Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e para vós termine tudo aquilo que fizermos.
Por Cristo, Senhor nosso. Amém. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, é uma grande alegria estar com vocês hoje nesse nosso programa, nessa transmissão em que nós queremos celebrar com grande alegria os dezesseis anos do site padepaulricado.
org. Dia dezesseis, celebrando dezesseis anos, então vamos juntos dar graças a Deus e dar uma grande graça a Deus por saber que Deus tem utilizado esse instrumento que é o apostolado do site padepaulricado. org para fazer tanta coisa, seja pessoas que mudaram de vida, pessoas que encontraram ou reencontraram a fé, que voltaram ao estado de graça, que estão caminhando na santidade.
É uma beleza. Assim, a gente vê como Deus realmente usa instrumentos insuficientes. Uma das formas mais claras, gritantes, a gente vê que uma coisa está sendo feita por uma ação divina e a gente vê que não tem proporção entre a causa e o efeito.
Ou seja, se o efeito são conversões, mudanças de vida, famílias que se reúnem, pessoas que vão ficando mais santas, mas a causa é o apostolado do site padepaulricado. org, então você vê claramente que não tem efeito, não tem proporção entre o efeito e a causa. Então isso daqui quer dizer o seguinte, que isto daqui é somente causa instrumental.
Mais do que causa instrumental, é mais a ocasião da causa divina. Então a gente vê claramente que Deus tem agido, Deus tem sido muito generoso, então ajudem, ajudem mesmo, a gente a dar graças a Deus, porque é um privilégio muito grande nós sermos família e estarmos juntos nessas transformações de vida, nessa coisa toda que está acontecendo aí. Eu fico até assim, boquiaberto, cada relato que chega de conversão, de mudança de vida, etc.
, a gente fica quase que humilhado, humilhado, “Nossa, já pensou? E se eu fosse santo? Como não seria muito mais?
”. Então a gente dá graças a Deus, porque Deus, graças a Deus, não está esperando a gente ser grande e importante para usar. Está usando, “Não tem tu, vai tu mesmo”.
É isso aí. Hoje nós gostaríamos de tratar um assunto que está na esteira do nosso último módulo, que nós tratamos da direção espiritual, aprenda a rezar. A continuidade da coisa.
Nós queremos responder uma pergunta, que é a pergunta de muita gente, olha padre, eu estou rezando, eu estou tendo uma vida até melhorzinha, vivendo em estado de graça, mas a minha vida não muda de verdade. Ou seja, eu não estou vendo fruto de santidade. Ou seja, quando a gente vê, vamos esclarecer o que eu estou falando.
Eu estou falando daquelas pessoas que estão na Graça, mas que continuam com aquelas mesquinharias de sempre, caindo naqueles meus pecados veniais de preguiça, alguma coisinha de fofoca, bobagens, perda de tempo, irritações tolas, mentirinhas para escapar de situações. A pessoa não está mudando verdadeiramente. Ou então, se a pessoa já conseguiu até superar essas coisas, mas você não vê aquela caridade, aquele amor ardente dos mártires, por exemplo.
Outro dia eu atendia no confessionário uma mãe, ela se penitenciando e se acusando no confessionário de coisas que não eram pecado, mas teve que ver claramente que são desordens, ou seja, o sofrimento bateu na porta da família dela e atingiu os filhos e ela no confessionário vivendo aquele drama, porque é que ela não consegue dar aquele passo sólido de confiança, de entrega, de entregar os filhos, de chegar e dizer não, heroicamente, “Eu confio em Nossa Senhora, meus filhos estão entregues”. Aquela coisa que não é pecado, mas é aquela desordem de “Eu tenho que cuidar, sou eu o salvador, sou eu quem vou cuidar”, não é aquela entrega dos mártires que diz “Não, Jesus, está tudo nas tuas mãos”. Então, como que a gente consegue essa caridade, esse amor por Deus, uma caridade efetiva dos grandes santos, a caridade dos santos que deixam tudo, como Jesus convidou o jovem rico, vai, vende tudo o que você tem, dá aos pobres, caridade que realmente atraído por Deus, eu renuncio aos meus projetos pessoais, parto com, sei lá, missionário na África, ou então sou capaz de fazer grandes sacrifícios e renúncias por amor a Deus.
