Velhice: encontro com o corpo-falhante

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ROGÉRIO PAES HENRIQUES
Vídeo-aula gravada em 25/06/2021 para a disciplina Psicologia médica, ministrada na Universidade Fed...
Video Transcript:
o Olá boa tarde a todos Feliciano mais um encontro da disciplina psicologia médica hoje é dia vinte e cinco de julho de dois mil e 21 essa aula de hoje está sendo gravada o tema que nós vamos dormir vão ver a velhice É continuando então aí no estudo dos ciclos vitais E como sempre a eu venho fazendo a um enfoque vão ser os aspectos psíquicos né a gente vai fazer um recorte em cima dos aspectos psíquicos novamente e lembrando que não é para desprezar os aspectos biológicos atreladas ateniense - aspectos né a psicossociais ou sociais
sócio-histórico-culturais né É e tem que ficar feliz se ela está atrelada também sobretudo nas mulheres a menopausa é ela está atrelada aspectos sócio-históricos e culturais edificados aposentadoria tudo isso é necessário né que se aborde que se estude para nós o integral do ser humano acontece que como nós não temos pernas para dar conta disso tudo enfoque aqui vai ser restrito aos aspectos psíquicos Associados a velhice tá E antes da gente entrar propriamente dito nesse tema da delícia eu queria contar para vocês uma melhor é que nem então anedota assim que na verdade foi uma entrevista
que o troid é deu né assim já mais próximo do fim da Vida na qual perguntaram a ele o que que ele considerava a unidade psíquica da El fraude tentando dá conta do que vem a ser o normal em termos psíquicos né Qual é a régua a partir da qual se mede né os desvios com relação à normalidade psíquica é um tema bem complicado já trabalhamos ele na numa das primeiras aulas com base no livro de nenhum normal e patológico né é mais o Curioso aqui Freud naquela época e vejo dar uma resposta para sofisticada
né e elaborada Ele respondeu de forma bem simples e sintética né a normalidade psíquica é a capacidade de amar trabalhar e sentir prazer ou seja se você possui essa Tríade né é amar trabalhar e sentir prazer você possui uma espécie de sanidade mental né A partir do momento no qual que é que é isso que se chama de amor nem análise há nada mais é do que os antigos gregos chamavam de Eros aquilo quer a responsável pelas ligações né as pessoas Então por aquilo que liga né por aquilo que da liga de certa forma né
por aquilo que nos une né por aquilo que nos aproxima né é por sua vez é a questão da morte é e psicanálise é justamente tá um pensa de investimento libidinal de investimento afetivo né Ausência de amor ou seja aquele que desonera que eu fiz desliga né o trabalho de thanatos de voltar a inércia de voltar a ser o Né o princípio de não movimento né que porque eu tô falando isso porque é bom Digamos que na velhice é a gente se aproxima Oi você mandou cada vez mais de um encontro com o real né
tal como a gente viu lá do Essência né adolescência sobretudo como sendo um encontro com sexual na velhice a gente é se prepara né se confronta melhor dizendo com o real da Falência corporal Então esse é o primeiro. É o primeiro aspecto psíquico que eu gostaria de ressaltar e tá é bom na velhice então a passagem do tempo confronta o sujeito com sua falência corporal uma das fontes de mal-estar senão Fróes então profroid né lá no mal-estar na civilização é uma das fortes do mal-estar era Justamente a falência corporal na medida em que o nosso
corpo Ele É infalível né na medida em que a gente olha a crescer a gente pode morrer né a na o que a relação com nosso próprio corpo nunca é imediata na relação com nosso próprio corpo é sempre mediada né Por uma imagem que a gente teve nosso próprio corpo então a gente captura né o organismo biológico A partir dessa imagem que a gente tem de nós mesmos né que é uma imagem da Nossa é é uma autoimagem né do nosso corpo que a gente captura e que é sempre a de certa forma a nunca
corresponde é a realidade é sempre uma imagem né é de certa forma é capturada a partir de lentes né do outro que nos diz quem nós efetivamente somos né então a relação com o nosso corpo é sempre mediada por essa imagem né como se a gente tivesse na frente do espelho a mulher de pirata no ombro dizendo aqui nos diz nós no sopra no nosso vidro quem a gente de fato é como analogia que o contardo calligaris a gostava de fazer né Então a nossa relação com nosso corpo ela nunca é tranquila ela nunca é
sem conflito ela sempre é uma relação de desassossego digamos assim porque a imagem que a gente tem de nós mesmos a descompasso é com relação a nós mesmo né a sempre o apreensão imaginaria que a gente faz a desse corpo que sempre nos escapa tá e na velhice isso se coloca de forma mais efetiva a partir do momento em que o indivíduo vai vivenciando diversas valências corporais nas diversas perdas né atrelados a habilidades que ele possuía e que ele vai perdendo né como não é coisas e me perda de visão de audição é é de
