Nas profundezas do último livro da Bíblia, Apocalipse, capítulo 6, um antigo pergaminho é aberto, selado com sete selos. E quando o cordeiro quebra o primeiro, uma visão é desencadeada que por séculos tem intrigado estudiosos, teólogos e crentes. Então, um cavaleiro aparece montado num imponente cavalo branco.
Ele segura um arco, mas sem flechas. Receba uma coroa e ele parte como um conquistador imparável, determinado a vencer e a continuar vencendo. Quem é esse cavaleiro misterioso?
Uma figura de domínio terrestre. O primeiro passo para a manifestação do anticristo, ou poderia ser uma revelação antecipada do próprio Cristo antes do julgamento final. Uma profecia envolta em mistério por milênios.
Um cavalo branco avançando entre a esperança e o desastre. E uma pergunta que ainda hoje em meio ao caos global abala almas. Já estamos testemunhando sua chegada?
O capítulo 6 do Apocalipse marca uma virada na narrativa profética. Até este ponto, João foi levado ao céu e contemplou a glória do trono de Deus, cercado por seres vivos, anciãos coroados e um mar de vidro como testemunha do governo eterno do Altíssimo. Nesse cenário majestoso, algo chama a atenção.
Na mão direita daquele que está sentado no trono está um livro selado com sete selos. Este livro não é um simples escrito simbólico, é o documento mais solene da história universal. Ela representa o plano perfeito de Deus para redimir a criação, executar justiça sobre as nações, julgar os ímpios e estabelecer o reino eterno do Messias.
É, em palavras espirituais o testamento divino selado com autoridade celestial, que só pode ser aberto por aquele que é digno. E esse digno não é outro senão o cordeiro morto, Jesus Cristo. O capítulo 5 nos mostra o cordeiro pegando o pergaminho.
E com isso todo o céu irrompe em adoração porque chegou a hora de consumar o plano eterno. É nesse momento, com o livro em suas mãos, que o cordeiro começa a abrir os selos um por um. E é aí que entramos no capítulo 6 de Apocalipse, o início dos julgamentos que virão sobre a terra.
Mas antes de prosseguir, é necessário lembrar como o próprio Senhor Jesus Cristo em Apocalipse capítulo 1, versículo 19 estruturou este livro: "Escreva as coisas que você viu e as coisas que são e as coisas que depois destas hão de acontecer. Com esta instrução, Cristo revelou a chave para interpretar o apocalipse. As coisas que você viu refere-se à visão gloriosa de Cristo no capítulo 1 e as coisas que são.
Abrange os capítulos 2 e 3, que revelam as condições espirituais das sete igrejas da Ásia, que representam tanto igrejas reais quanto tipos espirituais que existiram ao longo da história da igreja. E as coisas que depois destas hão de acontecer começam no capítulo 4, quando uma voz celestial diz a João: "Sobe aqui e eu te mostrarei o que deve acontecer depois disto". Portanto, Apocalipse capítulo 6 não se refere ao passado, nem aos tempos das primeiras igrejas, nem aos eventos cumpridos na história.
Ela se refere claramente a eventos futuros, aos julgamentos que virão sobre o mundo no fim dos tempos. João está analisando o que acontecerá após o período da igreja, durante o desenvolvimento da grande tribulação. Neste contexto, o capítulo 6 começa com a abertura do primeiro selo.
E o que é surpreendente não é apenas o julgamento que se segue, mas a maneira como ele começa. Vamos ler o versículo 1 do capítulo 6 do Apocalipse. Vi quando o cordeiro abriu um dos selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizer com voz como de trovão: "Venha e veja.
João não está na terra. Ele foi arrebatado em espírito para o céu no capítulo 4, e de lá contempla a glória de Deus, o trono eterno e toda a cena celestial. Ele está no centro do universo espiritual, cercado pelos quatro seres vivos, pelos 24 anciãos e por miríades de anjos que adoram o Criador.
Lá ele também vê o cordeiro, o único digno de abrir o livro selado com sete selos. Em Apocalipse capítulo 5, somos informados de que quando João viu o livro selado, ele chorou muito. Por quê?
Porque ninguém conseguia abri-lo. Ninguém era digno, nem anjos, nem profetas, nem patriarcas. Ninguém no céu ou na terra tinha o direito legal, a autoridade espiritual ou a perfeição moral para abrir aquele livro.
