[Música] Olá Estamos aqui na disciplina fundamentos metodologia da educação infantil do daremos início ao módulo 4 sobre infância e convívio respeitoso E hoje é unidade um prevenção de violência educação antirracista e gênero então quando a gente pensa né em gênero na educação infantil pode vir muitas questões né na nossa cabeça Ah mas as relações entre meninos e meninas já estão postas desde a educação infantil sim né então muitas vezes quando a gente vai pensar em gênero as pessoas eh vem muitos mitos né na cabeça das da maioria das pessoas Inclusive das famílias então a gente
passou por um momento né onde se falava muito sobre ideologia de gênero e as escolas foram bombardeadas eh fazendo questionamento mas quando a gente vai falar de gênero e educação infantil tem muitas coisas que estão envolvidas e não tem nada a ver quando se fala de gênero não tem nada a ver eh com sexualidade eh não tem nada a ver com ensinar coisas que não são adequadas adequadas para as crianças não tem nada a ver como uma imposição de nenhum ideologia então é muito importante que isto fique fique bem claro né Eh para cada um
e cada uma de vocês então eu trouxe aqui alguns exemplos e o primeiro exemplo que eu trago é de uma pesquisa que é sobre leitura de meninos e meninas tá então uma pesquisa é uma pesquisa que foi feita eh no contexto espanhol está disponível na curadoria para vocês em que se diz assim né leira para meninas e essa pesquisa e vai apontar o impacto negativo das atitudes tradicionais de papéis de gênero dos professores e professoras da pré-escola eh em relação à às habilidades tá que estão relacionadas à leitura dos meninos então o que que acontece
em relação ao gênero Vamos pensar nas brincadeiras por exemplo então é sempre assim ah as meninas elas gostam de brincar de casinha as meninas gostam mais de ter contato com o livro as meninas gostam de brincar de escolinha né os meninos não os meninos gostam de jogar futebol os meninos gostam de brincar de correr os meninos gostam de eh os meninos gostam de outros jogos de outras brincadeiras sempre associadas com com maior uma maior atividade corporal uma maior movimentação corporal né então o que que isso já implica tanto para meninos e para meninas tem um
um livro que chama o mito da desigualdade da Dulce WH E ela diz e ela coloca um exemplo ela fala que estava né é uma família na cachoeira era um pai uma mãe e duas crianças um menino e uma menina e aí na cachoeira o pai o pai fala assim o pai e a mãe né falam pro menino vai pula você tem coragem pula né pro menino pular na cachoeira lá na água pra menina falar não não não pula não você pode se machucar não você não pula não vai pular né então é a partir
dessas relações desde a primeira infância a gente vai criando né muitos estereótipos que a gente vai gerando desigualdade então em relação a isso quando eh professores e professoras né tem algumas atitudes tradicionais e vinculam a leitura a brincar de escolinha ao caderno mais caprichado a letra mais bonita ao desenho mais bonito com as meninas tem um impacto muito negativo nas habilidades que precisam ser desenvolvidas em relação a leitura escrita dos meninos bom continuando com a pesquisa né então meninos cujo professor da pré-escola tem uma atitude tradicional de papel de gênero devem ser menos motivados a
ler do que meninos como professor da pré-escola com crenças mais igualitárias e com essa motivação reduzida por sua vez tendo um impacto negativo no desempenho de leitura dos meninos na escola primária um ano depois então estamos aqui falando de educação infantil Então a partir do momento que esse professor ele interage Qual a interação que ele tem com meninos e meninas vai ter um impo Impacto eh na questão da leitura da escrita da alfabetização lá na escola primária um ano depois tá então por que que eu trago primeiro essa pesquisa pra gente pensar que o que
a gente faz na educação infantil com as crianças vai reverberar durante todo o período de da do Ensino Fundamental e da escolaridade da criança então o que que eu preciso saber né Eu não tenho que eh enfa D que isso é brincadeira de menino que isso é brincadeira de menina né E aí a gente vai ter vários desdobramentos sobre isso né ah o menino aprende a dirigir por exemplo O menino tem a tendência de aprender a dirigir com mais facilidade aí você vai ver as pesquisas o que que mostra né os meninos eles brincam com
