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Muito bom dia, meus irmãos! Sejam bem-vindos à meditação do dia de hoje. Peçamos a Deus a Sua bênção sobre todos nós, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe e nos guarde; nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. No dia de hoje, vamos seguir pelo Capítulo 28 do "Caminho de Perfeição". Santa Teresa nos diz: "Estas, como se diz, já se fizeram ao mar, embora não tenham deixado totalmente a terra.

Durante o espaço do recolhimento, fazem o que podem para livrar-se dela, recolhendo sentidos em si mesmas. Se for verdadeiro recolhimento, elas vão sentir muito claramente, porque ele produz um efeito que nem sei explicar. Quem o sentir há de entendê-lo.

Parece que a alma compreende que todas as coisas da terra não passam de divertimento. A alma, por assim dizer, se levanta; ergue-se à melhor altura, como quem entra num castelo forte, a fim de não temer os inimigos. É um retirar os sentidos das coisas exteriores, abandonados de tal maneira que, sem compreender, ela vê os seus olhos se fecharem para não as contemplar e para que mais se disperse a visão das coisas espirituais.

Por conseguinte, quem segue esse caminho, quase sempre que reza, tem os olhos fechados. O que é um admirável costume para muitas coisas, pois é preciso fazer força para não olhar o que é da terra, e isso no princípio. Pois, mais tarde, não é necessário, porque, adquirido o costume, maior esforço se faz quando é preciso abrir os olhos.

Parece que a alma entende que se fortalece e esforça à custa do corpo, deixando-o só e enfraquecido, abastecendo-se no recolhimento para opor-se a ele. E, embora no princípio não se perceba isso, pois não há tanta intensidade, havendo graus maiores e menores de recolhimento, se nos acostumarmos, ainda que no início do trabalho, porque o corpo reclama os seus direitos, sem entender que corta a própria cabeça por não se entregar. Se praticarmos alguns dias e nos fizermos essa violência, veremos com clareza o ganho e entenderemos, começando a rezar, que as abelhas vêm para a colmeia e entram nela para fabricar mel.

Sem que nada façamos, o Senhor deseja, como recompensa pelo tempo em que a alma a isso se dedicou, que ela e a vontade alcancem tal domínio que, diante do simples ato que indique que desejam recolher-se, os sentidos obedeçam e se recolham. E, mesmo que mais tarde voltem a sair, é já grande coisa terem-se rendido, pois saem dali como cativos e súditos, e deixam de fazer o mal que antes podiam. Quando a vontade voltar a chamá-los, eles virão com mais presteza, até que, por fim, depois de muitas entradas repetidas, o Senhor os faça permanecer de todo em contemplação perfeita.

Bom, vamos seguir até aqui. Santa Teresa, hoje, fala a respeito do recolhimento na oração. Eu estou meio afônico, né, mas dá para compreender bem.

Santa Teresa fala do recolhimento. Em que consiste esse recolhimento? Quando nós nos colocamos na presença de Deus e procuramos silenciar os nossos sentidos; quando nós procuramos deixar aquilo que é de fora para fora, ou seja, é um silêncio externo que nem sempre a gente domina, mas a gente procura silenciar o coração.

Ou seja, o ideal é rezar onde está mais silêncio. Sim, mas se tiver barulho, esse recolhimento vai me fazer o quê? Vai me fazer recolher os meus sentidos.

O barulho continua, mas eu tento me concentrar para que o meu ouvido não fique pegando o que tem lá fora, né? Eu me lembro uma vez, quando eu era criança ainda, eu ajudava na missa; eu era coroinha no Carmelo, né, no convento, no Mosteiro das Carmelitas, em São João da Boa Vista, minha cidade natal. E eu me lembro uma vez, conversando com uma religiosa muito experiente, mestra de noviças, muitos anos de clausura, e conversando assim com ela pela grade mesmo, enquanto eu estava arrumando as coisas da missa.

E eu comentei com ela e falei: “Olha, irmã, chegou uma moça nova agora para as senhoras. ” Tal e ela disse: “É, chegou, mas ela não vai ficar. ” E aí eu perguntei: “Mas ela acabou de chegar e ela não quer ficar?

” Ela falou: “Não, não; ela ainda não sabe que ela não vai ficar. ” Eu falei: “Mas como que ela não sabe que ela não vai ficar? ” Ela disse: “Nem tem vocação, nem tem jeito.

” E aí, essa religiosa me disse assim: “Olha que interessante. ” A análise dela falou: “Não, ela veio para fazer experiência. Ela tem vocação religiosa, mas não para o Carmelo.

” Eu falei: “Mas por que a senhora diz isso? ” Ela falou: “Não, porque ela chegou ontem e estava aqui no coro na hora da oração. Depois que acabou a oração, ela me disse assim: 'Irmã, tem alguma clínica pediátrica?

