o dia é de muita expectativa aqui no Brasil e lá fora também vem aí a super quarta quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos decidem as taxas de juros o mercado tá atualizando o tempo inteiro as apostas os americanos por exemplo devem baixar sua taxa de juros que estava no maior patamar Em décadas vai ser a primeira queda desde a pandemia a dúvida se vai ter uma redução de 0,25 ou de meio é certo que a inflação está cedendo por lá e a agora será possível aliviar as taxas que tanto pesam para
as famílias e pros investimentos das empresas a inflação nos Estados Unidos depois daquele pico pós-pandemia ela tá convergindo pra meta de inflação nos Estados Unidos a meta lá é de 2% ao ano no Brasil o caminho é o oposto porque a tendência é de alta na SELIC que é a taxa básica de juros por aqui o banco central está de olho no aquecimento da economia o país cresceu mais do que o previsto especialmente no servos E no comércio é um movimento generalizado a loja de malas sentiu o aumento nas vendas às vezes assim compra pra
frente né parcela Mas não deixa de comprar compra em 10 compra em 12 comercio movimenta tudo né se tem comércio tem transporte mais cheio Tem movimenta tudo é uma boa notícia sem sombra de dúvida mas ela pode produzir como efeito colateral o aumento da inflação O problema é que quando você acelera nessa intensidade que não não tem sido o padrão típico Brasileiro ao longo dos últimos anos a gente acaba crescendo mais do que a gente consegue entregar na economia do que a gente consegue ofertar e é exatamente aí que entra o trabalho do Banco Central
colocar uma Seli mais alta justamente para segurar o aumento de preços o problema é que essa decisão não é fácil O temor do governo é frear um crescimento da economia capaz de gerar mais e mais empregos os juros vão cair fora tá havendo desaceleração da economia mundial Então vai haver corte de juros a China provavelmente que tá desacelerando forte vai ter um pacote de estímulo o Japão que tava ameaçando aumentar o juro sem parar já disse que não vai aumentar mais então tá havendo um uma reco enação dos bancos centrais e das autoridades eh fazendárias
do mundo em proveito de uma sustentabilidade do produto qual vai ser o rebatimento aqui então é é essas considerações que o banco vai ter que levar em conta para tomar uma [Música] decisão da redação do G1 eu sou Nat zaneri e o assunto hoje é a super quarta dos juros no Brasil e nos Estados Unidos o que vai pesar nas decisões dos bancos centrais daqui e de lá para subir e descer as taxas de juros e quais os impactos desses movimentos pra economia neste Episódio eu converso com Sérgio lamut editor executivo do valor econômico quarta-fe
18 de Setembro lamute vou começar a nossa conversa pelos Estados Unidos por lá as taxas de juros permaneceram inalteradas isso já acontece por oito reuniões consecutivas no nível mais alto dos últimos 20 anos então eu queria que você nos explicasse o que esse possível corte indica sobre a economia norte-americana e porque isso só acontecer agora até alguns meses havia uma impressão que a economia americana estava crescendo muito e alguns momentos chegaram a se imaginar que haveria um corte apenas no ano que vem mas os últimos dados começaram a mostrar um enfraquecimento de indicadores importantes como
do mercado de trabalho geração de vagas por exemplo na economia o relatório oficial de emprego dos Estados Unidos mostrou que o mercado de trabalho do país criou 800.000 empregos menos do que inicialmente se estimava no período de 12 meses encerrado em março então começou a ter um receio inclusive de que possa haver uma o que se chama de uma desaceleração abrupta um pouso forçado da economia americana logo ocorreu um consenso de que nesta reunião o Fed que é o banco central americano vai cortar os juros até há uma discussão se ele vai cortar 0,25 ou
