Os 200 anos de história da imigração em massa de alemães para o Brasil
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DW Brasil
A história da imigração alemã para o Brasil completa oficialmente 200 anos no dia 25 de julho. Foi n...
Video Transcript:
[Música] os 200 anos da imigração alemã para o Brasil eles chegaram numa floresta não tinha nada aqui em busca de uma vida melhor aqui era o Eldorado aqui eu vou viver a minha nova pátria uma história de sonhos e traumas ela é uma hisa dolor PR gente massacre [Música] Olá meu nome é Guilherme Becker eu venho do sul do Brasil trabalho como jornalista na Alemanha de onde saíram meus antepassados ruma ao Brasil e eu queria convidar vocês a entrar nessa viagem que eu vou contar a partir de agora sobre os 200 anos da emigração da Alemanha pro Brasil [Música] eu tenho uma família no Brasil e outra na Alemanha os dois lados não tiveram contato por mais de meio século o que só aconteceu muitos anos depois da morte da minha avó um reencontro quase 100 anos depois com a família biológica da minha mãe a história da minha família é também uma história de migração é disso que se trata essa jornada de esperanças o coração dispara Destinos e uma grande história o progresso foi igualado à europeização tanto dos costumes e hábitos Mas também de forma bem concreta da população o que não podíamos imaginar enquanto gravávamos este documentário em abril de 2024 era que pouco tempo depois uma catástrofe mudaria para sempre o meu estado Natal o Rio Grande do Sul que muitos lugares que Visitei com a equipe de filmagem ficariam submersos pelas maiores enchentes em mais de 80 anos que as pessoas perderiam suas casas muitas também suas vidas nossa jornada começa a mais de 1000 km ao norte São Paulo o coração econômico do Brasil caldeirão cultural uma Metrópole com mais de 12 milhões de habitantes ao longo de séculos Imigrantes de inúmeros países vieram para cá alguns voluntariamente da Europa ou da Ásia outros de maneira forçada escravizados a partir da África por volta de 1900 a cidade recebeu um grande fluxo de imigrantes que impulsionaram a industrialização e a urbanização o museu da imigração é dedicado a eles e está localizado em uma linha Ferroviária significativa em termos históricos e Era exatamente aqui nesse trilho que chegava o trem do porto de Santos para trazer os imigrantes para cá de 1887 até a década de 1970 esse prédio foi o maior Albergue de imigrantes do Brasil aqui as bagagens eram desinfetadas os recém-chegados eram registrados e submetidos a exames médicos considerando né que a hospedaria foi construída para acomodar 2 3000 pessoas confortavelmente mas no final do século X chegou a acodar entre 8 10 pessoas num dia só era um espaço de tensão as os Os migrantes estavam tensos os funcionários estavam tensos os moradores da cidade estavam tensos por conta dos medos do medo de epidemia medo do estrangeiro enfim né então é é um espaço que também evoca um pouco da história da imigração no todo né a história da imigração é uma história de esperança mas também às vezes é uma história cheia de muitos traumas e a hospedaria ela acomoda todas essas histórias aqui dentro vários incêndios ocorreram no porque os imigrantes cozinhavam no local o que era proibido no museu estão gravados mais de 12. 