O clamor de João é o clamor de toda a criação que aguarda a redenção, mas parece presa em uma história sem justiça ou resolução. Todo o céu entra num momento de tensão. O livro permanece fechado.
A história ainda está esperando. Até que um dos anciãos disse a João. Vamos ler Apocalipse capítulo 5 versículo 5.
Não chorem. Eis que o leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E quando João espera ver o leão, ele vê um cordeiro morto de pé.
Pois o único que pode trazer justiça à terra é aquele que primeiro derramou seu sangue por ela. O único que pode executar o julgamento é aquele que já ofereceu a redenção. O cordeiro não apenas redime, ele também reina.
E agora no capítulo 6, é hora de executar a justiça. Não é mais hora de interceder, é hora de agir. Eu vi quando o cordeiro abriu um dos selos.
O cordeiro abre o primeiro dos sete selos. Cada selo representa um estágio, uma dimensão do julgamento final. E este momento marca o início visível da grande tribulação.
Não é um evento simbólico no coração do crente. É um evento real, profético, histórico e futuro. A abertura de cada selo desencadeia um julgamento concreto sobre a humanidade que rejeitou a verdade.
E é aqui que João, ainda no céu, ouve uma voz impressionante. E ouvi um dos quatro seres viventes dizer com voz de trovão: "Venha e veja. Os quatro seres viventes são criaturas poderosas que representam a plenitude da criação adorando a Deus.
Eles estão ao redor do trono dia e noite sem cessar, dizendo: "Santo, santo, santo é o Senhor Deus todo- poderoso". Mas agora um deles fala com uma voz de trovão: "Não é um sussurro, não é uma decisão fácil, é uma ordem solene, carregada de autoridade e julgamento. Venha e veja.
Este é um convite direto a João para contemplar o que está prestes a acontecer. Mas é mais que um convite, é uma ordem profética. É como se o próprio céu dissesse: "Observe, registre, testemunhe.
O que você está prestes a ver marcará a história do mundo. Do céu, João vê o cordeiro abrir o selo. O julgamento não é um acidente, não é obra de Satanás, não é uma reação natural, é o plano soberano de Deus.
executado pelas mãos do próprio redentor. O que vai acontecer não é obra do caos, é justiça em desenvolvimento. O julgamento que é desencadeado vem diretamente do céu e a primeira coisa que João verá será o primeiro cavaleiro.
Mas antes de olharmos para o cavaleiro, é crucial que entendamos o cenário desta cena para nos ajudar a interpretá-la corretamente. João está no céu, não na terra. O julgamento é ordenado do trono, não do inferno.
É o cordeiro que o desata, não um animal. É um dos quatro seres vivos que chama, não uma voz humana. E a voz é como um trovão, porque a mensagem que se segue é assustadora.
Esta não é uma visão mística sem propósito. É o início do cumprimento de todas as profecias. A partir deste primeiro selo, começa uma sequência de eventos que levarão ao retorno glorioso de Cristo, à queda do anticristo, ao julgamento das nações e ao estabelecimento do reino milenar.
E assim, o versículo um é mais que uma introdução. É uma porta que se abre no céu para que o julgamento possa começar a cair sobre a terra. Agora que entendemos o que João vê, o que ouve e o que testemunha, estamos prontos para entrar no versículo do Ação do primeiro cavaleiro montado num cavalo branco.
E olhei e eis um cavalo branco, e o que estava assentado sobre ele tinha um arco, e foi lhe dada uma coroa e saiu vencendo. e para vencer. Este versículo inicia a visão chocante dos quatro cavaleiros do apocalipse, uma das cenas mais icônicas, enigmáticas e, ao mesmo tempo, mais incompreendidas do livro do Apocalipse.
Aqui o primeiro selo é aberto e com ele uma cadeia de eventos proféticos é desencadeada, que marcará o início do julgamento divino na Terra. O que torna esta passagem particularmente intrigante é a figura do primeiro cavaleiro, que aparece montado num cavalo branco, carregando um arco, recebendo uma coroa e saindo vencendo e para vencer. Esta imagem, à primeira vista pode parecer representar glória, conquista justa e até redenção.
