sobre o sentido da vida autor Victor e Franco editora Vozes Nobilis prefácio os textos reproduzidos neste livro transcrições de três das conferências ministradas por Victor Franco no ano de 1946 tem enorme força incrível atualidade eles refletem sucintamente o conjunto das ideias desse grande médico e psicoterapeuta difundidas nas décadas seguintes por meio de números artigos e livros a profundidade com que Victor Franco ilumina condite humana nesses três textos não tem igual é portanto extraordinário mérito da editora belts com a publicação deste volume do pensamento de Victor Franco para o público atual em especial para os jovens
Victor Franco embora tivesse recusado semelhante designação em virtude de sua natureza reservada e modesta era um gigante a meu ver ele se equipara Hipócrates o fundador da Medicina na Grécia clássica e ao médico osasiano Albert schvaitzel agraciado em 1954 com o prêmio Nobel da Paz como chi vai dizer também Victor Franco ocupou-se ao olhar Muito Além da Medicina com questões antropológicas que dizem respeito aos fundamentos da condição humana a seguir são destacados examinados de modo por menorizado três aspectos que me tocaram particularmente nos textos aqui publicados por si mesmo como núcleo do ser humano Victor
Franco tinha 41 anos de idade um homem nos seus melhores anos quando ministrou as conferências cujos textos aqui Lemos no entanto ele já havia passado por experiências que estão entre as piores que podem suceder a um ser humano Franco estava entre os milhões de seres humanos atingidos pelos horríveis crimes dos nazistas Ele foi ao mesmo tempo um dos poucos que sobreviveram a prisão sofrida no campo de concentração no seu caso em vários campos de concentração dessa época ele obteve uma experiência que lhe permitiu compreender pessoalmente o que constitui o núcleo do ser humano quando tudo
lhe foi tomado o encontro com o seu próprio si mesmo uma característica da época atual é que muitas pessoas não têm mais nenhuma ocasião para um encontro com seu próprio si mesmo devido ao ritmo Frenético de nossa vida o porquê se esquivam dele ativamente com distrações constantes porque porque o encontro com si mesmo estaria relacionado com sentimentos desagradáveis ou seria até mesmo insuportável ser Prisioneiro em um campo de concentração é uma experiência de exceção Incomparável Victor Franco Deixa claro porém que só aceitava essa ideia de modo limitado também a vida inteiramente normal por assim dizer
apresenta situações que de uma só vez tomam do ser humano a semelhança do prisioneiro muitas coisas ou até tudo que até então me permitir evitar o encontro com o próprio si mesmo esse tipo de situação pode acometer qualquer pessoa somente na Alemanha anualmente 480 mil pessoas contrai em câncer fatalidades de diversos tipos perdas acidentes ou enfermidades podem surgir repentinamente na vida limitar as possibilidades de uma pessoa em alguns casos impondo-lhe até limitações mais graves O que ocorre Então os textos de Victor Franco São incentivo para encontrar o próprio si mesmo não só quando tudo que
é irrelevante foi dissolvido por um revés quando o dinheiro poder fama se tornaram questionáveis Ou foram perdidos as citações reproduzem palavras de Franco nosso si mesmo é digno de atenção não só quando a vida não nos deixa mais nenhuma outra escolha recentemente dediquei ao si mesmo humano um livro a tarefa central da vida consiste segundo o Franco em se posicionar bem interiormente desde cedo na vida isso exige que esse desenvolva uma capacidade interior para preservar seus si mesmo sua dimensão mais autêntica também quando subitamente desaparecem as constantes distrações e a tralha material conquistamos rodeados no
cotidiano quem não está em contato com seus si mesmo mas subitamente forçado pelo destino a se ocupar com a questão de saber o que torna própria vida essencial valiosa e plena de sentido corre o risco de na diversidade cair na apatia Victor Franco reconheceu que o ato de deixar se cair psicamente também conduz a um declínio corporal aqui Victor Franco fala como médico que pensa de modo holístico e antecipam que hoje constitui o núcleo da Medicina psicossomática e é entre outros também o estado da ciência no âmbito da Psicologia moderna pessoas que pedem suas forças
próprias sofrem um enfraquecimento de seu sistema imunológico e com isso também de sua capacidade de resistência patologias inclusive tumorais fontes do sentido da vida é formidável modo como Victor Franco nos revela as fontes que podem dar sentido à nossa vida o que hoje aflige um número cada vez maior de pessoas no mundo inteiro levando asa se dedicar em cada vez mais intensamente a propostas espirituais distintas é a compreensão de que o bem-estar material não é peixe nenhum evento que confere sentido o prazer em si para Franco não é nada que possa dar sentido a existência
a felicidade não pode nem deve nunca ser um objetivo mas apenas o resultado a partir daqui Victor Franco desenvolve o pensamento decisivo que constitui o núcleo do conceito de filosofia existencial por ele desenvolvido a questão não pode mais ser a seguinte o que devo esperar da vida mas deve ser apenas a seguinte o que a vida espera de mim segundo Franco A vida é que nos coloca questões que temos de responder é só respondê-las que surge a possibilidade de realização de sentido como instrumentos que estão à nossa disposição para responder as questões que nos são
colocadas durante a vida Victor Franco citação efetiva atenção às outras pessoas e a vivência das Belas impressões Inclusive das belezas da natureza a pessoa privada da possibilidade de ser ativa permanece a vivência Inclusive a experiência de ser amada ao ser humano é possível além de ser ativo realizar a tarefa de dar sentido à Vida colhendo de modo passivo mundo no si mesmo ao refletir sobre as possíveis fontes de sentido Victor Franco conduz suas leitoras e seus leitores a profundeza mais profunda inclusive um sofrimento imposto a pessoa ou seja não suscetível de ser evitado pode tornar-se
uma fonte de sentido a forma como ser humano se posiciona interiormente diante do seu sofrimento pode ser um ato que confere sentido tudo em Sucesso interior e todo fracasso no mundo e nada afetam o sentido que possa resultar no adoecer e não morrer Franco se refere aqui a um sucesso interior o sentido de nossa vida consiste numa parcela não reduzida em como nos posicionamos em relação ao nosso destino exterior aqui surgem referências extraordinariamente atuais é questões que hoje nos ocupam no estudo dos traumas Patologia e traumas sofridos podem quando as pessoas afetadas recebem apoio social
e terapêutico suficientes produzir não apenas sobrecargas mas também levará algo que hoje é designado de crescimento pós-traumático a alma do ser humano poderia pelo menos até um certo ponto e dentro de certos limites também ser consolidada pelo fato de vivenciar uma sobrecarga depende do ser humano e somente dele assim Franco se seu sofrimento tem um sentido ou não medicina moderna entre objetividade e humanidade entre os elementos de grande destaque dos textos de Franco publicados neste livro estão a meu ver suas Exposições sobre a relação médico paciente a paciente numa crise psíquica provocada geralmente por uma
grave enfermidade em regra não encontra por si só o caminho para recuperar suas forças próprias para descobrir o sentido oculto de uma doença e redescobrir as forças próprias perdidas o paciente necessita do bom médico Victor Franco que já era especialista em Neurologia antes de ser preso e encarcerado pelos nazistas não faz qualquer crítica insignificante a medicina convencional antes descreve um risco inerente à Medicina moderna ou seja o risco de fazer do paciente Um caso e material doente equivoca-se Quem acredita que esses conceitos citados por Franco São de uma época anterior houve muitos colegas se referirem
nesses termos a pacientes e colaboradores material colaborador esses conceitos indicam expressos nos termos de Franco como é profunda e ampla essa tendência de distanciamento por parte do médico e essa reificação do ser humano o seguinte texto de Franco parece uma mensagem endereçada a nossa medicina o bom médico é chamado a retornar repetidamente da objetividade para a humanidade seria interessante saber como Victor Franco se manifestaria em relação àqueles que hoje acreditam que o público em geral tem o direito de exigir algo do indivíduo no serviço da Medicina como por exemplo a disposição declarada como padrão de
doar os órgãos cada leitor e cada leitora pode após ler os textos de Franco decidir pessoalmente essa questão Na minha opinião entre as passagens particularmente tocantes de suas Exposições estão as indicações de Franco de que o paciente individual tem que ser refletido e visto num sentido mais profundo pelo médico é a humanidade no médico que descobre Afinal o humano no doente Além disso desperta humana no doente que sentença o ser humano e aqui especialmente o ser humano golpeado pelo destino ou atingido pela doença necessita de reflexo e de ser visto não apenas pelo médico mas
de modo geral para encontrar um sentido no sofrimento e fazer a tentativa de desenvolver uma atitude adequada em uma determinada situação difícil são necessários os outros todo Prisioneiro do campo sabia que de alguma forma em algum lugar havia alguém que de modo imperceptível o olhava em diversas ocasiões Franco enfatiza a existência dos outros o ser dos outros sem o quais não é possível ao ser humano manter seus si mesmo e dedicasse as tarefas da vida aqui se revela toda a atualidade dos textos de Franco a necessidade da ressonância interpessoal para conquistar desenvolver e manter nossos
si mesmo é um pensamento bastante moderno desejo que os textos deste livro encontram em muitos leitores e leitores interessados é sabido que a leitura dos escritos de Victor Franco está relacionada a um enorme ganho pessoal Professor Doutor Joaquim Bauer Berlim verão de 2019 nota editorial Victor Franco ministrou as conferências deste livro em março e abril de 1946 na escola para formação de adultos do bairro Operário Vienense de otário elas foram publicadas no mesmo ano como livro sobre o título apesar de tudo três conferências para presente reedição foi preciso escolher um novo título pois mais tarde
Franco utilizou novamente o título acima uma citação do famoso canto de buchenval de ao publicar de novo seu livro em fechou em busca de sentido um psicólogo no campo de concentração juntamente com o drama sincronization os textos foram adequados a nova ortografia alemã digo ao modo foram cuidadosamente adaptados os termos individuais de Franco que a época do surgimento das conferências eram parte integrante do vocabulário geral e médico que hoje no entanto deixaram de ser atuais como genastácio hospício negero gestanqueiro demente vestiu algum extermínio idioticheblene kindeiro crianças idiotas retardadas Capítulo 1 o sentido e o valor
da vida falar do sentido e do valor da vida parece hoje mais necessário que nunca a questão é saber se como isso é possível de certa forma hoje é até mais fácil de novo deve-se falar abertamente Sobre muitas coisas sobre muitas coisas que estão intimamente relacionadas com o problema do sentido e do valor da existência humana bem como da dignidade humana por outro lado atualmente tornou-se difícil falar de sentido valor e dignidade temos que nos indagar pode ser ainda hoje simplesmente pronunciar essas palavras ora o próprio sentido desses termos não se tornou de certa forma
questionável Ultimamente não se fez propaganda demasiadamente negativa contra tudo aquilo que essas palavras significam ou seja costumavam significar a propaganda dos últimos anos quase que vale a uma propaganda contra o eventual sentido e contra o valor contestado da existência esses anos foram Decididamente marcados pela tentativa de demonstrar a ausência do valor da vida humana desde Kant o pensamento europeu sabia transmitir uma mensagem Clara sobre a verdadeira dignidade do ser humano o próprio afirmou na segunda formulação de seu imperativo categórico que cada coisa tem seu valor o ser humano porém sua dignidade o ser humano jamais
deveria tornar-se um meio para o fim no entanto já na ordem econômica das últimas décadas as pessoas que trabalham foram em grande parte convertidas em simples meios degradadas a meios da vida Econômica já não era mais o trabalho que constituia um meio para o fim um meio para subsistir Na verdade era o ser humano e sua vida sua energia Vital sua força de trabalho que constituía um meio para o fim e então veio a guerra a guerra entre o ser humano e a sua vida foram colocados a serviço até mesmo da Morte e vieram os
campos de concentração neles mesmo aquela vida considerada digna da Morte foi explorada em seu último momento que desvalorização da vida que degradação e humilhação do ser humano encontram-se aí imagine-se para dimensionar isso que um estado passe a explorar de alguma forma todos aqueles que foram por ele condenados à morte a serviço de sua força de trabalho até o último momento por exemplo a partir da ideia de que isso é mais razoável do que matar sumariamente essas pessoas ou até durante toda a vida ou nos campos de concentração diziam nos seguidamente que não variamos a sopa
aquela sopa que nos era fornecida como única refeição diária e cujos custos deveríamos repor na forma de trabalho de terraplanagem e escavações nós indígenas tínhamos de aceitar de modo correspondente essa dádiva ao recebê-la os prisioneiros tinham que tirar o gol assim como nossa vida não valia uma sopa ou se quer uma bala de chumbo mais apenas por fim vieram os assassinatos em massa em manicômios aí ficou manifesto que toda vida que não era mais produtiva ainda que fosse apenas da forma mais escassa foi considerada literalmente indigna de ser vivida no entanto também um absurdo como
afirmamos anteriormente foi difundido naquela época o que dizer disso nosso estilo de vida atual não tem muito espaço para convicção no sentido Vivemos num típico período pós-guerra ainda que num tom jornalístico pode se caracterizar o Estado de Espírito a constituição psíquica do ser humano de hoje do modo mais apropriado como psicamente bombardeado tudo isso ainda não seria tão terrível se por toda parte não se estivesse dominado também pela sensação de que ao mesmo tempo já se vive novamente Não período prega a invenção da bomba atômica alimenta o temor de uma catástrofe escala mundial e um
certo sentimento de fim do mundo se apodera do final do segundo Milênio já conhecemos esse sentimento de fim de mundo a partir da história ele existiu no início e no final do primeiro milênio e no século passado houve como se sabe um sentimento de fim de SIEPE não só ele era de rotista todos esses sentimentos tem na origem um certo fatalismo com o fatalismo desse tipo porém não se consegue avançar numa reconstrução espiritual precisamos por hora superá-lo mas nesse caso teríamos que levar enquanto o seguinte hoje não se pode mais simplesmente ignorar com otimismo barato
que o período recente trouxe consigo tornamos nos pessimistas deixamos de acreditar num Progresso por Excelência não desenvolvimento superior da humanidade como algo que simporia de modo autônomo a criança cega num Progresso automático tornou-se um assunto do burguês saciado hoje essa criança seria reacionária Hoje sabemos do que o ser humano é capaz Isso é uma diferença fundamental entre as maneiras de entender das épocas passadas e aquelas do presente talvez ela possa ser caracterizada de maneira mais adequada nos seguintes termos no passado o ativismo estava associado ao otimismo ao passo que atualmente ele tem como condição um
certo pessimismo pois hoje todo impulso para a ação vem da convicção de que não há nenhum Progresso em que se possa confiar cegamente se hoje não podemos ficar de braços cruzados é justamente porque depende de cada um de nós definir o que e até onde algo progride nesse sentido estamos cientes de que em geral apenas uma progressão interior de cada indivíduo e que o progresso geral no entanto consiste no máximo num Progresso técnico que só nos impressiona piercing como o progresso Porque vivemos precisamente numa era técnica é unicamente a partir do nosso pessimismo que conseguimos
Agir é exclusivamente a partir de uma atitude cética que ainda somos capazes de entrarem em ação ao passo que o antigo otimismo só nos iludia induzindo-nos assim a um fatalismo ainda que cor-de-rosa é melhor um ativismo sóbrio do que esse fatalismo cor-de-rosa com inabalável teria que ser a convicção no sentido da vida caso ela não devesse ser abalada também por tal ceticismo qual Incondicional deveria ser nossa convicção no sentido e no valor da existência humana caso essa convicção devesse acolher e suportar também aquele ceticismo e aquele pessimismo e isso justamente numa época em que todo
idealismo está tão desacreditado depois que todo entusiasmo sofreu o tamanho abuso numa situação em que somente podemos recorrer ao idealismo e ao entusiasmo a geração atual os jovens de hoje sendo que nas gerações jovens é que haveria maior probabilidade de se encontrar idealismo e entusiasmo carece de qualquer exemplo a seguir foram mudanças em demasia que uma única geração teve que presenciar foram demasiadas rupturas exteriores em seguida interiores que ela teve de vivenciar demais para uma geração para que dela ainda devessemos esperar idealismo entusiasmo todos os programas todas os lemas todos os princípios foram simplesmente desmoralizados
na esteira dos últimos tempos nada podia existir de modo que tampouco as pessoas podem ficar surpresos se uma filosofia contemporânea ver o mundo como se ele consistisse no nada mas é através desse inimismo do pessimismo e do ceticismo através da sobriedade de um objetividade que já não era mais nova mas estava envelhecida que atualmente temos que nos impor para construir uma nova humanidade Pois é certo que os últimos anos causaram desilusão mas eles também nos revelaram que o humano tem valor nos ensinaram que tudo no ser humano é importante o que permaneceu foi somente o
ser humano afinal de contas pois ele permaneceu de toda a sujeita do passado recente e permaneceu na experiência dos campos de concentração em algum lugar na Baviera havia um campo de concentração em que o chefe um oficial da SS secretamente destinava dinheiro de seu próprio bolso para comprar medicamentos na farmácia do mercado bávaro das redondezas para os seus prisioneiros ao passo que ali mesmo o mais antigo do campo ou seja ele mesmo um prisioneiro submetidos demais prisioneiros aos mais terríveis maus tratos o que importa é o ser humano o que permaneceu foi o ser humano
