E aí [Música] E aí E aí e a consciência mascarada como andar em um mundo com crise econômica crise de epidemia e crise política como ter clareza no pensamento e meio a tantas exclusões e com todos os nossos referenciais sendo transformados sobre as máscaras sociais sobre as máscaras do preconceito sobre as máscaras da Dori sobre as máscaras da desigualdade que nos acompanham nesse momento e nós temos hoje a honra e privilégio de começar um debate amplo um debate democrático debate plural com especialistas de diversas áreas cada especialista tratará dos muitos dilemas no momento que vivemos
e das possibilidades de ter uma visão múltipla e aberta sobre o tempo e assim nós poderíamos ter ideias mais claras como a construção de um país mais justo e mais igualitário menos excludentes menos violento mais capaz de pensar sobre si a consciência nas paradas larvatus próprio tema desta série do Café Filosófico e no programa de hoje está em debate o racismo Por que informasse sobre o racismo entender como historicamente as desigualdades foram sendo construídas desigualdades que ainda hoje se fazem sentir na realidade da população negra no Brasil a filósofa de Jamila Ribeiro considerada uma das
100 mulheres mais influentes na atualidade Mundial amplie aqui o diálogo sobre o racismo estrutural brasileiro e suas implicações na educação e na política na cultura da comunicação e das relações Oi querida Jamile eu queria sugerir algo que eu sei que você trabalha muito só temos problemas com cabeças de indivíduos racistas temos problemas com mentalidade de pessoas que ainda funcionam dentro de uma ideia racista isso é grave mas nem parece muito mais grave aquilo que você tem enfatizado que é a estrutura racista ou seja não apenas de um indivíduo ou de uma instituição mas de uma
sociedade inteira que elabora mecanismos de exclusão de violência e até de morte então acho que a hora de colocar o dedo mais fundo nessa ferida o racismo estrutural brasileiro diferente pergunta canal querida agradeço pela pergunta porque é muito importante que a gente continua insistindo nela o debate estrutural sobre o racismo sobretudo num país que tem esse histórico de Legacy e do racismo de um país que as pessoas entendem que racismo é somente individual né quando alguma pessoa um indivíduo negro sofre algum tipo de violência e justamente por entender somente como uma algo individual fica assim
muito no repúdio moral racismo em vez de entender a construção social do racismo um país como o Brasil que foi um dos últimos do mundo a abolir a escravidão no país que criou uma série de dispositivos legais para para a manutenção da para criação e manutenção de desigualdades a que uma constituição do império de 1824 só por estudar os nascidos Livres cidadão portugueses é a lei de terras de 1850 que crio que a gente chama de elite com diária uma vez que a partir daquele momento só poderia ter acesso a terras quem pudesse comprar Terras
do estado brasileiro quem que podia comprar terras 1850 são de um país que durante quase quatro séculos Essa é a Toca o coleção Negra como mercadoria né E essa população construindo as riquezas desse país sem ter acesso essas riquezas importante as pessoas entenderem que a escravidão é a base da formação dessa sociedade e não ao que aconteceu há muito tempo atrás muitas vezes a gente escura até porque enquanto o país o Brasil tem mais tempo de escravidão do que ele não escravidão né foram quase quatro séculos e quais são as consequências disso que no pós-abolição
no que a gente chama de processo de industrialização do Brasil houve a vindo ao incentivo ou incentivo da vinda dos Imigrantes europeus para o Brasil para cumprir essa política que ficou conhecida como política do branqueamento também para ocupar os postos de trabalho muitos desses europeus receberam Terras do estado brasileiro o quê Porque a gente chama né colônia que quer ser colônia portuguesa a colônia italiana colônia alemã receberam Terras do Estado o dinheiro então não foram pensadas políticas de reparação a quase quatro séculos de opressão é para que essa população pudesse ter oportunidade para que se
fosse rompido o ciclo para que pudesse romper os ciclos de exclusão então é necessário a gente entender as origens sociais e as desigualdades como elas foram criadas com elas foram fundamentadas e que a gente está num país em que a população negra historicamente ser realizada de direitos então para isso é importante que as pessoas estudem conheçam a história do seu próprio país porque é quando faz isso vai entender como essa estrutura funciona como racismo estrutura todas as relações sociais negando oportunidade direitos As populações negras indígenas estão não é meramente quando uma pessoa negra a famosa
enfim sofre algum tipo de violência as pessoas vão às vezes se manifestar Nossa mas em pleno século vinte o que acontece quando não aconteceu meu país foi fundado na opção Negra indígena para entender que há racismo quando a gente chega na universidade e todos os professores são brancos e ao mesmo tempo quando a gente vai ao banheiro todas as mulheres ali na sua grande ou a sua grande maioria trabalhando com uma terceirizadas são mulheres negras É racismo quando a população lembra não foi pensada no projeto de cidade aí no pós-abolição começa o processo de favelização
