[Música] [Música] [Música] [Aplausos] olá para todos é um prazer muito grande Tá aqui ainda mais falando de um tema tão bacana como inspirar alguém e eu fiquei pensando exatamente que ponto é esse na minha vida na minha história que seria inspiradora e eu vou contar um pouco dessa história para vocês quem sabe vocês me ajudou a descobrir eu nasci na cidade de Vitória e o que caracteriza essa família para mim que é muito inspiradora é que os meus pais sempre tiveram muitos conflitos pessoais né E também financeiros a gente tinha pouco dinheiro mas o que
caracterizou minha vida sempre foi uma alegria intensa eu nasci no subúrbio e morava numa casa pequena mas eu não sabia que eu era pobre eu nunca me achei pobre eu simples eu achava rica pelo contrário eu achava aquilo tão lindo achava a vida linda Nós nos divertimos muito na minha casa todo fim de semana tinha festa e brigas os pais brigavam conflitos amorosos aquelas coisas de família é normais né Mas a gente sempre tinha muita alegria e isso me caracterizou eu sou movida pela ação eu gosto de fazer coisas nem que seja faxina em casa
eu gosto de tirar as coisas do lugar mover mexer isso me agrada muito a vida não é exatamente uma linha em direção a ponto não aponto para chegar só ponto de partida né então a minha sensação é essa de vivendo e sem sonhos eu não gosto de sonhos acho que isso é uma coisa assim bem americana criar um sonho realizar um sonho ou fracassado ter sucesso eu não sonho eu lido com as coisas que estão em minha frente com muito ânimo e disposição enfim com cinco anos eu eu queria muito estudar queria muito estudar porque
eu já falava poemas em minha cabeça eu comecei a fazer poemas antes de aprender a ler ou de escrever na minha cabeça a palavra sempre me tumultuaram palavras palavras eu gostava de harmonizar essas palavras por sons então eu sempre arrumava as palavras no meio do modo meio sonoro E aí com seis anos eu fui encostada Como se chamava antigamente no primeiro ano eu não tinha matrícula no meio do ano a minha mãe conhecia professor e disse essa menina tá me enchendo a paciência que ela quer estudar Deixa ela vir só que eu fiz uma prova
e passei porque eu já sabia ler aprendi ler meio sozinha e ela me matriculou Então essa carreira acadêmica na verdade que começa com seis anos me faz entrar na universidade aos 16 aos 16 anos eu fiz vestibular na federal do Espírito Santo foi a psicologia entrei para o curso de psicologia primeira coisa que eu vi foi a aula de filosofia adorei aquilo né e obviamente rapidamente me envolvi obviamente Nem tanto mas se me envolvi com movimento estudantil que eu já fazia desde o momento secundarista então primeiro semestre com 16 anos eu fundei junto com outros
amigos sem trocar idêntico de Psicologia foi a primeira presidente do centro acadêmico né fazia política com 17 eu já falava nas assembleias da Uni com dois mil estudantes ginásio de esportes e aquela pequenininha tava lá falando e defendendo então eu sempre fiz muito política né E isso marcou minha vida acadêmica mas tem outro pedaço né que a minha vida como eu disse ela vai assim eu minha mãe sempre gostou de esportes e de arte então com seis anos eu fiz uma peça infantil da igreja com sete eu fazia o teatro da igreja o teatro Dominical
e com seis também eu comecei ginástica olímpica na escola então eu amo a disciplina desde muito cedo eu gosto de acordar cedo eu gosto de fazer as coisas eu gosto realmente de ver o que tem na minha mão e conseguir fazendo e foi isso que me caracterizou passei entre na universidade aí foi basicamente política no início e aí fundamos eu e alguns amigos uma coisa chamava turma do Ócio isso na década de 80 e 83 mais ou menos bem antes do Domenico demais então a gente ao invés de movimento infantil sentava na universidade na grama
ao redor do restaurante universitário e ficavamos discutindo política e obviamente a surgindo Eu já escrevi eu mostrei o que eu escrevia poeticamente fazendo uma crítica Universidade aí vamos para o restaurante universitário então eu comecei subir na mesa do restaurante universitário e fazer discurso político só que era um político poético né E isso começou então os recitais que eu comecei a fazer na universidade aí o poema foi surgindo nunca me achei poeta de verdade hoje eu posso dizer para vocês que tudo que eu ganhei na vida vem do poema ele que me deu fama não foi
