Por que continuamos correndo mesmo quando já esquecemos o que estávamos perseguindo? Se criamos a máquina, por que ela agora nos devora? E se o progresso tão celebrado for apenas uma forma elegante de suicídio coletivo?
É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo. Mark Fisher. Você já sentiu como se estivesse dentro de um sonho agitado, onde tudo gira depressa demais, mas ninguém consegue acordar?
onde a vida parece uma sequência de tarefas sem alma, decisões sem sentido e promessas que sempre chegam tarde. A verdade incômoda é que talvez esse não seja apenas um sentimento, talvez seja um diagnóstico. Imagine-se dentro de um trem, ele corre em alta velocidade, os trilhos sobram, o cenário do lado de fora vira borrão, mas ninguém sabe para onde ele vai, nem mesmo se há trilhos depois da próxima curva.
Ainda assim, todos permanecem ali fingindo que tudo está sob controle. O nome desse trem, capitalismo, e sua locomotiva, tecnologia. Este vídeo não é um panfleto revolucionário, nem uma aula acadêmica.
É um espelho, um ritual, um convite a despiras ilusões que vestimos por conforto e olhar com os olhos nus para o abismo que nos rodeia. Porque talvez o que esteja ruindo não seja apenas um sistema econômico, mas a própria forma como entendemos o que é viver e sobreviver. Vamos juntos por essa trilha que atravessa ideias perigosas, filosofias esquecidas, silêncios gritantes.
Você ouvirá vozes como as de Nick Land, que não temem o colapso, mas o celebram, e outras como a de Biung Churhan, que alertam sobre o fim do mistério, da lentidão, da alma. Aqui cada conceito será como uma vela acesa em um quarto escuro. Cada metáfora uma batida do coração coletivo e cada citação, um portal para aquilo que evitamos pensar, mas que insiste em nos habitar.
Porque no fim das contas a pergunta não é se o capitalismo vai acabar, mas sim o que restará de nós quando ele cair? Há uma sensação silenciosa, mas quase unânime, de que algo está profundamente errado com o mundo. Não é um problema específico, mas uma corrente subterrânea que atravessa nossos dias, um cansaço que não vem do corpo, mas da alma, uma espécie de vertigem interior, como se estivéssemos nos movendo rápido demais, em direção a lugar nenhum.
E talvez seja isso mesmo. Talvez estejamos todos dentro de um trem sem trilhos, acelerando rumo ao vazio. Essa metáfora, que mais parece poesia distópica, é, na verdade, um retrato preciso da nossa era.
Vivemos num tempo em que a velocidade se tornou virtude, onde a lentidão virou pecado. A lógica é simples e brutal. Quem não acompanha desaparece.
Somos forçados a adaptar, crescer, competir, consumir tudo o tempo todo, sem pausa, sem sentido, sem escolha real. Mas quem colocou esse trem em movimento? A resposta mais óbvia seria o capitalismo.
Não o capitalismo de manuais escolares, mas essa entidade mutante, onipresente, que colonizou não só a economia, mas também a linguagem, os desejos, os corpos. Um sistema que transforma tudo em mercadoria, inclusive o tempo, o afeto, a dor. Vivemos sob a tirania da aceleração.
E não é apenas uma questão de produtividade, é uma ideologia, um modo de existir. O filósofo Hartmut Rosa chama isso de modernidade tardia, onde a vida se torna uma corrida contra o próprio tempo. O tempo se comprime, o presente desaparece.
Só restam tarefas e metas, nunca encontros, nunca silêncio. Quantas vezes você teve a sensação de que tudo está mudando, menos você, que a tecnologia avança, os aplicativos se atualizam, os sistemas se refinam e ainda assim você continua preso no mesmo vazio? Isso não é coincidência, é design.
Um projeto silencioso, mas eficaz, que nos transforma em passageiros obedientes de um trem que não sabemos dirigir. E o mais perverso é que esse trem não foi construído para parar. A cada nova promessa de inovação, um novo nó na garganta, um novo vício, um novo salto sem rede.