meio ponto tá quer dizer uma economia quando a economia Americana a principal economia do mundo freia você pode se for uma desaceleração brupa abrupta Você pode ter uma complicação pra economia Global então o Fed tenta fazer com que essa desaceleração seja um pouso suave é o que ele vai tentar começar amanhã eu queria entender esse Impacto pra economia global que você nos explicasse didaticamente o que que acontece no mundo quando há um pouso forçado em termos de juro se houver um pouso forçado da economia ele teria que cortar os juros muito rapidamente então ele vai
tentar fazer com que a desaceleração da economia ocorre de uma maneira suave com ele reduzindo juros aos poucos e o que que isso impacta a economia Global primeiro esse seria o melhor dos mundos você teria uma perda de fôlego da economia americana então a os Estados Unidos continuariam a importar muita coisa do mundo mas a um ritmo um pouco mais fraco sem algo abrupto e os juros cairiam isso é uma coisa muito importante juros altos nos Estados Unidos sempre são complicados pro resto do mundo principalmente para países emergência como o Brasil Você tem os Estados
Unidos como o emissor de títulos de risco zero se a taxa dos juros americana é elevada quer dizer Muita muitos investidores do mundo vão comprar esses títulos e deixar de investir em outros lugares como o Brasil por exemplo se esses juros começam a cair o fluxo começa a ser mais favorável para países emergentes como o Brasil e o Brasil vai fazer algo que vai aumentar a diferença entre os juros eh e internos e externos então às vees vai acontecer uma coisa simultânea que pode tornar o fluxo para cá maior ainda ou seja quando o juro
americano tá alto os investidores dizem pensam da seguinte forma eu vou botar meu dinheiro lá nos títulos de lá porque em eu vou ter um retorno alto porque os juros tão altos e o meu risco é muito baixo ou zero como você diz exatamente quando os juros lá começam a cair os investidores começam a pensar Hum quer saber eu tô a fim de lucrar mais tô a fim de ganhar mais vou procurar outros mercados pode ser o Brasil pode ser qualquer outro país em que o risco embora seja maior não seja tão assustador assim mas
a rentabilidade vai me dar uma boa grana no fim das contas é isso Exatamente esse é um dos canais ele pode ocorrer eh para moedas ele pode o investidor pode aplicar renda fixa para ganhar aqui com R real ele pode vir pra bolsa brasileira mas o que os analistas estão vendo como mais atrativo é o Real a aplicação na moeda brasileira porque você tem Justamente esse movimento o Brasil já tá com um juro elevado e esse diferencial entre o juro brasileiro e juro americano vai aumentar então é uma boa oportunidade pros investidores entrarem aqui talvez
no curto prazo porque há dúvidas sobre a posição fiscal do Brasil no longo prazo mas essas operações de mais de curto prazo para aproveitar o rendimento dos títulos brasileiros tende a crescer agora os investidores que podem sair dos Estados Unidos e vir para cá apostando no real eles já poderiam vir com o juro no patamar que está na SELIC no patamar que está porque ela tá num patamar num patamar alto aqui no Brasil a nossa realidade é diferente da dos Estados Unidos se lá a expectativa geral é de queda nos juros aqui é de aumento
eu queria entender Por que os juros devem aumentar aqui se recentemente saiu uma um dado de que a inflação tava recuando é essa é uma discussão boa eh até 45 dias atrás um pouco mais ou menos havia uma expectativa de que a celic continuaria onde ela está no mesmo nível de 10,5 o que aconteceu foi que a algumas incertezas permanecem e expectativas de inflação estão se distanciando da meta é um regime de metas de inflação que a gente segue isso é muito importante é uma meta baixa pros padrões brasileiros de 3% então a expectativa de
inflação para esse ano tá em 4,35 pro ano que vem 3,98 e pros outros anos acima da meta de 3% Então você tem expectativas elevadas o câmbio O dólar tá muito alto ele tem recuado um pouco mas ele ficou num nível alto a moeda brasileira teve o pior desempenho no primeiro trimestre diante de um ranking de 36 divisas mais negociadas recuou 13% esses fatores acabaram alimentados por incertezas principalmente fiscais Você tem o governo se esforçando para tomar algumas medidas pro cumprimento da Meta deste ano e do próximo da meta de resultado primário que não inclui