habilidades finas psicomotores né pode acontecer há déficit de memória sobretudo de memória recente né dentre outras questões atreladas né a própria passagem do tempo e sua incidência sobre o corpo desse sujeito idoso então a é o período no qual digamos assim para você manter né aquilo que o frete chamava de sanidade mental a capacidade de amar e trabalharem de sentir prazer né você precisa é de certa forma resgatar aí a nesse sujeito idoso aquilo que há de mais singular nele né aquilo que é de certa forma um movimentou né durante a vida né e que
de certa forma ao ser resgatado pode e com que continue o movimentando né já que o sujeito do inconsciente não envelhece que envelhece é o corpo né Então a partir do momento em que a essa espécie de resgate do singular para além de qualquer categoria universalista E generalista né sobre a velhice a gente pode de certa forma resgatar também aquele que mobilizavam aquele sujeito é sempre tratado no caso a caso é na sua singularidade é para além de qualquer falência corporal que o sujeito possa pirataria experimentando inclusive com relação a enfermidades graves né que deixam
o sujeito acamado que deterioram de certa forma né é enfim a sua memória como causa das tendências voltas né mas a a ideia que a gente tá trabalhando sempre com o que há de singular em cada sujeito é porque o que há de singular em sujeito nunca em Esse é o que há de singular em cada sujeito é sempre aquilo que de certa forma fez com que ele é enfim se mostrasse são no sentido né disse que o frete fala amar trabalhar sentir prazer né então E aí hoje eu trouxe aqui duas situações né de
um escritor angolano radicado em Portugal Valter Hugo mãe do livro chamado a máquina de fazer espanhóis que é um livro construído a partir de personagens e são idosos e que convivem no asilo de velhos e Então essa ideia mesmo desse encontro com real que aponta para uma certa decrepitude corporal né nesse trecho por exemplo né Ele diz olha Isto é violência na terceira idade sabem por quê Porque o nosso inimigo é um corpo o corpo é que nos ataca estamos finalmente o perante o mais terrível dos animais não se próprio bicho o bicho que somos
que decidi que é chegado o momento de começar a desligar nos sentidos e decide como e quando devemos parecer é de que tipo de dor ou loucura pois eu que tenho 100 anos e podia quase ser Vosso Pai quero dizer-vos que ser velho é viver contra o porto o estupor do bicho que nós somos e que já não não suporta mais a violência na terceira idade então Valter Hugo mãe tá falando aqui de forma poética né do que é ser velho se velho é viver contran corpo de ser velho é viver a despeito né da
Falência corporal desse encontro com esse real com essa irreversibilidade do tempo né não há uma reversibilidade nessa flecha do tempo eu não sei que você pensa em ficção científica né mas é uma realidade no ar essa reversibilidade né e a velhice é uma das fases a com a qual todos né Vamos nos confrontar na melhor das e é isso se tivermos a oportunidade é de envelhecer tá a uma outra Mona passagem né na cor ele vai falar o que envelhecer é tornarmo-nos vulneráveis e nada Valentes pelo que enlouquecemos um bocado e somos só como feras
muito grandes e sem ossos medidas dentro de sacos de tela emprestados já não servem para nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas né analogia que ele traz essa metáfora net de Ned de férias dentro de sacos da perda né de uma certa é de um certo tônus né que se mostra na Vinícius saco étnicos ataque certa forma preenchido por que na medida em que o saco é não se mostra totalmente preenchido e já cair né ou de um lado ou de outro enfim essa espécie de flacidez né que a gente pode pensar aí tanto
em termos físicos quanto também temos psíquicos né mas essa é a espécie de volatilidade média de de falta de consistência né a gente pode pode pensar nessas Nessas questões aí como atreladas adelice tá bom bom então né não se pode desconhecer que a efeitos da passagem do tempo sobre o corpo e portanto sobre o surgimento de alguns afetos né E quais seriam esses afetos bom a Vinícius costuma ser um momento no qual o indivíduo jeito né o melhor dizendo ele precisa elaborar várias perdas né É porque ele se depara com o perda de clientes queridos
nos indivíduos que vivem muito passam né pela perna que o mundo presentes queridos pela perda de atributos corporais que eles possuíam e que a própria passagem do tempo faz com que eles percam né algumas habilidades alguns atributos algumas tristezas né a perda de ideais né é o momento e no qual os indivíduos se deparam com aposentadoria né com aquilo que poderia a partir desse momento geraram ou furto mas gera um desconforto um desassossego porque de certa forma o indivíduo que se aposenta ele perde o ideal para delicada o trabalho de ser conhecido enquanto profissional e
