Olá vamos dar continuidade à discussão que vimos fazendo da ideologia alemã hoje trabalharemos alguns fragmentos que se encontram entre as páginas 66 e 67 da edição da ideologia alemã publicada pela boitempo editorial são passagens bastante Breves mas que permitem captar um pouco da reflexão ou da problemática que Marx e angos estão procurando desenvolver nos anos 40 neste texto que foi considerado por Engel como um texto entregue à crítica roid dura dos Ratos ou seja tão logo tanto ele engs quanto Marx esclareceram as questões centrais que fundamentariam a concepção materialista da história não tiveram a preocupação
de publicar as descobertas feitas em uma edição normal ou seja em um livro para circulação mais Ampla o primeiro excerto da página 66 refere-se brevemente à questão da servidão e como a servidão foi fundamental para a idade média mas também a dissolução da servidão foi essencial para a Constituição da sociedade burguesa a servidão era a relação possível que se instaurou no interior da história com a dissolução do Império Romano mas as contradições contidas nas próprias relações de Servidão relações envolvendo os servos e os senhores feudais como também a igreja conduziram a contradições insolúveis que abriram
o caminho para a dissolução da Servidão das relações de Servidão e a transformação dos servos fundamentalmente em proletários modernos observemos como brevemente Marx e engels apresentam esta questão não se deve esquecer que a necessidade de existência dos cervos e a impossibilidade da Economia em larga escala uma vez que a produção na sociedade feudal Era bastante limitada bastante precária arcaica não havia ainda um desenvolvimento potente das forças produtivas a necessidade da existência de Servos e a impossibilidade da Economia em escala que levou a a distribuição dos pequenos lotes ou dos lotes entre os servos reduziram muito
rapidamente as obrigações destes para com o senhor feudal a uma média de fornecimentos em espécie e de prestações de corveia a questão de que uma parte do que era produzido era destinado aos senhores feudais outra parte para a igreja além de todas as prestações que o servo se encarregava de fazer como Retribuição aos senhores feudais isto tornou possível ao servo a acumulação de propriedade mobiliária E com isso facilitou-lhes istencia como cidadão Urbano hos trabalhará bastante esta questão em seu livro A guerras camponesas na Alemanha onde ele vai mostrando como que o campesinato começa a fugir
do campo e na cidade vai se transformar majoritariamente em trabalhador assalariado os servos fugitivos já eram meio burgueses é igualmente óbvio que os Camponeses servos que dominavam um ofício tinham uma chance maior de adquirir propriedade mobiliária esta passagem é a forma como brevemente Marx e engels vão procurar apontar para a transição que foi ocorrendo entre a idade média entre o modo de produção feudal e a emergência do modo de produção capitalista assim como os servos foram fundamentais para a existência de um determinado modo de produção o modo de produção feudal a dissolução da servidão também
foi fundamental para a Constituição de um novo modo de produção ou seja o modo de produção capitalista enquanto os servos fugitivos Este é um outro exerto enquanto os servos fugitivos visavam apenas desenvolver livremente e afirmar suas condições de existência já dadas portanto queriam ter as suas atividades sem o controle do domínio feudal e por isso não ultrapassavam em última instância Isto É no Limite os limites do trabalho livre os prietários para afirmar a si mesmos como pessoas têm de suprassumir sua própria condição de existência anterior que é ao mesmo tempo a condição de toda a
sociedade anterior Isto é o trabalho aqui Marx e engs estão apontando para o seguinte os servos ansiavam apenas por libertarem-se do julgo da dominação feudal com isso conquistavam a liberdade mas a liberdade de trabalharem dentro de outra estrutura de classes que estava emergindo discussão esta que mar Eos encaminham nos nas partes referentes às páginas 64 a 66 já a questão que se coloca para o proletariado é outro o proletariado ele está formalmente livre para vender a sua força de trabalho no entanto ele só consegue encontrar suas condições de existência mínimas se o capitalista ou assalariar
portanto se para o campesinato para o camponês para o servo feudal a questão que se colocava era tão somente é de libertar-se individualmente do julgo feudal a questão que se coloca agora para a classe trabalhadora desfeita As Ilusões de que esta Liberdade poderia ser conseguida simplesmente com o declínio da feudalidade a questão que se coloca agora para os trabalhadores não é apenas de se libertar enquanto indivíduos ou de aprofundarem a sua libertação enquanto indivíduos e sim aprofundarem a sua libertação enquanto classe portanto superando as próprias condições de existência da sociedade burguesa retomemos portanto a o