Como ter essa caridade efetiva dos grandes santos e não ficar a vida inteira engatinhando, remanchando nessa coisa que não sai do lugar, não sai do lugar, não sai do lugar. Bom, aqui a resposta é a resposta dos grandes diretores espirituais, não a resposta é minha. Você não tem caridade efetiva com grande devoção, fervor, prontidão para servir a Deus porque você não tem caridade afetiva em exercício, você não está exercitando a caridade afetiva.
Deixa eu explicar isso agora na prática, a tese é essa, você quer caridade efetiva, você precisa de caridade afetiva e a caridade afetiva você vive na vida de oração e nos sacramentos, sobretudo nos sacramentos da Eucaristia, da Sagrada Comunhão. Vamos explicar isso daqui, para explicar isso a gente precisa dar passos, então vamos lá, passo por passo. Primeiro, o que é essa coisa de afeto?
Bom, a primeira coisa que você vai pôr na sua cabeça é que quando eu falo de afeto eu não estou falando de sentimentos, tem sentimentos também, mas não é isso. Existe uma coisa própria do ser humano, que nós temos dentro de nós aquilo que os filósofos chamam de “apetite racional”, que é uma faculdade livre, é a vontade, deixa eu explicar aqui, vamos lá. O que é o “apetite sensível”?
O apetite sensível é aquilo que a gente vê nos animais, então você vê os animais, sei lá, você vamos usar a palavra apetite até da forma mais comum que a gente vê, você mostra para o seu cachorrinho lá uma bacia com comida, ele começa a salivar, ele deseja, ele quer aquele negócio lá. Esse é o apetite sensível. Mas também vale para outras coisas, o apetite sensível vale para a vontade de dormir, de descansar, ou para a vontade, digamos assim, o apetite sexual, ou simplesmente a coisa de querer fugir de um incômodo, fugir de uma dor, aquilo que a gente sempre diz que é a lei básica do cérebro.
Foge da dor, busque o prazer. Foge da dor, busque o prazer. Isso daí é algo que existe nos animais e que é uma lei férrea, o animal não é livre.
O animal não é livre para dizer “Eu quero isso daqui, embora esteja doendo”. Ou então, “Eu fujo disso daqui, embora seja prazeroso”. O animal não tem liberdade para isso.
Se você quiser que o animal, sei lá, o animal quer comer aquele bife, mas o bife é seu. Como você vai fazer para demover o animal de fazer aquilo? Você não vai convencê-lo.
Você só tem um jeito. É você infligir uma dor maior do que o prazer que ele vai sentir. Ou seja, ele tem que fugir da dor mais do que ele está buscando o prazer.
Só tem esse jeito. Então você vai infligir uma dor, um susto, você faz um barulho, ele assusta com aquilo, ele sai correndo e não vai querer aquilo lá. Ele não é livre.
Então é assim que você domina os animais. Mas é assim também que você domina os seres humanos que se reduziram à animalidade. A gente viu nesses tempos agora, como em tempos de doença, muitas vezes as pessoas, o medo da morte, o medo de ficar doente é manipulado e utilizado pelas pessoas, para dominar as massas.
Por quê? Porque vê que as pessoas estão se comportando como animais. Agora, acontece que nós seres humanos não somos somente animais, nós temos uma outra parte, a parte espiritual.
Nessa parte espiritual nós temos um apetite que é diferente do apetite sensível, forja a dor, busca o prazer. Que é aquilo que a gente chama de apetite racional. Os filósofos chamam de apetite racional.
Cuidado! A palavra apetite aqui não é utilizada no sentido de apetite de fome. É simplesmente como eu busco aquilo.
Apetere quer dizer, eu vou naquela direção. Eu vou para lá. Então, eu vou como?
Eu vou racionalmente. Então, eu racionalmente vejo que essa injeção dolorosa, sei lá, uma benzetacil, é uma coisa boa para mim. Eu vejo com razão.
Então, eu inclino a minha vontade e digo “Vai, doutor, pode aplicar. Vai doer, mas é bom para mim”. Então, eu sou capaz de abraçar uma coisa que o animal não seria capaz de abraçar.
Veja, aqui não é uma questão de debate. É uma questão de observação. Você observa isso em você.
Você está vendo isso em você. Então, qualquer ser humano é capaz de experimentar que ele tem uma liberdade que não é a liberdade do animal. O animal, ele é escravo daquele negócio.
Escravo daquela lei. Nós não. Nós temos essa capacidade.