No entanto, o simbolismo envolvido nessa figura tem sido motivo de debate há séculos. Antes de entrar na interpretação detalhada palavra por palavra de arco, coroa ou superação, é necessário considerar as três principais posições que historicamente surgiram entre teólogos, exegetas e estudiosos da escatologia sobre a identidade deste cavaleiro. Cada uma dessas posições propõe uma figura diferente com profundas implicações teológicas.
Apresentamos os principais. Em primeiro lugar, Cristo como o cavaleiro no cavalo branco. Uma das interpretações mais antigas e respeitadas da história do cristianismo identifica o primeiro cavaleiro do apocalipse como uma representação simbólica do próprio Jesus Cristo.
Essa posição foi especialmente apoiada pelos primeiros padres da igreja, como Irineu de Lon, século II, que em sua obra contra as heresias argumentou que esse cavaleiro representava Cristo conquistando o mundo por meio da proclamação do evangelho. Para Irineu, o fato de o cavaleiro montar um cavalo branco, cor que nas escrituras frequentemente simboliza pureza, vitória e justiça divina, era uma indicação clara de seu caráter messiânico e triunfante. O principal argumento que sustenta esta interpretação baseia-se na aparente semelhança com Apocalipse capítulo 19 versículo 11, onde é apresentado o Cristo glorificado, também montado num cavalo branco com um nome escrito sobre si, fiel e verdadeiro, e que julga e combate com justiça.
Esta passagem descreve clara e inequivocamente Jesus Cristo, retornando em glória para executar o julgamento e estabelecer seu reino. Esta ligação literária levou muitos a considerar que o cavaleiro do primeiro selo, no capítulo 6 também representa Cristo, mas num estágio diferente, não como um juiz guerreiro, mas como um vencedor espiritual que avança conquistando corações por meio do evangelho. O arco em sua mão, interpretado simbolicamente, representaria as armas espirituais do Evangelho, como sua palavra afiada.
E a coroa em grego, Stefanos, não seria o diadema real do reinado definitivo, mas a coroa do vencedor, concedida à aqueles que triunfam de acordo com o plano de Deus, saindo vencendo e para vencer, a imagem se encaixaria no Cristo ressuscitado, que disse em Mateus, capítulo 28, versículo 18: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra, e que envia seus discípulos para pregar, conquistar e fazer discípulos de todas as nações. O teólogo George Eldon Led, em sua obra Comentário sobre o Apocalipse de João, menciona o seguinte: "O primeiro cavaleiro pode ser visto como o próprio Cristo, que ao iniciar a série de julgamentos também inicia a expansão do seu reino por meio do evangelho. Não há contradição em que o mesmo Cristo que vem como salvador aparece no princípio como o conquistador espiritual".
Fim da citação. Entretanto, essa interpretação tem sido objeto de debate, porque alguns veem como problemático que Cristo seja tanto aquele que abre os selos quanto uma figura que emerge deles. Apesar disso, os defensores dessa visão argumentam que o apocalipse usa imagens simultâneas e sobrepostas para descrever as múltiplas facetas da obra de Cristo, como cordeiro, como leão, como cavaleiro e como rei.
Em segundo lugar, uma força impessoal de conquista. Esta interpretação difundida entre teólogos preteristas e historicistas considera que o cavaleiro do cavalo branco não representa uma pessoa específica, mas uma força impessoal de conquista, seja militar, política ou ideológica. Segundo esta posição, o primeiro selo simboliza o início de uma série de dinâmicas humanas que marcarão o desenvolvimento do julgamento progressivo sobre o mundo, começando com a expansão imperial e ambições de domínio global.
Os intérpretes da escola preterista que colocam o cumprimento da maioria das profecias do apocalipse no primeiro século. Eles veem neste cavaleiro uma representação do império romano em seu período de expansão, quando após a morte de Nero, no ano 68 depois de Cristo, surgiu um período de guerras e conquistas que preparou o cenário para as provações subsequentes. O cavalo branco, nesse contexto, não faria alusão a Cristo, mas ao caráter imperialista e sedutor de Roma, que prometia a paz, mas impunha o domínio pela espada.
Por outro lado, a escola historicista, que vê no apocalipse uma narrativa progressiva da história do mundo ocidental e da igreja, desde o tempo de João até o fim, interpreta este cavaleiro como o espírito de conquista que caracterizou os grandes impérios do mundo ao longo dos séculos, de Roma aos reinos europeus, passando por ideologias como o colonialismo ou mesmo a expansão ideológica moderna. O historiador e teólogo Albert Barns, representante do historicismo protestante, comenta em suas notas sobre o livro do Apocalipse. O cavalo branco representa a ambição da conquista, um poder que sob o disfarce de nobreza e pureza, busca subjugar.
