[Música] sejam bem-vindos à quarta vídeoaula da disciplina de libras hoje nós vamos continuar falando sobre uma das filosofias educacionais da história da Educação de surdos o bilinguismo mas com destaque com foco na educação bilíngues e para surdos frente à educação inclusiva No Brasil esta aula se baseará em três textos o primeiro deles é de Silva Fernandes e Nascimento No qual eh os autores descrevem e analisam o decreto eh 5626 de 2005 que regulamentou a lei de libras e as diretrizes para a inclusão social dos surdos também me basei no artigo da Professora Cristina Lacerda no
qual é analisada a inclusão educacional de estudantes surdos por fim me basei no artigo da professora Ana Cláudia lod no qual ela discute a questão da educação bilingua e para surdos e a inclusão segundo a política nacional de educação especial e o decreto 5626 o movimento político surdo já soma algumas conquistas certamente a mais importante delas é a lei 10436 de 24 de Abril de 2002 também conhecida como a lei de libras essa lei é assim conhecida Porque é ela que reconhece a Libras a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão
da comunidade surda brasileira ã uma das determinações da essa lei é justamente que seja incluída na grade eh dos cursos de licenciatura e de fonodiologia a disciplina de libras de modo que é justamente por isso que vocês estão cursando essa disciplina durante sua graduação porque a comunidade surda eh vem lutando pelo Direito de que durante a formação de profissionais tanto de educação quanto da área de fonodiologia eh as pessoas recebam informações a respeito das particularidades linguísticas e culturais desse grupo e assim possam no futuro oferecer a eles um atendimento mais adequado um atendimento eh melhor
além disso a legislação também prevê que a Libras não pode substituir a língua portuguesa eh em sua modalidade escrita isso coloca a comunidade surda brasileira numa situação de bilinguismo forçado uma vez que além da libras além da língua brasileira de sinais é essa comunidade também precisa dominar o português na sua modalidade escrita a lei de libras foi regulamentada pelo decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005 uma novidade na redação desse decreto é justamente a definição que eh ele traz dos surdos eh em vez de focalizar Os surdos apenas do ponto de vista da sua
condição eh eh audiológica o decreto também descreve os surdos como eh pessoas que têm uma experiência visual e que expressam sua cultura através da libras de maneira que eh do ponto de vista legal a comunidade surda é eh reconhecida como uma minoria linguística que além de uma língua também tem uma cultura própria o decreto também prevê a obrigatoriedade de intérpretes em todas as instituições de ensino eh o que garante aos surdos o direito de receber educação através da sua língua em relação à educação de surdos o decreto dispõe o decreto determina que eh da educação
infantil até o fundamental um eh estudantes surdos eh tenham acesso a uma educação bilíngue com um professor também bilíngue Ou seja que não saiba apenas língua portuguesa mas também libras do ensino fundamental em diante a educação de surdos de acordo com o decreto deve ocorrer em escola eh inclusiva porém com professores cientes das Diferenças linguísticas dos surdos mais uma vez eh está aqui a importância de vocês terem eh ao longo da sua graduação uma disciplina como essa diante da política nacional de educação que prevê a inclusão de estudantes surdos no sistema regular de ensino é
muito provável que ao longo de sua carreira vocês tenham alunos surdos e portanto vão precisar conhecer um pouco sobre as diferenças linguísticas e culturais desses alunos para assim oferecer a eles eh uma melhor educação e enfim um melhor atendimento a a o decreto também prevê a presença de intérpretes no espaço Educacional a professora lod em seu artigo analisa a atual política nacional de educação e descreve o movimento que caracteriza essa política que é Justamente a inclusão educacional de acordo com a qual todos os estudantes independentemente de suas diferenças étnicas sociais ou mesmo no que diz
respeito às necessidades especiais devem ser matriculados em qualquer escola do sistema regular de ensino uma das coisas que a política nacional de educação também prevê é que as escolas o sistema regular se reorganize estrutural e culturalmente para assim garantir com condições igualitárias de aprendizagem a todos os estudantes apesar das lutas da comunidade surda pelo reconhecimento da sua língua pelo reconhecimento do fato de que pertencem a uma minoria linguística a educação de surdos no Brasil ainda é parte da política nacional de educação especial que por sua vez Segue o a política nacional de educação e portanto
opõe-se à educação especial como paralela a regular e defende eh um currículum comum que Contemple diversidades e necessidades apesar das lutas da comunidade surda em defesa do reconhecimento da sua língua e da sua cultura a política eh Nacional de Educação Especial ainda abrange a educação de surdos Ah e justamente porque ela segue a política nacional de educação eh as escolas de surdos se encontram ameaçadas dado que eh A ideia é que alunos independentemente de suas diferenças eh linguísticas eh sociais étnicas devem ser incluídos na escola regular né então vê-se Eh um movimento contrário àquele pelo
qual a comunidade surda eh vem lutando que é justamente o direito a uma educação bilíngue dado que eh a política nacional de educação e e a política nacional de educação especial que está subordinada àquela impõe a inclusão de crianças surdas no ensino regular para analisar como está acontecendo a inclusão educacional de estudantes surdos a professora Lacerda realizou um pequeno estudo eh que envolveu estudantes professores e intérpretes de uma escola privada do interior de São Paulo ela analisou estudantes da quinta série Ah que continha 29 ouvintes e apenas um aluno surdo esses estudantes estavam entre 10