000 nomes de imigrantes mas não encontrei o da minha avó que chegou ao Brasil em 1925 mais de 1000 km de volta ao Rio Grande do Sul em Campo Bom ao lado de Novo Hamburgo foi nessa cidade que eu cresci onde meus pais moram e onde minha avó ida viveu por quase 30 anos até sua morte em 1997 após a Segunda Guerra Mundial minha avó perdeu totalmente o contato com as irmãs e o irmão que haviam ficado na Alemanha as tentativas do meu pai de localizar parentes na Alemanha nos anos 80 foram em vão eu fiz uma carta em português e minha mãe traduziu e mandamos PR wibe na cidade onde minha mãe nasceu meses depois mais ou menos veio a resposta aí duas irmãs já tinham falecido o irmão da minha mãe que nós já sabíamos morreu na guerra e a outra não tinha informação tudo se perdeu como se diz não tinha mais contato mas havia o as sobrinhas e sobrinhas netas da minha avó ida nesta pequena Vila no estado da baixa saxônia no norte da Alemanha o que temos em comum com a nossa família brasileira é a questão da comida o encontro em 2021 foi praticamente um milagre eu havia terminado meus estudos na Alemanha e solicitado documentos na cidade natal da minha avó para tirar o passaporte alemão e numa grande coincidência o mesmo funcionário da prefeitura foi contatado pela sobrinha da minha avó que estava montando uma árvore genealógica o funcionário deu meu número para ela o coração dispara finalmente encontrei alguém que tem parentesco com a tia Ida durante décadas houve um vazio na família pelo fato de a minha avó ida ter emigrado com os pais adotivos para o Brasil em 1925 irmãs e irmão biológicos ficaram com o pai na Alemanha eles nunca mais se viram e a im nunca conheceu a tia mas aí eu cheguei houve o inesperado encontro e agora ela tem um brasileiro na família eu desci do carro nós Nos olhamos E pensei sim é minha família sim Eu reconheci na hora de gravar [Música] minha avó Nasu nessa peidade na Bai saxônia no norte da Alemanha e foi batizada nessa igreja mas por não ficou com o pai e os [Música] irmãos O que aconteceu com a família por minha avó foi adotada em 1920 192c est emise difícil principalmente aqui no campo não era fácil criar as crianças sem a mãe se meses depois do nascimento da tia Ida a mãe dela morreu nosso avô ficou sozinho com cinco filhos então ele entregou a pequena ida aos cuidados da família Herzog C anos depois eles migraram pro Brasil em 1925 a família herz embarcou no navio verra com a pequena ida e na associação Local temos uma impressão da fis dos anos 20 a família tep da minha avó morava nesta casa naquela época depois de a Alemanha ter perdido a primeira guerra mundial muitas pessoas deixaram sua terra natal mais de um quarto da população da região foi buscar a no deos deles geralmente era Bremen que já foi o maior porto de emigração da Europa Ocidental foi daqui de bren desse Porto aqui no norte da Alemanha que a minha avó com apenas 5 anos emigrou Brasil mais de 7 milhões de pessoas embarcaram aqui para começar uma nova vida no outro lado do mundo e Su fameg SOS para Porto [Música] Alegre histórias como a da minha vó estão registradas no museu alemão da emigração entre 1920 e 1930 quase 75. 000 alemães emigraram para o Brasil o maior número de uma década Em 200 anos [Música] a maioria das pessoas emigrou por motivos econômicos em 1923 com a crise econômica as pessoas perderam seus bens muitos jovens não viam Esperança na república de Weimar muitas famílias trabalhavam com agricultura e aquelas que queriam continuar nessa área tinham uma boa oportunidade na América do Sul os Estados Unidos não ofereciam mais terras gratuitas as terras lá eram extremamente caras já no Brasil ainda existia essa possibilidade Minha avó viajou por mais de um mês com seus pais adotivos essa era a duração da viagem pelo Atlântico até o [Música] Brasil mais ou menos assim era a cabine onde a minha avó dormiu em 1925 uma cabine relativamente confortável nada comparada às cabines dos navios a vela que carregaram os primeiros Imigrantes amontoados por meses 100 anos antes surtos de doenças eram assustadores sem vento podia não ter comida os mortos eram simplesmente jogados ao mar mais de 11.