Esta é a história dos impérios. Eles começam com ideais elevados, mas terminam em dominação e destruição. Fim da citação.
Nessa leitura, o cavaleiro não carrega uma espada, uma arma típica de guerra direta, mas um arco que tem sido interpretado como um símbolo de conquista à distância ou influência indireta, como diplomacia imperial, propaganda ideológica ou manipulação política. A coroa Stepanos concedida ao cavaleiro, não é obtida por direito divino, mas é dada a ele, o que reforça a ideia de uma autoridade delegada, humana e temporal. Essa visão se alinha com a lógica do julgamento progressivo em Apocalipse capítulo 6.
Primeiro vem a conquista, versículos 1 e 2. Depois a guerra, versículos 3 e 4. Depois a fome, versículos 5 e 6, e finalmente a morte.
Versículo 7 e 8. Ou seja, a conquista abre as portas para o resto das calamidades, como historicamente aconteceu após cada expansão imperial. Em terceiro lugar, o anticristo ou um falso Cristo.
Uma das interpretações mais sólidas e amplamente aceitas no campo da escatologia futurista é que o primeiro cavaleiro do capítulo 6 do apocalipse, ela representa o anticristo, ou pelo menos um falso Cristo. Uma figura que imita Jesus Cristo na aparência, mas cuja natureza é completamente contrária a ele. Essa visão é defendida por renomados expositores bíblicos como John Walvard, David Jeremia, John Macarthur e outros interpretes do futurismo escatológico.
O que torna essa posição particularmente convincente é que o cavaleiro aparece em um cavalo branco, assim como Cristo em Apocalipse, capítulo 19, versículo 11. Entretanto, diferenças importantes nos detalhes do texto revelam que este não é Cristo, mas sua paródia satânica. O cavaleiro carrega um arco, não uma espada afiada, saindo de sua boca como na visão do Cristo glorificado, e recebe uma coroa Stefanos, não um diadema real como aqueles usados pelo verdadeiro rei dos reis.
Além disso, ele não julga com justiça, mas sai conquistando e para conquistar. Uma expressão que denota uma ambição crescente de dominação global, não de redenção. John Wal disse: "Este primeiro cavaleiro é mais bem compreendido como o anticristo, o falso Messias.
Ele aparece no início da tribulação com promessas de paz e é por isso que cavalga um cavalo branco. Mas seu objetivo é o controle total do mundo, o que fica claro quando consideramos a sequência dos selos. Fim da citação.
O teólogo David Jeremia afirma: "O anticristo não virá inicialmente como uma fera assustadora. Ele virá como um líder carismático, trazendo paz, soluções políticas e promessas de unidade. O cavalo branco simboliza sua aparência enganosa de justiça.
Por sua vez, John Macarthur diz: "Este não é Cristo. Este é um falso Cristo, um impostor. " Tudo em Apocalipse capítulo 6.
indica que este cavaleiro traz tribulação com uma falsa paz. Conforme descrito em Daniel, capítulo 9, versículo 27, e Primeira Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 3. Quando disserem paz e segurança, então lhes sobrevirá a repentina destruição.
Portanto, esta posição, que é a mais precisa e coerente, ensina que o primeiro selo abre caminho para a ascensão do anticristo, não em sua fase final de tirania, mas em seu primeiro estágio de sedução e engano. Ele trará uma paz superficial, uma ordem mundial aparentemente justa, mas que rapidamente se tornará o cenário do maior conflito espiritual e físico da história. Este cavaleiro é um usurpador.
Ele não é o Messias, mas sua cópia diabólica e sua aparição marca o início formal dos julgamentos apocalípticos que serão desencadeados sobre a terra. Agora vamos analisar a passagem bíblica. Exposição palavra por palavra para melhor compreensão.
Em primeiro lugar, ele diz: "E olhei e eis um cavalo branco". No contexto bíblico e cultural do mundo antigo, o cavalo era uma imagem poderosa, carregada de significados militares, imperiais e simbólicos. Nas escrituras hebraicas, o cavalo não era um animal comum entre os israelitas, que eram, em sua maioria pastores ou fazendeiros.
