[Música] senhoras e senhores presentes e aos mais de 1688 inscritos via Moodle e da audiência do YouTube Boa tarde eu sou sou a Cláudia marchiano da coordenação de difusão de conhecimento e educação seja bem-vindas e bem-vindos ao curso de ergonomia no enfrentamento aos fatores psicossociais que neste primeiro dia irá abordar noções fundamentais de ergonomia metodologia de análise ergonômica projetos de situações de trabalho e participação dos trabalhadores e prática de da intervenção para dar as boas-vindas aos participantes presenciais e aos que estão nos acompanhando online convidamos o presidente da fundacentro José Cloves da Silva bem-vindo obrigado
Cláudia boa tarde a todas Boa tarde a todos aqui os presentes aqui no nosso auditório aqui na nossa sede São Paulo aqui no bairro de Pinheiros e os espalhados Brasil aa e mundo a fora via internet essa essa tecnologia que nos permitiu expandir acrescentar muito mais gente nos nos nossos cursos professor remil estava me dizendo aqui que é o diretor que cuida dessa da ciência e da tecnologia aqui na nossa na nossa entidade aqui na fundacentro que faz essa difusão que prepara esses cursos que nós temos 1688 pessoas inscritas temos aqui um um na na
nossa plateia aqui nosso auditório repleta e obviamente temos aí pelo menos umas 100 pessoas 1600 pessoas na internet aí via mudo participando desse curso esse curso de Economia são cursos assim que a fundacentro eh patrocina que a fundacentro quer fazer e quer expandir isso cada vez mais eh contando com a colaboração dos Servidores e servidoras que aqui nos ajudam no dia a dia esse curso por exemplo vai ser ministrado pela professora thí e pelo professor Marçal que são servidores aqui da fundação centro doutores aqui da Funda centro que trabalham com o tema e quero agradecer
aqui em nome da fund cente em nome do Ministério do Trabalho e Emprego em nome do governo brasileiro a participação de vocês nesse curso a fundacentro está aqui de portas abertas para receber os trabalhadores as trabalhadoras do Brasil para que a gente possa expandir esse conhecimento produzir conhecimento porque é nessa troca nessa interação de de aluno professor de aprendizagem que a gente progride que a gente aprende tenho certeza que tanto o Marsal como a thí aqui falando com vocês vai aprender muito muito muito e requa cada vez mais o o currículo e o conhecimento de
cada um tá bom gente mais uma vez sejam bem-vindas sejam bem-vindos aqui a fundacentro a fundacentro está de portas abertas para que a gente possa difundir o conhecimento e produzir conhecimento em saúde e segurança do trabalho em e segurança dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil Obrigado e bom curso a todos e todas Obrigada Cloves e antes de iniciarmos com os docentes temos alguns avisos O curso está ocorrendo de forma presencial em São Paulo com transmissão ao vivo para o canal da Funda cent no YouTube e pela plataforma Dad Mud da Funda centro reiteramos que
a participação nas gravações implica no do uso da imagem da voz pela instituição informamos que as inscrições presenciais estão encerradas para o recebimento do certificado de participação os alunos presenciais deverão assinar as listas de presença dos dois dias do curso para o recebimento dos certificados aqueles que estão participando pelo Moodle deverão obter aproveitamento de 60% nas avaliações a data limite para a realização das avaliações no mudo é até o dia 10 de novembro de 2024 não haverá emissão de certificado para participação apenas no YouTube Eh informamos que em virtude do período pré-eleitoral o chat do
YouTube está fechado para garantir a imparcialidade do processo eleitoral no entanto as perguntas dirigidas aos docentes poderão ser enviadas via link disponível na descrição do vídeo o público presencial poderá fazer perguntas por escrito na ficha de perguntas que serão lidas pelo moderador a fundacentro agradece a compreensão e a colaboração de todas e todos iniciando os trabalhos dessa tarde informamos que este curso tem a proposta de dois professores dialogar entre si então neste momento apresento o o docente José Marçal Jackson filho engenheiro de Minas da Escola Politécnica da USP Doutor em ergonomia do conservatório na Nacional
de artes e ofícios de Paris pós-doutorado na universidade de bordô pesquisador titular da fundacentro desde 1988 vice-coordenador do grupo de trabalho GT ergonomia da atividade da Associação Brasileira de ergonomia desde março de 2024 bem-vindo Marsal Claudinho Clin Boa tarde a to a todas todos V chamar a segunda pessoa é Tá certo não é o curso em dupla Desculpa eu não chamei Tá bom vamos chamar então agora tem que mudar aqui a a thí Helena de Carvalho barreira só deixa eu pegar aqui o mini currículo dela pesquisadora da fundacentro que agora eu perdi acho tá vendo
acha aqui para mim ó fisioterapeuta pela USP ele tá ele tá ditando para mim doutorado doutorado pela Universidade de é que trocou tudo agora doutorado pela Universidade massachusets Estados Unidos eu acho que eu acho que ele não imprimiu por isso que eu não falei vamos Boa tarde a todos então acho que muitos aqui já me conhecem né Eu sou a thí Helena barreira aqui da Funda centro também pesquisadora desde 88 quando essa instituição recebeu muitos e muitos pesquisadores ao mesmo tempo dentro de um momento importante da política brasileira que era o momento da redemocratização né
todo mundo lembra da Constituição Federal de 88 nessa mesma época entramos aqui numa grande quantidade e trabalhamos com muito entusiasmo e até hoje estamos aqui contribuindo eh sempre para que a saúde segurança dos trabalhadores esteja sempre com uma prioridade importante então eu em entrei aqui por conta de fisioterapia eh que era para trabalhar com ler dort nesse percurso eu fiz o mestrado em ergonomia especialização em mestrado em ergonomia e depois eu fui fazer o doutorado na universidade de massachusets com o professor Robert kazek que é o autor do modelo demanda controle que a gente vai
conversar hoje eu tô resfriada então vocês vão me desculpar que às vezes eu falho mas tá tudo bem Obrigada pela presença de todos e obrigada o pessoal virtual aqui não fica aqui aqui só para apresentar bom então Eh então Agradecer o convite né pelo proposta do remiso da direção da fundacentro para que a gente falasse eh um pouco sobre um tema meio da moda né Eh mas para fazer isso a gente tem que fazer com certo cuidado né Eh o tema da moda são os riscos psicossociais eh mas as nós não vamos falar de risco
psicossocial num Primeiro Plano né o nosso objetivo aqui é falar um pouco sobre como a ergonomia né que é uma disciplina científica que estuda o trabalho das pessoas ela eh participa desse processo de enfrentamento eh dos problemas de natureza psicossocial ou os mais comummente os problemas de saúde mental que tão assolando né Eh a classe trabalhadora de uma de uma forma geral eh Então esse é um é é um ponto importante até porque a discussão sobre riscos psicossociais tá aberta né existem pessoas que defendem tem que são favoráveis a essa noção tem outras que são
contrárias eh faz parte do debate social que a gente não vai encerrar aqui a gente vai introduzir né E aí já começando o curso você já deve ter escutado que a ergonomia estuda o trabalho real versus o trabalho prescrito né primeiro trabalho prescrito trabalho real então a gente já começou fazendo isso porque quando a gente teve que fazer a nossa proposta nosso cronograma nosso programa que era o trabalho prescrito a gente nas discussões ao longo do ano em função desse até desses elementos que eu acabei de dizer a gente teve que dar uma reorganizada então
a gente recolocou reorganizou o curso colocando eh essa breve discussão sobre o que seriam os riscos psic a saúde mental e os riscos psicossociais num primeiro momento para depois a gente vi com a ergonomia Então esse é o primeira lição que trabalho real é sempre diferente do trabalho prescrito todo mundo já sabe mas é bom que a gente a gente acaba praticando para nós mesmos Então dentro da nossa perspectiva a gente vai num curso de quatro de 8 horas a gente não vai encerrar a temática da ergonomia muito menos dos dos riscos psicossociais eh vocês
a gente espera que Saiam daqui com perguntas e querendo buscar mais informação leituras etc hoje em dia eh quando a gente começou né a thí falou mais de 35 anos atrás a gente não tinha praticamente livro nenhum a gente não tinha texto nenhum todos os textos que a gente tinham eram ou em francês ou em inglês Uns poucos em português e hoje pelo contrário né a gente tem uma farta literatura disponível eh em português né acesso livre eh Além do mais a gente tem para quem lê as outras línguas a gente tem tudo em primeira
mão quer dizer então a gente tá num outro momento que por um lado é super interessante por outro lado tem outros problemas mas no ponto de acesso à informação a gente tá num numa situação extremamente privilegiada eh atualmente então muitas coisas né antigamente quando vocês tinham como nós tivemos a oportunidade de estudar fora e e a gente agradece ao governo brasileiro por causa disso né na verdade é é um a gente só estudou fora porque a fundacentro apoiou a gente eh nesse nesse nesse projeto individual mas que de certa forma a gente coletiv eh a
gente falava coisas que as pessoas não conheciam né a gente trazia novidade quando você voltava e hoje não é verdade na verdade hoje você pode est falando uma coisa aqui que todo mundo já sabe né ou se já teve curiosidade então é é é muito mais difícil por outro lado porque a gente tem que ter cuidado de de não achar que a gente tá falando uma recente descoberta quando na verdade é algo que todo mundo pode estar sabendo mas como o Remígio colocou bem eh o Remígio não o o Cloves colocou bem eh por definição
né não há processo educativo que não seja baseado na interação entre as pessoas que participam do processo né aqueles que tão em primeira linha a nós e os que nos assistem verdade que a tecnologia por ser a distância tal coloca um pouco dificulta um pouco a interação mas a gente procurou criar os mecanismos para que haja uma troca entre nós então é dentro dessa perspectiva que a gente vai avançar eh Então a gente vai Espera que vocês né no final de amanhã à tarde já começem a perceber de que forma que a ergonomia pode contribuir
com o enfrentamento dos problemas de saúde mental eh e que vocês tenham pista para continuar avançando Nessas questões tá aí se quiser bom eu eu eu tava aqui olhando aqui o auditório né Eh eu espero Marcel colocou muito bem que o fato da gente ter batalhado aí para estudar e avançar na questão dos estudos né seja compreendido como uma necessidade do campo sem dúvida nenhuma né o campo nos colocou diversos desafios ao longo desse tempo e o marcal colocou muito bem a gente não não se assustou com isso pelo contrário né a gente foi atrás
do conhecimento atrás do Diálogo eh buscar essas informações eh inclusive porque nesse percurso a gente teve de fato como maal falou um crescimento muito grande né Eh do campo da saúde e segurança no trabalho né Eh E então assim a gente acompanhou a saída de um ponto onde tinham muitos Engenheiros e médicos né e a partir dali outras muitas disciplinas tiveram que Se somar a esse campo né a ergonomia foi uma delas a psicologia social e do trabalho foi outra delas né a gente usa muito um texto aqui para aqueles que gostam de ler e
estudar que é do Carlos mino Gomes da Sônia segin Costa que discute esse percurso e dilemas né das mudanças do contexto do trabalho as mudanças que foram acontecendo no mundo do trabalho que é do que nós vamos falar aqui né E como que nós profissionais da SST podemos olhar analisar e intervir né então a intenção desse curso é exatamente trazer uma ferramenta né uma metodologia um referencial teórico metodológico da ergonomia da atividade né que permite esse olhar né uma análise para aquilo que as pessoas estão fazendo com a participação desses trabalhadores para entender o que
tá acontecendo ali para transformar como o livro mais clássico da ergonomia chama né compreendendo o trabalho para transformá-lo mas eu quero aqui aproveitar o microfone para dizer que a gente quer que essa fala a gente não tá aqui eh num academicismo tá é isso que eu que eu queria dizer quer dizer a gente tem a obrigação de fazer com que o nosso conhecimento chegue a todos e nós preparamos o curso eh também pro movimento Sindicalista porque inclusive o movimento sindical é a força social capaz de proporcionar as mudanças que a gente precisa né porque já
sabemos nós profissionais técnicos que não vai ser através de técnica que a gente vai mudar que a gente vai transformar a gente precisa de uma força social para equilibrar não é as disputas que acontecem nos locais de trabalho e no mundo do trabalho tá certo então eu espero que que sindicalistas estejam nesse momento e aqueles que não puderem nesse momento que venham Se somar para assistir essas lives aqui depois tá bom muito obrigada a presença de vocês que é sempre muito melhor a gente falar vendo pessoas na frente né valeu gente embora as lives Tragam
uma certa popularidade né a gente já passa a ser visto na verdade é ótimo que a gente possa eh encontrar as pessoas eh eu piloto Ah tá piloto beleza bom então Eh fica à vontade eh a o o para vol pera aí como é que eu volto Ah tá tá eh na na verdade antes de de de né o título do curso tem a ver com ergonomia e risco psicossocial mas eh o o essa noção de risco psicossocial ela deriva de uma questão maior que a questão da saúde mental no trabalho então Eh por isso
a gente optou em primeiro trabalhar com um pouco sobre as as noções o que o que envolve o que tá em torno desse fenômeno eh da Saúde Mental do trabalho que se expressa de uma forma relativamente dramática né como vocês podem ver eh tirei uma foto aqui de uma apresentação da Thaís eh na em estatísticas de 2019 da da OMS oit 300 milhões de pessoas tinham vivem com algum transtorno de ansiedade 280 tem em problemas de depressão 703000 eh morreram em eh em decorrência de suicídio e 15% da população adulta em idade Econômica ativa tinha
apresentou pelo menos um episódio de trastorno mental E isso tem um custo enorme Então é por causa disso que nós estamos aqui né na verdade a ideia de risco psicossocial é um modelo reduzido do que poderia explicar essa situação que a gente eh apresenta rapidamente para vocês eh e esse problema é tão grave e não só do ponto de vista da saúde do Trabalhador mas também do ponto de vista da economia eh no início da pandemia esse pesquisador de uma universidade americana eh na edição da revista Exame né de eu acho se eu não me
engano de fevereiro de de 2020 para comentar sobre a a importância a magnitude do problema de Burnout Ele disse que foi a fala que sai maior que a única solução para enfrentar o problema de de Burnout que tem proporções dramáticas inclusive do ponto de vista econômico seria um redesenho do modelo do trabalho ou seja a forma como as pessoas estão trabalhando os modelos os conceitos os métodos as tentativas de organização etc ão a isso então o trabalho hoje tem como um efeito inesperado secundário um enorme eh um grande número de pessoas que que adoecem por
problemas de natureza mental né ele apresenta o problema ele dá a solução a solução tá no desenho do trabalho bom Então nesse sentido isso é um chamado para nós que trabalhamos com ergonomia como que como vocês vão ver mais tarde né amanhã Possivelmente a ergonomia ela tem o objeto como objeto o projeto da situações de trabalho né de que respeitando determinados critérios então a a a nossa perspectiva ela vai nesse sentido né de contribuir com isso se nós temos uma situação se coloca dramática eh com o impacto na vida das pessoas a gente tem que
agir naquilo que que tá na origem e isso passa por uma reflexão o redesenho do trabalho das suas condições eh e como que a gente chega lá que em que em que contexto que isso tá acontecendo bom isso tá acontecendo no contexto recente da da globalização né que tem conjugado tanto catástrofes industriais funciona isso aqui ah ah tá ah tá tanto no nível de de grandes acidentes né então por exemplo se vocês peguem um acidente da da bp no Golfo do México existem alguns analistas que asso associaram aquele grave acidente a de uma catástrofe Industrial
ao processo de globalização da economia e a diversos fatores que estão atrelados como a diminuição do papel do estado o aumento do controle interno das empresas né as empresas é que tem que ter sistemas de controle o estado eh eh atua menos né então uma certa retirada do Estado eh e aá outros aspectos econômicos como a enorme quantidade de terceirização a diminuição de efetivos etc então a globalização ela vai afetar tanto né em em em eventos maiores do ponto de vista da segurança quanto Como disse o esse professor da universidade americana se eu não me
engano Stanford uma uma epidemia de problemas de de problemas de saúde mental no trabalho É nesse contexto que isso Tá se dando e essa a globalização ela tá atrelada ao que a gente chama passou a chamar de reestruturação produtiva ou reestruturação da economia né Tem alguns sociólogos importantes que estudaram isso no caso do Brasil Ricardo antú outros né diversas pessoas estudando sobre isso eh e que vão mostrar que num quadro em que eh o capital passou a se organizar de uma outra forma eh houve uma diluição do papel do empregador A gente assistiu diferentes formas
de organizar o trabalho a produção as empresas passaram a se organizar em cadeias novas tecnologias eh modelos formas de gestão e organização do trabalho Diferentes né e aliado a tudo isso a formas precárias de emprego Então esse é o quadro em que isso Tá se dando né a thí vai trabalhar num num em algo que tá mais ou menos por aqui hoje né Eh como a nova tecnologia de plataforma permitiu eh a disseminação de formas precárias de de de de emprego no caso de entregadores né jovens ciclistas etc né como então é nesse quadro que