o carrinho desde que Eles nasceram praticamente para ter essa essa noção né essa noção de espaço essa essa noção de direito essa noção de esquerda não S de lateralidade e as meninas não são incentivadas a a esse tipo de brincadeira né Então tudo isso é questão de como que se dá as interações O que as crianças aprendem então se eu pensar estou numa sala de aula meninos e meninas precisam aprender ter a mesma o mesmo direito de igualdade de aprendizagem meninos e meninas né então meninos eh podem brincar de carrinho meninos podem brincar de de
casinha meninos podem brincar de jogar futebol meninas podem brincar de jogar futebol meninas podem brincar de carrinho meninas podem brincar de casinha Então os brinquedos e as brincadeiras eles estão propiciados para todas as criança eu fazia uma atividade na minha sala de aula que eu dividia em grupos e em cada mesa eu colocava assim por exemplo uma mesa eu colocava blocos lógicos na outra mesa eu colocava todas as aquelas coisas de de supermercado de de compras na outra mesa colocava talheres copos para brincar para brincadeira de casinha na outra eu colocava pista de de colocava
carrinho com com pista de pista automotiva e cada criança e dividia as crianças em grupos então cada grupinho de criança ia passar por todas as meses então ia ter interação com com todos aqueles brinquedos e com as crianças daquele grupo então eles iam brincar juntos e juntas com brinquedos muito diversos né Isso mostra o quê a importância da gente ter relações mais igualitárias Entre Meninos e Meninas Não separar Isso é para menina isso é para menina a mesma coisa se dá por exemplo Ah esse shampoo é azul do menino esse shampoo é rosa para menina
nós vemos muito isso né na nas creches nas crianças de 0 a 3 anos inclusive em relação à a toalha qualquer toalha para menino qualquer toalha para menina então a gente precisa né superar essas essas divisões então para Além disso só que o que que eu trago hoje eu trago um exemplo que também vai tá no vai vai estar os artigos disponíveis lá na na curadoria sobre o modelo dialógico de prevenção e resolução de conflitos por que que eu trago hoje esse projeto para essa atuação educativa de êxito para vocês porque eh muitas vezes a
gente a acha que trabalhar com com gênero na educação infantil é brincar de casinha e brincar de boneca então eu deixando as crianças brincarem do que elas quiserem eu supero eh todos os os conflitos e as violências de gênero presente no no ambiente da Educação Infantil não eu colocar que todas as crianças podem pintar de azul todas as crianças podem pintar de Rosa eu supero a a violência de gênero presente na instituição de educação infantil não não é só isso isso é o mostrar para as crianças uma sociedade em que a gente pra por direitos
iguais que eh as escolhas precisam ser respeitadas e a gente tem que oferecer a mesma oportunidade para todos e todos isso é uma coisa agora trabalhar com prevenção de violência de gênero na primeira infância é outra coisa então a gente vem de um modelo disciplinador o que que é esse modelo disciplinador o modelo disciplinador é quando assim a criança apronta alguma coisa então tem uma hierarquia aí essa criança ela vai lá pra direção a diretora conversa a diretora chama a mãe na educação infantil existem casos mas é menos né de de de ser suspenso né
ou ter que assinar determinada advertência na ucação infantil é menos mas existe né do que na do que no ensino fundamental Então esse modelo disciplinador ele vem lá na sociedade industrial e da minha geração por exemplo era assim errava sofria um castigo uma punição nós temos um avanço com o modelo mediador o que que é esse modelo mediador o modelo mediador ele tá muito presente nas nas escolas estaduais o modelo mediador é um avanço é um avanço mas tem limites também então o modelo mediador tem uma figura dentro da escola que vai fazer a mediação