A lógica do progresso, vendida como redenção, está cada vez mais parecida com um delírio coletivo, como se o simples fato de ir adiante justificasse tudo, inclusive a destruição. Mas adiante, até onde? Até quando e por quê?
O escritor e psicanalista Jorge Aleman alerta que vivemos um colapso da experiência. Tudo é informação, nada é significado. O excesso de estímulos não gera clareza, mas ruído.
Estamos informados sobre tudo, mas não entendemos nada. Sabemos como operar máquinas complexas, mas não sabemos mais sentar em silêncio com um amigo. Sabemos como monetizar emoções, mas não como senti-las.
É aqui que o trem começa a se parecer mais com um delírio do que com um meio de transporte. Vivemos a era do desempenho, como bem diz Bi Chulan, onde cada um é seu próprio algóz. Nos vigiamos, nos cobramos, nos esfolamos para atingir padrões que ninguém entende direito quem criou.
Trabalhamos mais do que nunca, produzimos mais do que nunca e nos sentimos cada vez mais vazios. Isso é progresso. O problema não é apenas econômico, é espiritual.
Acreditamos que avançar tecnologicamente é o mesmo que evoluir como espécie, mas esquecemos que as ferramentas também moldam a alma. E uma alma moldada apenas para funcionar é uma alma que já começou a morrer. O capitalismo não é só um sistema, é uma narrativa, uma fábula que aprendemos desde cedo, de que o sucesso é mérito, de que a lentidão é fracasso, de que o descanso é culpa, uma fábula cruel, onde a única vitória possível é a exaustão.
Mas talvez o maior truque desse sistema não seja nos fazer correr, é nos fazer acreditar que correr é liberdade. E assim seguimos anestesiados, entretidos, produtivos, mas cada vez mais distantes de nós mesmos. Talvez no fundo saibamos que não há trilhos, que o abismo está logo à frente, mas preferimos não olhar.
Preferimos o ruído, o movimento, a ilusão de controle. Porque desacelerar significaria encarar o que fomos obrigados a deixar para trás, o sentir, o pertencer, o contemplar. E é por isso que a ideia de parar assusta tanto, porque parar seria lembrar que somos humanos e não engrenagens.
Mas há uma beleza possível nessa lembrança. Porque se o trem é uma ilusão, então ainda podemos descer, ainda podemos caminhar, ainda podemos criar outro ritmo. No próximo capítulo, vamos nos aprofundar na força que impulsiona esse trem, a tecnologia, não como ferramenta neutra, mas como nova divindade e como espelho dos nossos desejos mais sombrios.
Você já teve a sensação de estar sendo observado por algo que não tem olhos? Já se pegou pensando algo e minutos depois aquilo aparece como sugestão na sua tela? Não é coincidência, é design, é algoritmo, é culto.
Vivemos num tempo em que não se precisa mais acreditar em Deus para seguir uma religião. A fé contemporânea tem novos templos silenciosos, interativos, personalizados. Os oráculos são algoritmos, os sacerdotes, engenheiros, e o altar é você, o seu desejo, o seu clique, a sua atenção.
Essa nova divindade não castiga com trovões. Ela pune com invisibilidade. Não exige sacrifícios de cordeiros, mas de tempo, privacidade, autonomia.
Um Deus sem rosto, mas com perfil corporativo, sem mandamentos, mas com termos de uso. Tudo parece ter se tornado mais fácil, mais rápido, mais inteligente. Mas junto com a praticidade veio uma nova forma de submissão, a obediência voluntária ao código.
A analogia com Lord of Light de Roger Zelesny não é um capricho literário, é um espelho profético. Lá, os deuses eram apenas humanos com acesso exclusivo à tecnologia. Aqui, os humanos com acesso exclusivo à tecnologia já se tornaram deuses.
CEOs que detém a linguagem do mundo, donos do tempo, da memória, do desejo. A verdade é desconfortável. Quanto mais complexa a tecnologia, mais simples se torna a nossa compreensão de nós mesmos.
Como se ao nos cercarmos de máquinas inteligentes estivéssemos nos autorizando a viver no piloto automático. Mas as máquinas não são neutras, não são justas e, sobretudo, não são inocentes. Cada linha de código carrega intenções humanas e com frequência as mais opacas.
