Literatura - Aula 08 - Modernismo IV - 3ª Fase - Geração de 45

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Chegamos à nossa última aula de literatura do curso de revisão para vestibular e Enem. Nesta aula, a...
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pessoal estamos de volta então o nosso curso de revisão de literatura que dólar livro ponto net é nosso papo hoje é o modernismo da terceira fase é é uma chamada geração de 45 a ect a partir de 1945 então essa terceira fase do modernismo brasileiro acho que vale a gente lembrar se em termos de contexto histórico a partir de 1945 a gente tem um período marcado por uma certa euforia ou talvez um certo otimismo porque afinal de contas a gente tem assim final da segunda guerra mundial a gente tem fim do estado novo então um
período marcado não é pela redemocratização da redemocratização é isso vai fazer com que na literatura é a os autores possam deixar um pouco de lado a a temática sim voltada para as questões sociais e possam voltar novamente para a questão da estética mesmo que dizer sem deixar de lado e evidentemente a temática social mas enfatizando mais os aspectos estéticos tanto é que a gente chama de essa terceira fase do modernismo a fase estetizante a aqui nós temos três autores que são fundamentais então começar falando sobre joão cabral de melo neto é poeta a importante salientar
que a poesia de joão cabral é marcada por um rigor formal quer dizer ele entende a poesia não como resultado de uma mera inspiração mas algo que tem que ser construído elaborado aos poucos a poesia que ela é quase ante lírica quer dizer não é marcado pela subjetividade os sentimentos de emoção mas é um resultado de um de um trabalho né mais mental elaborado então a gente fala assim de um certa mas a ausência de subjetividade que dizer elimina né o eu é e há uma preocupação muito grande com a linguagem que quer dizer a
gente fala assim um despojamento lingüístico a a linguagem de um cabra uma linguagem muito cru é muito direta é a impressão que a gente tem é que ele quer encontrar assim aquela palavra sabe exata é capaz de traduzir tudo e que ele quer dizer de uma forma absolutamente precisa então a gente percebe se um texto muito enxuto é muito limpo ele ele optasse por um vocabulário mais mais concreto é embora sua poesia seja bastante imagética quer dizer que gosta de criar imagens é a gente observa assim imagens também muito concretas a é precisa e exatas
então tudo isso cria essa poesia muito mais dura há do ponto de vista do tema nós vamos encontrar assim um joão cabral que se volta para a temática social quer dizer principalmente a temática nordestina até porque ele é pernambucano então aquele universo né dos canaviais ou mesmo a região do litoral aquele mundo é um mundo que que ele viveu e que ele conhece então olhar para esse nordeste é muito forte na obra dele além disso também o próprio fazer poético lógica já que ele defende essa postura assim de uma poesia mais né mais precisa mais
exata vários poemas dele se voltam para a temática do fazer poético eo joão cabral além de poeta ele foi também um diplomata ele viveu em outros países do mundo enfim e fundamentalmente à espanha ele tem uma predileção pela espanha então esse também acaba se tornando um tema recorrente nos seus poemas ele fala é de servir e ele fala da andaluzia então é os temas né mais comuns na obra de joão cabral se eu falar um pouquinho agora sobre algumas obras os títulos fundamentais joão cabral inicia com uma obra chamada pedra do sono em 1942 uma
obra que foge um pouco o próprio estilo dele que vai sendo construído depois poema assim meio surrealista mas eu acho que o grande o caráter principal vai surgir em 1945 um livro chamado engenheiro e em 1947 com o livro chamado psicologia da composição vejam um livro de poemas chamado inge o engenheiro nem parece tão anti poético mas a gente vai perceber aqui nessas duas obras esse poeta jovem ainda que está surgindo e que está definindo digamos o seu estilo dizendo pra gente como será a poesia dele ou como ele gostaria que fosse e aqui fica
muito claro então essa preocupação que eu comentei antes sobre essa poesia mais precisa mais exata é não não tão sentimental é então o engenheiro e psicologia da composição marcam assim é como se tivesse definindo o seu estilo depois do estilo definido parece que falta encontrassem um universo matemática que claro combine com isso e então vem a temática nordestina 951 publica um livro chamado cão sem plumas que é um é um livro de poemas que fala sobre o rio capibaribe que é o rio que banha o pernambuco e ele então comparar é o rio com esse