quando alguém de certa forma desempenhava né o certo papel relevante isso pode gerar alguns afetos depressivos né É porque o que quer a depressão a depressão é justamente a não elaboração Do Luto então o luto né o luto na verdade é uma expressão de pesar né em função da perda tão se perde um ente querido você perde o ideal você perde 11 e é uma habilidade corporal que você possuía né E E você tem que de certa forma reconhecer assimila e superar nessa perda a substituindo por novas habilidades novos ideáis né o investindo em novas
pessoas porque caso isso não aconteça a surgem então afeto depressivo então a depressão é justamente a identificação do sujeito com o objeto perdido né como Freud fala lá em luto e melancolia o texto bem conhecido dele de 1917 se não me falha a memória é a identificação então do sujeito com o objeto perdido que faz com que o objeto né o cara de falar por todas as letras né é a sombra do objeto recai sobre o eu do indivíduo né então é o indivíduo que identificado o objeto ele se despersonaliza no sentido de que o
eu dele é para é destruído né Por esse objeto do qual ele não consegue se separar ele não consegue abrir mão então nesse sentido né como na velhice avarias perdas há também várias necessidades de elaboração de lutos né E que caso não seja elaborados podem se desenvolver a Fiat depressivos tá então é um dos trabalhos É nessa fase né da perícia é facilitar esse trabalho de luto esse trabalho de luta ele é feito de forma espontânea tá se ele não é feito cabe né o certo incentivo dá para que esse trabalho de luto seja feita
né Para que o indivíduo certa forma possa assimilar as suas pernas e mostrasse potente a despeito delas tá porque isso se apresenta isso é um real né quando eu já disse no encontro com o real é da Ordem da irreversibilidade do tempo está colocado para todos não tem como né você escapar disso a questão é diante desse ao dessa inexorabilidade de uma certa falência corporal né EA de perda de Laços sociais net ligados ao trabalho de entes queridos né enfim é E essas é sentimento de solidão né de desamparo de abandono e etc quizer como
se mostrar potente diante de tudo isso né então algum desafio né a na velhice que o grande desafio é não se tornar impotente psiquicamente então aqui eu tô falando de mim potência psíquica né o indivíduo que de certa forma já jogou a toalha né como se diz aí em alguns esportes ou seja ele já desistiu né da vida e também não se tornar impotente é não desistir antes o impossível que a ver esse determina antes Irreversível que encontro com o real é encontro com o real da decrepitude corporal Então como diante dessa impossibilidade né de
alguém reversível né você não se mostrarem potente você continuar certa forma potente preservando essas capacidade de amar e trabalhar em sentir prazer né esse é o grande desafio que se coloca então aí na velhice tá pelo menos abordando os aspectos psíquicos Olá boa entrando um pouquinho aqui né na noção de velhice mesmo né na noção de ver isso como uma categoria que fala de uma fase do desenvolvimento tardio né E como que essa categoria pode se mostrar iatrogênica né como que em vez de confortar ela pode é diz confortar nela pode certa forma é desassossegar
o sujeito né ela pode causar mão né em vez de causar o bem né iatrogenia tudo aquilo que em nome do bem mostra-se né causador de um mau essa ideia de outro gemia né Tem uma causa é algo que é o tratamento né que se mostra é prejudicial né então é um remédio que se mostra um veneno essa ideia de iatrogenia né levando em conta né o que o termo farma.com lê grego é o mesmo tempo o remédio veneno tá Tá bom então se a passagem do tempo médio semana uma visão estereotipada do Idoso sejam
tópica ideal e seja distópica fatalista estamos diante de um mau uso do conceito de velhice Então a gente tem aqui né É duas perspectivas assim né que é são colocadas sobre a velhice A primeira é a ideia utópica de que a velhice nascer uma fase ideal e aí né muitos idealiza a velhice como o período de Sabedoria né o tão doce e o sábio Será que ele quer uma experiências ao longo da vida seria aquele que possui a compreensão né é sem limites seria aquele que de certa forma é é o indivíduo Sereno né o
indivíduo Então a gente tem essas né essas figuras estereotipadas aí que de alisam né a velhice é como uma fase sem sintoma né como se fosse possível você fluir de uma felicidade né Sem sintoma né O que a psicanálise trás Sobretudo com relação né esse ciclos vitais é mostrar que independentemente né da idade que o sujeito tenha da idade cronológica do sujeito ele vai ter sintoma então tem esse sintoma na infância na adolescência né na idade adulta e na velhice né Zé não existe uma né uma delícia idealizada sem sintoma né que seja sua saúde