O que parece uma simples recomendação no seu feed pode ser o reflexo de um sistema treinado com dados racistas, sexistas, colonialistas. O algoritmo não apenas reflete a realidade, ele a reorganiza, a reforça, a ritualiza e o mais cruel a disfarça de escolha. A sensação de liberdade nesse novo mundo é a maior ilusão.
Estamos livres para escolher entre opções previamente filtradas. Somos donos do nosso tempo, desde que obedeçamos ao ritmo das notificações. Somos sujeitos até que o sistema determine que não somos mais relevantes.
Bung Chuan Han alerta: "O excesso de transparência mata o mistério e com o mistério morre também a profundidade. Tudo se torna visível e, portanto, consumível. A alma, esse espaço de sombras e sutilezas, vira métrica.
O silêncio, esse campo fértil da consciência, vira falha de engajamento. O erro, esse traço fundamental do humano, vira bug. A tecnologia não nos desumaniza por ser fria.
Ela nos desumaniza porque transforma tudo em ferramenta, inclusive as emoções, inclusive os vínculos, inclusive a dor. Estamos começando a viver como se fôssemos extensões de nossas máquinas. E não o contrário.
Quantos de nós já sentimos que se não postarmos não existimos? Que se não estivermos online somos esquecidos? Que se não produzirmos somos inúteis?
Essa não é apenas uma crise de atenção, é uma crise ontológica. O ser deixou de ser para virar perfil. A avatar interface.
O filósofo Martin Heidegger dizia que a técnica não é apenas um meio, ela é um modo de revelar o mundo. E o mundo que estamos revelando hoje parece feito de espelhos quebrados, imagens fragmentadas de nós mesmos, projetadas por interesses que raramente são nossos. Mas ainda há algo que a tecnologia não pode capturar, o incalculável, o gesto sem finalidade, o olhar que não busca resultado, o toque que não se mede em eficiência, a lágrima que não cabe em banco de dados.
Esse resíduo de humanidade é o que escapa do sistema e justamente por isso é o que o ameaça. A questão central não é se devemos rejeitar a tecnologia. Isso seria anacrônico, ingênuo.
A questão é: quem está decidindo o que a tecnologia deve ser? Quem define seus objetivos, seus limites, seus usos? E talvez mais importante, quem se responsabiliza quando ela falha?
O problema não é a inteligência artificial, é a estupidez ética, é a crença de que porque algo pode ser feito, então deve ser feito. É o delírio de que mais informação significa mais sabedoria, de que mais controle significa mais segurança, de que mais conexão significa mais amor, mas nem tudo que brilha na tela é farol. Às vezes é apenas a chama de um incêndio lento e estamos dançando ao redor dele, hipnotizados, como se não estivéssemos queimando por dentro.
Quando o humano se reduz a dado, a vida se torna estatística. E onde há estatística, não há compaixão. Há cálculo, não há relação, há desempenho, não há comunidade, há mercado.
E então resta apenas a pergunta: Quem somos nós quando somos tratados como números? Enquanto tivermos coragem de não responder com pressa, ainda há esperança de que essa pergunta nos salve. Porque talvez a última forma de resistência seja justamente essa, desacelerar e escutar o que nenhuma máquina consegue compreender, o silêncio entre dois seres humanos.
E se, ao invés de evitar o colapso, a resposta fosse provocá-lo? Não por impulso destrutivo, mas por um tipo de fé sombria na possibilidade de renascimento. E se a queda não for o fim, mas o único começo possível, poucas ideias são tão perigosas e ao mesmo tempo, tão atraentes quanto essa.
Ela não nasce da ignorância, pelo contrário, é filha direta da lucidez, aquela que, ao olhar o mundo com honestidade brutal, não vê reformas possíveis, apenas ruínas inevitáveis. Estamos falando do aceleracionismo, uma filosofia nascida do cansaço, mas amadurecida no caos. Uma ideia que percorre os limites da sanidade, onde utopia e distopia se confundem numa dança febril.