essas que essa situação se dá eh a nossa colega Lea Léo Ferreira que se aposentou alguns anos antes tinha escrito um artigo que eu que eu acho que valeria a pena ler que se chama escravos de jamban e leer onde ela vai mostrar como um o sistema de astin time mobilizava os trabalhadores e colocava em situações eh eh peculiares né singulares difíceis etc que levavam ao adoecimento por por problemas eh músculos esqueléticos e eh nesse nesse trabalho por exemplo que que ela mostrava que tá atrelado ao ao ao ao ao ismo bom Por um lado
a produção que antigamente tinha um ritmo tinha uma definição que exigia um certo trabalho ela modifica porque ela passa a ser puxada pela demanda eh a a reorganização e o toia ismo é criado na no Japão porque no Japão havia um problema de espaço né então fazia muito sentido isso a gente tinha pouco espaço então a gente tinha que organizar o espaço tempo de forma que a gente pudesse contar com o espaço que a gente tinha como tudo é menor a gente precisa jogar mais com o tempo e por outro lado se propunha um um
um um sistema de de produção que fosse extremamente flexível para atender a flutuação da demanda né E isso exigia uma mudança no trabalho né um trabalho eh em equipe né veja bem o Toi ismo substitui a linha de montagem torista e então um trabalho de equipe e a capacidade de Valência das pessoas eh por outro lado se associou a isso a utilização de sedes reduzidas Então você você passa a produzir mais produtos na mesma linha de produção Então você tem que diminuir a quantidade de coisas que você faz né E isso tem um impacto que
é que as máquinas têm que ser ajustadas Então essa Ampla reflexão que foi um vamos dizer uma revolução na organização Industrial ela também teve uma série de impactos no no trabalho das pessoas no adoecimento como mostrou como procurou mostrar Leda e por fim um um problema que que continua em escala enorme é a subcontratação de fornecedores ou seja as empresas hoje têm eh se a gente pega uma refinaria eh da nossa indústria de petróleo e gás a gente vai ver que tem múltiplas empresas Trabalhando dentro e cada uma cuidando de partes do processo de produção
e tá que eu vi esse aqui tá bom então e qual foram as consequências aos trabalhadores desse desse desse novo modo de produzir bom primeiro um um um fenômeno maior de intensificação do do do do trabalho né no no caso do Japão nitidamente isso foi feito para conseguir né e com métodos de gestão por stress por netas etc eh fazer com que todos passassem a trabalhar trabalhar mais eh e por outro lado se a gente quer uma um sistema de produção flexível a gente tinha ter trabalhadores o mais flexíveis possíveis então a falácia do do
modelo japonês É que na verdade a família Toyota era muito pequena e eles tinham que contar com várias pessoas contratados eh em em em contratos mais precários para dar conta dessa dessa flexibilidade e isso só tinha uma forma de de fazer que era enfraquecendo os sindicatos então a história do toyotismo no no no Japão e que influenciou o mundo né e a produção no mundo ela mostra claramente como essa reorganização do Capital ela se baseia em novas tecnologias em novos sistemas de produção mas que baseia também em novas relações de força né com os atores
do processo ou seja otiso se impõe quando os sindicatos japoneses são se enfraquecem e isso vai ter uma série né de consequências depois paraa saúde das pessoas a gente pode vou fazer rápido aqui não é tanto objetivo da discussão mas mostrar por exemplo como e que eu acho que que é um um um exemplo que é fácil pra gente perceber a reestruturação tecnológica que a gente viu nos supermercados né Eh então a gente né nós aqui que temos um certo mais tempo de vida a gente notou tudo isso mas vocês maior parte das pessoas percebem
a diferença né no nosso caso a gente saiu de época em que os caixas Supermercados eles digitavam né os valores né Depois tinha eh eh né fazia a cobrança do do de valor pro valor né se somava na máquina para sair no fundo daquilo eh e depois a gente passou a usar o scanner né que foi uma mudança significativa e isso aumentou o fluxo né Aumentou a intensidade do trabalho além do o que no início né quando eu era pequeno que com a minha mãe no mercado sempre tinha umas crianças que ensac avam tinha um
monte de gente no supermercado foi passando o tempo né é o caixa que a próprio operador de caixa que ensaca em determinados Supermercados mas não apenas ele tem que eh fazer a segurança né tem alguns checkouts que tem uma lente embaixo então pede-se pro caixa que ele Verifique o que tá sendo cobrado eh então ele faz segurança ele faz entrada de D ele cobra ele ensaca né então ele faz Multicoisas então a reestruturação né produtiva nesse setor ela teve essa configuração que explicou de uma certa forma né em alguns casos a gente percebia muito bem
né para quem né aquela rede francesa de hipermercados né então uma contradição entre o modelo Industrial né que você tem que passar um monte de coisa um monte de gente compras gigantescas mas ao mesmo mesmo tempo com prestação de serviços né então você tem alguns supermercados em que a gente pede que o caixa seja Gentil que ele atenda bem o cliente né Então nesse setor se convive com essa contradição entre vender o máximo possível né a lógica do supermercado do ponto de vista econômico é que o produto fique o menos tempo possível dentro da loja
o supermercado ganha dinheiro quant quando quanto mais rápido for o fluxo de saída das coisas né eles ganham na na na quantidade de venda na capacidade de venda no tempo mas isso implica então numa num compromisso entre um modelo por vezes Industrial como esse mercado que eu falei e outros que você tem um atendimento mais eh cordial então num estudo da fundao francesa né já se já se mostrou há muito tempo atrás que você tinha uma alta prevalência de problema músculo esquelético que quando se introduziu a escaner iação houve um aumento das queixas referidas sobre
isso que era uma população jovem que trabalhava né E que eh se encontrava né com pouco tempo de serviço porque você tinha um fenômeno de autoexclusão que continua até hoje no supermercado extremamente bacana que eu vou em em em Curitiba Convido você se você forem a Curitiba vão no festival porque ele é lindo maravilhoso é tudo de bom e é super bem organizado tem caixa única para todos os tipos né né caixa única para para qualquer caixa mas dificilmente a gente vê o mesmo caixa que atendeu quando a gente volta 15 dias depois eh deixa
eu só eh e aí quando a gente analisa o trabalho dessas pessoas a gente vai ver que de um lado existe um trabalho que explica essa autoexclusão né que que tem que ser jovens a trabalhar um trabalho físico porque elas têm que carregar peso relativamente né 20% dos objetos tê mais de 1 kg eh passam trabalham em pé boa parte do tempo a postura é imposta pelas filas do cliente hierarquia né embora se diga que não que a pessoa pode sentar quando ela quer se você tem fila a tendência é você trabalhar de pé no
festival esse que eu falei é um pouco melhor porque a a fila única ela regula pouco a pressão dos clientes e por outro lado a tarefa de ensaque ela provoca o aumento da taxa de frequência de acidentes eh de ombro por exemplo E no caso INSS 1994 Eles já afirmavam que ela deveria ser proibida quando a gente fez a NR o anexo um da nr17 do qual eu tive a oportunidade de participar um dos pontos que eu briguei muito era para proibir o ensaque Mas se vocês observarem a versão final da no diz que é
uma das opções é tem opções mas o ensaque não foi o ensaque não foi proibido o que mostra também uma outra questão importante que a gente vai discutir rapidamente é aqui o processo normativo como ele se dá no Brasil né tripartite Ele é um processo negocial e portanto não é necessariamente o estado da ciência que define os as escolhas que a gente faz que é uma questão extremamente importante eh e por fim o desenho do trabalho e dos checkouts lembra desenho do trabalho é que definem muito esse trabalho físico né Então dependendo do tipo de
caixa que você utilizar você vai obrigar o caixa a ensacar né dependendo do no no caixa desse que eu falei desse Supermercado que passa grandes escalas o desenho é feito para que o cliente em saque Então você já distribui um pouco a carga de trabalho né o o o caixa o operador de caixa ele vai ter vai ficar como uma parte do problema outra parte a gente transfere pros clientes então daí a importância né que a gente te diz né a Taís vai reforçar isso que existe sempre um espaço mesmo num né num cenário vamos
dizer que parece determinista como tud é ruim mas a gente tem uma possibilidade de ação sempre né Eh por outro lado né um trabalho do Cai mercado que a gente acha que é só do ponto de vista físico a gente vai ver que ele é um trabalho que envolve aspectos que que é isso aí tá psicosocial né que a gente chama mas na época se falava aspectos emocionais e cognitivos pessoas trabalhando sobre Perão e tensão o tempo inteiro por que isso porque primeiro você manipula dinheiro né você tem relações muitas vezes de violência risco iminente
de assalto eh por outro lado muitos Supermercados exigem dos trabalhadores que eles sejam amáveis com os clientes mas desconfiados porque o cliente pode estar roubando né que eles tenham sejam rápidos mais rápidos possíveis mas ao mesmo tempo que eles sejam mantenham a qualidade no atendimento então isso são injunções contraditórias né como é que você faz para ser amável com alguém mas desconfiar que aquela pessoa tá roubando por outro lado eh em muitos casos né Eh a gente vai observar a pressão da fila dos clientes da hierarquia então um supermercado aqui em São Paulo que erá
perto da casa dos meus pais né não sei se vocês já ouviram falar no Jumbo Jumbo do aeroporto então nunca me esqueço que numa fila única eles tinham um gerente que ficava na na na na entrada né da fila única empurrando as pessoas pros caixas né quer dizer já tinha uma pessoa sendo atendida ele mandava uma outra para atrás como nos aeroportos né que tem gente que às vezes faz isso Então na verdade embora você tivesse um sistema que é para controlar a caixa o a organização para fazer com que as pessoas passassem mais rápido
pelo Supermercado né passasse mais tempo ele tinha uma pessoa que que promovia essa pressão na fila eh e nesse tipo de trabalho os operadores têm que ter atenção permanente visão escuta e memória né Eu não sei se você muitas vezes tem aquele barulhinho pi pi pi pi é que é a forma com que o caixa sabe que o produto passou né porque ela passa no no scanner Então isso é um retor para ela então a pessoa tá tendo que tá percebendo o barulho manipulando uma coisa e muitas vezes conversando com o cliente que tá na
frente então esse é o tipo do exemplo que mostra e que é o que é a nossa tese que vocês vão ver depois que nenhum tipo qualquer tipo de trabalho a pessoa não pode ser dividida né todo mundo que trabalha é tem emoção né pensa se relaciona e tem uma atividade física né e é nessa conjuntura por isso que é importante a gente ressaltar de reestruturação da economia de novo des de de um certo desenho do trabalho que faz com que as pessoas vão sofrer males que são tanto músculos esqueléticos né que é o que
mobilizava mais a gente no caso do supermercado quanto de saúde mental né o evidentemente que o tipo de trabalho vai afetar mais um lado ou outro mas pessoas que trabalham em supermercado podem apresentar problema de saúde mental pelas condições que eu apresentei rápido aqui para vocês então no se o trabalho dos caixas e aí é outra ponto fundamental ele parece ser simples ele não é ele é complexo ele é duro ele é sempre sobre pressão e sobre tensão e um ponto que que é fundamental que a gente vai discutir mais amanhã e que é fundamental
quando a gente quer intervir Nas questões de saúde mental e trabalho é que as pessoas têm uma margem de ação muito pequena e quando a gente vive numa situação em que a gente tem pouca margem de ação é aí que a gente tem chance de adoecer a porta aberta para adoecimento é quando a gente não tem muitas possibilidades de agir Esse é o primeiro ponto fundamental para nós né que estudamos as questões entre trabalho e saúde mental sobretudo então quando a gente pensava né quando a gente estudou mais essa questão do dos problemas muscul esqueléticos
e Supermercados é importante a gente ver que isso tudo tá ligado ao que a gente chama de fatores organizacionais então vejam bem já provocando um pouco a Taís que vai vir depois de mim eu falei que é um trabalho que envolve aspectos emocionais e cognitivos né psicossociais mas a determinação o que cai em cima dessas coisas são fatores organizacionais o que pesa o que define é isso ou seja esses aspectos físicos e cognitivos que que sempre vão ter no trabalho de com caixa de supermercado poderão ser melhores ou piores a depender das escolhas organizacionais que
a gente fizer Então essa é um pouco é a perspectiva que a ergonomia tem sobre sobre essa questão é numa situação como essa de que forma que a gente pode agir para para melhorar para para desenvolver a situação para uma posição melhor eh e dessa forma Aí sim a gente pode responder né algo que que parece como um determinismo né trabalhar em supermercado é ter lerd o que a gente quer é que não seja assim e para não ser assim a gente tem que agir no nível dos fatores organizacionais que estão por trás e do
desenho do trabalho como disse o nosso colega de de Stanford agora eu falei para vocês da reforma eh prod da reestruturação produtiva mas eu tenho que falar também da reforma do Estado porque hoje né No que tante aos problemas saúde mental eh não isso não ocorre apenas no setor privado né a gente tem observado e eu particularmente estudei durante muito tempo o trabalho e a saúde no serviço público a gente tem observado que os servidores públicos também estão eh sofrendo bastante problema de saúde mental sobretudo e isso tá atrelado a esse amplo movimento vocês escutam
o tempo inteiro né reforma do Estado reforma administrativa né tá tá na pauta de todo novo congresso que entra né de como fazer com que o trabalho dos Servidores Públicos seja mais transparente eficaz como se os problemas do estado brasileiro fossem problemas dos Servidores né que tá por trás da reforma é dizer assim o problema são os servidores públicos nós temos que organizar os serviço públicos de uma outra forma fazendo isso a gente vai garantir um novo funcionamento do estado Só que a gente não mexe com uma série de questões típicas do nosso Estado como
por exemplo a questão da promiscuidade entre público e privado ou seja a natureza patrimonialista do Estado né que o estado As instituições públicas elas são eh ocupadas por indicações de cargos políticos que representam os governos que foram eleitos né Então esse é um primeiro ponto mas dentro dessa reforma do do Estado O que que a gente observa também de um lado um Opa foi rápido demais um enfraquecimento do Estado né com com políticas de cortes recorrentes né a famosa política de austeridade da economia né situação atual do Brasil é essa né como como fazer política
pública com pouco dinheiro eh por outro lado num num cenário que continua de privatização de serviços públicos de empresas públicas eh um problema que cuja tendência tende a ser a transferir as questões sociais para parcerias público-privadas né as ONGs tê atuado muito e que são todas de uma certa forma separadas das questões econômicas Então essa é uma crítica fundamental ao nosso campo Por que as o a a saúde e a segurança do trabalhador não é um critério na definição das políticas econômicas né industriais de agricultura etc né É É sempre a gente sempre funciona rebo
primeiro você faz a política industrial e depois você vai estudar eh como fazer para as pessoas sofrerem menos ou se adoecerem menos a thí tem relatado a discussão Inicial sobre a questão de Inteligência Artificial que é um pouco parecido né a gente bota Inteligência Artificial bota para funcionar e depois se der problema vai ter alguém que vai estudar e dizer como a gente melhora mas isso vale também para paraas questões econômicas então Eh dentro desse quadro né de de reforma do Estado eh a gente também vai perceber um outro um outro um outro ponto que
é diretamente do nosso campo que é que o estado também passou a atuar menos no campo da saúde do trabalhador né então o enfraquecimento do Ministério do Trabalho que foi extremamente grave no no útimo governo quando o trabalho passou a ser eh fazer parte da economia né economia e o trabalho dentro eh depois a gente convive com o modelo tripartite que que implica na produção normativa entre patr representantes dos empregadores e dos trabalhadores na produção das nossas normas mas iso é um processo que tem algumas dificuldades até porque muitas vezes o peso de um e
de outro é é é desigual e uma tendência né dentro desse movimento que é geral né de do campo da saúde do trabalho de transferência né das ações de segurança de saúde do Trabalhador para as empresas pro controle interno das empresas né ou seja né a gente desde os anos 2000 e pouco escutava da importância de sistemas de gestão eh em 2021 a gente instaurou o famoso pgr que programa de gerenciamento de riscos que nada mais é do que transferir paraas empresas a gestão dos seus riscos né e importante discutir porque esses riscos psicossociais também
em tese vão entrar para paraa gestão das interno das empresas é disso que a gente tá falando então nesse nesse dentro dessa conjuntura o que que acontece dentro dessa reestruturação da economia da produção né que eu eh apresentei rapidamente antes eh grosso modo o que nós vamos ter é um processo enorme de intensificação do trabalho tá todo mundo trabalhando mais ou mais tempo ou fazendo mais coisas ao mesmo tempo né né aquelas figuras na época da pandemia que a gente via uma pessoa numa Live fazendo outra coisa ou fazendo duas ou três lives ao mesmo
tempo né participava de duas que é o máximo eu mesmo peguei numa dessas eh mas é que mostra Então como todas essas coisas estão né pesam sobre sobre nós né Então tá na e e efetivamente isso vai ter um efeito na saúde né dentro desse novo contexto todo mundo trabalhando muito mais evidentemente que vão aparecer problemas de saúde eh e isso essa questão da intensidade intensificação do trabalho não é um novo problema é um problema que Foi notado no final dos anos 90 né nos anos 2000 e não à toa porque vocês vão se lembrar