o simples ser humano tudo se desprendeu dele nesses anos dinheiro poder nada mais era seguro para ele Nem a Vida Nem a saúde nem a felicidade tudo se tornou questionável vaidade ambição relações tudo foi reduzido a existência nua e crua encandecido pela dor tudo que é relevante foi dissolvido o ser humano fundiu-se com o que em último Instância ele era ou alguém da massa logo ninguém real portanto realmente ninguém o anônimo o Sem Nome que ele ainda era por exemplo um número de Prisioneiro ou porém fundiu-se com seus si mesmo desse modo ainda havia portanto
algo como uma decisão isso não nos surpreende pois existência a cuja nudez e fraqueza o ser humano foi reduzido nada mais é do que decisão o que no entanto podia ajudar o ser humano nessa decisão o fator determinante para ele era a existência dos outros o ser dos outros ou seja seus seres exemplar isso surtia mais efeito do que qualquer Discurso ou do que qualquer escrito pois o ser sempre a mais decisivo do que a palavra e ela é preciso se perguntar repetidamente se não é muito mais importante do que escrever livros ou ministrar conferências
por em prática o conteúdo consoante seu próprio ser o que é posto em prática é muito mais efetivo a palavra por si só realiza muito pouco certa vez foi chamado a ir até uma mulher que havia cometido suicídio sobre seu sofá estava pendurada na parede uma moldura com a sentença mais grandioso que o destino é a coragem de quem o suporte nabavelmente e sobre essa frase esse ser humano tirou sua vida é claro que as pessoas exemplares que podem e devem atuar através de seus ser estão em minoria isso nosso pessimismo sabe mas é justamente
isso que distingue o ativismo contemporâneo é justamente isso que distingue a e maldita responsabilidade dos poucos um antigo mito diz A esse respeito que a existência do mundo se baseia no fato de que em cada época a nele 36 pessoas verdadeiramente justas somente 36 uma ínfima minoria e ainda assim elas garantem a reserva moral do mundo inteiro mas esse mito continua seu relato logo que um desses justos reconhecido como tal é escrutinado pelo seu entorno pelos semelhantes ele desaparece ele é retirado ele precisa morrer no mesmo instante o que isso significa não nos enganamos ao
afirmar o seguinte ao perceber a tendência pedagógica do exemplo a seguir a pessoa se dispõe o ser humano não gosta que alguém me dê lições o que tudo isso quer dizer o que foi exposto até aqui nos revela duas coisas tudo reside no ser humano individual apesar da quantidade no máximo diminuta de pessoas da mesma opinião e tudo reside no fato de que ele realiza na prática e não comer as palavras o sentido da vida conforme o seu próprio ser portanto trata-se apenas de contrapor aquela propaganda negativa da Época recente aquela propaganda do Absurdo uma
propaganda que deve ser em primeiro lugar individual em segundo lugar ativa somente desse modo ela é capaz de ser positiva isso em relação à questão inicial de saber se em que sentido e a partir de que espírito poder seria ainda hoje defender um sentido e um valor da vida mas quando se fala do sentido da existência ele já foi em todos os casos posto em questão quando se pergunta expressamente por ele ele também já foi de alguma forma posto em dúvida a dúvida a respeito do sentido da existência humana no entanto conduz facilmente ao desespero
esse desespero nos confronta na forma de decisão para o suicídio quando o tema é suicídio temos de decidir Entre Quatro motivos essências distintos em Essência a partir dos quais surgem à disposição interior para o suicídio para o primeiro o suicídio pode ser consequência consequência de um estado efetivamente não psíquico mas corporal físico nesse grupo se incluem por exemplo aqueles casos em que alguém a partir de uma indisposição anímica de origem em última instância corporal tenta se matar de modo quase compulsivo pela sua natureza esses casos estão excluídos de antemão das reflexões da conferência de hoje
além disso a pessoas em que a decisão de cometer suicídio amadurece com base num cálculo de seus efeitos sobre os outros pessoas por exemplo que querem vingar-se de alguém por causa de algum dano que se lhe causou e que querem dar vazão a sua sede de vingança de tal forma que os atingidos carregam consigo por toda a vida uma consciência de culpa eles devem se sentir culpados pela morte dela também esses casos precisam ficar de fora ao se tratada que estão do sentido da vida em terceiro lugar a pessoa cuja decisão de cometer suicídio provém
do fato de que simplesmente se sentem cansadas cansadas da vida mas esse cansaço é um sentimento e sentimentos como você sabe não são argumentos que alguém está cansado sente cansaço está longe de ser por si só um motivo para interromper a caminhada antes tudo que importa é saber se continuar a caminhar tem um sentido se favorece a superação do cansaço o que aqui de fato é necessário é precisamente uma resposta para a questão do sentido da vida da continuidade da vida apesar da Fadiga Vital existente enquanto tal ela ainda não constitui portanto nenhum motivo contrário
a continuidade da vida essa continuidade da vida no entanto só será possível a partir de um conhecimento do seu sentido Incondicional na realidade aqui se inclui no entanto aquele quarto grupo de pessoas que cometem suicídio porque não conseguem acreditar precisamente no sentido de continuar a viver sim no sentido da vida por excelência um suicídio com uma motivação desse tipo costuma chamar-se suicídio de balanço ele decorre sempre do chamado balanço negativo da vida nele uma pessoa faz um balanço com para o crédito com o débito confronto que a vida lhe deve e o que ele acredita
ainda poder alcançar na vida e o balanço negativo que faz leva ao suicídio Queremos nos dedicar agora examinar esse balanço geralmente na coluna do crédito se encontra todo o sofrimento e toda a dor e na coluna do débito toda felicidade não alcançada esse balanço está porém errado na abordagem pois como se costuma dizer a pessoa não está no mundo por prazer e isso coincide no duplo sentido de ser e dever quem não teve essa percepção pode recorrer aquele escrito de um psicólogo experimental Russo que certa vez demonstrou que a pessoa como um experimenta na vida
cotidiana uma quantidade significativamente maior de sensações de desprazer Duque de prazer de antemão nem sequer seria possível viver pelo amor ao prazer Mas isso também seria necessário isso valeria a pena imaginemos simplesmente um homem que está condenado à morte ao qual poucas horas antes da execução fosse concedida a possibilidade de montar o cardápio da sua derradeira refeição o guarda entra na cela pergunta-lhe o que deseja e oferece vários tipos diferentes de petiscos o homem no entanto recusa qualquer oferta ele entende que é completamente relevante se ainda colocar ou não boa comida no estômago desse seu
organismo que em algumas horas será um cadáver e as sensações de prazer que ainda pudessem ter lugar nas células gangrenais do cérebro desse organismo seriam desprovidas de sentido tendo em vista as circunstância de que em duas horas seriam destruídas para sempre toda vida porém encontra-se perante a morte e se esse homem está certo também nossa vida inteira estaria Desprovida de sentido na medida em que almejamos apenas e nada mais que obter prazer o máximo e o maior prazer possível o prazer em si não é nada que possa dar sentido a existência portanto a ausência de
prazer tão pouco é capaz e isso vemos já agora de tirar o sentido da vida Este é o de o livro foi criado pelo Canal Rafael Fernandes um homem cuja vida pode ser salva após uma tentativa de suicídio relatou-me um dia que ele quis sair da cidade para meter uma bala na cabeça porém como já era tarde da noite não encontrou um bonde vendo-se obrigado a tomar um táxi aí passou a ponderar que não queria desperdiçar o dinheiro com serviço de táxi e que por fim teve de rir do fato de que pouco antes da
sua morte ainda conseguia preocupar-se com tais coisas para esse homem decidido a cometer suicídio a pegasse ao Dinheiro devia aparecer algo sem sentido perante a morte Rabin granata gol e expressou lindamente tudo isso essa desilusão do ser humano diante de sua reivindicação pela felicidade no poema em que diz adormeci sonhei que a vida era alegria despertei e vi que a vida era obrigação trabalhei e vejo que a obrigação era alegria e aqui também já indicamos a direção que agora temos que seguir no caminho para nossas reflexões seguintes a vida é portanto de alguma forma obrigação
é um único e grande dever e certamente na vida também alegria mas ela não pode ser almejada não pode ser desejada como alegria ela tem que surgir por si mesma e ela também surge por si mesma como uma consequência a felicidade não pode nem deve nunca ser objetivo mas apenas o resultado resultados exatamente da realização daquilo que no poema de taguri chama-se obrigação e o que mais adiante estaremos empenhados em salientar ainda mais claramente em todo o caso a busca do ser humano pela felicidade falha na medida em que a felicidade somente pode lhe cair
no colo nunca porém ser conquistada que que a gadi foi quem formulou esta sabe a metáfora a porta para a felicidade abre só para o exterior quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais certo dia estavam sentadas na minha frente duas pessoas cansadas da vida por acaso ao mesmo tempo um homem e uma mulher ambos haviam expressado literalmente de modo coincidente que sua vida seria Desprovida de sentido uma vez que dela nada mais esperavam de algum modo ambos tinham razão logo se revelou no entanto que ao contrário algo esperava por ambos pelo
homem uma obra científica ainda inacabada e pela mulher uma criança que no momento vivia num local distante inacessível no exterior então cabia realizar aquela virada dito com Kant kopenicana uma reviravolta conceitual de 180 graus segundo a qual a questão não é mais a seguinte o que devo esperar da vida mas deve ser apenas a seguinte o que a vida espera de mim que tarefas esperam por mim na vida agora entendemos também que em última instância a pergunta pelo sentido da vida é formulada de forma incorreta quando feita como geralmente ocorre não somos nós que devemos
perguntar pelo sentido da vida é a vida que faz indagações que nos dirige questões nós somos os indagados somos nós que temos que responder que temos que dar respostas às constantes e reiteradas questões da vida as questões vitais a própria vida nada mais é que ser indagado todo o nosso ser nada mais é que um responder um responder e responsabilizar-se pela vida nessa concepção agora nada pode continuar a nos atemorizar nenhum futuro nenhuma aparente ausência de futuro pois agora o presente é tudo pois ele recupera eternamente nova questão da vida dirigida a nós agora tudo
depende de saber o que se espera de cada um de nós no entanto a respeito do que o futuro nos reserva precisamos saber somente o que podemos saber nesse contexto costumam contar aquela história que há muitos anos apareceu numa breve notícia de jornal um homem negro condenado à prisão perpétua foi deportado para a ilha do diabo quando o navio a saber O Leviatã estava em alto mar houve um incêndio na dificuldade da situação o preso foi libertado de seus grilhões e participou das operações de Resgate Ele salvou a vida de 10 pessoas mais tarde por
causa disso ele foi imputado eu pergunto caso se tivesse perguntado a esse homem antes do embarque ou seja no cais do porto de uma série se a continuidade de sua vida ainda poderia ter qualquer sentido ele certamente teria que balançar a cabeça o que ainda ou aguardava contudo ninguém sabe o que ainda o aguarda que grandes momentos que a oportunidade única para uma ação peculiar assim como salvamento de 10 pessoas ainda aguardava aquele homem negro do Leviatã todavia não é só de hora em hora que mudam as questões que a vida nos coloca em cuja
resposta podemos realizar o sentido do momento mas elas mudam também de pessoa para pessoa a questão é a cada instante completamente distinta para cada indivíduo desse modo vemos também a forma simples com que se formula a pergunta pelo sentido da vida caso ela não seja formulada em toda a concretude na concretude do aqui e agora indagar pelo sentido da vida Deve parecer nessa visão uma atitude tão ingênua quanto por exemplo a pergunta de um repórter que entrevista o campeão mundial de xadrez e agora ilustre campeão diga-me Qual é a jogada que o senhor considera melhor
Ah pois uma determinada jogada de xadrez que pode ser considerada boa ou até a melhor para além de uma situação de jogo bem específica e concreta de uma posição concreta das peças não menos ingênua foi aquele jovem homem que um dia há muitos anos me abordou antes do início de uma breve palestra sobre o sentido da vida suas palavras foram de passagem as seguintes Franco não me leve a mal foi convidado hoje à noite para ir à casa dos meus sogros tenho necessariamente que ele não posso ficar para a palestra seja amável diga-me rapidamente Qual
é o sentido da vida o que agora Guarda a cada um de nós essa concreta exigência do momento pode exigir uma resposta em diferentes sentidos em primeira linha Nossa resposta pode ser uma resposta ativa dada por meio de uma ação uma resposta às questões concretas da vida com um ato que se prática ou com uma obra que se realiza mas também nesse caso teríamos que refletir sobre alguns aspectos e o que penso agora Talvez possa ser melhor Expresso recorrendo a uma vivência concreta um dia estava sentado diante de mim um jovem homem que conversava comigo
justamente sobre a questão do sentido da vida ou da ausência de sentido da vida aí ele fez a seguinte objeção para você é fácil falar você organizou um centro de aconselhamento você ajuda pessoas recupera pessoas mas eu quem sou eu o que sou um auxiliar de Alfaiate o que posso fazer como posso no meu agir dá sentido à Vida esse homem Esqueceu que jamais está em jogo a posição em que alguém se encontra na vida por exemplo a profissão que ele exerce mas unicamente a forma como ele preenche seu lugar seu círculo O que importa
não é o tamanho do raio de ação mas simplesmente se o círculo é preenchido se uma vida é realizada no seu entorno existencial concreto cada indivíduo é insubstituível e inconfundível e ali cada um é cabe somente a Ele e exige esses exclusivamente dele realizar as tarefas que sua vida impõe e a vida de um ser humano que não preencheu inteiramente seu círculo de vida relativamente Mais amplo fica menos realizado do que um ser humano ao qual realmente é suficiente seu círculo mais restrito no ambiente concreto esse auxiliar de Alfaiate pode realizar mais no seu fazer
e deixar de fazer levar uma vida mais realizada e plena de sentido do que aquele que ele inveja se este não tiver consciência de sua maior responsabilidade pela vida e não estiver à altura dela como fica porém a situação dos desempregados seria a objeção agora quando se esquece que o exercício de uma profissão não é o único campo em que se pode ativamente dar sentido a sua vida é ela por si só que confere sentido a vida ainda ganhamos simplesmente as diversas pessoas que reclamam não sem razão de como é desprovido de sentido o seu
trabalho frequentemente mecânico a sua eterna adição de colunas de números ou seus repetidos movimentos de comutação de alavancas de máquinas de maneira contínua é que somente no tempo livre demasiadamente escasso a vida dessas pessoas pode ser moldada com sentido realizada com sentido pessoal e humano por outro lado é no seu tempo livre demasiadamente abundante que também o desempregado tem a oportunidade de dar sentido a sua vida ninguém deve acreditar que somos tão frívoros a ponto de subestimar nesses contextos as dificuldades econômicas uma difícil situação econômica enfim o momento sociológico ou econômico sabemos hoje mais do
que nunca em que medida vem primeiro a comida e depois a moral quanto a isso não ficamos nos enganando mas sabemos em resumo Que comida sem qualquer moral não tem sentido e que essa ausência de sentido pode ser catastrófica para consciência daquele que tem em mente somente a comida e sabemos ainda o quanto somente uma moral ou seja a convicção inabalável em um sentido Incondicional da vida seja de que maneira for torna a vida suportável pois nós vivenciamos que o ser humano também está sinceramente disposto a passar fome Se isso tiver um sentido no entanto
vimos não só como é difícil passar fome quando não se tem nenhuma moral mas vimos também como é difícil exigir moral de uma pessoa quando se permite que ela passe fone certa vez precisei emitir um parecer jurídico de cunho psiquiátrico sobre um jovem rapaz que numa situação de extrema necessidade havia Furtado um pão o respectivo tribunal colocou a questão pertinente de saber se o jovem seria inferior ou não em meu parecer tive de admitir que do ponto de vista psiquiátrico ele não poderia em hipótese alguma ser considerado inferior no entanto não fiz isso sem explicar
ao mesmo tempo que nessa situação concreta ele já teria que ser superior para diante da Fome resistir à tentação podemos dar sentido à vida não só ao sermos ativos respondendo as suas questões concretas conscientes de nossa responsabilidade podemos satisfazer as exigências da existência não só como pessoas que agem Mas também como pessoas que amam em nossa entrega amorosa ao belo ao grandioso ao bom devo apresentar-lhes agora por exemplo uma frase que mostra que como a vivência da Beleza pode tornar a vida plena de sentido prefiro me limitar aos seguintes exercício intelectual Imaginem que vocês estão
sentados no auditório de concerto ouvindo sua Sinfonia predileta e em seu ouvido resson os atos preferidos dessa Sinfonia deixando estão emocionados que tenha arrepios e agora Imaginem se seria concebível que psicologicamente é tão impossível que nesse momento alguém pergunte se a vida tem sentido creio que me dar uma razão se afirmar o seguinte nesse caso Vocês poderiam dar somente esta resposta ter vivido unicamente para este momento já teria valido a pena algo semelhante pode se passar inclusive com alguém que não vivencia a arte mas a natureza e pode-se passar igualmente com alguém que vivência uma
pessoa ou não conhecemos o sentimento que nos domina em relação a uma determinada pessoa o qual em geral pode ser expresso nos seguintes termos que exista no mundo uma pessoa assim só isso já torna este mundo e uma vida nele plenos de sentido nós damos sentido a vida ao atuar bem como ao amar e por fim ao sofrer pois da maneira como uma pessoa se posiciona em relação à limitação de suas possibilidades de vida quando afeta seu agir em seu amar na maneira como ela se comporta em relação a essa limitação na maneira como toma