são os lugares onde a maioria da população negra Moras em saneamento básico muitas vezes tem equipamentos públicos 100 moradias dignas racismo quando a gente liga a televisão EA grande maioria das pessoas são brancas num país de maioria Negra foi necessário a gente entender Quais são os mecanismos que impedem a população negra atingiu direito se ocupe determinados espaços e para isso a gente precisa fazer a investigação da o restaurante desigualdade o Gabriel Paulista te pergunta assim de Jamila se seria errado afirmar que o ano de 2020 pode ser marcado como o ano que houve mais afinco
da população contra o racismo ou só parece ser por conta do alcance das redes sociais e talvez agora é nunca tenha falado tanto sobre essas questões no debate público eu diria baixo que a gente tem aí conquistas muito importantes que foram fruto da Luta dos movimentos negros a própria política de ações afirmativas uma série de políticas públicas a a lei 10639 de 2003 é a lei que alterou a lei de diretrizes e bases da educação para incluir a obrigatoriedade do ensino da história africana e afro-brasileira nas escolas existem uma série de lutas históricas dos movimentos
negros vim para conquista de direitos talvez concordando um pouco com a pergunta hoje se fale mais sobre essas questões nessa porque é um movimento né não é um momento que a gente hoje está falando mais é porque teve um caminho que foi sendo construído a gente tem o maior número de pessoas que conseguiu sobretudo nos anos anteriores adentrar o tempo a Trindade do ensino superior é só uma série de questões né Eu não gosto de pensar separadamente Então se hoje estamos falando mais é uma continuação dessa luta histórica Talvez hoje também pensa que as pessoas
brancas e sejam entendendo também a importância de fazer esse debate né que levar teu lugar de fala não é o que se fala né de onde se fala então logo o importante discutir branquitude as pessoas discutirem a branquitude acrítica né nos Estados Unidos então é uma tradição na Alemanha também dos estudos de crítica ao iTunes e branquitude crítica Talvez hoje as pessoas brancas esteja entendendo mais a importância de se engajarem nessa questão ainda muito a Cohen no Brasil do necessário pensou eu mas talvez mais pessoas estejam em se engajam no entendendo que discutir relações sociais
não é discutir a Negritude somente também discutir eu pude discutir a partir do lugar social da branquitude no próximo bloco que a gente esteja Disposto a entrar em contato com as vendagens agradáveis em vez de reprimir longe né para não entrar em contato com elas e ficar no processo de negação qual escola particular Você conhece em que o diretor ou diretora é negro qual escola particular Você conhece Em que parte considerável do quadro de professores é negra ou que parte considerável dos alunos é negra se a resposta é nenhuma ou quase nenhuma por favor continue
a ler esta matéria assim discorre o artigo do portal geledés a respeito de movimento de paz de escolas particulares que se unem a favor da presença de negros dentro das instituições de ensino e ao final a matéria é importante reflexão o trabalho de educação anti-racista não pode limitar-se a pensar em cotas não é apenas sobre trazer crianças negras para dentro isso não resolve a questão e pode colocar as crianças negras em um espaço Violento de marcar a sua subjetividade de modo negativo é sobre rever o que é esse tento quais lógicas operam na escola a
pessoas qualificadas para acolher e mediar situações que envolvem racismo o currículo é permeado de forma positiva e fluida tela produção de pessoas negras a protocolo para mediação de conflito E cuidado quando um profissional negro ou um aluno sofre racismo área da Educação tem duas perguntas aqui que ela se relacionam a primeira do João Paulo Alves que é o seguinte qual o papel da educação frente ao combate ao racismo e desigualdades e a Luciene Silva diz assim que infelizmente ainda hoje as escolas propõem atividades de valorização da história negra de uma forma muito Rasa sem o
devido aprofundamento e reflexão você faz sobre essa realidade os livros de história pelo quais estudamos inviabilizaram a cultura Negra como recuperar os registros que foram ocultados ou evidenciar as para contada as que ainda permanece tão sem ser em si perguntas né a educação tem papel fundamental no letramento racial na proposta anti-racista de contar a história a contrapelo de fato contar pela perspectiva dos povos negros dos povos indígenas por pessoas ativas diversas e múltiplas lá e não somente a partir de um de um lugar que impõem as outras histórias O porém ainda é muito complexo né
fazer isso no Brasil por mais que nós tenhamos a lei como eu citei alergia 39 de 2003 trabalhei muito importante é repito né que alterou a lei de diretrizes e bases da educação para incluir agricultor idade na ensino da história africana e afro-brasileira nas escolas porém como não há lei que prevê sanção é fica muito à mercê da vontade política né de secretarias de educação é tanto municipais tanto quanto estaduais claro que após a lei existiram muitos trabalhos que foram feitos importantes e alguns municípios em alguns estados os materiais didáticos de fatos que foram e