O termo foi cunhado por Benjamin Noise, mas foi Nick Land, o pensador que beira o delírio místico, quem o empurrou para a beira do abismo. Land não propunha melhorar o capitalismo. Ele propunha consumi-lo até o fim.
acreditava que o sistema era tão amoral, tão autônomo, tão fusionado com a tecnologia, que a única saída era empurrá-lo até que se dissolvesse por completo, levando junto o que restasse da humanidade. É aí que o aceleracionismo se bifurca em dois caminhos igualmente radicais. De um lado, o aceleracionismo de esquerda, influenciado por pensadores como Mark Fischer, uma vertente que acredita que ao forçar o capitalismo até seu limite lógico, suas contradições explodiriam e abririam espaço para uma nova forma de organização social, um mundo pós-balho, onde a tecnologia liberta ao invés de subjugar, onde a automação elimina o sofrimento repetitivo, onde o tempo deixa de ser mercadoria e volta a ser vida.
Parece esperançoso, não? Mas essa esperança se equilibra sobre um abismo, porque entre o colapso e a reconstrução há um intervalo e esse intervalo se chama desespero. Do outro lado está o aceleracionismo de direita, sombrio, apocalíptico, quase niilista.
Para essa corrente, a destruição do humano não é uma tragédia, é uma transição. Acreditam que estamos vivendo os últimos suspiros da espécie como a conhecemos, que o capital e a tecnologia formarão uma nova entidade transumana, hiperracional, autoconsciente, onde a subjetividade não será mais necessária, onde o amor será obsoleto, onde o corpo será descartável. Land via o ser humano não como fim, mas como meio, um trampolim para algo além.
Mas o que há além do humano? E queremos realmente saber? O fascínio por essa ideia não vem apenas do intelecto, vem de um desejo primal, o de sair da impotência.
O mundo gira depressa e sentimos que não temos mais agência. A política falha, os discursos são reciclados, as promessas se tornam memes. Então, em vez de reformar, queime tudo.
Em vez de esperar, detone. Em vez de salvar o mundo, deixe-o cair. Essa lógica brutal e crua encontra eco num tempo em que a empatia parece fraca e o cinismo uma armadura confortável.
Mas há um risco enorme aqui, a sedução do colapso como espetáculo. A ideia de que a destruição, por si só é revolucionária, de que acelerar a dor é uma forma legítima de cura, de que se o sistema cai, tudo se resolve magicamente. O que se ignora nesse salto é o que há entre a ruína e a reinvenção.
Corpos, corpos vulneráveis, corpos esquecidos, corpos que não têm para onde correr, porque o colapso não atinge todos. Igualmente. Ele castiga primeiro os que já vivem nas margens, os que nunca foram algoritmicamente relevantes, os que não têm como acessar o discurso teórico do colapso porque estão ocupados sobrevivendo ao colapso real.
A grande tragédia do aceleracionismo não é apenas o que propõe, mas o que silencia. O valor da pausa, o valor da dúvida, o valor da escuta. Dizer que tudo precisa ruir pode ser libertador, mas também é perigoso quando dito por quem nunca teve que reconstruir algo sozinho.
Mesmo assim, há uma centelha ali, um impulso vital, mesmo que sombriu. Porque talvez essa filosofia, com todo o seu peso e delírio esteja apontando para um diagnóstico legítimo. O sistema não quer ser salvo.
E se é assim, talvez não devamos nos apegar à ideia de reforma, talvez devamos nos apegar à ideia de renascimento, mas um renascimento que não surja do colapso automático, e sim de uma escolha consciente. Uma escolha que começa com o reconhecimento do fim, mas que não termina ali. Não se trata de esperar que o mundo exploda para enfim.
Trata-se de olhar para as ruínas internas e externas e perguntar: "O que ainda pode florescer aqui? Porque entre o abismo e a reinvenção existe um terceiro espaço, um lugar quase secreto, quase sagrado, aquele em que o humano ainda decide, ainda sonha, ainda resiste. E às vezes resistir não é impedir a queda, é cair com os olhos abertos.