sobre si o seu sofrimento nessa situação em tudo isso ela ainda é capaz de realizar valores é também na maneira como nos comportamos diante das dificuldades que se revela quem somos também desse modo a vida pode ser preenchida com sentido não esqueçamos também do espírito do esporte esse espírito realmente tão humano o que o esportista faz a não ser criar dificuldades para si para crescer com elas é claro que em geral não é válido criar dificuldades para si geralmente acontece antes que o sofrimento numa situação de infortúnio só é sofrimento que faz sentido quando esse
Infortúnio decorre do destino portanto é inevitável incontornável o destino aquilo que acontece a nós pode em todo o caso ser moldado de uma maneira ou de outra não a situação que não possa ser melhorada ou pela realização ou pela tolerância desdite ou Mudamos o destino se for possível ou acolhemos de boa vontade se for necessário interiormente podemos Em ambos os casos crescer com ele com Infortúnio e agora entendemos também o que eu derem quer dizer quando escreve quando piso sobre o meu Infortúnio fico acima dele Deve parecer errôneo quando as pessoas simplesmente reclamam sobre seu
Infortúnio ou ficam zangadas com o seu destino O que teria sido de nós sem o nosso destino de que outra forma não sei sobre seus golpes de martelo na incandescência de nosso sofrimento nossa existência teria adquirido sua forma e configuração quem se rebela contra o seu destino portanto contra aquilo que ele realmente não consegue influenciar e que ele certamente não pode mudar não compreender o sentido do destino o destino faz parte inteiramente da totalidade de nossa vida e nem o mais íntimo aspecto do que diz respeito ao destino pode ser arrancado dessa totalidade sem destruir
o todo a configuração de nossa existência o destino faz parte portanto da nossa vida e assim também o sofrimento pois se a vida tem sentido também o sofrimento tem sentido desse modo também o sofrimento é desde que exista sofrimento necessário a possibilidade de algo pleno de sentido enquanto tal ele é de fato reconhecido e valorizado por toda a parte alguns anos chegou até nós a notícia de que a organização discutismo da Inglaterra homenageou três jovens pelas realizações máximas que haviam alcançado e quem recebeu essas homenagens três jovens que estavam incurravelmente enfermos no hospital e apesar
disso suportavam seu difícil destino de maneira valorosa e digna com isso reconheceu-se publicamente que os justos sofrimento do destino autêntico representa uma realização e na verdade até mesmo a realização mais elevada possível alternativa para sentença de Gate citada acima portanto numa abordagem mais aprofundada não está mais inteiramente correta em última instância A questão não pode ser realização ou tolerância Em certas circunstâncias a tolerância por si só é a maior realização o caráter essencial de realização do sofrimento verdadeiro Na minha opinião talvez tenha sido exposto da forma mais clara numa expressão de rio que certa vez
escreveu o seguinte vive eu exagero Quanto é preciso para dar conta de um sofrimento a língua alemão conhece somente o termo alfabeto dá conta de uma tarefa hilk porém concedeu que a realização plena de sentido de nossa vida pode suceder pelo menos tanto no sofrimento como no trabalho a partir do fato de que em cada caso só pode haver uma alternativa de dar sentido à Vida ao momento de que portanto em cada caso só pode haver uma decisão sobre como responder de que no entanto toda trata-se de uma questão bem concreta colocada pela vida para
nós disso tudo resulta o seguinte a vida sempre oferece uma possibilidade de realização de sentido facultativamente ela sempre tem um sentido inclusive seria possível dizer que a existência humana permite ser moldada com sentido até o último suspiro enquanto o ser humano respirar enquanto ainda estiver consciente ele tem responsabilidade pela respectiva resposta às questões da vida isso não deve nos causar surpresas se recordarmos o que constitui o fato fundamental da condição humana a condição humana nada mais é do que ser consciente ser responsável se porém a vida propícia sempre um sentido se depende somente de nós
realizá-la em cada momento com aquele possível sentido incontínuo a transformação se portanto está inteiramente no âmbito de nossa responsabilidade da nossa decisão realizar o respectivo sentido então sabemos muito bem uma coisa certamente algo absurdo e absolutamente sem é jogar a vida fora o suicídio não é pois de forma alguma uma resposta para qualquer questão o suicídio nunca consegue resolver um problema anteriormente já recorremos ao jogo de xadrez como metáfora para a posição do ser humano na existência para o fato de ele estar posto diante de uma questão existencial com nossa metáfora da melhor jogada de
xadrez quisemos mostrar como a questão da Vida em cada caso somente pode ser Concebida como uma questão concreta como uma questão que se refere sempre a uma pessoa e sempre é uma situação sempre é um ser humano e sempre é um momento é um aqui e é um agora ora temos que recorrer novamente a metáfora do jogo de Xadrez agora que é importante evidenciar que a tentativa de solução de um problema existencial através do suicídio é absolutamente Desprovida de sentido imaginemos simplesmente o seguinte um jogador de xadrez confrontado com problema do jogo de xadrez não
encontra a solução e o que ele faz ele joga as peças para fora do Tabuleiro essa atitude é uma solução do problema de xadrez Claro que não é dessa maneira no entanto que haja suicida ele joga a sua vida fora e pensa com isso tem solucionado um problema existencial aparentemente insolúvel ele não sabe que com isso infringe as regras do jogo da vida assim como aquele jogador de xadrez da metáfora Desconsidera as regras do jogo de xadrez segundo as quais um problema de xadrez só pode ser solucionado por meio de saltos com cavalo rock ou
sabe Deus o que mais em todo caso somente pode ser solucionado através de uma jogada de xadrez de modo algum através do comportamento descrito ora também o suicida em Fringe as regras do jogo da vida essas regras não exigem que vencemos a qualquer preço mas certamente exigem que de maneira alguma abandonemos a luta talvez agora alguém que admite que o suicídio é desprovido de sentido mas que a vida só já não se torna Desprovida de sentido simplesmente diante da realidade da morte natural eminente que atinge todo ser humano não deveria esse fato fazer parecer de
antemão desprovido de sentido todo o nosso princípio de que nada de caráter duradouro Vamos tentar responder a esse argumento invertendo a questão perguntemos simplesmente e se fossemos Imortais a resposta pode ser a seguinte se fossemos Imortais poderíamos protelar tudo mas realmente tudo pois nunca teria importância se fizemos algo agora ou amanhã ou depois de amanhã ou em um ano ou em 10 anos ou quando for se não somos ameaçados por nenhuma morte Nenhum fim nenhuma limitação das possibilidades não vemos nenhum motivo para realizar exatamente agora uma ação ou nos dedicar precisamente agora uma vivência enfim
haveria tempo nós teríamos tempo infinitamente muito tempo por outro lado o fato e somente o fato de que somos mortais de que vida infinita de que nosso tempo é limitado e de que nossas possibilidades são restritas é esse fato que faz parecer com sentido fazer alguma coisa aproveitar uma oportunidade e concretizá-la realizá-la aproveitar e preencher o tempo a morte significa a pressão para fazer isso assim a morte representa em primeiro lugar o pano de fundo em que nosso ser é precisamente um ser responsável ao olharmos para as coisas desse modo fica demonstrado que em essência
é irrelevante o quanto dura uma vida humana sua longa duração está longe de dar e sentido e sua eventual brevidade está longe de torná-la Desprovida de sentido igualmente avaliamos a biografia de um ser humano concreto não pela quantidade de páginas do livro que apresenta mas simplesmente pela abundância de conteúdo que ele contém e nessa ocasião teríamos que abordar brevemente a questão de saber se o fato de a vida de um ser humano não ser reproduzida talvez já Tony por si só Desprovida de sentido quanto a isso podemos responder ou a vida a vida individual tem
sentido aí ela deve manter seu sentido também quando não é reproduzida quando não é confiada a essa propósito altamente ilusória perpetuação biológica ou porém a vida individual a vida do ser humano individual não tem nenhum sentido aí ela também jamais adquiriria sentido simplesmente pelo fato de buscar-se perpetuar através da reprodução pois perpetuar algo em si desprovido de sentido é por si só desprovido de sentido a partir de tudo isso pode se vislumbrar apenas uma coisa a morte faz parte significativamente da vida bem como sofrimento humano Ambos não tornam a existência do ser humano Desprovida de
sentido mas antes de tudo plena de sentido é pois justamente o caráter único da nossa existência no mundo aí recupera a habilidade de nosso tempo de vida aí revogabilidade de tudo aquilo com que a realizamos ou com o que deixamos de realizá-la Isso é o que confere significado a nossa existência mas não é só caráter único da vida individual como um todo o que lhe dá relevância também o caráter único de cada dia de cada hora de cada instante representa algo que carrega nossa existência com a relevância de uma responsabilidade assustadora E no entanto tão
magnífica a hora cuja exigência não realizamos não realizamos de uma maneira ou de outra essa hora se perde por toda a eternidade inversamente porém aquilo que aproveitando a oportunidade do momento realizamos é de uma vez por todas salvaguardado na realidade numa realidade em que aquilo é só aparentemente anulado ao se tornar passado nele aquilo que realizamos é na verdade guardado inteiramente no sentido de ser conservado o seu passado Talvez seja nesse sentido a forma mais garantida de ser em geral a transitoriedade não pode mais afetar o ser que salvaguardamos desse modo no passado claro que
no seu aspecto biológico nossa vida é por natureza transitória nada permanece dela E no entanto quanto permanece dela o que permanece dela o que restará dela o que de nós pode sobreviver é aquilo que foi realizado durante nossa existência e que continuará repercutir para além de nós nossa vida pede sua eficácia e nesse sentido se assemelha por exemplo ao rádio cuja materialidade igualmente se converte no decorrer da sua vida útil e sabemos que os materiais radioativos tem uma vida útil limitada gradualmente em energia radiante para nunca mais retornar a materialidade o que irradiamos no mundo
as sondas que emanam do nosso serviço é o que permanecerá de nós quando nosso ser em si mesmo há muito tiver perecido Há um meio simples pode ser quase dizer um artifício para tornar claramente visível em toda a sua grandeza a responsabilidade com a qual nossa existência está carregado em cada momento uma responsabilidade diante da qual somente podemos ficar trêmulo-se em última instância de alguma forma alegres com efeito há uma espécie de imperativo categórico portanto uma fórmula do haja como se formalmente similar a conhecida máxima de Kant e ela teria eventualmente o seguinte teor Viva
como se já estivesse vivendo pela segunda vez e como se na primeira vez você tivesse agido de maneira tão equivocada como estás Prestes agir agora a finitude essencial de nossa existência no tempo que aparece na situação da Morte que está diante de nós ainda que num Horizonte Distante não é o único elemento que dá sentido a essa existência inclusive nossa finitude na Convivência do ser humano individual tão pouco torna a vida de cada indivíduo Desprovida de sentido mas torna a plena de sentido aqui se faz referência a realidade de nossa imperfeição de nossa incompletude de
nossas limitações interiores como são dadas por exemplo com as distintas estruturas do ser humano antes porém de levarmos acaba a reflexão que deve nos conduzir ao sentido especificamente de nossa imperfeição queremos indagar-se o desespero de um ser humano a respeito de sua própria imperfeição insuficiência alguma vez pode substituir justificadamente temos que perguntar se um ser humano que mede seu ser com base num dever que portanto aplica a si mesmo padrão de um ideal alguma vez pode ser inteiramente desprovido de valor não ocorre antes que justamente o fato de ele poder se desesperar a respeito de
si mesmo de alguma forma já o justifica em certa medida retira Afinal a justificativa de seu desespero ele poderia sobretudo julgar sobre si mesmo se fosse tão desprovido de valor que nem sequer tem uma visão do ideal o distanciamento do ideal uma vez que ele identifica já não confirma o fato de que ele não renunciou inteiramente a esse ideal e agora sobre a questão do sentido de nossa imperfeição E de nossas unilateralidades não nos vamos que cada ser humano individual é imperfeito mas cada um é imperfeito de uma maneira diferente cada um do seu jeito
e só ele em perfeito do jeito que ele é desse modo ele se torna para expressar positivamente de alguma maneira em substituível inconfundível intermutável desse modo o mundo biológico nos oferece um modelo bastante apropriado Originalmente no desenvolvimento dos seres vivos as células são notoriamente capazes de tudo uma célula primitiva pode tudo ela pode comer movesse reproduzir-se de alguma maneira perceber seu ambiente etc somente na sequência do longo desenvolvimento que leva grupos organismos de células a célula individual se especializa de modo por fim servir apenas a uma única função segundo princípio da gradual repartição de funções
do interior do organismo inteiro com o sacrifício da perfeição original de suas capacidades ela adquiriu então um caráter insubstituível de como funcional e relativo desse modo por exemplo uma célula da retina do olho não consegue mais comer nem se mover nem se reproduzir mas aquilo que ela consegue ver isso ela agora faz de maneira excepcional e nessa sua função específica ela se tornou inconfundível ela não é em hipótese alguma substituível por exemplo por uma célula da pele uma célula muscular uma célula germinal assim como nas observações anteriores a morte revelou-se necessariamente plena de sentido ao
fundamentar o caráter único de nossa existência com ela o nosso ser responsável agora a imperfeição do ser humano revela ser necessariamente plena de sentido ao vista como detentora de um valor positivo representar-se como algo que constitui A singularidade de nossa essência essa singularidade como valor positivo no entanto não pode basear-se em si mesma a singularidade de cada ser humano individual obtém significado valorativo antes através do fato de que ela de modo análogo ao significado funcional de uma célula individual para o organismo inteiro se refere a um todo superior Ou seja a uma comunidade humana a
singularidade pode ser valiosa somente se não for singularidade para si mas singularidade para a comunidade humana o simples fato de que o indivíduo humano possui moldes de sucos de pele inteiramente singulares nas pontas dos dedos é relevante no máximo para os criminalistas para criminologia ou para investigação criminal no entanto essa individualidade biológica de cada indivíduo ainda não faz dele uma personalidade ainda não faz dele um ser vivo que em sua singularidade é valioso para a comunidade ao tentarmos sintetizar numa forma o caráter único da existência e a singularidade de cada ser humano e essa singularidade
uma singularidade para portanto uma singularidade que se refere aos outros a comunidade uma fórmula que deve nos Recordar da tremenda e magnífica responsabilidade do ser humano da seriedade de sua vida poderíamos recorrer a um dito que Léo um dos fundadores do talmute há quase dois mil anos considerou o seu lema esse dito é o seguinte se eu não faço quem mais o fará se porém faço apenas por mim o que sou então se não eu aí está a singularidade de cada pessoa individual se por mim aí está a ausência de valor e de sentido dessa
singularidade visto que ela não é uma singularidade a serviço e se não agora aí está o caráter único de cada situação individual em resumo o que tínhamos para dizer sobre a questão do sentido da vida pode ser formulado da seguinte forma a vida em si significa ser indagado significa responder justificar sua própria existência assim a vida parece não mais uma circunstância mais uma incumbência ela é em cada momento tarefa daí resulta porém que ela se torna tanto mais plena de sentido quanto mais difícil for o atleta por exemplo o alpinista que procura por desafios crias
dificuldades até por si mesmo com contente fica o alpinista ao encontrar numa escalada mais uma difícil variante uma ainda mais difícil nesse ponto é preciso mencionar no entanto que a pessoa religiosa se distingue na Sua percepção da vida na sua concepção do ser na medida em que ela vai um passo adiante vai além das pessoas que entendem a vida como tarefa ao vivenciar junto com a tarefa que ela Instância que estabelece para ela uma tarefa o que a coloca diante de tarefas a pessoa divina em outras palavras a pessoa religiosa vivencia sua vida como missão
divina e o que como resumo final podemos afirmar sobre a questão do valor da vida o ponto de vista que se oferece Talvez possa ser expresso da maneira mais precisa com as seguintes palavras de Bell A vida não é algo é a oportunidade para algo Este é o de um livro foi criado pelo Canal Rafael Fernandes Capítulo 2 o sentido e o valor da vida uma das conclusões a qual tentamos chegar em nossa primeira conferência é o seguinte se a vida tem um sentido também o sofrimento deve ter um sentido o sofrimento inclui a doença
inclui dissemos pois sofrimento e doença não são a mesma coisa o ser humano pode sofrer sem estar doente pode estar doente sem sofrer de tal modo sofrimento é uma questão humana por Excelência aqui de alguma forma já pertence à vida humana enquanto tal que eventualmente não sofrer pode ser doentio isso vemos nomeadamente no caso daquelas doenças que se costuma designar de doenças mentais e que apesar disso nada mais são que doenças do Espírito o espírito nem sequer pode ficar doente o espiritual pode ser apenas verdadeiro ou falso válido ou inválido nunca porém doente aquilo que
pode estar doente que pode adoecer é unicamente o psíquico nesses casos de enfermidade psíquica no entanto e naqueles que em si mesmos não tem uma causa psíquica mas que são provocados em última instância a partir do corporal justamente nas chamadas doenças mentais psicoses em oposição as neuroses de causa psíquica que se revela ocasionalmente que a incapacidade de sofrer é um sintoma uma pessoa que teve uma infecção celítica corre o risco de contrair certa medida com uma determinada pequena porcentagem de probabilidade anos ou décadas mais tarde uma doença sífilística cerebral chamada demência paralítica visto que ela