revisto materiais didáticos que foram confeccionadas a partir dessas perspectivas Então esse é um arco legal importante né mas que precisa de fato ser implementado né como deveria de uma maneira mais Ampla e que infelizmente a depender da vontade de política acaba não sendo a educação ela tem um papel fundamental porque quando a gente conta a história né a partir da perspectiva dos quilombos ajudou muitas existências de saberes nos terreiros que rompem com essa visão de demonização das religiões afro-brasileiras que conta a partir da perspectiva né das ialorixás com grande como guardiães de saberes e de
histórias que Conta essa história pela perspectiva dos povos indígenas da sua multiplicidade a nós somos um país que segundo dados oficiais temos por volta de 305 etnias indígenas Mas provavelmente e se perguntarmos se perguntar o nome de cinco as pessoas não vão saber dizer que é esse processo de colonização também de homogenização dos povos indígenas de quantas línguas indígenas que foram apagadas e dizima das e que a gente não conhece não tem acesso que não é nos ensinado nas escolas como deveria por mais que se tem alguns estados na correlação de educação indígena algumas escolas
né que que que que resguarda ali a cultura de determinados povos ainda muito pouco perto do que deveria ser feito efetivamente então a educação Parabéns papel fundamental de criar outras de permitir outras construções de subjetividade de comprar outras histórias restituiu humanidades tanto para as crianças negras em Imagina você aprender sobre a história africana na África com 65 o país Nas suas multiplicidades nas suas diferenças se identificar com essa história tanto para com crianças brancas que estão vão enxergar essas histórias por outras perspectivas e não no lugar do sujeito-objeto que isso é muito importante se refutar
esse solipsismo do Norte Global né que pensa somente sobre sim é para si e nós aqui no sul global é ainda legitimámos somente que vende esse Norte global é importante a valorização do que vem do Sul do mundo dos conhecimentos pautados no sul do mundo pautados em outras por outras geografias da Razão isso quer dizer que todo o conhecimento produzido no sul do mundo é um conhecimento transformador não muito pelo contrário Isso quer dizer todo o conhecimento que vem do norte global é um conhecimento que legítimo projeto Colonial não e tem autores europeus incríveis e
que trouxeram reflexões muito potência importantes e temos autores brasileiros né que legitima o projeto Colonial responsáveis aí por legitimar teoria assista não mas isso também quer dizer que existem autores no sul do mundo pensando reflexões transformadoras esse estão e que tem aprofundamento teórico que tem um trabalho importante esse existem porque que eles não estão sendo estudadas por quê que nós não estamos lendo neste te mando considerando esses saberes estudos também então é no sentido de romper com esse solipsismo é do Norte Global a gente tem lélia Gonzalez por exemplo traz reflexões sobre luto a transnacional
na década de 80 aí a gente vê muitas autoras muitas vezes do norte Global trazer essa discussão agora quando aqui no a lélia Gonzalez já estava falando mas por conta dessa política de tradução que também é uma política Colonial os nossos trabalhos que são produzidos aqui no Brasil não são traduzidos da mesma forma dos trabalhos que são produzidas no norte global e isso precisa ser mudado desde os currículos nas faculdades né porque são estão formando esses profissionais estão são profissionais São pessoas que saem da faculdade tem ter tido uma contato com outras redes tecnologias como
discutimos por exemplo a questão da Psicologia né tantos autores importantes que vão discutir os danos psíquicos do colonialismo como Franz fanon o como Neuza Santos na em tornar-se negro que é considerado um dos primeiros trabalhos sobre psicologia questão racial no Brasil e pessoas que estão se formando na faculdade de psicologia muito dizem tendo contato se você saber Então como que essas pessoas vão conseguir atender de maneira efetiva pessoas negras se foram adormecidas pela racismo se elas não tiveram contato com esses saberes é também é disso que nós estamos falando de pedagogas historiadores de geógrafos pessoas
também estão sendo formadas ainda sob essa perspectiva única não é porque é essa é uma pessoa Estiva onde que é essa perspectiva que é o interdito as outras perspectivas e não a reivindicação pelo rompimento desse regime Então acho que são reflexões importantes que precisamos fazer enquanto sociedade para que de fato a gente possa é trazer essa pluralidade de vozes e promover um letramento rastrear uma maior consciência uma consciência crítica os fios processes Maré históricos que construíram essas desigualdades e uma vez que entendemos eles nos responsabilizaremos pelas mudanças deles mas também pela pela importância de contar