de qualquer conflito então por exemplo teve uma briga chama-se essa pessoa que ela é qualificada ela participa de formações que aquela pessoa ela vai fazer a mediação entre essas crianças para resolver o conflito né O que que a gente P O que que o que que a as pesquisas vão mostrar sobre isso é um avanço é é importante é mas precis se quando essa essa figura não estiver na escola eu resolvo o meu conflito Depois eu falo Ah vocês se acalmem e Amanhã vocês conversam lá com a com essa pessoa que tem a figura de
mediador né então esses são muitos dos limites e principalmente por quê Porque se resolve aquele conflito naquele momento né aquela figura do mediador eu sempre falo que é para pagar no incêndio aconteceu conflito e se recorre a esse modelo mediador quando na verdade né a gente precisa pensar numa forma de resolução de conflitos que seja preventiva né que não que que eu vou trabalhar depois que aconteceu como que eu penso uma escola que trabalhe com prevenção de violência eh de gênero tá E depois eu vou inserindo o gênero aos poucos o modelo geológico é o
modelo que eu vou apresentar e para vocês o modelo ideológico não tem uma figura Central né mas a gente vai ter regras combinados e normas que são consensuados com comunidade escolar comunidade de entorno todas as crianças e familiares né Então a partir desse desse combinado que é consensuado são coisas muito simples por exemplo se consensua que naquela escola ninguém vai gritar com com ninguém então ninguém vai gritar com ninguém nem a professora nem os outros os outros funcionários da escola que seja da merenda que seja da limpeza que seja da gestão é feito um Combinado
então as crianças internalizam isso e entendem que isso é um combinado que vale para elas também não vale Só para elas enquanto crianças mas vale para toda a comunidade para toda a comunidade escolar tá então o que que acontece né né no modelo dialógico de prevenção e resolução de conflito a gente vem para diluir essa responsabilidade na figura de uma pessoa só tá então não vai ter mais aquela figura daquele mediador como que entre entre nós entre todas as pessoas a gente vai resolver quando a situação de conflito acontecer e como que nós vamos trabalhar
de forma preventiva o modelo di lógico de prevenção solução de conflitos ele ele vem muito na questão do dos comportamentos que acontecem na educação infantil né então o que que aí vou dar vou trazer vários exemplos né então se uma criança morde vamos falar um pouco da mord então uma criança de 3 anos ela amou 4 anos mas é mais na fase de TR de 2 3 anos uma criança morde o que que geralmente a pessoa faz Sei lá o João mordeu a Maria um exemplo que que geralmente a professora faz na hora da mordida
João você não pode fazer isso João João repete João mil vezes né ela dá o protagonismo para a criança violenta no modelo geológico de prevenção e resolução de conflitos né o protagonismo não é para quem cometeu a violência o primeira coisa que que nós precisamos fazer é prestar apoio paraa vítima é olhar paraa criança que eh virar de go para aquela criança que mordeu olhar pra criança que foi foi mordida e acolher e confortar a vítima primeiro saber se tá tudo bem se a gente vai passar uma pomada acalmar aquela criança né então é a
gente o quê Colocar o nosso foco na vítima Porque quanto mais a gente coloca o nosso foco na criança que é violenta mais protagonismo a gente dá para essa criança né E esse Minimizar não significa a gente não dar importância depois a gente vai vai ter as medidas cabíveis né com aquela criança que não tem nada a ver com o modelo disciplinador quando as crianças são muito pequenas né o as pesquisas vão mostrar que a gente desviar atenção e dar um apoio pra vítima é o suficiente por exemplo a gente precisa estar muito atenta porque
a criança ela dá sinais de quando ela vai morder então quando a criança dá sinais de que ela vai morder a gente precisa desviar a atenção dessa criança porque a mordida ela é uma forma de de comunicação então a gente precisa ensinar as crianças desde desde a primeira infância a se comunicarem eh de uma outra forma tá E aí eu trago aqui agora algumas falas que precisam ser evitadas então por exemplo né e eu já já até comentei na aula anterior agora eu vou dar um pouquinho mais de detalhe então Eh um exemplo pra gente