não sabe que através do exame do seu líquido cefalorraquidiano realizado em certas épocas ou seja insetos intervalos pode-se diagnosticar de maneira precisa e segura se ela faz parte desses casos de risco ou não ela temá o surgimento desse distúrbio mental a propósito gostaria de assinalar que nos casos de Diagnóstico positivo de líquido você falou raquidiano esse distúrbio pode ser prevenido através de um tratamento para malária bem como já existente demência paralítica pode ser curada através desse tratamento precoce esse temor da demência paralítica pode alcançar por sua vez dimensões patológicas ele mesmo pode ser portanto exacerbado
até o patológico até o neurótico o que vemos Porém quando essa pessoa de fato adoece de demência paralítica quando a doença temida de modo patológico de fato se manifesta então no mesmo instante ela para de continuar a temê-la E por que por que faz parte do quadro patológico da demência paralítica que ela envolva a pessoa afetada numa atmosfera agradável a partir da qual ela não consegue sofrer quase não consegue sofrer sobre o sofrimento do qual sofre o médico evita em geral falar na presença de um doente ou diretamente para ele sobre o diagnóstico de uma
patologia grave e geralmente tão temida como é a demência paralítica ora justamente no caso de uma pessoa com essa enfermidade as preocupações são infundadas para a pessoa com demência paralítica o médico pode dizer abertamente de que doença se trata o paciente afirmará sorrindo que o diagnóstico está incorreto e quando o médico indica que o doente não está nem sequer em condições de falar direito este permanece inteiramente inabalado e como em geral nesses casos se joga culpa de seu distúrbio da fala nos seus dentes ruins ou na sua dentição ruim tudo que impressiona o abalo ser
humano normal passa pelo ser humano cuja capacidade de sofrer é debilitada por uma patologia psíquica sem tocá-lo ou impressioná-lo tomemos como exemplo simplesmente a internação numa clínica psiquiátrica lembra-me de um paciente com demência paralítica que entrou no quarto em que os médicos da clínica examinavam Pela primeira vez os pacientes recém-chegados com um sorriso jovial e não espírito pronunciadamente alegre saudou-nos com palavras que expressavam quanto ele se alegravam está conosco e mais tarde ao ser preparado para uma punção ele não mostrou o menor medo dizendo apenas eu sei porque fazem tudo isso comigo para que eu
não fique entediado e quando enfim realizou-se a função na qual ele de qualquer forma teve que sentir uma fisgada Ele soltou É verdade um ai por assim dizer baseado em reflexos não porém sem acrescentar logo em seguida isso foi Sutil quando se ignora o fato de que precisamente o seu mano psicamente doente em especial o ser humano doente no sentido da doença mental perdeu a capacidade normal de sofrer então pode acontecer o que um dia aconteceu comigo eu fazia o serviço de internação numa clínica psiquiátrica e fui chamado para uma nova internação no respectivo pavilhão
ao chegar ali encontrei uma mulher mais velha e uma mais nova evidentemente mãe e filha a mãe se comportava de forma totalmente agitada lamentando que toda essa situação era horrível ao passo que a filha se esforçava para acalmar e consolar a mãe assegurando que tudo ficaria bem de novo quando enfim ao dirigir uma pergunta qualquer a paciente voltei-me para a mulher tão agitada aí ela por trás da filha apontou com o dedo para esta ela era doente a própria doente nem estava agitada nem estava chocada com sua internação uma clínica psiquiátrica precisamente a partir de
sua doença ela reagiu a situação de ser internada numa clínica psiquiátrica algo que certamente não era corriqueiro e muito menos agradável com relativa apatia é que a reação é normal agitada emocional diante de uma situação anormal representa o comportamento normal no entanto também é estado patológicos psíquicos em que paradoxalmente o ser humano sofre justamente pelo fato de vão conseguir sofrer há uma forma especial de melancolia que não venha acompanhada como a costumeira com uma indisposição emotiva no sentido de tristeza e medo em que os doentes reclamam exclusivamente de que não conseguem se alegrar nem sofrer
de que não são capazes de sentir nenhuma emoção nem no sentido de vivências agradáveis nem desagradáveis Que Elas seriam hepáticas insensíveis Sim esses doentes reclamam até do fato de que nem sequer conseguem chorar o desespero dessas pessoas justamente com o fato de não estar em condições de sofrer inclui até o maior desespero com que o psiquiatra pode Algum dia se deparar com profundamente deve residir na consciência do ser humano Portanto o conhecimento de que o sofrimento faz parte da vida real no entanto para nós mesmos Esse fato não é tão estranho como pode parecer a
primeira vista também na vida psíquica normal o ser humano sabe de alguma maneira que todo sofrimento na verdade faz parte da vida pois ainda guiamo-nos simplesmente e de maneira sincera e séria se queremos anular as vivências tristes do passado de nossa vida por exemplo de nossa vida amorosa se queremos viver sem tudo aquilo que ocorreu de doloroso das sofrências nesse caso certamente todos iremos que não pois de alguma maneira sabemos que crescemos e amadurecemos interiormente nessas etapas e períodos ainda que desagradáveis de nossa existência agora pode ser que um outro dentre vocês argumente que isso
é uma ilusão sofistica de certa maneira uma manobra demagódica de minha parte eu deveria perguntar para uma pessoa que enquanto ela ainda se encontra em meio ao sofrimento para ela eu deveria perguntar se ela disse para seu sofrimento enquanto tal ora também nesse aspecto existem experiências experiências vivas imediatas não faz muito mais do que um ano lá estavam os homens do campo de concentração nas valas e labutavam e cavavam com paz e Picaretas o chão coberto de gelo de tal modo que as faíscas voavam e assim que o guarda de serviço se afastava do grupo
e que durante um tempo em que não eram observados as paz e Picaretas descansavam nas mãos cansadas iniciavam-se as conversas entre os homens lá fora no comando exterior e essas conversas no local de trabalho eram sempre as mesmas elas giravam com automatismo psíquico assustador reiteradamente em torno do mesmo pensamento a comida aí se trocavam receitas culinárias e se compilavam cardápios e um perguntava para o outro sobre seu prato predileto ou fazia comentários entusiasmados sobre petiscos imaginavam que iriam servir uns aos outros quando um dia após a libertação do campo fossem convidá-los para uma refeição no
entanto os melhores dentre eles não desejavam esse dia da libertação para que pudessem saborear delícias gastronômicas mas por um motivo bem diferente para que enfim acabasse toda essa condição indigna do ser humano em que Obrigatoriamente não se consegue pensar em outra coisa do que meramente na comida essa condição em que não se consegue pensar em outra coisa do que se já são 10 15 H ou 10 30 H da manhã ou 12 30 graus 12:45 e quantas horas ainda se passarão nessa cova fria com estômago vazio até que chegue a breve pausa do meio-dia ou
até que chegue final da tarde se possa iniciar a marcha para o campo para enfim na cozinha pegar o prato de sopa como assiávamos naquela época por sofrimento humano verdadeiro por problemas humanos verdadeiros por conflitos humanos verdadeiros em vez dessas questões indígenas da comida ou da Fome do frio do Sono do trabalho penoso ou Dulce flagelado com que melancolia e tristeza recordavamos daquela época em que ainda tínhamos nossos Sofrimentos problemas e conflitos humanos e não o Sofrimentos e as vicissitudes de um animal mas também voltado para o futuro com autêntico não era nosso Anseio pela
condição em que De forma alguma pudéssemos Viver Sem sofrimento sem problemas e livres de conflitos em que antes tivéssemos de sofrer mais sofrer aquele sofrimento imposto com sentido ao ser humano enquanto tal já ouvimos que a realização do sentido é possível em três direções principais o ser humano pode dar sentido a sua existência em primeiro lugar ao fazer alguma coisa ao agir ao criar algo ao realizar uma obra em segundo lugar contudo também ao vivenciar algo amar a natureza a arte as pessoas e em terceiro lugar o ser humano pode também onde lhe é dado
a oportunidade na primeira ou na segunda direção valorizar a sua vida encontrar nela um valor justamente quando toma uma posição diante das imutáveis fatídicas incontoráveis e neutríveis limitações de suas possibilidades na maneira como se posiciona e se comporta em relação a elas Como assumir sobre si esse destino no decurso da vida o ser humano tem que estar preparado para de acordo com a respectiva a exigência do momento mudar muitas vezes repentinamente a direção dessa realização do sentido pois já indicamos que o sentido da vida somente pode ser um sentido concreto tanto em relação a cada
ser humano individual como a cada momento individual a questão que a vida nos coloca muda de pessoa para pessoa bem como de situação para situação pretendo agora mostrar com base Num caso exemplar como essa mudança de direção tanto foi exigida pelo destino como realizada obedientemente pela pessoa em questão trata-se de um jovem homem que levava uma vida profissional ativa e profico é dele era um designer publicitário muito ocupado o qual no entanto foi arrancado repentinamente de sua profissão ao adoecer de um tumor maligno na medula espinhal impossível de ser operado em estado avançado esse tumor
levou rapidamente a paralisia nos braços e nas pernas agora ele não podia mais manter a direção em que havia com sentido moldado fundamentalmente sua vida ou seja a direção de ser ativo ele foi redirecionado impelido numa outra direção lucrativo foi interditado cada vez mais e foi direcionado gradualmente para encontrar numa vivência passiva o sentido de sua situação limitada mesmo no âmbito de possibilidades estão limitadas conseguir dar sentido à Vida o que o nosso paciente fez deitado no hospital ocupou-se intensamente com leituras leu livros para os quais antes durante sua vida profissional cheia de compromissos Nunca
havia encontrado o tempo ele ouvia dedicadamente músicas no rádio e travavas conversas mais animadas com outros pacientes ele se retirou portanto para aquele Campo da existência no qual é possível ao ser humano além de ser ativo realizar a tarefa de dar sentido à Vida de dar respostas às questões da vida acolhendo de modo passivo mundo em si mesmo Desse modo é compreensível que essa entrega da pessoa também agora não tivesse de modo algum o sentimento de que sua vida inclusive com todas as limitações tenha se tornado Desprovida de sentido mais tarde no entanto chegou o
momento em que sua enfermidade avançou tanto que suas mãos não conseguiam mais segurar um livro tamanho era a falta de força muscular ele também não conseguia mais suportar os fones de ouvido tamanhos eram as neuralgias que eles causavam o seu crânio e por fim teve dificuldades também para falar ficando impossibilitado de continuar a ter suas espirituosas discussões com os outros doentes desse modo esse homem foi redirecionado outra vez encaminhado pelo destino a partir de agora porém não apenas a partir da esfera da criativa realização de valores mas também a partir da esfera dos valores vivenciais
essa era a situação determinada pela doença na última etapa da sua vida mas também dela ele ainda conseguiu extrair sentidos especificamente na maneira como ele se posicionou em relação a essa situação nosso paciente sabia muito bem que seus dias por fim suas horas estavam contados lembro-me claramente da visita médica que naquela ocasião Tive que fazer como médico plantonista naquele hospital na última tarde que esse homem vivenciou quando passei pela sua cama ele assinou para mim falando com dificuldade ele me deixou entender que pela manhã que havia ouvido do médico principal que o professor Gi recomendar
aplicar uma injeção de morfina no doente em suas horas derradeiras para aliviá-lo das Agonias iminentes visto que ele tem motivo para supor que continuou ele na próxima noite já teria chegado a sua hora ele me pede para já agora ele aplicar a injeção Mesmo durante a visita médica para que a enfermeira do turno noturna não tem aqui me chamarem por causa dele tenha que me perturbar especialmente ao dormir nas últimas horas de sua vida esse homem ainda estava pensando em poupar em vez de perturbar os outros além de tudo em trepidez com a qual ele
suportou todo o seu sofrimento e toda dor cuja realização não profissional mas realização humana sem paralelo reside porém nesse simples comentário nessa vontade de levar os outros em consideração literalmente ainda na hora derradeira vocês me entenderão se eu afirmar agora nenhuma ilustração publicitária por mais admirável que seja nem a melhor e mais bela do mundo que esse paciente tivesse realizado na época em que estava em plena atividade profissional teria se igualado em termos de realização a essa simples realização humana que se expressou no comportamento descrito desse homem em suas últimas horas de vida desse modo
constatamos que uma enfermidade não acarreta necessariamente uma perda do sentido um empobrecimento do sentido da existência ela é antes a possibilidade de algo pleno de sentido o seguinte caso revela que uma perda do sentido não tem que ocorrer necessariamente mesmo que uma pessoa sofre uma perda física corporal certo dia um dos mais ilustres juristas da Áustria foi internado num hospital em que naquela época eu trabalhava por causa de artéria esclerose apareceu um ardor e foi preciso submeter o paciente a amputação da pena depois de Resistir bem a operação certo dia chegou o momento em que
ele deveria fazer as primeiras tentativas de andar com uma perna com minha assistência ele se levantou da cama e começou a do miseravelmente a saltitar sobre uma perna como um pardão em seguida ele subitamente rompeu em lágrimas o ancião venerável e mundialmente famoso que eu amparava com as minhas mãos chorou suavemente como uma criança pequena isso eu não suportarei uma vida de aleijado não tem sentido chora mingul então olhei-nos olhos e perguntei-lhe de forma enérgica porém sarcástica diga senhor presidente Você tem a intenção de se tornar corredor de curta ou de longa distância como tal
ainda fazer carreira espantado Ele olhou para cima nesse caso continuei mais somente nesse caso eu conseguiria entender o seu desespero e o seu comentário anterior Pois então o jogo teria acabado para você e a sua vida futura a continuidade da sua vida não teria sentido nesse caso você não seria levado em consideração nem como corredor de curta distância nem com corredor de longa distância no entanto para alguém que mudou toda uma vida plena de sentido que trabalhou e obteve renome entre os especialistas a vida deveria perder o sentido simplesmente porque essa pessoa perdeu uma perna
o homem entendeu imediatamente o que eu quis dizer e um sorriso se esboçou em seu rosto cheio de Lágrimas portanto a doença não precisa de modo algum representar uma perda de sentido porém mais que isso às vezes pode significar até um ganho para deixar Evidente essa possibilidade quero contar-lhes um caso que ocorreu num campo de concentração ali encontrei certa vez uma jovem que havia conhecido anteriormente ao revê-la no campo ela estava num estado deplorável e doente em Fase Terminal e ela também sabia disso poucos dias antes de sua morte Ela disse o seguinte sou grato
ao destino porque me trouxe até aqui no período anterior de minha vida de classe média é verdade que eu tinha alguma missão espiritual mas de alguma forma não levei isso muito a sério agora no entanto estou feliz apesar de tudo agora tudo se tornou sério e eu posso eu tenho que dar provas de mim ao dizer isso ela estava mais Serena do que quando havia conhecido anteriormente desse modo ela teve a oportunidade foi bem sucedida em fazer aquilo que riu que pediu a cada ser humano esperou de cada ser humano poder morrer sua morte em
outras palavras ainda conseguiu integrar significativamente a morte ao todo da vida mesmo na morte realizar verdadeiramente o sentido da vida por isso não deve nos causar surpresa que existam pessoas que nessas mudanças de ponto de vista sobre o sentido até da morte no âmbito do sentido integral da vida não vem na doença na morte apenas uma perda ou apenas um ganho mas verdadeiramente uma dádiva Diante de Mim está uma carta original uma carta da qualquer enfatizar que não foi dirigida para mim que o escritor portanto certamente não podia imaginar que algum dia eu utilizaria seu
escrito como exemplo numa conferência porém Antes de ler para vocês as respectivas passagens da carta quero lhes contar a história que aprecede esse homem foi acometido de forma bastante súbita de uma grave letal enfermidade da medula espinhal para possibilitar um tratamento melhor ele passou a morar distante de Viena na casa de campo de uma amiga familiares consultaram dos mais renomados especialistas europeus o qual se manifestou o contrário a uma cirurgia mesmo uma cirurgia opinou ele poderia ter no máximo 5% de chance de sucesso e tudo isso foi relatado por um dos familiares numa carta dirigida
à dona da casa cujo hóspede era a época o meu paciente essa carta foi trazida ao quarto numa bandeja pela criada desavisada durante o café da manhã conjunto da anfitriã com hóspede enfermo no escrito doente que tem em mãos ele descreve tudo isso escreve ainda o seguinte desse modo foi inevitável para conceder-me acesso a carta de pelo contrário ela teria que interrompido com um costume de anos e eu também poderia ter tirado conclusões daí certo dia um amigo me pediu insistentemente para assistir com ele o primeiro filme sonoro se bem me recordo que era exibido
em Titanic Fritz Cordeiro com toda a sua maestria desempenhou o papel do poeta paralítico na cadeira de rodas que depois de tentar seguir em vão deixa as águas torrenciais subirem nele então rezando o Pai Nosso opõe a morte de maneira firme consciente uma pequena comunidade de destino saí abalado dessa primeira experiência no cinema e pensei que devia ser uma dádiva do destino ir consentimento ao encontro da morte agora a minha me concedeu isso mais uma vez posso experimentar em um aspecto combativo mas nesse combate não se trata de antemão de Vitória mais de uma última