que ao final dos anos 80 houve a queda do muro de Berlim Isso foi um movimento político econômico social que mudou o rumo do mundo até então quando existiam né os dois mundos né o mundo ocidental e o e e o e o lado de lá eh a cont partida pra gente manter uma certa ordem social no no ocidente era um estado de bem-estar social então a gente tinha que ter garantias de que a gente ia viver melhor do lado de cá para não cair do lado de lá n tinha que ter alguma coisa até
porque eles tinham uma sociedade que parecia que era paritário igualitário etc nessa época nos anos 80 se veiculava na própria 80 textos que falam de novas formas de organização do trabalho que viriam para a autonomia das pessoas né os trabalhadores iam ter mais autonomia eles iam ser menos cobrados menos pressionados cai o muro de Berlim 10 anos depois a união europeia começa a fazer uma série de pesquisas sobre condições de trabalho existem até hoje né pela eurofound E aí nessa de 2000 ela já mostrou uma coisa super importante é que tinha um novo perfil de
adoecimento 10 anos depois praticamente do Muro ter caído nesse estudo de 2000 eh a gente já tinha vários indicativos de uma alta intensidade do trabalho Então veja como as coisas se confundem por isso que é bom a gente lembrar sempre saúde mental e problema músculo esquelético eles andam de mão de mãos dadas né então a gente tinha pessoas com dores nas costas pessoas com estresse fadiga geral né se reclamando eh e que isso tudo tava lado a uma maior intensidade do trabalho ou ao trabalho repetitivo ou seja cada vez o trabalho tava resultado da pesquisa
tava se tornando cada vez mais intenso 50 mais de 50% dos trabalhadores passavam pelo menos 1/4 do seu tempo fazendo atividades em alta velocidade ou com prazos curtos e rígidos e já naquela nessa enquete já se falava que 9% dos Trabalhadores já haviam sofrido alguma forma de intimidação do último ano de trabalho intimidação regr questões de violência de que a gente chama também de assédio né ou seja as novas condições estavam colocando Opa eh os trabalhadores Então dentro de uma ordem organizacional que já fazia aparecer essa confluência entre Ops de novo essa confluência entre problemas
físicos de uma forma geral e de saúde mental Então o que nós estamos assistindo 2000 para 2024 24 anos depois idade da minha filha mais velha eh 24 anos depois é algo que já tava se desenhando há muito tempo atrás né E que a gente vem vem v vou repetir de novo que é importante essa situação é uma tendência é um uma forte determinação mas isso a gente tem escolha política eh tanto no no nível macro quanto no nível micro para enfrentar esse tipo de coisa tá isso não é imutável embora seja algo que tem
que ser dito a gente tá numa nova numa nova circunstância e essa circunstância começou exatamente um pouco depois da queda do muro tá então isso é é um fato que a gente precisa levar em conta e Então quais seriam eh os problemas da Saúde bom foi no caso brasileiro no final dos anos 90 80 que já já já tinha a gente já começava a ver a questão de problem músculo esqu elétrico né A primeira norma é nr17 é de 1990 mas já existia um relatos né do grupo que trabalhava na universidade de lowel ou no
Canadá por exemplo de de problemas de saúde mental e cardiovascular também PV 2006 eh algo que começou a aparecer mais no meio dos anos 2000 e aí tem um trabalho de um colega nosso importante sobre os motos na época motociclistas profissionais né ainda não havia não existia Uber essas coisas de de motociclistas que foi um dos primeiros reflexos né dessa reestruturação produtiva né que é a redistribuição da as entregas né a entrega em tempo real né e que enol e que envolveu particularmente os motoristas de caminhão também né o Brasil um dos maiores índices de
acidente do trabalho no Brasil se encontra entre Motoristas de Caminhão né Lembrando que recentemente teve um acidente terrível lá em Santa Catarina aqui né na entre Paraná e Santa Catarina numa situação e que não é o primeiro que ocorre nessa estrada nessas condições né Eh a gente tinha já também nos anos 2000 uma série de acidentes de mortes por excesso de trabalho na agricultura né no corte de cana que já sofreu uma enorme reestruturação produtiva do corte manual mecanizado mas continua sendo um setor problemático e posteriormente também essa leva de suicídios Talvez um pouco mais
para cá que enorme na França ao final dos anos 2000 mas que também tem proporções enormes no Brasil entre em várias categorias como bancários recentemente Petroleiros né e outros né E outras policiais bom tudo bem isso no caso brasileiro é mais fácil de enxergar eh e todos e todos esses fenômenos estão de certa forma atrelados a essa nova conjuntura Econômica política organizacional que a gente tem vivido eh de um ponto de vista sociológico né aqui a gente já pode fazer introduzir um ponto que parece que é fundamental e que quando a gente estuda saúde mental
e trabalho é fundamental que é entender um pouco o papel desse troço aqui que é a gestão né que são essas novas formas que T sido utilizadas né para produzir né no caso francês eh tinha toda uma discussão sobre a modernização por exemplo das linhas de ferro né das estradas de ferro Então tinha todo um discurso de modernização que precisava ter equiparado e concorrência com a aviação né porque na Europa espaços são menores mas também com empresas de outros países né mas o o o mble então de uma nova gestão era para promover essa modernização
só que o que se falava menos é que isso tudo também era uma forma de diminuir o poder dos trabalhadores dos sindicatos então A gestão é uma ferramenta que tem esse duplo papel né E que é o da nossa grande dificuldade coloquei antes né Como existe dentro desse novo modelo um enfrentamento que passa pelo controle dos dos sindicatos enfraquecimento dos sindicatos eh mas né ao mesmo tempo que você diminui isso aqui você precisa promover a modernização você tem que engajar todo mundo em torno do seu objetivo Então as empresas hoje elas querem pessoas né que
sejam completamente voltadas ao que fazem ao ao ao espírito da empresa né Elas são colaboradores da empresa elas se entregam de corpo e alma para as empresas né quem trabalha nos serviços de saúde sabe que isso é recorrente de pessoas que estão adoecidas e fala assim mas eu não entendo nada porque a eu era a empresa de repente eu tô fora do jogo eu era empresa eu fazia o que a empresa pedia né então a gestão e que é muito forte é Como ela vai conseguir né ao mesmo tempo promover uma nova eficácia controlar os
trabalhadores mas fazer com que todos trabalhem de corpo e alma para ela é um pouco esse o espírito da coisa e é por isso que a gente a gente tá nessa situação de saúde mental cada vez mais complexa evidentemente que num quadro como esse né as pessoas vão sofrer muito né penosidade no sentido de Sofrimento de dificuldade de trabalho cada vez mais difícil eh então é um pouco esse cenário aqui que a gente vi e ixe olha di que legal desconfigurou tudo o negócio aqui Bom mas eu vou eu sei do que eu que eu
que eu tinha para falar então vou conseguir falar Agradece a Apple viu clodo pela desconfigurada teu chefe tá olhando para você mas não tem problema pode desligar a transparência já tô encerrando bom a a a saúde mental e do trabalho portanto né No momento atual ela coloca a gente numa situação eh que a gente já viu né na verdade nós estamos vivendo um pouco o que a gente vivenciou nos anos 90 início dos anos 90 com a questão da leer dort né na verdade nós estamos praticamente fazendo vivendo as mesmas coisas Qual a primeira coisa
uma tendência generalizada né das empresas de individualização do adoecimento e que é muito mais fácil do que do que no no músculo esquelético já foi fácil mas agora é muito mais fácil porque um problema de saúde mental pode ser um problema com o teu namorado com a tua mãe ou ou na sua infância né então a gente tá assistindo Mas é a mesma estratégia a mesma coisa que ocorreu no caso dos problemas de L dort por exemplo que é individualização dos casos um segundo ponto é que a saúde nessa nesse embate da né como ela
tá se configurando a saúde mental é que a gente tá tendo uma alta tendência a eh buscar a reparação dos danos né Muito se fala em termos de reparação de danos portanto de disputas que vão correr ocorrer longe do espaço de onde os problemas T origem e esse é um alerta da ergonomia porque isso já aconteceu na na ler né então é muito fácil você discutir na frente de um juiz né um advogado um grupo de pessoas falando imaginando sobre como o trabalho era né E invariavelmente quem tem a descrição do trabalho a empresa não
foi pedido pra pessoa fazer era isso se ele fez a mais né então o fato de você descontextualizar a discussão diminui a possibilidade do quê do reconhecimento da doença né então você individualiza a doença você tem muito mais dificuldade de reconhecer e a tendência é como é um fenômeno que é desconheci começa a aparecer rapidamente né então primeiro tem que ver que é um problema coletivo né então a gente tem que transformar isso num problema de saúde pública não num problema de um indivíduo ou de uma empresa mas de saúde pública tá correndo várias pessoas
Então a gente tem que fazer alguma coisa E aí de certa forma existe uma sedução pela noção de risco porque a noção de risco eu não vou discutir mas é importante colocar a a noção de risco ela ajuda nesse processo de reconhecimento da doença Os Profissionais de Saúde eles estão loucos por precisando de métodos para ajudar as pessoas porque o relato das pessoas muitas vezes a annese que é feita não é suficiente para fazer demonstrar o nexo causal Então o a noção de risco e e métodos que tenham critérios que ajudem a categorizar a moça
a determinados limites como numa perspectiva higienista né que o ruído a gente sabe né passou de 80 Deb mas tanto tempo tá vínculo com surdez com paí é evidente Então nesse sentido eh o existe uma um interesse em se olhar para essa questão eh baseada na na noção de risco é o primeiro ponto fundamental por outro lado as as categorias né um olhar vamos dizer sobre grandes fatores de risco Ajuda também a gente dirigir as nossas políticas públicas de enfrentamento pelo menos né então Eh mas o que é importante né ressaltar aqui é que a
gente já tá começando a discussão sobre a saúde né discussão já há algum tempo da Saúde Mental como a gente viu no caso das ler dort que é algo centrado na reparação de danos então uma pouca ênfase para prevenção e a pouca ênfase na prevenção ela é grave por quê Porque a prevenção se dá nas empresas a a prevenção não é embora possa ajudar um pouquinho né algumas técnicas individuais que vão ajudar as pessoas a conviver melhor com o sofrimento mas eu tava conversando antes falando assim não adianta a gente se proteger na selva cheio
na Cova cheio de cobra não adianta ser ser picado então Eh eh a gente tem que não ter cobra na né onde a gente tá vivendo aliás é porque a gente né pensa né você tem que ter um ambiente o mais são possível para você não ter que você tá se preocupando o tempo inteiro em construir uma sanidade dentro de algo numa situação que não é que não é s então Eh esse é o grande desafio é a gente entrar nas empresas e qual que é posição das empresas hoje num primeiro momento é a recusa
do Risco psicossocial porque que o o risco psicossocial é a abertura para essas ações reparatórias então o movimento sindical Grosso dos trabalhadores grosso modo tá focado nesse tema porque esse é um tema né Esse parece ser um quadro conceitual referencial que vai ajudar na reparação de danos mas veja bem a gente continua atuando pouco no nível da prevenção e as empresas postua pelo seu né Eh tão estabelecendo uma outra estratégia hoje que é qual curto circuitar o processo tripartite né que de certa forma regula esse processo então recentemente vocês viram uma lei né que estabelece
o selo da Saúde Mental nas empresas etc né que é uma forma como as empresas estão tentando mostrar que o né se uma empresa tem um selo uma um selo dessa né uma ação dessa quem se aparecer um doente lá é porque não é culpa dela porque afinal de contas ela já teve o reconhecimento que ela não adoece Então esse é um pouco do cenário no caso da ergonomia a gente vai procurar uma outra coisa a gente vai sair dessa discussão social que é importante a gente vai falar ainda um pouco dela para mostrar como
em determinadas situações a gente vai intervir na empresa para tentar construir formas organizacionais que sejam mais mais capacitantes para as pessoas que façam com que as pessoas consigam trabalhar sem adoecer É lógico que isso pressupõe o interesse das empresas das instituições em fazer Eh pode se tem alguma pergunta agora como que nós aí se você quiser você já pode se tiver alguma pergunta eu posso aproveitar não parou hã é ou escritas escritas Claudinha você não quer exercer o seu papel de chair woman Alguém gostaria de fazer uma pergunta Tem que ser tem que ser escrito
né senão a thí pode Ó você tem ó tema nós vamos ainda voltar a conversar sobre isso então Obrigado 45 minutos eu tenho lodal aquela apresentação do trabalho Marcel está de parabéns você conseguiu fazer um sobrevoo panorâmico sobre 20 anos ou 30 anos muito intensos vividos como cidadão e como profissional né Remo e como Sindicalista né que não foram fáceis bom então aí eu acho que assim eh as pessoas que já têm costume com a ergonomia sabem eh que o melhor jeito da gente entender um pouco essa questão eh da metodologia da ergonomia e como
é que a gente trabalha com a atividade através de um estudo de caso né Eh então eu tô trazendo aqui para vocês o estudo de caso que nós fizemos aqui na fundacentro um projeto da fundacentro eh com jovens entregadores ciclistas E aí a gente pode passar eu acho que eu vou precisar de um agasalho viu é oi tá aqui ó eu trouxe bom quando a gente tava lá em 2019 nós fomos apresentar um plano né um projeto de pesquisa e a gente precisava fazer uma pesquisa eh que incluísse eh profissionais da fundacentro de diferentes unidades
descentralizadas e foi uma oportunid ade muito bacana que a gente teve E aí a gente tinha que encontrar uma atividade de trabalho que se encontrasse em diversas Partes como Marsal já adiantou a gente tinha também dificuldades orçamentárias eh para fazer o trabalho de campo tudo isso a gente tinha essa dificuldade já que existia das da resistência das empresas para que a gente pudesse fazer as visitas dentro das empresas então a gente teve essa oportunidade de trabalhar com os entregadores ciclistas o que é que a gente imaginava naquela ocasião né a gente imaginava que a gente
fosse estar trabalhando com trabalhadores do setor informal né portanto que faziam parte da dessa parcela de trabalhadores que estavam excluídos do emprego formal e jovens né porque era o que a gente via nas ruas e aí a gente foi estudar um pouco essa questão eh da idade e da empregabilidade né e os dados confirmavam que a maior parte desses trabalhadores estava entre 20 e 29 anos tinha uma pesquisa recém-saída aqui em São Paulo eh que mapeava esses trabalhadores e no máximo de 30 a 39 anos como a gente tá vendo ali tinha aquele apontador né
Clodoaldo tá aqui é isso aqui primeiro botão um pouco abaixo aqui né não tá apontei Bacana Então a gente tinha aqui 35 né e 30 de 30 a 39 a gente tinha o que a gente via nas ruas né Principalmente homens até hoje né Eh e uma parcela importante de pretos mesmo né pretos e pardos tá quando a gente teve a pesquisa da pinar covid a gente tinha 646.000 entregadores em bicicleta né então a gente Sabia já que esses moços esses meninos esses jovens eh eh estavam com condições muito ruins de trabalho né é para
baixo volta para cima vai ah é um lado e o outro né pronto eh então a gente encontrava esses jovens com vestimentas na maioria das vezes inadequadas aqui esse rapaz tá em São Paulo tá com uma bota vocês vej que era um dia chuvoso tá com umaa de chuva e naquela ocasião a gente fez o projeto em 2019 e de Março a gente teve o blackout né todo mundo precisou ir casa então a gente fez uma boa parte dessa pesquisa atra de de redes sociais tá E essas redes sociais era o Facebook que eles postavam
muitas coisas eu vou pegar uma balinha de gengibre Eu Peguei gripe essa semana é E aí eu trouxe a balinha de gengibre Esqueci de pegar antes de começar a falar bom e a gente tinha essa cena também aqui não sei se vocês estão enxergando no cantinho inferior lá de Minas Gerais numa enchurrada o rapaz atravessando a enxurrada para fazer a entrega enfim Como disse o Marsal é uma situação de trabalho que quase todos nós acompanhamos pela mídia né mídia escrita mídia televisada né então a gente via muitas imagens e sempre a população e a sociedade
eh sempre tocada né pela pela precariedade das próprias condições de trabalho deles né então eles eram excluídos do emprego formal encontraram na entrega uma forma de trabalho e renda no entanto eh tinham dificuldade né até chegou a a se veicular aquela questão de que eles estavam entregando comida sem conseguir comer o que é uma uma triste verdade né E aí a nossa ideia eh como era trabalhador informal a gente não tinha uma empresa com quem negociar a melhoria dessas condições de trabalho né mas a gente tinha como Marcel lembrou o trabalho do nosso colega aqui
Eugênio que é o Eugênio Diniz eh e que e ele tinha conseguido com os motociclistas algumas negociações ao nível Federal né Tem uma legislação de 2011 por exemplo muito importante que diz que ninguém nenhum fornecedor nenhuma empresa pode exigir um prazo para entrega né Na época tinha uma empresa que dizia que se você não recebesse sua pizza seu pedido em 15 minutos o o seu dinheiro seria devolvido né Eh e ninguém pensava na dificuldade que esse rapaz ia ter para devolver essa essa essa comida né oh que coisa hein a achei né bom E aí
gente a gente então como diz a o Marcel vai explicar bem a metodologia né sempre ettin metodologia sempre no campo sempre com muita escuta dos trabalhadores nos interessavam realmente os jovens não é eh já que eles eram maioria inclusive pra gente saber essa questão de educação né Eh qual era o nível Educacional deles e qual Obrigada linda e qual era a perspectiva né Que Eles teriam para um trabalho a gente imaginava que por ser bicicleta o que é que a gente teria demandas físicas intensas né e a gente via que eles estavam tendo poucas pausas
