Como pensar e agir para viver melhor? - Aula com Clóvis de Barros Filho

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de hoje é absolutamente fascinante o que converte uma ideia no mundo numa ideia forte impactante e transformadora de que maneira as pessoas podem transformar o mundo através do seu pensamento e de que maneira as ideias em circulação no mundo podem nos afetar e mudar as nossas vidas a pretensão não é pouca o tempo é sim restrito mas não faltará empenho venha comigo vamos lá qualquer pensamento que seja engendrado no interior de uma consciência poderá ou não ser enunciado quando não houver enunciação quando esse pensamento não for portanto exteriorizado ele tende a produzir consequências estritamente intra
subjetivas portanto no interior eh eh de quem o engendrou de quem o produziu eh e não mais mas um pensamento pode ser enunciado e nesse momento ele é traduzido em discurso e esse discurso passará a existir no mundo no mundo portanto fora daquele que o enunciou fora do seu porta-voz essa presença no mundo será também uma presença num mundo que é social portanto esse discurso será recebido ouvido observado digerido interpretado pelas pessoas interlocutores que ali estiverem eh digamos interagindo com o nosso Pensador esse pensamento portanto essa ideia portanto terá digamos uma vida na exterioridade de
quem o enuncia na exterioridade de quem em primeiro lugar o o produziu e essa vida Claro ganhará em autonomia Face ao seu produtor original poderíamos então dizer que as ideias circulam pelo mundo eh enunciadas que foram e naturalmente elas eh serão retomadas reen unci adas reelaboradas inseridas em cenários situações e contextos os mais diferentes e poderá portanto produzir efeitos sobre o mundo seja pelo que essa ideia contém seja pelo mundo em que ela circular portanto nós poderíamos dizer que as consequências eh e materiais de uma ideia no mundo não são exclusivamente e decorrentes do seu
eventual conteúdo ou até da sua pertinência essas consequências dependem sim do espaço pelo qual elas circularão eh as situações que elas atravessarão atravessarão e o uso né que delas for feito eh pelos eh porta-vozes subsequentes dessa forma nós podemos de fato assistir ao surgimento de ideias que uma vez em circulação no mundo determinam novos entendimentos novas formas de pensar e por que não dizer novos paradigmas né ou seja eh eh novas estruturas de pensamento capazes de eh eh atribuir significado e valor para o mundo de uma maneira inédita novedosa desconhecida até então naturalmente que uma
ideia terá eh essa esse Ou aquele encaminhamento no mundo social em em função da legitimidade do seu porta-voz Isto é do autorizamento que esse porta-voz tem por parte da sociedade de dizer o que disse pensar o que pensa e sobretudo manifestar aquela ideia para o mundo portanto nós poderíamos dizer que eh o percurso a ser eh eh realizado por uma e ideia ele é indissociável das condições propriamente sociais de legitimação e de consagração dessa ideia no mundo em outras palavras eh não é porque uma ideia é genial não é apenas por isso que ela terá
Digamos um enorme sucesso enquanto agente transformador do mundo o conteúdo dessa ideia ele só terá esse tipo de eh efeito performativo né de fazer acontecer aquilo sobre o que fala em função eh eu insisto eh das condições sociais de enunciação é exatamente por isso que eh eu remeto você à leitura de duas obras clássicas não é sobre a sociologia da enunciação que são how to do things with Words né Eh eh como fazer as coisas com as palavras né how to do things with Words é eh Um clássico a ser lido eh que você absolutamente
não pode perder de Austin né e em segundo lugar ou o que falar quer dizer traduzido para o português com o título a economia das trocas linguísticas de Pierre bour Então nesse sentido nós podemos observar o quanto as condições materiais de enunciação elas são indispensáveis para que uma ideia seja ela qu possa ter na exterioridade do mundo social Face ao seu enunciador a possibilidade de fazer Advir o mundo em função eh do seu teor né em função do das suas antecipações em função dos seus prognósticos as ideias em circulação no mundo eh provenientes de enunciadores
os mais diversos enunciadores por sua vez eh ocupantes de eh posições sociais determinadas né essas ideias inseparáveis que são das estratégias das pretensões e dos Troféus em disputa num determinado espaço acabam obviamente eh entrando em confito com pretensões contrárias e portanto com ideias excludentes em relação à primeira podemos então dizer que todo e qualquer universo social organizado estruturado é um espaço de disputa por troféus e paralelamente um espaço de circulação de ideias que se entrechocam eh e que portanto se enfrentam eh eh a partir eu diria da pretensão dos seus porta-vozes como sabemos os troféus