né que seja só fruição de um gozo de uma felicidade mede quem atingiu uma espécie de Sabedoria não é uma espécie de dizenit né é enfim data da da felicidade para ver muito bem estar não é propriamente dito Tá e por outro lado tem uma visão de Stop Car e aquelas é um fatalista como se a velhice fosse é um período traje assim do desenvolvimento humano a qual o indivíduo está condenado né então devido e de certa forma está condenado a um certo destino né de decrepitude mesmo de adoecimento né de padecimento de desamparo de
solidão de abandono e etc né quer dizer é esses essas duas noções né é de essas duas visões de de verniz certa forma contribui com o mau uso do conceito não é uma idealiza a outra fá tá lisa é que dizer nessa visão fatalista então não há o que fazer porque na velhice a velhice é um período mesmo de enfim de dano né E então o que que é que é possível fazer aí sim para minimizar estes danos mas os planos estão colocados então é uma certa redução do sujeito ao seu corpo biológico né Por
mais que é de fato haja essa falência corporal e esse dano aí imposto né ao corpo biológico né mas o sujeito do inconsciente né que de essas marcas que a gente recebe do outro né lá na nossa primeira infância né só Relembrando em função de desamparo a gente precisa se alienar a o outro esse outro nos marca né nos fornece a significantes palavras que nos ajudam né anúncios é construir como sujeitos ou seja aturar a nossa autoimagem corporal né É nós recebemos o nome nós recebemos o sobrenome nós recebemos ideais né tudo isso nos Marcos
né E E essas marcas estão lá né aquele que o Freud chamava de recalque bom né dizendo recalque primário Quando se diz um grande sim a essa relação ao outro a gente é marcado de certa forma né É Por Esse outro né E isso nos determina inconscientemente né a gente nos pega muitas vezes ao longo da vida nos perguntando o que que nos faz escolher em determinadas ocasiões o pior né muitas vezes não é você escolhe o pior porque você tá marcado por isso né foi essa marca que você recebeu do outro né E você
nem percebe as cor inconsciente que faz com Pior né mas é como se você fosse vítima aí de um destino do qual você não conseguiria se desvencilhar né é uma ideia de que você já estaria determinado e não conseguiria ser livre a nuca que fica análise bem mostrar justamente E aí você pode se diz alienar desse outro né descobrindo Ou pelo menos tomando contato né com esse significante com essas palavras que te marcaram e que te determinam né então de certa forma é esse sujeito do inconsciente e não envelhece aí é com esse sujeito do
inconsciente é é esse sujeito do inconsciente que deve energia é a com ele que você deve trabalhar né justamente é para se resgatar a potência de sujeito aquilo que o movimento todo né que a sua vida né e não aquilo que na ver esse está o obstaculizando obstaculizando existe isso não é aquilo que está criando obstáculos da vida dele né o OK tá porque quando você reduz o sujeito é isso que eu tô chamando sujeito do inconsciente ao corpo biológico a tendência é a emergência da angústia E aí no outro afeto de energia angústia né
mas é o meu corpo Imagina a gente na velhice percebendo o corpo envelhecer percebendo o corpo de certa forma degringolar e tal mas né você ainda tem a ânsia né de realizar algo feito ou de né investirem em alguma coisa né então é quer dizer por mais que que esse corpo é ele entra em falência você tem como resgatar essa capacidade é que o frete falava de amar de trabalhar e de sentir prazer tá tá bom eu trouxe uma situação né desse livro do Gabriel García márquez né que foi um escritor a colombiano que já
faleceu né na qual ele cita né comecei por me perguntar quando tomei consciência de ser velho e acho que foi pouco antes daquele dia aos 42 anos a ver com o dedo ao médico por causa de uma dor nas costas e estorva vá para respirar ele não deu importância e é uma dor natural na sua idade Falou então desceu o que não é natural é a minha idade Então esse é um exemplo de má utilização da categoria de velhice né quando você começa a patologizar essa fase do desenvolvimento da dizer não é assim mesmo nessa
dor é normal aguenta não sei o que tal né É você fazer o uso de uma categoria de forma tirânica né quer dizer a bom se é natural sentir dor nas costas ninguém na verniz o indivíduo idoso está sentindo dor nas costas eu não vou nem investigar não vou na investigar a causa dessa dor porque ela na verdade isso é natural da tua idade né Ou seja você usa é uma espécie de tautologia alto logia é quando você fica preso E aí você explica uma coisa por ela mesma né é uma redundância e você acaba