pequeno exerto de Marx e engels enquanto servos fugitivos visavam apenas desenvolver livremente e suas condições de existência já dadas e por isso não ultrapassavam em última instância os limites do trabalho livre os proletários por sua vez para afirmar a si mesmos como pessoas ou seja enquanto indivíduos capazes de desfrutar das riquezas sociais produzidas portanto ter o reino da fruição Tem de tem de suprassumir sua própria condição de existência Ou seja a própria condição de trabalhador livre assalariado mas não apenas libertar-se desta dominação para cair em outra Dominação e sim lutar contra toda forma de dominação
daí Marx e engels afirmarem tem de suprassumir sua própria condição de existência anterior que é ao mesmo o tempo a condição de toda a sociedade anterior Isto é o trabalho aqui Marx e Engel estão apontando para uma dimensão fundamental Não é no plano da consciência que o trabalhador se liberta o trabalhador se liberta a partir do momento em que ele se emancipa das relações de exploração nas quais está imerso o trabalho para o trabalhador não é um trabalho autodeterminado e sim é um trabalho hétero determinado determinado por uma outra figura e esta figura é o
dono do Capital como atentam como atenta Marx por exemplo nos manuscritos econômicos e filosóficos mas para libertarem-se eles precisam travar uma luta também contra todas as formas aparentes de igualdade dentre elas o próprio estado daí Marx e engs afirmarem eles também se encontram por isso em oposição ao estado a forma pela qual os indivíduos se deram até então uma expressão coletiva e t de derrubar o estado para impor sua personalidade portanto enquanto persistir a existência do Estado estarão de pé os mecanismos de dominação de classe é importante observar que na passagem de 64 a 66
que analisamos anteriormente Marx e engels atentam para o fato de que o estado é a comunidade ilusória aparentemente ele representa o interesse de todos mas na prática representa sempre os interesses de uma classe A classe dominante o próximo exerto também bastante curto Marx e engels procuram avançar na discussão de toda a exposição anterior e qual era a exposição anterior a exposição anterior era de que os indivíduos que se libertaram em cada época histórica apenas continuaram a desenvolver as condições de existência que já estavam dadas portanto várias transformações Profundas podemos encontrar ao longo da história mas
ela nada elas nada mais fizeram do que derrubar certas dominações de classe para instaurar em seu lugar outras formas de dominação de classe portanto da exposição anterior resulta que a relação coletiva em que entraram os indivíduos de uma classe e que era condicionada por seus interesses comuns diante de um terceiro foi sempre uma coletividade a qual os indivíduos pertenciam apenas como indivíduos médios ou seja como indivíduos capazes de pertencer àquela classe somente enquanto viviam Nas condições de existência de sua classe lembremos que para Marx e engels o elemento fundamental para pensarmos a classe é a
posse ou não dos meios de produção portanto na sociedade de classes pertencem à classe dominante não todos os indivíduos que querem e sim aqueles que reúnem as condições para serem capitalistas ou então que buscam se tornar capitalistas e mesmo buscando se tornar capitalistas isto não quer dizer que eles deixem de pertencer imediatamente às fileiras do proletariado podem se tornar aquilo que Marx chamava de assalariados de si mesmos de qualquer maneira o que vai dar a identidade para o a categoria classe não é uma construção arbitrária ilusória e sim a posição que os indivíduos ocupam na
estrutura social seja enquanto possuidores dos meios de produção seja enquanto despossuídos dos meios de produção neste sentido ao longo da história as classes se constituíram de uma maneira bastante definida seja a de donos de escravos e escravos seja a de senhores feudais e servos e na sociedade capitalista a de proprietários dos meios de produção os capitalistas e os trabalhadores assalariados de toda a exposição anterior resulta que a relação coletiva em que entraram os indivíduos de uma classe e que era condicionada por seu interesse por seus interesses comuns diante de um terceiro portanto da classe que
não detém aqueles mesmos interesses foi sempre uma coletividade à qual os indivíduos pertenciam apenas como indivíduos médios somente enquanto viviam Nas condições de existência da sua classe ou possuidores ou despossuídos uma relação na qual participavam não como indivíduos mas como membros de uma classe não como indivíduos por quê Porque este estes cada uma das individualidades não está na sociedade em condições de satisfazer as suas reais necessidades materiais e espirituais mas tão somente consegue satisfazer as suas necessidades enquanto membros ou não de uma classe no caso da classe dos trabalhadores assalariados mal e mal eles conseguem
