16. Angústia - Conceitos fundamentais da psicanálise

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Travessia Psicanalítica
Aula 16 - Aula aberta com a psicanalista e profa. Dra. Renata Wirthmann Nesse encontro falaremos so...
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agora começou a gravar boa noite para todo mundo bora trabalhar então bom primeira coisa do nosso trabalho de hoje continuando aí os nossos conceitos Hoje a gente vai falar sobre angústia né Eh a gente vai falar sobre angústia porque a gente vem falando vocês se lembram de um conceito que puxa outro que puxa outro Qual foi o conceito antes de angústia que puxou o conceito da angústia desamparo né então falar de desamparo nos leva a falar de angústia e vocês vão ver que falar de angústia leva a falar de mais um pinhado de outros conceitos
que como a gente já conversou várias vezes são infinitos os conceitos e um puxa o outro e um exige do outro então Eh vocês vão ver eu mandei para vocês no grupo o material da angústia ficou um pouquinho maior do que vai caber em uma hora então eu vou eh reduzir algumas coisas aqui para poder dar tempo mas fica lá o material inclusive para para vocês poderem eh ir para além um pouquinho do que a gente vai conseguir hoje tá bom bom então vamos lá eh vocês vão perceber que a primeira coisa que eu coloquei
aí tá tá lá no no final deixa eu colocar no início ah primeira coisa que eu coloquei para vocês foi justamente o grafo da o esquema da angústia este Então vamos lá quando a gente tá falando por exemplo sobre tantos conceitos que a gente ainda para tem para estudar veja olha nessa tabela só nesse esquema da angústia quantos conceitos tem e quantos que a gente já estudou aqui a gente já avançou se eu não me engano 23 24 conceitos até aqui porque tiveram alguns que a gente viu mais de um conceito por encontro só nessa
nesse esquema da angústia no meio dele aqui nós temos vejam nove inibição impedimento embaraço emoção sintoma passagem ao ato efusão ting out e angústia se a gente for nas laterais vocês vão ver que nós temos ainda eh os registros real simbólico e Imaginário então só nessa brincadeira aqui deste esquema nós teríamos 12 conceitos para poder trabalhar né ou seja considerando que a gente tá aqui tentando percorrer um conceito por semana estamos falando aí de mais 12 semanas eh e depois ainda tentar reunir todos eles desses que a gente tá que a gente tá falando aqui
Quais que a gente já estudou aqui nos nossos nessas nossas quartas-feiras o sintoma e hoje angústia mas não falamos da inibição e muito menos falamos desses outros que aparecem aqui os mais importantes desses aqui conhecidos por vocês além de de inibição sintoma e angústia que é o nome do texto do Freud 1926 vocês já devem ter ouvido falar e muito de passagem ao at e acting out né que inclusive é uma diferenciação importante entre a neurose e a Psicose eh entre a sobreviver e se matar sobre as fazer algo esperando que esse algo seja assistido
ou seja esperando que se tem alguém ali para ver e fazer algo já não supondo que ninguém assista nem dando tempo de ser salvo eh então a passagem ao at AC al seriam também conceitos muito importantes da gente abordar e os registros que a gente ainda tem que passar por eles mas vamos falar de angústia hoje só então quem tiver pergunta tiver confuso levanta a mão pra gente poder conversar vejam que o esquema da angústia aqui e aí já passo para vocês e Lá o esquema da angústia já nos começa apontando que pela lógica da
angústia a inibição tá no ponto de menor movimento e Menor dificuldade e a angústia no ponto de maior dificuldade maior movimento O que significa então que a inibição seria a forma mais eh primitiva primeira mais ah acessível do sujeitos tentar evitar chegar na angústia tá eh e a angústia seria exatamente aonde o sujeito não quer voltar uma das citações que eu coloquei lá no Instagram e eu vi que umas três ou quatro pessoas perguntaram é sobre a questão da angústia como algo da Ordem da borda daqui já dá para vocês terem uma certa noção que
a angústia Ela tá no limite do máximo de movimento no limite do máximo de dificuldade e o que acontece depois desse limite o que acontece para lá da angústia a angústia é a borda do quê né o que que acontece porque assim a angústia Talvez seja uma das piores experiências afetivas e o que que vem depois da angústia então quando a gente fala que é borda a pergunta que fica é bom ela é borda do que para o quê né O que que o que que fica para além da angústia né Eh eh isso que
a gente vai conversar um pouquinho zilá você tinha uma pergunta então esse quadro primeiro da esse quadro É da onde Renato seminário 10 Ah tá vou anotar aqui que eu vou seminário 10 do do Lacan que é o seminário da angústia inclusive chamar angústia Ah tem e e assim eu hã Eu quero entender por exemplo esse quadro maior de mais dificuldade mais movimento essa dificuldade no real é isso não mais dificuldade e mais movimento no real eu não entendi esse quadro eu não sei se lá tá explicado é confuso você não vai entender esse quadro
de primeira Hoje eu tô tentando Localizar onde um dos conceitos está no esquema mas Lembrando que a gente vai ter que estudar esse esquema toda a medida que a gente for avançando nos conceitos por enquanto eu preciso que vocês entendam como esses conceitos se articulam e que eles se articulam lembra que a gente vai estudando os conceitos depois vão articular esses conceitos uma das possibilidades de articular esses conceitos é pelo esquema da angústia agora o que aqui de antemão é importante que você entenda veja o registro Imaginário simbólico e real como você bem sabe e
lá o Imaginário é nossa primeira experiência o simbólico ele vem à medida que a o encontro da Libra de carne com a linguagem e aí as nossas Primeiras Experiências que são ali da Ordem do corpo e da Necessidade passam a não ser mais uma necessidade mas uma demanda e a demanda Expressa em linguagem em simbolicamente no entanto a linguagem não dá conta de prever absolutamente tudo e nem dá conta de circunscrever tudo sem Tem sempre alguma coisa que escapa que nem eu experimentei nas minhas relações imaginárias nem necessariamente conseguiram ser circunscritas e descritas pelo que
