[Música] [Música] o que entendemos por responsabilidade estamos cientes das conseqüências de nossas ações e mesmo de nossas omissões da nossa interferência na vida dos outros seres nos tornamos capazes em vetores de nossa própria obra destruirá nós mesmos e ao planeta em que habitamos desaparecer diante desse excesso de poder torna se urgente ampliar os horizontes da responsabilidade repensar o nosso externo esta série traz uma reflexão filosófica sobre a ética do agir humano com a contribuição do direito da política da psicanálise da cultura o ritmo eo modo crescimento econômico e tecnológico afetou todos os setores da vida
se por um lado gerou desenvolvimento por outro trouxe à luz a necessidade ea urgência da sustentabilidade entra na ordem do dia a idéia de um direito próprio da natureza e das futuras gerações de seres humanos e não humanos responsabilidade é hoje a tradução da necessidade de amadurecer e ponderar com o cds e serenidade as consequências das decisões que tomamos nos compromissos que fazemos trata se de uma nova ética a ética da responsabilidade a idéia que está na base da proposição deste modo ela nasceu depois de uma conferência do filósofo peter lota da equipe quando então
eu fui despertado para uma reflexão a respeito dos novos contornos do conceito de responsabilidade no mundo contemporâneo cito um pequeno trecho dessa conferência em que o esgoto dae que alude à obra do arquiteto americano richard baxter fula portanto planejadores arquitetos e engenheiros tomem a iniciativa ponham mãos à obra antes de qualquer outra coisa trabalhem juntos e não procure lucrar à custa dos outros todo o sucesso dessa espécie e torna se crescentemente de curta duração aí estão as leis energéticas segundo as quais a evolução procede e que procura esclarecer para nós essa evolução elas não são
leis feitas pelo homem são as leis da integridade intelectual infinitamente generosa que regem o universo e tão importante quanto a citação é o desenvolvimento que o próprio filósofo da ao texto ele amava de citar esse desenvolvimento é o seguinte temos de evitar reduzir essa afirmação a debater nesta fona a ingenuidade que ela contém se o grande autodidatismo de ver se chegar tão longe a ponto de manter dentro de seus limites às emissões da ignorância isso só poderia acontecer graças à integridade intelectual daqueles que assumem hoje a responsabilidade por seu saber positivo e por seus prognósticos
sombrios essa frase e despertou a atenção para um fato muito importante saber que a honestidade intelectual em nossos dias está colocada em razão direta da responsabilidade assumida tanto pelo saber efetivo que nós temos quanto por aquilo que nós não sabemos mas temos condições de prognosticar onde prevê o fato de recorrer a esta passar de maquinista fala é é muito significativo porque justamente no final da sua conferência que recorre a uma metáfora qual é o sentido dessa metáfora aqui da nave espacial chamada terra eu diria que num primeiro momento ele se refere aos técnicos em geral
isto é os arquitetos aos engenheiros aos planejadores aqueles que no interior dessa metáfora seriam por assim dizer os comandantes e as da tripulação da aeronave mas como nós estamos todos nesta mesma aeronave que se chama o planeta terra a referência é feita não só aos técnicos mas ela é feita também a cada um dos passageiros que se encontram nesta nave o que é mais curioso a própria nasce é preciso que o próprio sistema de navegação se mantenha de alguma maneira em boas condições ora é por isso que na verdade a metáfora desbota laís diz nota
da cni é um pleito pela responsabilidade social do indivíduo de cada um de nós que habita uma sociedade que foi planetariamente notificada e portanto uma sociedade mundial é deixe o sentido da nave terra e foi unificada pela ação combinada do mercado e do desenvolvimento técnico científico ou seja a metáfora da nave espacial terra sugere portanto que nós estamos implicados em uma responsabilidade que se coloca em regime de urgência o que há de novo a exigir que nós repensamos a responsabilidade nos nossos dias se muito bem trouxe para o primeiro plano a preocupação não com a
responsabilidade que recai sobre esses técnicos que estariam dirigindo essa nave nesta metáfora filosófica mas sobre cada um dos indivíduos cabe ao mesmo tempo que isso é verdade parece haver parece recair sobre os ombros de alguns desses indivíduos que não são nem exatamente aqueles técnicos que a dirigem nem cada um desses indivíduos que faz parte de uma responsabilidade peculiar a saber os intelectuais que se dispõe a pensar sobre esse sobre essa nave sobre esses processos sobre esses mecanismos todos e esses prognósticos sombrios que também não recaia apenas sobre os técnicos simples como você vê nessa nave