em disputa eh nos mais diversos Campos sociais eles são sempre em menor número do que os seus pretendentes de tal maneira que não tem pão quente para todo mundo e não havendo pão quente para todo mundo evidentemente que eh esses conflitos de perspectivas de pontos de vista são conflitos que devem culminar com o triunfo eh de uma perspectiva sobre a outra de um contendor sobre o outro de um porta-voz sobre o outro um espaço será tanto mais organizado quanto mais ele for capaz de legitimar eh as vitórias Provisórias de alguns sobre outros eh eh no
que tange a busca dos Troféus que ali se encontram em em disputa naturalmente esse espaço de circulação de ideias acaba eh eh consolidando né Eh modos de pensar que estão ali provisoriamente consolidados né mas que estarão sempre a mercê eh de novas perspectivas portanto de agentes sociais subversivos né em busca de novas estratégias eh que possam reorganizar a distribuição do Capital no interior de um determinado espaço de relações por isso nós podemos dizer que o conhecimento e a sociologia do conhecimento nos remetem sempre a um a saberes provisórios saberes provisórios que são por sua vez
nessa arqueologia que podemos fazer saberes provisórios que são consequência de certas relações de poder e que podem a qualquer momento serem eh varridas ou eh eh eh revolucionadas por novas forças transgressor e portanto por eh novas condições materiais de definição do que é ou não legítimo e necessário conhecer é muito comum na História do Pensamento que a a Instância produtora de ideias seja entendida como relativamente autônoma ou senão completamente autônoma eh do resto do indivíduo do seu corpo dos seus desejos paixões ansiedades angústias e assim por diante assim nós poderíamos dizer que durante muito tempo
na história do ocidente eh a condição da busca da verdade era antes de mais nada a vitória de instâncias racionais como a parte superior da alma em Platão sobre as instâncias inferiores de natureza Apetitosa desejante e assim por diante pois muito bem isso não impediu que ao longo da história desse mesmo pensamento outros defendessem eh eh a impossibilidade desta autonomia a impossibilidade desta soberania e portanto defendessem eh seja um paralelismo entre as paixões e a razão se você preferir para entender o que pensamos temos que saber o que estamos sentindo e para entender o que
estamos sentindo temos que saber o que estamos pensando os dois de certa maneira seriam imbricados né e reciprocamente explicativos né eu eu penso por conta do que eu sinto mas também sinto por conta do que eu penso perspectiva aonde não há propriamente causa e efeito mas há Eu repito paralelismo como é o caso da proposta de Espinoza mas também poderíamos eh encontrar e encontramos na História do Pensamento aqueles que dirão que a razão nada mais é do que subalterna não é eh nada mais é do que uma justificativa de uma equação afetiva que essa sim
é soberana como se as paixões fossem o combustível do carro e a razão fosse a direção do carro eh eh em momento algum a direção do carro terá alguma possibilidade de serventia se eh a gasolina acabar né Então nesse sentido nós poderíamos dizer que é a gasolina das paixões que faz a razão funcionar e a razão portanto jamais poderá se opor a isso que a faz existir portanto tudo o que de racional possa ser produzido nada mais é do que subalterno a às paixões bem apresentamos aí então três possibilidades a razão triunfando sobre as paixões
segunda possibilidade uma possibilidade de paralelismo aonde há de de uma certa forma uma um uma imbricação ou seja eh vão juntos não é e uma terceira Aonde a razão nada mais é do que Mera justificativa daquilo que sentimos ora o que que acaba acontecendo acaba acontecendo que nós estamos no mundo e no mundo temos os nossos desejos temos as nossas pretensões temos a busca por satisfações eh o nosso corpo cobra doses diárias de prazer né e por isso vamos atrás daquilo que supomos possa nos alegrar nos potencializar e assim por diante e tudo isso claro
faz parte da nossa vida paralelamente as nossas ideias eh eh eh vão sendo produzidas E é claro seria muita ingenuidade da nossa parte acreditar que aquilo que nos passa pela cabeça não tenha nada a ver com aquilo que nos move que desejamos que sentimos que queremos e assim por diante por essas e por outras nós podemos dizer que eh da mesma maneira que eh eh eh eh sustentamos escorados por pensadores gigantescos que eh as nossas ideias elas eh pagam um certo tributo às condições materiais emocionais e afetivas da nossa vida da mesma maneira poderíamos eh
