APLICAÇÃO INTRAMUSCULAR - TUDO OQUE VOCE PRECISA SABER!

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Eduardo Correa
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Video Transcript:
Sejam todos muito bem-vindos! Esse episódio de hoje vai abordar o tema aplicação intra-muscular: tudo que você precisa saber. Já de antemão, quero dizer para vocês que o objetivo desse episódio é esclarecer e trazer informação sobre todos os aspectos que nós vamos abordar a respeito de aplicação intramuscular.
Nenhum; o objetivo desse episódio não é fazer apologia ao uso de drogas, muito pelo contrário, a gente não quer ser hipócrita ao negligenciar o fato de que sabemos que muitas pessoas utilizam hormônios, muitas vezes de forma indiscriminada, muitas vezes sem a prescrição médica, sem os cuidados devidos, né? Então, o objetivo da gente aqui é poder esclarecer, informar e salvar vidas. Então, para isso, eu trouxe o Kaminsk, com "i" no final, para falar um pouquinho sobre tudo que devemos saber sobre injeção e a aplicação intramuscular.
E sim, vamos começar falando sobre a localização correta do músculo. Existe um local adequado. Como sabemos que fizemos a aplicação no local e músculo corretos?
Então, primeiro, a gente tem que acertar o ventre do músculo. Você não quer acertar nas pontas, perto do tendão, né? E também temos que tomar cuidado com os nervos que passam pelos músculos.
Por isso, geralmente, a gente vai fazer no glúteo, que é fácil de acertar. Você divide o glúteo em quatro quadrantes: superior externo; eu vou evitar o ciático; e no deltoide, no medial, eu vou evitar acertar algum nervo. A gente quer fugir dos nervos e também dos tendões, então sempre vamos buscar o ventre do músculo.
Teoricamente, eu poderia usar qualquer músculo, desde que eu tenha um volume de líquido que ocupe pouco espaço dentro desse músculo, uhum. Então, para pessoas com musculatura grande, eu consigo usar vários músculos; para uma pessoa que é muito magra, eu só vou conseguir usar o glúteo, que vai ser o maior músculo, né? Por isso, depende do volume que eu vou aplicar, eu vou escolher o músculo certo.
Certo, tá entendi. E sobre a técnica de aplicação, existe alguma forma de evitar algum tipo de desconforto na hora da aplicação? Com certeza!
Então vamos passo a passo aqui, pessoal, para entender bem. Primeira coisa: eu não quero contaminar o líquido. Dá muito trabalho fazer um produto estéril, uhum.
Ele tá dentro da ampola estéril, a seringa tá embalada. Isso é o que a gente imagina que as pessoas estão consumindo, né? É, sim, com certeza!
A seringa vai estar embalada estéril, a agulha vai estar embalada estéril. Se você perceber, a seringa e a agulha têm um lado certo para abrir. A seringa, quando você mexe com o dedo ali, você vai ver que ela abre por trás.
Por quê? Porque, quando eu abrir a seringa, o bico dela que engata na agulha vai estar lá no fundo; ele vai estar estéril, uhum. E aí então vou abrir por trás.
Eu vou soltar o êmbolo primeiro porque, no processo de esterilização, ele dá uma grudadinha, né? A borracha com o plástico. Então eu solto o êmbolo e, antes de eu tirar essa seringa, eu vou abrir a agulha.
Então eu abri, soltei o êmbolo, abri a agulha e, sem encostar em nada, eu vou tirar a seringa e vou encostar na agulha, uhum. E aí, uma vez que eu coloco a seringa com a agulha, eu tô com o ambiente todo esterilizado. Aí sim, eu posso, por exemplo, deixar na bancada, mas eu não posso encostar a ponta da agulha nem a ponta da seringa em nada que não seja uma na outra para eu garantir que tá estéril.
Beleza, então não contaminei ali. Se for um frasco multidose, né, o tal do bujão, eu preciso esterilizar a borracha porque ela tá contaminada. Se for uma ampola de quebrar, aí ele já tá estéril lá dentro.
Depois eu vou fazer então a sucção do líquido, vou alimentar a seringa, vou aspirar, e, idealmente, a gente vai trocar essa agulha. Porque eu vou usar uma agulha para fazer aspiração e outra para aplicação. Para quem não sabe, a agulha vem lubrificada e afiada; então, quando eu furo a borracha ou estou aspirando da ampola e ela fica raspando no vidro, eu perco o fio, uhum, e perco a lubrificação também.