e uma jornada prolongada isso já estava naquela pesquisa da Aliança bike de 2019 então a gente imaginou que a gente ia encontrar muita ler dorte né Afinal de contas aqui em São Paulo por exemplo a gente tem muitas ladeiras muitos morros né então se essas pessoas têm que subir morro el era esperado que elas tivessem vivenciando esse tipo de problema acidentes de trânsito a gente já tinha visto pelo infoa da cidade da prefeitura que tinha aumentado o número de acidentes com esses trabalhadores inclusive infelizmente com mortes como vocês sabem no caso dos entregadores motociclistas que
é uma tragédia eles são em muito maior número que os ciclistas né Eh a Urbana né que de fato era uma queixa muito presente o medo de perder a bicicleta o medo de perder o celular e os taios dos riscos psicossociais do trabalho que a gente já imaginava estarem presentes quer dizer tinham aspectos dessa organização do trabalho com as quais eles não tinham a margem de ação para negociar como Maral vai vai reforçar aqui com a gente né o conteúdo do trabalho deles e as relações sociais bem complicadas né E era um E aí a
gente deu com o trabalho plataformização então a gente sabia isso daqui né E aí a nossa pesquisa foi encontrando a relação com a empresa plataforma né que é a tal do aplicativo né era uma relação muito difícil né porque eles não tinham possibilidade eh de conversar de negociar ou de se defender Então se o o cliente dizia que a comida não tinha chegado eh que a comida não chegou de um jeito legal dava uma nota baixa para eles etc eles não tinham a menor possibilidade de se defender e a empresa também não dava para eles
a oportunidade deles conversarem sobre quais eram as dificuldades que eles tinham E como eles poderiam e como a empresa poderia ajudá-los no dia a dia né E a gente vai ver um pouco disso porque quando eles recebem o aplicativo fala do pedido e eles vão até o estabelecimento fornecedor e esse estabelecimento é que vai selecionar preparar embalar e fornecer a mercadoria que o cliente aqui pediu esse período aqui às vezes era muito demorado outra coisa que ele se queixavam era a forma com que esse alimento era embalado Então por vezes chega Ava sujar a bag
deles com sopa ou molhos né e o cliente é lógico que ia bater neles né Ia reclamar para eles eh então era uma situação bem desconfortável Mas isso não era acolhido aqui pela empresa né as regras que essa empresa eh colocava pro trabalho elas vinham de cima para baixo de uma forma arbitrária não é e eles então eh só tinham que trabalhar como diz um deles para mim a gente só sabe que a gente tem que trabalhar vamos né Eh com os clientes a gente imaginava algumas dificuldades que foram de Fato mencionadas né que é
um pouco às vezes violento assédio tudo isso né e em termos de vantagens disso Sem dúvida nenhuma era uma fonte de renda no momento difícil pelo qual eles estavam passando né E por vezes eles conseguiram contar que alguns clientes eram muito simpáticos com eles e tal e alguns estabelecimentos também eram simpáticos com eles mas de verdade Marcel vai falar bastante sobre isso eh a questão das regras de trabalho elas não eram Claras né então o que é que eles tinham que fazer e qual era a margem que eles podiam né qual era o enquadre que
tava se dando a isso não tinha clareza quantas vezes eles podiam recusar um determinada entrega porque a entrega às vezes é para um lugar que tem violência a a o pedido vários deles falam Ah eu por exemplo não quero mais pegar pedido de açogue porque quando eu chego no açogue eu tenho que ficar H quase uma hora esperando o açougueiro preparar aquele pedido todo então como eles não tinham claro essa coisa as regras são obscuras incertas mudam o tempo inteiro né a sensação de insegurança é muito grande porque eles funcionam numa gestão de ameaça de
punição o tempo inteiro porque eles podem ser cancelados acho que todo mundo hoje já ouviu isso tem o cancelamento por algumas horas por uns dias né e tem o cancelamento para sempre e isso não era informado para eles então o que a gente mais via nas redes sociais era assim cara eh eu acho que eu fui bloqueado como é que eu vou saber se eu fui bloqueado ou não eu não recebo o pedido meu colega tá recebendo vocês acham que eu fui bloqueado cara olha a plataforma me mandou essa mensagem eu não tô entendendo o
que é isso então assim a a entre eles eles conversavam muito num sentido de tentar entender quais eram as regras para eles pontuarem só se sabia que era gamificado quanto mais pontos eu recebo melhor classificação eu tenho melhor classificação me faz ir para um lugar melhor de trabalho ou um lugar pior de trabalho ou e com distâncias menores ou distâncias maiores então todo mundo é claro que iia ficar com pontuação maior Mas como que seria isso né então ficava nessa aflição de bom e qual é a regra e o que que eu tenho que fazer
se as regras mudam o tempo inteiro e elas não são Claras isso é uma coisa que se chama risco psicossocial porque eu não tenho clareza sobre o que eu tenho o que fazer né Eh aí o que eles sabiam era que qual tempo de espera era um tempo que se perdia dinheiro né E que qualquer imprevisto ou atraso ou problema poderia significar inclusive o cancelamento para sempre daquele vínculo daquela fonte de renda né então eles diziam meu trabalho é um corre o trabalho físico é grande o trabalho cognitivo é grande por quê Porque eu tenho
que acertar o endereço tanto do cliente como do fornecedor eu tenho que calcular os tempos que eu tenho que fazer as coisas para conseguir chegar e dar conta da história eu tenho que prestar atenção no trânsito né Porque infelizmente tem muitos motoristas que jogam o carro para cima da gente então a gente tem que tá com atenção no no no no celular para não perder o local waz né e eu tenho que prestar atenção na rua e a questão afetiva emocional que é da relação tanto com o cliente como nos estabelecimentos fornecedores por vezes nos
estabelecimentos Eles eram muito mal tratados eles se é dentro do shopping muitos não deixam eles ficarem à vista dos clientes eles não podem usar o banheiro do shopping e eles não podem sentar nas mesas enquanto espera um pedido então existe essa discriminação todo dia toda hora que é um desgaste muito grande e que não tem para quem reclamar né não tem poder nenhum de para reclamar eh então o aplicativo distribui os pedidos eles têm que ir atrás né os critérios para essa distribuição também são estranhos porque por vezes eu tô parado eu tenho o que
ir longe e o cara do lado de moto vai perto não me parece justo né então tem uma questão que mexe com eles constantemente né que é a questão da justiça a questão do valor social que é dado a eles né E como é que eles conseguiriam melhorar essa situação junto às empresas e aos clientes né bom eles recebem todo mundo já sabe né Por por quilômetro eh eles recebem pontos e o o o algoritmo ele gamifica dando ponto tirando ponto né então eles explicavam o controle do ponto é o controle do tempo desculpa o
controle do tempo é chave nessa questão você tem que andar com o botão de aceitação automática ligado porque se o botão ficar desligado você pode ser punido e parar de receber chamadas e aí você sofre um bloqueio então o medo de receber um bloqueio é enorme porque a remuneração é muito baixa se você vai receber ou não 10 chamadas ou cinco chamadas ou quatro chamadas você não tem controle nenhum não tem uma regra que lhe diz Todo entregador que tiver na rua vai ter que receber pelo menos seis chamadas para atingir um X de valor
naquele dia e naquele mês não existe isso né existe pressão psicológica não se conhece todas as regras do jogo e não se sabe o que pode levar a uma punição então aqui de novo né as redes sociais Veja a pessoa escrevendo pneu furou faltava 1,5 k para finalizar a entrega que que eu faço né andando a pé vai demorar Se eu parar e deixar a bicicleta eu tenho medo de perder a bicicleta vou me comunicar com o cliente dizer que eu vou chegar atrasada vou me comunicar com a empresa dizer o que aconteceu Vê se
a empresa consegue outro entregador o que fazer né então é um medo muito grande e sem saber com Quais medidas eles podem contar né da empresa e do próprio cliente porque tem cliente que não aceita isso né Tem cliente legal e tem cliente que não é legal o Uber diamante né que diamante é o o máximo né aí de repente a a menina foi suspensa ó fui suspenso do nada ó sua conta tá suspensa ele tira o print para mostrar pros colegas gente o que é que aconteceu que a minha conta foi suspensa eu não
tenho a menor ideia do que é que aconteceu né então é isso que eles falam sempre né que eu já tinha lido ali não é claro tudo que pode provocar um bloqueio ou uma suspensão temporária você tá sempre se surpreendendo né E sempre buscando compreender aqui a trabalhadora se queixa que ela ganhou eh muito pouco dinheiro por três entregas Então ela trabalhou ela andou 24 km pedalou 2 hor me ela mostra o percurso porque o aplicativo mostra exatamente por onde ela andou né mostra o tempo mostra tudo e mostra a remuneração E aí essa questão
da justiça né Essa questão da justiça que martela na cabeça o tempo inteiro né alguém sabe dizer o que aconteceu com a minha conta dois dias sem tocar para serviço tenho a conta há duas semanas será que eu já fui bloqueada Nem comecei Será que eu já fui bloqueada então depois eles explicam por vezes quando você começa eles mandam algumas entregas para você depois eles deixam você meio na geladeira quer dizer existe um sistema de avaliar quem é você fora que o aplicativo ele é é obrigado o trabalhador a manter o aplicativo ligado manter o
celular com aplicativo ligado o tempo todo então gente a datif cção é direta e contínua eles sabem a pessoa que então tem tem estudos que mostram que eles sabem a empresa né o algoritmo sabe quando a pessoa tá com dívida sabe quando a pessoa tá com problema sabe onde a pessoa mora né então ele vai jogar com as situações de vida daquela pessoa e já tá provado que existem sim eh distribuições de chamadas conforme a cor conforme a situação né as promoções que são colocadas tem trabalhador que eu já tinha decidido acabar aquele dia porque
eu não tava aguentando mais tava cansado não não foi um dia bom E aí de repente eu já tô indo pra minha casa e aparece uma promoção sensacional se eu for até o outro lado da cidade eu vou ganhar mais de 10 a pessoa fica tentada ele tá precisando né E aí às vezes não consegue e tem uma outra questão muito séria né ainda falando da questão de justiça que é eles fazem muito combos né uma promoção de combos se você fizer cinco entregas em 2 horas você vai receber R 30 a mais aí quando
chega na quarta entrega ele não recebe mais a quinta entrega é muito frequente esse tipo de queixa entre eles né E eles não têm como para quem eh conversar sobre isso né que é uma questão muito séria falando de margem de né eles não têm nenhuma Eles não têm nenhuma voz né Eh aqui gente a violência social aqui foi num nível altíssimo aqui a gente tem uma fala de uma pessoa no no no Facebook que fala que o carro jogou foi jogou em cima da bicicleta não é pouca eh relato desse tipo quer dizer que
raiva é essa que esse motorista resolveu jogar em cima desse trabalhador e aqui a gente tem uma outra situação muito séria que é a de um trabalhador um entregador negro que foi entregar cerveja na casa de no no na portaria do prédio ele não tava bem ele achou que até tava com covid mas tava trabalhando porque não podia parar de trabalhar chegou com a cerveja conversou na portaria que ele não poderia subir a cliente diz que não daria o código se ele não subisse se ela não dá o código ele não consegue finalizar o pedido
Ele insiste que ele precisa ir embora porque ele tá passando mal de covid E aí quando ele tá fazendo uma chamada para o para a empresa que é tudo robô né mas ele tá lá fazendo explicando que ele não vai entregar que ele decidiu cancelar aqu ele entregue que ele vai devolver que ele preferiu devolver a cerveja pro fornecedor do que ficar ali se submetendo aos Caprichos da cliente quando ele tá conversando no celular a cliente desceu quebrou a bicicleta dele xingou logicamente né aquelas coisas que a gente vê na televisão e bom aí esse
rapaz conseguiu na justiça eh jurídica e econômica mas a dor e a ferida da discriminação e da Injustiça se ela não podia descer por que é que ela desceu para quebrar bicicleta né era só dar um código né não tem sentido nenhum isso então aação com a empresa tá tudo bem A relação com a empresa é muito complicada então eles se sentem muito vulneráveis por conta dessas decisões unilaterais tanto dos clientes como das empresas e até muitas vezes da empresa cedora né não tem oportunidade de contra-argumentação e são submetidos a esse gerenciamento algorítmico robótico que
não conversa com ninguém vivem com a incerteza sobre os seus rendimentos os valores das entregas são baixos e a frequência é incerta Eles saem de casa sem saber se eles vão conseguir voltar com R 60 70 algumas vezes eles essa meta eu preciso de R 60$ 70 para pagar um almoço um lanche para pagar o eu fiz uma entrevista com uma pessoa que mora no ABC e ele falou eu tenho que ir no horário que o trem me deixa levar bicicleta e eu não posso voltar antes de determinado horário então eu tenho que levar meu
lanche e ele fica fazendo conta de chegada para conseguir voltar passar na padaria para comprar o pão para levar para casa e guardar uma certa grana para poder pagar o aluguel né onde ele mora com a esposa então as regras obscuras né como eu já falei sem suporte nenhum para nenhum dos beos que acontecem nenhuma das situações imprevistas Então você nunca sabe quanto você vai conseguir tirar de renda até o fim do dia então você segue trabalhando até não aguentar mais mais o sistema de algoritmo é quem estabelece a distribuição de chamadas de alguma forma
existe uma pontuação interna mas não se conhece detalhes desses critérios andar com a bike na rua no meio do carro e ônibus exige muita atenção ao mesmo tempo que é preciso estar atento às informações do aplicativo para percurso e localização do ponto de entrega a gente chega a ter sensação de derrota quando passa do ponto e tem de voltar para chegar na casa do cliente quer dizer imagina a gamificação ele lutando contra um robô né contra um tempo que foi determinado para ele cumprir né E aí ele não consegue ele sente derrotado Marsal colocou muito
bem essa questão né a questão da culpabilização a falha fica para ele é como se o fato dele ele não tá dando conta Dee Tá cansado né a atenção tá sendo chamada por diversos elementos ele se sente culpado se sente derrotado porque perdeu mas por quê Porque além de ter escapado aquela informação é tempo Extra que ele tem que usar para aquilo e E aquela história de tempo é dinheiro né essa história então Eh Vejam uma coisa importante né que o marcal pediu para eu lembrar quando eu tava quando nós estávamos fui eu e a
Laura que fizemos Essas entrevistas o Cleiton participou da equipe no comecinho mas eh depois não continuou não pôde então a gente tava entrevistando as pessoas o que que a gente perguntava pras pessoas a gente sabia mais ou menos como era o trabalho então assim como é o seu trabalho quando você sai de casa como é que é como é que você se organiza né Eh e o que é que acontece gente quando você fala assim você teve problema com o cliente não tô conversando com a mulher você viveu alguma situação de assédio eu lido muito
bem com essa situação eu sei fazer as coisas e tal né então assim no primeiro momento era sempre assim não eu dei conta de tudo não aconteceu nada aí você vai conversando e essa menina foi exatamente isso que aconteceu ela era ótima ela tava dando conta do trabalho ela tinha conseguido se organizar era sensacional aí ela conta essa situação quando a conta foi cancelada pelo aplicativo ela morava em Olinda molinda vocês sabem que tem aquele monte de Morro né ela morava em Olinda portanto ela conhecia tudo ali a cliente estrangeira tava lá em cima no
hotel lá de cima do morro na parte mais alta do Morro em pleno carnaval a cliente Pede um sanduíche ela pegou o sanduíche só que ela não tinha a menor condição de ultrapassar as pessoas descendo morro Então ela pensou um monte de coisa rodou o morro de vários jeitos porque ela conhece muito bem o aplicativo como vocês viram na foto anterior ele tem todo o desenho de por onde ela andou o tempo que ela gastou ela gastou 40 minutos fazendo isso e trocando mensagem com a cliente e com o atendimento robotizado do aplicativo e dizendo
não vou conseguir entregar eu não posso deixar minha bicicleta aqui embaixo e subir a pé que eu não vou encontrar essa bicicleta depois eu não posso carregar bicicleta não tem como eu não tenho como chegar ela tinha todas as provas ela tinha printado todas as telas ela escreveu ela era muito boa sabe assim tinha feito vários cursos era uma situação que ela tava passando né escreveu fez um dossiê com as fotos printas tudo tudo tudo tudo foi acompanhado pelo aplicativo mas perdi aquele trabalho fui bloqueada definitivamente então assim essa questão da Injustiça né É muito
grande aí depois gente né Eh Marcel pediu para eu explicar isso quer dizer depois que a gente fez algumas entrevistas que a gente chegou acho que 10 a 11 a gente fez no Recife no Pará no Rio de Janeiro e Rio e São Paulo né aí a gente Eram poucas entrevistas então a gente encontrou esse material aqui do inz francês que era específico para trabalho plataformização né E aí Claro fora toda a literatura né que tá hoje em dia é demais até o que tem né então a gente encontrou tudo isso né uma sobrecarga de
trabalho a intensidade e ritmo de trabalho os tempos curtos para tomar decisão a gestão algorítmica gamificada lateral essa pontuação com uma classificação que ninguém que ganha e que perde uma competição entre eles e uma competição com quem mais que não se sabe né as exigências emocionais né que o Marsal comentou lá na questão é muito sério né nesses nesses serviços relacionais né porque você mesmo que o cliente eh seja grosseiro com você como acontece Você não pode responder grosseiramente né Você tem que manter um nível amável e elegante né a gente já viu na televisão