tensão das forças em quanto tal de um último exercício de ginástica por assim dizer eu quero suportar as dores enquanto conseguir sem recorrer anestésicos combate por posições perdidas e essa expressão nem deve existir no sentido de nossa visão de mundo o que importa é o combate por si só depois da leitura da carta de com a opinião do professor tocamos à noite a sinfonia n4 a romântica de brucner tudo em mim estava plena da imensidão abundante e reconfortante de resto trabalho diariamente questões de matemática e não sou sentimental com amor teu agora certamente ninguém de
vocês Pode me censurar dizendo que é fácil para mim falar mas que gostaria de ver um doente que realmente diante da Morte mantenha uma atitude no sentido daqui eu coloco como possível e portanto como necessária para o autor da carta não é fácil falar e no entanto ele agiu e mostrou que o indicado também pode ser realizado ficará Claro para vocês que todo insucesso exterior e todo o fracasso no mundo em nada pode afetar o sentido que possa resultar do adoecer e do morrer pois aqui se trata antes de um sucesso interior e que esse
sucesso interior se mantém apesar do insucesso exterior é claro porém que talvez tudo isso seja válido não só para casos especiais mas que temos que aplicá-la toda a nossa vida e a nossa vida inteira pois de alguma maneira toda a nossa vida é Afinal mal sucedida desde que se entenda sucesso como sucesso exterior nenhum sucesso exterior nenhum efeito nenhum fator biológico ou sociológico lá fora no mundo tem a garantia de se prolongar para além de nós ou de durar para sempre o sucesso interior no entanto a realização de sentido interior é algo que se for
o caso foi alcançado de uma vez por todas o fato de que muitas vezes esse objetivo é alcançado no final da existência não afeta o sentido da vida mas sim arredonda esse final numa consumação é difícil tornar essas coisas visíveis e verossímens com base em exemplos do cotidiano para esse fim é melhor recorrer a arte lembros apenas da novela de vefel né todo Descreva os dias pela morte do Pequeno Burguês nela desceu descreve a configuração do ser humano comum Pequeno Burguês cuja vida inteira consiste em miséria e preocupações e parece desfazer-se nelas então esse homem
fica doente e é levado para um hospital e agora vê fé nos revela que esse homem trava uma luta heroica contra a morte eminente porque sua família só receberia o prêmio do seguro Se ele morrer após o dia do ano novo do contrário porém não haveria cobertura do seguro e nessa luta com a morte nessa luta para vivenciar o dia do ano novo nessa luta pela segurança financeira da família esse homem simples e Modesto desenvolve uma grandeza humana que somente um poeta consegue retratar ou lembrem-se De um acontecimento de algum modo análogo no conto de
Tolstói a morte de Ivan e também nesse caso trata-se de um ser humano burguês que só se desespera quando tem em conta a morte e a falta abissal de sentido da existência atual como ela agora aparece a sua consciência Mas quem no desespero diante da falta de sentido se transforma e nessa transformação com essa transformação ainda consegue de alguma forma dá sentido retroativamente a sua vida inútil sim justamente através dessa vivência da inutilidade anterior ele dedica sua vida como um todo a ser uma vida plena de sentido se depois de tudo isso ficou demonstrado que
também a vida doente sim também a vida diretamente condenada à morte não representa de modo algum Uma vida sem sentido temos que agora nos dedicar a questão de saber com que Direito pode ser afirmado que a pessoa doente ou diretamente condenada à morte o moribundo é uma pessoa sem valor que sua vida é uma vida indigna de ser vivida queremos abstrair sobretudo de todo o valor no sentido de utilidade portanto de todo o valor de utilidade que Inclusive a vida de indivíduos doentes sim exatamente a vida deles poderia ter uma vez que ela poderia contribuir
para a descoberta de novas doenças ou para a criação de novos tratamentos porque no entanto queremos eliminar de antemão esse ponto da avaliação na nossa opinião incluir esse ponto seria um direito no máximo da própria pessoa doente na Perspectiva dela Pode parecer justificada a questão de saber que valor sua vida doente poderia ter para a ciência sabemos que muitas pessoas legam seus cadáveres para uma instituição de anatomia a fim de prestar em um serviço a ciência mesmo depois do fim de suas vidas na nossa perspectiva Porém na Perspectiva do médico é inadmissível essa avaliação extremamente
objetiva do ser humano é certo que é o médico Cabe seu objetivo a atitude médica em relação ao doente é necessariamente cheia de distanciamento interior basta considerar como se Desenrola uma visita médica no hospital pense em vista não as pessoas mas o caso o assistente que conduz o médico principal durante a visita apresenta cada um dos doentes como um caso dessa ou daquela doença em geral o médico também tende a tratar a doença e não o doente não a pessoa doente e repetidamente ouve-se a expressão isso é um caso de observem isso portanto não não
esse ser humano em seguida é portanto não tem desse modo não se trata de uma fala sobre uma doença que esse ser humano tem mas apenas sobre o caso que esse ser humano é então um caso portanto um caso qualquer um mero representante de uma determinada doença ou talvez o caso número tal e tal de uma série chamada de material doente com essas expressões que se infiltram inconscientemente no jargão médico está suficientemente caracterizado como é profunda e ampla essa tendência de distanciamento por parte do médico e essa reificação do ser humano o bom médico que
notoriamente sempre é também uma boa pessoa o bom médico é chamado repetidamente a retornada a objetividade para a humanidade quanto mais objetiva sua atitude ameaça se tornar e ela se torna justamente em virtude dos casos de doença psíquica tanto mais ele irá impor se a mudança para uma atitude humana ainda que seja apenas a ocasionalmente se perguntar bom isso é um caso de loucura juvenil Então o que eu faria no seu lugar é uma questão à parte que não queremos continuar a abordar aqui ou seja que essa conversão para humano esse afastamento da atitude científica
puramente objetiva em direção a uma atitude humana e propriamente médica que é essa humanidade no médico que descobre Afinal o humano doente o que é significativo de tudo no caso do psicoterapeuta Além disso desperta humana no doente o que por sua vez é decisivo principalmente na psicoterapia se portanto é colocada a questão a respeito da meratilidade da vida doente para a sociedade humana e para o progresso econômico Então essa questão já revela um ponto de vista desumano Por conseguinte não médico um ponto de vista de radical reificação e degradação do ser humano o qual de
antemão recusamos adotar mesmo ser humano psicamente doente não é para nós nenhuma doença mas em primeira linha um ser humano um ser humano que tem uma doença e com humano esse ser humano pode ser ainda que esteja tão doente com humano ele pode ser não só apesar de ir na sua doença mas na sua atitude diante da doença há muitos anos conhecia uma mulher idosa que a décadas sofria de um grave distúrbio mental e constantemente era atormentada por alucinações ela sempre ouvia vozes que criticavam tudo que fazia ou precisava de fazer e que se despediam
dela com comentários sarcásticos certamente uma condição muito angustiante porém essa mulher tomou uma posição diante desse seu terrível destino ela se reconciliou com seu destino pois manifestamente ela fez isso na sua consulta durante a descrição de sua condição ela estava apesar de tudo Serena e tranquila na medida do possível ela permaneceu uma pessoa dirigente sou preso com isso permiti me perguntar e cautelosamente o que ela achava dessa condição e como ela podia sorrir desse jeito e se essas continhas alucinações não seriam demasiadamente horríveis e qual foi sua resposta meu Deus eu acho senhor doutor que
estou sempre melhor ouço vozes como se estivesse surda com deficiências auditivas e maliciosamente continuou a sorrir que a humanidade que realização humana estamos tentados a dizer que há de viver resgata essa declaração e agora nos perguntamos o que temos a dizer diante do fato de que se classificou doentes incuráveis em particular doentes mentais incuráveis somente por causa desse seu estado doentio como vida indigna de ser vivida e como tal ameaçou exterminá-lo de fato A exterminou pois ouve-se reiteradamente que o assassino de pessoas com doenças mentais incuráveis Seria algo que provavelmente se possa conceber como único
aspecto legítimo em um programa político ideológico de resto absolutamente rejeitável por isso queremos aqui examinar detalhadamente todos aqueles motivos que em geral constituem o pressuposto implícito daquele tipo de comentários e contrapores uma argumentação mais consistente possível visto que em primeira linha trata-se de doentes psíquicos incuráveis para cujo extermínio indigna de ser vivida Desprovida de sentido o direito é posto em questão deveriamos em primeiro lugar nos perguntar o que é incurável em vez de fazer muitas declarações incontroláveis e parcialmente compreensíveis para vocês como leigos pretendo-me concentrar em desapresentar um caso concreto que eu mesmo vivencie em
uma clínica estava deitado um jovem homem que se encontrava num chamado estado de inibição durante cinco anos Ele não disse uma palavra não comia espontaneamente de modo que teve que ser alimentado artificialmente por meio de um tubo através do nariz e permanecia dia após dia na cama de modo que por fim a musculatura de suas pernas atrofio se por ocasião de uma das várias visitas guiadas de estudantes de medicina pela Clínica tivesse apresentado esse caso certamente um deles como acontece com frequência teria me dirigido a pergunta diga-me sinceramente senhor doutor não seria melhor deixar uma
pessoa assim morrer ora o futuro lhe teria dado a resposta pois um dia sem qualquer motivo aparente nosso paciente serviu pediu ao enfermeiro para tomar uma refeição de modo habitual e pediu para ser tirado da cama a fim de começar o treino para caminhar também de resto ele se comportava de maneira completamente normal ou seja conforme a sua situação aos poucos os músculos de sua perna começaram a ficar mais fortes e Demorou apenas poucas semanas até que o paciente pode receber alta curado pouco tempo depois ele não só voltou a trabalhar em sua profissão anterior
mas também ministrou novamente conferências em uma das escolas para a formação de adultos de Viena tratando de viagens ao exteriores e excursões que ele um dia havia feito e das quais havia trazido fotos belíssimas certo dia porém ele também falou para um pequeno círculo íntimo de especialistas em Psiquiatria depois que eu havia convidado para uma palestra sobre sua vida interior durante os cinco anos críticos de sua permanência na clínica nessa palestra ele descreveu todas as experiências Possivelmente interessantes daquele período e nos propiciou um vislumbre não só em sua riqueza psíquica que havia se ocultado a
seu tempo na inatividade física exterior como a psiquiatria Costuma se expressar mas também alguns detalhes notáveis do acontecimento nos Bastidores daquele acontecimento do Qual médico não muito Atento que apenas faz visitas e fora dessas visitas não observa muito não faz a menor ideia o doente se lembra durante anos desde o daquele evento para tristeza de um ou outro enfermeiro que certamente nunca teria contado com o fato de que o enfermo viria ficar curado E revelar suas memórias Mas mesmo supondo que não determinado caso trata-se de fato de um caso incurável segundo ter mais abrangente e
coerente quem nos diz quanto tempo esse caso Ou seja a doença em questão deverá ser considerada incurável na psiquiatria justamente nos últimos anos não experimentamos que distúrbios mentais até então considerados incuráveis puderam Afinal através de algum tratamento ser ao menos atenuados quando não realmente curados quem nos diz portanto em cada caso que não seria possível influenciar um determinado caso de distúrbio com qual lidamos nesse momento através de uma dessas medidas terapêuticas através de um método de tratamento que está sendo desenvolvido neste momento em algum lugar do mundo em alguma Clínica sem que tivéssemos a menor
ideia a seu respeito precisamos nos perguntar também o seguinte supondo que de fato soubéssemos tudo que seria necessário para falar com absoluta certeza não só de encorabilidade momentânea mas permanente quem inclusive nesse caso dá o médico o direito de matar o médico enquanto tal é designado pela sociedade humana para isso ele não tem incumbência de salvar quando possível de ajudar e de cuidar quando não pode mais curar não é por acaso que a maioria das Clínicas psiquiátricas se chamam expressamente de estabelecimento de cura e de cuidado ponto o médico enquanto o médico certamente não é
um juiz sobre o ser e o não ser das pessoas doentes que lhe foram confiadas ou até que confiam a si mesmas para ele por isso não lhe compete a priori o direito e ele jamais deveria tomar a liberdade de fazer um juízo sobre o suposto valor ou desvalor da vida de enfermos suposta ou realmente incuráveis imagine porém aonde tudo isso nos levaria se esse direito que ele desse modo nem tem fosse convertido numa lei ainda que seja somente uma lei não escrita Eu lhes digo a confiança dos doentes e dos familiares no status médico
teria acabado de uma vez por todas pois jamais alguém saberia se o médico se aproxima dele como cuidador e curador ou como juiz e Carrasco agora podem ser apontadas outras objeções talvez alguém defenda que os contra argumentos citados não sejam válidos pois teríamos que nos perguntar Sinceramente se o estado não tem precisamente a obrigação de conceder ao médico o direito de aniquilar indivíduos desnecessários inúteis seria concebível Afinal que o estado na condição de guardião do interesse coletivo da comunidade tivesse que liberta-la do Peso desses indivíduos altamente improdutivos que somente tiram o pão das pessoas saudáveis
e viáveis ora enquanto se tratar de um consumir o bens como gêneros alimentícios leitos hospitalares capacidade de trabalho de médicos e enfermeiros não é necessário entrar numa discussão desse argumento Se tivermos em mente apenas uma coisa um estado que está economicamente tão mal que tem que o percentual relativamente tão íntimo de seus incuráveis para assim economizar os mencionados benção estado desses há muito já está acabado economicamente no entanto No que diz respeito ao outro lado da questão o fato de que os doentes incuráveis deixariam de ser úteis para a comunidade humana de modo que uma
assistência eles representaria assim uma assistência improdutiva seria preciso lembrar que a utilidade para a comunidade jamais em nenhuma circunstância é o único critério que estamos autorizados a aplicar a um ser humano não é difícil justamente no presente complexo de questões comprovar o seguinte os dementes que são antidos na clínica psiquiátrica e ali executam suas tarefas primárias empurram um carrinho com tijolos ou ajudam lavando as louças se eles são ainda muito muito mais úteis e produtivos do que por exemplo nossos avós que passam sua velhice de maneira extremamente improdutiva e cuja eliminação única e exclusivamente com
base nessa sua improdutividade repudiada mesmo por aquelas pessoas que do contrário defendem a eliminação da vida improdutiva com improdutiva é a existência de uma idosa que está em sua casa meio paralisada sentada na cadeira de rodas junto à janela cochilando e no entanto como ela invoter rodeada pelo amor dos filhos e netos nesse ambiente amoroso ela é exatamente essa voz singular nem mais nem menos enquanto tal ela é porém nesse ambiente afetuoso em confundível em substituível como uma outra pessoa que ainda exerce sua atividade profissional e pode ser insubstituível em sua realização Comunitária quando falamos
na nossa primeira conferência que a singularidade e o caráter único de cada ser humano representa um valor de sua pessoa que esse valor teria que ser referido a uma comunidade para qual a singularidade tem significado valorativo então todos pensamos Nesse contexto sobretudo numa contribuição para a comunidade no entanto agora se evidencia que ainda um segundo caminho em que o ser humano faz valer essa sua singularidade como ser singular e único em que portanto realiza o valor de sua personalidade e o sentido pessoal e concreto da vida é o caminho do amor melhor dito do ser
amado é uma Vereda passiva sem qualquer contribuição sem qualquer Ação Sem acréscimo próprio no ato de ser amado cai por assim dizer no colo do ser humano aquilo que do contrário em geral ele tem que conquistar através de suas ações nesse caminho de ser amado ele alcança o que em suas realizações tem que conquistar como mérito sem qualquer mérito é que não se pode merecer amor amor não é nenhum mérito mas graça na Vereda do amor ao ser humano é dado por consequência pela graça o que do contrário ele tem que obter que tem que
conseguir através de uma ação a realização de sua singularidade e unicidade é pois a essência do amor deixar nos ver a pessoa amada justamente em sua singularidade e unicidade agora tratarei do seguinte argumento tudo que digo é claro que está correto no geral no entanto não se aplica aqueles pobres seres vivos que de alguma forma os tentam injustamente o título de seres humanos por exemplo as crianças com deficiência mental grave vocês porém ficaram surpresos ao contrário do psiquiatra experiente se eles disser que reiteradamente se constata que justamente essas crianças em particular São criadas e cuidadas
pelos pais com o amor mais afetuoso permitam-me apenas ler uma passagem de uma carta de uma mãe que perdeu sua filha em consequência das medidas de eutanásia através da aderência precoce dos ossos do crânio ainda no ventre materno minha filha nasceu no dia seis de Junho de 1929 com uma doença incurável eu mesmo tinha 18 anos naquela ocasião adorava minha filha e amava infinitamente minha mãe eu faziamos tudo para ajudar o pobre pequeno bebê com tudo em vão a criança não podia caminhar nem falar mas eu era jovem e Não perdia a esperança eu trabalhava
dia e noite para poder comprar suplementos nutricionais e medicamentos e quando colocava suas pequenas e frágeis mãos no meu pescoço e lhe dizia tu me amas menina ela se agarrava firmemente em mim sorria e levava desajeitadamente as pequenas mãos ao meu rosto Então apesar de tudo eu ficava feliz infinitamente feliz contudo ainda lhes restam argumentos pelo menos aparentes Vocês poderiam por fim afirmar que o médico que mata um doente incurável age no caso os mencionados de distúrbios mentais em última instância em nome da melhor vontade própria dos pacientes afetados pois justamente essa vontade está confusa
