sempre sendo postas né no nível institucional então é uma
na verdade é uma ilusão né que existe tem uma pergunta aqui no chat do Rodrigo Bastos é para você o Rodrigo Rodrigo Bastos Ele pergunta o seguinte João voltando ao moderna fiquei pensando como em tantos Manifesto de artistas escritores e arquitetos a arte que eles defendiam estava encarnando finalmente finalmente o espírito da modernidade como se eles tivessem no fim da linha da história como que adiantando de vida gostaria de te ouvir a respeito sobretudo da pretensão de realização desse manifestos os manifestos Como dizia o outro lá quando manifesta aparece ele é Apocalipse ele declara o
fim de tudo que veio antes e ele está instaurando algo que é novo segundo as coordenadas deles e necessariamente que deve ser feito ou seguido mas imediatamente ele se integra até o livro lá do erva os Apocalipse os integrados né ele ele imediatamente se integra e vira a parte de uma sopa Geral de manifestos críticos e já tentaram alguma coisa como intervenção agora o excesso dessas manifestações apocalípticas criou também quase que um costume uma prática né e virou até oficial quer dizer o artista de Vanguarda o artista que faz a arte anti- arte o crítico
que declara o fim da crítica o fim do fim do fim do fim o término mas virou uma espécie de gênero parnasiano parece um Olavo Bilac assim uma coisa absoluta e virou isso virou uma espécie de maneirismo quer dizer qual é a novidade né E daí eu acho que o eco já tinha previsto Isso quer dizer os apocaliptos apareciam o tempo todo mas imediatamente ele se integravam porque no caso da das artes plásticas havia todo um grande mercado que virou objeto de Leonardo norte-americano que vai a França comprar barco ou Picasso ou qualquer coisa assim
e no caso das teorias viraram um objeto assim de professores universitários acadêmicos E logo depois Elas acabaram simplesmente o próprio movimento delas agora ela sempre era um revolucionárias estavam destruindo tudo que tinha vindo antes né os modernistas de 22 em relação à cultura Depois o pessoal de 4 com relação aos modernistas depois os concretistas em 50 60 e o anterior e depois os neoconcretistas em relação aos concretistas e sempre a crítica da crítica da crítica o que que sobrou né Acho que sobrou uma consciência de que a cultura é sempre negatividade ela é crítica e
que ela tá sempre vivendo a contradição que ela não tem unidade nenhuma mas eu acho que esse próprio movimento que era a prova do moderno ele passou né a gente não tem mais hoje manifestos eu não faz tempo que eu não leio nenhum semana passada assinei uma coisa contra o bolsonaro mas não era artístico embora ele tivesse tentado fingir o Mantenha o Cristo morto do montanha naquela foto faltou o principal na tela do montanha é a morte a imitação que ele fez faltou a morte ele via tá morto né Então nesse sentido quer dizer o
que é a crítica nesse mundo quer dizer também dançou acho que dançou geral a gente faz anos que não leu Acho que nem o gênero deve ter desaparecido virou um gênero morto agora essa crítica de jornal essa crítica do rio da PEC que comenta livro que indica Mas ela é mais assim uma propaganda né hoje publicidade de livro né acho que era nem particularmente ela nem tem mais a pretensão de estar orientando alguma coisa no sentido Iluminista abrir a formação do Antônio Cândido Acho que tudo isso faz tempo que dançou né pensou na cultura e
a Mundial né o fenômeno Mundial é Global não é só brasileiro [Música] não é que tem outras perguntas aqui na verdade a gente se estendendo bastante mas o Márcio Gregório que inclusive foi me orientando em outra época a crítica a noção de tempo e razão Idealista linear é óbvia agora Não podemos pensar os problemas levantados em termos de espaço corpos e afetos na atualidade o difícil podemos já tem instrumentos a gente tem quanto aos corpos toda uma psicanálise muito eficaz principalmente por meio de lacranianos que associam a linguística antropologia e a psicanálise e também a
política a gente também tem várias teorias teorias econômicas aí ao dispor a gente conta com um grande Campo da antropologia eu estudo de outras culturas mostrando outras codificações do corpo se eu sou um Cadiveu eu sou um bororo evidentemente eu não sou um branquinho de origem europeia Cristão a ter ou vivendo a sociedade capitalista mas tudo isso permite relativizar muito né Eu acho que a gente tem muitos elementos de crítica mas ela sempre vai ser uma crítica parcial não sei se concorda aquela ideia por antiga de que nós vamos fazer a revolução social cultural proletário