A lei mosaica até desencorajava a multiplicação de cavalos, como em Deuteronômio, capítulo 17, versículo 16, onde é advertido que o rei não deve aumentar os cavalos para si mesmo, nem fazer o povo retornar ao Egito para adquiri-los, pois representavam dependência militar e não confiança em Deus. No Antigo Testamento, os cavalos eram associados a exércitos inimigos, como Egito ou Babilônia, que os usavam em seus carros de guerra. Por exemplo, o Salmo capítulo 20, versículo 7, diz: "Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus".
Isso estabelece um contraste entre a confiança humana no poder militar e a confiança espiritual em Deus. Entretanto, no mundo greco-romano, o cavalo tinha uma conotação diferente. Era um símbolo de majestade, velocidade, domínio e superioridade imperial.
Os cavalos brancos, em particular, eram considerados nobres e reservados para momentos de glória. Na época de João, a imagem de um cavaleiro em um cavalo branco evocava os desfiles triunfais romanos. Quando um general retornava vitorioso de uma guerra autorizada pelo Senado, ele recebia um triunfo, um desfile oficial em Roma.
O general desfilava pelas ruas em uma carruagem ou Corcel branco, vestido com túnicas douradas ou roxas e usando uma coroa de louros, recebendo aplausos como salvador do país. Era a maior honra militar e ficou gravada na mente do povo como uma imagem de autoridade, glória e domínio. O cavalo branco, portanto, era um símbolo inequívoco do poder imperial legítimo, mas também da idolatria política e do culto ao homem que o império promovia.
Esta era uma ameaça latente aos cristãos que confessavam que somente Cristo é Senhor, Kírios. Em oposição ao lema imperial, César é Senhor. Em Apocalipse, a cor branca aparece 15 vezes e quase sempre é associada ao celestial, ao santo ou ao puro.
As vestes dos redimidos, o trono de Deus, o cavalo do Cristo glorificado. Apocalipse capítulo 19 versículo 11. Mas neste caso o simbolismo é ambivalente.
O cavalo branco não garante santidade autêntica, mas sim aparência. A Bíblia nos adverte que nem tudo que reluz é divino. Em 2 Coríntios, capítulo 11, versículo 14, diz: "E não é de se admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz".
O cavalo branco é uma imagem perfeita de engano piedoso, uma conquista disfarçada de redenção. Em segundo lugar, dizem-nos: "E aquele que estava sentado nele tinha um arco. " Esta imagem não deve ser ignorada.
O arco grego toxon é um símbolo carregado de conotações culturais, militares e espirituais no mundo antigo. Ao longo da história bíblica e greco-romana, o arco não era apenas uma arma de guerra, mas também uma ferramenta de pressão, intimidação e poder à distância. Neste versículo, o fato de o cavaleiro ter um arco, mas nenhuma flecha ser mencionada chamou fortemente a atenção dos intérpretes ao longo dos séculos.
É visto como o poder latente, o arco sem flechas. Este silêncio sobre flechas não é um acidente literário. O texto menciona cuidadosamente que o cavaleiro tem um arco, mas ele não está em uso.
Não há tiros nem tensão de batalha. Isso levou muitos estudiosos, como John Wal e George Eldon Lad a interpretar a passagem não como uma conquista militar direta, mas sim como uma conquista política, ideológica ou diplomática. O arco se torna então um símbolo de ameaça potencial, de poder contido, uma intimidação velada em vez de guerra aberta.
O historiador romano Tácito em seus anais descreveu como certas tribos inimigas usavam o arco como um instrumento de pressão psicológica. Sua mera presença gerava medo no campo de batalha, porque representava um ataque potencial à distância, sem a necessidade de combate corpo a corpo. Essa ideia se traduz perfeitamente na fase inicial do anticristo.
Agora, os partos, arqueiros lendários e cavalos brancos. Uma das conexões mais poderosas para entender esta imagem vem do mundo oriental. Império parta, século Ies de.
Cristo e século I depois de Cristo, localizado a leste do Império Romano, na região da Pérsia. Os partos eram temidos por sua habilidade com o arco. Eles eram cavaleiros experientes, capazes de disparar flechas mortais, mesmo galopando para trás, na famosa tática do tiruparta, uma manobra temida em todo o mundo antigo.
