[Música] Olá muito bem-vindas e muito bem-vindos a terceira semana a segunda aula da terceira semana do curso de literatura infanto-juvenil a gente já a se afastou de um viés mais histórico Estamos vendo nessas aulas gêneros específicos gêneros centrais para produção da literatura infanto-juvenil e para produção da literatura infanto-juvenil brasileiro na aula de hoje a gente vai tratar de um gênero ainda mais antigo do que o gênero que nós tratamos na aula passada que é o teatro infanto-juvenil brasileiro Isto é se a gente tava falando de uma origem da prosa que remontava em certas medidas ao
século 18 em outras até dois mil anos o teatro é muito anterior a isso né O teatro é quase algo profundamente humano tem raízes xamânicas de contação de história os primeiros sacerdote é uma coisa de Fato muito ancestral Nós pensamos na produção de cultura e de sociedade humana e nós vamos pensar em Como o teatro infanto-juvenil brasileiro se conforma a luz dessas tradições né mas antes de qualquer coisa eu preciso tal como eu fiz com prosa definir o que é teatro né ou definir como que Nós pensamos o teatro se a prosa é a contação
de histórias a partir de um narrador o teatro é a contação de histórias sem um narrador Isto é a contação de histórias em geral acontece a partir da ação a história é contada a partir da ação ação das personagens é que leva a história adiante claro que com isso eu não estou me referindo a todo e qualquer teatro que é um grande debate um livro muito bonito do Peterson de sobre o teatro moderno que fala sobre a ascensão de um narrador dentro do teatro enfim vai começar a existir cada vez mais frequentemente no século 20
a figura de um narrador dentro do teatro sim pode haver um narrador no teatro mas o ponto é que o que o caracteriza como uma linguagem como um gênero é ausência de um narrador e a história sendo contada pela ação pela interação das personagens e não pela figura de alguém que diz lavar e Fulano fazendo tal coisa ela vai ciclando fazendo tal coisa bom E aí diante dessa definição a gente já de início divide o teatro em dois digamos duas partes uma delas que nós chamamos de drama ou dramaturgia é o texto teatral ou seja
o texto escrito né E a outra é a cena que é a maneira como aquilo vai para cena Vocês nem imaginam a quantidade de polêmicas que há sobre isso mulher por exemplo um grande autor de teatro além de dizer uma coisa que eu acho Lindíssima que é para se ler teatro é preciso que os olhos tenham imaginação né você tem que imaginar a cena Ele também era contra por exemplo a fixação do teatro Ou seja a fixação da cena na dramaturgia né ele era conta que se escrevessem as peças então assim esse essa relação muitas
vezes é intensiva mas para nós ela para dizer que quando estamos tratando o teatro infanto-juvenil brasileiro é por isso que a gente considere que uma coisa é o texto uma coisa é a publicação de uma determinada peça e outra coisa essa peça sendo encenada a gente poderia ainda e é o que eu vou fazer antes de seguir a nossa conversa a gente poderia ainda pensar a luz de dois pensadores um medievalista e um dramaturgo que é o pouso um Thor e o David mamete sobre o quanto nós somos acima de tudo animais dramáticos Esse é
um termo do David moment tá ele diz assim é os seres humanos sabem mais ou menos intuitivamente a hora de fazer uma pausa a hora de subir o tom de baixar o Tom e tudo isso são habilidades dramáticas ou seja tudo isso só para dizer o quanto teatro é muito presente nas nossas vidas mesmo que a gente devesse mais ao teatro sempre devemos ir mais ao teatro bom vou recuperar que muito sucintamente a origem do teatro infantil se a gente pensar na origem do Teatro infanto-juvenil os antecedentes mais claros é remonto ao século 3 antes
de Cristo na China com os teatros de boneco né a gente tem uma segunda Matriz muito importante no século 15 16 vindas da comédia dell'arte mas agora olha aí a surpresa Quando que a gente pode pensar em teatro infanto-juvenil a resposta que você já poderiam dar a partir das primeiras semanas do curso quando a gente começa a pensar a criança em separado Isto é o que nós chamamos de teatro infanto-juvenil moderno vem coincidentemente ou seja nós já sabemos os motivos do século 18 em diante e foi se maturando até chegar ao século 19 ao século
20 o século 19 em alguns lugares século 20 em outros com a popularização da sala de teatro Ou seja a popularização da sala de teatro faz com que esse processo de formação do teatro enquanto juvenil chega a termo né se mature tem um bom acabamento ou seja depende para pensar teatro infanto-juvenil pensar na criança como um ser diferente do adulto O que é algo que modernamente se faz desde o século 18 é a gente tem duas formas de pensar teatro infanto-juvenil já para ir caminhando para o universo brasileiro aí uma primeira forma é pensar a
