olá sejam bem vindos a mais um diálogo saque na tv unesp hoje nós conversamos sobre psicologia e políticas públicas nossa convidada é a professora da universidade federal fluminense adriana aiko adriana muito obrigado por sua participação aqui em nosso programa e eu agradeço obrigada pelo convite adriana você trabalha nessa área da psicologia social e como a gente pode caracterizar esse tipo de psicologia essa área da psicologia com a psicologia social ela é um conjunto tanto de abordagens teóricas e práticas técnicas que têm como pressuposto o olhar da psicologia que entende o fenômeno psicológico oriundo também das
questões que são desenvolvidas no campo da sociedade então a gente compreende a subjetividade enquanto um processo também de desdobramento de múltiplas determinações das questões sociais que a população brasileira vivência no seu cotidiano que em verdade não há uma área específica de atuação mas sim toda uma forma de compreender essa realidade vivenciada pelas pessoas atendidas a partir desse recorte de como que esse sofrimento de como essas potencialidades individuais estão refletindo também aquilo que se desdobra no campo da vida concreta então a gente parte do pressuposto que não há uma separação não é uma divisão entre o
que é o indivíduo ea sociedade ao contrário há uma relação que é determinada de forma dialética e isso vale para qualquer área de atuação seja no campo por exemplo da saúde da assistência social na relação com a justiça no campo da educação entre tantas outras áreas de atuação da psicologia a psicologia social nos ajuda exatamente a compreender o fenômeno psicológico a partir dessas bases e aí vem uma relação direta com a questão das políticas públicas que a opção grande tema de edição é exatamente porque o campo das políticas públicas ele vem responder a uma demanda
que diz respeito às próprias lutas sociais da categoria da população brasileira tendo em vista dar tinha de seus direitos direitos esses que estão garantindo certa forma pelo menos do ponto de vista formal na própria constituição brasileira o direito à educação direito à saúde direito à segurança né direitos estes que precisam de alguma forma estar em é presentes no estado a partir de ações estruturais junto à população então as políticas públicas é esse conjunto mesmo de ações e práticas de intencionalidade do estado tendo em vista a própria o atendimento a esses direitos e garantias fundamentais da
população e como psicólogo não é que tem essa abordagem da psicologia social ele vai articular junto com outros atores da sociedade para promover políticas públicas e só é muito importante porque a psicologia ea categoria profissional da psicologia entra enquanto um processo de profissionalização mesmo da psicologia no campo das políticas públicas só que isso não se dá de forma neutra não se dá de forma apertada das próprias lutas reivindicações enfim da sociedade então é fundamental ter em vista que o princípio da atuação do psicólogo quando está no campo das políticas públicas é contribuir para a garantia
desses direitos principalmente na população que a gente configura como aquela que está mais vulnerabilizados que está mais aviltada na garantia de seus direitos como que nós pelo fazer específico da psicologia em diálogo com estes atendidos em diálogo com os coletivos grupos atendidos e também em diálogo com outros profissionais que atuam no campo das políticas públicas conseguimos construir práticas que visam essa garantia de direitos também né então de fato é um campo que se caracteriza pela multidisciplinaridade o campo que se caracteriza pelo diálogo que deve ser constante ele acaba sendo muito profissional também nesse sentido de
dialogar com o pessoal do direito sim de outras áreas conhecem sim de serviço social da medicina no campo da terapia ocupacional fisioterapia tanto profissões do campo da área da saúde dá mais oriundas das ciências sociais às ciências humanas em verdade o fenômeno humano ele não é cortado por disciplina então quanto mais a gente puder ter esse olhar que transversalizar de fato todos os saberes em prol da garantia do direito a gente está chegando mais próximo de atingir esse objetivo e a gente tem alguns exemplos adriana que a gente possa ponto a de que o trabalho
efetivo de um profissional da psicologia tem fomentado algumas ações em prol desse sujeito sim a gente tem várias formas de pensar suas contribuições por exemplo no campo da saúde mental principalmente tendo em vista a partir da lei 10.216 que foi promulgada em 2000 e uma chamada lei da reforma psiquiátrica esta é uma lei que reorienta a forma de atenção e cuidado em saúde mental no nosso território brasileiro tendo em vista as práticas antimanicomiais ou seja a vida em liberdade o cuidado no território então você vai pensar em sair e pegar esse sujeito que possui ou