não apenas os indivíduos todos mas especialmente esses intelectuais depois de toda a crise dos valores que atravessa a sociedade contemporânea depois da perda de validade da perda decorrência das nossas grandes referências valor ativas sem consideram a orientação o nosso agir para nós pensar nisso lisboa uma coisa ficou a nossa última virtude é justamente a probidade do elenco compelidos por ela nós somos obrigados a intervir nesse debate nós quem nós os intelectuais esses assumir uma responsabilidade e tanto por aquilo que eles sabem né isso é uma posição que o ataque defende o tempo todo enquanto por
aquilo que eles são capazes de prognosticar e aqui obviamente o prognóstico sombrio e catástrofe tal como ela é refletida a partir da obra de hans jonas há a idéia de que o processo de desenvolvimento técnico científico que se autonomizou em relação à sua dinâmica e também a sua própria lógica e escapou do controle dos seus supostos sujeitos a este direcionamento autonomizado da dinâmica e da lógica do progresso tecnológico nos aproxima da catástrofe ecológica a responsabilidade pelos prognósticos sombrios é uma responsabilidade que consegue não mais agora como você bem notou aos comandantes ea tripulação quer dizer
aos técnicos aos engenheiros designers mais aqueles que têm a função de pensar e de indicá os rumos que podem ser percorridos do ponto de vista do agir tanto individual quanto coletivo nós passamos por transformações nos nossos modos de vida na nossa postura em relação ao mundo que são modificações determinadas em última instância pelo desenvolvimento científico e tecnológico e estas transformações e impõe tarefas completamente inusitadas para a reflexão ética que nós herdamos da tradição e estas transformações que produzem tais consequências elas se desdobra em duas vertentes na vertente do projeto do conhecimento na vertente do sujeito
do conhecimento a transformação mais significativa no plano do objeto do conhecimento eu a de tecto na emergência e ao mesmo tempo na relevância adquirida pelo conceito de sustentabilidade o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco sistemas naturais que sustentam a vida na terra a atmosfera as águas os solos e os seres vivos o conceito de desenvolvimento sustentável apareceu como tal a partir do documento nosso futuro comum conhecido como relatório brundtland firmado em 1987 pela onu e foi incluído entre os princípios da constituição federal brasileira em 1988 tanto no documento o relatório branco enquanto a agenda
21 o centro das preocupações estava ocupado com fenômenos como o aquecimento global a destruição da camada de ozônio mas também pela responsabilidade pela produção de tais efeitos tanto no âmbito da ética privada quanto de ética pública os peixes o irã não é isso disse ao uol no que diz respeito à ética pública particularmente porque as políticas ambientais de longo alcance não podem mais responsavelmente deixar de considerar o descompasso entre a velocidade das mudanças ea capacidade de avaliação de suas consequências quero dizer com isso que a natureza passou a ocupar o centro da reflexão sobre o
nosso modo de afirma isso é o centro da reflexão ética desde agreste uma coisa é a natureza uma coisa o âmbito da física em outra coisa no âmbito da pólis ou seja a ética diz respeito à pólis e não diz respeito à física à ética te ocupa-se das interações humanas e não das relações do homem com a natureza ora nós vemos que estes grandes documentos que praticamente determina um novo paradigma para a postura no mundo consideram fundamentalmente a necessidade de nós alterarmos a nossa relação com a própria natureza com os para os recursos naturais e
sobretudo exigem de nós uma preocupação constante uma vigilância incessante com o equilíbrio ecológico tanto é assim que esse equilíbrio ecológico é pensado não somente aqui na constituição brasileira mas na grande parte da das outras dos outros documentos constitucionais em e documentos firmados por estados membros da organização das nações unidas o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado adquiri portanto o status de um direito a ser reconhecido não somente para a geração atual e nem para as gerações futuras no próximo bloco a visão antropocêntrica ea mudança de paradigma na nossa história foi regida por uma visão
