Olá! Meu nome é Débora Thamine, eu sou professora de literatura. E hoje iremos falar sobre o modernismo em Portugal.
A data aqui está entre 1910 e 1915. Não quer dizer que o modernismo só foi nesse período. Até porque a gente vai ter movimentos artísticos que vão um pouquinho depois de 1915.
Mas esse aqui foi o grande momento do modernismo em Portugal. Esses cinco anos. Em relação às características, busca da renascença, projeto de reconstrução da cultura portuguesa.
É necessário lembrar que Portugal foi uma nação gloriosa, de muitos feitos. Só que Portugal se tornou decadente muito rápido. E tava ainda decadente nesse momento aqui.
Bom então a tentativa era reconstruir essa cultura portuguesa, que era considerada a gloriosa. Então a gente vai perceber nesse momento um certo saudosismo de uma Portugal gloriosa, dos peitos maravilhosos das grandes navegações. Para poder incentivar esse resgate, houve a criação de revista Águia, que trazia literatura, arte, filosofia, ciência, tudo ali na revista.
O nacionalismo mais o sebastianismo são reacesos. O que então seria sebastianismo? Existiu um rei chamado Dom Sebastião, em Portugal, no século XVI.
Ele foi para uma viagem, para uma guerra e não voltou. Ele morreu. Só que como Dom Sebastião não tinha parentes, o governo português passou para o Filipe II da Espanha.
Ou seja, os portugueses começaram o meio que a viver de uma maneira que não era muito legal, uma vez que uma pessoa de outro país que tava tomando conta da nação. Então as pessoas ficavam sonhando com o dia que Dom Sebastião pudesse retornar e tirar Portugal desse cenário de decadência. O sebastianismo ficou até hoje, na verdade.
Quando uma nação sente saudade de algo que um dia foi, a gente pode chamar isso de sebastianismo. Então aqui havia uma necessidade de retorno dessa Portugal gloriosa, através de uma espécie de sebastianismo. O modernismo em Portugal é dividido em gerações, assim como no Brasil.
Vamos falar aqui de maneira mais sintética. A primeira geração Orpheu é a mais importante, certo? Só quer aprender uma das três?
Entenda muito bem o que foi a geração Orpheu. O pessoal da geração Orpheu estava inconformado com a paralisação da cultura portuguesa. Não acontecia nada de novo.
Era todo mundo querendo resgatar coisas do passado e trazendo passado à tona. Mas de uma maneira sem inovação. "Eu vou trazer o passado, mas não vou melhorar essa arte.
Não vou trazer nada de vanguarda", por exemplo. Para entender melhor porque que o nome o é Orpheu, é necessário ir um pouquinho para mitologia. O orphismo chamado de primeira geração lá em Portugal, no modernismo, advém do mito de Orpheu, que é um cara que se apaixona por Eurídice.
Eurídice é uma moça que vai se arrumar para o tal do casamento. E aí quando ela tá a caminho um cara corre atrás dela querendo estuprá-la, enfim. .
. E aí no susto, na agonia, ela acaba caindo. É picada por uma cobra, morre.
Orphéu fica abaladissimo. Orphéu é aquele cara da lira, que consegue entorpecer as pessoas através de sua arte, através da sua música. Ele fica desesperado e resolve ir para o submundo.
No submundo, ele encontra Hades. Hades se fazer de bonzinho diz que pode levar Eurídice, contanto que você não olhe para trás. Só que Orphéu olha para trás.
Bate uma luz no rosto dele. E ele sente vontade de olhar para ver se Eurídice tá lá mesmo. E na hora que ele vira Eurídice se torna pedra.
Sem possibilidade nenhuma de ter vida novamente. Então a mitologia aqui traz o seguinte ensinamento: é necessário que o homem, que o indivíduo, pare de olhar para o passado. E siga em frente.
É necessário que ele largue o passadismo. É necessário que ele se torne uma pessoa que foca e no que está acontecendo agora. Então o modernismo, a geração Orpheu queria isso: olhar para o futuro, abandonar o passado.
Não a história. Mas abandonar as características da arte voltadas ao passado. Os principais escritores eram Fernando Pessoa e seus heterônimos, Mário de Sá-Carneiro, enfim.
. . Eles eram considerados iconoclastas.
Ou seja, aquele indivíduo que quebra um paradigma, que quebra a norma. Eles também utilizavam pensamento futurista, a vanguarda futurista nas suas composições. A segunda geração era geração Presença, que continua com os ensinamentos da primeira geração Orphéu, só que vão trazer uma poesia mais intimista, vão trazer mais subjetividade.
Então a diferença vai ser essa. A terceira geração é o Neorealismo. O Neorealismo vai acontecer no período final da Segunda Guerra Mundial.
No caso, é um momento turbulento. Como a gente já sabe, de vários movimentos totalitários. Então a poesia aqui vai ter um tom mais engajado.
Um tom mais panfletário de mostrar para a sociedade o que tá acontecendo no mundo para que a sociedade acorde. Então essa divisão é um pouquinho do que foi o modernismo em Portugal. Eu espero ter ajudado.
Até a próxima!