ou burguesa não sei quando nós é crítica dançou faz tempo né agora o professor ele sabe que ele é só um professor numa instituição que ele trabalha com objeto muito particular num campo gigantesco e que nesse Campo ele tem algumas poucas coisas para dizer que ele diz com muito cuidado às vezes com certo constrangimento mas ele não tem a pretensão mais de reformar o mundo né nem salvar o próximo a uma outra questão aqui interessante da Luciana conte acho que é para uma cinza nesse ambiente de decadência da crítica que o processo o que se
produz nos estudos da literatura e das Artes acho que vocês estavam falando um pouco sobre isso né como produzir crítica hoje né de literatura de artes é pois é no campo jornalístico né a gente a décadas que a gente tem assim uma uma supressão de espaços né Cada Vez os espaços destinados nos grandes jornais pelo menos né a chamada crítica literária assim colheram hoje em dia a gente tem essas colunas de comentários de livros que nem nem chegam a ser isso né na verdade falam de negócios entre editoras né lançamentos traduções novas é um negócio
muito mais publicitário do que propriamente cultural né e não é isso no campo da Universidade a gente faz um trabalho que que muitas vezes é criticado porque é extremamente especializado né porque não é acessível ao chamado Grande público eu não sei particularmente não vejo nenhuma saída para isso pelo menos por algum tempo né Eu acho que a própria a própria literatura o objeto da crítica na minha opinião né muito cheio de dedos eu digo isso mas se torna cada vez mais uma uma atividade [Música] cultural e até de lazer né que a gente afinal de
contas gosta de ler não é isso ler ler no sentido de matar o tempo como se costuma dizer né a gente tem esse prazer algumas pessoas têm né mas esse esses grupos são cada vez mais digamos restritos pequenos né Não acho que estão que vão desaparecer mas me parece que a literatura Ou pelo menos aquilo que a gente considera a literatura assim de séria de alto nível ou alta literatura né é Não não me parece que esteja desaparecendo que vai desaparecer mas é cada vez mais um uma celebração entre poucos eu vejo como a gente
possa fugir a isso eu acho que houve também uma espécie de redefinição Global dos vários Campos Associados as letras em que a prática da literatura tanto da propósito da poesia essas práticas elas abandonaram um projeto moderno que era um projeto crítico e elas e elas se dedicaram uma espécie de Libero geral em que a própria do tempo que nós representam ficcionalmente deixou de ser algo pertinente então é uma espécie de liberou geral em que a gente fala da dor do calor do prazer que a gente teve ontem comendo a cobrinhas pretas e uma determinação do
valor então aquilo que os chineses vale tudo e nesse vale tudo o crítico também perdeu a função política né a função de crítica política associada a estética mas quando a própria ideia de estética essa ideia também da função política da crítica também dançou chamado de propósito moderno e a gente boia numa sopa assim de informações tem coisas ótimas Tem coisas que não são tão Óbvio Isso é uma porcaria mas que é aquilo que a gente chama Espírita existe a indústria cultural mais um mais um mas não tem lugar mais crítico como profissional que ensinava Eu
lembro quando era moço quando eu tinha 17 anos eu morava no interior de São Paulo todo sábado eu comprava o Jornal Estado de São Paulo porque saiu o suplemento literário e no supermercado tinha os textos do professor Antônio Cândido tinha textos o Aderaldo Castelo tinha textos do Haroldo de Campos tinha textos de muita gente assim uns eram muitos jovens outros já também conceituados na academia mas eles ensinavam a gente a ler eles ensinavam que escolher era aquele provérbio francês eleger Antes de ler então Cristo que tinha essa função também educativa né e eu aprendi muito
com eles e eu sou agradecida até hoje há muitos deles que me mostraram coisas demonstraram coisas quando era moça eu fiz amizade com crítico da Folha de São Paulo que era o José Geraldo Nogueira 1.5 o Moutinho ele era cristão ele escrevia coisas muito cristãs na vida dele mas ele me emprestou livros e Livros dos grandes católicos franceses mas também alemães ingleses e coisas que eu nunca tinha imaginado que existia e ele tinha essa função na coluna que ele tinha de crítica na folha tinha essa ideia ainda Iluminista de que o cristo literário eles criticava
o que não prestava ele estabelecia hierarquias do valor ele ensinava um público geralmente ignorante Como é o brasileiro a ler e a escolher antes [Música] mas isso tudo Eu acho que ficou tudo isso dançou e faz tempo com a internet agora é uma sopa geral e a cultura está deserquizada não há mais hierarquia elas foram todas dissolvidas então o James Joyce tá junto com o Zé da Silva no mesmo pé de igualdade recebe o poetinha qualquer ele tá junto com o Drumond e tanto faz e ninguém sabe mais quem é Drummond e nem tem interesse