de certa forma criando aí um círculo vicioso do pai indivíduo não sai mais né indivíduo ele é então capturado por essa por essa categoria de velhice e ele passa não ter mais voz ele passa no ter mais nós enquanto indivíduo singular que tem uma história né que tem né o é algo que difere dos outros indivíduos da mesma idade ela a grande sacada e da psicanálise é você resgatar isso que há de singular nele né dessa dura ela pode tá falando de tanta coisa né Essa dor pode tá falando hein Essa dor pode ser inclusive
um sintoma psíquico um sintoma né é usado o efeito psíquico Nec foi convertido para o corpo tá então é enfim a uso o uso da categoria velhice né quando você idealiza não é o quando você for tá lisa né Não velho assim mesmo e tal né no sai daqui no saco e tal é Porque de fato você tá fazendo um mau uso desse conceito né E esse uso necessariamente deve ser repensado se você almeja Neo visitar terapêutico que seja eficiente na minimamente eficiente tá bom ai cai na questão da patrulha patologização da perícia né da
Polly falava para vocês né que tem que andar doença em detrimento do valor de verdade o sintoma e pela ausência de implicação subjetiva e um mau tratamento ao real da ver isso não existe tratamento possível uma delícia e Concebida como um mal natural ou se você consegue a ver esse como um é natural você só só tem como por esse mal um bem É o bem concebido aprioristicamente né acontece que a gente não sabe o que é melhor para esse indivíduo idoso né ele mesmo é que tem que trazer é né Essa é na sua
própria autonomia esse discernimento sobre aquilo que para ele de fato construir um bem né ah não não há como e na velhice é comum as Em certas invasões né sobretudo e familiares né é quem invadem a vida do familiar idoso né que tira o certa forma autonomia que tira o é o certo poder decisório é muito muito familiares inclusive controlam né aposentadoria é uma coisa de uma vigilância na imensa incrível né ah e que gera a infantilização né como cio né como naquele filme do Benjamin planta né É como se é o velho né É
tem desse a infância né é como se o velho revi viés esse né uma infância né como se ele certa forma é voltasse aos tempos áureos da Infância no pau não se tinham autonomia no qual se Depende de monstro né enfim é como se é é como se a velhice me mandasse esse tipo de intervenção que não é verdade é quanto mais quanto maior né a preservação da autonomia do poder decisório na medida do possível obviamente né mas quanto maior a potencialização Neves esses valores da economia o acessório né a mais desejante a ruim devia
de se mostra né e mais disposto de certa forma né a superar essas perdas né que a representa bom então a velhice como Álibi né é eu trouxe esse trecho né que pede um texto de Ângela mucida é uma psicanalista aqui trabalha muito com a noção de Felícia né E ela diz o seguinte né posição de vítima ou de alguém tragado por um destino o quanto Clébio planeado para alguns de verniz não oferece saídas tão fácil necessário na direção tratamento do Idoso implique se com aquilo que ele se queixa então Freud é muito conhecido essa
passagem né que Freud faz a no caso vitória né Dora foi uma paciente uma das primeiras pacientes que ele atendeu era o caso de histeria né na qual Dora se queixava muito né É a ser joguete na mão dos homens né de uma determinada família e aí a o Freud fala tá tudo bem isso eu já entendi você se deixa disso mas qual é a parte que te cabe nisso do que você se queixa né então Freud traz é uma implicação subjetiva dela necessariamente nisso do que elas queixa porque de certa forma é muito fácil
canais papel de vítima do mundo é se queixar de uma desordem do mundo dá para não faço parte que a figura Gabriela a uma rede Eliane já então a bela alma recriando é aquela que se queixa de uma desordem do mundo mas não faço parte dela é só vai vítima eu tô aqui né é de certa forma é sendo submetido a esses detalhes né O que o Freud é mostra que de fato a uma escolha inconsciente aí e é algo implicação sujeito com seu sintoma né sem isso não é tratamento possível não é quando ele
diz a implicação do sujeito com seu sintoma ele tá falando que o sintoma é a paradoxal tipo mais que causa sofrimento por causa também satisfação então numa distância causa né como somos sujeitos divididos né Consciente e inconsciente numa distância para uma Instância causa é desconforto Dá sossego sofrimento e para outro que satisfação né gozo é então assim não se abre mão de um sintoma facilmente o por isso porque ao mesmo tempo que a o sintoma causa é desprazer ele causa também prazer né ao mesmo tempo em que ele é um tormento ele é também o