O historiador romano Cássio Dio e o grego Plutarco relatam como os partas derrotaram os exércitos romanos em batalhas importantes, como a desastrosa derrota de Crasso em Carras em 53 a. Cristo, usando exclusivamente arco e flecha montado. Seu uso do cavalo branco em procissões de vitória e sua associação com o arco eram conhecidos em todo o mundo romano do primeiro século.
Quando João escreveu o apocalipse, essa imagem ainda estava viva. Embora os nascimentos não estivessem mais em pleno andamento, o medo do oriente persistia. O leitor do primeiro século, ao ler que um cavaleiro aparece em um cavalo branco com um arco, mas sem a necessidade de flechas visíveis, eu me lembraria imediatamente da maneira como os partos derrotavam exércitos sem confronto direto, usando apenas pressão, estratégia e distância.
O cavaleiro do apocalipse não precisava ser apresentado como um assassino imediato. Bastou que ele carregasse um arco e montasse um cavalo branco para qualquer leitor entender. Este não é Cristo.
Este é um conquistador e sua arma não é apenas a violência, mas a ilusão de poder legítimo. Uma conquista sem guerra direta, imagem do anticristo diplomático. O anticristo, segundo a escatologia futurista, não se revela imediatamente como uma figura tirânica.
De acordo com Daniel, capítulo 9, versículo 27, ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana, o que implica um estágio de aparente diplomacia e paz. Este cavaleiro aparece no início com poder na mão, o arco, mas não em ação. É uma conquista ideológica, religiosa e política, não pela espada ou pelo fogo, mas pela persuasão, pela sedução e pela falsa unidade.
O teólogo David Jeremia escreve: "Este cavaleiro não traz a verdadeira paz, mas uma falsa segurança. Sua arma, o arco, não está ativa, pois sua guerra é feita de palavras, tratados e alianças. Esta é a primeira fase do anticristo, a do pacificador global, o grande unificador.
Fim da citação. Portanto, a frase ele tinha um arco é uma imagem magistral de poder oculto e engano bem planejado. O arco, um símbolo de ameaça distante e controle sem violência direta, representa perfeitamente a estratégia do anticristo em seus estágios iniciais.
Vença sem atirar, controle sem matar. una sem oprimir até que seja a hora de revelar sua verdadeira intenção. Os leitores do primeiro século, cientes do medo inspirado pelos partos e familiarizados com o simbolismo imperial, teriam entendido que esse cavaleiro não era um libertador, era uma sombra vestida de branco, uma arma pronta, mas ainda não usada, um sinal de que o julgamento estava começando, não pela guerra, mas pelo engano.
Este arco, então, não é uma arma de salvação, é a promessa silenciosa do conflito que está por vir. Em terceiro lugar, dizem-nos e uma coroa foi lhe dada. A frase é curta, mas carrega imensa profundidade teológica, espiritual e profética.
Esta coroa é uma das chaves que desmascara o cavaleiro do cavalo branco. Sua vitória não é soberana, seu governo não é eterno, seu poder não é seu. Foi dado a ele.
No mundo greco-romano, o Stefanos era uma coroa de louros ou ramos trançados, dada ao vencedor em jogos desportivos, como os antigos Jogos Olímpicos, aos soldados que regressavam de uma campanha vitoriosa ou mesmo como um sinal de honra cívica durante festividades. Não era uma coroa real, mas um reconhecimento honorário ou cerimonial, limitado em duração e autoridade. Em contraste, os verdadeiros reis, os imperadores e deuses do panteão romano usavam o Diadema, uma coroa de posição soberana.
A diferença entre Stefanos e Diadema é crítica. O primeiro é temporário e concedido por outros. O segundo é inerente ao alcance real.
Este cavaleiro então não vem como um imperador soberano, mas como um líder elevado por outros, honrado por sua aparente capacidade de trazer ordem. Ele não é o rei dos reis. É uma figura favorecida pela vontade humana e permitida pela soberania divina.
A questão é: quem lhe dará a coroa? De onde vem sua autoridade? O verbo grego é: Edote, foi- lhe dado, voz passiva, sem agente direto nomeado, que na literatura profética frequentemente indica permissão divina.
Em termos bíblicos, isso se alinha com a forma como Deus permite que governantes, mesmo os injustos, se levantem para cumprir seu plano, como aconteceu com Faraó, Nabuco Dononzor, Ciro, Tito e outros. Embora esses reis tenham agido em rebelião, Deus soberanamente os usou como instrumentos de julgamento ou disciplina. Em Romanos, capítulo 13, versículo 1, diz: "Não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram por ele estabelecidas".
