direitos da população Vamos então ao Palácio do Planalto acompanhar ao vivo esta cerimônia [Aplausos] [Música] [Aplausos] pede-se a todas todos que observem posição de respeito para a execução do Hino Nacional [Música] C [Música] [Aplausos] B neste momento a escritora Conceição Evaristo lerá os poemas vozes mulheres e no meio do caminho deslizantes águas ambos de sua autoria [Aplausos] [Aplausos] vozes mulheres a voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio lamentos de uma infância perdida a voz de minha avó e com obediência aos brancos donos de tudo a voz de minha mãe ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagem suja dos brancos pelos caminhos empoeirados rumo ela a minha voz ainda ecoa versos plecos com rimas de sangue e fome a voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas a voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato o ontem o hoje o agora na voz de minha filha se fará ouvir o eco de vida liberdade no meio do caminho antes Águas da advertência de Carlos faço mouco meus ouvidos e sigo com lágrimas águas contornando
o tamanho da pedra e são tantas as delantes águas e são tantas as águas de deslisantes e deslisantes são tantas as águas que na borda da áspera Rocha encontro um limo escorregadio limo [Música] caminho os passos passo a passo e fundo o outro caminho sigo o passo passas a passo sigo e passo as águas passam e as pedras ficam [Aplausos] [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] esch maraviglia [Aplausos] [Música] senhoras e senhores com a palavra a ministra de estado dos direitos humanos e cidadania [Aplausos] Bon Bon dia [Aplausos] vou falar com vocês igual eu falo com as
crianças gente tá bom bom dia excelentíssimo senhor presidente da república nosso querido Luís Inácio Lula da [Aplausos] Silva na pessoa de quem eu cumprimento a todos e todos ministros ministras e autoridades presentes faça aqui uma saudação espacial a janja eu quero saudar Não tá aqui mas a deputada hofman a Benedita da Silva e a ministra Carmen Lúcia que foram mulheres que na primeira hora que eu cheguei aqui em Brasília no desespero segurar a minha mão me acolheram e não soltar a min m a minha mão eu cumprimento senhoras e senhores senadores senadoras deputadas deputados prefeitos
prefeitas vereadoras e vereadores presentes a todas as equipes dos Ministérios e dos órgãos da presidência da república em especial quero cumprimentar a equipe do Ministério dos direitos humanos e cidadania equipe guerreira presidente equipe guerreira tá segurando na mão essa luta e o ministério as educadoras Eu Sou professora não vou deixar de saudar as educadoras educadores estudantes militantes dos partidos políticos e dos movimentos sociais emancipatórios movimento negro que lutam por um Brasil democrático as sindicalistas a e demais coletivos de luta democrática a minha família gente aqui cumprimento na pessoa da minha mãe dona Maria Antônia de
Conceição Evaristo das minhas irmãs mar Mares minhas filhas Marina Mariana minha soinha minha filha do coração meu cunhado presidente Você sabe né família aqui é só um pedacinho família assim quilombola e em nome eu Saúdo também a minha mãe espiritual que me leva nessa caminhada que é a e a lorix Carmen Holanda em nome dela também eu cumprimento todas as autoridades religiosas das mais diferentes religiões que estão presentes [Aplausos] aqui e em nome de todas as pessoas presentes nesse auditório tão plural e diverso eu Saúdo o povo brasileiro faço essa saudação se todos me permitem
porque acredito ser a vocação do Ministério dos direitos humanos e da Cidadania cuidar da diversidade do nosso país contribuindo para a vida digna de cada brasileiro e brasileira e me vem ao coração uma música que eu adoro música adoro samba do nosso genial Cartola que ele canta Alvorada lá no morro Que beleza ninguém chora não há tristeza ninguém sente de sabor os versos apontam a Utopia que persigo uma sociedade democrática em que no lugar do sofrimento da tristeza e da opressão coloquemos a alegria a alegria das Crianças a alegria das infâncias hoje é dia de