gastos com juros mas quando você olha mais pra frente você tem dúvidas fiscais o governo em adotar medidas estruturais para controlar o DF pelo lado dos gastos Então quando você olha a dívida pública a dívida bruta no governo Lula deve crescer 10 pontos percentuais ela deve ficar próxima de 80% superar 80% do PIB que é o nível alto e a trajetória preocupa você tem ainda dúvidas sobre como será a política monetária no ano que vem quando o Gabriel galípolo que é o diretor de política monetária deverá ser o presidente do Banco Central no lugar do
Roberto Campos Neto isso traz incerteza então mesmo que a inflação corrente né quer dizer o número do IPCA que foi divulgado semana passada de fato ele foi baixo o Brasil registrou deflação em agosto e PCA ficou negativo menos 0,02% quase Zero Isso significa que na média os preços caíram no mês passado o que não acontecia desde junho de 2023 os números de serviços já eram um pouco melhores os núcleos que tentam eliminar eh aqueles fatores que tornam mais volátil os índices Também vieram comportados mas você tem esse conjunto de fatores que Eu mencionei lev levou
os analistas a considerar que é inevitável uma alta de juros nesse momento embora seja eh incomum você subir os juros No Brasil quando o ciclo nos países desenvolvidos está em queda quer dizer é uma nós estamos na contramão do mundo por que é incomum quando os juros caem lá fora vai aumentar o fluxo de dinheiro para cá você tem uma pressão eh o o câmbio que é um fator sempre importante pra inflação ele tende a se valorizar o dólar tende a cair então ele vai aliviar pressões inflacionárias você tem um cenário mais tranquilo você não
vai importar também o mundo não tá eh inflacionário se a a principal economia do mundo tá desacelerando você tende a até um mundo menos inflacionário Então você tem fatores que contribuiriam para não não não haver um aumento de juro aqui mas essas incertezas acabaram levando o mercado a embutir nos preços essa alta de juros embora como os nossos juros estão elevados como você mencionou no início os juros lá fora vão cair a expectativa é que o ciclo de queda de juros de alta de juros aqui seja pequeno não vai ser curto ele tende a ser
pouco intenso e não prolongado Isso é uma boa notícia Tá mas um aumento de juro agora mesmo que seja num ciclo curto ele não tem um impacto inibidor do crescimento da economia tem um impacto inibidor parte inclusive da dos motivos pelo que se formou esse consenso de que é necessário aumentar o juros é o próprio ritmo da atividade tá a política fiscal também tá muito expansionista ela tá via transferência de renda impulsionando a economia a gente teve um segundo trimestre economia cresceu 1,4 em relação ao primeiro quando você essa taxa ela é uma taxa de
quase 6% a economia tá crescendo muito e o mercado de trabalho tá muito forte a economia brasileira fechou o mês de julho com mais de 188.000 empregos novos com carteira assinada 32,3 a mais do que no mesmo período do ano passado de Janeiro a julho o Brasil criou 1,5 milhão meio de postos de trabalho novos e os números do CAGED também mostram que o salário médio foi de R 2161 em julho uma ligeira em relação ao mês de junho então uma das coisas que o governo o banco central pretende é justamente desacelerar esse ritmo de
crescimento a dificuldade é fazer uma sintonia fina com que e não haja uma desaceleração abrupta por aqui também porque você também vai haver e vai haver no próximo meses a a política fiscal deve ser um pouco mais controlada os rastos devem crescer um pouco menos do que estavam crescendo o mercado de trabalho tende a desacelerar acho que vale a pena pena lamute explicar para quem nos ouve e que tá começando a se interessar sobre esse assunto por é bom pro banco central desacelerar a economia mesmo que seja um pouco a economia ela tem que crescer