Isso vai aumentar o desconforto porque vai machucar o músculo na hora de acessar exatamente. Eu vou causar um atrito maior, eu vou romper mais fibras, vai machucar mais, uhum. Então, o ideal é lógico, eu vou puxar o êmbolo para tirar o líquido que tá na agulha, que a gente não quer perder nenhuma gota, uhum.
E aí eu vou colocar uma nova agulha para fazer a aplicação. É muito comum, inclusive, eu usar agulhas de tamanhos diferentes. Eu posso usar uma agulha grande e grossa para aspirar e, na hora da aplicação, uma mais fina e mais curta, uhum, né?
Vou fazer essa troca, aí eu vou tirar o ar e, lógico, eu preciso esterilizar a pele. Então, eu sempre costumo orientar que a aplicação seja pós-banho porque a pele tá mais limpa. E aí você passa o álcool, você garante que tá limpo, uhum, para evitar a contaminação.
Um detalhe bem importante que faz muita diferença: se você olhar a agulha, ela tem um corte, uhum. E esse corte eu vou alinhar com a fibra muscular. Uhum.
Então, se eu vou aplicar, se a minha fibra tá assim, eu quero que esse corte entre de lado, porque se ele entrar assim, eu vou romper mais fibras também, uhum, e vai machucar mais, sim. Então, vou tentar alinhar sempre a fibra com o corte da agulha que a gente chama de bisel. Vou fazer esse alinhamento, vou fazer a aplicação.
Não tenha pressa. A dor só é para furar a pele; depois que a agulha já tá lá dentro, não tem porque você meter pressão. .
. . e fazer com pressa, fazer rápido, porque isso também vai causar um aumento de pressão dentro do tecido, que vai causar um desconforto maior.
Uhum. Então vai tranquilo, faz a aplicação sem pressa. Terminou, vai pegar o algodão e vai estancar o sangue para evitar até a volta do produto.
Outro detalhe é esperar um pouco depois que você terminou de empurrar; não tirar imediatamente, porque enquanto eu tô aplicando, eu tô aumentando a pressão dentro do tecido. Se eu tiro rápido a agulha, eu tô com uma pressão maior dentro do músculo, vai empurrar para fora e vai perder produto, né? Então eu espero um pouquinho e aí eu tiro, estanco o sangue ali, e uma dica de ouro para quem tem muito desconforto é fazer um gelo logo após.
Gelo, gelo, porque eu vou evitar a inflamação. O gelo é um anti-inflamatório e o calor acelera o processo inflamatório. Então faça um gelo; se inflamou e não fiz gelo, aí não é mais o gelo que vai resolver, eu tenho que fazer compressa de água quente para acelerar, né, o processo ali.
Outra coisa importante: muita gente acredita que fazer massagem na região da aplicação vai ajudar a distribuir o líquido; na verdade, isso é perigoso, porque vai gerar ainda mais desconforto. É indicado, é indicado, é indicado; inclusive, se até um amigo, o Boá, tem um ultrassom, ele faz ultrassom após a aplicação para ajudar a espalhar. Uhum.
Então eu evito que fique o líquido muito concentrado e que isso aí possa inflamar, e eu dou uma espalhada no músculo. Houve um tempo até que eu sempre treinava logo após a aplicação, porque o treino ajuda a espalhar mais. Agora, uma das coisas já que a gente estava falando de cuidado com o local da aplicação é que se eu não acerto bem o ventre do músculo e eu tenho feixes dentro do músculo — se a aplicação fica entre feixes, uhum — às vezes escorre.
Então o cara aplica no ombro e vai lá pro cotovelo, e fica o cotovelo inflamado; aplica no vasto lateral, escorre pro joelho, porque escorre entre os feixes se eu não acerto bem no ventre. Então eu tenho que tomar esse cuidado de acertar o ventre do músculo sempre, porque senão acontece isso de escorrer. Como que eu vou saber que eu tô aplicando no ventre?
Eu faço uma palpação, eu vejo. . .
bom, o percentual de gordura ajuda muito, né? Uhum. O cara tá muito gordo, não vai saber, mas buscar o centro do músculo, uhum, sempre.