o grande outro me ofereceu da ordem simbólica com a introdução da linguagem da cultura da língua que a gente fala e isso que que é imprevisível que escapa que é inapreensível a gente chama da Ordem do Real então não atoa que o Real ele tá também nas pontas do esquema e não à toa que o Imaginário ao invés de tá na ponta do esquema tá no início do esquema o Imaginário estando então na origem do esquema daquilo eh eh que a gente encontra desde a infância muito inicialmente e o real um pouco mais pra frente
mas por enquanto só gostaria que vocês tivessem a imagem desse esquema para saber que vocês conhecem vamos aprendendo o esquema aos poucos Então hoje a gente vai recortar desse esquema só esse quadradinho angústia então nós temos 12 conceitos aqui dentro que hoje nós não vamos estudar os 12 vamos Recortar dos 12 somente um angústia Tudo bem então vamos continuando aí bom então no seminário 10 que é o seminário da angústia né o Lacan apresenta esse esquema da angústia né ele retoma nesse esquema eh o texo do Freud que é inibição sintoma e angústia por isso
inclusive eles estão aí demarcados e sinalizados eh separadamente né dando evidência a eles inibição sintoma e angústia que vem do Freud né então continuando eh colocando em um sistema de coordenadas cartesianas na qual a gente encontra em um eixo o movimento e no outro eixo a dificuldade essa ordenação a gente constata então que a angústia tá no ponto mais alto da dificuldade né o ponto máximo da dificuldade e do movimento né esse ponto mais difícil eh em rela e mais movimentado a gente chama de angústia Isso é uma primeira definição do que que sente ali
na na angústia né Eh isso aqui vocês vão ler com calma depois tá na que eu mandei para vocês para vocês entenderem a o esquema como um todo nós vamos a direto para angústia tudo bem ali é só para vocês terem uma primeira introdução do esquema Então vamos pra angústia a angústia é uma experiência afetiva semelhante ao desamparo por isso que a gente estava falando do desamparo na semana passada e estamos falando na semana retrasada estamos falando de angústia hoje então a angústia quando a gente a Experimenta ela nos lança de volta ao desamparo se
ela nos lança de volta ao desamparo elas ela nos lança de novo para uma experiência pré recalque lembrem-se que o desamparo ele é uma experiência anterior ao recalque se ele é anterior ao recalque ele é uma experiência também que ainda não tem o recurso da linguagem vocês lembram que o recalque ele instaura o idioma o recalque instaura a linguagem e restaura a ordem simbólica se a gente fala de uma experiência anterior ao recalque é anterior ao registro simbólico anterior às condições que eh que a língua dá de sustentação né então a angústia é uma experiência
afetiva é um afeto semelhante ao estado de desamparo que é anterior ao recalque a o desamparo então é a nossa primeira e mais antiga cicatriz eh e dessa experiência vai vir a base para angústia então a angústia ela acontece eh ao longo da vida toda mas quando ela acontece ela lança o sujeito para esse período pré-realismo vive ao longo da vida toda não se ordenam cronologicamente e uma não se sobrepõe à outra fazendo desaparecer se o jeito é atemporal porque o inconsciente é atemporal isso significa que uma experiência pode lançar o sujeito a qualquer tempo
da tua vida que é exatamente o que o trauma faz o Freud 1926 então nos traz uma equação interessante do trauma Como que o Freud define o trauma em 1926 uma relação entre angústia perigo e desamparo conseguem perceber a relação de angústia diante de uma situação de perigo me lança o estado de desamparo Essa é a fórmula do Freud para trauma Então como ele entende que o trauma acontece o trauma é uma experiência de angústia diante de uma situação de perigo que lança o indivíduo para o estado de desamparo lança o indivíduo para o seu
estado mais primitivo de dor que é o desamparo Esse é o trauma a situação Freud continua se de perigo é reconhecida recordada e esperada situação de desamparo a angústia é a original reação ao desamparo no trauma que depois é reproduzida na situação de perigo como sinal de ajuda então de algum modo eh O perigo é o encontro com alguma coisa e vocês vão ver que tá aí a gente vai chegar nisso de estranho e familiar como assim estranho e familiar Ora se não houvesse algo de familiar com o objeto com a coisa com o acontecimento
do qual eu me sinto em Perigo por que diabos eu me sentiria em Perigo é justamente porque tem algo de familiar que eu posso reconhecer alguma situação de perigo entretanto não o suficiente para eu poder prever ou me proteger Então ela também é desconhecida por isso inclusive lá na frente a gente vai relacionar com o conceito Freud deel eel estranho né ou infamiliar que vocês conhecem são as traduções que a gente tem a gente tem três traduções né inquietante estranho ou infamiliar as traduções mudam conforme as edições tá não não Considero que tem uma melhor
exatamente não então continuando a angústia possui segundo Freud então três aspectos fundamentais Quais são as três características da angústia primeiro marcar marcada por um enorme desprazer Essa é fácil né ninguém imagina que o sujeito vai ter um enorme prazer na angústia então marcada por um enorme desprazer segunda manifestada por atos de descarga Ou seja a angústia ela não é ato contínuo ela é ato de descarga né como se houvessem manifestações abruptas que parecem melhorar e vem de novo aparece melhorar e vem de novo atos de descarga né Eh e terceira constatação pelo sujeito tanto da
experiência de desprazer quanto desses atos de descarga e significa veja que que o Freud nos aponta aqui a constatação tanto do desprazer que é mais contínuo quanto do ato de descarga o que que o Freud tá nos alertando o ato de descarga dá um certo alívio bom esse é fácil de imaginar quando você descarrega alguma coisa você de algum modo tem uma certa eh diminui ali a pressão a daquilo que estava carregado então a angústia Ela carrega essas duas coisas simultaneamente tanto o malestar quanto essa descarga e o sujeito constata eh que a descarga dá
um certo alívio no mal-estar e que o mal-estar precisa dessa descarga tá eh continuando Então qual que é a origem da angústia então a gente falou antes o que que é Puxa essa manifestação semelhante ao desamparo e que possui tanto enorme desprazer quanto uma descarga que permite eh alguma organização disso E aí na sequência Então vou só falar da origem da angústia volto para vocês ir lá e aí a gente tem finalmente Então qual que é a origem da angústia Veja a gente pode afirmar que a angústia já na relação fundamental do sujeito com o