várias coisas então esse tipo de exigência onde a pessoa tem que camuflar as emoções tem que ocultar as suas emoções é muito comum né você não pode reagir como se você reagiria em qualquer outra situação bom a gente viu que eles não têm margem de manobra nem poder de agir né as relações sociais são muito degradadas né Eh eles não contam com o suporte social da empresa né E às vezes nem dos colegas né Eh os conflitos éticos né que a gente tava falando desse senso de justiça tá presente o tempo inteiro uma contrariedade né
com relação ao que é justo o que não é justo e o que eu tenho que fazer e E como eu sou tratado né Eh principalmente nessa avaliação aqui que tanto pesa para eles né avaliação do cliente avaliação do fornecedor e eles vivem constantemente com essa insegurança econômica e essa vulnerabilidade porque se eles são bloqueados definitivamente é claro que é um desemprego né para alguém que já não tava conseguindo emprego em lugar nenhum né então eles se sentem descartáveis né eles vivem eh com esse sentimento de vulnerabilidade e insegurança E ainda por cima como a
gente viu eles sentem eh ameaçados na sua integridade física né Por conta dos acidentes que acontecem e dos motoristas e dos clientes que por vezes vão para cima deles e a parte mental né é impressionante quando a gente começou depois disso a gente continuou em campo e com as lideranças e a gente começou a falar de Saúde Mental é impressionante porque não é a primeira coisa que eles falam né até porque são homens e homens têm muita resistência né E aí tem um líder que comentou ele falou nossa eu também não conseguia reconhecer o problema
em mim eu precisei ficar muito mal para buscar ajuda e aí eu comecei a falar com as pessoas né Ele entrou em processo de terapia masculinidades né gente e aí ele começou a falar com as pessoas né com com a a galera lá dele e aí ele falou assim gente é impressionante o que as pessoas estão me pedindo indicações de locais onde eles possam ser atendidos talvez tomar remédio talvez ter uma terapia né E infelizmente também nesse percurso nosso quando a gente estava no GT da regulamentação a gente teve um suicídio muito muito próximo muito
próximo a nós o entregador era motociclista e ele tava precisando muito de dinheiro a esposa dele com uma gravidez de risco eh esposa e filhos portanto em risco de vida ele foi tentar uma corrida grande uma corrida para ganhar dinheiro a moto não aguentou porque eles é que T que suportar o orçamento né da manutenção e da e de toda toda a forma de atualização da moto o motor travou ele teve que refazer o motor todo e aí ele viu que ele não ia dar conta disso e aí ele não deu conta né infelizmente então
assim essas situações de vulnerabilidade de discriminações de você se ver sem perspectiva né futura né que que eu posso fazer para sair dessa situação ela faz parte do dia a dia deles né Eu acho que é isso alguém quer fazer alguma pergunta eu acho que isso tá tão né disseminado por aí Acho que nem sei se tem muita novidade aqui para mim eu eu só leio isso né então alguma dúvida Vamos fazer um intervalo pode fazer do jeito que você quiser mas aí para fazer aqui ele tem um papel você escreveu já cuid Só que
você tem que vir aqui no microfone gente é assim ó depois aqui nós vamos pro intervalo tá eh a gente tá falando de coisas pesadas né Precisa ter um lanchinho E aí depois a gente vai continuar conversando isso aqui é mais um estilo aula eu e o Marsal aqui então não é que se não perguntar agora não vai perguntar mais tá bom Cláudia você lê para mim você quer pegar o óculos não ah como você tem enxergado a agora eu não tô enxergando como hoje tá Como você tem enxergado a ampliação do fetiche atual para
o para diagnóstico de barn como sendo o único diagnóstico que relaciona o adoecimento ao ambiente de trabalho dirigida ao ao Maral Eleonora ele onara elona não te vi mas seja bem-vinda já é uma uma consulente aqui você quer falar sobre o Burnout ou quer falar depois é tem alguma sobre essa da thí né Marsal deixa eu ver pera aí Marsal Maral e acho que thí deve vamos ver se tem alguma aqui no não escrito É melhor viu é gente deixa a gente explicar eh é um processo de de aula tá então não é que estanque
e não então a gente vai voltar eu tô vendo que as pessoas avançaram por questões da psicodinâmica então assim amanhã por exemplo vai ser um dia em que toda a questão metodológica vai ser bastante discutida tá o assunto não se encerra hoje hoje é mesmo pra gente dar assim um Panorama de onde que nós estamos né E por que que nesse momento é importante esse tipo de abordagem né Eh então tem mais pergunta pro Marsal porque o pessoal costuma mandar depois é então eu vou dar uns vamos é então é o intervalo de 15 minutos
e para quem não assinou a lista de presença ela está lá na recepção tá tá aí retornaremos com as perguntas de propó porque muito s [Música] t [Música] k TAM [Música] [Música] [Aplausos] k ah [Música] [Música] l Quest [Música] B [Música] [Música] [Música] B J h [Música] [Música] [Aplausos] [Música] h [Música] k [Música] [Música] [Música] [Música] k ah ah k [Música] h [Música] [Aplausos] [Música] [Música] h [Música] k [Música] w [Música] [Música] p [Música] [Música] [Aplausos] k ah [Música] [Música] C p [Música] k [Música] [Música] [Música] h k l [Música] [Música] [Aplausos] [Música] k [Música]
ah k [Música] h [Música] [Música] w k k ah [Música] [Aplausos] [Música] [Música] h k [Música] k h [Música] [Música] h h ha [Música] [Música] [Aplausos] V [Música] pal n n eu acho que chamar f começar prosseguindo o curso convido a thí aqui ao palco po e aquele copinho d'água né eu vou dar voltamos todos bom gente aqui eu tentei fazer um caminho né que retoma de novo algumas coisas e aí o última apresentação dele aí vai focar no que amanhã vai ser o grande dia que é sobre o próprio instrumento né da ergonomia Tá
certo a gente aqui ainda tá falando da relação do trabalho com a saúde dos trabalhadores que é para onde o nosso olhar se dirige né olhando o trabalho para conseguir melhorar a saúde saúde e segurança né eh e a gente faz isso sempre em busca da melhoria das condições de trabalho que estão adoecendo né Então a nossa ideia então é essa assegurar condições que promovam alguém no intervalo tava comentando comigo essa questão do primeiro passo né da promoção antes da gente já ter a as condições do cedores né o Marsal já nos outros cursos que
ele deu aqui até no módulo de da Norma de ergonomia né Ele comentou que a ideia é sempre para você poder ter um guia pro projeto da própria concepção né daquele trabalho né como ele mencionou aqui a parte física do posto de trabalho e a parte organizacional O que é que se faz o que é que se tem que fazer e quais os recursos que são necessários para fazer Em quais condições para que se possa fazer da melhor maneira o que se tem que fazer né E aí quando isso escapa né quando de verdade essas
condições não foram planejadas de forma a sustentar a assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores Então a gente vai falar dessa intervenção corretiva né então é aí que a gente vai a partir de alguns indicadores eh como os dados epidemiológicos coletivos né de adoecimentos quais adoecimentos ou quais acidentes ou até uma perda de produtividade que a empresa tá tendo né Eh a gente tem por exemplo em frigorífico a gente tem um estudo super interessante que mostra como que as pessoas não estavam dando conta de realizar o trabalho que é retirar carne do osso né
porque como não pode haver desperdício se você olhar no osso e tiver carne né E aí essa pessoa teve a de fazer esse estudo né de ver quanta carne tava sobrando no osso e demonstrou claramente trouxe evidência de que o trabalho não estava conseguindo ser o eficiente o suficiente para para não ter carne no osso então a empresa Tava tendo perda Econômica né Por quê Porque não estava favorecendo permitindo condições de trabalho para o desempenho eficiente né Eh eu também trabalhei eh numa Indústria Farmacêutica com a fabricação Na verdade eu fui analisar as mulheres que
trabalhavam no uma máquina para supostamente a máquina detectara falhas num preservativo Entretanto a o dispositivo elétrico ele conseguia pegar uma coisinha ou outra quem conseguia detectar a falha eram os olhos da trabalhadora e como o negócio ficava rodando ela tinha que prestar atenção ela tinha que colocar encaixar o preservativo nessa forma para que essa forma passasse no nesse detector elétrico e se tivesse defeito ele egeta só que de verdade quem via se tinha prega se tinha bolha se tinha eh se tava frágil né eram os olhos dela né então o que que começou a acontecer
começou a acontecer que aquela fábrica começou a o produto começou a ter muuito falha né então você vê a contradição né porque a empresa ela precisa entregar né hoje a A fala é a entrega né ela precisa entregar o produto com qualidade se o produto lá no no usuário final não tá com qualidade tem um problema anterior só que o problema anterior não eram elas elas não estavam conseguindo detectar tudo mas por que que elas não estavam conseguindo detectar tudo né porque de verdade o ritmo a falta de pausa a forma como elas trabalhavam e
tinha se tinha muito imagina se tem muito defeito elas tem que praticamente colocar e tirar quase todos né então é assim um um desgaste maior né o próximo ah sou eu que faço é meio gozin fazer as coisas com gripe viu ó então o Marsal tava comentando sobre as diversas transformações no mundo do trabalho né Eh e de fato eh a gente sabe que essas diversas transformações mudaram muito né o conteúdo e o Marcel até deu exemplo através do caixa do supermercado como que foi mudando o conteúdo do trabalho do caixa de supermercado Acho que
todos nós eh mesmo os mais jovens já perceberam Como que o conteúdo do seu trabalho veio se modificando não só dentro do trabalho como no uso do banco no uso do supermercado né o quanto que do trabalho que era de outra pessoa a gente tá realizando né através das inovações tecnológicas e das formas pensadas é claro em termos de uma organização social dos processos né Eh Então a gente tem essas transformações a gente tem eu fiz questão de colocar o humano né Eh porque às vezes a gente esquece que os trabalhadores Às vezes a gente
não né mas e é preciso est sempre resgatando que o ser humano é maravilhoso eh em termos de competências de capacidades de inteligência que a inteligência artificial não atinge a sensibilidade e a criatividade humana né e é por isso que a gente tem eh que resguardar né Essas capacidades todas aí a gente vai aqui o curso principalmente sobre essa questão da atividade de trabalho possível né entre o real e o prescrito a margem de ação que o Marcel já falou né Eh para isso tem as diversas regulações a margem de ação é o espaço onde
os trabalhadores podem executar as regulações necessárias entre aquilo que tava sendo exigido para ele e aquilo que ele consegue fazer de forma a realizar o trabalho bem feito porque ninguém gosta de fazer uma coisa que não fica boa né é chato e é muito frustrante pro trabalhador quando ele não atinge o trabalho bem feito né a intenção é sempre reduzir o custo humano do trabalho e a gente pode ver isso no nosso dia a dia né o quanto que a gente usa de de inteligência para tentar organizar de forma a reduzir o nosso custo com
o trabalho né E no caso aqui que a gente tava falando dos entregadores a gente tem naturalmente a questão do rendimento para pro sustento deles né aí aqui eu vou passar meio rápido porque o Marsal ele conseguiu fazer esse sobrevoo aqui eh eu peguei aqui um texto da Ana Cláudia Cardoso que tem um capítulo sobre os aspectos macrossociais eh da sociedade né as reconfigurações do trabalho e a saúde dos trabalhadores e é interessante esse capítulo porque justamente né o professor Renê Mendes que é um dos principais autores né desse desse grande eh compêndio né patologia
do trabalho aqui no Brasil a ideia era que ela conseguisse mostrar essas questões macrossociais como que elas atuam nas reconfigurações que a gente encontra hoje no mundo do trabalho né e dentro deste processo como que a gente consegue trabalhar então esse binômio atividade trabalho e saúde do trabalhador né e mostrando que eh esta questão aqui ela é determinada né por questões externas e ela resulta de decisões né então são escolhas são escolhas existem escolhas né Eh vou fazer isso ou vou fazer aquilo não vou colocar um robô né vou colocar um robô que não conversa
com o trabalhador né vou colocar um robô que pune eh então eh essas são escolhas que se faz e que estão ali impactando a atividade de trabalho né E aí a gente encontra o quê no nosso dia a dia como profissional como Sindicalista a gente encontra diversas queixas por vezes é um malestar até difuso né quando as pessoas Ah não sei não tá legal não sei Aí você tem o Burnout que até foi uma pergunta que apareceu né E aí o Marcel colocou muito bem né Tem alguns termos que viram né eh e aí as
pessoas começam a usar aquele termo e às vezes o termo perde um pouco o seu sentido de ser né Eh mas de verdade então é preciso por isso que faz a análise da demanda porque primeiro precisa entender o que é que causou a demanda né pra gente poder eh localizar melhor porque às vezes a demanda chega quadrada né gente as pessoas não sabem direito elas só sabem é que tá acontecendo alguma coisa né então você precisa entender melhor essas queixas né Eh para você poder localizar às vezes aparece eh como transtornos psicossomáticos às vezes chegam
a estar no corpo físico e às vezes é só essa questão de um transtorno de uma síndrome né porque o barnaut é uma síndrome eh de esgotamento né E aqui qual é o nosso trabalho né é trazer o trabalho Digno decente com saúde com segurança e hoje se fala muito do trabalho positivo para a saúde e para a vida né Por quê Porque o trabalho ele pode ser um operador de potência de vida se eu me identifico se eu vejo que o meu trabalho tem significado e sentido né então eu ganho potência porque eu me
sinto valorizada eu me reconheço eu sou reconhecida E aí isso traz uma potência de vida isso traz mais energia de vida né eh e aí é isso já repetindo bom E aí a nossa pergunta então né ali no dia a dia do trabalho né Quais são as suas dificuldades Quais são os problemas que você vivencia né e tentando entender as questões da organização os mecanismos de gestão né como a gente viu no exemplo as relações de trabalho existentes né Eh e E aí a gente e aí essa questão do posto de trabalho é que Justamente
na questão dos entregadores né a gente já começa a ver assim como no Home Office no teletrabalho a gente já não tem mais a localização do trabalho né o trabalho pode ser feito em diversos lugares ou é feito em diversos lugares né Então aí já traz um pouquinho de de outras dificuldades da análise né e do problema Marsal já trouxe essa questão da reestruturação produtiva né Eh o neoliberalismo a gente encontra ele aqui na crise de 73 né com a questão do petróleo e a partir de então a gente começa a ver a a integração
né das inovações teológicas das tics né que permitiram uma mudança imensa no conteúdo do trabalho e nas formas como ess trabalho e nas cadeias de produção e aí a gente vai ter Então como massal já explicou essa questão toda e essas configurações laborais que surgem que são diferentes do emprego formal regulamentado e que era protegido por direitos trabalhistas e sociais né e a gente tendo que retomar o trabalho Digno né nesse nessa nessa gangorra eu acho que a gente se encontra né E aí é interessante que nesse capítulo né Ela comenta eh ela fala justamente
para os profissionais de SST né Eh que é para você entender que aquilo que a gente tá vendo no no ponto de trabalho né a gente tá vendo um ponto que é o visível desse iceberg mas quando a gente tá ali a gente sabe a gente começa a se dar conta do que o Marsal foi falando as mudanças no conteúdo como que as inovações tecnológicas e as inovações organizacionais foram modificando esse trabalho o que é exigido do Trabalhador as condições que são dadas para ele realizar o trabalho os mecanismos de gestão ele ele situou o
toyotismo né e o cambam eh como formas de controle sobre o trabalho e de gestão por stress que é a gestão por por pressão e eu citei agora o gestão por ameaça de punição E você tem muitas vezes dentro de um guarda chuvão de uma empresa né configurações diversas de formas de distintas com remunerações distintas com jornadas distintas né E essas subcontratações eh acho que ele mesmo comentou né que você tá ali 15 dias depois você já não encontra mais o trabalhador que tava ali né a gente tem os contratos zero né Eh que não
tem vínculo nenhum E aí é só isso porque assim o que que acontece a gente tá hoje diante de uma classe trabalhadora né Eh que convive não é com uma insegurança em relação ao mundo do trabalho como eu mostrei no caso dos entregadores a gente encontrou isso até aqui na Funda centro né situações que geram medo subordinação né então eu aceito e e acabo tendo um consentimento para algumas situações autoritárias ou arbitrárias que de outra forma eu talvez não teria né não tivesse tem um processo de desgaste né porque é o processo histórico de desgaste
tem esse sentimento de falta de perspectiva futura né hoje tá muito comum até as pessoas chamarem de eco ansiedade né porque de tanto que a gente tá escutando que o mundo tá acabando o jovem eu tenho até medo que os meus filhos escutem as notícias porque senão desiste de tudo né não quer trabalhar não quer estudar né então a gente tem a competição interpares esse sentimento de isolamento Eu Não Pertenço a esse mundo eu não tô entendendo nada né o presenteísmo não eu fico aqui de qualquer jeito né tomo remédio e fico E essas exigências
de de conexão cibernética contínuas né E a pessoa não pode eh relaxar não pode eh ter um tempo de descanso né a gente tem um caso de de uma bancária que já foi citado em Dois artigos né que ela não leu o e-mail das 9 horas da noite que o patrão mandou isso virou o fim né Como que você não leu o e-mail Como que você não se preparou paraa reunião da manhã ela já vinha num processo de desgaste mental importante ela acaba decidindo sair porque ela precisa Ava fazer uma cirurgia ginecológica E aí ela