000 km a Sudoeste chegaram os primeiros imigrantes alemães em 1824 em um novo e desconhecido mundo o Brasil onde a família real portuguesa também havia chegado em 1808 após fugir de Napoleão e suas tropas independente desde 1822 o Brasil era um império governado por Dom Pedro I e sua esposa Leopoldina da Áustria a fim de defender o sul do país contra vizinhos da América espanhola como Argentina e Uruguai e cultivar a região até então pouco povoada o país recrutou colonos estrangeiros um dos motivos que levou o Brasil a se abrir paraa imigração europeia também foi porque o fim da escravidão já estava caminho precisava-se de mão de obra para trabalhar por exemplo nas plantações de café o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão até 1888 homens e mulheres escravizados a partir da África e seus descendentes trabalhavam por exemplo na agricultura a abolição da escravatura ainda se arrastou por muitas décadas no Brasil Mas é claro que já se sabia que esse era um modelo em declínio e que a escravidão não poderia ser mantida para sempre e estava se tornando cada vez mais difícil obter digamos reforços devido ao bloqueio britânico ao comércio de escravos então surgiu a pergunta de onde obter novas forças de trabalho mão de obra barata mão de obra obediente o Império Brasileiro portanto recrutou ativamente imigrantes na Europa e os atraiu com passagem terras para e isenção de impostos até 1831 11. 000 Imigrantes de língua alemã haviam chegado ao Brasil conceder terra a pessoas de origem africana escravizadas era impensável para um governo de convicções profundamente racistas como no século X então em alguma medida a política de migração europeia ela também vem para garantir uma ideia de que o trabalho Livre sejam feita por trabalhadores brancos Olha eu acho que o que a gente acabou herdando desse momento da história do Brasil é essa ideia muito estereotipada complicada preconceituosa racista né que faz uma vinculação da experiência negra no Brasil única e exclusivamente a escravidão como se esses homens e mulheres que foram escravizados não fossem portadores de saberes né e não tivessem sido os principais construtores da materialidade do Brasil quando a escravidão foi abolida em 1888 a elite excluiu sistematicamente os ex-escravizados não havia estratégia para integrá-los à sociedade e eles começaram suas vidas em liberdade como cidadãos de segunda classe ainda hoje milhões de negros vivem em circunstâncias precárias subrepresentadas na política e nos negócios na ciência e na cultura o que também é uma consequência da política de imigra do século que tinha como um dos objetivos modernizar o [Música] país o progresso foi equiparado à europeização tanto dos costumes e tradições como também da população por isso conceitos racistas eram levados em consideração pensava-se em um chamado clareamento da população que no Brasil era composta por grupos populacionais muito diversos de acordo com o pensamento da época isso era visto como algo negativo e que prejudicava o desenvolvimento por isso desejava-se europeus especialmente da Europa central pois eles eram considerados especialmente virtuosos trabalhadores ambiciosos e obedientes o que era considerado importante quando se desejava novos subalternos Nesse contexto os olhos se voltaram para Os territórios alemães sabia-se que lá havia muitas pessoas pobres Muitas delas sentindo a pressão para emigrar no início do século X o Imperador francês Napoleão Bonaparte transforma a Europa em um campo de batalha a pobreza e as dificuldades se espalham por diversas regiões colheitas ruins agravam a situação a população cresce junto com a fome e o desemprego como na região de huns no estado da renânia palatinado Oeste da Alemanha a pequena cidade de zimen hoje tem vínculos estreitos com o Sul do Brasil alguns dos primeiros colonos partiram dessa região há 200 anos depois de terem sido recrutados pelo governo brasileiro mas quem eram essas [Música] pessoas eram basicamente Trabalhadores Rurais que tinham todos os conhecimentos artesanais e também tinham casas as pessoas que precisavam vender suas casas para custear a imigração não eram as mais pobres o dinheiro tinha que vir de algum lugar eles diziam em outro lugar vai ser melhor lá eu vou recomeçar e também havia os muito pobres para os padrões da época muitas vezes as comunidades ficavam felizes quando eles partiam assim tentavam resolver seus problemas sociais com a imigração Há muitos exemplos disso mas não se fala muito sobre o assunto vamos alguns quilômetros adiante até Bur uma comunidade que era muito pobre no século X um dos meus bisavô Joseph Becker Veio desse Vilarejo é o que uma moradora me mostra essa é a casa dos meus pais de 1712 Era uma construção típica uma pequena casa ao lado do celeiro e do estábulo provavelmente meus antepassados viveram em uma casa assim imagino que sim é visível como o tema emigração segue presente na região uma exposição especial no museu em Z marca os 200 anos da imigração alemã para o Brasil cartas aos que Ficaram para trás falam de dificuldades mas também de uma vida sem pobreza fundar indústrias de couro no sul do Brasil e de cerveja Claro