antropocêntrica homem como o centro do universo no méxico em que os únicos seres morais são exclusivamente seres humanos e do aqui agora onde cabem os direitos da natureza e das futuras gerações humanas e não humanas é um tipo de responsabilidade agora que parece totalmente nova os que moda sou responsável por aquilo que competirá às gerações futuras porque eu sou responsável por uma estrutura que não medirá mais respeito eu não estou mais lá não sou mais a gente neste mundo as as nossas técnicas herdadas da tradição são essencialmente antropocêntrica se o homem é visto como a
coroa da criação o homem no meia as coisas da natureza ele ao nome alá também se apropria delas isso encontra a sua projeção na filosofia digamos da tensão entre os espectros opostos o empirismo por um lado eo racionalismo por outro tanto bacon quanto de cá seja a atenção e oposição entre eles comungam do seguinte ponto o homem deve tornar-se senhor e possuidor da natureza precisamente através da razão do progresso das luzes da ciência e da técnica ele deve colocar a seu serviço a serviço dos seus interesses nos recursos da natureza com isso ele vai se
tornar capaz de construir uma sociedade absolutamente justa com base nos progressos da aso precisamente isto que se encontra em xeque quando nós percebemos o resultado que advém do desenvolvimento deste programa né harris justamente a realização não o fracasso desse programa é que é o grande perigo porque ele torna manifesto que esta utopia de tornar se o senhor e o possuidor da natureza revela no seu desdobramento histórico possibilidades digamos assim absolutamente destrutivas nós somos hoje capazes e não apenas em termos teóricos e destruir várias vezes nessa nossa célebre nave terra por isso a questão da preocupação
com as novas gerações conservar para novas gerações em primeiro lugar de seres humanos mas não só de seres humanos porque os seres não humanos que integram a natureza em uma concepção não antropocêntrica da natureza exigem também a sua própria preservação não devem mais um não podem mais ser vistos como simplesmente algo posto à disposição da ação humana indiscriminada colocado de maneira absoluta a serviço dos interesses humanos a questão da sustentabilidade mostra que alguma coisa de novo aconteceu o que nós passamos a incluir natureza no horizonte da nossa responsabilidade nossa nossa mobilização para que a gente
tivesse chegado até lá a nossa reflexão filosófica talvez tenha estado um pouco digamos assim em retardo em relação à percepção dos próprios cientistas uma teoria quântica não apenas é descartada a possibilidade de se descrever uma realidade independente do observador como o próprio alcance dos conceitos clássicos torna-se problemático como partícula e onda meras metáforas que visam expressar à maneira dos poetas um estado de coisas que foge à nossa intuição isso significa que ocorreu uma substituição da nossa concepção intuitiva de mundo por aquilo que hardware chama de uma natureza tecnicamente produzida explicitadas mediante abstrações que não podem
ser diretamente traduzidas em conceitos intuitivos a frase de aristóteles do dn mas segundo a qual de algum modo a pedra está na alma ea alma o sentido grego celexa de algum modo aqueles elementos da natureza que nós somos capazes pela percepção de conhecer as histórias e os antigos julgavam que de alguma maneira eles estavam em nós eles pertenciam a nós precisamos apenas de apropriação preço de que modo esses de que modo esse universo sui generis de é da frente à física quântica é capaz de compreender a demora eles estariam em nós e até mesmo a
idéia de ondas isso não é mais do que uma metáfora disso nessa transformação e veja aqui como pinga curioso é que haja verdes aqui é metáfora que expressa a maneira dos poetas à maneira dos poetas enquanto existe uma pequena razão para pensar que a ciência o berna tem exercido uma influência direta digamos sobre os discursos artísticos a respeito da natureza agora no entanto as mudanças básicas na ciência moderna está pensando na física quântica em particular têm de ser consideradas como expressões de mudanças na nossa própria existência e portanto como afetando qualquer domínio da vida ora