justamente esses doentes não conseguem perceber por se sua própria vontade seu verdadeiro interesse por causa do distúrbio mental Justamente por isso o médico como advogado dessa vontade por assim dizer está não só autorizado mas quase obrigado a efetuar o assassino esse assassino seria se entendido corretamente uma ação substitutiva para um suicídio que o doente indubitavelmente levaria a cabo caso soubesse minimamente o que está vivendo o que tenho para lhe dizer sobre isso ou seja contra esse argumento pretendo desenvolver por sua vez recorrendo a um caso que eu mesmo vivenciei como jovem médico estava atuando numa
clínica de medicina interna na qual um dia foi internado um jovem colega ela já havia trazido junto diagnóstico diagnóstico de um câncer peculiar extremamente perigoso não mais operável e particularmente insidioso e seu diagnóstico estava correto tratava-se de uma forma cancerígena específica a medicina chama a de melanosarcoma que é detectável por meio de uma reação urinária naturalmente tentamos iludir o paciente trocamos sua urina com a de um outro doente e mostramos o resultado negativo da reação o que porém ele fez certo dia a meia-noite ele entrou escondido no laboratório e fez a reação da sua própria
urina para nos surpreender no dia seguinte durante a visita como Resultado positivo nada nos ajudou com o nosso constrangimento e não nos restou outra coisa do que esperar o suicídio do colega toda vez que ele saía e não tínhamos como impedi-lo para como de costume irá um pequeno café nas redondezas tremíamos com a possibilidade de sermos informados de que ele havia se envenenado no banheiro no entanto o que realmente ocorreu Quanto mais a doença avançou visivelmente tanto mais o doente começou a duvidar do seu diagnóstico quando ele já tinha tumor e secundários no fígado começou
até a diagnosticado doenças hepáticas inofensivas por isso que havia ocorrido quanto mais se aproximava o fim da sua vida tanto mais se desenvolvia à vontade de viver desse homem tanto menos ele queria aceitar o fim próximo pode-se pensar sobre isso que se quiser o fato é permanece que aqui se move uma vontade de viver e esse fato precisa de maneira clara e de uma vez por todas com validade para todos os casos análogos chamar nossa atenção para o seguinte que não temos o direito de negar essa vontade de viver a nenhum doente isso chega ao
ponto de que nós temos que defender essa tese também nos casos em que como médicos somos postos diante de fatos consumados em que uma pessoa comprovou pela ação que não tinha mais nenhuma vontade de viver refiro-me aos Suicidas e sou da opinião que também nos casos em que há uma tentativa de suicídio o médico tem não só o direito mas a obrigação de intervir da perspectiva médica ou seja para salvar e ajudar sempre que o quanto puder essa questão não é Desprovida de atualidade pois alguns anos eu mesmo estava ocupado em desenvolver um procedimento pelo
qual seria possível salvar o doente também nos casos de grave intoxicação com soníferos casos em que até hoje havia falhado qualquer tratamento habitual nesse caso entre meus colegas levantaram-se vozes que afirmavam que eu não tinha o direito de devolver a vida de arrancar de volta para a vida pessoas cuja decisão para o suicídio era tão compreensível tratava-se de toda uma epidemia de suicídios em virtude de circunstâncias específicas que ameaçavam extremamente todo um grupo de pessoas o que eu estaria fazendo era brincar com o destino no entanto insistindo meu ponto de vista e em nenhum momento
abrir mão desse princípio mesmo quando minha própria assistente que também havia criticado repetidas vezes Esse princípio certo dia foi internada no Hospital após uma tentativa de suicídio inclusive nesse caso não renunciei ao meu princípio e apliquei em minha técnica sem agradecimento mas com sucesso no entanto o que repliquei para os críticos Morais do Meu método uma crítica médica seria refutada pelos fatos foi o seguinte não sou eu que quero brincar com o destino mas quem tenta brincar com o destino é um médico que abandona um suicida ao seu destino que dá asas ao destino onde
talvez ainda pudesse intervir ajudando ele cruza os braços pois se tivesse sido do agrado do destino deixar o respectivo suicida realmente morrer Então esse destino certamente teria encontrado os meios para não deixar que o moribundo caísse a tempo nas mãos de um médico se porém ele foi lançado nas mãos do médico esse médico também tem que agir como médico e não cair nos braços desse destino do destino misericordioso através dessa reflexão de todos os argumentos aparentes favoráveis a uma eutanásia espero ter eles revelado com Incondicional é o sentido da existência e como inabalável Dever Ser
portanto Nossa convicção no sentido da vida quando em primeiro lugar a vida se revela como plena de sentido por si então a consequência é que mais tarde também o sofrimento integra o sentido tome parte no sentido da vida e então resulta que inclusive morrer pode ter um sentido que pode ter sentido morrer a sua morte e por fim resulta que também a doença Inclusive a doença incurável e mesmo a doença mental incurável não dá ninguém o direito de negar o direito de viver a uma vida humana como vida indígena de ser vivida com isso teríamos
abordado por diversos pontos de vista o âmbito da questão do sentido da vida num breve resgate do nosso resultado principal lembramos sobretudo da constatação fundamental de que nossa vida em si significa ser indagado e que não se pode legitimamente indagar pelo seu sentido visto que esse sentido consiste sempre em dar uma resposta no entanto as respostas que temos que dar para as questões concretas da vida não podem consistir em palavras mas apenas em um agir e mais do que isso justamente na nossa vida no nosso ser inteiro as questões da vida só podem ser respondidas
ao Assumimos responsabilidade pela nossa vida no entanto ao concluir não podemos esquecer que a questão original do sentido também permite uma outra expressão que ela também pode ser Concebida de maneira diferente Pois é colocado em relação com o todo do mundo em especial por exemplo em relação com que nos acontece com o que nos confronta de maneira involuntária inevitável em relação com o destino não somos capazes de direcionar o destino chamamos destino justamente Aquilo em relação a que não temos nenhuma influência aquilo que escapa essencialmente do Poder da nossa vontade certamente Vimos que o sentido
de nossa vida numa parcela não insignificante consiste justamente em como nos posicionamos em relação ao nosso destino exterior em como nos comportamos em relação a ele quando não mais podemos moldá-lo quando ele é de antemão imutável Mas temos que perguntar adicionalmente se não seria concebível que mesmo esse destino puro e autêntico e com ele além disso todo esse acontecimento Mundial Lá fora tem um sentido penso que aqui se apresentam duas grandes possibilidades de reflexão cada uma delas incontestável e cada uma delas não Travel por fim podería muito bem afirmar que tudo é em última instância
inteiramente desprovido de sentido igualmente se poderia afirmar que tudo é não apenas extremamente pleno de sentido mas de tal maneira pleno de sentido que nem mais conseguimos conceber esse sentido do todo esse sentido Universal que aqui só podemos falar de um Supra sentido do mundo com igual o direito portanto pode-se defender o total absurdo do mundo bem como um sentido Universal do mundo com igual o direito disso significa que porém com igual o direito lógico ou seja injustiça de fato a decisão diante da qual nos encontramos aqui não é mais nenhuma decisão lógica logicamente defenderia
tanto uma quanto a outra logicamente ambas as possibilidades de reflexão são autênticas possibilidades de reflexão a decisão de que se trata Aqui é do ponto de vista lógico uma decisão sem fundamento ela não tem nada como fundamento ela tem como fundamento nada nessa decisão pairamos sobre o abismo do nada ao mesmo tempo porém nessa decisão estamos sob o horizonte do supra sentido não mais a partir de uma lei lógica só a partir da profundeza de seu próprio ser o ser humano consegue tomar essa decisão ele consegue decidir-se por uma coisa ou por outra uma coisa
porém sabemos se o ser humano se decide pela convicção um sentido último no Supra sentido do ser Então essa convicção como toda a convicção tem um efeito criativo pois a convicção não é só convicção em sua verdade ela mais muito mais ele torna verdadeiro Aquilo em que acredita podemos assim dizer a escolha de uma possibilidade de reflexão é mais do que a melhor escolha de uma possibilidade de reflexão é a realização de uma mera possibilidade de reflexão Este é o de o livro foi criado pelo Canal Rafael Fernandes experimentou um crucis na Baviera há uma
pequena cidade chamada lansberg situada a cerca de 50 km a leste de Munique a sul dela uma estrada leva ao mercado de café distante 5 km no início do ano passado passaram ao Alvorecer 280 homens por essa estrada a coluna formada por fileiras de cinco pessoas era escoltada por homens da SS tratava-se de um grupo de prisioneiros do campo de concentração localizado em Califórnia ele se dirigiam para uma floresta situada nas proximidades com o objetivo de construir uma indústria bélica camuflada de dimensões gigantescas eram figuras maltrapias degradadas que andavam pela estrada Andara é uma expressão
incorreta elas mancavam arrastavam-se muitas vezes penduradas umas nas outras apoiadas umas nas outras as pernas inchadas dos edemas da Fome tinham dificuldade de carregar até mesmo os corpos com peso médio de apenas 40 Kg os pés doíam pois estavam feridos cheios de contusões laceradas e frieiras abertas e o que se passava na mente desses homens eles pensavam na Sopa que era distribuída na única refeição diária ao anoitecer no campo após o retorno do local de trabalho e se perguntavam-se nessa noite teria uma sorte de encontrar além da água da sopa também uma batata boiando nela
e pensavam a respeito do grupo de trabalho em que seriam destinados nos próximos 15 minutos se Ficaria um grupo um supervisor temido ou num relativamente agradável e desse modo os pensamentos dessas pessoas giravam em torno das preocupações cotidianas de um campo de prisioneiros então para um desses homens esses pensamentos se tornaram de algum modo muito estúpidos e ele tentou se abrir para outros pensamentos para preocupações mais dignas do ser humano mas isso não queria dar certo para ele aí ele recorreu a um artifício ele se esforçou para distanciar-se colocasse acima de toda essa vida angustiante
na medida em que como se diz ele é considerava de um ponto mais elevado ou da perspectiva do Futuro no sentido de uma consideração teórica futura e o que ele fez ele imaginou que estava diante de uma Tribuna de uma escola de formação para adultos de Viena e ministrava uma conferência E na verdade falava a respeito do que ele justamente havia vivido mentalmente ele proferir a uma palestra com o título psicologia do campo de concentração se você estivessem olhado mais de perto para o homem daquele grupo teriam notado que tanto em seu casaco como em
sua calça estava costurado um pequeno trapo de Linho em que se podia ler um número 119.104 e se você tivesse procurado nos registros do campo de da chao teria descoberto que sob esse número constava o nome do prisioneiro Victor Franco a conferência que este homem proferiu mentalmente naquela ocasião será ministrada agora realmente pela primeira vez nesse auditório da Escola de Formação para adultos de Viena eu vou repetir aquela conferência iniciou com as palavras na psicologia do campo de concentração podemos diferenciar várias fases No que diz respeito à reação psíquica do prisioneiro a vida no campo
a primeira fase é da época do ingresso do prisioneiro no campo é a fase que se poderia designar e caracterizar como choque de recepção imagine o seguinte o Prisioneiro é digamos levado para a Auschwitz caso ele fizesse parte por exemplo da maioria de aproximadamente 95%, então seu caminho levava da estação diretamente para uma das câmaras de gás caso fizesse parte porém como por acaso eu da minoria de 5%, o caminho levava primeiramente ao banho de desinfecção portanto há um verdadeiro o banho de ducha antes que ele pudesse adentrar verdadeira sala de banho tirava-se dele tudo
que tinha consigo ele podia ficar apenas com o suspensórios ou um cinto igualmente os óculos ou uma cinta Ortopédica Mas nenhum pelo permanecia em seu corpo ele era raspado então quando ele Enfim estava de pé debaixo da ducha nada havia restado de toda sua existência até agora exceto a sua existência em sentido literal no recua E agora se dá a verdadeira questão com que ele ingressa na primeira fase da vivência do campo de concentração ele deixa para trás toda sua existência anterior ninguém ficará surpreso com o fato de que agora o pensamento mais imediato se
volta à questão de saber qual é a melhor forma de cometer suicídio de fato qualquer um nessa situação freta ainda que por um instante com a ideia de ir para o fio de cometer suicídio a saber com o método usual no campo tocando a cerca elétrica com alta tensão logo porém abandona-se essa intenção simplesmente porque ela se torna relativamente Desprovida de objeto Pois uma tentativa de suicídio é desnecessária nessa situação uma vez que a probabilidade média de não ir para a câmara de gás Cedo ou Tarde de qualquer forma é extremamente reduzida quem precisa ir
para o fio quando Cedo ou Tarde irá para câmara de gás nem a mais preciso desejar o fio uma vez que se tem que temer o gás mas o gás Nem é preciso temer uma vez que já se havia desejado o fio quando conto essas coisas costumam relatar a seguinte vivência na primeira manhã que passamos em Auschwitz um colega que havia chegado ali de algumas semanas antes de nós veio efetivamente até nosso grupo de recém chegados Pois estávamos agrupados em uma barraca isolada ele queria nos consolar E alertar sobretudo ele nos deu a entender que
deveríamos estar atentos à nossa aparência deveríamos incondicionalmente tentar causar a impressão de semos hábitos para o trabalho bastaria que a pessoa mancasse por causa de uma circunstância ensino ofensiva por exemplo por causa de sapatos apertados que um homem dá SS que visse essa situação estaria disposto de pronto a chamá-lo lhe manda-lo diretamente para a câmara de gás somente pessoas aptas ao trabalho seriam aceitas aqui para continuar a viver todos os demais seriam considerados indignos de viver indignos de sobreviver nesse sentido o colega nos ensinou a fazermos a barba diariamente com o objetivo de raspar da
pele do rosto com alguma ferramenta de barbear improvisada por exemplo com um caco de vidro temos uma aparência mais Rosada mais fresca mais saudável e quando ele por fim examinou o nosso grupo para ver se efetivamente causaríamos a impressão necessária de saúde e aptidão para o trabalho constatou de mo tranquilizador assim como estão diante de mim ninguém de vocês precisa temer por enquanto ser enviado para câmara de gás talvez com exceção de um ali com exceção de você Franco não me leve a mal não é mas você é o único que na opinião dele no
momento seria cogitado para uma seleção seleção era a expressão corrente no campo para a escolha daqueles que deveriam ser enviados para a câmara de gás no próximo grupo ora de modo algum levei ele a mal pois o que senti nesse momento era no máximo a satisfação com o fato de que dessa maneira com grande probabilidade ser meia poupada uma tentativa de suicídio é assim diferença diante do próprio destino avança cada vez mais em poucos dias o Prisioneiro do campo está cada vez mais indiferente na sua permanência no campo cada vez menos tocam as coisas que
acontecem ao seu redor ao passo que nos primeiros dias a profusão de impressões inimaginável para alguém de fora repletas de feudalidade em todos os sentidos responde-se com sentimentos como pavor indignação e nojo no final esse sentimentos desvanecem e a vida afetiva como um todo é reduzida a um mínimo toda razão de ser se reduz então meramente a sobreviver ao dia de hoje a vida espiritual é desativada exclusivamente para atender a esse único objetivo em relação a todo o restante a alma se envolve com uma blindagem que deve repelir as impressões normalmente chocantes e perturbadoras desse
modo há uma se protege e busca se resguardar diante da supremacia daquilo que a flui sobre ela e salvar seu equilíbrio redimisse na indiferença com isso o Prisioneiro dalpasso para a segunda fase de sua reação psíquica diante da vida no campo naquela fase que se pode designar de fase da apatia se porém o interesse exclusivo agora passa unicamente pela autoconceção pela Conservação da própria vida e da dos seus poucos amigos reduz-se o nível interior do ser humano quase no mesmo nível de um animal e quando se observa mais de perto pode-se perceber completamente ao de
um animal gregário para poder avaliar teria sido necessário observar o comportamento dos prisioneiros quando se perfilavam uma coluna em que o importante para eles era posicionar-se no meio do trem respectivamente no meio das fileiras de cinco a fim de não ficar exposto aos chutes das Botas dos guardas Afinal o objetivo de cada indivíduo consiste em passar despercebido em não se expõe de modo algum mais desaparecer na multidão não surpreende que esse desaparecimento na Massa Leve é um desaparecimento a um declínio do aspecto pessoal no campo de concentração o ser humano corria o risco de se
tornar um ser entregue a massificação em média ele também se tornou tão primitivo como um ser entregue a massificação toda sua atitude instintiva se tornou primitiva tornou-se primitiva pois era em geral uma atitude instintiva Desse modo é compreensível que psicanalistas entre meus colegas que estavam comigo no campo de concentração falasse inteiramente inconsonância com a visão deles de uma regressão regressão significa o retrocesso da Alma estágios mais primitivos da instintividade de fato era possível observar já nos sonhos típicos dos prisioneiros a que deseja os primitivos eles estavam entregues interiormente pois com o que se sonhava geralmente
no campo de concentração repetidamente com a mesma coisa com o pão cigarros um bom café e não por último com bom banho quente e eu pessoalmente sonhava repetidas vezes com um tipo de bolo bem específico E no entanto o discurso dos colegas com uma orientação psicanalítica unilateral estava fundamentalmente equivocado pois não é verdade que a experiência do campo de concentração leve o seu humano necessário e inevitavelmente a regressão compelindo portanto há um retrocesso interior conheço muitos casos e ainda que se tratasse de apenas alguns poucos eles têm força probatória fundamental em que as pessoas afetadas