Cosmo e Damião que essa alegria nos invada como nos ensina o filósofo francês gilos delus o poder autoritário requer corpos tristes o poder autoritário necessita da tristeza porque consegue dominá-la a alegria a alegria das Crianças portanto é resistência porque ela não se rende a alegria como potência de vida nos leva a lugares onde a tristeza nunca nos levaria Recebi o honroso convite para fazer parte do seu governo presidente Lula e tomo posse como ministra sem perder de vista que a minha maior credencial é ser uma pessoa absolutamente comum ser uma mulher preta professora assistente social
vinda da cidade de São Gonçalo do Pará do interior de Minas Gerais e de Belo Horizonte a cidade que me [Música] acolheu de uma família chefe por uma mulher negra e professora e que com a morte precoce do meu pai que foi pracinha cuidou das quatro filhas com sonho uma mulher e um sonho que todas as filhas pudessem estudar o senhor me delega Um Desafio gigantesco coordenar o ministério dos direitos humanos e cidadania e a primeira pergunta que a gente faz é Afinal mesmo o que que são esses salos direitos humanos né Por Presidente Porque
infelizmente na nossa sociedade brasileira muita gente né Tem uma concepção De que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido não é e E aí a gente tem um desafio por um desafio fundamental pra gente construir a ação desse ministério porque a gente precisa d a tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos no cenário Global a gente enfrenta uma nova investida do Capital que aposta da segregação social racial e ambiental para legitimar a opressão e O Extermínio de milhões de pessoas comuns como eu que diante do horror da fome da peste da Guerra
não sabem a quem recorrer é por isso que a nossa tarefa é dialogar e disputar o próprio sentido dos Direitos Humanos tem uma palavra presidente Lula que vem da filosofia africana Ubuntu que significa Humanidade para todos o termo ao mesmo tempo que reafirma a beleza de cada um ser o que se é chama atenção para o entendimento de que só alcançamos a Plenitude como indivíduos na coletividade eu sou porque nós somos e essa talvez seja a maior vocação do Ministério dos direitos humanos e da Cidadania Humanidade para todos direito à vida à liberdade a educação
à saúde e ao trabalho direito à memória e verdade durante muito tempo também nós trabalhamos a ideia de direitos humanos né inspirada na Revolução Americana e na Revolução Francesa oficializados pela declaração universal dos direitos humanos da ONU no século XX é esse o nosso Marco é por aí que a gente começa a conversar sobre direitos humanos pensados a partir dos ideais de liberdade igualdade Fraternidade mas eu quero acrescentar que para nós que fazemos parte do su do Sul Global a inspiração de uma das mais importantes revoluções da história que fica esquecida a revolução haitiana ela
foi a primeira talvez a única que enfrentando justamente o exército francês herdeiro daquela revolução que conjugou a luta racial republicana e anticolonial e até hoje o povo haitiano sofre as consequências desse desafio ao poder Colonial nosso desafio no Brasil ele segue praticamente o mesmo afirmamos um estado e uma sociedade efetivamente republicana com direitos iguais para todas as pessoas uma sociedade que supera a perversidade do racismo em todas as suas formas de legitimar a opressão e O Extermínio de milhões uma sociedade que reconheça a potência dos saberes vivências e experiências do nosso povo de nossos ancestrais
e de nossas comunidades tradicionais eu queria acrescentar também uma outra inspiração de busca de liberdade igualdade e direitos e essa é Nossa construída em terras brasileiras e exemplo para todos nós o Quilombo de Palmares considerado o maior quilombo das Américas liderado por Zumbi e pela forte atuação de acotirene e Dandara mulheres de luta foi uma das maiores e mais organizadas comunidades de resistência à escravidão construída por nossos ancestrais africanos e africanas e seus descendentes do Brasil colonial Por isso mesmo é chamado de república de de Palmares essas duas experiências do passado reverberam no presente das