Em Daniel, capítulo 2, versículo 21, diz: "Ele muda os tempos e as estações. Ele remove reis e estabelece reis. Isso implica que a autoridade dada ao cavaleiro vem em última análise de Deus.
Não como aprovação, mas como um instrumento de julgamento. Deus dá domínio como parte da punição para um mundo que rejeitou a verdade, mas no plano visível a autoridade lhe será dada pelos homens. Vemos isso claramente na profecia escatológica do anticristo.
Agora, como o anticristo receberá sua autoridade de acordo com a profecia? Será por sedução política e diplomacia? Como diz Daniel, capítulo 8, versículo 25.
Com astúcia, ele fará prosperar o engano em suas mãos e em seu coração se engrandecerá e, sem aviso, destruirá a muitos. Sua ascensão não se dará inicialmente por meio de guerras diretas, mas por meio de estratégias políticas, acordos, alianças e manipulação ideológica. Em Daniel, capítulo 9, versículo 27, somos informados: "E por uma semana ele confirmará a aliança com muitos.
O anticristo selará um acordo de paz global, provavelmente com Israel e outras nações, consolidando sua posição como líder mundial aceito. Outra maneira será por meio da adoração e da entrega voluntária dos reinos. Em Apocalipse capítulo 17 versículo 13 diz: "Estes têm uma mesma mente e entregarão o seu poder e autoridade à besta.
Os 10 principais reis ou nações do fim renunciarão à sua autoridade, não por conquista, mas por admiração e necessidade. " Isso revela que a ascensão do anticristo não será imposta ao mundo, mas sim o mundo o aclamará. Em Apocalipse capítulo 13 versículo 4 diz: "E adoraram o dragão que deu a sua autoridade a besta e adoraram a besta dizendo: "Quem é semelhante à besta?
Quem poderá guerrear contra ele? " Este texto confirma que Satanás será a fonte espiritual por trás do anticristo, mas os homens serão aqueles que o aceitarão e o elevarão. A autoridade que o cavaleiro recebe é permitida três vezes.
Por Deus como julgamento, por Satanás como falso apoio espiritual, para os homens como um anseio por um salvador mundano. Portanto, a coroa dada ao cavaleiro no cavalo branco não é um símbolo de vitória celestial. mas de permissão judicial.
é uma autoridade emprestada, não conquistada, permitido, não legítimo, dado por Deus como julgamento, por Satanás como engano e pelos homens como autoidolatria. E assim começa a tribulação com a exaltação do falso Salvador. Mas sua coroa é temporária, pois em breve os céus se abrirão novamente e o verdadeiro cavaleiro, o fiel e verdadeiro, virá com muitos diademas e com justiça para julgar e fazer guerra.
Por fim, somos informados e ele saiu vencendo e para vencer. Esta declaração é uma das mais teologicamente densas do versículo e marca o clímax da descrição do primeiro cavaleiro. A frase grega é composta de duas partes principais.
O particípio presente, n, que significa superar ou conquistar, e o auristo subjuntivo niquese, que se traduz como para que ele possa superar ou a fim de superar. O Nexuina introduz um propósito. Ele não está apenas conquistando.
Seu objetivo é conquistar completamente. Esse tipo de estrutura verbal sugere uma ação progressiva, intencional e direcionada a um objetivo. Esta não é uma vitória passada, nem uma vitória momentânea.
É um processo de expansão, uma estratégia de longo prazo, como se o piloto tivesse uma agenda global cuidadosamente planejada. Ele sai de cena não como um vencedor já estabelecido, mas como alguém que inicia sua marcha triunfante com passos estratégicos. Sua conquista não é explosiva, mas crescente, sedutora e sistemática.
Assim será a conquista do anticristo, progresso por etapas. Essa linguagem se encaixa perfeitamente com a descrição escatológica do anticristo, que não se manifesta imediatamente como um tirano, mas ganha terreno sob a aparência de justiça. Primeiro, ela conquista mentes, depois ideologias, depois alianças políticas e, finalmente, nações.