num num ritmo que não Gere desequilíbrios principalmente inflacionários eventualmente externos Hoje nós não temos problemas de desequilíbrio nas contas externas mas o que pode acontecer é o seguinte a economia começa a crescer muito há uma eh discussão de que o mercado de trabalho a taxa de desemprego estaria próxima ou já estaria abaixo do nível que os economistas chamam de a taxa que não acelera a inflação tá o mercado de trabalho tem surpreendido mês após mês e você pode ter um cenário inflacionário a renda continua crescendo bastante é evidentemente que é favorável é positivo que a
renda cresça que o emprego cresça mas a depender do Ritmo Você pode ter aumentos de preços muito altos e a inflação pode começar a ficar muito alta ela ainda não tá muito alta mas ela tá bem acima da do centro da meta a gente tá rodando com uma inflação em 12 meses em 420 4 E5 quando o centro da meta é de 3% Então você tem que calibrar para que a inflação fique próxima do centro da meta e que a atividade cresça ao máximo ritmo possível sem que gere pressões inflacionárias quer dizer é um equilíbrio
difícil você não é algo simples que ele tem que fazer ou seja eh o banco central não é o cara ma da história ele tá só trabalhando e às vezes Toma decisões impopulares para que não haja um descontrole inflacionário porque afinal de contas o trabalho dele é esse né é deixar a inflação dentro da Meta exatamente a crítica que se faz ao banco central é que o banco central que tem essa atribuição e que tem essa missão não precisa olhar para outros para para outros lados é justamente esse que não olha para outras variáveis da
economia e às vezes uma decisão do Banco Central faz com que a economia brasileira fique sim menor ou menos pujante né é e é o que não está ocorrendo né se a gente olhar a inflação no ano passado eh também ela ficou próxima ao teto da Meta então ele não vem eh promovendo uma desaceleração exagerada da economia para trazer inflação paraa meta a gente teve um crescimento quase três com uma inflação próxima ao teto da meta no ano passado esse ano a gente deve ter uma um crescimento próximo de três com uma inflação também perto
do teto da Meta então ele não tá promovendo um um aperto exagerado algo que não está ajudando é a política fiscal a nova Projeção de Déficit nas contas públicas é de 28 bilhões 800 milhões deais exatamente ali no limite da Meta que a lei das regras fiscais permite esse valor é o cro do previsto há dois meses no último relatório de receitas e despesas o próprio governo não ajudou porque o governo também começou a a falar e coisas assim que contraditar o próprio discurso que estava sendo construído então não tô tirando a razão de quem
critica o governo eu mesmo falei nós também erramos às vezes os erros são nossos a gente tem essa combinação os economistas insistem muito nisso se você tem uma política fiscal mais expansionista como a que a gente tem nós teremos uma política monetária mais restritiva se você quiser controlar a inflação né quer dizer se você seguir uma uma um regime de política econômica que não se importa com o nível de inflação você vai ter uma política monetária eh com juros baixos e uma política fiscal expansionista isso vai gerar pressões inflacionárias desequilíbrios e uma inflação alta acaba
desorganizando a economia acaba prejudicando os mais pobres acaba prejudicando as decisões de investimento das empresas Espera um pouquinho que eu já volto para continuar minha conversa com o [Música] lamute tem um ponto aí que foi uma declaração do Ministro Fernando Haddad em que ele diz assim ó tá vendo uma desaceleração da economia mundial Então vai haver corte de juro a China provavelmente que tá desacelerando fortemente vai ter um pacote de estímulo o Japão que estava ameaçando aumentar o juro sem parar já disse que não vai mais aumentar essas considerações que o banco central vai ter
que levar em conta para tomar uma decisão eh eu queria à luz do que disse o Ministro Fernando Haddad te perguntar se o Banco Central está sensível a essas movimentações que você citou e que o Haddad também também menciona Eu acho que o banco central tem olhado isso também por exemplo houve um ponto que eu acho que é importante a gente discutir o Gabriel galípolo que vai seu futuro presidente do Banco Central sendo aprovado pelo Senado que deve ocorrer ele eh deu declarações bastante duras algumas semanas a gente sai de um ciclo de corte para