desejo do grande outro Ora por que que a gente fala que ela tá na relação fundamental do sujeito com grande outro porque ela é anterior ao recalque se o encontro do sujeito com grande outro vai levar ao recalque digas passagem e a angústia anterior ao recalque uma vez que ela eh advém do desamparo que é uma experiência anterior ao recalque a gente pode dizer então que é uma relação fundamental ou seja bem da origem desse encontro entre o sujeito e o desejo do grande outro e a gente vai avançar um pouco para entender esse sujeito
Então a gente tem notícia da angústia pela primeira vez no grito do bebê né O Grito do bebê nos dá notícia de quê a emergência de ter nascido o bebê nasceu e ele grita ele grita inclusive para contar que ele nasceu né Eh ele grita porque o corpo dói ele grita porque ele tem fome ele grita porque ele tem sede ou seja a emergência de nascer faz esse corpo gritar esse corpo então ele evidencia a fragilidade desse próprio corpo que se não gritar morre porque se não gritar não vê ninguém ao socorro acudir e essa
Libra de carne é frágil a gente já conversou sobre isso né então esse grito evidencia em primeiro lugar a fragilidade do bebê mas também evidencia a dependência que o bebê tem daquele que vem atender responder esse grito então evidencia e marca uma posição de extrema dependência desse grito ser escutado por alguém ou seja escutado interpretado que vai virar então inclusive um chamado então o que que o grito do neném e eh nos conta que é o que vai acontecer e levar ao desamparo que a gente tava conversando no outro encontro o grito do neném conta
que este corpo é frágil precisa Alguém precisa escutar esse grito para cuidar desse corpo o que significa que quem escuta Meu Grito Eu amo porque cuida deste corpo que é frágil logo a gente tem uma articulação entre dependência e amor logo na início No início eu amo quem eu dependo Eu Amo quem me permite sobreviver então para explicar a angústia né seguindo aí a proposta do fre jul a gente tem retornar paraa infância então a experiência de angústia é uma experiência afetiva diante né Eh afetiva que repete Diante Do perigo Qual que é o perigo
não sobreviver quando você nasce a chance de você sobreviver sem ser cuidada nenhuma é zero então o perigo de não sobreviver ou está ou seja o estado primordial de desamparo lembrando então uma boa definição de desamparo é se par entre amor e dependência então o Estado ou original de desamparo nos da notícia de que eu dependo de quem eu amo ou eu amo porque eu dependo tudo bem Liliam Mônica e zilá também tinha levantado a mão lam eu tenho mania de querer falar com o microfone desligado tranquilo a zilá tinha levantado primeiro que eu quer
falar zilá não queria perguntar descarga como é que se dá essa descarga na angústia que para mim o sujeito eh fica angustiado justamente porque ele não descarrega então não sei essa descarga como é que ela acontece na angústia e dois eu porque eu você vai falando eu vou pensando na clínica né se é possível você encontrar eh sujeitos inibidos angustiados ou seja com os dois traços vamos dizer assim o pequeno rans eh o pequeno ran se a gente pegar o exemplo do do da fobia do cavalo a Veja a gente a gente tem inibição sintoma
e angústia só na na na relação dele com o cavalo que é o inclusive o exemplo que o Freud dá no texto de 26 eh o pequeno rans eh é claro que a fobia de cavalo tinha nada a ver com coitado do cavalo o cavalo representava ali o medo da castração como Vocês bem sabem né o cavalo ele estava ali só como representante físico uma vez que a castração não tem corpo né Eu Preciso lançar o medo da castração em algo que tem corpo o que que tem corpo lá na porta e com um Bocão
desse tamanho e um pênis fazendo tiir desse tamanho cavalos né tinha um estábulo na frente então joga-se ali aquilo que precisa de um corpo mas veja eh o rans então ele sequer queria sair de casa inibição então o que que é inibição de um modo bem simples inibição tem a ver com impedir os verbos de serem conjugados então a inibição é são as funções do eu que não são executadas então o eu que deveria andar não anda o eu que deveria comer não come o eu que deveria transar não transa o eu que deveria sair
de casa não sai ou seja a inibição é a impossibilidade de que as funções do eu que deveriam ser feitas ou seja os verbos deveriam ser conjugados eles não são conjugados então a a inibição tá justamente no impossível do verbo tá então andar comer sair brincar então a inibição é inibição dos verbos que são ações ou seja inibição da ação a inibição no caso do Hans sequer sair de casa tinha como propósito de não encontrar com seu objeto fóbico que eram os cavalos então para não ter que lidar com a angústia ele inibia aquilo que
viria ser angústia lá na frente antes uma vez que ele antecipava o perigo então ele se preservava da angústia pela inibição significa com isso que ele não vivia e não experimentava a angústia de modo algum ele vivia e ele experimentava a angústia mas ele conseguia de algum modo eh Minimizar os efeitos da angústia pela inibição não à toa a isso a gente vê tô citando rans mas substitua cavalo por escola substitua enfim aquilo que o sujeito não suporta fazer por trabalho né eu fico imaginando e lá por exemplo vamos pensar em situações de Escola Pensa
que você dá aula numa escola que sofreu um atentado um adolescente entrou lá um adolescente 14 15 16 anos entrou na escola e atirou nos colegas e nos seus colegas de trabalho nos colegas dele de sal e nos colegas de trabalho pensa você na segunda-feira voltar a trabalhar eu fico pensando o quanto deve ser difícil tanto para os professores quanto para os se os colegas voltarem para uma escola que foi senda de massacre né considerando a quantidade que nós estamos a gente não tinha tantos no Brasil agora a gente tá atendo É curioso porque a
gente noticia o acontecimento em cima ninguém volta lá na segunda-feira para dizer como é que foi a volta às aulas né Eh eh e É nesse ponto que eu acho que a gente precisa dar maior atenção a essa questão né então a o sujeito pode nem querer voltar à aula para não ter que lidar com aquilo que a de insuportável que o lançaria para angústia sim a inibição e angústia andão juntas nesse sentido mas uma também tem o objetivo de preservar da outra e a descarga Então veja o que que é a descarga eh a