satisfazer as suas necessidades a a estrutura social não está voltada para atender as necessidades mínimas dos indivíduos ele só consegue satisfazer suas necessidades mínimas desde que consigam um emprego portanto se tornem a avariados é importante observar que Marx não está colocando aqui que os indivíduos só podem realizar a sua existência se pertencerem a uma classe lembremos por exemplo da discussão que ele estabelece na crítica ao programa de gota quando afirma que na sociedade que é necessário transitar da sociedade onde cada um receba segundo as suas possibilidades para a sociedade onde cada um receba segundo as
suas necessidades é somente nesse tipo de sociedade que os indivíduos podem existir efetivamente enquanto indivíduos uma vez que estarão sendo considerados enquanto seres sociais dotados de necessidades reais e não seres sociais privados da satisfação das necessidades reais sejam elas materiais ou intelectuais ao contrário com a coletividade dos proletários revolucionários portanto realizando a revolução proletária Isto é suprimindo a estrutura de dominação burguesa que tomam sob seu controle ao contrário com a coletividade dos proletários revolucionários que tomam sob seu Controle Suas condições de existência e a de todos os membros da sociedade dá-se exatamente o inverso nela
os indivíduos participam como indivíduos ou seja participam dentro de uma comunidade real tendo a possibilidade de satisfazer as suas necessidades reais é essa Associação de indivíduos atendendo ao pressuposto de que existam as atuais forças produtivas desenvolvidas que coloca sob seu controle as condições do livre desenvolvimento e do Movimento dos indivíduos condições que até agora estavam entregues ao acaso e haviam se autonomizado em relação aos indivíduos singulares justamente por meio de sua separação como indivíduos por sua união necessária dada com a divisão do trabalho e por meio de sua separação transformada num vínculo que lhes é
alheio esta longa passagem onde o parágrafo parece nunca terminar na verdade é o resgate da discussão que Marx e Engel já haviam estabelecido nas páginas 64 a 66 voltemos a ela procurando explicar passo a passo o que aconteceria caso fosse possível transitar da sociedade capitalista para a sociedade comunista Quais as possibilidades que estariam abertas eh de uma maneira bastante breve colocarão Marx e indus nesta sociedade os indivíduos participariam dela como indivíduos ou seja não como indivíduos ligados a uma classe aqui estão eles estão apontando para que a as necessidades materiais e espirituais dos indivíduos teriam
plenas condições de se desenvolverem portanto os indivíduos participariam como indivíduos é precisamente esta Associação de indivíduos atendendo ao pressuposto de que existam as quis forças produtivas desenvolvidas aqui é um elemento fundamental da concepção de Marx a respeito do modo de produção Comunista de Marx e de engels uma vez que o comunismo para Marx e engels não pode brotar da miséria para que haja a possibilidade da socialização da riqueza social é necessário que um determinado estágio elevado de desenvolvimento das forças produtivas tenha sido atingido daí a afirmação de que atendendo ao pressuposto ou seja condição fundamental
de que existam as atuais forças produtivas desenvolvidas isto fará com que se torne possível aos indivíduos colocarem sob seu controle as condições de livre desenvolvimento ou seja livre desenvolvimento material e espiritual e do Movimento dos indivíduos portanto a possibilidade de realização da verdadeira comunidade humana só é possível superando a estrutura de classes mas ao mesmo tempo só é possível superar positivamente a estrutura de classes se a o conjunto da classe trabalhadora puder contar com a socialização das forças produtivas desenvolvidas num alto patamar isto coloca a possibilidade isto coloca a questão a respeito da possibilidade hoje
caso houvesse um movimento operário organizado e com a devida radicalidade de apropriação das forças produtivas e socialização foras produtivas lembremos que o próprio gors que está distante de ser um comunista diz em seu livro a Deus ao proletariado escrito no final dos anos 1970 que as forças produtivas se encontram tão desenvolvidas hoje hoou já se encontravam tão desenvolvidas naquele momento que seria possível reduzir drasticamente o tempo de trabalho que cada indivíduo dedica diariamente para ganhar a sua sobrevivência ou seja estava aberta já de há muito tempo a possibilidade de reduzir o tempo de trabalho na
existência do indivíduo ampliando o tempo livre Portanto o tempo de fruição aquele tempo ao qual Marx e Engel se referem da ideologia alemã falando de que na sociedade comunista o indivíduo poderá pescar de manhã filosofar à tarde e fazer poesia de madrugada respeitadas as condições de produção e reprodução básicas de toda e qualquer sociedade uma vez que o reino da Liberdade não implica eliminar o reino da necessidade mas tão somente restabelecer ou colocar o reino da Necessidade sob o controle sob controle social portanto é necessário nesta se torna possível nesta sociedade uma outra relação dos