definição de teatro infanto-juvenil como um teatro feito por crianças né ou seja não não pensar em teatro Infante juvenil como um teatro para criança que é o mais comum né e é o que eu vou também me dedicar um pouco mais se a gente pensar num teatro feito por crianças a gente pensa nas Raízes jesuíticas do teatro enquanto juvenil brasileiro na existência de um teatro infanto-juvenil catequético lá com Anchieta passando pelo teatro de rua e pelo teatro religioso que estão presentes desde o século 18 mas que também há resquícios do século 17 participação de criança
religioso é uma coisa muito comum na cultura brasileira e também pensa nas companhias infantis de teatro que existiram a partir da segunda metade do século 19 nesse caso estou sublinhando aqui a definição de teatro infanto-juvenil significa um teatro feito pelas crianças né As crianças trabalham ou funcionam ou figuram como atores do Teatro como pessoas que estão encenando determinados papéis Mas é claro que a gente tá aqui para pensar num outro tipo de teatro Infante Juvenil que é o teatro infantil juvenil pensado para as crianças né o teatro infanto-juvenil pensado para as crianças tem como marco
de modernidade o teatro da criança inaugurado na União Soviética em 1918 né é esse pioneirismo do teatro soviético infantil de 1918 ele vai ecoar pela Europa seja pela turnê dessa companhia seja pela criação de outras de teatro infanto-juvenil e 30 anos depois disso 30 anos depois disso uma companhia austríaca viaja para o Rio de Janeiro e faz uma turnê essa turnê vai acabar fomentando a criação de um teatro infanto juvenil Brasileiro né de um Teatro infanto-juvenil Nacional Vocês estão vendo aí na imagem a peça que é considerada o marco inicial do teatro infanto-juvenil brasileiro do
comecinho dos anos 50 né que é o casaco encantado da Lúcia Benedetti tá esse aqui se perguntarem assim qual é o teatro qual é a primeira peça de teatro infanto-juvenil brasileiro é o casaco encantado da Lúcia benedet mas eu vou iluminar aqui ou comentar outras três companhias pioneiras de teatro infantil no Brasil talvez a mais conhecida delas enfim com uma longa tradição de debate de acumulação de produção de reprodução de peças e tal seja o tablado da Maria Clara Machado que foi inaugurada em 1951 alguns dos atores que nós conhecemos hoje do teatro da televisão
brasileira do cinema brasileiro fizeram o tablado então quando quando a sessão assistindo uma entrevista e alguém diz ah eu fiz o tablado com a Maria Clara Machado é exatamente essa companhia aqui e nós vamos ver já ainda na sequência da aula que uma das peças mais importantes digamos do teatro infantil brasileiro que é Pluft o Fantasminha é uma produção da do tablado e da Maria Clara Machado mas a gente também tem esses vão ver que pela data é um pouquinho anterior o tesp Né que é do Júlio Gouveia e da Tatiana belink que não acontece
no Rio de Janeiro como caso do tablado Mas acontece em São Paulo aqui tem uma observação curiosa assim esse teatro tesp era um teatro semi-amador ou seja ele ele fazia o circuito de teatros se apresentando em escolas ou em pequenos teatros ou em salões que fossem possíveis mas as pessoas envolvidas em geral não eram atores profissionais nem seriam atores profissionais mas vocês vejam e eu acho isso muito interessante o quão longevo foi esse teatro o tablado foi muito maior eu não coloquei a data porque enfim é uma companhia que ainda existe e que e que
vem até o século 21 Então com muita força mas o caso do teste durou se eu tô sendo bom de matemática 15 anos e para um grupo ser minha amador do teatro é bastante tempo queria chamar atenção para mais uma companhia que é o TIP da Olga Reverbel Essa é um pouco menos conhecida talvez eu saiba mais por ser de Porto Alegre Mas ela é fundada em 1956 e ela tem uma outra característica que me interessa aqui que é um teatro fundado dentro da Faculdade de Educação ou seja dentro dos debates sobre como levar a
literatura infanto-juvenil para as crianças e para as escolas se fundam uma companhia para serem encenadas peças histórias para as crianças e a Olga Reverbel é afundadora professora da Faculdade de Educação lá da uricks depois viria ser úrs e também a fundadora do TIP bom como aconteceu no caso da prosa brasileira eu vou fazer o comentário aqui e aí lembra que lá eu fiz sobre seis livros aqui eu vou fazer só sobre dois isso já vai encaminhar também para a questão final da nossa da nossa aula né Eu acho que com certeza assim o o a
peça mais conhecida do teatro infanto-juvenil brasileiro seja o Pluft o Fantasminha que é de 1955 até a minha infância era algo muito representado encenado eu tenho menos notícia hoje dessas encenações mas é uma coisa de fato um cânone assim do teatro infanto-juvenil brasileiro que é a história de um fantasminha que morre de medo das pessoas né ou seja invertendo cara a ideia de que as pessoas têm medo de fantasmas ah Maria Clara Machado cria um fantasma com medo de pessoas e a gente também não pode esquecer um pouco adiante quase uma geração adiante na figura