crise que o sujeito Tem Diante daquele daquilo que causa angústia a gente vai falar sobre essa questão da da relação entre angústia e objeto mais para frente vai ficar mais claro mas diante daquilo que levaria um estado de angústia por exemplo o que acontece com o Hans quando se depara com seu objeto fóbico desmaia então de algum modo a descarga faz um certo desligamento em que ele vai ter em volta paraa situação inclusive de dependência veja alguém vai ter que salvar o moleque carregar ele no colo e trazer de volta para casa por exemplo né
mas de tal modo que a descarga ela corta faz um curto circuito com aquela experiência insuportável Liliam pensando aqui na clínica também eh eu ia falar da questão eh para eu tentar entender o um pouco melhor a descarga ah a cena mais ou menos assim a a pessoa tá em casa sozinha nesse dia ela não iria paraa casa do namorado porque no dia anterior tinha acontecido algo ruim que desagradou Então no outro dia ela não iria e comunica de repente o o namorado liga e começa a falar que era a culpa dela que toda vez
que briga é culpa dela que não sei o quê é ela troue a palavra angústia E aí eu eu levei eu entendi como o desamparo por conta de toda a construção que tem na na história né da da terapia dela e só que aí ela fala assim que ela entrou em um estado de angústia e não conseguia ficar em casa então ela pega o carro meia-noite e sai rodando pelo bairro e falando com esse namorado né E aí chega no fim que ela acaba indo paraa casa dele então o que que eu queria entender é
se se esse ato de de sair eh em um horário que não é usual e ficar rodando no bairro sozinha com o carro isso eu se eu poderia considerar como um ato de descarga Porque ela disse que ela foi se acalmando conforme Ela foi andando ou não não tá mais próximo eh da inibição e sintoma do que da angústia propriamente dito porque você vê que preserva do Estado de angústia eh Você tem todos aqueles elementos que estão ali no esquema para tentar preservar o sujeito da angústia hum estaria nos outros que de preservação dessa angústia
só antes de passar para você Mônica eh alguns pontos aqui a Andressa perguntou eh sobre essa questão da negligência dos cuidadores eu vou dar um exemplo aqui no seminário 10 sobre o excesso de presença ou o excesso de falta de quem cuida eu acho que vai ficar mais simples Lila perguntou sobre se essa descarga pode ser um surto uma cena de raiva uma explicitação do ódio veja não é à toa que quando vocês pegam o esquema da angústia você a gente voltar lá no início eh o o o passo próximo mais próx próximo aqui da
angústia de um lado o acting out que tá aqui na via do sintoma do outro a passagem ao ato vocês lembram que a passagem ao ato é por Excelência o suicídio O Surto o rompimento a ruptura eh então a relação entre a passagem ao ato e angústia permite sim Lan que você faça essa relação mas de novo para eu poder te explicar até o final eu tenho que depois voltar aqui e definir passagem ao ato que não vai dar tempo hoje Mônica Obrigada Renato olha só eh assim como a primeira experiência de satisfação ela é
um tanto quanto mítica porque a gente não consegue lembrar dela nos mínimos detalhes né mas ao viver a aquela sensação novamente né ou algo Próximo daquela sensação a gente vai eh tipo reconfigurando aquela primeira experiência de satisfação com a angústia é mais ou menos a mesma coisa então nessa coisa do Nascimento tem esse essa essa angú né de você tá ali no mundo que você não sabe não conhece não tem como lê-lo não tem não sabe como se organizar ali então essa primeira experiência de angústia eu posso comparar ela essa primeira experiência de satisfação no
sentido que ela tem um que assim um pouco de mítica no sentido de que depois ela vai ser vamos dizer assim repaginada em alguns momentos que você vai sentir um traço dessa angústia Inicial dessa angústia primeiro essa relação pode ser feita veja e a primeira coisa que é importante se lembrar aí Mônica é que quando quando acontecer o recalque o recalque o que ele recalca o recalque ele recalca pensamento mas ele não recalca afeto Então os afetos eles estão sempre de algum modo ah livres do recalque e inclusive são justamente os afetos que convocam os
conteúdos recalcados a retornar então toda a experiência é recalcada não a parte afetiva da experiência não é recalcada inclusive não à toa ela lança de volta pra infância ela lança eh para essa sensação de vulnerabilidade de desamparo né Eh eh nós somos capazes de adultos chorar como um bebê nós somos capazes mesmo adultos nos sentirmos frágeis como nos sentirmos lá pequenininhos tem alguma coisa que nunca É de fato recalcada que nunca é completamente superada e isso são justamente os afetos então isso pode retornar a qualquer momento e o que faz com que isso retorne E
aí a gente vai avançar um pouquinho para ver o que que faz com que isso retorne então a princípio eh o que a gente tá colocando aqui veja é sobre a origem da angústia E aí depois a gente vai falar sobre a relação da angústia com o objeto até pra gente eu acho que a sua pergunta eh tem a ver com isso o que que convoca a angústia de volta né como que ela eh eh por que que ela se manifesta então ainda sobre a origem um ponto importante é que a gente voltou na na
na infância a gente voltou no grito nesse grito que depende de ser escutado e interpretado pel um grande outro e marca tanta a vulnerabilidade de quem grita como a dependência de quem grita tem em quem escutou esse grito a gente aponta aqui veja Lacan então aponta que a angústia é a falta da falta isso acho que volta paraa tua pergunta eh sobre a questão da negligência a negligência seria falta a angústia é a falta da falta então a negligência é quando eu não estou lá para cuidar a a falta da falta é quando eu nunca
saio de lá e as duas coisas são problemáticas o excesso de presença a presença maciça a falta da falta é um problema assim como se eu nem estiver lá a negligência também seria um problema mas aqui do do ponto de vista da angústia a angústia é a falta da falta ou seja o excesso de presença quando essa presença se impõe então de forma tão maciça que não resta espaço pro sujeito Adir porque como é que o sujeito vem de uma fenda de uma abertura de um espaço de um vazio se não tiver falta vazio espaço