colocar né nesse contexto de gênero então por exemplo a criança a menina vai pra escola e ela vai pra escola de Sky né na educação infantil as meninas vão muito quando não tem a obrigatoriedade do uniforme as crianças vão muito com com roupas assim às vezes vai de sal de vesti enfim né Não estou dizendo que é roupa propriada e por que que não é apropriada não porque é uma saia que não pode usar Mas porque as crianças eh vão no parque de areia né geralmente eo entraria na na parte íntima das Crianças as crianças
podem ter problema né enfim né O ideal seria as crianças vendia de short camiseta pra escola mas enfim aquela criança vai dear pra escola e aí um tem um menino que levanta sai isso já aconteceu comigo e acontece em muitas escolas os meninos vão lá e levantam a cia da menina qual que é a geralmente a primeira a primeira reação começa a se falar mas também que que essa menina tem que vir de vai pra escola o problema passa a ser da vítima e não do do agressor né então aquele menino ou aqueles meninos eles
precisam entender que eles precisam respeitar as meninas e que eles não podem levantar a saia dela não a menina passar a ser culpada E aí a família receber sim a família pode pode receber a recomendação da criança não vir de sa por outros motivos mas não e aí o que que acontece aí A família vai falar pra criança paraa mãe da da menina que a menina não pode divar porque não é adequado e muitas vezes nem fala nada pra família dos meninos como se fosse normalizando e banalizando toda essa situação então é muito importante eh
é que a gente preste muita atenção na vítima não são os meninos que estão levantando a saia da menina das meninas e aí se a gente for é transpor pro nosso contexto atual de vida adulta é o que acontece quando mulheres e jovens mulheres adolescentes e até crianças são estupradas Ah mas também olha a roupa que ela estava vestindo mas também olha o horário mas também olha o local né Então as vítimas passam a ser culpadas isso vai acontecer desde a primeira infância n então isso são tipos de fala que precisam ser evitados então outra
coisa por exemplo né Eh ainda relacionado a gênero né quando professoras eh olham um um um padrão vamos dizer assim um padrão da masculinidade dominante que a gente pode enxergar isso inclusive em crianças nossa Mara mas em crianças é em crianças sabe quando tem aquele menino que tem sei lá 5 anos isso vai dar com as crianças maiores E aí todas as crianças ficam em cima Esse menino é elogiado por todas as professoras várias falas Nossa mas vai ser aquele bonitinho ordinário né que são falas que eu já testemunhei e são falas que a acontecem
quando a gente faz issso o que que a gente faz a gente dá protagonismo né E que que a gente tá pensando em que tipo de masculinidade a gente tem defendido quando a gente faz frase desse tipo ah esse menino aí vai pegar todas Olha como as meninas ficam em cima dele Olha o fogo dessas meninas porque é isso que muitas vezes a gente escuta inclusive na Educação Infantil nos olha essas menina Nessa idade já desse jeito quando na verdade não vê a movimentação que todo mundo faz a partir da socialização a hora que elogia
muito aquele menino a hora que faz Coloca aquele menino é como protagonista né então são falas e ações que precisam ser evitadas aí eu vou pra resolução de conflitos que é pra gente pensar né na prevenção prevenção de violência então tem dois meninos e aí um menino sei lá chuta o outro né Ah mas isso acontece não S não acontece né acontece acontece bastante então o menino chuta o outro e aí o que que a professora faz pede desculpa pro João Felipe pede desculpa pro João E aí o Felipe obedecendo a professora mas não querendo
pedir desculpa vai lá e pede desculpas João desculpe seu amigo João dá um abraço nele João faz um carinho nele e com isso a gente vai naturalizando a violência né então a pessoa vem a pessoa me dá um chute a pessoa me faz mal depois é só ela pedir desculpa culpas eu ainda abraço eu ainda Beijo tenho que receber um carinho e mais aí tem que voltar imediatamente a a brincar junto Porque a fala é todo mundo criança todo mundo é amigo e todo mundo tem que brincar né Isso são falas que prão ser superadas
