Como você costuma se tratar naqueles momentos mais difíceis, como quando você comete um erro muito grave? Você tenta ser compreensivo e não tão duro consigo mesmo ou fica puto e se xinga de todos os palavrões que consegue imaginar? Oi!
Eu sou o André e hoje quero falar com você um pouquinho sobre autocompaixão. Vou explicar o que ela é, como ela tá ligada ao modo como nos tratamos no dia a dia e darei algumas dicas mais para o final de como você pode exercitá-la mais. Achou interessante o assunto de hoje?
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A compaixão é um sentimento que surge quando você percebe o sofrimento de uma pessoa, isso te comove e te leva a querer ajudá-la de alguma forma. Já a autocompaixão ocorre quando direcionamos a compaixão a nós mesmos. Isso pode acontecer logo depois de você cometer um erro, perceber que agiu de forma inadequada em uma situação ou ao lidar com uma grande carga de sofrimento.
Nessas horas, cada um de nós tende a se tratar de um certo jeito. Muitos indivíduos reagem de forma extremamente rude, inflexível e hostil consigo mesmos nessas situações. Ao perceber um erro, por exemplo, eles podem se xingar, ficarem muito irritados consigo mesmos ou se punirem de alguma forma.
Quando um desafio em suas vidas gera muito sofrimento, essa postura consigo mesmo pode se traduzir na negação desse sofrimento ou no uso de formas pouco saudáveis de lidar com ele, como através do abuso de drogas, por exemplo. Já o caminho da autocompaixão segue outra lógica. Diante do sofrimento, a pessoa pode aceitar essa dor e vivê-la de forma genuína, entendê-la como parte inevitável da experiência humana e não se julgar tão severamente por estar sofrendo.
Isso não significa minimizar a gravidade dos seus atos ou se perdoar muito rapidamente por um erro que cometeu, mas sim reagir de uma forma mais gentil e construtiva consigo mesmo nesses momentos difíceis e vulneráveis. É totalmente viável alguém entender qual foi o seu erro numa situação, arrepender-se do modo como agiu e não repetí-lo no futuro sem ter que passar por uma sessão de tortura psicológica autodigirida para garantir que isso ocorra. Como você já sabe se teve um mínimo de convivência com seres humanos, é comum que eles repitam os mesmos erros várias vezes ao longo da vida, mesmo quando se xingam de tudo que é nome toda vez que fazem isso.
Talvez a autocompaixão soe como algo muito idealizado, mas para pra pensar em como você costuma reagir ao sofrimento de um amigo. A reação imediata de muitos é a de oferecer suporte, de ser gentil e carinhoso com a pessoa. Se essa também tende a ser a sua reação, então você é capaz de exibir compaixão por alguém, mas será que você consegue fazer isso por si mesmo?
Logo em momentos difíceis, muitos indivíduos reservam para si mesmos um tratamento bem menos compreensivo do que aquele que reservam para os outros. É como se as falhas das outras pessoas fossem mais aceitáveis, o sofrimento delas merecesse mais empatia e seus atos vergonhosos fossem dignos de menos críticas do que os nossos. O fato é que, para muitos, é bem mais fácil exibir compaixão pelos outros do que por si mesmo.
É como se os critérios usados para julgar as ações dos outros não fossem os mesmos usados para nós. Ao colocar tudo isso em perspectiva, pode soar óbvio que suas falhas não deveriam ser vistas como menos aceitáveis do que as dos outros, só que na prática, pode ser bem difícil se lembrar disso. Ser gentil consigo mesmo não significa fingir que não fez nada de errado ou ser indiferente ao mal que causou a alguém, mas sim tratar-se de uma forma parecida com a qual você trataria um amigo que cometeu o mesmo erro.
Você não ficaria julgando ele na cara dura, xingando ou colocando a culpa nele compulsivamente como talvez faça consigo mesmo. Provavelmente, você iria confortá-lo e tentar ajudá-lo, o que faria com que ele se sentisse apoiado, aliviado e validado. Se você se tratasse de uma forma mais gentil nesses momentos, isso poderia te ajudar a aliviar o seu sofrimento, a analisar o que ocorreu de uma forma mais racional e a não ficar se condenando tanto desnecessariamente.
Ao cometer um erro colossal, uma pessoa pode ter a sensação de que esse tipo de coisa só acontece com ela, de que há algo de muito errado com ela ou de que as coisas parecem mais fáceis e simples nas vidas dos outros. Esses sentimentos de isolamento e de anormalidade só tendem a fazer com a gente se sinta pior ainda. A verdade é que todo mundo comete erros, todo mundo têm suas próprias fontes de sofrimento e todo mundo têm um acesso limitado ao que acontece na vida dos outros.
De uma coisa você pode ter certeza: tem muita gente fazendo muita merda por aí. Uma das partes mais difíceis em exibir autocompaixão é reconhecer que você está em sofrimento. Pode parecer simples na teoria, mas na prática, dirigir a atenção para a sua própria dor, reconhecer que ela está lá e que é válida é onde muitos se perdem.
Quem tem essa dificuldade corre um risco maior de se superidentificar com pensamentos e sentimentos negativos. Quando ocorre essa superidentificação, a pessoa conclui que momentos transitórios e negativos são na verdade partes permanentes e inevitáveis da sua vida. Ela pode, por exemplo, partir de um pensamento como "algo péssimo aconteceu comigo" e concluir ideias como "minha vida é péssima".
Agora vou ter dar algumas dicas de como começar a mudar a maneira como você se trata. Dica número 1: aceite que você também é digno de compaixão, inclusive da sua. Se você acha que seu amigo merece sua compaixão quando está sofrendo, porque isso não se aplica da mesma forma a você?
Que ideias será que você nutre sobre si mesmo e que te atrapalham a se tratar de uma forma mais gentil? Responder isso pode ser uma jornada bem complexa e é recomendável contar com a ajuda de um profissional nessa missão. Dica número 2: na próxima oportunidade que tiver, pratique a autocompaixão.
Assim que cometer um erro, preste atenção no que está sentindo, aceite as emoções que surgirem e tente ser mais compreensivo consigo mesmo. Nas primeiras tentativas, pode ser difícil colocar isso na prática. Se for o caso, não tem problema, você está tentando mudar algo que talvez tenha sido condicionado na sua cabeça ao longo de vários anos.
Na próxima chance, tente de novo e veja se consegue algum progresso. Conforme o tempo passe e você consiga ir substituindo aos poucos suas reações antigas pela autocompaixão, a tendência é que ela vá se tornando sua resposta padrão para certas situações. A partir daí, será cada vez mais natural exibí-la e talvez você note que está reagindo de uma forma menos pesada a situações que antes te deixariam fritando por vários dias.
Alguns possíveis sinais de que você está progredindo nisso são se sentir melhor, menos culpado e estressado quando coisas ruins acontecerem na sua vida ou quando você vacilar muito com alguém. Vale reforçar que mudar esse tipo de coisa nas nossas cabeças não é simples nem com a ajuda de um profissional competente, quanto mais sozinho. Então procure ajuda profissional se isso esteja interferindo muito com a sua vida.
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Hoje expliquei o que é autocompaixão e como ela está ligada à maneira como nos tratamos. Enfatizei a distância que muitas vezes existe entre como lidamos com o sofrimento dos outros e com o nosso sofrimento. No final, dei algumas dicas bem básicas de como cultivar mais a autocompaixão na sua vida.
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