afirmar a possibilidade de manutenção de taxas de juros mais elevadas e mais restritivas por mais tempo e colocando na mesa a possibilidade de alta depois o Roberto Campos Neto que é tido como até um alguém mais duro em termos de política monetária do que ele foi mais eh contemporizadoras pra questão externa então quer dizer do ponto de vista externo a gente tem corte de juros nos Estados Unidos também tem teve na zona do Euro e a China também tá com problemas de crescimento as comodes por exemplo estão desacelerando um pouco então acho que tem isso
na na cabeça do Banco Central sim o próprio galípolo depois deu novas declarações em que o mercado interpretou como deve haver um corte um aumento aqui de juros brasileiros de meio ponto e não de de 0,25 e não de meio ponto como havia sido sugerido pelas primeiras declarações dele porque ele tinha sido bem duro o que foi até incomum incomum porque o galípolo É próximo do PT e do Lula e o Campos Neto é distante do governo e próximo do bolsonarismo né então tem ainda essa nuvem que paira sobre a decisão tanto de galípolo porque
uma parte das pessoas acha que ele tenderia a a fazer o o gosto do governo e o governo acha que o Campos Neto quer meio que sabotar o governo Então a gente tem essa nuvem Né desde o início da gestão Lula isso e tem a a visão de que o Roberto Campos Neto é alguém mais duro quer dizer tem essa questão da proximidade política com o governo anterior e a proximidade política do galípolo agora e o que é curioso é que nessas últimas semanas o galípolo suou mais eh chegou suar mais duro do que o
Roberto Campos em termos de taxa de juros uhum isso até porque o galípolo ele tem uma missão que é conquistar credibilidade se ele for muito frouxo na política monetária se ele for visto como alguém que acomoda pressões inflacionárias com muita facilidade ele vai ter dificuldades lá na frente então ele passou assumir um discurso mais duro até para ele não eh ter um curo de credibilidade muito grande se ele for se ele for percebido como um presidente do Banco Central que é acomoda pressões inflacionárias não não segue o centro da Meta ele vai ter dificuldade as
expectativas de inflação vão subir o dólar vai subir e ele vai ter uma vida difícil a partir de Janeiro quer dizer as dúvidas em relação Como será o banco central eh depois a série do Campos Neto continuam Esse é um dos motivos ainda que tem eh as expectativas pros anos seguintes continuam elevadas o o galípolo tá fazendo um esforço para que essa imagem não prevaleça mas não é algo que se desfaz de uma hora para outra inclusive o fato deles terem falado seguidamente que é necessário eh perseguir a meta ele as declarações dele muita gente
diz o banco central se ladra precisa morder Em algum momento ele ficará entre dois fogos de um lado o PT partido do governo pressionando por juros mais baixos e de outro o mercado achando que é preciso nesse momento subir taxa juros para confirmar esse compromisso com o combate à inflação e a inflação precisa mesmo ser combatida e voltar para perto de 3% ele tem capacidade de diálogo capacidade de comunicação tem liderança tem formação Então acho que tem todos os os instrumentos para fazer uma boa condução da política monetária quer dizer a nomeação dele pro Senado
quer dizer a indicação dele para presidente foi bem recebida o que mostra que ele conseguiu reverter parte da dessa imagem de alguém eh leniente com a inflação que havia no começo quer dizer ainda há dúvidas porque você vai trocar o o Roberto Campos Neto que é visto como alguém mais duro e você vai ter que ter um novo diretor de política monetária que ainda tá em aberto que vai ser uma função muito importante no banco central no a partir de 2025 agora eu queria entrar com você num ponto mais técnico porque o banco central calcula