e uma carga valiosa foi enviada de volta à Alemanha pedras preciosas na primeira onda de emigração ainda eram utilizados navios avela e para os capitães o fato de ter cargas de ágatas era uma vantagem porque elas serviam como lastro após descarregar a carga e os passageiros as pedras preciosas se tornavam lastro bemvindo todo mundo ganhava situção isso provocou um verdadeiro Boom aqui na região de idstein as magens do Rio idab nos anos 20 as lapidações quadruplicaram dentro de um período de 40 anos no fim a região que perdeu tantos jovens e mão de obra também ganhou algo em troca a migração como uma oportunid para ambos os lados essa região quanto outras da Alemanha também recebem Imigrantes de várias partes do mundo igualmente em busca de uma vida melhor em 1824 uma vida melhor para o povo do runrig começaria no sul do Brasil mais precisamente em São [Música] Leopoldo em homenagem aos antepassados esse monumento aqui atrás de mim foi erido 1924 para homenagear os 39 primeiros imigrantes alemães que chegaram aqui o que haviam chegado aqui em 25 de julho de 1824 mais precisamente no centro da cidade de São Leopoldo no Rio Grande do Sul no extremo sul do Brasil no Rio dos Sinos que fica logo aqui atrás São Leopoldo pouco tempo depois das filmagens enchentes gigantescas as piores da história do Rio Grande do Sul devastaram a cidade de mais de 200. 000 habitantes considerada o berço da imigração alemã no [Música] Brasil quando visitamos a cidade no início de Abril o museu ainda estava intacto Vamos para o ano de 1824 39 Imigrantes chegaram aqui em 25 de Julho número que se elevaria a quase 5000 até o fim daquela década agricultores artesãos soldados eles deveriam cultivar a terra e proteger as fronteiras é isso que eles traziam B pensando nos dias de hoje é uma imensa mala mas pensando em 1824 para uma família inteira pra vida toda dentro dessa mala tinha o que era de mais importante pra vida deles né itens essenciais para a nova morada como eu falei a panelinha que era o mínimo que eles precisavam né que era o que eles também aquela panela de casa aquilo lembra a minha casa meu fogão minha cozinha acho que isso era também a a memória feliz deles então mais de 10.
000 objetos e milhares de documentos estão no museu sim no rio do C se olh equipamentos esportivos e instrumentos musicais obviamente importante para os alemães na época Mas além disso também o protestantismo veio com os imigrantes para o Brasil então essa é uma das peças que é a mais importante eu acho aqui no museu que mostra que eles não tinham só coisas práticas para trazer coisas de sobrevivência porque a alma é em primeiro lugar que precisa da Sobrevivência e é uma Bíblia de 1765 a Bíblia foi salva mas o museu foi severamente atingido pelas enchentes séculos de de história da imigração alemã foram enterrados sob lama e água fato é que construir a colônia perto do rio já era considerada uma má ideia há quase 200 anos aproximam essa Colônia do Rio e já nas primeiras gerações nas primeiros primeiros anos os Viajantes que passam por aqui em relatórios a governo eh da província que o lugar não podia ser pior né Qualquer enchente do Rio a a cidade ficava embaixo d' água Rodrigo tresp é autor de vários livros sobre a imigração alemã que teve influência decisiva na formação do Sul do Brasil como pequenos agricultores eles cultivavam lavouras e criavam gado e se tornaram pioneiros da Agricultura Familiar que hoje fornece 70% de todos os alimentos no país uma vida difícil especialmente para as mulheres dos indivíduos que que deixam sua Pátria e emigram talvez ela fosse a mais que sofresse mais né a gente tem várias cartas de mulheres que enlouqueciam perdiam a razão mesmo por questões familiares a mulher tem a questão com o filho muito próximo muitas emigravam grávidas cuidar de de 5co se 10 crianças o perfil dessas famílias são como eu falei na a Europa era era Alemanha né especialmente a região do Reno ah famílias empobrecidas eh com questões de guerra né pessoas que tinham sido mutiladas com cicatrizes traumas de guerra das guerras napoleônicas e é a mulher que é o centro dessa dessa dessa desse cuidado inicial de criança então assim ela é realmente uma heroína no campo ou nas fábricas o papel das mulheres na ascensão econômica da região ainda hoje uma das mais desenvolvidas do Brasil não pode ser subestimado a imigração alemã Também deixou um legado arquitetônico que pode ser visto em muitas cidades do Rio Grande do Sul e tradições são mantidas a festa popular alemã kir é aqui chamada de kerb como no dialeto do [Música] Run o patrimônio cultural dos imigrantes alemães também pode ser saboreado por exemplo no Café Colonial em é muito engraçado que isso aqui lra também bem a minha infância né tem algumas coisas aqui que eu nunca gostei como linguiça de sangue por exemplo mas o lombinho de porco aqui o Apple por exemplo é o pastel que é uma coisa bem brasileira Cuca e Essa linguiça aqui não precisa mais nada e tudo isso já tão cedo o pessoal que trabalha na roça vai cedo às vezes não sabe que hora volta né eu sei que o meu vô na roça era assim né então eles comem tem um café reforçado porque não sabe certo a hora