Somos capazes de inclinar a nossa vontade. Ou seja, o cérebro está dizendo “foge da dor, foge da dor, foge da dor”. E aí a sua vontade livre diz não, você vai abraçar essa dor, porque realmente você é livre e você precisa da benzetacil.
Pode fazer careta, sentir dor, repuxar um pouco, mas você aceita, você quer. Você é livre. Isso é experiência humana.
Você não vê nos animais, mas vê no ser humano. Isso chama-se vontade. Os filósofos chamam isso de vontade.
Vontade, ou seja, apetite racional. É a mesma coisa. É a vontade.
Então, como é que se move a vontade? Ah, o próprio nome está dizendo, apetite racional. Não é um apetite sensível.
Eu sinto dor, fujo. Eu sinto prazer, corro. Na direção da coisa.
O apetite sensível, eu senti, eu quero. Ou eu senti, eu não quero. Esse é o apetite sensível.
O apetite racional, para você mover, você tem que enxergar uma verdade. E aqui é que está a coisa. Você precisa, a coisa precisa passar para a inteligência, pelo intelecto.
Então, o que é que acontece? Porque é que você não consegue mudar sua vida. Você não consegue mudar sua vida, em primeiro lugar.
Não estou nem falando da vida de oração, por enquanto, não. Estou falando aqui de qualquer um. Qualquer pessoa.
Qualquer ser humano. Você não consegue mudar sua vida, porque você não está buscando a verdade. Quando você busca a verdade, você muda a sua vida.
O cara viu. Pronto. Eu vi que isso não presta.
Eu não quero isso. “Mas é gostoso”. Os amigos estão todos dizendo: “Ah, é gostoso.
Vai, experimenta. Experimenta. Experimenta”.
O cara está dizendo: “Não, mas eu vi que não presta. Eu vi e ninguém vai fazer eu esquecer isso. Eu enxerguei”.
Não é? Isso é uma experiência humana. Eu não estou ainda no sobrenatural, hein, gente?
Não estou falando de santidade ainda. Estou falando da experiência humana, normal. As pessoas, os seres humanos, são capazes de mudar suas vidas quando conhecem uma verdade.
E aqui é que está o desespero do povo da cultura da morte. É que uma vez que as pessoas viram a verdade, elas não podem desver. Entendeu?
Você vê que o troço não presta. Ninguém vai querer aquilo mais. Eles conseguem fazer, manipular as massas animais pela base do foge da dor e busque o prazer.
Mas se você conseguir que uma porção da população aquilo que a gente chama de, na linguagem esquerdista inclusive, de massa crítica. Se você consegue que uma massa crítica veja a verdade, não vai ter chicote para todo mundo. Para você conseguir manter uma população prisioneira de uma ideologia, de uma bobagem.
O cara, não, eu vi isso, não presta. Eu enxerguei. Uma população leva tempo para aprender uma coisa, mas quando ela aprende é difícil você pôr a pasta ali dentro de volta no tubo.
Esse é o desespero do pessoal. É a mesma coisa. O pessoal fala: “Ah, vocês são discípulos do Padre Paulo Ricardo.
Vocês são insuportáveis. Vocês seguem o Padre Paulo Ricardo”. Olha, eu acho que tem muito pouco discípulos do Padre Paulo Ricardo nesse planeta.
Nem os caras que trabalham comigo são meus discípulos. O pessoal, a equipe do site, se eu disser para eles fazerem uma coisa errada, eles não vão fazer, sabe por quê? Porque eles viram.
Eles viram a verdade. Eles não me seguem. Eu podia reclamar, “Vocês não tem vergonha, cara?
Vocês não me seguem. Vocês não são meus discípulos. Trabalham comigo, não são meus discípulos”.
Pois é, não são mesmo. São discípulos da verdade. Se em algum momento da vida de vocês, eu fui um instrumento para vocês verem a verdade, hoje vocês viram e não precisam mais do instrumento.
O instrumento passou, a verdade ficou. O Padre Paulo passa, a verdade fica. Então, essa é a experiência humana que muda as vidas.
Acontece o seguinte, por causa do pecado original, a gente não consegue ficar na verdade e na virtude por muito tempo e com muita constância, fervor e profundidade. A gente precisa dar auxílio da graça. Se você já fez a experiência de mudar a sua vida porque você viu a verdade, legal.
Ótimo. Mas saiba, tem muito mais. Tem todo um outro capítulo muito mais profundo, que é quando você está em estado de graça e você então se deixa levar pela graça vendo a verdade com uma luz diferente.