está passando por alguns momentos de sofrimento psíquico intenso e compreendendo não a partir do chile mandar sua doença do seu diagnóstico psiquiátrico em si das suas potencialidades a gente faz isso em diálogo por exemplo com os profissionais da terapia ocupacional que nos ajudam a pensar e ajuda a pensar o projeto terapêutico singular desse sujeito no sentido mesmo de compreender quais são as atividades que eles se vincula quais são as formas de autonomia que ele vai também construindo na forma de se relacionar na produção de vínculos a gente vai dialogar com os profissionais do serviço social
que atua no campo também da saúde mental buscando compreender como que se dá como que se configura a vulnerabilidade que sujeito está inserida quais são a de repente quais são os processos de geração de renda os processos de garantias mesmo por meio por exemplo de benefício de prestação continuada que podem ser dados a esse sujeito que podem que fazem parte dessa política da assistência social a gente pode pensar no campo da educação é um direito que muitas vezes é negado uma boa parte da população brasileira como que resgatar a possibilidade também de retomar estudos retomar
o processo de contato com a cultura quanto que isso é fundamental para que esse sujeito possam cada vez mais construindo o processo de autonomia e não autonomia pensado no nível individual mas uma autonomia que insere nesse território que o faz transitar nesses processos né enfim há um diálogo que precisa se dar nas diferentes formas como por exemplo também diálogo com os profissionais do campo da medicina né a gente vivencia uma realidade que o nosso país é um dos que mais consome e medicações psiquiátricas psicossocial instâncias psicoativas então a gente também precisa nesse sentido enfrentar um
debate que não está só localizado no campo dos profissionais da medicina mas também em outros campos que é o processo da medicalização né como ofertar formas de tratamento que não sejam necessariamente por meio da medicação que não seja um medicamento anti são formas de atenção e cuidado que dizem respeito à garantia desses direitos mas que se dão por outras vias de tratamento não somente no recebimento da medicação enfim um outro espaço para pensar essas políticas públicas também ao sistema prisional mas sobre isso a gente comenta daqui apontam que o diálogo se faz uma pausa e
já volta estamos de volta com diálogos hoje nós conversamos sobre psicologia e políticas públicas com a professora da universidade federal fluminense adriana e com adriano nós comentávamos a importância da psicologia trabalhar com essa visão holística né do indivíduo da própria sociedade para promover políticas públicas algumas mudanças e você atuou enquanto o psicólogo junto ao sistema prisional brasileiro eu gostaria que você comentasse um pouco pensando nesse sistema prisional como que essa articulação da área da psicologia é fundamental pra de repente acarretará políticas públicas de melhoria para esses indivíduos que estão presos tá ok não é verdade
meu interesse para o campo do sistema prisional se deu quando eu fazia universidade cursei o curso de psicologia aqui na unesp de bauru então foi o momento em que eu pude de adentrar aos cargos e conhecer essa realidade um pouco mais de perto e sempre digo quando a gente entra dentro de uma prisão a gente nunca sai incólume de tudo aquilo que é vivenciado nesse contexto então nesse sentido a um processo que foi se construindo a partir de então momento da minha formação que foi de garantir uma forma de atuação profissional que pudesse de fato
contribuir para o minorar ou de fato superar todos esses processos de sofrimento que são oriundos do contexto do aprisionamento da privação de liberdade do aviltamento dos direitos que sujeitos estão ali submetidos eu fui psicóloga do sistema prisional na administração penitenciária do estado de são paulo atua em regime fechado junto a presos homens e também no hospital de custódia de franco da rocha com os chamados louco infratores que são as pessoas que cumprem medidas de segurança o processo de trabalho dentro do sistema prisional falando do ponto de vista da psicologia ele é bastante contraditório porque de
um lado a gente acaba respondendo a uma convocação histórica no lugar que a psicologia é colocada enquanto aquela que produz a chamada psicologia do testemunho ou seja aquela que é capaz de conseguir definir qual é a verdade principalmente a verdade tomada nos processos jurídicos como um peso bastante fundamental e de outro lado tudo que conseguimos conquistar enquanto sociedade brasileira e também conquistar como formas de atuação da psicologia que visam superar essa visão da chamada psicologia do testemunho no sentido mesmo de nos tornarmos profissionais que antes de mais nada são profissionais da garantia de direitos ali
então o papel ele é um papel fundamental no sentido de poder articular redes de produzir formas de atuação que também dialoguem com políticas públicas que sejam que sejam levadas ao sistema prisional e que façam interface com essa instituição que é tão fechada nós no sentido de preservar os seus direitos humanos a quais a esse cidadão ainda tem direito sim sim porque a de acordo com o estatuto legal do aprisionamento no nosso país a gente tem que há uma função declarada datena é que seja aquela de alguma forma retribuir o dano que aquele sujeito cometeu com