lutas das periferias que lombos aldeias indígenas dos Sem Terras do sem teto e devem nos guiar como inspiração a construção de um projeto de sociedade centrado na dignidade plena o negro Bispo já deixou a palavra no dia em que os quilombos perderem o medo das favelas que as favelas confiarem nos quilombos e se juntarem à aldeias todos em confluência o asfalto vai derreter Portanto o ministério dos Direitos Humanos dedicado a cuidar especialmente das pessoas mais vulneráveis do mundo social e estimular a convivência na diversidade implementar um plano de ação que tenha como premissa a valorização
das potências das populações das periferias favelas comunidades urbanas e do campo que pavimentam os caminhos de um futuro de um Brasil sem fome sem miséria sem racismo sem machismo sem capacitismo sem lgbtq há mais fobia sem etarismo porque nós precisamos cuidar dos idosos para nós direitos humanos não é um termo retórico ele só só tem sentido se for materializado na vida cotidiana das pessoas comuns como eu e como muitos que vieram aqui me dar um abraço nesse dia precisamos criar políticas que estimulem a convivência a solidariedade e acima de tudo o cuidado mútuo e comunitário
nesse sentido eu queria trazer aqui uma ideia a ideia da família eu pensei muito presidente onde é que é que a gente precisa amarrar isso porque eu quero dialogar especialmente vou dizer com a população brasileira aquela que para ela parece que essa palavra Direitos Humanos parece não fazer sentido nenhum né E aí eu pensei muito que n num num segmento da sociedade que são mulheres mulheres empobrecidas mulheres negras as mulheres chefes de família que são é o maior recorte da nossa população e o que que é que pra gente faz sentido né nesse sentido para
nós faz sentido as nossas famílias em suas diferentes formas porque a gente precisa sentar nas nossas famílias a gente quer casa a gente quer que nossas crianças não passem fome a gente quer acesso à educação a gente quer ter a unidade de saúde funcionando bem a gente quer presidente que o o estado brasileiro olhe para nós e nos cuide mas também entenda que a gente tem potência que a gente tem capacidade nós queremos poder empreender na favela queremos ter financiamento público pra gente poder tocar nossos negócios então cuidar dessas mulheres dessas famílias é uma tarefa
fundamental que a gente quando a gente cuida delas a gente cuida do conjunto da sociedade e essa é uma tarefa de um governo liderado pelo partido dos trabalhadores que o senhor é o nosso Líder que nasceu com compromisso acima de tudo de construir uma democracia radical Com base na nossa história na força do nosso povo e nos valores fundamentais da dignidade igualdade e solidariedade e para quem diz que esse Ministério tem desafios demais eu respondo com Guimarães Rosa caminho da gente é resvaloso mas também cair não prejudica demais a gente levanta a gente sobe e
a gente volta o ministério dos direitos humanos e cidadania tá de pé tá vivo temos tarefas concretas e muita coisa por fazer mas eu vou encerrar aqui e para encerrar bem também Ener com Samba da nossa Dona querida Ivon Lara que chama a gente para dizer força da Imaginação vai lá além dos pés e do chão chega lá o que a mão o que a mão ainda não toca coração um dia alcança nós chegamos até aqui Presidente e vamos em frente com o ministério dos direitos humanos e cidadania salve o mthc salve nosso governo presidente
Lula [Aplausos] pede-se a todas e a todos que aguardem em seus lugares nós acompanhamos ao vivo a posse da nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania Macaé Evaristo aqui em Brasília nomeada desde o dia 11 de setembro pelo presidente Lula Macaé assumiu as funções do ministério que cuida e articula políticas públicas pelos direitos da população nascida em São Gonçalo do Pará em Minas Gerais Macaé professora e assistente social e tem ória marcada na educação no combate ao racismo e na defesa dos Direitos Humanos Macaé é graduada em serviço social mestre e doutoranda em educação
pela Universidade Federal de Minas Gerais no Poder Executivo foi secretária de educação continuada alfabetização diversidade e inclusão do Ministério da Educação no governo da presidenta Dilma russef e a gente fica por aqui Continue com a programação do canal gov siga nossas redes sociais ou acesse Nossa agência de Notícias até a próxima tchau [Música] tchau i