A inteligência é a mesma. Você vai lá e estuda a filosofia, vê as coisas, não sei o que, ouvi a verdade. Mas a sua inteligência que viu a verdade, ela pode ser iluminada por uma outra luz.
Tem uma outra luz, a luz sobrenatural da fé. E essa luz sobrenatural da fé, a gente encontra o ambiente normal onde ela acende, é a oração. Ela pode acender em outras circunstâncias, como uma pregação, ou um livro que você lê, um filme que você assiste, mas é porque, na verdade, a pregação, o livro e o filme viraram oração em algum momento.
Aquilo lá é oração, na verdade. É o ato da fé. É o ato exercido da fé.
Então, quando você vê com a luz sobrenatural e você enxerga a verdade. Quando você enxerga a verdade, o que acontece? Na oração.
O que acontece é que a verdade ela brilha diante dos seus olhos e você vê claramente que aquilo é apetecível. Ou seja, você vê aquela verdade sobrenatural e você diz “Eu quero isso pra mim”. Esse fenômeno.
“Eu quero isso”. Você vê a vida de um santo, você vê um mistério da vida de Cristo. Você vê alguma coisa e aquilo chama.
Aquilo. . .
Como diziam os discípulos de Emmaus, “Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as Escrituras no caminho? ”. Ou seja, os discípulos estavam tristes, acabrunhados, abatidos, desanimados, só mais notícias.
É como a gente vive muitos dias. A experiência dos discípulos de Emmaus, no Evangelho de São Lucas, é a experiência que todo mundo tem. Você abre os noticiários, só tem má notícia.
É guerra na Ucrânia, é não sei o que da Bolsa de Valores, é problemas políticos nos Estados Unidos, no Brasil, na Europa, não sei o que, etc. A cultura da morte, a Igreja que não dá conta de fazer as pessoas voltarem pra Fé, crise interna da Igreja, etc. Você só vê má notícia.
E com essas má notícias, o que acontece? Você fica acabrunhado, você fica sem vontade de cantar uma bela canção. Você fica chateado.
Deprime. Tem uma pressão. Qual é a reação de um corpo quando ele sofre pressão?
É deprimir. Pressão, deprime. E aí, o que fez Jesus?
Pra tirar o pessoal da depressão. “Olha como vocês são lentos para crer. Como a inteligência de vocês é embotada.
Como vocês não enxergam as coisas”. Então Jesus veio e começou a explicar Moisés e os profetas e mostrar que o Cristo deveria passar pelo sofrimento. Pega lá Isaías, o servo sofredor, está vendo?
Pelas suas chaves nós fomos curados. Vocês não estão enxergando que era necessário que o Cristo passasse pelo sofrimento? Quando eles começam a ver, o amor de Deus, quando eles começam a ver naquele desastre uma providência salvífica, aquilo ilumina a inteligência deles.
E quando eles tem a inteligência iluminada, acontece aquele fenômeno “não ardiam nosso coração? ” Ardens cor nostrum. Nosso coração ardente.
Então, o coração que arde, aqui, essa realidade, o que Jesus fez ali no caminho com eles, é aquilo que nós chamamos propriamente de refeição espiritual. A refeição espiritual é isto. Quando você vai rezar.
Vamos então dizer em outra palavra, porque é que sua vida não muda? Porque é que você não tem caridade efetiva para dar a vida por Cristo? Porque você não está fazendo, quando você reza, você não faz refeição espiritual.
Ou seja, você pode estar rezando mil avemarias. Você pode estar com o joelho desse tamanho, assim, de ficar de joelhos. Você pode estar fazendo jejum, ficar magro, ficar só a capa da gaita.
Entendeu? Você pode levar a vida de um faquir, dormindo em cama de prego. Mas isso não vai santificar você.
Porque o que santifica é o amor. E o amor efetivo só acontece se houver o amor afetivo. Se você, primeiro, enxergar com a luz sobrenatural da Fé, se a sua inteligência enxergar com a luz sobrenatural da Fé, uma coisa chamada ato de Fé.
Aqui, com a inteligência. Jesus inteligentemente explicou para os discípulos de Emaús no caminho. Foi fazendo a meditação.
É o nosso módulo. Ensina-nos a aprender a rezar. Direção espiritual, aprenda a rezar.
O módulo é isso. Vai lá. Se você não assistiu ainda, vai lá e assiste o módulo.