ato considerado delituoso aliado a um processo que se considera d é ruim ser são profissional reintegração social também desse sujeito só que essa função declarada datena quem conhece de fato o sistema prisional percebe que ela está fadado ao fracasso né em verdade o sistema prisional brasileiro assim como o sistema prisional no mundo todo acaba sendo um grande espaço de contenção e também de aniquilamento essa subjetividade né a gente até utiliza a tecnologia das ilusões re a ilusão da reabilitação a ilusão da ressocialização da reintegração como se isso fosse possível dentro de um contexto que é
de alta violação de direitos humanos então seu pato dessa reflexão que a crítica sobre o próprio papel dessa instituição estar ali dentro como psicóloga me coloca diante desse dilema vou reforçar uma instituição vou atuar para que a instituição continue promovendo esses processos de aniquilamento de individualidades processos de aviltamento de direitos ou vou buscar dar antic ao menos esse sujeito consigam construir a ponte com a vida que fora ou seja construir o processo de liberdade então esse debate é um debate muito intenso no campo da psicologia na interface com direito qual o lugar que ocupo qual
é o meu cliente quem eu devo atender o sistema de justiça e esse sistema que aí está e que infelizmente entende que cada vez mais o aprisionamento é a forma de resolver as questões sociais ou eu vou atender de fato esses sujeitos quando eu olho suas histórias de vida fica muito bem claro que são sujeitos que passaram por diversos movimentos de retirada dos seus direitos das suas garantias fundamentais então é este o momento de virada nec uma boa parte da nossa categoria profissional hoje da psicologia se coloca no enfrentamento à própria psicologia que se construiu
na relação com a justiça de forma hegemônica perspectiva que a gente tem adriana se ainda um pouco deficitário sln tem um dilema é polêmica e até contraditória bom a gente tem um campo bastante complicado um campo que infelizmente do ponto de vista inclusive das demandas sociais está pautado pela lógica demais encarceramento de penas cada vez mais duras ou seja é um debate altamente punit vista como a pedra de toque da mudança da própria sociedade brasileira como se o processo de punitivista pudesse transformar a realidade brasileira enfim então esse debate precisa ser travado diante das políticas
públicas da inserção da psicologia nesse contexto de alguma forma também temos avanços são pontuais ainda são avanços residuais que a gente precisa fazer com que eles de fato se implementem um exemplo de avanço que considera um grande avanço foi a elaboração da política nacional de assistência integral à pessoa presa pessoa em privação de liberdade uma política que foi organizada em conjunto pelo ministério da saúde e ministério da justiça e que prevê que o sus o sistema único de saúde seja de fato implantado nas unidades prisionais de modo que profissionais que atuam em unidades básicas de
saúde como enfermeiros médicos e a depender do tamanho da equipe também profissionais do serviço social da psicologia possam fazer esse trânsito de fora pra dentro então vejo aí um espaço uma forma de a gente conseguir minimamente produzir alguns furos nessa instituição total instituição total ela tem engrenagem muito arraigadas engrenagens que vão gerando forma de tortura e de maus tratos em uma forma da gente conseguir minimamente transpor essa realidade é produzir uma interface um pouco mais constante da sociedade com que ali ocorre então eu vejo também aí uma possibilidade de quem sabe a gente conseguir produzir
mais visões críticas sobre o próprio cárcere e isso ocorre também na formação desse profissional psicólogo mas sobre isso a gente comenta daqui a pouco o diálogo faz mais uma pausa e já volta estamos de volta com diálogos e hoje nós conversamos sobre psicologia e políticas públicas com a professora adriana e com adriana nós comentávamos a questão do sistema prisional da importância de se socializar algum tipo de informação a respeito de lidar com os diferentes sujeitos eu gostaria que você pontuação um pouco como está a formação desse profissional psicólogo pra lidar com essa questão dos direitos
humanos e na defesa de políticas públicas essa é uma questão muito importante porque de certa forma a gente vivencia a partir de 1996 com a mudança na lei de diretrizes e bases da educação um grande boom de universidade de cursos de formação em psicologia né então a gente vem acompanhando o número cada vez mais crescente de psicólogos que estão se formando e que também de alguma forma isso nos coloca diante do debate da qualificação dessa formação desse processo de formação bom é fundamental que as faculdades dos cursos de psicologia tenham em suas estruturas em suas