se afasta pra cirurgia ginecológica e quando ela volta é claro que a situação que ela tinha antes estava lá só que o sentimento dela em relação aquilo tava exacerbado então ela não consegue ficar E aí a empresa não aceita o fato dela ter desenvolvido esse transtorno mental que estava lá antes né um transtorno pressivo que estava lá mas que ela por vergonha para não assumir pros colegas que ela era uma liderança para não assumir pros colegas um fracasso né Eu não tô dando conta desse cargo dessa chefia etc ela dá aquela enrolada para si talvez
só para si né e aquilo traz uma série de consequências muito muito tristes Inclusive a filha dela também chega tentar suicídio porque vê a mãe impotente a mãe que era super poderosa uma gerenta uma diretora aí de repente não consegue mais trabalhar e a filha naquele naquele espelho né Eh tem uma dificuldade muito grande de aceitar isso então a gente tem essa fala que foi até uma fala oficial né Eh do presidente antigo né quem é que quer emprego né eu posso oferecer trabalho e se der sorte o trabalho vai trazer renda né E que
é o que a gente vê muito nessa situação do trabalho plataformização artificial do aspirador eh não sair sujando a casa não sei se vocês conhecem esse caso o aspiradinho não reconhecia a sujeira né então ele passava pelo cocô e sujava tudo de cocô então pessoas são remuneradas com centavos para tirar fotografia de arranjos de cocô mais altos mais baixos pro pra Inteligência Artificial entender que ela não pode passar naquele tipo de sujeira né Vocês Imaginem isso né então a gente estava falando do trabalho positivo com sentido com significado né e ganhando centavos Então é isso
esse essa é uma situação que a gente tá convivendo a gente tá convivendo com o teletrabalho e a gente tá convivendo com a invasão né Eh do nosso espaço pessoal doméstico familiar pelo trabalho que agora não é só pelas tics pelo e-mail do patrão mas é muitas vezes um WhatsApp fora de hora né e E você tem no no teletrabalho Você tem uma dificuldade maior mas não é só no teletrabalho do equilíbrio entre o tempo de trabalho e o tempo da vida né então o massal tava comentando essa questão eh do reconhecimento né dos riscos
psicossociais no trabalho a gente tem esse estudo muito importante em 2009 de um francês de bordeau eh que ele compara diversos países Espanha França Grécia Itália e Portugal e nessa análise ele percebe que esses elementos que compõem o risco psicossocial no trabalho vamos entender conteúdo do trabalho formas de organização do trabalho mecanismos de gestão né Eh que estão causando problemas né Eh esses riscos estão mais graves e mais frequentes o Marsal usou a a pesquisa da eurofound para mostrar isso E aí ele faz então essa correlação entre as transformações do trabalho como o Marsal já
falou né Lógico aqui não temos novidade nenhuma e a introdução das tecnologias esse Esso aqui o Marsal falou E aí o que que acontece a partir desse estudo aqui a OMS e a oit em 2022 eh a partir desses números assustadores elas decidem em conjunto eh apoiar o plano Global da ONU pelo oitavo objetivo de desenvolvimento sustentável que é o trabalho decente o que que a a Organização Mundial da Saúde e a organização do Internacional do Trabalho eh compreendem aqui que se as pessoas forem incluídas inseridas em trabalhos que tenham esta característica do digno do
decente do produtivo do Saudável do seguro né e a OMS segue um trabalho com significado um trabalho realizado dentro de relações sociais saudáveis e solidárias e cooperativas né não competitivas e concorrenciais onde um pisa no outro para poder se dar bem mas num ambiente onde as pessoas compreendem que vai ser na cooperação que elas vão construir um trabalho melhor né então eles acham que isso poderia ajudar muito eles chegam a essa conclusão porque na ocasião que é mesmo 2019 dos números de saúde mental eles tinham 60 60% da população economicamente ativa em ocupação produtiva [Música]
61% está em ocupações informais vejam que aqui a gente tá com a palavra ocupação não emprego né 207 milhões de pessoas estavam desempregadas no mundo todo né então eles entendiam que se que que o trabalho decente Digno né Eh conforme a oit prescreveu em 1999 eh que esse conceito do trabalho decente se ele fosse eh alavancado pelas empresas ele seria um fator protetivo paraa saúde mental por quê Porque ele faria a promoção o trabalho como operador de saúde ele garantiria a proteção da Saúde ele garantiria a recuperação a reinserção daqueles que foram adoecidos ou daqueles
que carregam consigo transtornos mentais né e isso poderia trazer uma enorme melhora das condições de saúde mental Então esse plano global para 2030 que a ONU descreve eh aqui o seu oitavo ele vira agora um plano Global apoiado pela OMS pela oit nesse sentido de trazer melhoria para a saúde mental aqui tô repetindo isso E aí como o Maral falou fou né então os estudos eh com os riscos psicossociais no trabalho e o do caraz que foi um dos primeiros o modelo demanda controle e suporte social mostrava bastante claramente epidemiologicamente em diversos países a correlação
eh com problemas cardiovasculares com o desenvolvimento de transtornos mentais eh que são comumente também como Burnout é agora por muito tempo para o estress eu estou estressado né era uma forma das pessoas dizerem que não tavam bem né as lerd que foi o que nos trouxe eu pelo menos em parar na fundacentro por causa disso em 88 a síndromes pó traumáticas né o Burnout etc então esses modelos de organização do trabalho como o Marsal já colocou a tentativa deles é a indução do trabalhador né Por estímulos ou por medo de punição né A não escutar
a si mesmo então o trabalhador trabalha loucamente né aceleradamente intensamente acaba não Escutando seus sinais de cansaço de desconforto de incômodo ultrapassa seus limites físicos e mentais eu não sei se todo mundo aqui assistiu aquele documentário carne e osso Eu recomendo enormemente pesar ele não é datado ele é ainda muito atual né e ali tem vários trabalhadores que comentam isso a naturalização desse cansaço a naturalização de uma incapacidade física que vai se instalando e o marido fazia massagem para ela conseguir trabalhar no dia seguinte tomava o remédio para tirar dor voltava pro trabalho pro mesmo
posto de trabalho que tinha adoecido ela ela dizia que quando ela não conseguia trabalhar precisava de quatro pessoas para fazer o que ela fazia né era um motivo de vaidade de orgulho né E que de verdade como a Leda Nesse artigo mostrou as pessoas e a linhar a Daniel linhar que é essa pesquisadora francesa mostra né como que a organização do trabalho vai vai se apropriando dessa subjetividade mais vaidosa né e trazendo ela para essa situação eh de não respeitar seus próprios limites aí quando não se respeita os próprios limites as doenças da sobrecarga vem
né então a gente tem que est sempre lembrando uma coisa que hoje tá em todos os lugares que parece que tá lá no vizinho que não tem nada a ver com a gente mas tem tudo a ver com a gente né a gente tá a sociedade do desempenho como o Marsal falou né hoje parece que a gente tem que trabalhar mais do que trabalhava antes as pausas estão diminuindo né muitas pessoas já não conseguem mais dormir nem 6 horas dormem 4 horas por noite ou menos né as pausas intra jornada então parece até que é
eh como é que se fala é proibido né uma heresia você falar que precisa fazer uma pausa durante o dia né imagina que absurdo então a gente tá vivendo um momento em que não se pode falar em pausa em de que você não pode ser bom você tem que ser o melhor né você tem que ser o excelente você tem que fazer tudo muito bem feito E aí é interessante uma amiga tava contando que o marido dela tava doente adoecido ela ele reconhecia que ele tava compulsivo com uma depressão compulsiva E aí ele foi no
trabalho e tinha que fazer alguma coisa lá de organizar e ele foi elogiadíssimo porque ele tinha arrumado negócio assim perfeito né assim para alguma coisa minha doença serviu então é impressionante né como que de repente você eh entra nessa obsessividade de fazer certas coisas né a gente tem essa questão da meritocracia confundindo muita gente né porque eu fiz mais que o outro entre os entregadores alguém tava me perguntando mas todo mundo tinha esse discurso não aquele cara diamante ele tá todo poderoso não eu sou diamante porque eu faço melhor que os outros porque eu sou
um funcionário melhor que os outros eu conversi com Pessoas que diziam Não eu não tenho problema nenhum porque eu faço tudo muito direitinho e eu faço tudo igualzinho todo dia a mesma coisa né então é é justamente eh no coletivo que você vai conseguir o Marsal vai trazer essa conversa pra gente né que você vai fazer com que se entenda né Eh como que essa organização individualiza estimula competitividade e estimula o sentimento de fracasso e culpa né eh eu tava lembrando quando o Marsal tava apresentando a gente tá nessa fase da vida eh da leor
gente hoje Essa coisa é muito comum né a gente saber que é movimento repetitivo ou postura extrema estática tal naquela ocasião não então foi dentro de um setor de entrada de dados que um outro outro começaram a ficar doentes o cipeiro começou a achar estranho diversas pessoas teriam o mesmo sintoma reuni o grupo para conversar e as pessoas falaram de um alívio que sentiram ao saberem que não eram as únicas a sentirem aquele problema que elas já tinham ido ao médico e estavam entendendo como uma doença pessoal individual né E foi na conversa do coletivo
que elas puderam compreender que era o trabalho que tava causando isso né hoje a gente tem esses livros né da sociedade do cansaço a gente tem essa ideia de que nunca a gente alcança o suficiente e a gente se autoc culpa né pelas falhas e pelas insuficiências enfim isso aqui já foi falado bom então teve essa época e ainda nos Estados aqui é a Europa né ainda na agência europeia se valoriza o termo estress no trabalho né e o estress no trabalho é quando existe um desequilíbrio entre as demandas que são feitas para elas e
os recursos que elas têm disponíveis para lidar com essas demandas é uma um conceito uma uma afirmação que a agência europeia faz o departamento de saúde e segurança da do Reino Unido traz o stress relacionado ao trabalho como um uma questão que está intimamente associado à presença dos riscos sociais no trabalho e como exemplo eles dão as reações adversas que as pessoas têm quando são submetidas a pressões excessivas ou quando são submetidas a demandas contraditórias exigidas pelo trabalho né E aí eh Como disse o Marsal essa questão se a gente aborda ou não o Remígio
tá aí tá se a gente aborda ou não os riscos psicossociais trabalho como é que a gente lida com esse conceito para que que ele serve afinal ele não pode ser usado para desmontar uma ação coletiva e técnica em defesa dos trabalhadores como o Marcel falou ele é trazido e eu trouxe um pouco desse histórico ele é trazido justamente para desresponsabilizar as pessoas pelo seu adoecimento de novo o que nós estamos dizendo é o seguinte quem tá doente é o seu posto de trabalho retomando a questão da lerd não é você que tá com dor
no braço não é você do processamento de frango que tá com dor no braço porque você é fraca não pessoas que forem trabalhar nessas mesmas condições com essas mesmas exigências vão ficar tão adoecidas quanto você então o que é que como profissionais de saúde e segurança no trabalho nos cabe fazer intervir intervir né e trazer um alívio melhorar essas condições de trabalho né E é isso que nós amanhã principalmente estaremos aqui né Maral vai trazer isso aí eu só trouxe aqui eh os seis eixos que hse da do Reino Unido traz pra gente lembrar que
demanda controle e suporte social que é o modelo eh do karasek né que eu trouxe aqui o desenhinho esse desenhinho né é de 79 esse conceito essa dinâmica de funcionamento quando as pessoas têm muitas demandas e muito controle isso pode ser um trabalho que desafie positivamente as pessoas se sendem se desenvolvendo profissionalmente intelectualmente criativamente e é positivo porém se as pessoas são muito exigidas mas elas não têm controle elas não conseguem regular o ritmo a intensidade o prazo de entrega do trabalho o volume de trabalho que tem que ser feito se elas não têm formas
de regular essa essa demanda aqui então elas acabam tendo um alto desgaste e esse risco pode se produzir em problemas cardiovasculares em problemas físicos e mentais certo aí ele tinha aqui também se eu tenho um grande controle mas eu tenho pouca demanda ótimo eu tenho um baixo desgaste mas se eu tenho que a gente hoje tá colocando como uma forma de assédio né quando as pessoas são indesejadas nas organizações isso é muito comum de fazer colocam elas em atividades que não tem demanda elas também não têm o que fazer a respeito e elas ficam na
geladeira e ninguém gosta e ninguém aguenta ficar na geladeira Então essa também é uma situação adoecedor né e aí acrescentou aqui a questão das relações sociais que como a gente viu estão problemáticas né com muitas violências tanto entre colegas como de chefias para colegas né Eh e por vezes a pessoa que tá subordinada que tenta reagir às obrigações né também aqui certo aí a gente tem esse papel função que eu comentei bastante né sobre os entregadores que eles não conseguem saber exatamente o que tá sendo pedido e quais são as regras portanto quais os critérios
que estão sendo usados para analisar né eles o trabalho avaliação de desempenho deles então eles se sentem aqui eh muito vulneráveis e as mudanças em processos né Eh que é muito comum Hoje a gente vai trazer uma máquina nova né então se você vai no hospital os trabalhadores de lá reclamam muito que a Claro um hospital privado né de linha tal então muda o sistema muda toda a linguagem muda toda a forma de pensar as informações que estão sendo colocadas a forma de colocar as informações na máquina a forma de processar o que a máquina
devolve o o layout dela né Então essa interface com a linguagem da máquina e o processamento então isso causa um stress enorme né porque o medo de causar um erro um erro na na saúde né no cuidado é é imenso né ah e aqui eu trouxe por conta do seguinte aqui por exemplo no mesmo Reino Unido as pessoas hoje os pesquisadores que têm mais avançado internacionalmente em formas de pensar políticas públicas aqui elas chamaram de ambiente psicossocial positivo e negativo aqui é o positivo aqui é o negativo tá então por exemplo conteúdo do trabalho ele
vai ter uma probabilidade de trazer adoecimento ele vai ter uma carga negativa para os trabalhadores se não se não contar com variedade né Se for repetitivo e monótono se for fragmentado se for sem sentido certo enquanto que se esse conteúdo do trabalho tiver sentido né Eh trouxer desenvolvimento pessoal Ele é positivo né então é aquela questão não mas eu não tô entendendo isso né demanda é positiva ou é negativa Não não é qualquer demanda que vai ter uma repercussão negativa né a demanda é necessária como a gente viu no modelo do karasek né aqui eu
trouxe o folhetinho francês né Eh que tenta colocar os seis eixos eh que eu já mostrei antes né então aqui são conflitos de valores né aqui as brigas entre as pessoas a falta de controle né a pessoa se sentindo presa dentro do trabalho autonomia e E aí aqui é a mesma coisa que a gente já falou isso daqui eu acho que eu também já falei e aqui é o que eu tava comentando do texto do Mino e da Tedim é Sônia tedin Costa e Carlos mino né né então eles colocam que nesse momento né que
a gente teve tantas mudanças no mundo do trabalho Marsal colocou muito bem o conteúdo do trabalho as formas de organização essa fragilização essa precariedade as pessoas hoje não são metalúrgicas elas trabalham um tempo na indústria metalúrgica saem de lá viram funileiro na esquina sai de funilaria começa a fazer outra coisa então é mais difícil você reconhecer o adoecimento Metalúrgico né da da indústria e do processo Metalúrgico e as coisas também as substâncias os postos os processos vão mudando muito então eles colocaram aqui o seguinte eh o compromisso com essa mudança desse quadro de saúde né
precário problemático né da população trabalhadora é a razão de ser do nosso campo né de saúde e segurança dos trabalhadores e das trabalhadoras ele requer desde o agir técnico que é o que nós podemos fazer aqui né viemos aqui para fazer né até os aspectos jurídicos que o Marsal tava trazendo essa Dura realidade muitas vezes a gente está com argumentações técnicas e as empresas resolvem defender juridicamente né o que tira o sentido né do próprio da própria razão de ser da ação técnica Então mas aí a gente tem que usar o direito né que tava
sendo atacado o direito do trabalho ainda não deixou de ser né vamos dizer então a gente tem que ter o direito do trabalho com a gente a gente tem que ter os atores sociais que atuam na política os movimentos sindicais né a as autoridades políticas eh de governo e de legislativo né aqui é é a grande questão que a gente sempre coloca muitas vezes é o posicionamento ético de cada um de nós que baliza a nossa ação a nossa coerência e a gente dormir tranquilo no travesseiro à noite né Porque a gente tem sido muito
cobrado eh por valores que contrariam a nossa ética como os trabalhadores mostraram né então isso é uma outra questão adoecedor de todos nós O Resgate de alguns valores éticos pela humanização né pelo resgate do valor humano no trabalho tá certo e aí o que nós vamos trabalhar aqui que é o diagnóstico e a intervenção e é isso gente obrigada é já chamo Marsal isso eu não tenho n ideia de horar Então vamos iniciar com as perguntas Primeiro as perguntas do do auditório podem me entregar as fichas se não entregaram e depois as pessoas que estão