a filosofia a filosofia veio depois quem chamou atenção para mim na televisão no jornal e eu apareci muito no jornal A minha vida inteira não apenas no jornal Globo e ou outros jornais de circulação Nacional mas nos jornais do Espírito Santo de Vitória com 17 anos eu dava uma entrevista no jornal falando sobre o resto do tio uma alegria aquele Espírito Santo aquela cidade de Vitória que delícia que foi aquela Juventude eu morava na universidade eu chegava na cidade de manhã e saia à noite o dia inteiro a gente fazia alguma coisa e sempre muito
agradável e produtiva 18 anos eu saí de casa para morar com um namorado logo depois eu comecei trabalhar no Espírito Santo eu trabalhei na Secretaria Municipal e estadual de cultura fazendo o projeto senhora assessora de estudos e projetos com 19 anos comecei a dar aula para professores de Ensino Infantil na época chamava Maternal Jardim pré comecei a fazer isso com 18 quer dizer antes até não podia nem ter carteira assinada que eu era menor eu dava aula de psicologia para futuros professores de maternal Jardim pré acho que com 25 anos eu achava que eu era
produtora cultural por toda essa vida eu comecei a fazer ventos encontros de banda de Congo aí o que falei Quero continuar estudando não tinha pós-graduação na minha universidade federal na década de 80 nenhuma aí surgiu uma especialização em elaboração implementação de políticas públicas eu falei Oba hoje é o curso que eu mais uso com educação Eu trabalho com educação e com políticas públicas e isso esse curso hoje é super útil mas eu fiz sem valorizar Mas como eu realmente sou muito ativa quando eu faço algo eu me visto naquilo investir e adorei quando antes do
curso terminar eu resolvi que eu ia mudar para o Rio de Janeiro né me envolvi aqui com amigos umas paixões Aquela coisa né Falei eu quero ir para o Rio de Janeiro e cheguei no Rio de Janeiro na Cidade do Rio de Janeiro sem absolutamente nada sozinha com a mão na frente outra atrás eu esqueci que nesse período também até para me sustentar movida por tudo isso eu comecei atender em consultório e as pessoas eu sempre dizia que eu nunca ia ser psicólogo eu quero ser professora eu quero dar aula eu quero uma da acadêmico
Mas eu precisava me sustentar e eu não tinha uma cadeira para Universidade ainda aí um amigo psicanalista falou você é boa nisso por que que você não faz isso falei mas não vai ele falou eu te oriento ele foi me incentivando me dando texto eu sempre fui muito estudiosa engolir aquilo e realmente comecei a trabalhar eu com dois meses meu consultório estava lotado e me sustentava eu me sustentei durante 25 anos com consultório acho que a minha maior vantagem como psicanalista sempre foi essa experiência de vida eu nunca me furtei nada eu sou uma pessoa
muito corajosa tem outro detalhe no meio que também olha como é que são pontas né tenho algo aí no meio que é na universidade no final da minha graduação não no começo da minha graduação eu comecei a estudar nit aí é que a grande questão porque o nit eu comecei com 17 anos né então eu acho a impressão que eu tenho aqui o nit ele o pensamento do nicho se confundiu comigo assim eu fui Crescendo com aquele pensamento e o Nitro tem uma coisa que me agrada muito né que é o pensamento trágico mas o
pensamento trágico depois eu volto lá para minha trajetória ele é mais ou menos assim a vida é muito dura ela é grande fonte de conflitos e a cultura quer nos proteger dos conflitos e o pensamento do nitidez quando a cultura nos protege dos conflitos ela não consegue nos proteger esses conflitos aumentam porque o conflito é parte da própria existência de forças em sentido contrário que produzem forma então a vida produz dor na sua natureza e não na sua cultura a cultura desunity ao invés de nos proteger no sofrimento deveria nos fortalecer para que a gente