do almoço né uma coisa não pode faltaria que é como chamamos geleia no Rio Grande do Sul [Música] pronto É realmente um sabor caseiro lembra muito minha infância em Santa Catarina na década de 1860 colonos alemães da região da pomerânea se estabeleceram nessa área algumas famílias em Pomerode ainda vivem quase como seus antepassados agricultura familiar em vez de Grandes propriedades e monoculturas entre outras coisas a família ziver cultiva palmito as Palmeiras salvaram as pessoas no começo Eles chegaram numa floresta não tinha nada aqui no começo sobreviveram caçando animais pescando colhendo frutas e Palmitos as Palmeiras eram usadas para construir para dormir e principalmente para comida Essas foram as primeiras casas aqui as crianças dormiam aqui em cima em cima embaixo dormiam os adultos e aqui fora eles faam a fogueira Os animais também se alimentam das plantas Três Gerações da família vivem na propriedade que parece ter saído de um livro mas a realidade é outra [Música] [Aplausos] só a agricultura não seria mais suficiente para a família sobreviver no século [Música] XX por isso uma importante fonte de renda são os turistas que vêm aqui ter uma impressão da vida original dos primeiros imigrantes alemães [Aplausos] [Música] eu vendo a minha história para os turistas explico como vivemos De onde viemos e por tudo isso mudou se os jovens conseguirem uma renda do Turismo então podem se manter aqui mas se o turismo não gerar renda eles vão embora pra cidade grande mas eu acredito que podemos gerenciar isso trabalhar para que o turismo continue aqui dessa maneira turismos vai [Música] Dao Rogério zivert carrega a colheita por alguns poucos quilômetros para a empresa de conservas [Música] ba os ba também são descendentes de imigrantes alemães da pom apenas os Palmitos também o idioma dos antepassados und dann wieder stre dann Ken und dann hier her bringen und dann wieder Extra verk eu acho que entendi só 20% do que a senhora falou [Música] mais de 90% dos habitantes de Pomerode são descendentes de alemães aqui a cultura e o idioma são [Música] preservados nesta escola biling O Alemão é matéria obrigatória [Aplausos] [Música] alôô me chamou bastante atenção à curiosidade que eles têm sobre a Alemanha e também a facilidade que eles têm para pronunciar muitas palavras num idioma que não é o materno de muitos deles né só se mantém uma cultura quando uma língua é viva entre o povo né então se a gente conseguir que essas crianças continuem perpetuando né esse alemão seja ele de casa ou seja o alemão gramatical e que isso faça sentido Então porque nós estamos vivendo numa cidade de colonização alemã eu acho que também já já se Ganhou muito sabe ass incentivá-los para que eles mesmo valorizem no dia a dia né na aplicação no dia a dia a tradição escolar trazida pelos imigrantes alemães continua a ter Impacto já que a taxa de alfabetização nas regiões onde eles se estabeleceram é uma das mais altas do país [Música] educação foi muito importante Imigrante alemão onde se Constru se assentava colnia eles chegavam no lugar estabeleciam eles construíam duas coisas que eram fundamentais para eles PR colônia e para eles né Comunidade da época que era a igreja e a escola como o governo na maior parte das vezes não cumpriu que prometia e uma das promessas não cumpridas era dar educação a esses Imigrantes a maioria das colônias tinha uma escola privada que era financiada pela própria colônia por isso que muitas mantiveram durante muito tempo a língua alemã como primeira língua e não português Blumenau é outra cidade símbolo da imigração alemã no Brasil com mais de 360. 000 habitantes é a terceira maior de santa e famosa por sua octoberfest a segunda maior do mundo atrás somente da de Munique atraindo mais de 600. 000 visitantes todos os anos a colônia foi fundada no meio da Mata por volta de 1850 pelo farmacêutico e Botânico alemão Herman Blumenau Sueli Petri sabe tudo sobre a história da cidade que é considerada um dos mais importantes centros de imigração alemã no Brasil o Alem foi por muito tempo falado como lngua Franca entre as comunidades europeias até mesmo entre italianos e poloneses que gradualmente se estabeleceram aqui Blumenau recebeu um novo impulso principalmente a partir de uma nova onda de imigração já nos anos 1920 vem agora uma nova leva do no deut não aquele Imigrante que veio em busca da haat da nova pátria e sim imigrantes que chegam com conhecimento tecnológico profissionais com a intenção de se restabelecer economicamente porque aqui o capital era forte as empresas o comércio tinha excedentes que queriam investir para nós foi ótimo porque nasceram muitas indústrias que deu um up um progresso muito grande e juntamente com eles vieram arquitetos que vão também dar a Rua 15 de Novembro um novo modo de edificações também na nossa rua principal hoje Blumenau é uma cidade moderna com uma aparência histórica da colonização voltada também para os turistas e assim como outras cidades principalmente no sul do Brasil carrega o que há de de melhor e pior na herança Germânica um estudo apontou 63 células neonazistas na cidade um número muito alto para seus pouco mais de 360.