outras possibilidades de existência porque quando a história historiografia tradicional segue sendo contada né Os Vencedores continuam vencendo né então romper com as coreografias tradicional também falar sobre poder né e desafiar poder é sempre difícil e complexo tão mas é precisamos continuar geralmente é lutando né de fato por uma educação transformadora e não por uma educação que legitime para de fazer o preço hora da própria lei 10639 propõe aquela que a sua história seja contada de maneira transversal em todas as disciplinas né contar em matemática contar a história e geografia em todas as disciplinas de maneira
transversal e ainda é muito e fica um debate muito esvaziado Muitas vezes a depender não é de como que essa lei de fato está sendo implementada E aí é Um Desafio porque fica muito a cargo de educadores comprometidos que fazem esforços hercúleos é individuais para tentar trazer essas questões para sala de aula é muito importante que a comunidade escolar né se envolva não somente é o corpo do tente das escolas mas também responsável de cuidadores mãe faz a comunidade escolar também se envolva nesse debate mas também cobrar secretarias as secretarias de educação cobrar o poder
público e para que essa lei seja implementada por que de fato ainda Pensamos a questão racial no Brasil de maneira muito específica não entendendo a que ela perpassa todas as questões tão um exemplo é comum né em termos de políticas é isso a gente não tem pessoas formadas no letramento racial essas pessoas que serão os gestores também não terão esse olhar na hora de formular políticas públicas de se dizer não mas o governo para todos não faço distinção Mas quem são esse todos é as pessoas são atravessadas por identidade tão como não pensar que estão
as telas de forma Ampla né então muitas vezes pensa-se que é somente criar uma Secretaria de contar de caçar o que Claro importante e basta mas a gente for olhar na hora de pensar habitação maior parte da população em situação de Rua São pessoas negras uma parte da população que mora em moradias irregulares são negras e não é necessário tem um olhar étnico-racial na hora de pensar política de habitação na hora de pensar políticas de saúde na área da Educação na área da Segurança Pública sobretudo no Brasil mas também sinto muito antes de falar né
de políticas públicas quais são os projetos né que nós estamos apoiando políticos porque esses projetos eles vão determinar uma maior precarização dessa população ou não então de batente racismo também debater democracia claro que a gente te bati no âmbito individual do que nós podemos fazer como indivíduo e como nós podemos modificar árvore com colar como nós podemos modificar os espaços em que atuamos é o atualmente umas empresas no Brasil que ano o comitê de diversidade entendendo a importância de trabalhar essas questões fazer é muito importante a gente também não perder a perspectiva né o projeto
de sociedade não dá para ser assim também defendeu um projeto Entre racista que nós estamos defendendo o projeto político de precarização de vidas que defendem políticas que vão sucatear a educação que vão promover ataques a ciência que vão enfim promover uma série de desmontes de políticas públicas que afetam a vida dessa população então insiste O que é muito importante entender que em governos autoritários a uma ao desmonte dessas políticas e uma maior repressão até mesmo movimentos sociais ativistas as pessoas que estão pensando um projeto de sociedade que precisa debater democracia sobretudo num país que tem
uma democracia de baixa intensidade né como vai dizer Boaventura Sousa Santos e que tenha chances mas não há democracia e pensa que é importante a o conhecimento sobre o tema é preciso ler preciso estudar muitas vezes Claro vou ter pessoas que não vão querer ser convencidos disso mas é importante que a gente Leia que a gente estúdio sobre esses temas porque a dentro da perspectiva feminista Negra entendemos a empatia como uma construção intelectual e política muitas vezes a empatia é vista meramente como um sentimento na como Abdias do Nascimento falou o amor que somente como
uma mera empatia né então empatia muitas vezes ela vista só por essa perspectiva do sentimento o ideal que vai brotar na gente né então a temos que ter empatia para com a realidade da população negra temos que ter empatia como simpatia fosse algo que brotasse espontaneamente e é nós entendemos para você estiver feminista Negra empatia como uma construção intelectual um processo que dá trabalho não vai ser grada kilomba que a gente esteja Disposto a entrar em contato com as verdades agradáveis em vez de reprimi-las né para não entrar em contato com elas e ficar no
processo de negação ou quando eu conheço uma realidade quando eu leio teorias sobre quando eu construo intelectualmente é sobre essas questões essas construções intelectuais orientar as minhas práticas porque não é algo que vai acontecer um dia para o outro é um processo Como diz audre Lorde É necessário uma tal opressor dentro de nós que fomos ensinados a produzir uma série de opções de novo mais que não saibamos quem foi governou olhamos uma pessoa negra e achamos que era inferior é de onde isto vem e faz vezes a gente não sabe por isso que é importante