Como explica John Walvard, a expressão conquistar e para conquistar reflete um avanço gradual do poder do anticristo. começa não com guerra aberta, mas com diplomacia, carisma e falsa unidade. Sua vitória é tolerada e até comemorada até que sua verdadeira intenção seja revelada.
O estudioso George Eldon Led também observa que esta é uma vitória que Deus permite, não porque seja justa, mas porque faz parte de um julgamento divinamente ordenado. É o cumprimento do princípio bíblico de Romanos, capítulo 1. Deus os entrega aos seus próprios desejos.
Este cavaleiro, na interpretação escatológica, não governará apenas com política, mas com falsa influência espiritual. Mais tarde, o Apocalipse falará de uma religião mundial que se une a um sistema político bestial. Essa conquista inclui substituir o evangelho por uma falsa mensagem de paz, inclusão e unidade sem verdade.
O uso do particípio presente Nikon implica uma conquista atual, ativa e em desenvolvimento que ainda não terminou. Isso é vital para entender o drama profético. O cavaleiro ainda está cavalgando hoje.
Embora ainda não tenha atingido seu ápice, sua influência já é sentida nas estruturas culturais, políticas e religiosas do mundo. Ela se infiltra lentamente, mas de forma eficaz. Não é uma conquista sagrada, mas um julgamento permissível.
Este ponto é fundamental. O cavaleiro não age com poder redentor, nem com justiça divina. Deus não o envia para salvar, mas para julgar.
Como no caso do rei Nabuco Dononzor, a quem Deus chamou de meu servo, em Jeremias, capítulo 27, versículo 6. Este cavaleiro é um instrumento de disciplina, não de bênção. Comentários de David Jeremia.
Este cavaleiro é a maneira de Deus responder a um mundo que rejeitou a verdade. Ele lhes envia uma mentira. É um julgamento disfarçado de esperança, uma conquista que o céu permite para que a humanidade possa beber ao máximo o cálice da sua própria rebelião.
Fim da citação. Portanto, o início da grande sedução global, a frase conquistar e conquistar descreve um processo de dominação progressiva que começa com a persuasão, se consolida com a diplomacia, se mascara com a justiça e culmina na escravidão. Este cavaleiro não traz a verdadeira paz, mas uma paz falsa, temporária, universalmente aceita, mas espiritualmente vazia.
É o anticristo em movimento, o cavalo branco do engano, cavalgando não com a espada da verdade, mas com a política do consenso. E o mais chocante é que todos vão aplaudir, porque sua conquista será gentil, razoável, bela e letal. Em suma, o cavalo branco não anuncia o Salvador, anuncia a grande mentira.
É o emblema de uma paz fingida, a promessa sedutora de um mundo unido, mas sem verdade. Sobre ele cavalga o anticristo, não com uma espada, mas com um arco sem flechas, poder sem guerra, conquista sem sangue, domínio com um sorriso e diplomacia. Ele recebe uma coroa, não uma legítima, mas uma concedida pelos homens, um símbolo de autoridade usurpada.
Porque seu trono não desce do céu, mas emerge da rebelião humana. E assim sai conquistando e para conquistar, avançando devagar, envolvente, irresistível. Ela não conquista cidades, conquista consciências.
Ele não destrói templos, ele os enche de idolatria. Este não é o Cristo, é sua falsificação mais perigosa. O julgamento começou e o mundo, cego por seu brilho branco, aplaude o cavaleiro que cavalga para a perdição.
Chegamos assim ao fim deste estudo. Esperamos sinceramente que cada palavra tenha sido edificante para sua vida e que o Espírito Santo tenha trazido luz e discernimento ao seu coração. Não estamos vivendo em tempos comuns.
Estamos testemunhando sinais claros, advertências proféticas e um cenário mundial se preparando para o cumprimento de tudo o que está escrito. Que este ensinamento não permaneça apenas como conhecimento, mas que nos inspire a vigiar, a orar e a permanecer firmes na verdade do evangelho. Pois enquanto o mundo aplaude o cavaleiro do engano, a igreja do Senhor se prepara para encontrar o verdadeiro rei, que também virá montado num cavalo branco, mas com olhos como chama de fogo e uma espada afiada saindo de sua boca.
Obrigado por se juntar a nós. Que o Senhor te guarde, te fortaleça e te desperte nestes últimos tempos. Vejo vocês, se Deus quiser, no próximo vídeo.
E lembre-se, Cristo voltará em breve.