sujeito não tem por onde sair ele fica ali sufocado morre antes de existir né e eh então o sujeito como sabemos ele é feito de linguagem marcado pelo Desejo o que que é desejo falta então o desejo para haver desejo precisa da falta então ali aonde a falta né Tem desejo e aonde tem a falta da falta não tem desejo e se não tem desejo o sujeito que que advém como um ato de resposta a algo que não se tem não tem como vir não tem como como AD viir E aí tem uma citação maravilhosa
do Lacan no seminário 10 que eu acho sempre muito interessante ela é muito óbvia pra clínica com crianças Mas eu particularmente penso que ela pode ir para todos os lugares mas pra clínica criança Ela é impressionante veja o que provoca angústia é tudo que nos anuncia que nos permite entrever que Voltaremos ao colo e isso é engraçado porque de modo geral as pessoas acham que o colo é o lugar mais maravilhoso do mundo né Queria voltar pro útero queria voltar com o colo quer nada é o lugar mais vulnerável aonde você é um pedacinho de
carne que se ninguém cuidar você morre não é bom ou seja voltar pro colo seria voltar para esse lugar eh completamente vulnerável de extrema dependência de desamparo né E aí então o Lacan continua veja que situação maravilhosa Então o que provoca angústia é aquilo que nos anuncia que a gente vai voltar pro colo ou seja qual é o grande perigo que a angústia quer se livrar do colo e ele continua não é ao contrário do que se diz o ritmo nem a alternância da presença e ausência da mãe e aqui vem exatamente a tua pergunta
Andressa a prova disso é que a criança se compraz em renovar esse jogo de presença ausência a possibilidade da ausência eis a segurança da ausência da presença que é só vocês lembrarem do carretel do Forte D então a criança se angustia porque o carretel foi para debaixo mas se satisfaz porque sabe que vai ganhar de volta então isso significa que esse jogo de presença ausência produz na verdade segurança não insegurança porque é justamente porque a mãe foi que eu sei que ela vai voltar e ela foi e eu me mantive vivo ela vai voltar e
eu vou poder recebê-la como presente de volta ou seja o jogo de presença e ausência é fundamental para que a criança saia dessa relação de desamparo que é amor barra dependência e possa inaugurar uma outra relação em que ela pode existir na ausência da mãe e pode ficar seguro com o fato de que a mãe retorna para essa presença né então o que que é de mais angustiante paraa criança né Eh é justamente quando a relação com a qual a nossa base se institui pela falta que a transforma em desejo é perturbada e ela fica
perturbada ao máximo Olha que interessante isso quando não há possibilidade de falta então o que perturba a relação entre os sujeito desejante com o grande outro que institui o desejo e que institui o desejo o sujeito a partir desse desejo a falta quando essa falta ela é desestabilizada né isso perturba isso isso perturba e perturba como gerando angústia veja então quando essa falta que a transforma em desejo é perturbada ela fica perturbada ao máximo quando não há possibilidade de falta Olha que frase interessante vamos lembrar na clínica com crianças hoje quando a mãe está presente
o tempo todo nas costas da criança especialmente ali limpar a bunda modelo de demanda da demanda que não Pode falhar o que que ele tá dizendo com isso e sim Lacan escreveu limpar a bunda porque é disso que a gente tá falando o o que que o Lacan tá dizendo com essa coisa aí do do limpar a bunda Sabe aquela coisa de que a criança ela não pode dormir sozinha ela não pode comer sozinha ela não pode tomar banho sozinha a criança tem 10 anos de idade e alguém tá ali dando banho nela a criança
tem 15 anos de idade e ainda tá dormindo na cama dos Pais é como se ela não pudesse se haver com a ausência um único minuto a a experiência de não poder se haver com a ausência nemum único minuto é uma experiência de morte e certamente uma experiência de angústia então a isso eu acho muito interessante Então o que que provoca angústia a ideia de que tem alguém o tempo todo nas suas costas sombreando a sua existência limpando a tua bunda essa frase do lac ela é muito interessante E aí veja pra gente fechar essa
parte sobre a origem então a origem tem a ver com essa extrema dependência que que aponta pro sujeito o quanto ele é frágil e pode morrer a qualquer momento entende por que a Extrema dependência nos vulnerabiliza porque conta pra gente quanto a gente é frágil então o modelo de mãe em que exige atender sem falhas todas as demandas é um modelo de angústia tanto do bebê quanto da própria mãe a mãe se angustia porque ela tenta atender todas e jamais será capaz e o bebê se angustia porque ao ter todas as suas demandas atendidas não
há espaço para ele existir a mãe perfeita não falta e sem falta não há possibilidade de sujeito a falta possibilita o jogo entre presença e ausência necessário para linguagem necessário para o desejo para que o sujeito possa se proteger da angústia é fundamental portanto que a mãe não seja perfeita que ela não seja portanto maciça presente ela tem que ausente e presente naara Oi Renata tudo bom tudo eh não meio acompanhando meio perdida assim nessa nessa relação de da angústia com o desamparo nesse sentido né de da ausência seressa presença maciça falta da falta e
o desamparo ser experiência de falta né como essas coisas se conectam assim sabe o desamparo não é ente uma experiência de falta na era o desamparo é uma experiência dessa Cola entre amor e dependência eh a a é nessa experiência de amor e dependência o que que causa o desamparo a essa experiência de que a minha sobrevivência Depende de que esse grande outro cuide de mim eu o amo e ele precisa cuidar de mim agora você tem razão no ponto eh o sujeito ele tem uma certa noção do desamparo o desamparo ele acontece como experiência
num belo dia em que algo né Ah E isso acontece obviamente muito rapidamente por exemplo ele tem uma cólica a mãe chega oferta todas as suas possibilidades e a cólica não vai embora ou seja porque a eh é impossível tirar todo o mal-estar de um bebê tá gente você pode ser a pessoa mais incrível do universo que eu te garanto que você não vai conseguir tirar todo o malestar nem seu e nem de ninguém então aquilo que resta desse mal-estar aponta que não há essa complementariedade essa perfeição eh e isso de algum modo nos lança