as crianças precisam aprender desde a primeira infância que elas precisam valorizar quem as tratam porque isso vai repercutir em toda a nossa vida inclusive enquanto pessoas adultas a gente precisa pensar nas nossas amizades né porque não existem só relacionamentos tóxicos Tem amizades tóxicas também né então eu preciso ser amiga eu preciso querer estar perto de quem me trata bem não daquela pessoa que aponta só os meus defeitos quando eu preciso ela nunca me ajuda né ou então aquela aquela pessoa que sempre tá fazendo piadinha sobre a sobre coisas que eu vivo né então a gente
sempre precisa ver eu estou bem acompanhada porque estar bem as amizades sinceras as evidências científicas vão mostrar que isso é um fator protetivo né quando a gente tem bons amigos e boas amigas a gente Tá mais protegido socialmente a gente tem mais chance de ter de ter qualidade na nossa saúde mental Então essa questão de pedir desculpa precisa parar né qual de nós quer levar um tapa e no mesmo instante queer que a pessoa pede desculpas e tem que dá um abraço tem que conviver junto a gente não quer né Ah então o que que
vai fazer não a gente vai primeiro dará o protagonismo pra pessoa pra criança que foi vítima vai conversar com ela vai dar atenção para ela e a própria criança que aí eu vou falar um pouquinho sobre são a relação entre os pares as crianças que são mais violentas na educação infantil elas só vão deixar de ser violentas quando as próprias crianças deixarem de brincar com ela porque a gente enquanto professora sendo normativa Olha o que você fez não bate não sabe que não resolve virou a cara que tá batendo de novo virou de lado a
criança tá jogando na areia de novo então a gente precisa pensar numa forma de prevenir esses esses conflitos e aí essa forma de prevenir os conflitos eu trago aqui o clube de Valentes né O que que o que que é o clube de Valentes o clube de Valentes ele é como se fosse uma atividade desse modelo modelo de lógico de prevenção e resolução de conflitos né o modelo geológico de prevenção e resolução de conflitos é uma atuação educativa de êxito que foi realizada eh dentro de um projeto em toda a Europa e que foi feita
a transferibilidade tanto do Brasil como para outros países e essa transferibilidade aconteceu em outros países os resultad são o mesmo por isso são por isso é considerado uma atuação educativa de êxito independente do contexto né os resultados são os mesmos independente dos sujeitos que que realizam essa atuação educativa de exodo os resultados são são os mesmos que é a diminuição de violência a prevenção de violência eh dentro do espaço escolar então o clube de Valentes é o quê o clube de Valentes não é eu falo que não é uma receita né não é uma receita
de bolo mas o clube de valent ele pode estar atrelado tanto a superherois que as Crianças gostam tanto mas eu posso usar out outros outros contextos teve uma uma professora que falou assim Ah mas eu posso fazer como se fosse os elementos terra água ar fogo que eu trabalho com as crianças porque eu não quero trabalhar com supereroi Não tudo bem porque esse não é o o CNE né o CNE é as crianças Então vou vou vou resumir porque não dá para para contar em detalhes por conta do tempo mas então as crianças elas vão
aprender o quê que elas precisam ser amigas de quem entrat elas bem quem não trata elas bem elas não precisam ter amigas né Ah então mas como que vai ser isso eu vou excluir crianças não então sei lá uma criança eles estão lá brincando no parque aí uma criança briga com a outra bate na outra né a gente faz toda a intervenção e aquela criança não vai mais brincar mas não é só aquela criança a turma toda quando ele procurar para brincar fala assim não hoje eu não vou brincar com você porque você bateu em
fulano e a gente não vai brincar com quem bate porque a gente só brinca com quem não não bate com quem Não maltrata com quem é amiga de verdade quando essa criança percebe que o que ela faz é rejeitado pelos próprios pares essa criança tem uma mudança repentina é muito rápido né Eu realizei essa pesquisa no no meu doutorado na minha sala de aula e depois eu tive outro pesquisador que também fez a coleta de dados do doutorado na minha sala de aula então a gente percebe a velocidade em que essas crianças elas elas mudam