Há uma pergunta que atravessa tudo o que dissemos até agora. Uma pergunta que talvez esteja sussurrando dentro de você neste exato instante. E se ainda for possível?
E se mesmo depois de tanta aceleração, ruído, automatização e colapso, ainda houver um intervalo? Um intervalo entre a queda e o fim, entre a submissão total e a rebelião silenciosa, entre o desespero e a criação. Não se trata de ingenuidade, se trata de coragem.
A verdade é que fomos educados para acreditar que o mundo é uma máquina em marcha, que a história tem direção, que os trilhos já estão traçados e que tudo o que nos resta é adaptar ou sofrer. Mas essa narrativa é confortável apenas para quem lucra com ela. Porque onde há a adaptação cega, a dominação.
Onde não há escolha, não há liberdade, há condicionamento. E talvez o maior condicionamento do nosso tempo seja acreditar que não há alternativa, que o capitalismo, mesmo falido moralmente, é eterno, que a tecnologia, mesmo cruel é incontrolável, que o progresso mesmo desumano é inevitável, mas inevitável para quem? Durante décadas, fomos bombardeados por uma retórica tecnofílica, inovação, produtividade, eficiência, escalabilidade, palavras ídolos que colonizaram até nossas relações afetivas.
O amor virou performance, a amizade, networking, a existência, um produto a ser lapidado para o consumo alheio. Você já tentou sentar em silêncio com alguém por uma hora sem olhar o celular? Você já tentou não responder uma notificação, mesmo sabendo que alguém está te esperando?
Esses pequenos atos são hoje formas de resistência. Porque resistir não é só gritar, às vezes é se recusar, é desacelerar, é proteger espaços de interioridade que o mundo tenta converter em métrica. O filósofo Martin Bber escreveu: "Tudo começa com um encontro.
Quando olho o outro não como uma coisa, mas como um tu, o mundo muda. Isso pode parecer simples, mas no meio do ruído, encontrar o outro se torna um ato radical e encontrar a si mesmo quase um milagre. O futuro não precisa ser uma continuação linear do presente.
Ele pode ser uma ruptura, uma recusa, uma escolha. E o mais curioso, essa escolha não precisa começar com todos. pode começar com um, com você, com uma decisão pequena, íntima, mas profundamente política.
Talvez o primeiro passo para um mundo diferente não seja uma nova tecnologia, mas um novo silêncio, um novo ritmo, uma nova ética. E essa ética não se escreve em manifesto, ela se escreve no cotidiano. Quando você diz não ao que te acelera sem propósito, quando você olha alguém nos olhos e decide estar ali inteiro, quando você permite que algo dentro de você pare sem culpa, não estamos falando de voltar ao passado.
Essa nostalgia também é uma armadilha. O passado também foi feito de violência, de exclusão, de colapsos disfarçados de ordem. Estamos falando de uma terceira via, aquela que emerge do cansaço, mas não desiste.
Aquela que reconhece o fim, mas não se acomoda no cinismo. Aquela que tem medo, mas age mesmo assim. Há um mito persistente de que só os grandes atos mudam o mundo, mas a verdade é que o mundo muda quando a consciência muda.
E a consciência muda quando alguém em silêncio decide não seguir a multidão. Decidir parar é um gesto íntimo, mas explosivo, porque quando você para, você obriga o mundo ao seu redor a se perguntar por ele parou. E talvez, só talvez mais alguém pare também.
E se um para depois outro, então o trem já não corre sozinho. Então os trilhos começam a tremer e então pela primeira vez o inevitável se curva diante do que é humano. Porque no fundo o maior motor do sistema não é a máquina, é o medo.
O medo de ser deixado para trás, o medo de não pertencer, o medo de falhar. Mas e se o pertencimento estiver justamente na recusa? E se a nova comunidade for feita por aqueles que ousam ser lentos, sensíveis, não produtivos?
E se a verdadeira evolução for emocional e não tecnológica, a boa notícia é que a consciência é contagiosa. Uma pergunta sincera pode romper séculos de condicionamento. Uma dúvida bem colocada pode implodir a torre mais alta da arrogância.