aí pra primeira experiência de desamparo que é boa lembrem-se voltem na aula anterior a gente tava falando sobre isso o desamparo não é algo para ser evitado o desamparo é justamente essa experiência que faz com que o sujeito se movimente como a existir uhum sem experiência de desamparo o sujeito sequer viria a existir ele precisa do desamparo entende uhum Renata eu só fico pensando numa pessoa com uma depressão errada como que fica angústia o desamparo para ela sabe aquela que que a pessoa deve ser uma coisa assim mais angustiante do que a própria angústia então
dá pra gente fazer uma conexão interessante eh a gente tá falando aí dos vários conceitos que a gente tem para trabalhar um que a gente ainda precisa trabalhar Inclusive é o de melancolia um outro o de devastação e relacioná-lo com desamparo e com angústia Então veja a gente falou de desamparo a gente tá falando de angústia Ainda precisamos falar de melancolia e de devastação e de algum modo estabelecer Qual a relação de proximidade e de diferença entre eles mas você faz aí um apontamento de que a gente vai ter que chegar aí tem alguma coisa
a ver com a a melancolia com esses estados que a gente tá dizendo se tem o que tem não são idênticos não são semelhantes mas tem algo a ver a gente precisa chegar nesse ponto bom eh é que só respondendo rapidamente sua pergunta você perguntou da mãe suficientemente boa eh eh essa fala nem é tão problemática porque veja é suficiente não plenamente né suficiente já implica o furo né é suficiente não é total uma outra relação importante aqui pra gente avançar a relação entre angústia e o conceito de estranho dos 10.000 conceitos que a gente
tem que avançar um outro muito importante é hmel e unimel estranho familiar Ou inquietante né Eh veja esse texto tem foi traduzido pela autêntica como o inquietante também é uma tradução legal eh ou infamiliar eh ou estranho que é a tradução da mais antiga né Ah então veja o que que a gente tem aqui a dizer da relação entre angústia e estranho já falamos um pouquinho lá atrás a angústia é quando aparece neste enquadramento que já estava ali muito mais perto em casa he de hmel hmel tem a ver com o conhecido com aquilo que
De algum modo me é comum né Eh Ou seja é um hóspede já veio aqui em casa eu abri a porta já entrou tá em certo sentido Sim é claro mas ao mesmo tempo é um hóspede desconhecido ele tá aqui dentro mas eu não sei quem é eu não sei quanto tempo vai ficar não sei quem chamou para entrar não sei que dia vai embora Deu para entender um hóspede estranho né esse hóspede estranho que aparece eh in opina eh inopinadamente ficou um espaço aqui que não deveria tem tudo a ver com que se encontra
no unimel no inquietante no estranho no desconhecido aí mas é muito pouco designá-lo dessa maneira pois como lhes indica muito bem o termo em francês eh assim de imediato esse hóspede H eh no seu sentido comum já é a alguém bastante inquietado pela espera veja o que que o hcan quer dizer com isso daqui se a angústia é uma certa expectativa Diante Do perigo ou seja uma certa antecipação do perigo como o rans que tem medo de sair de casa e encontrar os cavalos Então se quer ele sai de casa eh então se a angústia
nos conta que eu vou encontrar com algo de insuportável com algo de perigoso eu posso dizer que esse algo de insuportável e de perigoso que o Lacan lá na frente vai chamar de das Jing diga as passagem já fazendo um spoiler né Essa a coisa né já que não é exatamente um objeto porque se fosse o objeto eu saberia mais claramente O que é né esse é a coisa que eu só posso contornar posso inventar os nomes para ele tipo cavalo né mas não é o cavalo de Fato né tanto que ele pode migrar para
outro objeto eh esse inquietante esse estranho é ele é suficientemente conhecido para eu temê-lo para eu antecipar que tem ali um perigo mas ele é suficientemente desconhecido para eu não saber exatamente quando por como começou porque justo agora porque comigo e assim por diante e isso causa uma sensação terrível por exemplo você perguntar para alguém angustiado mas quando isso começou por que que você sente isso o que que isso significa cara não sai nada a pessoa te olha com aquela cara que que você quer de mim isso tudo que você tá perguntando não tem como
responder lembre-se que é uma experiência anterior ao recalque essas perguntas todas vão ter que ser construídas não tem resposta pronta elas vão ser formuladas em análise e a gente precisa chegar nesse ponto Então veja esse hóspede né que já passou para hostil Olha que só que interessante esse jogo de palavra né o hóspede se tornou então hostil ele me é familiar Mas agora ele é hostil né com quem iniciei esse discurso sobre sobre a espera no sentido corriqueiro esse hóspede não é o heel de conhecido né familiar não é um habitante da casa é o
hostil lisongeado apaziguado aceito ou seja eh é um hostil que eu até sei quem é não sei por não sei quando chega não sei por que se tornou hostil Então o que é heim né O que é hóspede O que é familiar eh que é segredo créo nunca passou pelos desvios pelas redes pelas peneiras do reconhecimento manteve-se um heimel desconhecido eh menos não habitável habituámos que eu fico angustiada em determinadas horas do dia olha eu consigo escrever bastante coisa sobre a minha angústia mas quando você quer tirar de mim mais informações que isso eu não
consigo porque aí já é um desconhecido Deu para entender então é um texto fragmentado fraturado meio esquisito eu consigo contar até um pedaço não consigo contar tudo e daí as pessoas ao redor ficam irritadíssimo mas como assim você se sente angustiado e não sabe explicar é eu me sinto angustiado e não sei explicar isso mesmo Ou seja é uma angústia familiar e desconhecida ao mesmo tempo então o surgimento do heimish né apresenta Então esse fenômeno da da angústia E aí o Lacan vai fazer uma provocação por isso constitui um erro dizer que a angústia é
sem objeto mas aí vem a gracinha do Lacan a angústia ela é tem um objeto não a angústia não é sem objeto guardem essa essa brincadeira pra gente entender então não é que a angústia tem o objeto mas é que também a angústia não é sem objeto Então você fala qual é o objeto da angústia angústia não tem este objeto Ah então angústia não tem objeto não angústia não é sem objeto eh esse jogo de um objeto que está e não está é e não é conhecido e familiar guardem esse jogo complicado aí e aí