defender que eh essas mesmas ideias elas podem eh permitir um novo viver um novo sentir uma nova equação afetiva dando-nos a possibilidade de ser causa da própria alegria causa da própria potencialidade dando-nos a possibilidade de a partir de uma certa Oria viver melhor e portanto sentir melhor essa a grande pretensão mesmo eh do homem a possibilidade de a partir Eu repito de Lucidez discernimento agudeza intelectiva criar condições existenciais onde e as paixões as Sensações e os afetos possam ser eu diria mais toleráveis mais suportáveis e quem sabe em alguns momentos felizes se bobear é muito
provável que não tenhamos pleno controle sobre o que nos vem à mente é claro que eu digo pleno controle porque um professor pode nos nos propor uma pergunta e nós faremos do nosso pensamento uma manifestação de vontade de responder a essa pergunta assim como o tema que me foi proposto para essa aula e é um tema que me foi literalmente proposto sugerido e eu portanto estou aqui pensando em função dessa necessidade e portanto em função de uma vontade deliberada de pensar sobre isso o pensamento pode resultar de uma iniciativa de uma manifestação de vontade mas
o pensamento pode não resultar disso é Quando você viaja brisa pastela como você quiser chamar e aí você se pega pensando sobre coisas que não decidiu pensar né um pouco como acontece no sonho nas quimeras N E aí é claro você se dá conta de que algo pensa em você Ulisses na Odisseia ele ele pergunta o que caramba está fazendo a minha mente eh me propondo essas ideias nesse momento né então Eh é um pouco muito essa sensação eh dos alemães aí do começo do século XX em Mia né algo pensa em mim né então
nós podemos dizer que o pensamento é em parte resultado de uma vontade de pensar sobre certas coisas e em parte resultado eh de eh instâncias que se impõem à nossa vontade o fato é que se o pensamento não é completamente controlado por nós o certo é que a enunciação desse pensamento sim é um ato de vontade eh eh você pode dizer o que está pensando você pode simplesmente não dizer o que está pensando você pode dizer o contrário do que está pensando o que pressupõe pensar a as duas coisas o que considera verdadeiro e o
que considera falso não é então Eh nesse sentido eh Há eh um crio de vontade que é um crio de vontade que reside na enunciação ou não de um conteúdo de consciência de um pensamento agora é claro esse crio de vontade ele eh eh será definidor daquilo que manifestaremos no mundo e para o mundo daquilo que escreveremos nas redes sociais naquilo daquilo que dire nas entrevistas né nas lives naquilo que exporemos nas nossas palestras e assim por diante ora dado que esse discurso encontrará interlocutores e esse discurso produzirá Impacto para usar uma palavra da moda
impactará produzirá efeito sobre as daqueles que eh eh a ele se submetem existe portanto uma responsabilidade óbvia que é uma responsabilidade ao mesmo tempo ética e moral ética por quê Porque a ética é uma tentativa coletiva de viver mais harmonicamente portanto a ética é o resultado de uma produção coletiva de condições de harmonia né portanto a ética é sempre eh um conjunto de limites impostos à ação de cada um com vistas à proteção de valores que são coletivos haverá tantas éticas quantos quantas forem as iniciativas de de de regulamentação da convivência né ética dos Advogados
ética dos médicos ética eh eh da casa do Saber ética da né agora eh é também uma questão moral é também uma questão moral porque porque eh a nossa consciência moral pode autorizar ou não a nossa produção discursiva a nossa enunciação né a nossa consciência moral poderá ainda que no seja vantajoso enunciar eh eh desautorizar noos a isso por conta do respeito a um certo princípio Como por exemplo o princípio de de de respeito a uma verdade presumida e e ou até mesmo e no interior da Verdade o respeito a um princípio de de pertinência
né que nos permite concluir que nem toda verdade precisa ser enunciada a qualquer tempo e hora Ora por essas e por outras você se dá conta que sendo a responsabilidade uma questão de consciência moral sendo a responsabilidade uma questão de eh respeito ético ao que foi combinado o fato é que a produção de discurso a partir do pensamento é sem dúvida nenhuma um importante aspecto da vida social um importante aspecto da vida com os outros razão pela qual nós poderíamos dizer que merecedor de educação mesmo merecedor de de de educação para cidad educação para convivência