estudar e investigar estamos falando de um é intelectual é fundamentalmente e quando fazemos esse trabalho intelectual aí a gente constrói empatia porque aí sim a gente entende aquela realidade EA partir dessa construção intelectual na conseguimos orientar as nossas práticas nos nossos espaços com as pessoas que a gente convive ser negro não necessariamente até uma consciência É sobre esse lugar é ser mulher não necessariamente é saber o que é o que é a condição feminina né então do ar fiz uma filosofia da condição feminina audre Lorde pensou fez um teorias e tratados sobre a questão racial
E de gênero Então a partir dessas autoras que eu fui entendeu que significava Qual era essa condição para ir sim conseguir orientar as minhas práticas as minhas pesquisas nos meus olh a sociedade Como diz bem kabengele munanga um cientista o intelectual É um cientista Mas nem todo cientista um intelectual né porque o intelectual além de produzir ciência está comprometido com a transformação da sociedade o Justamente por isso que a construção a empatia com uma construção intelectual ela é fundamental para que a gente possa orientar as nossas práticas no nosso dia a dia e nossos espaços
e no próximo bloco polegar vou inverter vou dizer que o outro que é violentado que é violento depois é a vergonha né não quer entrar em contato com a vergonha depois é a culpa mas a culpa leva a inércia né não leva a responsabilização um dos efeitos do racismo e por isso ele funciona tão bem como uma forma de organizar a sociedade é que ele é naturalizado o racismo tem a capacidade de estar presente e de se incorporaram ao cotidiano das nossas vidas está oculto ele é normal faz parte da Ordem e todo dia um
homem negro é morto essa violência é cotidiano mas agora estamos em um momento de tensão em meio a uma crise um ato de brutalidade foi filmado os ânimos estão inflamados quando o mundo está em desordem a ordem pode no chocar não há mais fumaça escondendo o racismo aparece e se coloca em confronto aparente com as nossas convicções Morais as pessoas se perguntam como é que eu não pude ver isso e ela Descobriram que o racismo não é um desajuste não é uma patologia é o que organiza a vida delas de todos os pontos de vista
a pergunta que veio é da Maria Amália que diz assim que o Silvio Almeida em uma entrevista concedida um veículo impressos de grande circulação mencionou que o racismo é o que organiza a vida da branquidade uma vez que está fortemente presente em todas as relações sociais e de poder nesse sentido quais saídas para bebê lares esse sofisticado sistema de opressão no Brasil maior afro-diáspora do mundo grada kilomba né e Memórias da plantação ela vai dizer que essa imposição né do do sujeito Colonial né de colocar nos colocaram no como os outros e como se a
nossa história essa pudesse existir com esse sujeito que nos determinou né então e que criam uma série de fã os dias né Desse sujeito o branco em relação as pessoas negras e que nós temos que corresponder a essas fantasias e Franz fanon também vai dizer como que um homem que segue né uma vida pela razão tem que ligar para a irracionalidade do rastejo mas a construção do negro como prevenção Colonial que é uma construção Branca né então racismo ela problemática branca como vai dizer grada kilomba e só conseguem existir nessa relação de impor de submeter
de por seu mundo o que Bell hooks vai dizer já posição e definição nós vencemos formas de isopor o racismo mas também que nos definir né ou com a Patrícia eu cole vai falar da alta definição é tornaram e sujeitos que definem as nossas realidades pensar a partir das nossas perspectivas é pensar a partir e de outras cosmovisões como muitas feministas negras brasileiras vão fazer como se ele Carneiro que vão pensar é o poder feminino no culto do Candomblé em uma pensar a partir de outros arquétipos que vem da mitologia yorubá como Carla akotirene que
vai pensar o feminismo decolonial a partir de uma perspectiva também dá uma crise seuruba trazendo essas referências que são referências que nos que são potências que nos humaniza então é importante a gente conhecer essas outras matrizes né Elite malas e conhecê-los e pensar essas perspectivas que não estão ligadas somente a ao posição não é porque Ser contra hegemônico a importante delas ainda a gente está sendo pautado pela hegemonia claro que estruturalmente estamos ali sofrendo uma série de questões e de créditos e de falta de Porto é sabiamente mas faz construções para as definições é importante
que pensemos para além dessa dessa estrutura e para isso a gente precisa conhecer a nossa história conhecer as diferentes perspectivas conhecer esses outros saberes e para que a gente possa Esse ato né de tornar-se sujeito porque a esse sujeito que define a sua realidade que conta sua história como vai ver Renato Nogueira e contar essa história é fundamentalmente um ato anticolonial Mais também pensado a partir de outro caminho de outra perspectiva de uma outra cosmovisão de um outro lugar é que não pense que quer para além desse lugar da oposição aqui é o lugar da