nesse jogo complicado O que que é realmente da angústia o que que realmente é a certeza de novo por isso que a angústia tá lá na borda lembra que a gente falou que ela é um evento de borda tá no limite do esquema próxima passagem ao ato o que que é essa certeza se vocês já estudaram estruturas clínicas vocês se lembram Qual a principal conclusão ali da neurose a manifestação diante do recalque a dúvida Qual a principal manifestação diante da foraclusão na Psicose a certeza então quando a gente fala de uma experiência de certeza a
gente já tá apontando para alguma coisa que bordeja algo que aponta paraa Psicose significa que o angustiado é necessariamente Psicótico não estou falando isso estou dizendo que é uma experiência que bordeja algo dessa ordem eh Então veja o que que a gente tem E isso não é bom na angústia a relação da angústia com a certeza e aí o Lacan continua todos os desvios são possíveis a partir da angústia o que esperar Afinal de conta é que a verdadeira substância da angústia é aquilo que não engana que está eh o que está fora de dúvida
Então essa frase vocês já ouviram a angústia é aquilo que não engana ou a angústia não engana o que que a angústia não engana o sujeito que sente angústia não tem dúvida que ele está angustiado a angústia não engana o sujeito que Experimenta angústia sabe que Experimenta angústia quem tá de fora não sabe mas quem tá dentro da angústia sabe quem tá de fora fica perguntando Mas é Pânico é angústia é ansiedade e que que tá acontecendo com você me explica de novo e quem tá de fora vai tá fica contornando perdido mas quem Experimenta
angústia a angústia é uma experiência de certeza não há dúvida eh não se deixem levar pelas aparências não é por por poder parecer-lhe clinicamente perceptível a ligação entre a angústia e a dúvida a hesitação o o chamado jogo ambivalente do obsessivo que se trata da mesma coisa cois a angústia não é a dúvida a angústia é a causa da dúvida e isso aqui leva ajudaria a responder a pergunta que fizeram ali sobre a diferença entre ansiedade crise de ansiedade e angústia vou guardar essa questão para mais para frente bom então eh não é vou para
aqui para final por causa da do tempo tá Então veja Agir é arrancar da angústia a própria certeza Agir é Efetuar uma uma transferência de angústia pois bem é justamente isso que permite introduzir agora que talvez a angústia né seja da angústia a ação que retira sua certeza de onde que vem a certeza da angústia a angústia causa uma sensação tão ruim um descontrole tão grande lembra descontrole o máximo do movimento e o máximo da dificuldade que diante desse enorme mal-estar o sujeito então arranca da angústia uma certeza na forma de um agir e essa
forma de agir que ele arranca dessa extrema dificuldade desse extremo movimento é a nossa maior preocupação porque esse arrancar um agir pode ser inclusive pular pela janela arrancar um agir pode ser inclusive tomar uma quantidade considerável de medicamento significa necessariamente que o sujeito quer se matar às vezes é um agir para tentar sair da angústia Deu para entender então não é exatamente um planejamento de morte mas um desespero um ato de certeza em forma de ação para conseguir escapar da angústia tudo bem eh para avançar um pouquinho pra gente poder ir eu vou ter que
avançar por causa do tempo direto pra clínica tá bom F vou passar para você e Já vamos direto pra clínica por causa do tempo é rápido Renata eu eu penso que só a o a pessoa muito angustiada dá conta da análise que sem angústia não não vai mais ou menos Fan a pessoa muito angustiada ela também não dá conta da análise e eh também também ah inclusive o que fazer na clínica em relação angústia veja quando o sujeito te chega na análise eu acho que é esse ponto pra gente fechar quando o sujeito chega na
análise no estado de angústia não faça corte não faça interpretações não faça intervenções abruptas Não façam sessões rápidas Deu para entender ou seja a angústia se você corta se você pede para interpretar se você automutilação nem tanto Len depende tá depende de como ela aparece aí e se você corta se você interpreta se você faz uma sessão curta você convoca o sujeito para lugar que ele já está próximo demais que é o agir comoo de certeza Deu para entender então no estado de angústia eh as intervenções que se faz não são da Ordem do interpretar
entender concluir concluir de jeito nenhum afinal qual é a conclusão da angústia o ato de certeza e ato de certeza como a gente bem diz que coisa boa não é dúvida é coisa boa gente certeza é problema dúvida é bom Então veja a qual que é o trabalho então da Clínica diante da angústia o afeto experimentado pela angústia então é anterior ao recalque certo se é anterior ao recalque significa dizer que a angústia não encontra significantes na linguagem para organizar então não cobre isso do sujeito Me explica como assim não mas eu não entendi para
de cobrar inclusive isso as pessoas às vezes quando tão Cris de angústia elas saem de casa elas se escondem no quarto elas tomam um remédio para dormir para não ter que responder essas perguntas Infernais que as pessoas ficam ao redor querendo saber entende mas fala comigo o que que tá acontecendo cara não tem o que falar não tem o que falar essa é a dificuldade então o afeto experimentado pela angústia é anterior ao recalque O que significa que a angústia não encontra significantes na linguagem para organizar para dar unidade ou para dar limite né por
isso a gente tá falando que ela é um efeito de borda né o significantes Então são oferecidos ao sujeito Olha que olha o já vão pensando aí a coisa da Clínica Alguns significantes vão ser oferecidos ao sujeito após a o recalque porque o recalque significa que sujeito já tá inserido na linguagem a linguagem serve para organizar um milhão de coisas na vida dele e algum uma coisa dessas que organiza pode ser útil para isso no qual ele não tem recurso para organizar que angusta deu para entender eu vou e eh colar de outros lugares né
pegar de empréstimo de outros lugares Então os significantes oferecidos ao sujeito após o recalque vão construir amarrações para angústia o tratamento analítico conta com isso que os significantes vão amarrar então Imagine que na angústia como se o sujeito fosse despedaçar um bonequinho explodindo a sensação que eu tenho na angústia é que você vai um pedaço para cada lado então o que que os significantes vão fazer colar amarrar costurar Deu para entender ou seja tentar articular alguma organização algum limite alguma unidade que permita estacionar minimamente essa esse movimento da angústia e sobretudo não levar para certeza