em nada regrediram ao retroceder ao interiormente em que ao contrário progrediram anteriormente transcenderam anteriormente a si mesmas acenderam a verdadeira grandeza humana justamente no campo de concentração justamente através da experiência do campo de concentração outros especialistas não psicanalistas explicaram de maneira distinta o que aconteceu no plano psíquico com o ser humano no campo de concentração o professor tites conhecido especialista em caracteriologia que passou vários anos num campo de concentração acreditava conseguir observar que o caráter dos prisioneiros do campo Geralmente se desenvolvia contra aquele tipo psíquico que cria designa de esquizoide como você sabe ele se
caracteriza pelo fato de que o ser humano que dele padece oscila de um lado para o outro nomeadamente entre os Estados afetivos por um lado e a irritabilidade por outro lado ao passo que o outro tipo mais importante caracterizado pelo temperamento cicloide ou está imensamente Alegre ou profundamente triste portanto oscila entre a excitação de alegria ou em disposição de tristeza aqui não é o lugar de tratar da discussão técnica dessa concepção psicopatológica pretendo me limitar o que é de fundamental importância Ou seja a constatação que eu poderia fazer base idêntico material de observação contra a
posição de o tites que o ser humano no campo de concentração de modo algum está sob a equação exterior de alinhar seu desenvolvimento interior ao típico Prisioneiro do campo de concentração com sua aparente esquizoidia mais que ele mantém uma liberdade a liberdade humana de se posicionar em relação ao seu destino ao seu meio de uma maneira ou de outra e havia uma maneira ou outra e havia pessoas no campo que por exemplo podiam superar sua apatia e suprimir sua irritabilidade e era pertinente sobretudo apelar para esse poder salientar esse poder também de outra maneira e
não apenas o pretenso dever assim o poder interior a liberdade propriamente Humana não pode ser tirada do prisioneiro ainda aqui de resto se pudesse tirar tudo dele inclusive realmente se tirou ela permaneceu com ele ela permaneceu com ele mesmo quando os óculos que se permitiu que mantivesse foram destruídos por um golpe no rosto e ainda quando certo dia ele foi levado a trocar seu cinto Por Um Pedaço de Pão de modo que por fim absolutamente nada mais havia restado de seus últimos pertences aquela liberdade permaneceu com ele e ela permaneceu com ele até o último
suspiro caso o ser humano no campo de concentração caísse sobre as leis psíquicas também ele apesar disso possui a liberdade de escapar do poder e da influência do meio e não se submeter àquelas leis mais resistir escapar delas em vez de obedecê-la cegamente em outras palavras também esse ser humano tinha aquela liberdade mas ele havia abdicado dela ele havia renunciado ao seu uso renunciado a ela voluntariamente com isso no entanto ele desistiu de seus si mesmo de sua dimensão mais autêntica ele havia se deixado cair psicamente no entanto temos que nos indagar agora quando ocorre
essa queda Quando é que o ser humano se deixa cair psicamente e nossa resposta tem de ser a seguinte quando ele perdeu o suporte espiritual assim que ele deixa de ter qualquer suporte interior esse suporte podia consistir em dois aspectos ou se trata de um suporte no futuro ou se trata de um suporte na eternidade o segundo caso se refere a todas as pessoas verdadeiramente religiosas elas nem sequer precisavam do suporte no futuro na vida futura lá fora na Liberdade após a libertação futura essas pessoas conseguiam permanecer erguidas independentemente de esperarem um destino futuro de
vivenciar em um futuro desse tipo de sobreviverem ao campo de concentração os outros porém necessitavam encontrar suporte em sua vida futura no conteúdo existencial do seu futuro mas era difícil para eles pensarem no futuro seu pensamento não encontrava nenhum ponto de contato nenhum ponto final um fim o fim não era previsível com o digno de inveja devia aparecer por exemplo um criminoso que sabia exatamente que teria que cumprir sua pena de 10 anos que podia calcular quantos dias ainda faltavam até a data de sua soltura que homem feliz pois nós no campo não tínhamos ou
não conhecíamos nenhuma data e ninguém de nós Sabia quando fim chegaria segundo a afirmação nisso na dos colegas esse talvez fosse até um dos fatos psiquicamente mais angustiantes da vida no campo e os repetidos boatos de um final eminente da guerra se prestavam somente aumentar o instrumentos da espera pois repetidamente as datas tinham de ser postergadas quem no entanto ainda devia acreditar em Tais notícias durante três anos completos ouvi repetidas vezes em seis semanas a guerra terminará no máximo em seis semanas estaremos novamente em casa a decepção se tornou cada vez mais amarga e cada
vez mais profunda a expectativa cada vez mais tímida mas como consta na Bíblia o coração que repetidamente se decepciona fica doente na verdade o coração fica doente tão doente que por fim pode parar de bater Vocês entenderam isso quando eles contaram o seguinte caso no início de março do ano passado o ancião do bloco em que me encontrava um lebretista de operei ter compositor de tango de Budapeste contou-me que teve um sonho impressionante em meados de Fevereiro sonhei disse ele que uma voz falou comigo e me disse que devo desejar algo que devo lhe perguntar
algo que quero saber que ela pode me responder que ela pode me profetizar o futuro e aí lhe perguntei quando a guerra terminará para mim você me entende para mim portanto quando seremos libertados pelas tropas Americanas que avançam e o que a voz te respondeu aí ele se inclinou na minha direção e sussurrou no meu ouvido no dia 30 de Março em meados de Março cheguei a enfermaria com tiffas antemático no dia primeiro de abril recebi alta e retornei ao meu alojamento Onde está o ancião do bloco perguntei e o que descobri por volta do
final de Março quando a data profetizada pela voz do sonho chegava cada vez mais perto sem que a situação militar parecesse lhe dar razão ancião do nosso bloco havia ficado deprimido no dia 29 de Março começou a ter febre alta no dia 30 de Março no dia em que a guerra deveria terminar para ele ele perdeu a consciência e no dia 31 de Março ele estava morto Ele morreu de tiffas antemático como podem ver Portanto o ato de deixar-se cair psicamente a partir da ausência de suporte espiritual particularmente da perda de um suporte no futuro
leva também a um declínio corporal agora Queremos nos perguntar se não havia alguma espécie de terapia Contra esse declínio espiritual psíquica corporal se não era possível fazer alguma coisa contra ela e o quê diante dessa pergunta somente posso lhe responder certamente havia uma terapia Mas é claro que ela diante mão tinha que se limitar ao aspecto psíquico sendo que só podia ser uma psicoterapia e no âmbito dessa psicoterapia cabia evidentemente em primeira linha dar um suporte espiritual dar conteúdo a vida tendo presente as palavras de Nietzsche que certa vez disse quem tem um porquê para
viver pode suportar quase qualquer como um porque é um conteúdo da vida e o como eram aquelas circunstâncias que tornavam tão difícil a vida no campo de concentração de modo que ela se tornava suportável apenas em vista de um porquê de um para que como não havia portanto em Essência nenhuma outra não ser uma psicoterapia que permitisse ao ser humano sobreviver no campo então essa psicoterapia estava definida num determinado sentido na medida em que ela tinha que se esforçar principalmente em demonstrar para o ser humano do qual se exigia que reunisse a vontade de sobreviver
que essa sobrevivência tem um sentido Além disso porém a tarefa de cuidado psíquico que no campo era uma tarefa de pastoral médica era dificultada pelo fato de que lidava com pessoas que em média geralmente nem sequer podiam contar com uma sobrevivência o que se poderia ter dito para elas e é justamente para elas que se teria que ter dito alguma coisa assim essa situação era o experimento um crucis daquela Pastoral médica Ora eu já havia dito na conferência anterior que não só a vida por Excelência mas com ela também um sofrimento tem um sentido e
um sentido que é tão Incondicional que ele também pode ser realizado Quando o Sofrimento exteriormente não leva nenhum sucesso onde ele parece que é sofrido em vão e esse era o sofrimento predominante com que tínhamos de lidar nos campos de concentração o que porém eu devia dizer para essas pessoas que estavam deitadas ao meu lado na barraca e sabiam exatamente que quando e com brevemente elas teriam que morrer assim como eu elas sabiam que nenhuma vida nenhuma pessoa e nenhuma obra esperavam por ela se lembrem-se do caso duplo que lhe contei na primeira conferência Ou
seja que esperariam por elas em vão assim além do sentido da vida da Sobrevivência era válido identificar o sentido do sofrimento do sofrimento em vão sim muito mais do que isso identificar também o sentido da Morte uma morte que evidentemente somente poderia ter sido mais plena de sentido na linha daquela expressão de rio que mencionamos e que significa que importa morrer sua morte para nós importa morrer nossa morte não por exemplo qualquer morte imposta pela SS temos responsabilidade em relação a essa missão bem como em relação a missão da vida responsabilidade em relação a quem
diante de 15 Instância ora Quem deveria responder essa questão para os outros cada pessoa não deve em última instância decidi por si essa questão derradeira O que representa por exemplo alguém na barraca se sentir responsável nesse sentido em relação a sua consciência e ao outro em relação a Deus e ao próximo em relação a uma pessoa que estava distante cada um deles sabia ao menos que de alguma forma em algum lugar havia alguém que de modo imperceptível o olhava que exigia dele que fosse digno do seu tormento como dostoiévis que disse certa vez e que
esperava dele que morresse sua morte naquela época cada um de nós sentia essa expectativa em toda a proximidade da Morte e tanto mais a pessoa sentia quanto menos ela tinha a sensação de que ela mesma ainda podia esperar algo da vida de que alguém ou alguma coisa ainda podia esperar por ela de que se podia esperar unicamente pela sua sobrevivência muitos de vocês que não vivenciaram pessoalmente o campo de concentração ficarão espantados e me perguntaram como uma pessoa consegue Afinal suportar tudo aquilo de que lhes falei fiquei tranquilos aquele que vivenciou e sobreviveu a todo
espanta-se ele mesmo ainda mais do que vocês mas não se esqueçam disto a alma humana aparece se comportar em certo sentido como uma cúpula uma cúpula deteriorada se fortalece na medida em que é sobrecarregada também há uma Parece pelo menos até um certo ponto e dentro de certos limites fortalecesse ao experimentar uma sobrecarga e é por isso e somente assim se pode compreender que algumas pessoas fracas puderam deixar o campo de concentração num estado de ânimo melhor ou seja mais fortalecido do que quando entraram ao mesmo tempo porém entendemos agora aqui por outro lado a
libertação a saída do campo o repentino alívio do Prisioneiro da intensa pressão sobre a qual ele estava durante todo o tempo por sua vez afeta sua pscite Nesse contexto costumam recorrer comparativamente a chamada doença da descompressão nesse caso trata-se de profissionais que trabalham sob a água sob a alta pressão atmosférica e que nunca devem ser submetidos repentinamente mas apenas gradualmente a pressão atmosférica Normal pois do contrário surgem sintomas corporais graves com isso já estaríamos diante da abordagem da terceira e última fase no interior do campo de concentração trata-se da psicologia do prisioneiro libertado o aspecto
mais relevante que eu teria dizer em relação a ele diz respeito a algo que certamente causará o maior espanto diz respeito ao fato que leva muitos dias até que o Prisioneiro está em condições de se alegrar com a sua libertação ele precisa literalmente aprender de novo a se alegrar ora às vezes ele tem que se apressar em reaprender isso pois por vezes ele logo terá que desaprender isso E terá de reaprender a sofrer a respeito disso pretendo fazer alguns comentários Imaginem que a pessoa libertada do campo de concentração regressa para casa aí pode acontecer que
aqui a colar seja tratada com certa indiferença e sobretudo ela passará a ouvir dos outros repetidas vezes duas frases que são as seguintes nós não sabíamos de nada e nós também sofremos vamos nos a ter em primeiro lugar a primeira frase e perguntar por hora se o sofrimento humano pode ser mensurado e avaliado de tal modo que o sofrimento de um possa ser comparado com o sofrimento do outro e a respeito disso quero dizer o seguinte o sofrimento do ser humano é incomensurável sofrimento verdadeiro atinge o seu humano totalmente preencho inteiramente certa vez Conversei com
um amigo sobre Minha experiência no campo de concentração ele mesmo não esteve em nenhum campo de concentração ele havia sido simplesmente Combatente em Stalingrado e o homem se sentia como ele expressou de alguma forma envergonhado em relação a mim sem razão pois certamente há uma diferença essencial entre o que o ser humano Experimenta no campo de batalha e o que é Experimenta num campo de concentração na batalha ele se depara com nada vê a Face da Morte eminente no campo de concentração porém nós mesmos éramos nada estávamos mortos já em vida não valiamos nada não
apenas nada nós Oramos nossa vida nada avalia nossa morte nada valia ali não havia nenhuma Glória nem fictícia em nossa morte era a partida de um pequeno nada para o grande nada e essa morte quase não era percebida nós havíamos vivido antecipadamente já há muito tempo O que teria acontecido se eu tivesse morrido no campo de concentração na manhã seguinte na praça em alguma fileira de grupos de cinco alguém também exteriormente móvel parado como de costume Escondendo a cabeça do frio extremo por trás da Gola do casaco erguendo os ombros teria mal humorado para pessoa
ao seu lado ontem morreu o Franco e sim muito essa pessoa ao lado teria feito Hm e apesar de tudo nenhum sofrimento humano permite ser comparado pois faz parte da essência do sofrimento que ele é o sofrimento de um ser humano que é o seu sofrimento que seu tamanho no sofredor portanto no ser humano tão singular e único como cada ser humano individual é no entanto também o sofrimento Solitário de cada ser humano individual falar de diferenças de tamanho do sofrimento seria de antemão portanto algo desprovido de sentido uma diferença contudo que importa com efeito
em essência é a diferença entre sofrimento sem sentido e consentido no entanto e eu penso que isso vocês captaram suficientemente das conferências ministradas até agora essa diferença reside por sua vez integralmente no ser humano depende do ser humano e somente dele se seu sofrimento tem um sentido ou não E como fica o sofrimento daquelas pessoas que como ouvimos reiteram que teriam também sofrido e que não teriam sabido de nada vejam justamente essa afirmação de não ter sabido de nada é na minha opinião bem adequada a tornar aquele sofrimento em algo desprovido de sentido E por
quê Porque ela resulta de uma interpretação ética equivocada da situação uma interpretação equivocada sobre a qual Queremos nos debruçar agora não porque me interessa trazer para o debate à política atual mas porque considero necessário complementar a metafísica do cotidiano com a qual nos ocupamos até aqui com uma ética do cotidiano falávamos acima do motivo do ignorar e dizíamos é uma interpretação equivocada se porém perguntarmos pelo para que dessa interpretação equivocada talvez venhamos a descobrir que no caso desse ignorar trata-se de um querer ignorar o que está na sua base é fuga diante da responsabilidade Aliás
o ser humano é impelido aqui agora a fugir da responsabilidade o que o império fugir é o temor de ter que assumir uma culpa coletiva por toda parte ele é considerado culpado apresentado como cúmplice de coisas que ele mesmo nem sequer fez a respeito das quais em muitos casos de fato nada sabia se a pessoa honesta devesse de fato ser responsabilizada pelos crimes que outros cometeram pode nesse caso tratasse também de outros cidadãos da mesma nação não seria essa pessoa nesta antes ela mesma a vítima dos atos criminosos o objeto do terror posto em prática
pela camada dominante dirigente de seu povo sem que ela pudesse ter se rebelado Contra esse terror não teve também ela mesma que sofrer sobre essa realidade o estabelecimento de um culpa coletiva não seria uma recaída justamente naquela visão de mundo que se pretende combater naquela visão de mundo que considera culpado o ser humano individual porque outras pessoas do mesmo grupo do qual ele casualmente faz parte cometeram de fato o supostamente algum crime e quão ridícula nos parece essa concepção hoje até que enfim responsabilizar alguém por causa de sua nacionalidade ou língua materna o seu local
de nascimento deve hoje parecer tão ridículo quando responsabilizar alguém pela sua estatura quando é preso um criminoso que tem 1,64 metros de altura devo ser preso também porque casualmente tenho a mesma altura no entanto aqui é preciso fazer uma importante distinção temos que diferenciar entre culpa coletiva e responsabilização coletiva Com base no exemplo paradigmático vocês logo me entenderão Imaginem que o adoece subitamente de uma apendicite tem culpa disso é claro que não e não obstante se tenho de ser operado o que acontece nesse caso Então apesar disso devo ao médico que me operou o pagamento
da cirurgia ou seja eu sou responsável pelo pagamento da despesa médica a portanto certamente algo como responsabilização sem culpa e algo similar ocorre também com o coletivo daquelas pessoas que foram libertadas coletivamente de um contexto de terror elas não conseguiram libertar a si mesmas outros coletivos outras Nações amantes da Liberdade tiveram que entrar em cena tiveram que ir a luta e sacrificar seus melhores seus jovens para libertar de seus dirigentes uma nação impotente diante de sua própria liderança essa impotência não era culpa mas seria injusto inadequado ter de contar com uma outra vítima para essa