É para isso. Jesus foi e começou a fazer a meditação com eles. Os caras não sabiam meditar, então ele pegou a escritura e disse, vamos lá.
E meditou com eles. Começou a contar historinha. O caminho de Jerusalém para Emaús era cumprido, ele foi contando historinha.
Depois que ele foi contando historinha, foi meditando, começou a discorrer sobre o tema “Nossa! Não ardia o nosso coração? ”.
Então é por isso que sua vida não muda, porque você não está fazendo isso. Você está rezando bastante, mas orações vocais e cada vez mais distraídas, cada vez mais fracas, cada vez menos devotas. A oração começa a ser um peso, a oração começa a ser um fardo, ao invés de ser a hemodiálise que você faz todos os dias para livrar você do veneno que está correndo nas suas veias.
Quem experimenta a oração de verdade, começa a sentir a necessidade de rezar. Por quê? Porque você começa a ver que você está se envenenando.
Você começa a ver que está ruim. Então assim, a gente chega e diz, “Tem que rezar duas horas por dia”. “Ah, eu não consigo”!
Não! Começa a meia hora. Começa a rezar direito.
Nem isso vai ser uma tortura. Tudo bem. O que você não sabe fazer.
Mas quando você começar a fazer refeição espiritual, quando você começar a enxergar. . .
Ah, nossa, eu vi! Aquele afeto, aquela coisa. Não é o sentimento que é importante.
O sentimento vem também. Mas, na verdade, o que está acontecendo? É que a inteligência está mostrando uma coisa para o apetite racional.
E está inclinando o apetite racional para aquele objeto que é sumamente amável. É apetecível. Eu quero isso.
Eu quero. Eu quero. Então, como é uma luz sobrenatural, o que acontece?
Isso move a caridade sobrenatural. A luz natural da razão move um amor natural. A luz sobrenatural da fé move um amor sobrenatural, que é chamado de caridade.
E é por isso que os santos conseguem fazer as coisas que fazem, prodigiosos. Então, enquanto você está aqui querendo mover a sua vontade como um faqui, que está lá. .
. Não, eu vou conseguir! Eu vou ser casto!
Eu consigo ser casto! O santo olha para a tentação da castidade com horror e diz: “Jesus, eu te amo, com um grande afeto, com um grande amor”. É como, sei lá, imagina um cara apaixonado.
Ele está apaixonado pela menina. Você mostra todos os outros meninos e ele não está nem interessado. Por quê?
Porque o afeto está lá. Então é a mesma coisa. Uma vez que você viu as outras coisas são absolutamente desprezíveis.
Como é que os santos conseguem se desapegar das coisas? É a mesma coisa que eu chegasse e dissesse para você. Vamos lá.
Você está no lixão comendo resto de comida. Ok? E você mora no lixão e você come resto de comida.
Aí eu convido você, trago para o banquete aquelas comidas, aquelas iguarias saborosas, maravilhosas, etc. Você vai por acaso sentir que é dilacerante, desapegado do lixão? Você vai dizer assim “Deus é cruel, ele quer que eu me desapegue do lixão”.
Olha como a Igreja é cruel, meu Deus, eu estou espiritual, está querendo que eu me desapegue do lixão. Cara, você passou a vida passando fome, comendo coisa nojenta, azeda, estragada. Deus te mostra manjares, iguarias extraordinárias, saborosas, deliciosas, bebidas refrescantes, sentado à mesa com boa companhia.
Que força que você precisa fazer para desapegar do lixão? Nenhuma. Então assim, a gente fica admirado, nossa, como os santos, os heróicos, eles se desapegaram do mundo.
Eles ficam olhando pra gente assim e ficam dizendo, vocês são um bocó, né? Vocês são tudo burro, né? Entende?
O esforço de desapego é somente o inicial. Por quê? Enquanto a pessoa ainda não viu o banquete, né?
Eu chego e digo, cara, larga essa comida nojenta aí. “Não, mas eu só tenho essa aqui”. Larga essa comida, vem cá que eu vou te dar outra comida.
“Não, eu só tenho essa daqui”. Então, de fato, ali existe um drama inicial. Sabe por quê?
Porque ele não viu o banquete. Se ele não viu o banquete, ele estava apegado à comida velha. Entendeu?
O cara não viu. Então é evidente que pra ele é um drama. “Não, mas é a única coisa que eu tenho.
É a única coisa que eu tenho. Olha aqui, eu encontrei metade de um Big Mac mordido e com mofado azedo. Mas é a melhor comida que eu encontrei há meses.