000 habitantes São Paulo com 12 milhões tem 96 células e Curitiba com quase 2 milhões tem 50 ao andar pelas ruas porém não há nada que sugira isso ou que remeta ao fato de que antes da chegada dos Imigrantes povos indígenas viviam aqui e quase foram exterminados em uma brutal campanha de extermínio falta esse registro histórico porque eles não contaram a sua história nós que estamos contando da nossa versão do que os a imprensa da época do que as cartas revelam então nós temos um olhar daqueles que aqui chegaram mas deles nós não temos né então é uma situação bastante delicada trabalhar né Essa questão assim como em outras regiões do Sul do Brasil os primeiros imigrantes alemães chegaram pelo rio mas essa região aqui em Blumenau por exemplo também já era habitada por outras pessoas A exemplo de povos indígenas e é com eles que eu vou conversar agora dirigimos por Du horas rumo ao interior do Estado valderes Pri que pertence aos lacano ch kleng nos encontra em um cruzamento cerca de 2800 indígenas vivem nessa área [Música] encontrá-la não foi tarefa fácil os traumas Associados à apropriação colonial de terras pesam muito sobre eles e ele falou que pode ser mais ainda pode ser até 4ha e contar a história do povo laan assim ela é um pouco ela é uma história dolorida pra gente né porque todo massacre vivido né todo o processo brutal que foi aqui em Santa Catarina os ataques entre indígenas e colonos marcaram a região posteriormente também por pressão de colonizadores europeus o governo de Santa Catarina contratou tropas Mercenárias os chamados bugreiros e após décadas de um massacre deliberado os indígenas acabaram derrotados os homens foram mortos as mulheres e as Crianças foram escravizadas ou forçadas a se prostituir dois teros da população indígena foram exterminados dessa forma de acordo com valderes restavam apenas cerca de 100 indígenas na região em meados da década de 1920 isso são histórias que que não é fácil pra gente contar não é fácil até hoje povos indígenas lutam pelo direito à Terra contra rivais muito poderosos uma luta que começou aqui há mais de 150 anos e hoje o povo o pessoal eles não entendem isso que o território era nosso aí o que que eles usam eles dizem assim não eles estão roubando nossas terras eles estão querendo as nossas terras eles por que que eles querem terras eles não trabalham Uhum mas eles não sabem que a noss o nosso a nossa ligação com a Terra é totalmente diferente da sua ligação com a terra você queer um pedaço de terra aonde você possa construir aonde você possa plantar para vender Eu não eu quero Terra porque eu quero preservar ela porque o meu ar que eu respiro depende dessa preservação o meu rio que está aqui depende dessa preservação uhum porque se eu não preservar nem você futuramente Vai poder beber água você não vai poder ter um ar puro para respirar entendeu então é a São visões totalmente diferentes de terra né e o meu povo sofreu muito por causa diss sofre muito até hoje sofre muito eu entro primeiro valderes Pri é arqueóloga e especialista em história indígena ela é a primeira mulher da comunidade a fazer um doutorado e luta para garantir que a cultura dos choclan kaigang e Guarani que vivem nessa área hoje Não se perca porque o o teto dela é mais baixo Então por muito tempo os povos indígenas foram proibidos de praticar tradições e até mesmo falar a língua deles nessa escola as crianças TM aulas bilíngues em português e em cheng e também cantam o Hino Nacional Brasileiro nesse idioma [Aplausos] [Música] [Música] [Música] Então esse é o meu papel hoje de incentivar e de levar sempre jogar essas sementinhas né sendo lançada mais uma vez lá na Alemanha Sem dúvida valires para encerrar mesmo como se diz muito obrigado em laan antali antali Obrigado ob este cientes da responsabilid que Imigrantes alemã tiver na de extermo quase completo de povos indígenas na região [Música] sul no Brasil o assunto foi por muito tempo silenciado e ainda hoje é um tabu em muitos [Música] lugares conheço unitári brasileiros uma ulada que está presente no ambiente acadêmico nas universidades e assim