online A Suzana vai recolher as fichas É melhor então V pegar aqui a sequência alô vou pegar primeiro aqui só que eu vou precisar de ajuda porque eu também não tô enxergando eu enxergo Tô brincando como você tem enxergado a ampliação e do fetiche atual para o diagnóstico de Burnout como sendo o único diagnóstico que relaciona o adoecimento do ambiente de trabalho e e a Eleonora Albino Eleonora assessora técnica do ccef eh CP entre outros eh qual oar n Mas de qualquer forma não de de de qualquer de qualquer forma eu acho que não é
só uma questão de enxergar né Eu acho que a gente tem que discutir entre nós como organizar o sistema de perguntas né e se a pessoa tá presente é melhor que ela fale até para ela se explicar melhor às vezes eh né de de das duas partes né de lá e daqui né porque eu também prefiro que você faça a pergunta do que eh a gente tem que discutir entre nós para eventualmente fazer fazer isso porque facilita bastante qu vir fazer pergunta aqui é que precisa só do microfone Isso é verdade então a gente precisa
só que a a pessoa que for fazer pergunta venha fazendo no microfone para que as pessoas que nos acompanham virtualmente agora síncrona ou não né possam entender as perguntas tá então quem tiver perguntas ao vivo e a cores por favor dirijam-se ali a Marcela você tá com o microfone Susana Susana desculpa Suzana Então não é só óculos que tá faltando é também é é não não a gente já mudou a regra não mas aqui é vamos vamos só para para ir mais rápido também porque por exemplo a questão do do fetiche eu não tô entendendo
muito bem o que você tá querendo moça Hum entendi é só uma recomendação que a as perguntas assim de cunho político a funda centro pode perder o YouTube por causa do fez o eleitoral Então é só uma recomendação por isso que nós fechamos no começo tá mas vocês podem perguntar coisas relacionadas ao curso eu vou fazer algumas perguntas e outras reflexões somente tá bom André Cruz e da laroni é a pergunta Inicial Eu gostaria de dar resposta dos dois e eu sei que talvez assim me adiantando a dout thí que pode ser um assunto complementar
amanhã dentro de todos os problemas aqui que vocês trouxeram cases e tudo mais eh eu gostaria que vocês eh tentassem traçar eh se através da análise as custas da ergonomia da atividade e trazendo a percepção dos trabalhadores à luz da psicodinâmica do trabalho se nós poderíamos dar cabo das verdadeiras demandas sendo essas as possíveis causas dos problemas de ordem psicossocial o por da questão né Eh muitas vezes se tratou a em 88 a Dra thí ler dort onde ela entrou na fundar centro aqui se aqueles problemas ali já não teriam ordem eh a sua origem
Nas questões psicossociais acho que talvez essa pergunta aqui é suficiente para não tomar muito tempo da mesa obrigado mais alguém bom Boa tarde eh a gente vai percebendo que muitas vezes os profissionais eh os trabalhadores chegam com um diagnóstico fechado de bornal né ah é bornal ponto o médico que me atendeu disse que é bornal por isso está relacionado ao trabalho e ele não observa às vezes todas as outras patologias que envolve porque me parece usei Talvez o termo Não seja esse Mas é uma fetichização como tem se falado muito né Então olha só bornout
é relacionado ao trabalho não existe mais stresse pós-traumático não existe mais depressão não existe mais outras doenças porque todas estão meio que direcionadas ou não são de não são relatadas né no nos relatórios médicos porque se eu falo que eu tenho depressão qualquer um pode ter depressão agora bornal não bornal está relacionado ao trabalho e nem sempre eh e me parece que isso acaba fragilizando eh o o o reconhecimento e não valorizando mais uma pra gente fechar essa aqui oi eh Como atuam com as pessoas em Home Office em teletrabalho eh pensando na saúde mental
tá posso responder eh André Cruz né Eh exatamente o que você falou assim aerd como a gente mostrou aqui né Marsal das questões do caixa de supermercado né e eu aqui até numa coisa mais genérica ou até falando das moças que trabalhavam com os preservativos que era lerd que a gente encontrou ali né Eh e acho que essa talvez seja a crítica até ao próprio nomenclatura quer dizer não é alguma coisa que você vai e elimine eu não tenho como substituir né Eh a o amanto por outra coisa entendeu não vamos eliminar a silicose vamos
tirar a sílica daqui não a gente tem um processo por isso que a gente tanto insistiu nessas determinações macrossociais e mostrar o quanto que a sociedade né foi vivenciando esses processos políticos econômicos das inovações tecnológicas e quanto que o processo neoliberalismo que teve início em 1970 foi fragilizando Marsal mostrou isso muito claramente foi fragilizando os atores sociais que em tempos outrora vividos eh tiveram peso para modificar isso né então a gente teve um movimento mento sindical no início eh que eu contei aqui no quando se se detectou que aquela adoecimento era ldor foi graças ao
movimento sindical que a nr17 saiu a norma de ergonomia saiu com a inclusão das questões organizacionais com as inclusões de mecanismos de gestão com as inclusões de ritmo de trabalho de normas de produção então foi muito pela presença da força social do movimento sindical naquela ocasião o movimento sindical a gente estava num processo de redemocratização do país o movimento sindical estava forte né e o movimento sindical apesar de estar em diferentes bases com aquele mesmo problema né porque era um setor que tava nos bancários e no processamento de dados e mesmo o processamento de dados
tinha entrada tinha lá suas variações né que não convém mas eles decidiram fazer um congresso único sobre a questão técnica daquele adoecimento Então vamos deixar de lado as nossas diferenças políticas né E vamos atacar o problema de saúde Por conta desses congressos técnicos saiu a norma de ergonomia saiu uma Norma da Previdência que reconhecia tenosinovite dos digitadores coisa que eles não tinham reconhecimento antes para poder receber auxílio para poder se tratar para poder se afastar né então a gente teve a fragilização o projeto neoliberal era muito claro era enfraquecer o processo de regulamentação do estado
que a gente viu que só aumentou né de 2017 para cá muitos direitos trabalhistas foram flexibilizados sen não perdidos completamente né Eh e a gente tá tendo muita diade em recuperar as proteções trabalhistas que tivemos né então a gente tem um processo acontecendo é por isso que é tão importante que a gente identifique os mecanismos que são usados e que provocam o adoecimento agora para Eleonora o que tá acontecendo é o seguinte para nós para nós da ergonomia inclusive é uma que a gente faz isso porque assim eh que seja presenteísmo que seja diversos formas
de adoecimento diarreia falta de sono toma remédio um determinado setor muita gente tá passando por esse problema então você tem um problema localizado no trabalho não importa muito o nome que se dê até porque de verdade como você falou né eh para algumas pessoas aquilo pode se manifestar mais de uma forma depressiva e para outras pode se manifestar como Pânico né que é mais o lado da ansiedade né então não importa muito porque você tem uma interação subjetiva com aquelas questões do trabalho que vão se manifestar de uma determinada forma mas para nós da ergonomia
o que importa é localizar né que existe um aumento de problemas de saúde ou mesmo de segurança né que o Marsal pode falar muito bem disso e que exigem uma atenção técnica exigem uma análise do que tá acontecendo ali o que neste trabalho nessas condições nessas formas de organizar etc etc está provocando esse problema então essa questão do do Cid ela não muda muito sabe agora claro ao nível pessoal é sempre importante mas não é tão fácil mesmo né não é tão simples eh não é o médico que tem culpa é que de verdade o
diagnóstico é mais difícil o tratamento é mais difícil né E pior que isso é o que nós falamos né se a pessoa adoeceu não consegue mais trabalhar ao voltar assim como foi na ler dort você sabe disso que você já é das dos tempos antigos também se aquela pessoa melhorou fora se ela ela volta pro posto onde ela adoeceu e que não teve qualquer intervenção vai ser um desastre né vai ser pior tá acho que é isso eh bom acho que a a primeira pergunta a thí respondeu bem né na verdade eh os fatores organizacionais
são determinantes tanto para questões de Saúde Mental é quanto paraa questão músculo esquelético isso para nós é claro eh não tem não vai é é é simplesmente Aonde a coisa acaba se manifestando agora eu acho que a gente tem que distinguir alguns níveis de intervenção nas coisas que a gente faz eh existem intervenções por exemplo na produção de conhecimento pra gente gerar um processo normativo então que vão regular um setor ou regular uma disciplina que é um nível de de ação que é importante e que pressupõe uma busca de produção de conhecimentos de uma forma
diferente né de uma forma específica então por exemplo toda essa criação desse conceito de fator de risco psicossocial de certa forma segue nesse sentido de se tentar ter um referencial que ajude a regular que ajude a vamos dizer a padronizar o nível de ação das empresas né Por exemplo extremamente interessante quando você compara como você mostrou né um ambiente que que pode fazer mal e e um ambiente que pode fazer bem né No No caso da nr17 quando a gente tava produzindo a nma essa questão foi colocada mas o o representante lá do da secretaria
do trabalho rechaçou ele não era para tratar daquele assunto na época do Governo bolsonaro não era para ser tratado aquele assunto mas o que o que nós poderíamos ter feito na nr17 é algo desse tipo né o desenho do trabalho tem que favorecer o sentido compreensão tem coisas genéricas que balizam a possibilidade de desenho né então isso essas eh formas ajudam a gente então você produz conhecimento você intervém por meio do processo normativo uma outra coisa é quando a pessoa chega num num consultório médico O problema é que os a gente sabe os médicos inclusive
do trabalho eles não eles não eh é tem uma certa dificuldade ou de fato alguns têm dificuldade de fato alguns não podem por exemplo determinadas empresas os médicos não podem ir até a produção por exemplo né Mas a questão do vínculo e do adoecimento tem tá relacionado né com o quadro sintomático que a pessoa tem e com hipótese que vai estabelecer que que expliquem aquilo que são são situações de vida de trabalho né que a pessoa tem que possam vir explicar né de consumo de Exposição né A questão é esse processo de investigação e o
espaço que o trabalho tem dentro dele Eh agora é lógico as próprias pessoas também e é uma disputa né as pessoas já vão eu eu eu tenho Bout a o Burnout ele é um quadro que que tem protocolo que que vai ter que né então então é lógico que que tá nessa disputa mas a gente a questão é um pouco que ais falou é uma forma de intervenção que tem que considerar o trabalho por exemplo eu fiquei assustado a gente tá fazendo uma pesquisa na no no sindipetro pesquisa intervenção com sindipetro de Santos e o
relato dos Petroleiros eh diversos e variados quando eles presenciam situações de acidente São típicas de stresse pós-traumático é o colega que sai correndo queimado e o bombeiro quer dar um banho da água nele e ele fala não não faz isso você vai matar o cara o outro que D morre dentro de um vaso e descobre ele dois dias seguintes teve um grupo de pessoas que tirou o cara do vaso então não tem como dizer que o impacto que essas situações não vão V afetar a saúde mental da da pessoa é é estess é como guerra
né o cara morre com uma bomba para explode sai a perna Ele pega a perna do colega não tem ele não sofreu nada ele não ele não não o corpo dele não foi tocado Mas ele foi ele que ficou com a perna do sujeito na mão então por exemplo o stress pós-traumático entre Petroleiros ou químicos por exemplo tem que é é é uma doença associada à profissão porque e e e o número de acidentes é enorme são muitos então de fato agora os médicos têm que ter acesso ao trabalho tem que investigar o trabalho né
aliás tem uma máxima investigação de acidente que diz o seguinte na investigação de acidente você acha o que você procura ou você não achar nada se você não procurar nada então é um pouco isso então qual é se é um trabalhador o trabalho dele tem que fazer parte do processo de investigação do adoecimento né Então mas essa é uma velha discussão que a gente faz e o outro nível de intervenção é o que a gente vai defender amanhã que é a intervenção nas organizações nas empresas quando a gente tem sintomas de disfuncionamento sejam queixas de
adoecimento saú de metal músculo esquelética seja problemas de produção como é que a gente faz e a gente se organiza E aí um defeito da ciência brasileira no meu entender que é a gente passou muito tempo querendo fazendo diagnóstico né né a gente é ótimo para criticar critica tudo é ruim mas mudar muito pouco né a gente não muda o olhar porque como diz o IFC né que é o pesquisador francês ele assim a crítica é ela não é suficiente ela tinha que ser o o motor do desenvolvimento a gente não pode se satisfazer na
crítica no diagnóstico que as coisas tão ruins então a ergonomia ela tá nessa questão o nosso papel mesmo assim tem vários ergonomistas aqui muitas vezes o que se pede pro ergonomista é mostrar o que a gente já sabe né conformar confirmar que existe vou falar a palavra risco em alguma coisa problema em outro a questão ética da ergonomia moral da ergonomia é eu eh eu não tô aqui para para confirmar eu tô aqui para ajudar transformar e sair dessa situação então aí é um outro nível de intervenção eh E aí a pergunta que não foi
respondida ainda é como atuar com pessoas em Home Office o hse tem nas categorias que a Tais apresentou eu não necessariamente defendo isso Tá Mas ele já consideram o teletrabalho como um dos elementos de você investigar essas questões vamos dizer de ordem psicossocial só que o hss E aí eu acho que é importante falar não pressupõe e já tem algumas perguntas aqui inclusive no no no pessoal que tá no no go de quem é que faz vai fazer avaliação psicossocial né já entra na discussão corporativa que é natural a gente tem que né Afinal de
contas se a gente tem esse quadro e para mim é um dos problemas disso que é o olhar do Especialista sobre o problema quem é o especialista que vai dizer se há risco psicossocial essa é pergunta que tá sendo feita o hse Como que o HS Tem trabalhado eles T um sistema em que as pessoas respondem né todas as pessoas de uma empresa vão responder um questionário com esses itens aí que é um questionário e que a pessoa não se identifica mas indiretamente vai vai saber do setor tal não sei o qu Então não é
o especialista que vai dizer se tem o risco quem vai referir se há problema são as pessoas e e dentro dessa forma você começa a ter um ranqueamento e setores e pontos em que a empresa deve atuar Então eu acho que até é um sistema interessante e o e e só para responder a pergunta e se considera aspectos do trabalho psicossocial que são próprios por exemplo o isolamento a falta de contato com colegas coisa dessa dessa natureza porque os outros aspectos como a Taí elencou são comuns se o conteúdo do trabalho é ruim se existe
uma pressão muito grande se né são comuns o que você tem que incluir aí no caso e o HS inclui é um a questões próprias do do Trabalho em em em Home Office eh se vocês entrarem no site eles estão eh para quem tem tem que falar inglês né mas vale a pena porque eles dão várias palestras curtas né para vender né porque na a o h se ele acaba ele tem umas empresas parceiras que vendem produtos né então é uma forma de vender o produto paraas empresas mas é um produto que tem o Label
eh hse não então é uma empresa séria tal foi teve um produto que foi desenvolvido é uma outra visão de de de fazer né Para nós consultor é mal visto no Brasil tem um pouco essa máxima Desculpe os Consultores mas tem essa O que é um absurdo né que a gente tem que desconstruir porque a gente precisa da intervenção de pessoas de fora nas empresas também Taí eu vou te dar uma pergunta aqui foi para você eh e depois a gente pode responder outra só respond quanto às questões da psicossomática queixas de somatização e até
mesmo das patologias que advém da subjetividade no ambiente de trabalho afinal o corpo fala aquilo que que as emoções Calam Ah tá é uma pergunta de uma colega fisioterapeuta e ergonomista psicoterapeuta que tem o mesmo sobrenome que eu a Cláudia Carvalho um dos meus sobrenomes Então eu acho que assim é isso mesmo né quer dizer a gente Tem reações somáticas né ah que devem naturalmente serem trazidas né para você poder conversar exatamente isso que você falou né Eh por isso que a gente colocou o psicossomático né Eh tem uma colega Nossa que é Ana Cristina
Limonge né que começou fazendo esse trabalho sobre essas somatizações e mostrando o quanto exatamente que essas somatizações trazem de conteúdo para falar dessas contrariedades para falar desse mento né e é por isso que a gente tá defendendo essa questão de que a gente não precisa ter um adoecimento instalado né então por exemplo a síndrome do Burnout ela não é um adoecimento instalado nos seus nos seus primórdios né Você tem uma síndrome Você tem os transtornos né de uma maneira geral eles a gente não não pode pensá-los como um adoecimento instalado que não tem tem mais
jeito né mas é que nem al lerote que você tinham várias fases quatro fases né se você traz aquilo e se você começa a conversar aquilo e se você começa a perceber as formas alguém me perguntou sobre esses rapazes gente imagina uma moçada jovem né menino jovem que tava sem conseguir trabalhar e que daí pegou uma bicicleta e começou a ganhar algum dinheiro e Aflitos em plena pandemia precisando de dinheiro você acha que eles vão eh fazer uma fala contundente queixosa né eu não posso mais não aguento mais isso daqui não né para eles teria
uma fala daquelas o psicológico da gente sofre muito né Eh pra moça contar que foi cancelada era uma pessoa vaidosa né era uma pessoa que achava que era um diamante né que tava na pontuação máxima Então não é fácil né por isso que eu lembrei dessa questão da ldor é no coletivo que você consegue ir trazendo isso e conversando e facilitando né gente é grupo de apoio né um não fala o outro fala e aquele pensa esse trabalho aqui que o Marcel comentou né da que a Leda escreveu foi com os Metalúrgicos lá de Osasco