indivíduos com o mundo desde que neste este movimento seja acompanhado por um relevado desenvolvimento das forças produtivas capazes de colocar para os indivíduos ou colocar sob o controle dos indivíduos as condições de livre desenvolvimento do próprio movimento dos indivíduos condições que até agora observam Marx e engels estavam entregues ao acaso e haviam se autonomizado em relação aos indivíduos singulares lembremos que na página 64 a 66 Marx e angs estão discutindo a respeito das relações reicad coisificadas ou seja como os homens não se veem como criadores das suas próprias forças produtivas e sim criados por elas
como que a economia parece se sobrepor aos homens como se os homens não tivessem nenhum controle sobre a próxima a própria economia portanto aqui eles voltam a tocar na questão das ações reicad que predominaram no interior da história desde a Constituição da sociedade de classes e que se aprofundou com o advento da sociedade burguesa portanto até agora os homens estavam entregues ao acaso e haviam e condições que haviam se autonomizado em relação aos indivíduos singulares justamente por meio de sua separação como indivíduos que é a instituição da esfera pública e privada provocando uma cisão na
unidade do indivíduo dentro da vida cotidiana por sua união necessária dada com a divisão do trabalho e por meio de sua separação transformada em um vínculo que lhes é alheio estas condições de existência se apresentavam aos homens e se apresentam ainda no interior da sociedade capitalista como sendo algo totalmente alheia aos próprios homens quando olhamos para a vida cotidiana os indivíduos se sentem como que jogados no mundo vivendo dentro de uma forma de sociabilidade com a qual não pode podem romper daí a submissão cotidiana ao trabalho assalariado como uma fatalidade que devem suportar e da
qual só podem se livrar caso ganhem um grande prêmio de Loteria Dentre os vários jogos disponíveis hoje para o consumo da classe trabalhadora fundamentalmente Marx e engels concluem este acerto afirmando que esse direito de poder desfrutar tranquilamente do acaso ou seja de poder recobrar o direito de fruição sobre a vida esse direito de poder desfrutar tranquilamente do acaso sob certas condições foi até então chamado de liberdade de pessoal mas lembremos também que nas páginas 64 a 66 Marx e engels estão discutindo que esta Liberdade pessoal é uma liberdade imaginária uma vez que o indivíduo na
transição da sociedade feodal para a sociedade burguesa só se emancipa enquanto cidadão portanto enquanto sujeito jurídico portador de de direitos e deveres a igualdade é uma igualdade formal esse direito de poder desfrutar tranquilamente do acaso sobre certas condições foi até então chamado de liberdade pessoal Tais condições de existência são apenas as forças de produção e as formas de intercâmbio de cada época ou seja a liberdade se conquista na medida em que se desenvolvem as forças produtivas e as relações de produção de cada época cada época pode criar a sua ilusão de Liberdade à luz do
estágio atingido pelo desenvolvimento das forças produtivas pensemos que na Grécia antiga existe a escravidão mas ao mesmo tempo existe a discussão da Liberdade por quê Porque havia aqueles produzindo as condições materiais de existência da sociedade e que propiciavam a produção também do terreno ideológico de legitimação daquela sociedade onde a liberdade é a liberdade dos Homens Livres a igualdade é a igualdade dos homens livres na sociedade burguesa com o alto desenvolvimento das forças produtivas desenvolve-se também uma outra ideia de liberdade a ideia da liberdade igualdade e fraternidade a ideia da Igualdade jurídica entre os indivíduos e
o que possibilita o terreno destas ilusões é o próprio estágio de desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais de produção e todo o fetichismo que elas encobrem de tal modo a que os indivíduos vivem a sua cotidianidade como uma cotidianidade reificada coisificada Com estes elementos Marx e Engel encerram estes Breves excertos na ideologia alemã lembremos também que cada edição da ideologia alemã recompõe estes excertos de uma maneira específica como estamos seguindo a edição da boi tempo editorial por praticidade lembramos que Por que Por exemplo na na ideologia alemã e na edição espanhola na edição
em língua espanhola nós vamos encontrar estes excertos recompostos junto a outros textos por vezes até facilitando a leitura mas Para efeito de praticidade como dissemos Como é o o livro que tem sido fundamentalmente comprado pelos vários consumidores da ideologia alemã temos procurado seguir esta edição a fim de que também possam acompanhar as discussões Espero que tenham gostado destas Breves reflexões e desta breve leitura encaminhem como sempre suas considerações positivas ou negativas caso entendam que estes vídeos sejam úteis para outras individualidades procurem socializá-las jovens gerações de estudantes e também as jovens gerações de pesquisadores possam por
vezes ter facilitada a leitura e a apreensão destes textos até uma próxima