alento ta dependendo da instância psíquica Que Se considere e também por sua vez o sintoma ele pode proporcionar o enodamento do sujeito que a gente vai ver e aqui tá ou seja o sujeito pode ser engraçado por um sintoma da o sintoma pode certa forma promover um lá sido sujeito a partir da identificação dele como com esse sintoma tá bom então a isso só se processa né a implicação subjetiva com a própria queixa só se processa quando as escuta né quando se o escuta como sujeito do inconsciente para além de qualquer ideia generalizada de velhice
e para além da suposta fragilidade corporal encontrada em muitos idosos tá então se vocês partem do pressuposto que os idosos são vítimas né e sejam vítimas nada né da biologia ou da NET uma sociedade que os elimina enquanto sujeitos né É do direito enfim é bom isso existe Claro claro é mas vamos colher também consciente ao escolha né esse colocar nessa posição de vítima né ao escolherem permanecer como sintoma E é isso que né a gente tem que de certa forma é e trazer à tona né é esse nível de escolha né Por mais que
seja inconsciente é uma escolha a oi ou então o singular insiste né despeito da passagem do tempo é isso eu já já comentei né que a delícia Ciço ela não modifica os aspectos psíquicos estruturais do ser falante Então quais seriam esses aspectos psíquicos estruturais caráter de fixidez do sintoma sua função de amarração de estrutura e o Bozo que sub que subjaz tá então a velhice não modifica os aspectos psíquicos estruturais dos e falantes quais são sempre resposta singulares ao real da vida cada um vai ter uma resposta aqui é diferente da outra não existem dois
sujeitos iguais não existem dois idosos iguais tá é a própria categoria de idoso né de velhice ela é múltipla No sítio dela com o tema diversidade de sujeito a ver isso não traz em cena outro sujeito é nesse sentido que a gente pode dizer que o e consciente não envelhece' né é uma passagem do Valter Hugo mãe mostra isso muito bem né quando ele disse que quem fomos a sempre as né quem for usar de sempre estar contigo e tem somos por mais que mudemos ou aprendemos coisas novas e bom então inconsciente não envelhece né
essa ideia né ah os conceitos fundamentais os pais a psicanálise era não são desenvolvimentistas ou então não há uma uma linha evolutiva do desenvolvimento e tende é ao a uma finalidade específica né é quer dizer desde Darwin né A Teoria da seleção natural das espécies de Darwin mostra uma linha evolutiva que não tem o Telos não tem uma finalidade né qual é a finalidade da evolução humana nenhuma né não a finalidade é da mesma forma é ficar mais não trabalha com o Telos da uma finalidade né então se enternece né Para né atingir Tais objetivos
etc e tal né do freio de fala da capacidade de amar trabalhado em sentir prazer e para sem fim da pulsão sexual EA pulsão sexual justamente aquilo que diz naturaliza qualquer extinto né então você falante o ser humano e não tem um instinto que o dia na escolha do parceiro ele não tem um instinto que é o Tranquilize na hora da morte né que tudo isso foi desnaturado diz naturalizado Desculpem a ponto da gente só conseguir aprender o que é o sexual e o que é a morte pela internet a palavra foi internet da linguagem
Isso é o que nos humaniza Isso é o que nos caracteriza Tá então não ao não ao uma linha do desenvolvimento que tem de uma finalidade porque isso foi desnaturalizados foi desconstruído na verdade é cada indivíduo constrói não é a sua própria evolução a partir do uso que ele faz a linguagem da vida do dese É né mas eu desejo Manda ele aponta para vários objetos diferente do médio Instinto Animal que aponta para um só né o animal selvagem ele sabe muito bem o que buscar uma parceria sexual o ser humano não porque os encontros
são aos ao acaso e nada garante que vai haver um bom encontro tá então não há nada que nos dia né Ah quer dizer uma mãe não sabe aprioristicamente o que o bebê né o seu filho quer quando chora é da mesma forma um pai também não sabe né da mesma forma é casais Não nunca sabe o que esperar do outro né as nossas relações elas são as relações humanas elas são sempre né intermediadas pela palavra é é isso que é psicanálise traz à tona e de fato é por Freud é uma outra from uma
outra fonte de mal-estar são as relações as relações e a Porque por mais que a gente tente modulo alas né pulei sociais regras normas essa modulação sempre está aquém daquilo que seria necessário Há sempre um descompasso né entre aquilo que a gente espera dessas relações aquilo que essas relações efetivamente nos proporcionam a justamente porque a intermediação da palavra faz com que isso seja desnaturalizado tá Ah pois bem o inconsciente é atemporal não o inconsciente não conhece o tempo e o sintoma atualiza sempre marcas primordiais e verdade e a verdade inscrita no inconsciente é então aos