em saber essa questão mesmo na universidade e na universidade também aí pela especialização a demanda das bolsas a corrida para fazer currículo essas coisas todas também foi muito negativo nesse sentido né agora que o crítico literário ele desapareceu naquele sentido tradicional que vinha do século XIX ainda do 18 18 19 e até aqui no Brasil esses grandes críticos que houve na nos jornais né não tem mais vocês concorda é muito complicado nesse mundo que vocês estão escrevendo a questão da de estabelecer lugares de admiração né que seriam por exemplo no campo da do ensino o
professor né quer dizer a estrutura de uma sala de aula que é uma coisa que a gente entra muito cedo não que não que a educação seja perfeita mas essa estrutura muito antiga ela fica ela fica periquitada ela fica com dificuldade nesse mundo que então as pessoas muito rapidamente acham que já estão Preparadas para alguma coisa bom mas não vou S assim muito divertidas uma delas que a menina na USP na primeiro dia de aula Ela se perguntou para mim professor vai dar tempo de ver tudo O que que você entende por tudo e eu
tive uma outra aluna Essa era uma menininha muito simpática que era japonesa e a gente tava lendo uma né Antônio de Almeida e ela escreveu um texto na Memórias de um Sargento de Milícias a empresa pegou dialética da malandragem e copiou o texto inteirinho ela assinou Antônio Cândido eu chamei ela chamava kazumi eu falei o que que é isso que que você pretendeu com esse texto era uma cópia inteirinha com aspas e ela então como uma boa japonesinha ela ficou em pé ela fez uma reverência assim para mim e falou professor é autoridade e autoridade
a gente Ela copiou o ensaio inteiro dele ela não fez uma crítica ela abriu integralmente eu falei para ela parece que eu devo dar para você 10 com distinção ou zero com louvor [Música] e as coisas acontecem de maneira sempre felizmente muito Inesperada a gente não pode prender nada não sei a gente fala muita abobrinha também [Música] o Bruno Leite aqui fez mais uma pergunta eu acho que ele já tinha feito essa pergunta será que um recuo algum tipo de estruturalismo ou algum tipo de busca por uma cultura menos relativista poderia desviar o sentido dessa
ordem cultural ou de Erna Se a gente fosse soviético E se a gente tivesse na China do mal de ser tunga que a gente estaria aprendendo hoje uma curva do Fidel a gente tá no Brasil do bolsonaro como houve outros que já tiveram na Alemanha do Adolf Hitler ou da Itália do mussolino tinha que pensar essa circunstância para ver também como a gente trabalha como os conceitos de totalidade relativo né a gente tá realmente nessa situação de um total espécie de liquefação e de Vários valores que nós herdamos dos iluministas e dos críticos modernos enfim
dos séculos no século 20 mas tudo isso foi virando uma espécie de nada de vez em quando faz uma funerárias me pergunta se eu quero comprar um túmulo eu não sei se responder ao Bruno né mas é uma questão as condições que a gente entende de falar que que objeto que a gente tem né E como a gente fala deles gente vamos vamos chegando no final como é que é já duas horas e 20 né de papo vai ficar e eu agradeço né a presença de todo mundo eu achei muito interessante Tomara que a gente
possa repetir algum tipo de evento como esse e como é que a gente faz Marcelo boa também aproveito para agradecer né que mais uma vez tenho uma sísilo Como eu disse para a gente aqui É uma honra né receber os dois são referências para mim particularmente não é sempre para os meus alunos também então agradeço muito e Agradeço ao público né eu agradeço também né eu comecei dizendo que eu tive acesso aos textos né de do Roberto e do ranço e naquele livro do Jobim né E eles estão até hoje eu sempre recorram ele sentindo
para vai lá ler o Assis do ranço então aqui são as nossas Fontes também Deixa eu aproveitar para te dizer uma coisa ou quer dizer não sei se joguinho já teria certamente que ele já tá escrevendo o material mas o livro fez acho que 30 anos ou fará 30 anos e ele vai tirar uma vai fazer uma nova edição com novos textos dos autores que colaboraram no primeiro ou então comentário dos autores sobre seus textos [Música] [Música] que legal muito bom excelente hoje mesmo eu recomendei o texto do Hansen autor para na aula da tarde
antes de vir para cá muito bom aqui obrigado então Eu que agradeço ao André o João Vieira o Marcelo e também agradeço muito a Roberto que foi ótimo rever todos vocês e ouvi-los muito bom sempre eu contei na minha parte é muito muito obrigado também foi muito bom poder conversar com lance com vocês também com André com Marcelo com a terra Agradeço também as pessoas que nos acompanharam até que tiveram essa paciência enorme de nos aguentar até aqui Então acho que é isso né André boa noite boa noite então valeu tchau obrigado viu