definição só mais uma pergunta que chegou viu a Maria Amália Cristina Temos visto um amplo movimento de candidaturas negras EA organização e ração da coalizão negra por direitos um projeto político sólido das negritudes e formulações e políticas públicas negras seriam caminhos factíveis diante do cenário atual em que vivemos vivemos no Brasil penso que é um caminho muito importante essa organização inclusive na o trabalho né do movimento mulheres negras decidem mais da colisão negra para os direitos conseguiram uma vitória importante no TSE que essa paridade né do tempo de TV e também do fundo partidário pra
ti candidaturas negras são a conquista muito importante desses movimentos organizados e esses movimentos também foi em torno de candidaturas negras mais importantes é isso no PS é porque é a candidatura as pessoas candidatas negras sofriam muito né com essa desigualdade e se essa nova decisão né do TSE passa a valer a partir de 2022 mas a gente tem pesquisas mostrando né que candidatos e candidatas negras ganhavam até 12 vezes menos que candidatos brancos né então havia uma conciliação de alguma maneira de classe nesse sentido e que esses essas candidaturas não conseguiram apoio econômico financeiro necessário
para fazer as suas campanhas é uma vez que as candidaturas brancas eram privilegiadas com mais candidaturas que se apostavam por mais que tenhamos né a lei o que prevê trinta por cento né a cor de cobre para de mulheres nas candidaturas essa lei não tem qualidade racial é o movimento mulheres negras decidirem estão fazendo esse debate essa luta para que tem a qualidade racial para que mulheres negras também sejam contempladas nessa cota de gênero né uma vez que pensamos por uma perspectiva interseccional médica que a sair forma a classe gênero também forma a classe e
que não podemos universalizar essas categorias que também deixamos de Fora outras sujeitos que são atravessadas por outras identidades Então acho que é importante sim que essas que essas candidaturas vezes que as organizações em torno dessas candidaturas existam mas sobretudo é claro não caindo no assistencialista não é porque são negras ou porque são mulheres mas sempre que são e comprometidas com as pautas com as reivindicações históricas das populações negras e das mulheres e sem importante de Freeza representatividade ela é importante ela é fundamental sobretudo no cenário que a gente tem hoje ele fato precisamos nos organizar
nesse sentido e apoiar essas organizações que estão fazendo esse trabalho para eleger essas candidaturas negras que são comprometidas né com as nossas investigações históricas pensa que é um dos caminhos possíveis e o vitorsucks pergunta Por que algumas pessoas falam que lugar de fala é uma espécie de censura contra aqueles que querem combater o racismo e não são negros e o edmaicon Barros também com a pergunta do mesmo tema é pergunta se na sua opinião o que falta na sociedade para que todos tenham seu lugar de fala bom respondendo a primeira pergunta as pessoas que entendem
como interdito são pessoas que não leram sobre o conceito a criticada é importante né alérgica quezia tizo é fundamental que a gente possa debater e discordar discordância ela fortalece a democracia mas para que a gente discord' com honestidade intelectual a gente precisa conhecer a gente precisa saber quais são os pressupostos epistemológicos empreendidos para se pensar determinados conceitos a gente precisa romper com argumento falacioso né falasse em filosofia é você o incomodado aquilo que você quer provar mas eu gosto por acomodado né dizer que é o interdito Por que você está supondo E por que você
supõe você tem como dado quando Aquilo não é um dado na realidade é tão importante com essas pessoas leem lélia Gonzalez A bairro hoje Patricia Hill Collins da alcoff spivak grata que lomba as autoras e autores estavam pensando né essas questões e é muito interessante que as pessoas a gente fala né Por exemplo do Benjamin teses sobre conceito de história a história contada pelo ponto de vista dos vencedores precisamos contar pelo ponto de vista dos vencidos é pensar lugar de fala é pensar pelo perspectiva do povo que foi vencido eu acho que é uma questão
muitas vezes de do que grada kilomba fala está confrontando poder então eu vou a negar e vou recorrer ao senso comum mesmo sabendo que aquilo é errado que eu quero manter a minha posição de poder Então acho que falta estudo a outras pessoas lerem sobre esse conceito porque pensar lugar de falha justamente romper com o interdito que já está posto O interdito que impede as nossas vozes que impede que nós estejamos Nossa e que tecnologias sejam ensinadas a gente tem uns dados que nos mostram isso né dos livros que são publicados tão recai sempre nessa