Então eu tenho que entender um pouquinho; procura aí uma foto da anatomia do músculo para você entender onde é que tá o centro daquele músculo ali. É o ventre. Se eu vou muito para as extremidades ou se eu saio do lateral e fico meio entre o feixe lateral e o frontal, vai ficar ruim, e aí eu aumento o risco de ter esse corrimento do líquido por dentro do músculo.
Tá bom, a gente falou de tamanho da agulha indicado. Então aí vai depender do volume que eu vou aplicar. Aplicações de volume pequeno — o que é volume pequeno pra galera?
— menos de 1 ml ou até 1 ml. Eu posso usar a 55 por 20, que seria a roxinha. Uhum.
Se você for ver, a indicação dela hipodérmica não é intramuscular, mas de 1 ml para baixo ela serve. Uhum. Passou de 1 ml, aí eu já acho que precisa de uma 25x7, por exemplo.
Uhum. Às vezes, se o percentual de gordura for muito alto, tem que ser uma 30x7 para ser mais profunda, porque senão vai ficar subcutâneo, não vai entrar no músculo. E até 25x6 também, né?
Porque a 25x6 é mais fina, né? Isso. Então, o 25 quer dizer 25 mm de comprimento e o 6 é 0,6 mm de espessura.
Então é muito bom esse tamanho, porque eu reduzo o furo, mas eu entrego no mesmo comprimento e profundidade da 25x7. Então é um tamanho legal. Sim, uma outra questão também que gera muita dúvida nas pessoas é se eu posso misturar diferentes produtos na mesma aplicação para otimizar e para poder aplicar uma vez só.
Pode, desde que ambos sejam. . .
se eu for fazer uma aplicação oleosa os dois têm que ser oleosos. Então, na verdade, o veículo, né, que tá exatamente. .
. então Deca com Durateston, posso. Uhum.
Durateston com Stano, não posso. Por quê? Porque o Stano é aquoso e a Testosterona Suspensão é aquosa, a não ser que for um Estanozolol oleoso.
Oleoso, exatamente. O que acontece quando tu aplica, por exemplo, Deca com Estano, óleo com água? Na hora de eu fazer a aspiração ali, eu tô misturando óleo e água; a gente sabe que não mistura.
Então eu acabo emulsificando essa mistura. Uhum. E essa emulsão vira como se fosse uma pasta, fica dura, e aí dentro do músculo eu vou ter uma inflamação grande e vai demorar muito para eu absorver esses produtos.
É isso que a galera chama de encapsular. O encapsulamento é quando eu tenho o que a gente chama de abscesso estéril, que o corpo faz um tecido cicatricial ao redor daquela gota de óleo, porque é um corpo estranho, e aí demora muito; às vezes, nem libera. Às vezes eu preciso de tratamento, tipo radiofrequência ou ultrassom, para quebrar essa cápsula, que é aqueles caroços que ficam.
Né? Exatamente. E às vezes até cirúrgico.
Como que a galera que tá nos assistindo pode se precaver desses caroços? Isso também tem a ver com a qualidade do produto. Muito.
Então, produto ruim, produto porcaria que já tá contaminado, eu aumento a chance de eu ter esse tipo de problema. Cont. .
. Uhum. Outra questão é rotacionar bem a aplicação; então o pessoal que sempre aplica no deltoide tem uma tendência maior a formar.
. . Tecido cicatricial no deltoide e que isso vai acabar virando uma cicatriz grande dentro do músculo.
E, às vezes, eu vou precisar remover cirurgicamente, mesmo com produto bom, original. Né? Sim, porque o processo inflamatório, se eu não espero acabar a inflamação e eu alimento o mesmo músculo, o mesmo músculo, o mesmo músculo, gera uma inflamação que sai do controle.
E aí eu posso fazer esse tecido cicatricial que vai envolver o líquido e aí vira um caroço. Uhum. Existe outro tipo de reação adversa que as pessoas que estão fazendo uma aplicação podem ter, e existe uma que a gente não citou, que é a possibilidade de uma embolia.
Né? Então, quando se faz a administração, primeiro eu tenho que tirar o ar até formar a gotícula lá na ponta. Eu não posso ter nenhuma bolha de ar dentro da minha seringa.
É até melhor que o líquido saia, né? É, pelo menos formar a gota na ponta e que eu não tenha nenhum ponto da seringa e nem no canhão da agulha, que é aquela parte que encaixa. Nenhuma, nenhuma bolha de ar.
