Eu acabei de fazer 38 anos e cada bolinha vermelha representa os meses que eu já usei da minha vida se eu viver até os 90 anos de idade. E ao longo de todo esse período, eu sempre fui assombrado pela dúvida: “Será que eu sou um bom funcionário? ” Ou… “Será que eu estou dando o meu máximo?
” E em todas as situações em que eu me encontrava, eu tentava ser o máximo produtivo que eu conseguisse, porque. . .
Secretamente, eu queria ser um milionário até os 20 anos de idade, 30 anos no máximo. . .
E eu tive um choque no momento em que eu percebi que eu já tinha passado dessa idade, não tinha nem de perto atingido esse objetivo, e tudo o que eu tinha estudado e praticado sobre produtividade estava me deixando cada vez mais ativo do que produtivo. E o impacto disso é que cada vez menos eu tinha tempo para fazer as coisas que eu gostava e cada vez menos parecia que o meu trabalho estava rendendo. Então, neste vídeo, eu quero te resgatar de verdade da armadilha da produtividade falsa, caso você tenha caído nela, ou não queira cair nela, e te ajudar a identificar o que é a produtividade verdadeira, a que está fazendo eu ter mais tempo para me divertir, para ficar com a família, para ler um livro e ainda aumentar o impacto do meu trabalho para eu usar de uma forma muito melhor os meses que faltam.
E sugiro você ficar até o final deste vídeo, porque eu quero te mostrar um gráfico brilhante de como e onde a produtividade do seu dia está sendo estraçalhada, o que fazer a respeito e é tão simples que dói não ter conhecido isso antes. E o estopim que me fez começar a produzir um vídeo sobre produtividade, na verdade foi um artigo sobre um outro assunto, mas que tem um certo overlap em uma parte muito importante. .
. E o artigo se chama: "Você não é preguiçoso, você está superestimulado. " E a palavra ''superestimulado'' é muito interessante, porque eu já me senti um avião que estava ganhando altura, subindo na vida, só que foi inclinando tanto para ganhar mais altitude rápido que ele começou a cair.
E falando em avião, já passou da hora de eu tentar uma colab com o Lito do canal Aviões e Músicas para falar aqui um pouco sobre a parte da programação da aviação. O que vocês acham? Mas terminando rapidamente a analogia, eu me sentia um avião inclinado demais e caindo, e mesmo com mais estímulos para continuar inclinando e subindo, parecia que a situação só piorava ao ponto de eu não entender mais se o problema era eu, o mundo, ou os dois.
. . E eram os dois.
Eu não preciso falar que o mundo está brutal pela sua atenção, porque hoje isso é a coisa mais valiosa que existe. Aliás. .
. Que sempre existiu, mas de formas diferentes. Olha só que interessante o que eu coloquei dentro de um vídeo que eu fiz sobre como que eu ganhei a guerra contra a minha ansiedade.
Um filósofo chamado Blaise Pascal, lá por volta dos anos 1600, escreveu o seguinte. . .
E como eu comentei nesse vídeo da ansiedade, o link está na descrição caso você não tenha visto, é que dessa história, o rei ou rainha é você! E o bobo da corte. .
. É isto aqui. O que me lembra uma outra coisa que um economista chamado Herbert Simon falou e que aborda a questão de excesso de informação de um ângulo que eu nunca tinha visto antes.
Olha só que massa… A frase ''uma riqueza de informações cria uma pobreza de atenção'' me chamou muito a atenção por dois motivos muito importantes. Primeiro, me corrija se eu estiver errado, mas a maioria das informações que você consumiu hoje são. .
. Negativas, irrelevantes para os seus objetivos, fora do seu escopo de influência e que só estão consumindo e até, em alguns casos, deletando o seu tempo. Inclusive, isso é um dos principais pontos que a Newsletter que eu e meu irmão criamos tenta resolver, e dá uma conferida se você tem interesse em fugir total do ruído que o mundo está produzindo.
E a segunda coisa que me chamou a atenção naquela frase do economista é que a maioria das informações, no limite, são inúteis se você não conseguir aplicá-las para algo importante na sua vida e, principalmente, se você esquecer antes de conseguir fazer qualquer coisa com elas! Você concorda? Que bom, porque a partir de agora, ao invés de eu te dar as respostas para consertar essa situação, eu vou te fazer três perguntas para a gente chegar juntos na conclusão sobre produtividade falsa versus produtividade verdadeira, começando com uma bem importante.
Pergunta #1. . .
Várias coisas que eu vou falar agora, eu tirei de um livro chamado "Trabalhe 4 horas por semana", do Timothy Ferriss. O clickbait do título deste vídeo faz meu olho lacrimejar, mas. .
. Ao mesmo tempo, mudou muito a minha visão sobre trabalhar até se matar, sabe? Principalmente se você trabalha com programação.
Então, deixa eu compartilhar alguns dos conhecimentos do livro que cabem no tema "produtividade" e o seu maior inimigo. . .
A "atividade". Eu considero que eu já fiz bastante coisa na vida, pelo menos bastante coisas de naturezas diferentes, mas revisando agora todo o meu histórico profissional, eu poderia ter feito o dobro dessas coisas e ainda aumentado o meu tempo com amigos e família se eu soubesse a diferença entre ser ativo e produtivo. O problema fica maior quando você consegue ser as duas coisas ao mesmo tempo.