cão é depenado digamos na quer dizer mostrando pra falando sobre a zahar à população ribeirinha falando sobre a pobreza a miséria daquele local então entra assim tranquilamente aí esse universo é pobre seco sofrido e que parece que combina muito bem com esse estilo dele também muito seco e muito preciso depois a gente tem uma morte e vida severina que é um clássico de joão cabral que documenta um pouquinho mais daqui a pouco e 56 uma faca falando que é interessante parece assim que depois de definido o seu estilo e definir a temática é ele ainda
fala sobre como ele espera que seja poesia dele o melhor que resulta dessa poesia tem que ter e aí então ele disse que essa poesia deve ser como uma faca mas uma faca que essa lâmina de uma faca que deve sempre é cortar ou deixar marcas quer dizer é uma poesia que se propunha a tem um efeito directo nem nuno um leitor digamos quer dizer ela não pode ser aqui bonito e eu nunca mais vou pensar nisso ela tem que te incomodar de provocar e por último em educação pela pedra que é considerado um clássico
de joão cabral inclusive leitura obrigatória para alguns vestibulares sair desse ano é que mais uma vez ele retoma esse universo nordestino seco e fala sobre a pedra né eu como a pedra ensina a própria poesia quer dizer como uma poesia é dura é direta com cinza e estão reforçando não é o estilo dele mas vale a gente fazer um comentário um pouco maior sobre morte e vida severina já que é talvez uma das obras mais conhecidas do joão cabral até que já teve adaptação pra televisão para o cinema é uma arte e vida severina tem
como subtítulo um auto de natal pernambucano quer dizer ele ele resgata um pouco de uma de um tipo de texto medieval não é que são os autos mas ele faz um poema que ter um poema para ser encenado então tem um elemento dramático tem um elemento do alto tem a presença do elemento religioso e ao mesmo tempo conta pra gente a história de um de um retirante né do severino ele é constituído então de 18 cenas 18 quadros que narram a história desse severino que um retirante que está fugindo da seca da pobreza da miséria
e ele sairá da serra da costela no interior da paraíba vem caminhando até chegar no recife só que durante todo esse trajeto o severino vai encontrar a morte todas as formas todas as caras né que a morte é tem e ela se apresenta para ele então aí retornando à ideia do título é morte e vida então durante todo seu trajeto toda morte aquela morte que será que é caracterizada como a morte severina a morte que estes severinos que esses retirantes né enfrentam e ao chegar no litoral já sem esperanças ned desesperado pensando que a saída
mesmo a morte existe uma cena que remete também o subtítulo um auto de natal de uma cena de nascimento e aí então que reforça a idéia do que seria uma vida severina tv apesar de todas as dificuldades sofrimentos é uma vida resistente é que insiste que tema e nas e então tem um final assim bonito né traz uma mensagem de vida é uma obra belíssima é do ponto de vista da sua estrutura é toda escrita com versos de sete sílabas o que dá um ritmo também bastante é popular então a gente vê aí o trabalho
do joão cabral também de valorizar a cultura popular do nordeste fim então em termos de poesia né a gente tem aí o grande joão cabral de melo neto no que diz respeito à prosa nós temos dois nomes que são importantes que é a clarice lispector e o guimarães rosa bom com relação à clarice a clarice ela faz uma literatura também bastante diferente é eu gosto daquilo que ela dias ali está entre aspas você pode acompanhar os meus livros não se preocupam com os fatos em si porque pra mim o importante é a repercussão dos fatos
no indivíduo quer dizer nas obras da clarice é até difícil embora a gente esteja falando de texto narrativo de romance eu quase não consigo contar a história quer dizer quase não tem história não tem um enredo não tem acontecimentos porque para ela isso não interessa né o que interessa é a repercussão aqui então às vezes fatos muito pequenos muito insignificantes do dia a dia acabam desencadeando nos seus personagens um momento de reflexão um momento de iluminação a gente usa o termo epifania quer é como se de repente esse personagem vivesse um momento assim de profunda
reflexão de compreensão da sua própria existência quer dizer tudo isso se dá aqui então é um é a prova é absolutamente introspectiva intimista 1 no interior do personagem que conta então nós falamos assim é fluxo de consciência ou a presença desse monopólio interior quase não acontece nada a não ser aqui na cabeça do personagem eu conheci a marca traz fundamental por isso uma literatura intimista introspectiva né com pouca ação é mas com uma linguagem encantadora assim poética elaborada metafórica que existe um trabalho fundamental da clarice do ponto de vista da linguagem bom com relação às