Uma escuta atenta pode desarmar até mesmo os algoritmos. O capitalismo talvez acabe, mas isso não é o mais importante. O que realmente importa é o que nascerá depois dele.
Uma nova tirania embalada em linguagem futurista ou uma nova forma de viver mais justa, mais humana, mais viva? Essa resposta ainda não existe, mas ela está talvez germinando agora mesmo dentro de você. Talvez a pergunta nunca tenha sido: "O capitalismo vai acabar?
" Talvez a pergunta certa seja: "Quem seremos quando ele acabar? " Porque o fim de um sistema não é o fim da história, é o início de outra narrativa e o risco está justamente aí. Na pressa por recomeçar, podemos repetir os mesmos erros com nomes novos, substituir patrões por plataformas, igrejas por interfaces, muros por firewalls.
Perder o humano tentando salvá-lo. O colapso quando vier e ele virá, não será anunciado por Sirenes. Ele já está em curso, infiltrado nos pequenos vazios da rotina, na insônia, que cresce mesmo após um dia produtivo, na conversa interrompida por notificações, na ausência de sentido que nenhuma conquista consegue preencher.
Mas há um lugar onde tudo isso pode mudar. Esse lugar não é o futuro, nem o passado. Esse lugar é agora.
Aqui, nesse instante em que você escolhe escutar em vez de rolar, sentir, em vez de reagir, parar, em vez de correr, o trem ainda está em movimento. Mas quem disse que você não pode puxar o freio? Agora quero te oferecer algo que não é para qualquer um, mas é para você, que chegou até aqui em busca de respostas mais profundas sobre quem é e para onde está indo a sua vida.
Criei algo que vai além de um livro. Construí um mapa para a alma. Um manual que une ciência, filosofia e pensamento crítico para te ajudar a romper padrões mentais, questionar sua identidade e se reconstruir desde a raiz.
Isso não é um ebook com frases bonitas, é um guia para quem já não aguenta mais viver no piloto automático. Se você sente que algo dentro de você está pedindo por mudança, evolução, clareza, então este é o seu momento. Clique no comentário fixado e acesse agora o manual da autotransformação.
Não leia por curiosidade, leia porque a sua vida depende disso. E se decidir iniciar esse caminho, você não será a mesma pessoa ao final da jornada. Quero te contar algo pessoal.
Alguns anos atrás, eu atravessava um período de exaustão silenciosa. Não era tristeza, era uma ausência de presença, como se estivesse cumprindo uma sentença sem crime. Certo dia, saí para caminhar tarde da noite.
Não havia ninguém na rua, só eu, os postes acesos e um silêncio tão denso que parecia gritar. Passei por uma vitrine de eletrodomésticos e ali entre geladeiras e aspiradores, vi um pequeno robô desligado, um desses que limpa a casa sozinho, estava ali móvel no escuro. E pensei: "Estamos criando máquinas para limpar o chão, mas quem vai limpar o vazio que deixamos dentro de nós?
" Naquele instante entendi. O mundo está em colapso, sim, mas o maior colapso não é o do sistema, é o da alma. E foi por isso que escrevi esse roteiro, para oferecer a quem chegou até aqui uma pausa, um suspiro, uma chance de sentir que não está sozinho nessa vertigem.
Se você sentiu algo, mesmo que desconforto, é sinal de que ainda há vida. E enquanto houver vida, há a possibilidade de reconectar. Se você chegou até aqui, talvez o algoritmo tenha errado ou talvez tenha acertado demais.
Talvez este vídeo não tenha sido feito para você, mas foi, você sabe disso. Então, se quiser manter essa estranha conexão viva, dá um like ou não. Quem sabe o sistema já tenha decidido por você.
Comenta aqui embaixo. Você acha que o capitalismo realmente vai acabar ou só vai mudar de roupa? Seja honesto ou seja irônico, o algoritmo ama os dois?
E claro, se inscreva no canal, porque se até a Skynet tem seguidores, por que que a gente não teria também? Ah, e esses vídeos que estão aparecendo aí na tela agora, um deles pode virar seu mundo de cabeça para baixo ou talvez seja só mais uma distração, mas você só vai saber se clicar.