Já faz meses que eu estou aqui no lixão e encontrei metade de um Big Mac mofado e azedo”. Larga o Big Mac. “Não posso, eu só tenho isso”.
Larga o Big Mac. Confie em mim. Tem coisa melhor.
Vem comigo. Larga. Seja livre.
Então você faz um ato de Fé inicial. E no início a Fé é meio cega mesmo. Está entendendo?
A fé que você tem uma certa razões de credibilidade. Porque você enxerga os santos. “Não é possível que as pessoas sábias, boas, maravilhosas, são embusteiros e enganadores.
Não, eles não podem estar enganados. Ali tem alguma coisa. Eles viram alguma coisa.
Então eu quero ver o que eles viram”. Então você vai. Larga o Big Mac.
E aí você chega lá e de repente vai abrir a porta. E inicialmente você não vai ver a mesa com banquete. Inicialmente vai vir lá uma funcionária empregada com uma bandejinha, com alguma entrada, uns canapés, umas coisas assim, que já vai ser muito bom, muito melhor.
Muito melhor do que o Big Mac. Mas ainda não é o banquete. Então você tem que ver.
Vendo o afeto se desapegar. E vai vendo a coisa, vai enxergando cada vez mais. Até que finalmente você olha para trás e diz “Nossa, mas como era ridículo.
Que vida ridícula que eu vivia. Eu não sei quando é que eu estava com a cabeça”. É de fato, você não estava com a cabeça em lugar nenhum.
A sua inteligência não estava funcionando. Entendeu? Você estava escravo como um animal.
Você estava se comportando como um animal. Foge da dor, busque prazer. Foge da dor, busque prazer.
Foge da dor, busque prazer. Escravo. Mais uma vez que o apetite irracional começa a ser iluminado pela inteligência, você começa a querer outras coisas.
E se essa luz é a luz sobrenatural, o amor vira sobrenatural. Então você precisa rezar. Jesus no caminho e ensinando aos discípulos.
Aí quando finalmente eles chegam lá em Emmaus, o que acontece? Jesus vai, pega o pão, parte. Caem as escamas nos olhos deles.
Era o Senhor que estava conosco o tempo todo. Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as Escrituras no caminho? E de fato, ali também existe um sinal de uma outra refeição espiritual.
Outro tipo de refeição espiritual que é a Eucaristia. Então você pode fazer a refeição espiritual, essa coisa da vontade que é chamada e você se une com Deus, de duas maneiras. Uma é pela oração íntima, meditativa, etc.
Mas você pode fazer isso também através da Eucaristia. Jesus vendo a dificuldade que a gente tem de meditar, de fazer oração íntima, ele então democratizou a mística, por assim dizer, e todo mundo tem a possibilidade de ter um pouquinho dessa experiência mística, sobrenatural, ao receber o sacramento da Eucaristia. Por quê?
Porque a Eucaristia é o sacramento do amor, é o sacramento da refeição. Ou seja, a Eucaristia é o pão espiritual. Ninguém vai lá comungar para alimentar o corpo.
Somente santos que receberam dons extraordinários é que viviam, sustentavam o corpo fisicamente da Eucaristia. Santa Catarina de Sena, no fim da vida, a única refeição que ela tinha era a hóstia que ela recebia, comungando todos os dias. Mas, isso são coisas extraordinárias.
A Eucaristia, para nós, Ela é dada como a refeição espiritual. A refeição espiritual, ela transforma o amante na realidade amada. Então, o Amado está no amante.
Como que isso acontece? O Amado está no amante porque, número um, existe uma inclinação. Ou seja, o amado move o amante.
Eu estou amando Jesus, Jesus está me movendo. Ou seja, eu vejo, eu quero, aquilo me move. Então, existe uma presença de Cristo em mim que me move, real.
Essa presença afetiva, ela é verdadeira. Por quê? Porque eu estou sendo atraído, impulsionado.
Eu estou vendo o efeito dentro de mim. Como você sabe que uma coisa é verdadeira ou não é verdadeira? Quando você vê o efeito.
E você vê que a vida das pessoas muda. E que os santos fazem grandes coisas. E você vê o efeito daquilo.
Então, quer dizer que a presença de Cristo puxando a alma da pessoa é verdadeira. E é interessante que quando a pessoa é tocada dessa maneira, pode acontecer, quando é atraída, nos santos de moradas superiores, na fase iluminativa para frente, pode até acontecer do santo ser tão atraído, tão atraído por Cristo que até o corpo dele se ergue. Acontecem esses fenômenos de levitação, mas são fatos extraordinários, não acontece com todo mundo.