nós estávamos juntas e e tinha uma moça que dizia que ela era enceradeira desde pequena ela era enceradeira da casa dela quer dizer ela já tinha em si né o orgulho de ser melhor que as irmãs porque ela era capaz de fazer mais ela era rápida e aí no trabalho Ela comenta isso quando eu faltava precisava de quatro homens para fazer aquilo que eu fazia então não é uma pessoa eh o outro caso é gravíssimo né o outro caso que tá no documentário carne e osso aquela moça perdeu o braço aquela que o marido passava
toda a noite sabe não é assim a pessoa não percebe de imediato que aquilo que tá acontecendo com ela tá relacionado com o trabalho naquele documentário carneosso é muito bom para usar nas dinâmicas com trabalhadores porque tem um homem também que fala antes de eu ficar com depressão eu achava que isso era coisa de Mariquinha ler dor a mesma coisa conversei com o Sindicalista homem ele dizia isso antes de eu ficar doente eu também não acreditava já achava que era coisa de de mulher de mulherzinha histérica que reclama sabe então é um trabalho né que
só a gente sabe né que é um trabalho ali junto com as pessoas é um trabalho que você tem que ganhar confiança é um trabalho que no coletivo ele vai fazendo sentido as pessoas vão conseguindo falar aquilo que sentem perder o medo de falar né porque quando principalmente saúde mental vamos falar sério gente a gente tá brincando aqui ah você esqueceu quantas pessoas depois da pandemia jovens começa a esquecer as coisas e ficavam aflitas meu Deus falava relaxa tá todo mundo igual sabe a gente passou por uma pandemia Agora se a gente pegar o chicotinho
e ficar se batendo não vai resolver nada mas Para você reconhecer a sua insuficiência né momentânea não não estou enxergando meu óculos tem que mudar né a minha memória não tá aguentando bom a gente tem que tem que ter um olhar clínico para isso e tem que ter essa conversa né pra gente ver o que é que tá acontecendo né Eh eu acho que assim a saúde É uma questão muito complicada mesmo né o processo saúde doença ele é complexo ele é multifatorial ele junta diversos fatores com associações diferentes que potencializam que então assim mas
é só eh conversando para você poder criar o caso é por isso que amanhã Marsal vai fazer essa brilhante aula Calma Vamos aguardar eh mas para que é a análise da demanda que é esse momento tão importante junto com as pessoas pra gente conseguir localizar né Por quê Porque também a gente não pode prometer realmente ir pra lua e para sair da terra e viver um mundo pleno de cor de-rosa né mas tem um processo para acontecer né então acho que que essa é uma dificuldade para nós também né quando a gente tá nesse processo
que é qualitativo e que é com as pessoas a gente lida com as incertezas né a gente não tem como prometer né E a gente não tem como dar aquela solução mágica né Então vai depender de uma série de questões também mas é preciso encarar o processo né E outra coisa só que eu preciso falar gente que a gripe fez eu ficar eu ó não mas espera aí é porque você tinha me pedido a demanda era sua para mim fala da aplicabilidade dos riscos psicossociais então assim essa listagem de riscos psicossociais ou a gente conseguir
delimitar o conceito de riscos psicossociais consensuado internacionalmente providencia que a gente possa aplicar enquetes como essa que o Marsal comentou né Eh internacionalmente entre os vários países até pra gente fazer comparativos né então a eurofound ela aplica em 45 países diferentes e ela vem aplicando a cada 5 anos para que é um retrato dessas condições de trabalho e da presença desses riscos psicossociais então o último por exemplo massal trouxe aqui os de 2000 e aí o último que tá no no oa Trends lá que é o mais recente de 2023 eles mostram que a pal
queixo agora é com clientes difíceis clientes usuários alunos né quer dizer as relações a gente sabe né a gente ouve isso mas a hora que você lê isso né que 60% dos trabalhadores tão tendo problemas com os seus aquele a quem ela tá prestando serviço isso é importante né o Marsal Amanhã acho que vai trazer também esse exemplo do setor de saúde a gente tá vendo vendo né como essas violências têm acontecido e como a gente tem que criar condições para minimizar isso né pelo menos pro menino não ser assassinado né Vocês viram que um
entregador foi assassinado de besteira né o outro foi cortar a luz foi assassinado então a gente tá vivendo um momento de muita violência e a gente tem que ter as atenção para com isso então o o a lista de riscos psicossociais ela servem paraa gente fazer grandes enquetes é preciso ter muito cuidado acho que amanhã vai ser dito isso né Porque eu sei que é muito sedutora a ideia de aplicar checklist né de usar um dos modelos existentes para poder verificar a presença de riscos psicossociais do trabalho eu acho que isso amanhã a gente vai
falar né E a questão das políticas públicas né das normatizações que é bastante um caso delicado porque a gente tá lidando com um direito e com áreas eh que exigem da gente quantificação metrificação e a gente tá lidando com aspectos do trabalho com dimensões do trabalho que a gente não tem como medir né Não dá para ir lá pegar régua ou medir com aparelho né então por isso que o Marcel lembrou dessas pesquisas dessas enquetes junto aos trabalhadores ainda tem para hoje tem tem várias eu vou tentar responder um grupo aqui daí eu passo para
você eu respondo esse grupo daí eu passo para você tá e e que tem que tem a ver um pouco isso que a acabou de falar que que é importante que é a do pergunta do Ednaldo EDM maldo que eu vou juntar com com outra que é da Vanessa e e uma terceira depois o eddo pergunto como responsabilizar ou isentar a empresa no caso de doenças psicos social em laudo pericial eh de saúde mental numa empresa que detém o selo de saúde mental né esse c que foi recém publicado Então essa é uma primeira questão
que que que a gente precisa que é importante a segunda é quem deverá fazer a avaliação psicossocial profissional fisioterapeuta tal tal tal ou Quais são os meios e ferramentas para fazer essas avaliações né então já tem uma questão profissional e com qual método e a terceira que foi a última questão que apareceu aqui da lour de Santiago como vocês vem um processo de intervenção ergonômica apoiada pelo sindicato patronal B pode parecer que essas três perguntas não tem a mesma coisa mesma te mas tem porque foi até um ponto que eu ia falar que eu também
graças ao Clodoaldo é a Apple né destruíram minha transparência eh então uma das questões fundamentais quando entra um tema novo né que tá em processo de regulamentação mas a regulamentação ela ela é sempre atrasada né a gente sempree vai corrigir um problema depois que ele já fez um certo estrago então nós já temos um passivo de pessoas eh adoecidas com com questões de saúde mental já deve estar pipocando na justiça caso né ações judiciais sobre isso Então a primeira coisa que as empresas eh todas as empresas tendem a fazer é retardar o máximo a regulação
e já conseguir meios para poder se proteger então primeira forma que foi encontrada foi vaip passando o processo tripartite Eu até comentei isso né de de elaboração de Norma um projeto de lei estabeleceu a questão do selo né de que diria que a empresa precisa pras pessoas te acompanhar tem alguém tem nada [Música] al meu nome é primeiro Ger em segurança que se formou na década de 70 em 1992 eu participar de um grupo de segurança na região de guao e nós fomos visitar a a fif de Gua que não existe mais que fazia fazia
componentes e a tinha um a empresa tinha um grupo de ergonomia né então eles fizeram um trabalho um para meu as condições de de trabalho porque é um tinha muito trabalho repetitivo fabricava O componente né e e e El esse grupo de de de economia da empresa fez um trabalho que melhorou muito a a as condições de trabalho essa empresa não existe mais a PIP e a de igaul né esse é o depoimento que eu tenho que dar então que já que já responde já responde a última a última pergunta sobre é possível e eu
acho que a gente tem que defender que as empresas façam estudos de intervenção a questão é que os critérios que são usados tem que ser os critérios vamos dizer do estado da arte da prática profissional né Eh eu a gente participou fiz um estudo com alguns colegas aqui da fundacentro na questão do lixo Urbano em que o um uma empresa uma associação de empresas de que envolvia empresas de coleta de lixo encomendou estudo para universitários e o estudo que eles fizeram foi um estudo de Diagnóstico que comparava né o estudo encomendado que queria avaliar o
risco do uso da plataforma tem várias mortes por plataforma aqui no movimento do caminhão e eles fizeram um estudo comparando a carga de trabalho com plataforma e sem plataforma forma então a carga de trabalho para quem usa plataforma é menor obviamente porque o que não tem plataforma ele vai correr atrás do caminhão o tempo inteiro então obviamente eh que o fisiologicamente é pior não ter plataforma mas se você tá comparando uma cobra que tem um tanto de veneno e outra que tem um pouquinho menos de veneno no fim as duas vão matar de qualquer jeito
a questão é que o estudo ergonômico ele tem que para além disso tem que ir para além do sistema em que os trabalhadores correm atrás do caminhão né então por isso que a gente defende que é a questão o a a a ética da ergonomia é não se conformar com a situação mais ou menos ruim e procurar desenvolver uma melhor mas então depende as empresas os grupos as associações poderiam fazer estudos interessantes se eles tivessem a fim de melhorar as condições de trabalho o problema que no nosso campo e aqui concretiza sempre essa discussão A
gente tá sempre entre a lógica da reparação do dano proteção da empresa e prevenção se se a empresa e e o selo nitidamente é uma forma de proteção jurídica da empresa mas que evidentemente Não se segura porque se você for avaliar a situação de trabalho né numa ação judicial se você entrar e você constatar uma série de de desmandos Associados a esses critérios por exemplo ou a outras situações o selo cai por terra né o selo não protege nada né e o celo é baseado numa entendeu então é uma Mas é uma tentativa de proteção
da empresa eh a outra pergunta que foi tava aqui né sobre a questão do do de de como fazer essas avaliações psicossociais isso aí a gente tem que responsabilizar o regulador o cara que criou a norma quem criar a norma vai ter que eh dizer como que com de que forma que se avalia porque esse é o problema nós fizemos essa besteira na nr17 recente agora né última tal do levantamento preliminar E aí o levantamento preliminar ergonômico tem que falar com o pgr mas ninguém sabe responder porque que como eu ia dizer terminar hoje mas
acabou que vai ficar para amanhã a linguagem da atividade de trabalho não é a linguagem do Risco você não reduz a atividade ao risco né ele tá falando coisas diferentes mas aí é falha Nossa nós colocamos isso na Norma O legislador os a cit vai ter que ajudar as pessoas os profissionais a ter mecanismos para fazer isso porque senão a gente cria uma situação como é que um vazio jurídico né que que nos então a a criação da questão do Risco psicossocial e como entra dentro do pgr existem métodos de avaliação de alguma forma vão
alguém vai ter que dizer quais são os métodos que são aceitos ou não ou fazer por exemplo que os auditores nunca Conseguiram fazer que é recusar laudo ma feito em ergonomia a gente ficou cansado de ver né laudo ergonômico nem existe a palavra laudo em ergonomia mas laudo ergonômico e eles não sabiam o que fazer então as empresas gastavam dinheiro não servia para nada por isso que a gente mudou NR né do aná do trabalho é mas as empresas mas muitas empresas de segurança entregavam laudos ergonômicos e os auditores ficavam com aquele tro sem saber
fazer fala você daí é E aí eu passo bom Boa tarde a todos então me chamo Rodrigo eh eu entendo que a a questão psicossocial é muito importante nessa hora a gente entrevistar a população trabalhadora né e aplicar um conjunto de ferramentas específicas para essa área né então acho que essa soma ela acaba fundamentando um trabalho plausível dentro dessa área né eh qual que seria o olhar de vocês com relação a isso essa essa pergunta é parecida é parecida com a dela né que ela colocou que ela colocou aqui a questão é é e e
e mas é a a dificuldade assim para mim o que importa é que a empresa não ten as pessoas que a doença questões de saúde mental Ou seja que ela desenhe as situações de trabalho respeitando alguns critérios como os que a colocou que evitem que as pessoas doenç a doença caso tenha caso tenha quem pode fazer Esse estudo né aí já tem uma discussão que são os psicólogos aí não os médicos aí tem os psiquiatras né que esse é outro problema que existe no campo da saúde mental né que o pro porlo se se fala
de suicídio pros psiquiatras o suicídio não tem relação com o trabalho a a priori A última é a coisa que vai se estabelecer né pela própria questão disciplinar tem questões internas à disciplina Então já entra numa discussão corporativa mas questão é se você tem um problemaa e no meio acadêmico no meio científico que é o que a gente aprende a fazer as coisas TM que ter coerência entre o problema que é colocado os objetivos do seu trabalho os métodos que você escolhe e os resultados no fim então o que eu espero que esperaria é que
quem fizesse isso tivesse essa coerência na análise da situação é até meso é o problema é como os auditores depois vão avaliar porque a gente tá nessa perspectiva de laudo a gente é e essa é a minha crítica A gente tem que sair desse olhar diagnóstico risco caracterização do Risco e passar pra transformação da situação é até mesmo porque a a a nr1 ela atrela a nr1 essa questão da avaliação é então ela fez esse parênteses na nr1 né então aí por isso que entra essa toda essa toda essa questão ali né que daí eu
comentei a questão de se é perfeito é que é que aí mas a a questão vai ser Qual é a capacidade porque é é assim se tem pessoas do departamento a coisa mais fácil do mundo seria se as pessoas da empresa que fossem do fossem pro SUS e aí o SUS tivesse capacidade de detectação problema de saúde mental Então você vai na empresa para mudar a situação certo agora o que que que nós fazemos a entra uma disputa tem gente e não tem então vai lá primeiro para dizer se é ou se não é ent
a gente já perde um tempo energia em vez de tratar o problema então a gente tá sempre nessa situação então pela ergonomia E aí é importante que você fale isso é possível a gente trabalhar a transformação da situação que é o que a gente quer até até mesmo para cruzar os dados né as informações do processo de trabalho que é estudado em ergonomia junto com as questões psicológicas né é e de saúde que apresento Exatamente é isso aí perfeito Muito obrigado e eu eu eu eu acho que amanhã a gente vai poder falar melhor né
sobre tudo isso mas assim eu fiquei com muito receio aqui viu Rodrigo essa questão das Ferramentas a gente tem muito muita crítica ao checklist isso por vezes não é muito bem aceito né Essa crítica mas é assim que é o que o Marsal falou toda ferramenta pronta equação com fatores checklist tudo isso ele ele foi programado com uma certa sensibilidade né E aí é que nem o problema com o ocra entendeu o ocra é ótimo para para frequência para repetitividade se se você não tiver repetitividade como no caso que o Marcel falou da da do
caixa do supermercado antigo que empurrava a mercadoria e que tinha o desfiladeiro torácico ferido aqui né inflamado tal e com repercussões graves né de incapacitação você não tem uma frequência que justifique por vezes entende é então é preciso ter muito cuidado com aquilo com a ferramenta por isso que que ele falou da coerência né então você precisa primeiro eh ter um olhar para aquela situação né porque a gente tá analisando uma situação né Eh nós tivemos problemas já uma vez fomos analisar postos de gasolina e a pessoa trouxe um checklist de motorista de carro Sei
lá nem lembro do que que era aí não cabe você não tem pergunta que não vai ter resposta ou que não vai trazer a resposta que você precisa Então acho que essa fala do Marsal da coerência né entre as dentro da da dos teus objetivos aquilo que você quer olhar por isso que essa questão daquilo que você procura né que o Marsal bem colocou aqui né O que é que você tá imaginando encontrar isso é bagagem é leitura é experiência é humildade né e é participação dos trabalhadores não tem outra saída né não dá para
você fazer qualquer coisa sem os trabalhadores porque eles têm um saber daquele do diário do cotidiano né É só para encerrar nós tem várias perguntas aqui eu não sei como que a gente faz eh a thí responde eu respondo que faltar é só falar final que é o seguinte sendo aspecto psicossocial Não tem qualquer estudo levantamento Se as pessoas não se expressarem é psicossocial tem que ser referido eu tô olhando para ela e eu acho que ela tá cansada é só se eu perguntar para ela Você tá cansada é ela que vai dizer no natureza
do sentimento dela é a sensação do corpo dela então esse é um critério fundamental de qualquer estudo sobre aspectos psicossociais é as pessoas é que T que referir não dá para especialista dizer nada sem que isso seja porque isso é psicossocial não é à toa que o hse usa essa metodologia que faz o enquete por fora e depois compila os dados posteriormente mas acho que a gente pode deixar para amanhã São 18 horas gente a gente gosta de conversar sobre que a gente faz trabal e se preocupa amanhã estaremos de volta vai ser um prazer
enorme ter todos aqui aqui de novo Tá bom obrigada gente agradecemos a presença da Thaíse do Marçal e antes de encerrar solicitamos aos alunos presenciais que não deixe de assinar as listas de presença lembramos que os alunos que estão participando pelo Moodle deverão obter 60% nas avaliações a data limite para realização das avaliações no Moodle é até o dia 10 de novembro de 2024 não não se esqueçam de se inscrever no nosso canal dar o like e ativar o Sininho para ficar por dentro de todas as novidades Assim vocês ajudam os conteúdos da fundacentro alcançarem
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