sintomas que certa forma se repete a vida inteira do sujeito é e muitas vezes o que vive uma vida inteira te conhecendo esse sintoma né ele se queixa de cometer sempre os mesmos erros Ah não sabe abrir o que o leva como é que faz erros né a desconhece essas determinações inconscientes que leva ó fazer as escolhas e eu fiz um tratamento analítico faz a justamente possibilitar o indivíduo que ele tome contato por isso que o determina e que ele desconhece tá E aí então uma outra situação né não se pode pois afirmar que a
velhice modificaria por si só a satisfação obtida no sintoma né Tá então é essa ideia mesmo de que algo que se repete Ao que se repete né é o que insiste né e que e que nos determina e plataforma por nós desconhecemos é como se fosse mais forte que nós né É como se nós não conseguimos nos desvencilhar disso né Aí quando eu falo isso é a distância que o pai te amo disso né que é justamente o reservatório funcional né onde seguiram funções né e a função é isso a função tudo que ela quer
é se repetir se satisfazer da desconhecendo qualquer outro é princípio em qualquer outra regra ou Norma TAM Tá bom então para além do amor ao sintoma né amor é um sintoma é um tendo Freud sódio quando ele tava explicando quando estava estudando casos de Psicose ele disse que o Psicótico ama o Delírio Como assim mesmo né uma frase assim lapidado Freud o que que ele tá querendo dizer com isso a hora que o Delírio é uma questão de vida ou morte né pra que isso jeito que peguei era o delírio na verdade é aquele promove
o enodamento naquele sujeito o Delírio é uma tentativa de reconstrução é uma tentativa de cura né Por mais que ele re construa o mundo né dele que ruiu né é de forma inversa aquilo que efetivamente era né a querer mais o Delírio é uma tentativa de reconexão afetiva né do delirante com o mundo tá o mais que sinta perseguido né a qual a bicicleta mais é uma tentativa de é conexão né o a conexão afetiva o Delírio então né e não só o Delírio eu tô falando sintomas sintomas neuróticos né sintomas psicóticos né eles são
então é modos de gelo damilto eles podem servir como em Lace subjetivo para que a pessoa né se a gente pensar o sintoma como um quarto é o que modo os outros três o Real simbólico e Imaginário então é um exemplo né que eu costumo dar né É do romance de Machado de Assis chamar de Helena então foi menos romances que Machado de Assis inscreveu ainda na sua Juventude e Helena é uma personagem é oriunda de uma família pobre né é a filha bastarda uma figura eminente da sociedade brasileira do final do século 19 a
se não me engano é o Comendador Ah é Então Digamos que sejam comendadores que Comendador ele tem uma filha fora do casamento em função né de traição conjugal E e esse Comendador morre e mas antes de morrer ele deixa o último pedido é para essa família a família oficial dele né é que de certa forma sabia da existência de Helena mas fingi que não sabia para manter as aparências né se último pedido do Comendador em que Helena fosse é acolhida pela família é oficial do governador então adiante desse pedido Helena Então passa a viver na
Casa Grande a Helena que era alguém que vivia na senzala vai vai passar então a morar na casa grande e ela vai de certa forma se conectar afetivamente com essa família que ela te conhecia tá então né É É por intermédio da identificação ao sintoma que as e dessa família tinham quero sintoma de enxaqueca né ou dor de cabeça muito forte né Não sei se necessariamente enxaqueca Mas enfim né a vó é dessa família tinha enxaqueca a mãe te enxaqueca a irmã né por parte de pai de Elena tinha enxaqueca Helena então enquanto é inscrição
aí de uma filiação simbólica nessa família passa desenvolvermos plaqueta é ela passa a se identificar a esse sintoma como forma de filiação simbólica como forma de enodamento né a família que ela tem tantos conhecia tá exercice retira esse sintoma por mais doloroso que seja de Helena é ela cai aí numa Crise existencial né de ser a filha bastarda né não e na e que não e que nunca de certa forma iria conseguir enfim pertencer efetivamente essa família né o sintoma aí é o que garante esse grau de pertencimento dela essa família tá então a o
paradoxo dos sintomas que eu já falei né apesar de sujeito deixasse sintoma isso não implica que ele queira ou possa dele se livrar a primeiro porque a um ganho no sintoma tá para te falava de um grande primário Ou seja é por mais doloroso que ele seja alma satisfação ou sintoma Ok E também porque o sintoma pode estar promovendo esse em lá se esse enodamento psíquico do sujeito Então são dois motivos aí pelos quais o indivíduo não abre mão do seu sintoma é facilmente tá a queixar-se dele não significa estar disposto a abrir mão dele
tá e eu tratamento é tanto mais de viagem tratamento Sic comédia tanto mais viável quanto o indivíduo esteja disposto a se livrar dos sintomas tá Oi e aí chegamos então ao ponto né para conclusão né eu vou citar daqui a pouco eu falei o caso clinico que eu tirei de texto de Ângela mucida né é que fala dos sintomas corporais na velhice como forma de mandamento psíquico é de como que é esse sintomas que emergem no corpo eles podem estar fazendo uma função aí tem uma função de um é de dar um uma consistência preço