isso afeta portanto não somente a nossa imagem da natureza mas a nossa imagem da própria subjetividade afeta todos os domínios da vida a nossa captação de sinal de wifi neo a elas ela depende de certas tecnologias desenvolvidas a partir de conhecimentos desse universo quântico certo é uma transformação que a gente até consegue acompanhar quando traduzido dessa maneira mais trivial agora de que modo esse impacto a nossa subjetividade uma coisa eu pensar o que ele agora eu tenho telefone vive conectado eu recebo mensagens o tempo inteiro tá isso muda um pouco o meu jeito de funcionar
mas o que está em jogo aqui eo que está em jogo para o senhor é algo mais grave do que simplesmente dizer que as pessoas passam o tempo inteiro conectados se nós assistimos a uma transformação no pólo do objeto que se a nossa imagem da natureza não é mais a mesma como é que fica a nossa imagem de nós mesmos existe uma espécie de em cavar lamento entre o sujeito eo objeto que é uma consequência do desenvolvimento da tecnociência tudo aquilo que até hoje era considerado como um predicado do objeto passa a fazer parte do
próprio sujeito e aquilo que era considerado como um predicado da natureza subjetiva passa a ser parte do próprio objeto por exemplo o nosso sistema nervoso o nosso código genético o nosso computa cortical os nossos sistemas lingüísticos e inclusive as nossas próprias formas de organização de vida social tudo passou a fazer parte da natureza de tal modo que nós temos hoje a ciência da ciência assim como fazemos ciência da natureza os próprios objetos são dotados de linguagem própria e portanto conhecer os objetos significa traduzir os objetos essa sua referência ao celular é preciso nesse sentido ou
seja há uma iminência de inteligência no plano dos objetos ao mesmo tempo nós objetivamos internet características que eram próprias da personalidade como por exemplo o nosso sistema de cognição e sobretudo o genoma ou seja estão aí ciências cognitivas os estudos dos processos de inteligência artificial a neurociência as pesquisas em nanotecnologia as descobertas novas da genética da biologia molecular despertam uma suspeita de que este tipo de objetivação da natureza que inclui nela agora o próprio sujeito pode ter consequências que afetam diretamente o âmbito da nossa responsabilidade ora as implicações éticas de se desdobrar elementos levam a
erosão das imagens religiosas e metafísicas que embasaram a auto compreensão ética da humanidade e à sombra dessa erosão despontam fantasias o hipóteses como aquelas da transa humanidade da troca de carbono por silício que tornaria potencialmente mortal o corpo humano eu diria que nesse nosso panorama nós podemos distinguir duas tendências filosóficas principais uma delas thank difundida que é aquela que não abre mão do antropocentrismo próprio das éticas tradicionais mas limita e atribui relevância ética e por conseguinte valores direitos e prerrogativas não apenas a seres humanos mas também a outras espécies naturais e também ao conjunto dos
ecossistemas mas levar em consideração as espécies não humanas para isso esta vertente está sempre atrelada ainda a 1 a atribuição de uma posição privilegiada para o homem no interior da natureza ou seja se nós devemos levar em conta os recursos da natureza nos nossos cálculos [Música] em termos de ação e portanto atribuir a eles alguma significação ética isto só acontece a prelado e subordinado aos interesses humanos uma vertente a outra que é - representada mais mais radical ea meu ver que se coloca em uma sintonia mais direta com as exigências pensadas no conceito de sustentabilidade
é aquela que aparece no filósofo ansiosas em particular no seu livro o princípio responsabilidade tentativa de uma ética para a civilização tecnológica lá a preocupação com a sustentabilidade vai tão longe a ponto de ônibus reconhecer um direito próprio a natureza e ausentes naturais assim como um direito próprio a serys não existentes ainda como as futuras gerações de seres humanos e e futuras gerações de seres não humanos pensar não como esquizofrénica mente desligado da natureza absolutamente integrado nela independente dela de tal maneira que a conservação das espécies naturais é um dever um ano que tem como
sua compra face um direito próprio da natureza e não porque ela serve os interesses humanos isso me parece ser um enorme avanço uma posição como essa tão radical e tão inovadora de hans jonas impõe-se para nós isso é justamente para aqueles que estão digamos assim convidado da missão de pensar porque é que ela se impõe a nós como um dever precisamente pelo poder cumulativo de destruição da tecnologia precisamente porque nós podemos destruir todas as condições de existência no planeta terra o conjunto da natureza passa a ser incluído na esfera de responsabilidade do agir humano sobretudo