do ator diretor figurinista dramaturgo enfim alguém que atua diversas frentes da cultura e do teatro que é o argentino brasileiro e lokrugli que nasceu em 1930 e morreu em 2019 E no caso da azulzinha é aquela que a história de um lenço que cujo vento passa e é levado embora e tal e os amigos vão em busca desse lenço também um teatro é bastante conhecido uma peça bastante conhecida e referendada dentro do Horizonte do teatro infanto-juvenil brasileiro bom o último debate que eu acho que talvez seja um debate bastante importante e eu queria que a
gente levasse esse debate com alguma Calma é sobre o atual estado da digamos cena mas aí não no sentido teatral mas no sentido de uma determinada formação contemporânea assim de artistas o atual estado do teatro infantil juvenil brasileiro né e é um estado bastante um estado bastante complexo eu vou tentar me explicar porque porque por um lado é sobretudo em comparação com o teatro para adultos o teatro infantil juvenil é completamente estabelecido né não sei se eu falo isso também por ter crianças mas acho que não é só por isso por observar também uma cena
muito aquecida há sempre boas alternativas há sempre peça sendo ensinadas as peças ocupam vários dias da semana em várias cidades do Brasil ou seja não me parece ser um circuito é que tenha problemas no sentido de se operacionalizar então a gente poderia chamar de um de um circuito bastante vigoroso de teatro infantil juvenil ao mesmo tempo que nós temos isso é aquilo que é ensinado neste teatro muitas vezes é uma espécie de repercussão de personagens importantes vindos do cinema ou dos desenhos animados ou de outras narrativas né então por exemplo a Bela e a Fera
ou A Pequena Sereia ou às vezes é teatros feitos com personagens de desenho né Bob Esponja e tal então por um lado é um teatro muito vigoroso e por outro é um teatro é ao mesmo tempo muito industrializado você só poderia dizer isso eu utilizaria um termo mais adorniano que seria reificado mas eu não quero entrar nesse debate mas enfim é o teatro muito decalcado de uma experiência da indústria cultural ou da indústria de massa e aí a gente tem uma espécie de contradição que é por um lado é um circuito estabelecido Mas por outro
a gente tem uma espécie de sensação de que aquela veia criativa e muito forte que vem dos anos 70 60 70 80 essa veia não existe mais é claro que isso é uma sensação Ou seja é óbvio eu até trouxe alguns nomes aqui é de dramaturgas por exemplo Ana Barroso carinho Acioli Mônica Biel ou de companhias como a Trunks ou a Vagalume mas poderia citar 10 poderia estar 20 também dramaturgo de dramaturgos é claro que esses artistas seguem na mesma tradição do teatro exigente da produção de histórias para crianças como nós vimos nos anos 60
e 70 essas figuras ainda estão lá só que a produção da indústria cultural para o Teatro infanto-juvenil a coberta essa figuras não é exatamente o mesmo caso que nós vemos na música popular por exemplo né Porque alguns autores internos estão pertence a essa indústria né no caso do teatro esse jogo é um pouco mais brutal digamos então é você tem muitas encenações de filmes na Disney ou de narrativas antigas como é o caso de algumas delas mas repassadas pela Disney e menos a sensação de que aquela mesma aquele mesmo Rio criativo segue fluindo aí o
que eu estou dizendo aqui é isso é só uma sensação esse rio criativo segue fluindo e entrando nas festas desse circuito estabelecido Então a gente tem que acho Eu criticamente apreciar o teatro Infante juvenil brasileiro contemporâneo uma questão muito intensiva como a questão muito problemática mas sem esquecer que essa tensão e esses problemas não são responsabilidade desses e de outros dramaturos que eu poderia ter citado dessas ou de outras companhias que seguem produzindo aquilo que havia dos anos 80 para trás em termos de teatro infanto-juvenil então mas eu queria um pouco terminar a nossa conversa
de hoje deixando essa atenção no ar né que é entre um teatro muito industrializado e um outro teatro criativo vigoroso tal como existia nos anos 60 70 e 80 mas que parece recoberto e se esgueirando nas festas desse primeiro desse primeiro teatro mais mercadoria digamos bom Espero que tenha feito algum sentido a minha a minha argumentação espero que eu tenha dado a dimensão O que é importante para mim na aula sobre o que que é o teatro sobre como que eu identifico teatro sobre alguns autores importantes sobre os problemas do teatro em fato juvenil brasileiro
e caso tenham quaisquer dúvidas por favor entre em contato com facilitadores ou comigo participem dos foras Leiam os textos e revejam as aulas estamos sempre à disposição para vocês seguirem nessa nessa caminhada que eu tentei bolar aqui para a gente conhecer um pouco mais da literatura infanto-juvenil brasileira é isso um grande abraço e tchau tchau [Música] [Música]