fosse capaz de lidar com a dor e não só isso para que a dor ou a paixão que é um excesso e descontrolado pudesse se transformar numa ação né Então esse é o grande desafio como canalizar essa angústia de existir que nos caracteriza afinal de contas como homo sapiens eu não apenas existo mas o tempo inteiro eu sei que existe tem algo aqui o tempo inteiro virtual né que a minha consciência meu grupo de valores que o tempo inteiro me vê me olha e fica me dando informação e esse bate-papo é o que caracteriza então
todo ser humano isso eu sei desde os 15 anos talvez desde os 8 né mas com 15 16 eu comecei a configurar isso filosóficamente mas todo ser humano carrega um infinito nas costas né Isso é um pouco pesado porque quando você descobre o que é um infinito que a morte o que é vida a gente está sempre andando por mais que você se envolva em comprar a pagar explorar sei lá o que quer que as pessoas façam para esquecer das angústias né Cada um tem os seus suas manias alguns fazem inclusive coisas muito agradáveis pelo
mundo e outras nem tanto mas essa essa ferida da existência tem muito a ver com a consciência e a consciência esse espelho que diz meu querido minha querida um dia você nasceu outro você vai morrer que que você vai fazer nesse intervalo eu carreguei isso desde muito cedo a consciência do infinito a consciência de que eu sou ninguém né então a sensação que eu sempre quis foi no acontecimento eu tô sempre lendo o acontecimento e vendo que modo eu plugo nele e foi assim como eu tô contando que a minha vida foi foi vivendo com
tudo isso e a poesia que eu sempre escrevi poemas sempre mesmo não valorizando isso como arte era uma necessidade né mas isso sempre foi muito muito angustiante estudava psicologia e como eu sabe de dinheiro eu era monitora desde o primeiro semestre me tornei monitor então foi monitora durante cinco anos de filosofia por isso que depois eu caio pra filosofia nesse período você imagina o que é você ter 18 19 morar com um namorado numa praia é ter o mundo ali e ter essa essa compreensão dessa angústia não é tão marcante e tinha uma coisa que
me marcava me fazia sofrer muito que era porque serve a vida para que que a gente vive se a gente morre o que que Exatamente é isso isso me angustiava de uma maneira insuportável nada vale a pena nada vale a pena para que viver o sofrimento existe Deus não existe Deus isso me de água que ele explicar a vida isso era muito angustiante para mim aí teve um momento em que eu sei resolver isso porque eu não saia de casa eu passei um período não é depressão isso não chame isso de depressão pelo contrário Isso
é uma busca insistente por uma direção com muita coragem eu ficava em casa eu mal via TV uma ouvia teve Então nem era conto naquela época mas ouvia música eu ficava em casa conversando comigo dias e dias sem falar com ninguém no apartamento não tô aconselhando ninguém a fazer isso mas era o que eu fazia E no meio disso eu senti que eu tinha que alguma coisa tinha que acontecer e o próprio me trouxe a resposta que é a vida se justifica por ela mesma a minha consciência não é capaz de explicar a vida porque
explicar e transformar em linguagem linguagem é algo limitado são caixas palavras são caixas que cabem num sentido amarrado a vida é Ampla as palavras são fixas limitadas então falar é colocar o mundo em caixas necessariamente por isso existe a poesia para romper as caixas e produzir intensidade senão a gente morreria se não fosse o poema se não fosse sem as gírias Se não fossem os rompimentos do corpo né enfim então eu pensei caramba usando o próprio Nilde eu falei caramba eu tô sofrendo porque eu tô tentando explicar e a vida não se explica eu vou
afirmar então a coisa do nietê Olha a vida você gosta do que você vê do que você vive então vive né e deixa que ela se justifica por ela mesma e de lá para cá é isso que eu faço eu gosto da vida Eu acredito na vida em si e é isso que eu tento fazer todos os dias viver procurar coisas e alimentos que me deem força coragem e intensidade aí onde eu aplico isso de fato para mim faz pouca diferença enfim continuei nessa trajetória animada tenho essa característica pilhada enfim e fui tal me formei
vim para o Rio como eu tava contando e aqui no Rio eu falei poxa eu vou fazer já tinha o consultório em Vitória Então eu ia uma vez por semana a vitória no início e ficava dois dias e o resto aqui depois eu comecei de 15 em 15 ficava dois dias e voltava Fiz seis anos isso de ônibus na época viu era caríssimo então era ônibus ficava dois dias e toda minha vida no rio eu não precisava trabalhar porque me sustentava com aquele consultório pensei resolvi fazer filosofia fiz a prova passei em duas universidades e