no âmbito de competência da comunidade científica no próximo bloco ética diante do avanço da tecnociência essa ampliação de horizontes para a responsabilidade não limitada aos interesses humanos une o bem humano com a causa da vida em sua totalidade ao invés de contrapor de maneira hostil esses interesses ea causa da vida em geral conferindo então a vida esta humana seu direito próprio seu reconhecimento significa que toda a extinção arbitrária e desnecessária de espécies se torna já em si mesmo um crime o eu gostaria de tomar a liberdade de fazer aqui a leitura daquilo que hans jonas
chama de imperativo categórico da sua nova ética o imperativo de uma ética da responsabilidade dispõe escreve o nas age de tal maneira que os efeitos da atuação não sejam destrutivos da possibilidade de uma autêntica vida humana futura na terra esse imperativo agora não é o texto do dow jones assim em minha própria interpretação ela ele não se restringe apenas ao comportamento dos indivíduos singulares dos indivíduos privados mas eles se referem à sujeito éticos que a tradição não conhecia por exemplo os grandes conglomerados as organizações multilaterais os grandes fundos econômicos a grande indústria os órgãos de
pesquisa todos aqueles que são agentes que produzem um certo tipo de ação que implica o âmbito em primeiro lugar mais afastado e mais remoto do que aquele que está implicado na nossa relação enquanto indivíduo privado singular e outra coisa este tipo de agente coletivo na verdade né produtos um agir e um curso de ação cujos efeitos se propagam no espaço e no tempo etapa maneira que o resultado por exemplo da introdução de uma novidade a lógica hoje não produzir efeitos somente em uma gana não produz efeitos somente em chernobyl mas e toda a superfície do
planeta e mais efeitos perdoáveis apenas a novidade tecnológica que agora nós como seres humanos somos capazes de por meio das vendas dos aparatos técnicos que nós temos não é destruir o planeta apenas isso é suficiente para transferir não para nós seres humanos não pra nós que temos a capacidade de montar a bomba e apertar o botão mas para os entes ao nosso redor os rios nas plantas os animais esta humanos e também a pôr fora mas de organização nossas indivíduos como corporações empresas grupos de pesquisa como você mencionou apenas essa novidade tecnológica capaz de transferir
a eles direitos e responsabilidades eu vou fazer recurso aqui há uma metáfora outra vez né se as técnicas antropocêntrica se viam o homem como a coroa da criação e portanto como o senhor da natureza esta proposta de jonas muda fundamentalmente esta imagética vamos dizer assim mas se rompe com os elementos da nossa história ao invés de pensar o homem como senhor da criação o homem é pensado como uma espécie de administrador que é dever cabe a ele a responsabilidade justamente a ele que é um ser de consciência e de intencionalidade a responsabilidade pelo cuidado pela
cura de uma espécie de curador destes recursos dos quais ele próprio é constituído se você pensa você é fundamentalmente funcionamento metabólico do seu organismo você vai ver que você eo peixe ea begônia e etc são exatamente vamos dizer assim para usar a imagem do baque ministro falar são equipamentos da nave terra e logo ela precisa desses equipamentos a poder continuar funcionando a diferença é que você governa o timão da nave e portanto você tem responsabilidade pelo bom funcionamento do equipamento é isso este é o seu papel hum não é porque você dirige a nado um
é porque você faz parte daqueles que estão lá dentro da nave ea nave não vai poder funcionar sem a sua direcção am a postura de jonas ela evoca dois grandes valores da nossa tradição primeiro lugar humildade ou seja a deslocar-se de senhor do universo para curador de recursos limitados ré de fato na vida nada se fica particularmente dolorosa para nós que estamos acostumados a ter a natureza colocada ao nosso ao serviço dos nossos interesses nós somos gestores de recursos finitos e temos responsabilidade por essa gestão segundo lugar autarquia bom esse é o ponto mais central