jeito que não é que sem ele não teria consistência é é algo né dessa dessa ordem é por isso é que é É perigoso assim você é retiraram os sintomas do sujeito sem perguntar na história daquele sujeito aqui esse sintoma responde é desse sintoma editar e tá fazendo função de que ali na vida desse sujeito né então observa-se o predomínio para muitos idosos de sintomas corporais como maneira de tratar certo esgarçamento da Imagem e do corpo é bem como uma maneira privilegiada e ter ser laço com o outro é um fragmento de caso clinico para
mostrar isso como é que um sintoma Copel pode ser uma né uma forma de indivíduo não perderão nossa o outro é e e ao mesmo tempo dele de certa forma é continuar aí se apropriando né do próprio corpo né é resgatando uma certa autoimagem corporal da qual ele não quer abrir mão é o sintoma é como aquilo estádio que permite ao sujeito de certa forma se notar né É E e evitar que ele caia no despedaçamento né e seria um momento de crise é isso se chama de colapso mental de crise da que seriam despedaçamento
né E como que o sintoma após de certa forma e promover né essa esse andamento Oi e esse lá se tá então eu vou passar agora por causa do clínica trata-se de uma senhora de 77 anos que no primeiro encontro antes mesmo porque falar analista vai ao toalete o 3 vezes consecutivas perguntada sobre o que ela extrair a dessa forma do corpo frase que há de pior na lista de maneira não programada ela responde prontamente minha vida de m**** e chama atenção e causa surpresa não apenas a precisão do significado de utilizados mas a rapidez
com que foram recolhidos indicando que ela não necessitavam de tempo para trazê-los ao analista ao contrário é uma forma eficaz de expor sua maneira de gozar nessa direção é curioso é que essas vidas ao toalete só se apresentaram nos primeiros encontros o PT expulsar fezes é um sintoma que acompanha desde a tem na idade quando lembra-se de que a mãe era obrigada por indicação médica ficar com ela no toalete durante longos períodos para que levar classe de tem um fezes ela bonitinho a sua atenção mesmo que isso não significasse necessariamente amor como se depreende no
curso dos últimos o pretão estou essa vida de m**** não podia ser expurgada pelo Real das fezes deixa do sempre algo a ser tratado o restinho prestes a sair te mostrando que algo do sintoma permanecer intocável essa relação de ódio e Amor em relação a mãe e que se estendia a toda a família não podia ser tratada pela síndrome dos intestinos irritados diagnóstico médico que ela se serve muito bem para traduzir o núcleo de seus sintomas explicar a resistência cura hoje cumpria uma função o cabelo esse ativamente com corpo submetendo-se a várias intervenções para tratar
a de marcas do ódio e da falta de amor ela faz desse sintoma um meio de obter a atenção e olhar do outro engoliu muitos sapos como afirma sertanejo é linda também uma série de especialistas tratamentos E toda sorte de medicamento mas dando a eles o mesmo Destino Dado às fezes a saber sobre o resto para ser tratado sobre a forma de números residências médicas e a condução desse caso mostrou de modo limpa a resistência do sintoma e aquilo que resiste a ser curado da obra da fala que pudesse nomear suador como sinalizou seus órgãos
de choque estômago e intestino lá vão por ela órgãos de choque entre aspas né revelam-se como significantes precisos e traduzem sua maneira de escrever no corpo mesmo sem saber sua forma de gozar e sua interpretação da demanda ou do Desejo do outro tá atualizando marcas precoce de uma infância marcada pela presença do ódio esse sujeito demonstra que somente passando pelas vias do amor torna-se possível abrir outras formas de laço com o outro é a questão de como viver sem esses sintomas se fez presente na análise de diferentes formas enlaçando se também aos ganhos obtidos da
convivência com duas irmãs com as quais ela compartilhado a mesma casa e que como acertou certa vez estavam magrinhas de tanto se preocuparem com ela na direção do tratamento tornou-se claro que além da atualização de um sintoma antigo ao qual ela se tente ficava esse associava-se aos efeitos da passagem do tempo em especial ao medo da solidão e do isolamento a divinos para muitos idosos a questão central a questão central construída em seu processo de análise e foi como ser amada sem pagar o preço tão alto com sofrimento corporal E se o que foi uma
vez marcado não se apaga jamais uma das funções analista é oferecer meios para que o sujeito possa falar escutar o que diz e o que não diz abrindo novos sentidos aquilo que não se modifica
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