fiz a graduação em filosofia no meio disso eu falava poemas no CEP 20 mil com Chacal que um evento que acontece mensalmente no rio há 20 anos ou mais eu nem tenho essa conta mas é muito anos e eu ia lá falar os poemas no palco porque eu já tinha falado antes alguém tinha gostado publiquei já nessa época o pequeno livrinho chamado escritos de poemas aí Acontece uma coisa engraçada e começa a falar poemas e estudando filosofia um dia um diretor do Carioca chamado que que diz Henrique Dias famoso ator tinha um grupo falei que
você não quer me dirigir eu queria fazer um espetáculo de poesia ele falou não tem como tô todo enrolado meio trabalho eu falei eu dou aula de graça e você me dá uma dica pelo menos no espetáculo e assim começaram os grupos de estudos eu dava aula de graça pra Drica Moraes para Olinto César Augusto que era companhia do que que diz nisso começam a aparecer outros outras pessoas quem é a aula de filosofia de repente eu tinha oito grupos cada grupo com 30 pessoas né Isso foi se tornando muito forte aí um dia eu
comecei a cobrar e aquilo começou me sustentar muito bem porque não tinha um caso do Saber nada disso naquela época eu era a única professora que tinha aquela leva de alunos aí os jornais resolveram fazer moda de filosofia vocês lembram uns 10 anos atrás me colocaram no jornal capa do jornal A professora de filosofia dali foi um pulo para ser convidado para fazer o fantástico que queria colocar Filosofia na televisão e me procuraram eu fiz para o Fantástico 32 filmes de 7 minutos participei da gravação a edição de todos Domingo eu estava lá junto com
o editor dei muito trabalho para os meus amigos lá do Fantástico muito não deixava ninguém trabalhar e aí a vida andou Então o que aconteceu a partir dali eu comecei fazendo Fantástico comecei a ter grupos comecei a fazer palestras e empresas e comecei a discutir a questão do contemporâneo que é a análise do contemporâneo que eu gosto de fazer e o que que estamos vivendo né a gente gosta muito de falar do passado né disse que a gente na universidade especialmente é como é como o Egito ele chama de egipcionismo a gente mumifica o mundo
para falar dele então Enquanto o mundo não vira uma múmia você não consegue falar porque você quer você não pode falar do que está acontecendo isso é água corrente não não isso vai dar errado mas eu gosto de um erro na verdade eu me movo muito mais pelo erro inclusive eu me movo pela pelo sofrimento né eu vou falar um segredo aqui né Para você seguir novamente quem tá ouvindo mas não custa dizer eu quando não tenho um conflito eu busco um quando está muito tempo sem o abismo eu procuro logo arrancar um pedaço do
chão para eu poder cair eu gosto da brincadeira de viver eu gosto do jogo Eu não quero viver para ganhar nada uma estabilidade se eu ganho uma estabilidade eu arrumo logo um problema e isso me caracteriza né eu tenho uma formação múltipla eu falo de qualquer assunto né porque eu faço análise do contemporâneo e tento linkar essa análise com qualquer situação mas a minha questão política centrou-se em que fazer política para mim hoje é discutir a educação o que que é discutir a educação é desautorizar as múmias né conceituais é entender que nós temos ferramentas
hoje extremamente Poderosas e democráticas que em si mesmas são plurais e capazes de nos colocar numa sociedade mais ética e mais justa é exatamente o que eu acho das Ferramentas eu tô falando da rede né não apenas a rede a web mas o fato da web existir nasce uma nova correlação de forças horizontalizada que permite novos acordos em Pontos que antes não existiam se antes a gente tinha o QI que vocês conhecem que é o que indica hoje você numa página Se você souber ler e com sofisticação e interpretar aquilo com grandeza você pode se