que uma alta de um pon percentual por exemplo na celic isso se essa alta for for mantida por 12 meses faz com que a dívida bruta do Brasil fique cresça em cerca de 4 48 bilhões deais Então eu queria entender contigo como é que a alta da celic pode comprometer o balanço das contas públicas a gente já tem juros muito altos tá acho que isso é uma algo que torna complicado a gente tem uma dívida alta com juros altos então o custo dessa dívida é elevado a gente paga muito juro e o juro e vai
aumentar Isso quer dizer nem toda a dívida é atrelada a SELIC Você tem uma parte que atrelada a inflação Outra parte é prefixada a taxa já determinadas mas quando há um aumento da taxa SELIC os números são esses mesmos que você falou quer dizer não é pouco dinheiro não isso é metade do orçamento para investimento que o governo federal Tem sim é muito dinheiro para gastar num ano e o que acontece você vai eh pior a dívida a dinâmica da dívida pública então por isso que é importante que esse aumento de juros seja eh pequeno
e dure pouco e possa começar a reverter isso porque o que acontece isso não vai alentar o resultado primário do governo que exclui os resultados com juros mas se você tem juros muito altos por muito tempo o resultado o esforço primário que você vai ter que fazer para tentar estabilizar a dívida vai ser maior então é uma questão difícil há um há um custo fiscal na alta do juro isso é algo que é preciso levar em conta a melhor coisa a se fazer nesse caso é ter uma política fiscal que reduza as incertezas e permita
que os juros possam cair de forma sustentada para que a gente não tenha que ficar com esse juro eh muito prolongado Imagine se ficar esse um ponto percentual a mais se ele ficar por 2 anos se forem dois pontos percentuais vão ser 96 bilhões no ano sem dúvida porque a ideia de uma política fiscal responsável trazendo pro dia a dia das pessoas é simplesmente você não encher a sua vida de despesa e de contas que você não tem dinheiro para pagar e para isso você precisa se endividar então a sua situação fica muito pior lá
na frente o que o banco central Olha é se o governo tá fazendo a lição de casa uma parte do mercado uma boa parte do mercado acha que são insuficientes as tarefas de casa feitas pelo governo uma uma boa parte dos apoiadores do governo acha que o governo sim já deu sinais de que não Vai rasgar a fantasia e começar a gastar a torto e a direito mas de qualquer maneira acho que também vale a pena a gente tentar mostrar pra vida das pessoas o que um aumento na SELIC agora impacta na vida delas já
que a gente traz esse elemento do não dá para você gastar mais do que você ganha se você gastar mais do que você ganha você se endivida e para se endividar e para pagar essa dívida tem que tomar empréstimo e para tomar empréstimo vai pagar juro alto é a primeira coisa vamos pensar pro indivíduo pra pessoa física o custo de novos empréstimos e financiamento vai aumentar em geral as dívidas da pessoa física são com taxas prefixadas você tomou um empréstimo tomou o juro já tá definido Então você vai comprometer o custo da as dívidas futuras
mas ao mesmo tempo se o juro aumenta isso faz com que aumente a sua eventualmente a sua disposição de poupar esse recurso e não de gastar isso são dois fatores que fazem com que você que a economia ande menos pras empresas o aumento do juro tende a ser imediato muitos dos empréstimos são atrelados ao CDI que anda muito próximo da celic então por exemplo quando o juro estava em 2% muitas empresas se endividaram muito e em pouco tempo a CIC subiu de dois para 13,75 nós tivemos durante e ainda tem empresas com problemas porque elas
tomaram empréstimos contraíram dívidas com a Celi a 2 e um ano depois mais ou menos o juro chegou a 3,75 a gente tá falando do período bolsonaro em que os juros ficaram a 2% e o banco central que era o campus Neto inclusive teve que aumentar muito rapidamente as empresas ficaram numa situação complicada isso e o juro foram mantidos no pelo banco central nesse governo então quer dizer muita gente demorou os juros só começaram a cair em agosto de 2023 Então você teve uma situação eh complicada que afetou a vida das empresas e tem uma