obras é ela tem assim romances né narrativas longas e contos também narrativas curtas que a gente observa a clarice gosta muito do universo feminino relações familiares é então personagens como eu gosto de um conto chamado amor que é do livro laços de família e vocês vão entender melhor esse universo de clarice assim a história de uma dona de casa e ela saiu para fazer compras já está voltando pra casa sacolas e havendo ônibus e de repente ela esse ônibus passa numa parada e ela vê um cego mascando chiclete ela vê um cego parado na parada
mascando chiclete a olhar pra esse parecer na cego ela tem quase que uma vertigem alguma coisa desequilibra ela fica ela perde o chão ela a sacola cai no chão os objetos caem ela fica meio que estou fazendo aqui e ela sai do ônibus e ela começa a caminhar na rua de repente ela entra no jardim botânico e ela senta no banco e ela fica parada ali pensando eu acho que pensando naquela figura daquele cego mascando chiclete e até que ponto ela de repente senti como aquele indivíduo que fica parado repetindo uma um gesto automático e
que não enxerga nada nem ninguém à sua volta e ao mesmo tempo como se as pessoas também não enxergar assim ele e ela se identifica com aquela figura e isso faz com que ela tem este momento de reflexão sobre a sua própria vida que eu tô fazendo né minha vida de repente sem sentido os gestos automáticos é como se eu não enxergava nada gente ela fica ali sentada naquele banco sei lá das duas da tarde às seis da tarde entendeu o dia inteiro ea narrativa é isso é o que ela está pensando aqui quando ela
se dá conta já está na hora de ir pra casa daqui a pouco o marido chegando em casa tem que vai preparar o jantar e ela levanta e vai embora quer dizer não tem né com quase como se não tivesse o enredo uma são as reflexões dela esses momentos de de iluminação onde epifania como eu falei não necessariamente eles trazem mudanças práticas na vida desses personagens às vezes está só essa consciência a outras vezes ele vai mudar sua vida mas nem sempre eu me lembro de um também é a paixão segundo gh é a fundamental
é muito semelhante a esse conto só que de novo a gente tem a história de uma dona de casa né da café da manhã para as crianças vão do colégio marido vai trabalhar e ela vai pra casa e aí ela entra na área de serviço para pegar o material de limpeza e ela se depara com uma barata e lógico primeiro gesto uma barata que longe dela me que esmaga aquela barata a barata cai não morrem direito né bicho que demora pra morrer ficar ali se debatendo e isso também faz ela parar de repente ela começa
a olhar para barata e pensar na vida da barata e pensar na vida dela e de repente ela começa a se sentir como a barata e ela fica ali parada né sei lá das 10 da manhã ao meio dia com reflexões sobre a sua própria vida e isso é muito a tônica sim um estilo da literatura de clarice para você entender essa ideia é de algo introspectivo do presença de um monólogo interior talvez a obra de clarice que fugir um pouco mas essa coisa tão introspectiva que tem uma ação maior é a hora da estrela
aqui a clarice consegue juntar uma série de elementos existe assim mas a temática nordestina existe uma uma questão assim de meta ficção ela cria um personagem que é o narrador é um homem e esse narrador ou nenhum rodrigo e ele resolve escrever um romance e ele quer escrever contar pra gente a história de uma retirante nordestina assim como ele ele cria macabéa e aí ele começa a contar sua história e ao mesmo tempo refletir sobre como contar a história né qual é a linguagem adequada é então a gente vai hálito vai acompanhar o enredo a
história da cadeia e ao mesmo tempo essa reflexão sobre a própria ficção então isso também um dado importante nessa questão da meta ficção e do cuidado com a linguagem estudo caracteriza então a obra da clarice lispector mas vamos falar um pouquinho sobre guimarães rosa também é bom guimarães gente é assim né e linguagem a essa é a questão fundamental assim a gente costuma dizer que o guimarães e ele cria uma linguagem completamente revolucionária da literatura brasileira é ele na verdade sempre teve grande interesse por linguagem roto de data aprendeu inglês francês alemão uma coisa fantástica
é ele se forma em medicina ele é médico e ele atua durante algum tempo no interior de minas aquela região do sertão atendendo assim pessoas muito simples muito humildes e dizem que já desta época ele andava sempre com um caderninho na mão em que ele anotava né expressões é frase que as pessoas diziam nomes de coisas de plantas e objetos se interessando por aquele linguajar típico daquele daquele sertanejo e aí mais parte depois ele também vai ter é se torna diplomata né e mais tarde ele entra preciso inverso da literatura das letras e aí então