né então e aí mas aí como que você dá a gente começa tem um livro que chama que eu também também vou deixar disponível no na curadoria tem livro que chamou o clube de Valentes né e a história é de um menino que ele é grandão e ele toma o lanche de todas as crianças pela força e todo mundo tem medo dele e aí um dos personagens que é o Samuel Ele Chama as outras crianças e diz mas ele é um Son nós somos vários então a gente pode fazer escudos e não deixar mais que
ele tome tome um lanche e é isso que que eles fazem quando o Samuel vai tomar o lanche eles dão as mãos e falam não você não vai tomar o lanche quando o Samuel vê que tem várias crianças para ele enfrentar ele recua e ele para de tomar o lanche isso aconteceo a gente trabalha a gente trabalha esse livro com as crianças eu ten uma situação que as crianças estavam no parque a gente dividia a sala com outra eh com outras turmas que não faziam clube de Valentes então determinada turma estava num brinquedo que eles
nomearam como jacaré e não queriam deixar um grupinho de meninas eh subirem nesse brinquedo E aí essas meninas foram e chamaram outras pesso outras crianças lá da da turma aí elas fizeram uma barreira feram as mãos foi super bonitinho eu fiquei muito emocionada nesse dia eles fizeram as mãos e falaram assim uma das meninas falaram vocês precis deixar elas brincarem uma menina diz E aí eles deram as mãos né eles deram as mãos e era era um grupo de meninos que estavam nesse nesse brinquedo e os meninos instalaram o olho e desceram e deixaram as
meninas subirem no brinquedo Claro que não era para para eles não não brincarem mas era para dividir aí depois eles acabaram brincando todos juntos Isso é uma atitude que também traz autonomia pras crianças né porque se eu enquanto Professor eles vão me falar para mim eu vou lá e falo não brinquedo é para ser dividido Então as meninas vão subir mas tem um outro Impacto quando as crianças a partir da sua própria autonomia elas se posicionam de uma forma que elas precisam se defender elas precisam se proteger que isso a gente vai chamar o quê
de amizades protetivas então o clube de Valentes propicia o quê o desenvolvimento de amizades eh de amizades verdadeiras então ao final de todos os dias esta cotidiano a gente sentava E conversava quem teve alguma e é muito importante que a gente não tá falando a criança covarde de ações né quem teve alguma atitude covarde então às vezes as próprias crianças falaram Ah eu risquei o desenho do do outro amiguinho ou então eles estão contando de situações que aconteceram e que muitas vezes nós professoras nem presenciamos né porque a gente não consegue ter 25 olhos para
25 crianças então aí a gente começa a conversar então e aí a gente tem esse mural que é o clube de Valentes então por exemplo Ah você não fez eh você teve uma ação que é covarde quem tem ação covarde pode pertencer ao clube de Valentes não pode então hoje você sai desse clube né amanhã se você se comportar bem você volta pro clube então as crianças no outro dia elas lembram que elas precisam ter atitudes corajosas que elas não podem ter nenhuma ação covarde para que elas possam permanecer no clube de Valentes Então as
crianças elas vão mudando eh é muito rápido mas isso a partir de um de um diálogo né um diálogo que é feito cotidiano com as crianças e aí a gente vai ter o quê A gente vai ter a formação do Observador que que é essa formação do Observador né então a gente vai aqui não dá tempo mas por exemplo numa situação de violência a gente vai ter o quê A gente vai ter aquela aquela criança que incita violência que começa a briga briga vai ter aquela outra criança que observa só que fica ali paralisado vendo
vai ter que incita vai ter que observa e vai ter aquela outra criança que interfere para que a briga não aconteça então a gente começa a formar as crianças para que elas possam observar a situações de violência e elas possam agir para que a violência não aconteça então voltando um pouquinho na questão de gênero quando a gente fala assim Ah pede desculpa e dá um abraço né O que que isso vai acontecer posteriormente já depois as meninas elas crescem E aí o namorado até bate né Elas apronta e depois né nem vou falar de flores