inversão quando estamos em indicando o direito de também fazer parte desse regime é atitude vai ser inverter dizer que aqueles que estão reivindicando são agressivas e querem interditar um debate sendo que esses que estão reivindicando fazem parte do grupo que foi silenciado historicamente negar isso é uma falácia é filosoficamente falando e politicamente falando é operação e manutenção da opção é manutenção do silenciamento é a manutenção do status quo é a perpetuação das desigualdades é não querer que pessoas que vende de lugar e sociais historicamente Discriminados de lugar e sociais em que não tiver historicamente não
tiveram as mesmas oportunidades continue nos seus lugares então não refletir sobre lugares de fala com uma postura ética porque tens a lugar de fala também uma postura ética é não refletir sobre o seu próprio lugar social desse privilégios que foram construídos a base da opressão desses grupos que o privilégio social gera o privilégio sistêmico e quem vai contar essa história Então não é conhecer isso é ficar um negacionista é a terraplanismo na verdade né porque a gente tem esse país totalmente racista as estatísticas as pesquisas que mostram que a população negra ainda está alijada de
uma série de direitos de espaços defender que está sendo interditada terraplanismo é querer inverter cair na impressão lógica porque quer manter ao seu lugar é peneirar Kia que a manter esses grupos sociais tem oprimidos para manutenção desta hierarquia onde fato precisa ter honestidade intelectual ler estudar e entrar em contato com essas verdades desagradáveis que de fato iremos trazer verdade será vez que o projeto Colonial é um projeto de violência e temos que trazer essas verdades desagradáveis então entendeu lugar de fala com o interdito São pessoas que de fato não querem não estão dispostas a refletir
sobre o seu lugar social e cair manter os outros como outros com objetos tem uma definida nos seus lugares e é inventar Como podemos o que todos tenham primeiramente é reconhecer na acordo gravar aqui longa fala dos estágios do Pou gerou atrás né negação né eu vou negar ou inverter vou dizer que o outro que é violentado que era violento depois é a vergonha né não quero entrar em contato com a vergonha depois é a culpa mas a culpa leva a inércia né não leva a responsabilização quando passa um desses estágios vem o reconhecimento EA
reparação pensamento importante não é para que de fato possamos romper com esse regime de autorização dos Curitiba os regimes de autorização de humanidade Mac Mac Inclusive a nossa direito a humanidade e a gente só consegue romper o tô menos pensar maneiras de rompimento dessas estruturas quando a gente reconhece e quando a gente reconhece a gente vai se responsabilizar e pelas mudanças aí desde Qual o projeto político estamos apoiando esse somos educadores Qual é a nossa bibliografia de faltar a mudança nos currículos escolares nos currículos das Universidades debater esses temas como comunidade escolar mas para isso
precisa ver o reconhecimento passar por esses estágios precisa ler estudar para que possa se para que essa construção intelectual possa orientar uma prática que esteja necessariamente comprometida com um projeto de sociedade com um projeto político que Visa é o comprimento dessa desigualdade no próximo bloco Quais são os significados de ser negro de uma sociedade racista E aí o a superação do racismo passa pela reflexão sobre formas de sociabilidade que não se alimentem de uma lógica de conflitos contradições e antagonismos sociais que não podem ser resolvidos no máximo mantido sob controle e todavia a busca por
uma nova economia e por formas alternativas de organização é tarefa impossível sente o racismo e outras formas de discriminação sejam compreendidas como parte essencial dos processos de exploração e de opressão de uma sociedade que se quer transformar pergunta que da Jéssica Daniel Como podemos pensar o ensino de Filosofia e Sociologia no Brasil abordando a construção de uma sociedade anti-racista pensa que é importante que a gente é e discuta né esse falo logo sem crismo né na filosofia de fato Por que que não estudei a geladeira eles na faculdade Por que que não estudei outras autoras
outros autores que inclusive Vamos fazer uma crítica A neutralidade axiológica vão criticar a ciência neutra Então acho que é importante trazer as vozes né desses pensadores e pensadores que estão refletindo inclusive é sobre a história da filosofia tomando boa por exemplo no segundo set lá faz todo uma uma Um percurso né filosófico do Kit Os homens os grandes filósofos falaram sobre as mulheres ao longo da história o que eles criaram uma espécie né dia ontologia do feminino é encontras o que Aristóteles por exemplo falava sobre as mulheres isso quer dizer que não temos esses Aristóteles
não né mas isso também quer dizer que temos que apagar o que Aristóteles diz sobre as mulheres também não né então ela faz todo esse percurso filosófico e para pensar nessa filosofia da condição feminina mas também criticando essa antologia do feminino né essa esse lugar que foi colocado a mulher como inferior aí você tem uma outra excesso tem Angela Davis pensando mulheres das classes interseccionalidade raça classe gênero trazendo a narrativa das mulheres negras trazendo fazendo trabalhos por exemplo fazendo o papel das mulheres cantoras de jazz fazendo outro expectativas Você tem uma série D1 os pensadores