libertação e se sentir suscetível de responsabilização ainda que Não Se considere cumpre-se Ainda Que Se considere inocente se quiser entender o Capítulo dessa psicologia deveriam ter me acompanhado no ano anterior a minha libertação do campo de concentração de turquém naquele entardecer da Primavera em que ao pôr do sol andei sozinho no bosque situado nas cercanias do campo Ali era enterrados por ordem completamente legal do comandante de nosso campo aquele homem da SS que mencionei na primeira conferência o qual havia pago de seu próprio bolso medicamentos para os seus prisioneiros do campus colegas que morreram no
campo embora simplesmente contrariando as instruções que esse homem havia recebido não se deixou de rabiscar discretamente nos delgados e jovens troncos dos Pinheiros situados atrás das valas comuns a distância de pouco centímetros com grafite o nome de cada um dos Mortos se naquela ocasião estivessem lá teriam prometido comigo cuidar para que através da continuidade da vida dos Sobreviventes toda a culpa fosse eliminada Sim toda a nossa culpa pois nós Sobreviventes sabíamos muito bem que os melhores que estiveram entre nós não conseguiram sair de lá os melhores são os que não retornaram assim só podíamos considerar
nossa sobrevivência como graça e merecida merecê-la posterior e se tornar minimamente Digno dela parecia-nos que era isso que Devíamos aos colegas mortos e quitar essa dívida só parecia ser possível através de uma atitude de despertar e manter desperta a consciência dos outros assim como a nossa própria o que vinha depois de tal experiência o que estava à espera do libertado ao retornar para casa é claro que só o levava com demasiada frequência esquecer aquela promessa Ah no entanto momentos em sua vida e eles são os decisivos em que ele cumpre o que outrora prometeu abençoar
o menor Pedaço de Pão o fato de que pode dormir numa cama As circunstância de não ter que ficar de pé para chamada ou viver em permanente perigo mortal tudo é para ele relativizado também todo Infortúnio ele que como dissemos será literalmente um nada sente-se literalmente renascido mas não como que tem sido mas como alguém essencial já na primeira conferência indiquei para o fato de que todo aspecto impessoal que havia nele foi dissolvido certamente não deve ter restado muito de sua eventual ambição o que pode ter se mantido é no máximo ganância por realização uma
forma muito superior de ganância de pressão por realização pessoal Justamente a forma mais essencial como certamente percebem chegamos concomitantemente ao final do tema e aos limites de uma palestra aqui nenhum discurso e nenhuma conferência poderão nos ajudar aqui só nos resta ainda uma coisa agir e agir no cotidiano tratou-se agora mesmo do cotidiano sim apareceu até a expressão metafísica do cotidiano Espero que entendam corretamente essa expressão é importante não apenas tornar transparente o cotidiano que só aparentemente é cinza tão banal tão corriqueiro permitindo Vênus através dele para o eterno mas é importante em última instância
poder ver como esse eterno remete de volta para o temporal para o temporal o cotidiano como para os lugares de um encontro permanente do finito com o infinito o que criamos vivemos sofremos no tempo criamos vivemos sofremos simultaneamente por toda a eternidade até onde temos responsabilidade pelos acontecimentos até onde eles são história essa nossa responsabilidade é escandalosamente afetada pelo fato de que nada que aconteceu permite ser eliminado do mundo ao mesmo tempo porém essa nossa responsabilidade em estado Justamente a criar no mundo que não aconteceu e no âmbito dos nossos afazeres no âmbito do nosso
cotidiano assim o cotidiano se torna realidade por Excelência e essa realidade se torna a capacidade de atuação e desse modo a metafísica do cotidiano conduz só no primeiro momento para fora do cotidiano em seguida contudo de modo consciente consciente da responsabilidade novamente de volta ao cotidiano nesse caminho o que nos conduz e ajuda a avançar o que nos acompanha e dirige é a alegria de assumir responsabilidade como está porém a alegria da pessoa média de assumir responsabilidade responsabilidade é aquilo para o que o ser humano é atraído e do que ele se afasta a sabedoria
da linguagem indica com isso que no ser humano a forças Opostas que o impedem de assumir responsabilidade e de fato algo na responsabilidade que absal quanto mais demorado e profundamente centramos nossa atenção nela tanto mais nos tornamos cientes disso Até que enfim uma espécie de Vertigem nos atinge se nos aprofundamos na Essência da responsabilidade humana estremecemos algo terrível na responsabilidade do ser humano ao mesmo tempo algo magnífico terrível é saber que em cada momento tenho responsabilidade pelo próximo e toda a decisão a menor ou a maior é uma decisão por toda a eternidade que a
cada momento realiza Ou perco a oportunidade a oportunidade daquele momento agora cada momento individual contém milhares de possibilidades e eu posso escolher apenas uma única afim de realizá-la todas as outras porém com isso já amaldiçoei e condenei jamais ser e por toda a eternidade contudo magnífico é o futuro o meu próprio futuro e com ele o futuro das coisas das pessoas ao meu redor de alguma forma ainda que em menor grau depende da minha decisão Em cada momento o que realiza através dela cria no mundo como dissemos se isso salvo na realidade e a preservo
diante da transitoriedade no entanto em média as pessoas são muito indolentes para assumir sua responsabilidade e aqui sincera a educação para responsabilidade com certeza a carga pesada é difícil não só identificar a responsabilidade mas também professá-la dizer sim para ela e para a vida mas ouve pessoas que apesar de todas as dificuldades proferiram esse sim e quando os prisioneiros do campo de concentração de buchal de cantavam em sua canção queremos apesar de tudo dizer sim para a vida eles não apenas cantaram mas muitas vezes também realizaram isso eles e muitos de nós em outros Campos
igualmente e eles realizaram isso sob condições indescritíveis sob condições exteriores e interiores a respeito das quais já falamos o suficiente neste dia e nós atualmente soube circunstâncias iniguaravelmente mais brandas não deveríamos conseguir realizar dizer sim para a vida é portanto não só sobre todas as circunstâncias algo pleno de sentido a vida em si é mas é também sobre todas as circunstâncias algo possível e este foi Afinal todo sentido último dessas três conferências revelares que o ser humano apesar disso apesar de tudo apesar da necessidade da Morte primeira conferência apesar do sofrimento com enfermidades corporais e
psíquicas segundo a conferência ou com o destino do campo de concentração terceira conferência pode dizer sim para a vida Este é o de o livro foi criado pelo Canal Rafael Fernandes pois fácil em Viena a guerra acabou no dia 13 de abril de 1945 duas semanas depois o dia da libertação chegou também para Victor Franco Prisioneiro do campo de concentração ele ainda precisou esperar até agosto para voltar para Viena onde lhe aguardavam as mais terríveis notícias seu desespero e sua luta para reunir forças para continuar a viver são evidentes nas comoventes cartas que escreveu parentes
e amigos nas primeiras semanas após seu retorno para casa Franco mergulhou poucas vezes essa expressão é tão adequada como aqui em seu trabalho ele assumiu a direção do departamento de Neurologia da Policlínica de Viena em poucos meses escreveu dois livros na Escola de Formação para adultos de otário com a qual mantinha um Estreito vínculo desde os anos de 1930 ministrou já no outono de 1945 uma série de conferências com o título da Série imensa o ser humano psiquicamente enfermo em inúmeros de jornal em discussões públicas ele se posicionou sobre as questões atuais da política da
sociedade da cultura com seu furo jornalístico atingiu um público que após os anos da guerra e da estreiteza Espiritual do regime nazista estava intelectual e culturalmente faminto desse modo numa época de falta de conselho e de orientação ele se tornou um parceiro de debate demandado nos fóruns públicos bem como nos ciclos especializados da Medicina e da filosofia seus temas eram culpa e responsabilidade verdadeiramente um tema da época medo da vida ética cotidiana e sempre de novo a discussão com as ideologias desumanas do passado recente em primeira linha porém Franco sempre estava interessado em psicoterapia tanto
para o paciente individual como no plano coletivo no anúncio do curso da Escola de Formação para adultos biotaclin para o semestre do verão de 1946 encontra-se a seguinte inscrição Doutor Victor Franco questões contemporâneas e problemas cotidianos à luz da psicoterapia cinco conferências suicídio extermínio forçado o universo dos doentes mentais pedagogia sexual campo de concentração Sábado 17 horas a 18 horas início 23 de Março no dia do início do curso Franco publicou um artigo em um jornal sobre Viena e a psiquiatria no final do artigo consta porém em Viena o espírito da psicoterapia ainda vive apesar
de tudo e Oxalá logo mais do que nunca de modo que se espera que vier na cidade de nascimento da psicoterapia se torne também lugar de seu renascimento o renascimento da psicoterapia que está ciente de sua tarefa social justamente em épocas de necessidades exterior e interior de sua responsabilidade perante um mundo que espera pela reconstrução espiritual e material com base na série de conferências que aqui aparece com um novo título as palestras sobre suicídio extermínio forçado encontram-se aí com o título O sentido da vida aí e o sentido da vida segunda e o capítulo sobre
o campo de concentração chama-se agora Experimenta um crucis nesses Breves títulos dos capítulos tem encontram-se muitos aspectos do pensamento e do destino do autor em primeiro lugar destaca-se a afirmação Incondicional da vida que o próprio Franco tematizou uma carta daquela época em setembro de 1945 ele escreve aos seus amigos viu realmente eu estou imensamente cansado imensamente triste imensamente Solitário no campo de concentração acreditava-se já ter chegado ao ponto mais profundo da vida e então quando se retornou foi preciso ver que tudo não valeu a pena que aquilo que alguém apoiou foi destruído que no momento
que se Voltou a se tornar ser humano pode se afundar ainda mais não sofrimento ainda mais sem chão Aí talvez nada mais resto do que chorar e foliar os salmos talvez vocês Riam de mim talvez fiquem com raiva de mim mas não me contradigo nem um pouco não Retiro nada de minha antiga afirmação da vida quando vivencio as coisas como ilustrei ao contrário se não tivesse essa concepção da vida positivo e firme como uma rocha O que teria sido de mim nessa semanas Sim já nos meses em que estive no campo de concentração Mas eu
vejo as coisas Agora Numa dimensão mais Ampla reconheço cada vez mais que a vida é tão infinitamente plena de sentido que também no sofrimento e até no fracasso deve haver um sentido essa valorização da vida incluiu também a vida dos outros já no ano de 1928 portanto ainda na condição de estudante de medicina Franco criou com grande engajamento pessoal centro de aconselhamento de jovens que deveriam atuar principalmente na prevenção do suicídio entre os jovens particularmente no período de entrega do certificado com as notas a quantidade de suicídios costumava aumentar através da campanha do certificado iniciada
por ele sucedeu no entanto que no verão de 1931 não houve um único suicídio entre estudantes e já naquela época Ele registrou de modo impressionante a importância do sentido da vida no contexto da prevenção contra o suicídio pois ainda que os motivos psíquicos dos suicídios sejam tão distintos o pano de fundo espiritual é a falta de convicção em um sentido da vida falta ao suicida não só Coragem de Viver mas também a humildade diante da vida somente quando no lugar da nova objetividade Surgiu uma nova moral somente quando o valor de cada vida humana vier
a ser novamente reconhecido como algo único e singular as pessoas terão suporte espiritual necessário para superar as crises psíquicas repetidamente portanto aparece a convicção no sentido da vida também ao sofrimento que é inerente à vida humana a interpretação do sentido do sofrimento é apresentada já em uma publicação do ano de 1938 em que ele se refere pela primeira vez as três categorias de valores ou seja valores criativos vivenciais e de atitude ele atribui o nível mais elevado justamente aos últimos portanto a relação corajosa e exemplar com o sofrimento inevitável e assim consta também na primeira
conferência ou Mudamos o destino se for possível ou acolhemos de boa vontade se for necessário é claro que naquela ocasião essas reflexões não eram um exercício acadêmico mas um auxílio concreto para a vida e para sobrevivência quem não sofreu danos corporais e psíquicos durante a grande Catástrofe e o próprio Franco não havia perdido tudo que ele for a valioso ele no entanto encontrou o caminho de volta para a vida para uma vida que apesar de tudo ainda estava plena de possibilidades de sentido que era importante realizar com suas publicações e conferências ele queria indicar esse
caminho para os outros encorajando os igualmente a encontrar seu próprio caminho para sair da miséria dos anos anteriores inclusive diante de um presente ainda completamente precário o título da terceira palestra Experimenta um crucis indica que Franco não havia em hipótese alguma desenvolvido sua ideia sobre a importância do sentido da vida como recurso como às vezes é mencionado pela primeira vez no campo de concentração seu livro psicoterapia e sentido da vida em que ele concluiu a formulação da teoria da orientação do sentido humana existia na forma de manuscrito desde 1941 de fato ele levou consigo esse
manuscrito por ocasião da sua deportação sempre na esperança de algum dia conseguir publicá-lo Como escreve em suas memórias ele teve que no final das contas jogar fora o manto com manuscrito costurado no fogo nos campos de concentração porém ele pode observar que até nessas situações de nitrofes das mais amargas privações e da mais profunda degradação tudo que ele havia percebido e anotado sistematicamente já em seu trabalho como Conselheiro de juventude e psiquiatra mantinha a sua validade revelou-se pois que aqueles prisioneiros do campo que podiam reconhecer ao menos esperar qualquer sentido da vida tinha o maior
probabilidade de encontrar a força para continuar a viver sim para sobreviver isso se aplicou também a ele mesmo o que o Manteve vivo era unicamente a esperança de ao menos rever alguns de seus entes queridos e de publicar seu livro completamente elaborado Franco esposa essas ideias análises encorajamentos ao seu público no verão de 1946 através de suas conferências convive retórica acuidade científica e com a legitimidade de quem havia experimentado a validade de suas teses no próprio corpo na própria alma Ele publicou as partes mais importantes e universais do ciclo de conferências ainda no mesmo ano
na forma de livro As inúmeras críticas e avaliações desse pequeno livro em jornais periódicos técnicos e culturais e no rádio são uma prova da precisão com que ele atingiu o espírito da época Professor Doutor Franz Wesley Viena verão de 2019 sobre Victor e Franco Victor e Franco foi professor de Neurologia e psiquiatria na universidade de Viena durante 25 anos diretor da Policlínica neurológica de Viena a logoterapia na análise existencial fundada por ele é designada também de terceira escola de psicoterapia de Viena ele foi professor convidado na Universidade de Harvard bem como nas universidades de Stanford
Dallas e Pittsburg e ilustre professor de logoterapia na universidade internacional de São Diego Califórnia Franco nasceu em 1905 em Viena na universidade de Viena obteve doutorado em medicina e mais tarde em filosofia durante a segunda guerra mundial ele passou três anos em Auschwitz ao longo de quatro décadas fez inúmeras turnês de conferências em todo o mundo ele recebeu ao todo 29 doutorados honoris causa de universidades na Europa América do Norte do Sul Ásia e África e números prêmios de foram concedidos dentre os quais o prêmios carpe Ester da associação americana de Psiquiatria e afiliação honorária
na academia austríaca de ciências os 30 livros de sua autoria foram publicados até hoje em 50 línguas a edição em inglês de todos têm Jason leva mensagem alcançou a tiragem de milhares de exemplares e foi incluído na lista dos 10 livros mais influentes nos Estados Unidos Victor Franco faleceu em 1997 em Viena o Instituto Victor Franco foi fundado em 1992 por um círculo internacional é uma sociedade científica com o objetivo de manter e conservar o trabalho de vida de Victor Franco e promover e divulgar a logoterapia e análise existencial como Campos de investigação psiquiátrica psicológica
e filosófica e como psicoterapia aplicada bem como garantir a qualidade da formação da psicoterapia e da Consultoria em negoterapia e análise existencial o Instituto Victor Franco de Viena é além disso a instituição de credenciamento para cursos de formação e logoterapia e análise existencial clássicas segundo o pensamento de Franco uma lista internacional de 50 instituições e associações nacionais credenciadas que oferecem cursos de formação e logoterapia e análise existencial pode ser encontrada na página Web do Instituto Victor Franco o Instituto tem acesso exclusivo ao arquivo privado de Victor Franco e a briga mundialmente a maior coletânea de
textos e projetos de pesquisa sobre logoterapia e análise existencial em cooperação com a cidade de Viena foi fundado em 199 19 o fundo Victor Franco desta cidade de acordo com seu objetivo o fundo concede todo ano prêmios e bolsas de estudo para condecorar realizações excepcionais ou para promover projetos de pesquisa no campo da psicoterapia humanista orientada no sentido Além disso o fundo concede um prêmio anual como reconhecimento e apreço do trabalho de personalidade de destaque os vencedores do prêmio até o momento são raios vão Foster povo Eric Richard candel o Instituto acompanha o curso de
doutorado em logoterapia o primeiro oficialmente credenciado no mundo na catedra Victor Franco de Filosofia e psicologia na academia internacional de filosofia Universidade no Principado em cooperação com o departamento de logoterapia e análise existencial fundada em 2012 do Instituto Universitário para psicanálise em Moscou Ele oferece um programa de mestrado e um curso de psicoterapia em logoterapia informações sobre as atividades do Instituto de logoterapia em todo o mundo podem ser obtidas na página Web do Instituto Victor Franco de Viena nele se encontram além de comunicados sobre a pesquisa e a práxis logoterapêuticas também a Ampla bibliografia da
literatura logoterapêutica primária e secundária