que acho que isso tá tá em desuso mas sei lá e faz uma declaração na rede social e aí eh como se isso fosse pedir desculpas ai tá tudo bem ele erra mesmo e vai se mantendo nessa relação de violência por quê Porque ela internalizou isso desde a primeira infância e isso não acontece só na escola né isso acontece dentro de casa com irmãos com irmãs com primos e primas Ah é o jeito dele mas vocês são irmãos tem que brincar o tempo todo vocês são amigos tem que brincar o tempo todo não eu vou
brincar eu vou ser amiga eu vou estar junto se essa pessoa parar de me bater se essa criança deixar de ser violenta comigo ão eu não quero brincar com ela então isso a gente precisa ensinar pras crianças desde a primeira infância para que elas possam aprender sobre isso né então o clube de Valentes tem é é uma é uma medida preventiva não é eu esperar as coisas pegarem fogo para eu começar a fazer clube de Valentes é eu fazer o clube de Valentes trabalhar com as crianças o conceito do que é ser um bom amigo
o conceito do que são amizades protetivas e a partir daí né e a partir daí as crianças começam a se posicionar então por exemplo eu já tive crianças que eu tive um um aluno que ele gostava de ele chegava na escola e ele usava colocava a blusa dele como se fosse cabelo né Ele queria ter um cabelo comprido e aí as aí as crianças começaram os meninos muitas vezes falavam assim ah menininha E aí eu já vi professoras falando que que é é bichinho da floresta não gente criança de 5 anos que chama outro amigo
de porque ele está querendo colocar um cabelo mais comprido ela não tá aando amigo de bichinho da Floresta né então vamos parar né se a gente tá fazendo toda a defesa que a criança é sujeito de direitos quando a criança faz isso ela sabe exatamente qu ela tá falando e a gente precisa fazer uma intervenção direta ou então quando crianças são chamadas de macaca ou então quando as crianças negras são excluídas das brincadeiras né Eh nessa nesse módulo a gente tem um texto de leitura obrigatória que vai mostrar isso sobre a identificação das crianças e
a escolha por alguns tipos de boneca que as crianças colocam Qual que é a boneca mais chato elas apontam pra boneca Negra Qual que é a boneca mais feia elas apontam pra boneca Negra Qual a boneca que você queria ser amiga sempre pra boneca Branca então Eh eu tenho uma professora que sempre faz uma comparação e que eu gosto muito e uso isso é que a gente é tudo peixe do mesmo aquário então a gente tá imerso nessa sociedade racista tá todo mundo ali dentro dessa á que é racista que é sexista homofóbica né O
que a gente precisa fazer né é tentar fazer diferente é tá é tá imerso nessa água mas como que eu me educo todos os dias né então eu preciso trabalhar com as crianças por por não brincar com com essa criança né como que eu trabalho com a valorização da identidade de todas as identidades né como que eu trabalho com a valorização da identidade Negra e por aí por aí a gente vai formando né As crianças então o clube de Valentes é só uma possibilidade quando a a gente tá pensando em prevenção em prevenção de violência
e aí finalizo né com essa imagem quem é meu amigo me trata bem então isso era uma uma frase que as crianças elas internalizaram e elas repetiam você é meu amigo se você me tratar bem se você não me trat bem você não é meu amiga eu não quero que você seja meu amiga então as crianças desde a primeira infância elas conceituar no coletivo O que que é uma amizade protetiva o que que é ser um bom amigo elas crescem assim né Aí quando chega na adolescência que a gente vai ter todo o discurso dominante
cortivo a criança ela consegue junto com crianças que com outros jovens que pensam como ela elas conseguem criar toda essa rede essa rede protetiva quanto esse discurso dominante coercitivo que permeia né principalmente Principalmente a juventude e aí deixo aí as referências e a até a nossa próxima e última unidade [Música]