' Essa moça era médica, estava deixando a medicina para entrar no convento. ” E essa religiosa, muito experiente, me disse assim: “Não, ela acabou a oração e me perguntou: 'Tem alguma clínica médica infantil? ' Eu falei: 'Tem, né?

Aqui na frente tinha uma clínica pediátrica. ' Ela falou: 'Ah, porque enquanto eu estava rezando eu escutei o choro. .

. '” Seja, ela estava rezando, mas totalmente atenta àquilo que estava fora dela. E essa irmã, ela disse assim: "É pro Carmelo, ela não vai dar, não; ela vai para alguma congregação missionária mais ativa.

" E foi o que aconteceu: a moça saiu do Carmelo e ingressou em uma outra congregação religiosa, que era de vida ativa e com um trabalho mais direto, inclusive com crianças, né? Então, olha como que a experiência das Carmelitas já percebe quem está predisposto ali para aquela vida do Carmelo. Santa Teresa fala que isso não é só para quem está no Carmelo; é para todo mundo que queira rezar.

Quem quer rezar deve recolher os sentidos. Claro, se exteriormente houver silêncio, melhor, mas se não houver, o melhor silêncio e o mais eficaz é o interior. Então, eu recolho os meus sentidos.

Tá barulho lá fora, mas estou olhando para Jesus aqui; deixa o barulho lá. As pessoas estão conversando aqui perto? Muito bem, mas deixa as pessoas conversando.

Eu vou recolher a minha audição, eu vou recolher a minha atenção e vou procurar, nos minutos em que eu estiver rezando, estar totalmente inteiramente com Deus. Santa Teresa diz que este momento, na hora de rezar, é muito semelhante ao que fazem as abelhas quando entram na colmeia. A colmeia não faz nada; ela fica lá parada.

As abelhas vão entrando e vão produzindo o mel. Santa Teresa compara a colmeia com a alma daquele que reza de maneira recolhida. Se eu me coloco na presença de Deus, se eu vou silenciando os meus sentidos – a minha visão, a minha audição, o meu tato, o meu paladar – eu vou acalmando tudo isso, vou prestando atenção só em Deus.

E aí Santa Teresa fala que também é uma estratégia muito boa, muito eficaz: fazer o quê? Fechar os olhos. Mas ela mesma vai dizer depois que você consegue um recolhimento muito grande; às vezes, nem fechar o olho é necessário.

Mas, para quem está se encaminhando, aprendendo esses caminhos da oração, é melhor fechar os olhos; ajuda a esquecer os sentidos exteriores. Não estamos negando a nossa humanidade, não estamos esquecendo da nossa humanidade; estamos silenciando, acalmando. E aí vai acontecer o que acontece numa colmeia: as abelhas entram para produzir o mel, ou seja, Deus vai produzir este mel da oração, da contemplação.

Vai nos ensinar a olhar para Ele, vai nos sustentar com a sua presença, com a sua graça, com a sua amizade. Então, vamos deixar que Deus, nessa colmeia do nosso coração, produza os efeitos que Ele quer produzir através da oração. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude, nos abençoe neste dia: "A Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Amém. " Sigamos rezando pela recuperação dos doentes, rezando pela recuperação do Tiba, pela recuperação do Santo Padre. Ontem, o Papa Francisco teve uma piora no seu quadro; foi constatada uma anemia, né?

Ele já recebeu uma transfusão de sangue ontem mesmo. Rezemos pelo Santo Padre, que atravessa este calvário também na sua vida, e rezemos por todos os doentes, sobretudo das nossas famílias. Deus abençoe, ótimo domingo.

Até a nossa meditação de amanhã. E para quem ainda não deu uma olhada no curso "Raízes Católicas do Brasil", o curso ainda está aberto; as inscrições estão abertas até semana que vem. Para vocês que já apoiam o trabalho aqui do canal, fica o meu agradecimento.

Para quem ainda não apoia o canal, fica aqui o meu pedido para que vocês considerem essa possibilidade de ajudar o canal. Mesmo que seja uma contribuição pequena, essa contribuição é muito bem-vinda e, somada às outras contribuições, nos ajuda a expandir e estender o trabalho aqui do canal. Então, você pode adquirir alguma coisa na livraria, que está na descrição do vídeo, pode fazer uma doação pela chave pix em qualquer valor, ou pode também adquirir os cursos, né?

Ou "Raízes Católicas do Brasil" ou o minicurso sobre Nossa Senhora Aparecida. Então, fica aqui o meu agradecimento a quem já contribui e o meu convite a quem ainda não faz, para que considere a possibilidade de fazer. Deus lhe pague!

Ótimo domingo, até amanhã, se Deus quiser.