do pensamento de horas porque porque digamos a ilusão de que todos os nossos problemas macro e micro problemas podem ser resolvidos por meio da invenção de novas tecnologias isto é de um poder prometê coo da própria tecnologia leva a uma espécie de necessidade de atualização compulsória de todos os nossos equipamentos tecnológicos nenhuma sociedade tecnológicamente desenvolvida a é continua existindo como sociedade desenvolvida única e exclusivamente mediante atualização compulsória do seu arsenal tecnológico para toda a compulsão uma patologia toda a compulsão é uma perda de controle sobre si mesmo é uma perda de autarquias portanto a administração
de jonas é uma potência sobre a compulsão a reprodução do movimento que leva à o perigo da devastação ou seja a humildade gera uma ética do medo e do cuidado é justamente porque aquilo que nós temos é muito valioso é que nós precisamos ter medo das consequências daquilo que a gente deve causar perda de autarquia e delírio de onipotência é disso que nós devemos nos curar jonas nos indica digamos assim pontos de vista que eu considero da mais alta relevância uma transformação profunda da nossa própria autocompreensão ética passa ocorrer a partir do momento em que
nós consideramos todos os nossos componentes inclusive os nossos talentos e capacidades não como algo que não é posto à nossa disposição e nem posto à disposição de ninguém mas como algo que nós mesmos fazemos fé mérito nosso a partir daí de fato instaura-se um delírio prometeu ou seja nós nos tornamos parceiros de deus mesmo do deus morto ora isto é um perigo e se nós não nos convenceram os de que de fato nós estamos em face de uma ameaça muito grande à gerada pelo nosso próprio delírio de onipotência ou seja que nós perdemos com isso
uma das condições que deu sustentação à nossa própria idéia de liberdade ao longo da história nós vivenciamos a nossa liberdade em relação a alguma coisa que não está posta à nossa disposição isso é a nossa existência como seres do mundo se isto for ameaçar realmente teremos de fato em todo tipo de temor talvez a gente pudesse retomar a virtude da modéstia e se lembrar que felizmente já havia dito isso no século 19 dizendo o homem é o animal não fixar o homem é o animal cuja natureza consiste em uma permanente mutação do paleolítico a era
atômica e daí por diante o problema é a responsabilidade por isso no próximo bloco o despertar da responsabilidade por um lado o poder fazer o fomentado pelo desenvolvimento tecnológico como com o ser humano em condições teóricas e práticas de destruir inteiramente suas próprias condições de existência no planeta terra inclusive o próprio astro que habita por outro lado temos atualmente a emergência ea atuação de novos agentes ou sujeitos éticos a ação humana não é mera reação nem se esgota em comportamento ela implica quando autêntica a possibilidade infinitamente aberta de um novo começo para o existir humano
no mundo por aqui tem tido uma conversa online tem 111 debate acontecendo uma das questões que surgiu isabelle perguntando não é preocupada com a auto destruição da humanidade o fato de que nós descobrimos no século 20 que nós somos capazes da total aniquilação fim do outro por forma de genocídios sucessivos praticados no século 20 cujo exemplar mais impactante é a xuxa é de fato o holocausto na segunda guerra mundial quando o quão decisivo foi essa virada o grau de consciência milimétrica meticulosa a respeito da nossa capacidade de destruir completamente alguns seres humanos para dar esse
salto para a nossa capacidade total de auto-destruição tanto rider quanto ar e sobretudo arte no que diz respeito às suas análises dos sistemas totalitários perceberam que uma racionalidade exclusivamente utilitária e instrumental efetivamente é devastadora extermínio chegamos e liberado planejado de seres humanos aos milhares aos milhões durante o regime nacional socialismo é um exemplo técnico aquilo que depois se tornou o genocídio de populações inteiras ou quase integralmente o inicia se precisamente com a introdução de medidas eugênicas na medida em que elas são pensadas como políticas públicas políticas de estado cujo propósito é melhorar e aperfeiçoar o
equipamento genérico das suas respectivas populações que o aaa dos estados nórdicos não comprometidos com o nacional socialismo e antes mesmo do triunfo de hitler adotaram por conta própria voluntariamente convictos as mesmas medidas urgentes uma outra coisa é que este fenômeno da eugenia hoje colocado nos quadros de uma economia de mercado tal como nós a conhecemos agora pode ser atrelado à lógica puramente mercantil eu não tô falando apenas em preferências narcisística saque de gente que vai querer ter filhos de olho azul de um metro e oitenta de altura etc estou pensando no problema que eu acho