destacar de fato a partir dali com relações você pode fazer se você é capaz de serduzir alguém do teu conteúdo por exemplo você é um aluno de de Ensino Médio Mas ama matemática ou história né Você pode seduzir uma rede social de pós doutores em matemática para te aceitar e você vai fazer essa conexão ali com forças altamente distintas isso é muito produtivo então a ferramenta é muito boa mas estava eu estudando essas ferramentas fazendo palestra sobre contemporâneo e valorizando essas ferramentas ao mesmo tempo que tinha clareza que o século 20 caracterizou pelo não pensamento
porque a sociedade do conhecimento começou no século XIX né quando Marx disse proletários do mundo Unidos a frase gerou a segunda força política da guerra fria o século 20 começou já desde o seu princípio entendendo especialmente depois da Revolução Russa entendendo que o pensamento era uma arma mais poderosa do que as outras o século 20 o mundo capitalista não quis pensar e cortava isso porque podia levar o comunismo mas o mundo comunista também não quis pensar porque isso retornava o capitalismo então tivemos no mundo comunista uma educação doutrinária no mundo capitalismo educação técnica século 20
técnica técnica a técnica foi deixada sozinha porque achavam que a técnica não era revolucionária foi tão bom que ela ficou sozinha que ela nasceu revolucionária mesmo sem intenção né porque ela mude ela é orgânica a rede a web é orgânica ela trabalha com forças múltiplas Como é o corpo como é a vida então a pirâmide um dia ali já não cabe tanto né como é o nosso modelo antigo de gestão quer dizer um manda e os outros obedecem ele não são acordos que mudam o tempo inteiro enfim temos essa ferramenta Mas quem somos nós filhos
netos bisnetos de um século que não pensa então a educação foi perdendo isso no ensino médio você estudava latim espanhol música erudita música clássica né você estudava no ensino médio o que a cultura tem de melhor não era o fundamental fundamental você estudava no primário ginásio como se dizia né enfim Isso tudo foi muito sucateado você tá hoje na universidade no primeiro ano você estuda língua portuguesa porque no primeiro ano da Universidade você não sabe ainda escrever então esse é sucateamento da educação quando as manifestações aconteceram no Brasil eu na minha página fiquei desesperada porque
é um fenômeno que eu estudo eu falei caramba as pessoas estão indo para rua porque tem um efeito viral dessa ferramenta poderosa que é capaz de reunir Mas essas pessoas estão aqui eu tô aqui ninguém discute política na minha página eu coloco uma questão política ninguém participa um dia ninguém passava no outro todo mundo era politizado todo mundo sabia tudo de política o que queria o que não queria e eu era de direita porque eu dizia presta atenção que isso não é bem assim estamos colocando pessoas na rua movidas por indignação indignação é afeto é
afetar e ser afetado indignação não é direção como é que você coloca pessoas na rua sem direção aí começa a minha polêmica uma das que eu tive envolvidas no meio dessa polêmica eu me encaminhei porque eu gosto de fazer hoje O que me dedica hoje É eu vi as pessoas ali na rua querendo clicar na realidade e não dava né uma garota me diz eu falo eu discutindo isso e eu digo para ela mas por que que você tá indo para Rua ela pode me manifestar eu falei ótimo mas o que você busca ela disse
eu quero melhorias na educação eu disse Mas o que você quer para educação Ela falou isso eu não sei quem tem que fazer são os políticos eu disse Mas você acabou de dizer que os políticos são bandidos não prestam você vai entregar os bandidos o destino da educação ela só falta agora você dizer que para eu ir numa manifestação eu tenho que estudar história e eu respondi não manifestação é só levar um levantar um cartaz mas para mudar o Brasil dar um pouco mais de trabalho eu tinha essa sensação de que todo mundo queria mudar
o Brasil e não sabia como e queria clicar mas a realidade não se clica como numa página eu quero isso eu quero não é bem assim ali eu pensei caramba a gente pode criar canaletas para que as pessoas atuem na sociedade e é isso que eu me dedico Hoje hoje eu me dedico um modelo de gestão né que é um modelo complexo né E parte de vários Várias Pontas né eu tô me dedicando a isso uma maneira de construir de aplicativos a relação entre quem o cidadão e aquilo que o serviço público ou privado produz