não propor uma nem uma interpretação a dúvida O que ela Depende de esforços serve apenas para combater angústia Então como é que a gente combate angústia também oferecendo dúvidas Então a gente oferece significantes e a gente oferece dúvida é justamente através de engodos eh e justamente através de engodos que que são engodos vocês já ouviram falar de engodos aquela coisa que não tem solução tipo assim que que é uma situação e é o que que é um engodo é é uma coisa que não chega ao fim nunca chega a uma conclusão né Ah eu queria
tanto comer doce mas eu não posso comer doce porque eu tô de dieta Então você tá dieta você não pode comer doce mas eu não quero quebrar dieta mas eu quero comer doce o bom engodo que o o o o Freud dá é a história da panela não sei se vocês lembram a história da panela né você ah cadê a panela que eu te emprestei eh que panela você não me emprestou nenhuma panela não emprestei a panela Ah aquela panela já te devolvi você me devolveu a panela não não te devolvi a panela porque a
panela tava furada eu joguei fora não ia te devolver uma panela furada Você jogou fora minha panela não nunca peguei uma panela emprestada com você o Freud ele dá não sei se você já viram essa história da panela ou seja o engodo é aquela conversa que não vai para lugar nenhum lembram disso então o que que você oferece aqui na dúvida engodo Ou seja a porque a conclusão não é boa porque a conclusão é um ato de certeza diante da angústia que leva uma solução abrupta lembra que a gente tava falando sobre isso então para
você chamar o sujeito de volta para o segundo tempo que que é o segundo tempo primeiro tempo é instante de ver o segundo tempo tempo de compreender e o terceiro é o momento de concluir o instante de ver é um instante rápido momento de concluir perigoso correto então aonde que eu tenho que manter o sujeito no na elaboração então Eu ofereço dúvidas engodos significa antes para que o sujeito fique aqui na elaboração e não salte para conclusão porque a conclusão é um precipício tudo bem porque se trata de evitar aquilo que na angústia se assemelha
a certeza assustadora ó como lac é didático Então por que que eu ofereço dúvida engodo e significantes para evitar que o sujeito se aproxime da certeza assustadora que é a conclusão que leva ao ato a ação certo que o sujeito temem extremo movimento extrema agitação extremo movimento extrema agitação é perigosíssimo é um ato sem pensar é abrupto né Freud designou a angústia no fim da sua obra Então como um sinal escutem os sinais é como se esse dizendo a a a angústia é um sinal então ela não é uma metáfora ela é um sinal se
ela não é uma metáfora não adianta ficar eh perguntando o que ela significa Deu para entender a lógica o sintoma é uma metáfora eu pergunto o que ele significa a angústia é um sinal eu não pergunto o que ela significa Tudo bem então designou como um sinal distinto do efeito de situação traumática e articulado com o que chamou de perigo então a angústia é um sinal de perigo fechem as janelas guardem os remédios a angústia é um sinal de perigo eh termo que este que por sua vez remete a ideia não elucidada convém dizer de
perigo de vida gente não tem como ser mais claro né a angústia portanto não é uma metáfora não procur entender ou interpretar a angústia é um sinal e um sinal de quê gente não tem como laccer mais didático do que isso um perigo de vida então o que está em jogo na angústia a vida então para onde você conduz a angústia para uma conclusão não a conclusão coloca a vida em risco você volta para o engodo para dúvida para elaboração o perigo em questão está ligado ao caráter de sessão do movimento constitutivo do objeto a
Então veja eh para fechar a interpretação que damos incide sobre a dependência maior dos desejos em relação uns aos outros mas isso equivale a enfrentar a angústia só a superação da angústia E aí lá na frente primeiro vocês vão tentar trazê-la para elaboração certo e o que que é a superação da angústia só há superação da angústia quando o grande outro é nomeado Só existe amor por um nome como todos sabem por experiência própria no momento em que é pronunciado o nome daquele ou daquela a quem se dirige o nosso amor sabemos muito bem que
esse é um limar da maior importância ou seja por essa nomeação de eh quem é este grande outro que eu o amo mas existo numa certa Independência para amar e não dependente submetido ou seja eh tentando escapar dessa relação de desamparo amor e dependência quando esse outro é nomeado e esse amor pode ser dirigido mas também retirado eu tenho a possibilidade de uma superação da angústia Mas o que eu gostaria que vocês guardassem sobretudo acho que o ponto fundamental pra clínica é Freud designou angústia como um sinal não uma metáfora um sinal um sinal né
De quê De que há um perigo qual é o perigo o perigo de vida como lidar com este sinal introduzindo a dúvida O engodo oferecendo significantes certo semana que vem narcisismo e na outra semana vamos tentar organizar todos pra gente decidir se a gente vai pro gráfico do desejo esquema da angústia a gente tem que decidir qual o percurso que a gente vai fazer vamos fazer uma enquete lá no grupo pra gente decidir Quais qual que vocês preferem vou colocar uma sequência se a gente vai pro desenvolvimento psicossexual a partir de Freud e os três
tempos do Ed Lacan se a gente vai pro grafo do desejo e continua próximo dessa via se a gente avança agora para esse esquema da angústia que eu apresentei para você vocês vou fazer ali um uma enquete Zinha pra gente decidir qual sequência que a gente vai todo dia que a gente vai por todos os caminhos mas os caminhos são longos tudo bem ô Renata diga Renata não tinha uma dúvida mais fácil para você colocar bom a gente vai ter que fazer todos os percursos a questão é qual percurso e é interessante psicanálise Qual é
o percurso certo não tem a gente pode ir por qualquer caminho porque no final das contas a gente vai encontrando os mesmos conceitos no caminho entende não b beijo para todo mundo então
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