que é da maior relevância uma das características fundamentais da tecnociência contemporânea é que aquilo que ela descobre e imediatamente cotado e passa a ser não apenas algo tornando disponível mas algo a ser um pulso obviamente empregado veja por exemplo toda a questão dos equipamentos de informática já falou obsolecência programada se você não tiver um equipamento de última geração sempre não existe mais está desconectado com lindo as pessoas que são digitalmente analfabetas hoje sem a sua extinção cidadão segundo plano a responsabilidade por um plano de vida que encontra sua última referência o seu supremo bem o
hedonismo e o sul é uma forma de auto destruição da humanidade nas condições em que nos encontramos hoje e se existe algum tipo de lugar ainda é que o intelectual pode ocupar ou de papel social que ele possa vir a desempenhar a meu ver seria justamente esse de tentar fazer todos os seus esforços em empreender todos os seus esforços pra marcar a uma certa distância em relação ao seu presente de modo a poder vislumbrar e discernir quais são os traços deste presente que permitem a identificação de algum sentido e pra isso ele não pode está
inteiramente confundido com o seu próprio tempo não pode está inteiramente colado com o seu próprio tempo ele não pode ser o porta voz das exigências desse seu tempo e somente dele pra mim ti talvez ele tenha nisso percebido uma característica que desde então está cravada no destino dos intelectuais só pode ser contemporâneo quem não é absolutamente identificado com o seu próprio tempo voltando ao velho platão é somente através de um exercício de ironia de se tomar distância e desconfiança em relação ao seu próprio tempo que ele pode ser justamente a má consciência do seu tempo
ele pode perceber o que existe de ar cai no contemporâneo o que existe de arcaico no nosso mundo altamente tecnologia izawa é justamente o fenômeno da compulsão à compulsão que é uma espécie de patologia carga de perda de domínio de si talvez seja marca registrada do nosso tempo e para perceber isso a gente precisa pular para fora da concurso ou seja 6 temporã um intelectual que não faz isso está condenado a ser tragado devorado pelos modismos e pelos automatismos do pensamento do seu próprio tempo quanto de sua frustração corporativo existe nessa análise tão dura e
tão sombria que os intelectuais os filósofos especialmente na segunda metade do século 20 fazem é em relação ao mundo da técnica ea essa tecla ciência a hipervalorização dos técnicos e dos designers em grande parte devida à sua extraordinária capacidade de instrumentalização hora a filosofia digna deste nome é não instrumentalizável e precisamente porque ela é não instrumentalizável é que ela mantém o seu potencial emancipatório ou seja é precisamente porque ela não serve pra nada a não ser ao compromisso com a própria probidade de conde o esgoto dae que como diz ninjas com a nossa derradeira virtude
da propriedade intelectual é que ela pode manter oxigenado no espaço da crítica ou para fazer justiça à sua pergunta dizendo como adorno precisamente porque ela não serviu pra nada é que ela não serve há nada como é feita essa tomada de consciência da responsabilidade existem várias maneiras né o uma delas é justamente o exercício da reflexão e debate público a discussão eu acho que é um elemento que mobiliza e desperta a consciência ea responsabilidade são exatamente as catástrofes e no momento em que as catástrofes acontecem este é um momento em que abrisse o espaço eo
horizonte para uma mudança de atitude em relação à nossa postura comum infelizmente infelizmente nós aprendemos com muita dificuldade e esgoto dae que ele chama de autodidatismo e emissões da ignorância é uma evocação disso nós emitimos ignorância o tempo todo inconsciente dessas demissões e nós aprendemos com muita dificuldade o grande problema nessa nossa dificuldade de aprendizado é que hoje nós temos um potencial de destruição acumulado tão imenso que pode ser tarde demais então há um risco e um perigo nesse despertar mento do departamento através da catástrofe isso não significa demonizar ação da tecnologia de jeito nenhum
isso significa apenas uma atitude prudencial portanto aprender com a história e pra isso o filósofo que realmente digno desse nome que é a má consciência do seu tempo ainda tem alguma coisa dizer mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico cpfl no entanto [Música] [Música] [Música]