por diante mas a pessoa comum na rua geralmente não tem isso e quando você conversa com essas pessoas muitas vezes houve coisas como nós os alemães sempre fomos os melhores brasileiros éramos trabalhadores fomos nós que realmente tornamos este país habitável ou seja essa narrativa da colonização alemã e das realizações alemãs no Brasil ainda desempenha um papel muito importante certamente por um lado esses Imigrantes contribuíram de alguma forma ninguém pode negar isso mas não adianta ignorar os crimes cometidos no processo e rotular as pessoas que foram prejudicadas como danos colaterais [Música] ao Rio Grande do Sul em Campo Bom visitando minha família fam como sempre nos encontramos na cozinha Meu pai minha cunhada meu irmão minha mãe fazendo a maionese e a minha sobrinha tá escondida algum lugar tá ali ó a pequena um típico almoço de domingo da família Becker salada de batata receita da avó da minha mãe e churrasco o melhor das duas culturas a Alemanha país que a minha avó teve de deixar quando tinha menos de 5 anos nunca ficou distante para ela o fato de não ter mais visto seus irmãos e o contato totalmente perdido depois da segunda guerra mundial sempre foram um trauma familiar situação assim muito interessante de conseguir reencontrar a os parentes da minha mãe depois que meu meu pai faleceu minha mãe chorava muito de saudade da Alemanha minha mãe foi uma eterna alemã ela no futebol ela dizia sempre assim eu torço pro Brasil mas em primeiro lugar pra Alemanha ah el sempre foi alemã vou em busca da casa onde a minha avó morou com o meu vô até 1969 um ano depois da morte dele um primo me ajuda a encontrar a casa meus avós paternos trabalharam inicialmente como agricultores em rolante a cerca de 50 km de Campo Bom depois abriram uma loja de produtos agrícolas que acabou sendo incendiada a casa onde minha avó criou 10 filhos agora está em Ruínas de muitas maneiras a vida da minha avó foi tipicamente como a de colonos alemães no sul do Brasil que geralmente viviam isolados em suas próprias estruturas e culturas com suas próprias escolas suas próprias igrejas clubes e jornais alemães com o tempo isso fez com que os outros brasileiros os acusassem de não se integrarem ou ainda pior de formarem comunidades Além disso havia também uma política de germanidade vinda da Alemanha que se interessava pelos imigrantes e tentava estabilizar ou manter a cultura e a língua alemã isso levou a uma ideia relativamente forte de isolamento no entanto se analisarmos mais de perto vemos que o cenário é muito mais diversificado houve tanto aculturação adaptação e integração quanto assentamentos mais isolados ou talvez mais homogêneos vou ao encontro de freder Schulz no Instituto Iber americano em berl ele é um especialista em germanidade no sul do Brasil e nos conflitos que surgiram entre imigrantes alemães e o estado as vozes que bradavam contra uma hipotética ameaça alemã à sociedade brasileira se tornaram cada vez mais altas principalmente durante a primeira guerra mundial as guerras mundiais intensificaram esses debates e não foram apenas discussões sobre células ou perigo alemão medidas políticas foram implas para combater alemã o Brasil declarou guerra a Alemanha Em ambos os conflitos mundiais E isso se tornou uma questão de segurança interna houve ataques contra estabelecimentos alemães no Brasil depois que navios brasileiros foram afundados por submarinos alemães Ou seja a Guerra intensificou ainda mais o clima geral e levou o governo brasileiro a fechar instituições de língua alemã e Proibir a imprensa de língua alemã do país no fim da década de 1920 muitos imigrantes de ascendência Alemã simpatizavam com o nazismo foram fundadas organizações locais do Partido Nazista pasm o Brasil tinha o maior Partido Nazista fora da Alemanha as crianças cantavam hinos nazistas nas escolas e o jornal deut Moran atuava como um dos mais importantes órgãos de propaganda de Hitler na comunidade alemã o então presidente brasileiro Getúlio Vargas inicialmente simpatizava com o fascismo europeu ainda antes da segunda guerra Vargas intensificou seu programa de