e pensadores que vão trazer perfectíveis são muito importantes que inclusive são perspectivas de facilmente reflita sobre a condição racial sobre a condição feminina sobre a sociedade eu acho que é muito importante que essas pensadores também tem um espaço façam parte né desses do ensino de Filosofia e então do que que é necessário tradicional que foi constituído o cão como cânone também isso não quer dizer que não é para estudar esses autores isso quer dizer que nós também queremos e estudadas Nós também queremos fazer parte é inclusive de trazer reflexões e um bombom O que é
explique que rompam com essa arrogância da filosofia Como dizia Fit Kings tem que o autor também que eu gosto bastante porque tem em que lugar de dessa arrogância né da filosofia então assim que é importante trazer essas essas pensadores também para que a gente possa refletir sobre a nossa sociedade para que a gente possa refletir sobre temas que foram negligenciados ou apagados ou sequer considerados como temas importantes para a reflexão filosófica a pergunta a Glenda Melo diz assim qual é o papel da linguagem e tudo que você falou bom eu gosto muito dessa pergunta né
da linguagem é durante a graduação Participei de algumas conferências eu apresentei em uma delas um trabalho a partir do da obra investigações filosóficas de wittgenstein nem que ele afirmava que a linguagem que a formas de vida né então tem um trabalho que foi publicado quem está acadêmica alguns anos atrás é chamava linguagem gênero e filosofia Qual o mundo criado para as mulheres é uma abordagem fica está em Viana mas partindo dessa perspectiva do Fitness tem né de ca linguagem queria formas de vida né argumentei é a importância de refletir né sobre a linguagem para além
de um amontoado de palavras né como a gente pensa aqui a linguagem é somente amontoado de palavras mas que de fato cria formas de vida o que significa a palavra mulher bom se a gente for olhar no dicionário vai dizer aquela que é do sexo feminino aquela que é fêmea muitas vezes será essa definição Mas quais são os valores que existem numa sociedade patriarcal em relação a mulher na Quais são esses esses significados que existem em relação ao que é ser mulher com quando por exemplo um o e ele chega para um outro homem para
ofendê-lo e diz você parece uma mulherzinha Quais são os significados que tem por trás disso não é meramente aquela que é do sexo feminino significa ligar a mulher a algo ofensivo fraco frívolo os sentidos significados que que existem numa sociedade machista em relação ao que essa mulher Quais são esses valores quando dizemos por exemplo você é um negro e e vem com uma ofensa porque a palavra negro' é utilizado antes da ofensa com uma forma inclusive de qualificar essa sofrência Quais são os significados de ser negro numa sociedade racista né Então quais são as formas
de vidas que são criadas então opala negra está atrelado para além daquele da etnia negra está atrelada a uma série de imagem e viva a uma série de estereótipos então é muito importante pensar a linguagem não é por essa perspectiva também na do uso do significado que existe nessa determinada as palavras que deixam de ser meramente palavras né que trazem sentidos e formas de Vidas Em relação a determinados grupos quando utilizamos na determinadas palavras mesmo e pesquisamos etimologicamente a construção dessas palavras como por exemplo da palavra mulata né que vende mula é aquele animal híbrido
e você referir se referir a uma pessoa que ela que nem uma coisa nem outra se referir a uma pessoa negra de pele mais claro como mulata Qual o sentido que isso traz a cor deixa investiga a origem da palavra E aí as pessoas muitas vezes acham que há exagero né mas se faz estamos um projeto Colonial nesse projeto também incluí a linguagem e o significado dessas palavras então é muito importante que que nós analisamos isso que nós reflitamos sobre isso que nós pensemos por quê que usar a palavra mulher deve ser algo ofensivo que
a gente reflita porque falar que um homem é gay no sentido pejorativo por quê que isso deve ser algo pejorativo é porque vivemos numa sociedade em que essas categorias esses outros né foram definidos como negativos foram definidos no lugares de objetos são definidos no lugar de não humanidade tem muito importante e essa reflexão sobre os usos da linguagem por essa perspectiva né que não é meramente um amontoado de palavras e quais são os significados Quais são os valores embutidos por trás das palavras ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele por sua origem
ou ainda por sua religião para odiar as pessoas precisam aprender e se podem aprender a odiar elas podem ser ensinadas a amar [Música] o parque Tucson X no site e Facebook do Instituto CPFL e no canal do Café Filosófico no YouTube interdita que tá posto né existe meio aqui a queria terminar que pode falar ou não existe a legitimação do saber que vende um grupo social que impõe como discurso de verdade como discurso autorizado então a ficar muito difícil né E aí