outra maneira que o juro afeta que é na decisão de investir quer dizer que as empresas quer dizer tanto para eu usei o exemplo da pessoa física que ela pode investir o seu dinheiro ou consumir e as empresas quando elas vão fazer o investimento elas comparam com a taxa de juro o custo de oportunidade quer dizer o juro aumentou você vai ter que ter um projeto em que a taxa de retorno seja maior e mais atraente para você investir em vez de poupar então você pode ter um uma desaceleração do investimento o investimento no Brasil
como você sabe é muito baixo ele tá abaixo 17% do PIB que é baixo para você ter um crescimento sustentado da economia mas nos três últimos trimestres ele cresceu uma taxa razoável há uma retomada incipiente do crescimento um dos temores é que se se o juro subir muito ou ficar alto por muito tempo você aborte esse processo de retomar de investimento o que seria muito negativo agora lamu para finalizar num dado momento você disse que a política de transferência de renda né que é o CNE da política social do governo tem movimentado bastante a economia
brasileira e a gente também tá falando aqui da necessidade de uma política fiscal responsável que não amplie os gastos do governo porque ele no fim das contas não vai poder pagar e aí entra numa discussão que é uma discussão eh séria e válida de o que cortar porque se você corta gasto nesses investimentos sociais você também deixa de impulsionar a economia onde é que poderia se cortar dinheiro sem que os mais pobres não perdessem e essa política que dá essa essa esse combustível que dá um um fôlego pro pro motor da economia num CCE a
gente tem de um lado eh um ajuste que você pode fazer pelas receitas que o governo tem tentado fazer mas ele dá alguns sinais de esgotamento tá você pode tentar cortar alguns benefícios fiscais mas você tem uma resistência política muito grande você tem Zona Franca de Manaus o simples Você tem uma série de benefícios fiscais que são complicados de você cortar e você tem despesas obrigatórias que crescem a um ritmo muito grande a previdência tem crescido muito mesmo com o a reforma da Previdência feita em 2019 E você tem alguns benefícios sociais que também cresceram
algo que pode ser feito e por exemplo o governo decidiu ter uma política de salário mínimo que ela aumenta o salário mínimo pela inflação do ano do ano anterior e pelo PIB de dois anos anteriores então o PIB de 20202 vai corrig corrigir a o salário mínimo você tem um aumento real acima da inflação a questão é que o salário mínimo no Brasil eh ele afeta benefícios sociais aposentadorias eh vinculadas ao salário mínimo que são boa parte dos benefícios o benefício de prestação continuada que é para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda também
tá atrelado ao salário mínimo Então o que alguns analistas propõem é que você Mantenha o esses benefícios com valor real você repõe a inflação ao longo do tempo mas você não daria o aumento real ao longo do tempo quer dizer você congelaria em termos reais esses benefícios cresceram nos últimos anos o valor real delas não tá tão baixo óbvio que o valor quando você olha não é um valor elevado Mas seria uma maneira de você enfrentar esses gastos outra maneira seria olhar o funcionalismo mas o funcionalismo ficou muito tempo sem aumento Agora você tem alguns
aumentos momentos localizados para carreiras os analistas defendem uma reforma administrativa Para você enfrentar Então não é simples costar gaço No Brasil é uma tarefa difícil você tem questões de Economia política que dificultam a tarefa te agradeço muito pelo seu tempo e muito pelas suas explicações um bom trabalho para você eu agradeço a você aos ouvintes Muito obrigado natuza para você que ouviu o episódio até aqui eu vou te fazer um convite participar do canal G no WhatsApp por lá você pode ativar as notificações receber as principais notícias do dia direto no seu celular Este foi
o assunto podcast diário disponível no G1 no YouTube ou na sua plataforma de áudio preferida comigo na equipe do assunto estão Mica mariot Amanda Polato Carol Len Lu Felipe Silva Thiago kos e Gabriel de Campos eu sou anan Fico por aqui até o próximo assunto h