e 12 anos o aluno surdo eh apresentava surdez profunda bilateral e embora filho de pais ouvintes sabia Libras a escola contava com duas intérpretes mas que eram pagas pelos pais apesar de a legislação eh que determina eh a inclusão a existência de de intérpretes em espaços educacionais eh Muito provavelmente pela falta de informação eh os pais ainda eh pagavam eh do próprio bolso eh o trabalho das intérpretes eh que atendiam o seu filho nessa escola do interior de São Paulo além desses participantes oito professores que ministram disciplinas para essa turma as entrevistas duraram 1 hora
e meia cada uma delas eh a a pesquisadora só com conseguiu entrevistar dois dos oito professores a professora de português e a professora de História dois alunos ouvintes também entrevistou o aluno surdo eh e contou com a ajuda de uma terceira intérprete não as as duas eh que já atuam na na escola desse estudante e entrevistou as duas eh intérpretes eh nós temos aqui um um uma quantidade muito pequena de de dados eh e que por essa razão não representa toda a situação eh eh de inclusão de estudantes surdos no país entretanto os elementos que
emergiram eh nessas entrevistas eh servem Sem dúvida eh de um alerta para nós educadores a respeito da situação né das situações que aluno surdos vão enfrentar eh quando incluídos em escolas regulares as entrevistas com eh os professores eh apresentaram que estes eh tinham uma grande desinformação a respeito da surdez e suas peculiaridades vocês devem se lembrar que uma das coisas que a legislação prevê no caso de educação inclusiva para alunos surdos é que estes recebam eh Educação de professores cientes de suas diferenças e particularidades linguísticas e culturais o que esse estudo mostrou é que isso
não estava acontecendo Além disso eh os professores exibiram eh eh eh uma falta de planejamento de ações eh que levassem em conta a presença do intérprete e do aluno surdo em relação aos alunos ouvintes o que a análise das entrevistas eh mostrou é que eles falam de um ambiente feliz em que o aluno surdo é bem acolhido bem isso sem dúvida é um saldo positivo e que vai na direção eh do da ideia de inclusão educacional que é justamente promover a convivência de estudantes eh de todas as eh enfim eh dos mais diferentes tipos né
enfim que que os estudantes convivam com eh a diversidade então Sem dúvida esse é um saldo positivo desse processo de inclusão eh que foi analisado pela professora eh Lacerda entretanto A análise da entrevista desses estudantes também mostrou que eh eh eles acham a Libras difícil e que no fundo esperam que seu colega aprenda a falar em algum momento ou seja eh eh a fala desses estudantes mostrou um certo preconceito que eles têm em relação à língua de sinais e uma expectativa de normalização eh de modo que essas são questões que sem dúvidas Sem dúvida precisam
ser trabalhadas eh com esses alunos eh justamente para que cresça entre eles a consciência de que eles estão convivendo com uma pessoa que eh enfim usa uma língua diferente e que eh não deve ser normalizada que não deve se conformar aos padrões da maioria mas que deve ter a sua diferença respeitada a entrevista com o aluno surdo eh revelou que ele não se relaciona diretamente com os professores que ele tem apenas um interlocutor efetivo no espaço escolar e que está Sempre acompanhado de um adulto O que é bastante eh atípico para uma criança dessa faix
etária eh eh se comparado com com as crianças ouvintes então vejam que a situação de inclusão cria na verdade um CTO isolamento da criança surda no espaço escolar se ela estivesse numa escola de surdos ou numa sala com outras crianças surdas certamente ela se relacionaria diretamente com os professores com outros colegas enfim teria eh um cenário completamente diferente desse que é descrito pela professora Lacerda em relação aos intérpretes observou-se uma falta de trabalho em equipe eh em relação ao ao corpo docente eh os professores eh não eh incluíam as intérpretes eh em discussões a respeito
do planejamento eh de suas aulas e de suas atividades uma falta de entendimento do que é ter um aluno surdo em sala de aula que se revelava através de atividades que não faziam sentido algum para os estudantes surdos E além disso e talvez mais sério uma responsabilização dos intérpretes pelo processo de ensino aprendizagem do Estudante surdo eh é é muito comum ver eh os professores eh agindo de forma que eh delegam ao ao tradutor intérprete de libras e língua portuguesa a função de ser professor dos Estudantes surdos pros quais eles fazem a a intermediação eh
entre o professor eh e o aluno E isso não é o que deve eh acontecer vejamos agora um vídeo em que eh a ativista e professora surda Patrícia Rezende defende o direito da comunidade surda brasileira à educação bilíngue e defende a permanência das escolas de surdos a convenção da ONU a a Confederação Nacional das pessoas com deficiência Aida aliança internacional das pessoas com deficiência e geriu e promoveu a convenção um documento a convenção da ONU que promoveu um documento e o Brasil é signatário d desse documento que diz o seguinte que as pessoas as minorias
linguísticas não precisam de uma Educação Especial Eles não precisam de uma Educação Especial eles precisam educação bilíngue com isso nós finalizamos a aula de hoje na qual nós discutimos algumas das importantes conquistas da eh comunidade surda brasileira do movimento político surdo eh a lei de libras e o Decreto que a regulamenta tratamos também da questão da educação inclusiva e falamos da Educação Especial na Perspectiva inclusiv que vem ameaçando a luta da comunidade surda pelo direito a uma educação bilíngue em escolas de surdos espero que vocês tenham gostado da aula de hoje e a gente se
vê na próxima aula [Música]