Mas só para dizer que a atração é tão, a pessoa é puxada para o alto de forma tão real que, às vezes, aquilo redunda no corpo. É uma atração mesmo. Então, quando eu vejo, quando Cristo me ensina as Escrituras no caminho, o meu coração, a minha vontade, o meu afeto, o meu apetite irracional é atraído.
Então, o Cristo está em mim de uma forma bem real, me atraindo, no afeto, puxando, puxando. E é por isso que a vida muda. Então, a resposta do nosso programa de hoje é por que a minha vida não muda?
Eu rezo, rezo, rezo e a minha vida não muda. Porque não está vendo o afeto. Não está acontecendo aquele fenômeno da inteligência ser iluminada pela luz sobrenatural.
A vontade, então, vê aquilo e diz, eu quero. Esse é o afeto. Então, existe ali uma presença.
Isso é uma refeição espiritual, porque tem os efeitos, assim, é uma metáfora de refeição, você entendeu? Porque não tem palavra para dizer isso. Mas é uma metáfora muito adequada, porque acontece o efeito da refeição.
O que a refeição faz? A refeição fortalece, a vontade fica forte, a vontade fica decidida, ela quer a coisa. Então, existe um vigor e, ao mesmo tempo, existe uma doçura, um deleite.
Quando você come uma coisa saborosa, aquilo é saboroso. Então, isso pode acontecer na meditação, isso pode acontecer na Eucaristia. Comungue bem, é a primeira coisa que eu digo para você.
Mas, também, saiba que você precisa crescer na vida de oração e meditação. Então, vai lá e faz o módulo de oração espiritual Aprenda a Rezar. Está entendendo?
Mas, vamos então ser práticos. E aí, padre, o que é que precisa para comungar bem? Para comungar bem.
Bom, para comungar bem, então, vamos para o fundamental. Comungue em estado de graça. Porque é prejudicial para você, é uma ofensa a Deus, é prejudicial a você e não funciona.
Não, mas eu precisava comungar, eu estava muito fraco, eu precisava comungar, mas não vai funcionar. Então, comungue em estado de Graça. Segunda coisa, ao comungar em estado de Graça, você tem que comungar com fé.
E essa é a coisa que as pessoas não se dão conta. “Padre, eu comungo todos os dias há 40 anos e não acontece nada disso”. Sim, mas você comunga com fé.
Para comungar com fé, o que é que você tem que fazer? Vai lá, assiste o módulo, faz o negócio. Tem também uma aula que a gente falou, a aula de introdução ao módulo que está aberta aí na internet também.
Também já ajuda você a enxergar isso. Você tem que usar a imaginação, mesmo na comunhão, usa a imaginação para você fazer o ato de fé, fazer a comunhão adequadamente, entendeu? Usa a imaginação, eu estou recebendo Jesus, imagina o quê?
Pensa alguma coisa. Tem aquele livrinho, Menses Eucarísticos, que é publicado pela editora da CNBB, tem lá em português e em latim. O que é que ele faz?
Ele ajuda a pessoa a comungar ativando a imaginação da pessoa. Contemple com os olhos da fé, Jesus, e a pessoa vai ativando, ele coloca imagens. Cada dia do mês é uma imagem diferente.
Então ativa a imagem, ativando a imaginação, você pode então começar a discorrer sobre a coisa e discorrendo sobre a coisa, você enxerga. Por quê? Porque com a fé ativa você comunga melhor, você vai ver o efeito daquela comunhão.
O efeito da comunhão é ex opere operato? é, é, mas quanto melhor a disposição da pessoa que recebe, maior o efeito. Então o próprio da comunhão, a Eucaristia, é o sacramento do amor.
O próprio da comunhão é este, essa união afetiva com Cristo, que então fortalece a pessoa, tem uma doçura. Então o normal de uma comunhão bem feita é que haja uma certa doçura de comungar, um afeto. Ah, mas eu não estou sentindo e tal.
Bom, então existem exceções. Por que você pode comungar e não sentir o afeto? Bom, primeiro por razões extrínsecas, que é o fato que você, por exemplo, pode estar doente, pode estar cansado, fisicamente não tão disposto.