educação para interação com os demais eh a partir de sentimentos de Justiça A partir de de ideias eh que possamos ter sobre os limites da nossa ação visando preservar a integridade eh daquele daqueles com quem nos nos relacionamos por isso claro está que o pensamento e o discurso são sim objeto de interesse privil AD da Moral e da ética a filosofia ocidental surge com com Sócrates pensam muitos tanto que Sócrates costuma Abrir n como capítulo um grande parte dos manuais de filosofia tanto que o que veio antes de Sócrates recebe a curiosa alcunha de pré
socrático né E Sócrates tinha claro uma espécie de mantra segundo o qual a vida bem vivida é necessariamente a vida pensada em outras palavras eh uma vida que não fosse pensada uma vida que não fosse ponderada sopesada analisada a partir de eh eu diria níveis muito elevados de Lucidez poderia ser uma vida jogada no lixo né os exemplos que Sócrates dá são de uma atualidade irritante né alguém chega para você e diz caramba saí aí com uma pessoa maravilhosa linda escultural não sei que não sei que lá né a Ah então ela era Bela Era
bom se ela era Bela nesse caso você deve saber o que é a beleza né porque é claro eh para uma pessoa ser Bela é porque ela participa da ideia de beleza ou ela manifesta a ideia de beleza e eh eh se você tem tanta certeza de que é bela é porque sabe identificar a beleza em qualquer coisa sabe por exemplo Qual é o ponto em comum entre o por O pô do sol né Eh a Bahia de Guanabara e a beleza do corpo dessa pessoa com quem você saiu aí naturalmente o interlocutor esfacelado percebe
que não tem a menor ideia do O que é o belo em si e portanto não está autorizado a ter certeza sobre o que é Belo no particular das coisas do mundo aí chega o outro e diz ah eu sou corajoso Valente comigo ninguém pode aqui tem coragem Então nesse caso você sabe o que é a coragem aí Claro rapidamente a pessoa percebe que não sabe o que é a coragem então também não pode saber se é corajoso ou não muito menos se pode ensinar a coragem para alguém alguém poderá perguntar o que é a
justiça e e e poderá eventualmente começar a conversa dizendo você viu que canala que pessoa aba que pessoa execrável e não sei o quê Ah e por que é execrável e canalha porque age injustamente bom se você tem tanta certeza que age injustamente é porque deve saber o que é a justiça quando a pessoa percebe que não sabe o que é a justiça não pode saber no particular O que é uma justa então eh não tem como ficar chamando qualquer um de canalha eh a final não sabe o que é e o contrário disso não
é então é lógico que eh o que sócrate está procurando mostrar é que eh os grandes os grandes baluartes da vida né as grandes vigas da vida né as as Grandes Virtudes que podem permitir alcançar a felicidade porque para os gregos a virtude é condição da Felicidade é o caminho da felicidade é o é o aperitivo da felicidade não há felicidade sem virtude ora e você só poderá eh ser Virtuoso de maneira plena se tiver uma clara noção do que essas virtudes significam e naturalmente isso não acontece muito fácil razão pela qual para Sócrates muitos
de nós aí por não dizer a imensa maioria de nós passa a vida jogando a vida no lixo por falta de Lucidez por falta de inteligência por falta de preparo intelectivo para discernir e pensar bem a vida e viver de acordo com o pensamento então Eis aqui uma ideia onde e eh eu queria chegar aqui né Eh no final das contas nós estamos nos remetendo a uma sabedoria a uma sabedoria que nos convida a pensar bem a vida e viver de acordo com o que pensamos eu vou repetir né porque muita gente pensa bem a
vida mas na hora de viver é outro departamento né Tem gente que sabe o que é generosidade sabe o que é honestidade sabe o que é é nossa é um uma coletânia de conceitos mas na hora de viver a vida é é como se saísse de um lugar e entrasse em outro né como se nada tivesse a ver panto a sabedoria pressupõe a inteligência de pens bem sobre as coisas eh eh da da vida no mundo e e viver de acordo com isso então ah poderia dar alguns exemplos mas se eu tivesse que dar um
só eu citaria a minha amiga monja coen né porque dentro do seu paradigma de reflexão sobre a vida que é o paradigma budista ela pensa poderosamente a vida e quando você a conhece percebe que ela vive de acordo com o que pensa sobre a vida portanto trata--se de uma pessoa sábia não é uma sabedoria que reúne a intelecção e a prática a presença de uma ideia no mundo eu insisto depende da posição ocupada pelos seus porta-vozes pelos seus defensores eh por aqueles que a enunciam de tal maneira que essas ideias permanecerão consistentes Se seus porta-vozes