É porque às vezes forma gotinha em cima, mas fica lá dentro, né? Sim. Então, por isso que não pode ter pressa, tem que ser feito devagar, porque o ar pode gerar uma embolia.
A embolia oleosa seria o fato de eu acertar a ponta da agulha num vaso e injetar no sangue ao invés do músculo. É mais difícil, né? Por isso que a gente aspira para ver se acertou um vaso na ponta.
Mas, mesmo que você acerte e acabe tendo uma embolia oleosa, geralmente vai dar uma tosse, né? Uma tosse de cachorro e aí vai misturar sangue com óleo. E beleza, não vou morrer disso agora.
Só se eu for morrer de tosse, tá? E a tão famosa "traino cough" que a galera chama, tosse por aplicação de trembolona. Então, o que que acontece quando eu tenho um solvente orgânico, que é algo que evapora?
Traduz pra gente, então: no processo de diluir o pó em um líquido para que esse pó fique solúvel. Então, testosterona é um pó. Uhum.
Para que essa testosterona fique solúvel, eu preciso de um solvente que vai fazer essa liga. Então, exemplos de solventes orgânicos: clorofórmio, éter etílico, acetato de etila. Estes são solventes que eu uso no processo industrial farmacêutico para fazer a liga.
Oleato de etila, álcool benzóico, benzoíla. Posso usar salicilato de metila. Então, são solventes orgânicos.
Quando eu tenho esse solvente orgânico atingindo a corrente sanguínea, a minha forma é volátil. Ele é volátil. A forma que o corpo tem para expelir solvente orgânico é a tosse.
Uhum. Então, ele vai pro pulmão e eu tosso e sai. Qual que é a questão da trembolona?
A trembolona, ela é mais insolúvel. Tanto que a trembolona parabolan de farmácia tinha 76,5 mg por ml. Uhum.
Trembolona você não vai ver trembolona de 600 mg por ml. Como eu consigo fazer uma boldenona? Por exemplo, se você vê uma trembolona de 200 mg, foge, porque é furada ou é porque o solvente que eu vou usar.
Eu vou ter que usar um solvente mais forte para conseguir diluir e fazer uma concentração maior, que seria o guaiacol, por exemplo, que é cancerígeno e que até derrete o êmbolo da seringa se eu deixar lá dentro. Então, a questão da trembolona é que ela é mais difícil de solubilizar, leva mais solvente, por isso é mais fácil ter tosse. Agora, qualquer hormônio que é um pó, seja testosterona, seja o próprio Deposteron, a própria Durateston, que são de farmácia, podem causar tosse porque eu tenho solvente orgânico, só que numa quantidade menor, tá?
A minha dúvida, então, que deve ser a dúvida de muita gente: eu comprei uma trembolona de 50 mg, só que a gente sabe que 76 mg é a indicação segura de se usar. Se eu aplico 2 ml e aplico 100 mg, 150 mg em uma aplicação, eu tô extrapolando a capacidade do meu corpo de administrar esse solvente que vem junto. Você tá saindo da dose clínica, né?
Uhum. A dose clínica, refiro-me mais à questão do contato com o solvente na corrente sanguínea. É um risco maior, sim, mas esses solventes a gente tem uma tolerância relativamente grande, então não seria, porque eu usei 2, 3 ml, que eu teria um problema por causa disso.
Agora, eu teria outros colaterais, né? Não a questão do solvente em si, mas a questão de outros colaterais, principalmente da trembolona. Cidão, bater na mulher, nos cachorros, nos filhos, mas não seria.
. . a quantidade de solvente é muito pequena.
A gente tá falando em 1%, 2%, 3% do produto, galera. Então, é isso. Isso é tudo que você precisa saber a respeito de aplicação intramuscular.
Espero que eu possa ter te ajudado. E faz um favor: encaminha esse vídeo para um amigo e salve uma vida, porque essas informações são informações valiosas e podem ajudar muita gente a tomar a decisão certa. E, muitas vezes, né, que seria a nossa recomendação: procurar auxílio médico para poder te orientar.
Valeu, galera! Obrigado. Valeu, valeu, galera!
Curta, compartilha esse vídeo que é muito importante. Estamos juntos! Valeu!
Até a próxima!
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