Então pode acontecer isso? Aí você não vai sentir o afeto, porque, evidente, nós somos corpo e alma, mas você recebe a comunhão mesmo assim. Ou porque você, por dever de Estado, tem que estar fazendo outra coisa.
Por exemplo, você acabou de comungar, o padre comunga e vai distribuir a comunhão. Uma coisa que vocês não notam, né? Mas nós padres não condenamos nada a isso, ainda bem que a nossa hóstia é maior.
E Jesus fica mais tempo. Mas a gente tem uma fração de segundo para receber ali ex opere operato a graça e depois ele já sai para dar a comunhão para vocês. Então assim, por dever de Estado, eu tenho que estar, aspas, meio distraído, porque eu tenho que prestar atenção no que eu estou fazendo.
Eu não posso estar recolhido e olho fechado, eu estou distribuindo a comunhão. É um dever meu. Então, por um dever de Estado, você pode não estar sentindo muito a doçura daquele momento.
Às vezes a gente sente, só o fato de dar comunhão para as pessoas, você vai pensando que aquilo que você está fazendo está acontecendo dentro de você. E aquilo lá ajuda. Mas enfim, pode ser que você seja obrigado por dever de Estado, por situações, a uma semi distração, uma situação um pouco menos concentrada.
Ou pode acontecer também, terceira possibilidade, que Deus mesmo esteja retirando essa doçura da sua comunhão para que a alma seja mais viril, para que a alma seja mais forte, robusta. Então pode acontecer, mas o normal, a regra normal é que a comunhão seja verdadeiramente, resulte no afeto. Se você está comungando bem, a regra geral é que a comunhão resulta no afeto.
Então, resumindo a nossa aulinha de hoje, o que é que a gente pode dizer? Resposta, porque é que a minha vida não muda? Ou seja, porque é que eu não tenho caridade efetiva?
Tendo paciência com o irmão, amando os pobres, sendo cada vez mais casto, sendo cada vez mais humilde, sendo cada vez mais generoso, sendo cada vez mais desapegado, sendo cada vez mais forte, cada vez mais prudente. Por que é que não está acontecendo o crescimento das virtudes e a caridade efetiva de eu realmente mostrar amor por Cristo no dia a dia, não está acontecendo? Porque você não está exercitando a caridade afetiva em uma das modalidades de refeição espiritual.
São duas modalidades. A primeira, através da meditação. “Não ardia o nosso coração enquanto Cristo nos explicava as Escrituras no caminho”.
Ou, através da Eucaristia. “Cristo, então, pegou o pão, partiu. E então, ele disse, nossa, é Ele”.
Foram as duas, né, a Eucaristia. Então, o pão da palavra e o pão da Eucaristia, né, que são as duas refeições que realmente acontecem. Então, é isso.
Então, eu quero agradecer a vocês mais uma vez, né, por estarmos juntos nesses dezesseis anos do nosso apostolado, no site padrepaulricardo. org. Nosso apostolado nasceu de um apelo do Papa Bento XVI, quando, no ano sacerdotal, ele disse, olha, os padres devem realmente exercer um apostolado sério na internet.
Então, a gente que já tinha o site registrado, já existia o site padrepaulricardo. org, o site foi registrado há dezesseis anos atrás, né, no dia 20 de maio, é o nosso aniversário, 20 de maio, de dezesseis anos atrás. Aí aconteceu que, doze anos atrás, ou seja, quatro anos depois que o site já existia como um pequeno blog, nós então resolvemos, por esse apelo do Papa Bento XVI, tornar a coisa mesmo mais efetiva e eficaz.
E isso está sendo possível com a ajuda de vocês, né, com aqueles alunos que são assinantes, que fazem parte da nossa família, que lutam juntos para manter a nossa equipe, para manter esse serviço com o nível profissional com o qual vocês recebem. Então, quero agradecer por você confiar em nós, acreditar em nós e sustentar o nosso apostolado e, claro, receber os nossos cursos pelo qual você está realmente contribuindo, pagando, então você recebe realmente um produto que vale a pena aquilo que você está investindo. Então, muito obrigado por estar conosco, fazer parte da nossa família, sobretudo, porque quando a gente ama as mesmas coisas, nós realmente temos o coração no mesmo lugar e somos uma só família.
Que Deus abençoe você, Deus lhe pague e que o nosso apostolado continue dando os frutos que tem dado, que Deus multiplique cada vez mais nas nossas vidas e nos dê essa santidade que nós tanto almejamos. Deus abençoe, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.