ele vai pegar essa linguagem é desse desses sertanejo né esse linguajar dessa coisa regionalista mas não fica só aí a gente percebe que ele insere ele uma série de outros elementos e cria palavras novas ele ele resgata a expressões arcaicas ele explora assim os elementos de formação das palavras prefixo sufixo ele mostra ele monta né em outras palavras crias expressões eles uma pontuação também completamente diferente é quase como se ele quisesse trazia um ritmo mesmo da fala daquele sertanejo para o texto escrito então com essas com essas misturas todas que ele faz ele realmente cria
uma linguagem completamente diferente e inovadora na literatura brasileira e esse é o ponto fundamental da obra do guimarães como eu coloquei ali ó a recriação da linguagem é a característica fundamental está presente em todas as suas obras então quando se fala em guimarães se fala disso o que mais é as histórias dele tem sempre como como o cenário o universo o universo rural o universo mineiro é ali o espaço físico é sempre o sertão de minas mas ao mesmo tempo a gente vai perceber que esse universo ele ele não limita quer dizer ele não é
só o sertão mineiro ele simbolicamente ele representa o mundo quer dizer as os questionamentos não é que aqueles personagens vivem naquele espaço no fundo são questionamentos universais são questionamentos inerentes ao ser humano quer dizer ele vive ali né no sertão mas ele poderia viver em qualquer parte do mundo então é esse sertão mineiro adquire assim também um significado simbólico né representa o próprio mundo então apesar da ambientação rural né a gente fala assim no regionalismo quer dizer existe um regionalismo universal esta é também essa é uma característica fundamental da obra do do guimarães rosa é
os questionamentos existenciais né ele gosta muito assim os personagens de lição ou são crianças né o som velhos os loucos é eu acho que as crianças é a questão da aprendizagem é das possibilidades da da fantasia da imaginação quer dizer à criança sempre se permitir fantasiar viajar digamos e então se permite assim o processo de aprendizagem os velhos bom esse já viveram mas eles têm as lembranças recordações também é possível a aprendizagem a aprendizagem a partir do olhar para tudo aquilo que se viveu para as experiências e os loucos bons lucros são loucos onde tudo
é possível né então ele isso também marca muito obra do guimarães ele gosta desses desses universos né que são sempre personagens que estão é questionando né a sua própria existência a existência do divino no deus do diabo do bem e do mal como elementos inerentes ao ser humano então vejam existe uma uma temática universal é filosófica quase mas senta em uma ambientação ambientação regional do ponto de vista das obras a gente tem um bom grande sertão veredas um grande romance é fundamental da obra dele é que tem uma estrutura também de forte assim né é
um romance que ele todo é tudo um diálogo não é um diálogo entre o rio bauru que é o personagem principal e uma em uma visita que ele recebe o rio baldo hoje um fazendeiro rico recebe a presença de um doutor a gente não sabe quem é e só se refere a esse a esse cara e aí então eles começam um diálogo que na verdade é o que a gente chama de um solilóquio porque só ele fala né eu te dá conta que claro o próprio leitor se torna esse inter o actor e aí o
riobaldo conta toda a história da sua vida né gente isso é feito é sem divisão de capítulos e sem divisões parágrafos e é algo assim é um jogo há a linguagem vem assim é realmente esse homem falando né lembrando da sua história fazendo reflexões das suas experiências e do ponto de vista da linguagem da estrutura também absolutamente inovador fantástico grande sertão veredas só para a gente encerrar hoje nós temos a o corpo de baile é que é uma obra a gente chama de novela na verdade uma obra composta de sete novelas de novelas que o
guimarães chama de poemas né quer dizer são textos escritos em prosa mas com uma profundamente poéticos e também os com o livro de contos primeiras histórias eis aí algumas das obras é fundamentais do guimarães rosa muito bem pessoal é hoje nós chegamos ao fim do nosso curso de revisão de literatura que dou aula livre ponto net foram só oito encontros mas a nossa ideia era né uma revisão mesmo dos principais momentos da literatura brasileira é dos principais autores e obras então a gente fez isso há desde o século 16 o quinhentismo até a metade do
século 20 né até o modernismo à terceira fase claro que a gente não esgotou o assunto mas falamos num dos pontos mais importantes espero que essa revisão ajuda de vocês nas provas nos vestibulares que vocês vão fazer não esqueça que você tem a apostila e na nossa postiga tem exercícios que vocês podem fazer para reforçar o conteúdo rock muito obrigada até uma próxima siga ao ar livre ponto net nas redes sociais e fique por dentro de tudo que acontece em nossos cursos youtube twitter e facebook aula livre ponto net seu portal de cursos grátis
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