Por exemplo, eu me considero uma pessoa produtiva, porque eu consigo chegar ao final das tarefas em um tempo hábil. E mesmo com isso, todo o tempo que sobrava, eu ocupava com atividades para eu ficar ativo, e eu não digo atividades como só ficar navegando em redes social, eu digo atividades que tenham a aparência de estudo e trabalho, e apesar de que eram isso mesmo no final das contas, como por exemplo, estudar uma nova tecnologia, ler um novo artigo. .
. Eram também uma forma muito sofisticada de procrastinação, que é o salto para a próxima pergunta. Pergunta #2.
. . Mostrar resultado tem um peso muito maior do que mostrar dedicação, principalmente quando a pessoa confia nos resultados que ela está entregando, o que não era o meu caso.
Por muito tempo, eu nunca confiei em mim, no meu trabalho. . .
E por conta disso, eu excessivamente compensava em me mostrar dedicado. E se você é super jovem e está trilhando esse caminho também, não muda nada, tá? Continua assim.
Mas saiba que esse caminho tem um fim e ele é ruim e amargo. Fora que, se você passar muito desse fim, é batata que essa amargura vai consumir a felicidade do seu dia a dia, a felicidade com o trabalho, mudar de trabalho vai se tornar mais pesado e com certeza isso vai vazar para a sua vida pessoal. Já passei por isso, a Renata sabe o que a gente já passou como casal e eu não recomendo, principalmente porque isso te tira total do foco sobre o que é importante, que é o salto para a próxima pergunta.
Pergunta #3. . .
Esse é o tipo de coisa que a gente acha que sabe, mas. . .
Não sabe. Por exemplo, sabe a distribuição de Pareto? Ela é bem comum e também é conhecida pela regra do 80/20, onde 80% dos resultados vão vir de 20% dos seus esforços.
Não fica apegado na exatidão dessa métrica, porque isso não é importante. O importante é entender que a maior parte dos resultados vem da menor parte das coisas que você faz, ou nas decisões mais importantes que você toma, aquelas que justamente são em menor quantidade. Muita gente sabe disso, mas tem um detalhe que girou a minha cabeça do avesso, e eu já vou chegar lá, porque antes eu preciso que você entenda duas coisas.
. . E.
. . Enquanto você não entender isso, você não vai conseguir sair da armadilha sobre a diferença entre ser eficaz e eficiente, onde ser eficaz é fazer as coisas que aproximam você dos seus objetivos, e eficiente é fazer essa tarefa, importante ou não, da forma mais econômica possível.
E, infelizmente, o padrão do ser humano é ser eficiente sem levar em conta como deveria, a eficácia. E agora, eu vou mostrar uma técnica do livro que mudou a minha vida. Eu a executei de uma forma mais simples, mas começa com uma pergunta que vai te assustar.
E a pergunta é a seguinte. . .
Você não tem muita margem de manobra nesse momento, tá? Só são duas horas de trabalho por dia. Então, faz sentido escolher trabalhar naquilo que vai trazer mais impacto para a sua vida.
E não precisa escolher agora, tá? Mas quando você escolher, pega um pedaço de papel qualquer e anota. E ai, uma coisa muito interessante vai acontecer.
Agora que você sabe qual é a tarefa mais importante no seu dia ou na sua semana, tudo o que você fizer que não é ela, não é tão importante. Você vai fazer também outras tarefas, é óbvio que você vai fazer, não tem o que fazer. .
. Mas você vai fazer sabendo que vai trazer só 20% dos resultados, porque os 80% estão naquelas tarefas do papel. E eu fiz exatamente isso!
Eu fui anotando e completando tarefa a tarefa, e eu levei essa folha comigo para todos os lugares para eu sempre me lembrar que de todo o restante das tarefas, independente da qualidade que eu as fizesse, não conseguiriam trazer os resultados das tarefas que estavam na folha. E antes de você achar que isso é simples demais para dar resultado, deixa eu te perguntar uma coisa. .
. Você já teve dias em que você fez um monte de coisa, mas terminou o dia se sentindo insatisfeito e até para baixo? Dias em que você passou o dia inteiro ocupado, mas chegou no final dele e falou: "Caramba.
. . Parece que eu não fiz nada!
" Eu pelo menos já, e o melhor remédio para isso foi anotar em um papel uma tarefa ou sub-tarefa, e se ela fosse a única coisa que eu conseguisse fazer hoje, eu ficaria satisfeito com o meu dia. Isso é produtividade verdadeira. O resto, sabe o que é?
Deixa eu te mostrar um gráfico aqui que deveria mexer com você. Isso aqui era o dia a dia de trabalho do Filipe antes e, possivelmente, o seu também, onde pelo menos eu parecia um maluco por "microcoisas" que me afastavam das tarefas principais e de maior resultado. E agora, as tarefas menos importantes também existem.
Claro que elas existem, são os 20% e vão continuar sendo, para que os 80% tenham espaço para se manifestarem. E isso você faz através de Batching, que é enfileirar ou fazer trabalhos similares em lote, que é inúmeras vezes mais poderoso do que Multitasking. Mas esse gráfico aqui é tudo mentira, tem o Oliver agora que já está com sete meses, e o gráfico fica mais ou menos assim.
E agora, eu sinceramente sugiro você a assistir como era a minha rotina antes do nascimento dele, através deste vídeo aqui que é bem interessante. . .
Mas talvez muito mais importante é este outro vídeo aqui, onde eu compilei as coisas que na minha carreira eu acertei, as coisas que eu errei e, principalmente, que eu me arrependi de não ter feito. Fechado? Valeu!