se envolve um acordo entre setor público setor privado as academias universidades de pesquisa as organizações não governamentais os organismos internacionais e a população cada um é representante Eu Sou representante da população e nesse acordo meu papel é fazer a interface entre o que a população quer oferecer de cidadania eu quero ajudar a cuidar da escola eu quero ajudar no posto de saúde me interessa o lixo me interessa reciclagem eu não tenho dúvida que a nossa população que é muito isso contribuir eu não tenho dúvida a gente viu isso na rua a questão é como nós
estamos construindo pequenos ecossistemas aplicativos software que faz com que uma pessoa entre aqui digo que ela quer fazer e em 24 horas ela encontra um lugar onde ela possa trabalhar então por que que eu tô dizendo vocês Pode ser que isso não aconteça é uma coisa está nascendo quer dizer que vai acontecer pode ser que não tenha um resultado mas o que eu quero dizer para vocês é que o que me inspira hoje é utilizar a ferramenta web utilizar a rede que segundo eu penso crie uma relação horizontalizada bastante democrática e construir com essa ferramenta
acessos para que cada um de nós possa participar da administração da cidade quando tivemos nas ruas nós apontamos uma direção só que é pirâmidal ainda pensamos como pirâmide né então a gente fala assim é o estado é o estado mas a gente esquece que não é só o Estado tem as organizações também o poder privado as empresas têm que atuar Como assim na cidade exatamente elas que lucram com isso mas as organizações não governamentais têm seu papel a universidade tem um papel público que talvez isso não esteja tão presente hoje já que os nossos modelos
são muito distantes e abstratos Então temos que ter as Universidades produzindo cidadania eixos para que a gente possa viver melhor né E a população que infelizmente não tem contribuído muito quero dizer qual é a nossa nosso exercício de cidadania se a gente polui os rios se a gente não segue as regras de trânsito Enfim uma hora aprendizado disso tudo é a gente realmente entender que a cidade só vai funcionar quando nós pudermos objetivamente atuar nessa direção hoje é web capaz de fazer isso a rede é capaz de fazer isso e a gente precisa criar essas
canaletas é isso que eu me dedico né e a educação Então se por um lado as canaletas que a gente pode criar são múltiplas para que a gente possa de fato interferir no Posto Saúde interferir cotidianamente na administração da cidade por outro eu trabalho incentivando uma educação crítica uma educação reflexiva uma educação pelo pensamento uma educação que faça viver melhor uma educação que abandona e abstração dos grandes conteúdos e que nos objetive na direção do protagonismo nós temos desafios graves desafios ambientais tecnológicos econômicos e sociais é conflitos religiosos conflitos de convivências as as grandes imigrações
que acontecem no mundo então a gente tem conflitos gravíssimos no mundo não dá tempo de citar a página e a editora o tempo inteiro não dá para você escrever um texto e ter que dizer que todo mundo que você usou para escrever aquele texto a gente tem que abrir a boca e usar o conteúdo com poder e o poder de transformar a realidade então isso eu acho que é uma coisa que a gente precisa fazer Enfim uma educação que nos coloque protagonistas de fato com a capacidade de leitura e interpretação da realidade Paulo Freire leu
não basta ler os livros eu preciso ler o mundo né E esse é o nosso grande educador brasileiro se formos capazes de ler o mundo com sofisticação e não com essa polaridade que vemos hoje nas redes sociais né se mil pessoas curtem e você discute você destruído então que difere qual é o exercício da diferença hoje nas redes sociais nenhum enfim a rede permite a diferença mas o modo como formatamos o uso da rede especialmente nas redes sociais é de segmentar é de excluir o que é um absurdo mas isso vai passar né acredito que
o meu otimismo mas finalizando uma capacidade de lidar com a realidade com coragem com autonomia e responsabilidade com potência uma capacidade de ler o mundo com sofisticação aliada a ferramenta que temos eu não tenho dúvida que a gente caminha para uma sociedade mais ética e mais justa é isso muito obrigado [Aplausos] [Música] [Música]