nacionalização o Partido Nazista foi banido clubes e escolas alemãs foram fechados e não era mais permitido falar alemão e minha avó Claro sentiu os efeitos de tudo isso e aí dentro do Armazém foi colocado um guarda que proibia de falar alemão então as pessoas iam lá comprar era tudo por sinal me D um sal uma farha não F [Música] alão após a Segunda Guerra Mundial pode-se dizer que o contato com a Alemanha foi cortado e ele era crucial para as escolas de língua alemã e para a igreja pessoas investimentos da Alemanha política de germanidade Mas isso foi interrompido além disso a cultura alemã em geral caiu em descrédito devido à derrota na guerra e a holocausto que se tornou conhecido o estado novo durante a era Getúlio Vargas também contribuiu para isso sendo um regime bastante nacionalista ele fechou essas instituições e estabeleceu escolas públicas nessas áreas hoje ninguém na minha família fala alemão fora eu alguns entendem um pouco a geração dos meus pais não aprendeu o idioma adequadamente e não passou adiante depois da guerra Demorou décadas Até que a geração seguinte começasse a se interessar novamente pela história da sua família alemã Esse é o cemitério da cidade de [Música] Rolante nos túmulos por todos os lados sobrenomes [Música] alemães aqui estão os os pais adotivos da minha avó os [Música] Herzog e também minha [Música] avó a minha avó morreu em 1997 e quando viva tentou encontrar as irmãs Fez contato com a Alemanha Mas infelizmente não conseguiu e por isso elas nunca mais se viram no ano passado uma das Sobrinhas dela filha de uma das irmãs dela veio visitar o túmulo aqui e foi um momento bem emocionante há do anos meu pai se encontrou com as primas e primos alemães pela primeira [Música] vez um reencontro quase 100 anos depois com a família biológica da minha mãe foi muito emocionante até tu escreveu né o abraço que eu abraçado com a e com a gunda chorando muito muito feliz foi Espetacular uma coisa que como poderia dizer lavou a alma Um século depois que minha avó teve que deixar o pai e os irmãos biológicos para trás as duas partes da família estão conectadas novamente e eu sou o elo o brasileiro que mora na Alemanha [Música] vamos mais uma vez para São Paulo para contar outro Capítulo important da imigração alemã essa antiga sinagoga é hoje o museu judaico de São Paulo o maior arquivo de história Judaica do Brasil onde Imigrantes judeus chegaram Já no século X um grande número deles veio no início do século XX fugindo da perseguição na Rússia e no leste europeu a partir de 1933 ano em que os nazistas chegaram ao poder na Alemanha o Brasil se tornou junto com Argentina e Chile o país de imigração mais importante para refugiados judeus na América do Sul pouco tempo depois a Comunidade Judaica de São Paulo Lançou um programa de ajuda aos exilados e eles imediatamente começa um trabalho muito bonito de receber crianças de receber Mães eles percebem que às vezes vêm mães sem os maridos porque os maridos estão na guerra tão lutando ou tão em campos de concentração Então para que essas mulheres possam trabalhar eles fundam o lar das crianças para que essas mulheres tenham um apoio eles fundam uma associação pra ajuda das mulheres ã eles fazem fundraising para poder trazer outros alemães que estão precisando vir foi nessa época que 16. 000 judeus encontraram um novo lar no Brasil contribuindo para o desenvolvimento econômico e se estabelecendo principalmente na pujante São Paulo e é justamente em São Paulo que até hoje pulsa o coração econômico do Brasil o que muita gente não sabe é que São Paulo é a cidade com mais empresas alemãs fora da Alemanha marcas tradicionais T aqui suas sedes na América Latina algumas delas estão no país há mais de 100 anos e somente em São geram 250. 000 empregos É imenso o número de empresas alemãs que atuam no Brasil e influenciam a economia brasileira já que o Brasil é um parceiro estratégico da Alemanha 200 anos depois que os primeiros alemães emigraram para o Brasil a emigração agora toma uma direção oposta um estudo do ministério das relações exteriores do Brasil aponta que 160.