diretrizes curriculares é a própria lógica da política pública e do psicólogo atuando nesses espaços como disciplinas como estágios obrigatórios que favoreçam de certa forma um processo de formação que também ajude esse profissional que vai ser lançado no mercado de trabalho a sair com uma lógica que não somente aquela lógica dominante hegemônica que é da psicologia clínica do consultório particular pesquisas recentes que foram feitas como senso do conselho federal de psicologia dentre outras apontam que hoje o profissional da psicologia que atua exclusivamente com a psicologia em sua maioria é assalariado e som dado interessante porque nos
mostra que a nossa profissão que surgiu em 1962 como profissão regulamentada no território brasileiro surgia como um caráter de profissional autônomo ou profissional liberal e que hoje ela está se caracterizando a partir do assalariamento estamos nos proletarizada os profissionais da psicologia e quem nos emprega a maior parte dos profissionais está atuando no campo das políticas públicas da saúde e da assistência social entre outras da educação da justiça enfim ou está atuando em ongs organizações não governamentais um terceiro setor mas de certa forma tantos esses dois pólos de terceiro setor como da administração direta estatal a
gente percebe que são formas de atuação ligadas à garantia de direitos ou seja a universidade precisa dialogar com essa prática a universidade precisa dialogar com que hoje está sendo exigido da psicologia nesses contextos também é fundamental que o campo das políticas públicas seja introduzido cada vez mais na própria formação da psicologia ea gente sabe que muitas universidades já tem feito esse debate já tem introduzido já tem organizado formas que a própria formação profissional já dialogue com esse campo você vê enquanto convidada da semana do congresso de psicologia da unesp em bauru e essa troca de
experiência cada vez fundamental para que a gente conheça trabalhos é como o do bruno simões que nós vamos ouvir no ponto de contato de hoje com populações indígenas trabalhos importantes a psicologia tem pra fazer com as populações indígenas não é exatamente diretamente só com as populações indígenas né é a desconstrução de um imaginário coletivo que existe com relação às populações indígenas de toda a sociedade nacional acho que dá para dizer da sociedade latino americana de maneira geral que é uma ideia como injustificada dessas populações né é tem mais ou menos que a gente pode definir
como duas pontas duas formas de se imaginar se construir um deles é dizendo que essa é como se ela fosse uma população parada no tempo que remete a muitas idéias do do tema atrasado do tema primitivo neco é como se eles vivessem como se tivesse obrigação de serem congeladas no tempo vivendo um tempo ainda que é como se tivesse um século 16 e que mesmo assim imaginário sobre os índios do século 16 também a imaginar constituída a immaginare real então de todas as formas é um é uma idéia notificada dessa população né e que hoje
por exemplo uma forma são importantes que dá bem essa dimensão hoje por exemplo 40% da população vive no meio urbano né é essa populações que estão absolutamente é um contato com a sociedade nacional de maneira geral essa idéia de um dia na isolado que vive muito que vive num espaço florestal é um sem contato com a chamada civilização chamado meio urbano isso é é uma construção que ela ela só vem a dificultar cada vez mais o trabalho que quer fazer com que as pessoas acessem os direitos sociais né aqui a gente construa na sociedade brasileira
a cidade mais justa igualitária para todos incluindo a especificidade e diversidade de cada povo de cada indivíduo é de cada cultura e tal então esse é o primeiro aspecto importante aspecto nível do que a gente pode chamar o imaginário social coletivo um outro aspecto de imaginar social é importante que é a idéia de que o índio ele de alguma maneira o povo a um indivíduo indígenas populações indígenas elas são é menores ou piores do que uma humanidade em geral na intuição aí a ver as palavras como vagabundo as palavras não sabe trabalhar que não gosta
que é bom que que gosta muito de viver que vive que não que não adere a idéia do progresso que atrapalha o desenvolvimento da nação e essas idéias é uma outra ideia também muito colada a gente para perguntar fazer uma pesquisa geral andando na rua e perguntar vai aparecer de maneira geral essas duas coisas né os indígenas notificados indígena romântico que vive ainda um uma idéia de um desligado a um estado natural alguma coisa sim primitivo atrasado como coloquei ou então esse indígena que não consegue aderir aos valores da sociedade moderna valores entendidos como positivos
que a idéia de que você tem que ser um bom trabalhador que você tem que ser uma pessoa que sabe formar uma certa estrutura familiar específica ele é quem será o obedece a valores conservadores da nossa sociedade sabe que a cidade a chamada sociedade contemporânea tem vários em um jogo de valores não é complexo em geral os valores que nós conhecemos com mais conservadores são justamente aqueles que os indígenas são acusados de não aderir o que eu acho absolutamente nada é compreensível que não quer nada dele já que justamente os valores conservadores que são valores