defensores souberem assegurar a conservação de sua posição social específica de enunciador de tal forma que fazendo uma sociologia do pensamento uma ideia se fragiliza a partir do momento que se fragilizam as condições sociais da sua enunciação ou seja a partir do momento que o seus enunciadores e os seus defensores perdem o pé eh perdem eh eh o Esteio eh do poder que dispunham para fazer triunfar suas perspectivas e os seus entendimentos por essas e por outras a condição social de uma desconstrução passa pela eh pela eh redução do Poder do enunciador e a redução do
Poder do enunciador é concomitante a fragilização daquilo que defende e daquilo que diz de tal maneira que não há não há que enxergar aí uma via de mão única mas eh uma verdadeira eh imbricação entre o prestígio de uma ideia e o poder Social de quem a enuncia né a título de exemplo se você for produzir conhecimento em mestrado ou doutorado que é o começo eh da produção científica autorizada pela sociedade você vai ter que buscar uma bolsa Aí CNPQ Caps eh a a o a fundação de fomento do seu estado etc e e quando
você chegar no programa de pós-graduação eh não pense você que você vai produzir conhecimento sobre o que você quer tudo menos isso você vai produzir conhecimento Aonde a produção do conhecimento é autorizada aonde tem fomento aonde você pode publicar aonde você pode tirar um diploma aonde você pode em outras palavras em áreas de conhecimento definidas em instâncias de poder já consolidadas por essas e por outras perceba que a estrutura de produção de conhecimento e de e de circulação de ideias num determinado espaço numa determinada sociedade Depende de quem exerce esse poder específico de definição do
que pode ou não pode ser conhecido num determinado lugar beleza Ficou claro a leitura eh da arqueologia do do saber não é eh em Michel Foucault junto com a sociologia do conhecimento de Pierre bourg ajuda demais a entender a relação poderosa entre o poder específico no campo de produção de conhecimento e a definição do o que pode ou não ser pesquisado produzido investigado objeto de tese e assim por diante numa determinada sociedade o que acontecia antes não é o que acontece hoje por quê Porque quem Detinha o poder antes pode não continuar detendo o poder
hoje vamos gente dar um exemplo eh para eu fechar aqui vamos imaginar que você eh num determinado momento da do surgimento da telenovela no Brasil você pusesse a a a uma uma tese de doutorado sobre telenovela no Brasil é possível que rissem da sua cara essa situação foi mudando e a pesquisa de telenovela começou a ganhar prestígio no mundo acadêmico por conta do quê do prestígio daqueles que defendiam a produção dessa telenovela E aí então produzir tese sobre telenovela tornou-se eh recorrente com enorme prestígio etc tal núcleos de pesquisa em telenovela piriri pororó e claro
está que eh eh esse prestígio não passa por um pela transformação as pessoas envolvidas nisso vão sendo substituídas por outras algumas vão morrendo etc etc e aí Claro a telenovela eh de novo passa a ser muito menos eh eh escolhida como objeto de produção de conhecimento por conta de falta de condições de poder legítimo para autorizá-la acho que você percebeu que no final das contas é a importância de uma ideia na sociedade é inseparável da quantidade de poder que tem quem tem interesse na produção de ideias desse tipo toda a construção de um conhecimento a
partir do zero sugerida muitas vezes ao longo da história do pensamento né Agora vamos começar tudo de novo descart penso logo existo Tudo começa a partir daqui né Toda essa pretensão de construir ideias a partir do zero pressuporia uma revolução social de tal ordem que eh entregasse a cada pensador do mundo uma quota equivalente de poder nas relações interpessoais é dado que isso não é comum de acontecer invariavelmente eh eh toda aparente reconstrução de paradigmas observará um rescaldo de eh instâncias de poder autoriz Anes que eh investirão ou não nesse processo de reconstrução como você
viu não tínhamos muito tempo a pretensão era muito grande e não chegamos a parte alguma mas o que dissemos permitir tirar que você a partir de amanhã Siga a viagem sozinho ou com alguém para continuar pensando e refletindo sobre De que maneira as ideias impactam o mundo e de que maneira o mundo das ideias impacta você era isso Obrigado pela sua atenção e pela sua companhia até a próxima ficou com vontade de assistir ao curso completo as próximas aulas desse curso estão disponíveis na plataforma de streaming na casa do Saber junto com todo o restante
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