na verdade diminui as o seu status e status quo chegando até às raias da desumanização entendendo que esses povos como se dizia lá no século 16 que não têm alma na verdade ainda vigente esse tipo escamoteado com outras formas mas é inteligente essa ideia de que na verdade no fundo eles não são humanos né isso é uma coisa muito dura a gente percebe que esse é um sofrimento psíquico profundo pelos indivíduos já conversei com muitos indígenas que passam por dificuldades sofrimentos imensos e quando você pergunta o que é que mais te afeta o que você
acha pior muitos deles falam que eu sou humano e não me considero um ano então é se esse aspecto é um aspecto bastante central eu acho que nós a psicologia tem uma coisa para dizer sobre isso temos temos para falar né e um outro aspecto que eu acho bastante importante de ressaltar é a necessidade que a gente tende a perceber uma das características que que perpasse imaginários sobre os povos indígenas é como se eles não tivessem assim capacidade de auto-organização de organização política como se não como se eles não fossem como se fossem capazes de
entender o que acontece na sociedade moderna ponto de não poder se auto gerir se auto gestionar fazer suas próprias demandas se inserirem no no mundo com seus valores então uma das coisas que eu acho que é importante para nós psicólogos é atentarmos para essa diferença que existe entre muitas formas dele essa memória histórica que eles vão constituindo que é sim muito diferente em diversos aspectos mas que não deve ser excluído e como a gente consegue criar essa ponte como a gente consegue fazer esse álbum falar de diálogo intercultural vamos falar de como a gente produz
formas de consenso formas de diálogo de conversa entre diferentes formas tanto sejam elas forma tidas como como mas com as chamadas de maneira geral de ocidentais ou aquelas chamadas de maneira gerais autóctone indígena originário como que a gente produzir soja que a psicologia tem muito pra dizer porque na formação subjetiva dos indivíduos na formação dos indivíduos não indígenas tá muito presente valores que são distintos mas que podem sim dialogar criar novos valores criar novas pontes sempre pensando numa relação de poder se desconstruir isso fazer esse diálogo é você diz construir relações de poder porque existe
uma relação de poder constituinte instituída em que alguns modos de ser são mais valorizados do que outros hegemonicamente falando então é importante que a gente crie diálogo a gente faça essa ponte mas sempre lembrando que estamos falando de uma relação de poder e ao falar da relação de poder você tá falando de privilégios que alguns têm e que outros não têm de acúmulo que alguns têm eo que não tem mais valor que é dado por algumas coisas outra se a gente não faz isso a gente faz uma falsa interculturalidade a gente faz uma falsa um
falso diálogo uma falsa uma falsa é um falso encontro porque um falso e até um falso confronto acho que a gente tem que conseguir elaborar e isso eu acho que é um é uma coisa que a psicologia tem para dizer tem pra tem para ajudar porque existem camadas sutis dessas diferenças que nós da psicologia temos quase um dever ético de de nos pronunciar diante disso é adriana diante do trabalho do bruno de outras experiências que vocês tocaram durante congresso de psicologia da unesp qual a importância disso nessa formação que nós comentamos anteriormente desse futuro psicólogo
bom a realidade da atuação profissional da psicologia ela precisa estar cada vez mais próxima das reais demandas da população brasileira e quando a gente fala população brasileira é um jeito de nominar que às vezes esconde de fato a diversidade esconde de fato as determinações históricas e sociais que formam o povo brasileiro então nesse processo é fundamental que a gente consiga compreender as especificidades os recortes marcadores sociais desigualdade que estão operando por exemplo pela desigualdade racial pela desigualdade ética pela desigualdade de gênero formas que nos ajudam a compreender o fenômeno psicológico enquanto um objecto de intervenção
de atuação e de estudo da psicologia mas radicado nesse pressuposto de quais são os determinantes quais são as mediações sociais que o compõem então compreender de entrada logo no processo de formação inicial da psicologia que a população brasileira não essa coisa de totalmente difusa essa coisa totalmente sem contorno mas que ela tem especificidades é fundamental para uma prática de certa forma compromissada ética e politicamente tem sido um grande desafio então padrão pessoas para os gestores da universidade também para os alunos exatamente um grande desafio e este acho que se coloca como o pressuposto de toda
a prática também do docente né que ele possa cada vez mais refletir na sua prática aquilo que vem ao encontro também do que vivenciamos no cotidiano na vida concreta adriano gostaria de agradecer novamente a sua participação em um programa da tv unesp e eu agradeço muito obrigado muito obrigado o diálogo de hoje fica por aqui se você quiser rever este programa entender um pouco mais da relação da psicologia com as políticas públicas acesse o nosso site obrigada pela companhia e até a próxima o tabaco