No dia 28 de agosto de 1963, uma única frase entraria para a história: “I have a dream”. Você já deve ter ouvido esse discurso em algum momento da sua vida. Isso porque as palavras ditas por Martin Luther King Junior mudaram não somente o rumo dos Estados Unidos, mas da humanidade como um todo.
Este foi o homem capaz de causar uma mudança social intensa através da paz. Mas não somente por esse discurso, as ideias de Luther King criaram leis, quebraram paradigmas e mudaram por completo a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo inteiro. Mas quem foi esse grande líder e quais os impactos ele causou?
Como um discurso de 55 minutos foi capaz de bater de frente com um dos mais brutais e violentos sistemas da modernidade? Qual era o verdadeiro sonho de Martin Luther King e como ele mudou o mundo? Hoje, no Biografando.
Martin Luther King Jr é um dos maiores nomes da história moderna. Seus feitos mudaram para sempre a história da humanidade. Grande parte disso deriva de seus discursos impactantes que transformaram as gerações seguintes.
Eu não sei se você já viu algum discurso dele, possivelmente deve conhecer o famoso “I Have a Dram”, que tem disponível na internet, mas muitas vezes em inglês. E se você acha que isso vai te impedir de ver um dos discursos mais importantes da história, então, você deveria conhecer a Babbel! Com a Babbel você vai aprender a ter uma conversa real em inglês ou em qualquer um dos 14 idiomas que o app tem.
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“Bitter”. “Du bist britter”. E assim sucessivamente.
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E agora você pode estar se perguntando: “esse idiota está falando o nome do cara errado? ! Não era Martin Luther King!
? ” Bom, na verdade sim, pelo menos após ele completar os 5 anos de idade. Quando nasceu, Martin se chama Michael.
Seu pai havia acabado de voltar da Europa, onde havia estudado muito sobre Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante, e por isso, resolveu mudar o nome do seu filho de Michael para Martin. Com isso você pode perceber a importância da religião na vida da família. Tudo começa com seu avô, que se tornou pastor da Igreja Batista Ebenézer em 1894.
Quando ele começou seus trabalhos, o local ainda era pequeno, com apenas 13 membros, mas ele a transformou em uma super igreja. A tradição foi passando de geração em geração e o pai de Martin também se tornou pastor, assim como seu filho. Mas foi na infância que King sentiu na pele o racismo pela primeira vez.
Ele era muito amigo de um menino branco e a amizade entre os dois permaneceu até os seis anos de idade, quando eles começaram a frequentar a escola. Naquela época, os Estados Unidos, mais especificamente a região sul do país, ainda passava por um período de segregação racial muito forte graças às leis de Jim Crow. Esse conjunto de leis exigiam a separação de brancos e negros desde a escola, até o transporte público, banheiros, restaurantes e até em bebedouros.
Este foi um dos momentos mais cruéis da modernidade, onde a discriminação e a separação eram literal. E foi nesse contexto que Martin Luther King cresceu, sendo separado das outras pessoas graças a sua cor de pele. Por conta disso, os dois amigos foram estudar em escolas diferentes, mas ainda sentiam falta da amizade um do outro.
Assim, quando Martin tentou uma reaproximação, os pais do seu amigo não permitiram, dizendo que "nós somos brancos e você é uma pessoa de cor". Buscando refúgio em sua família, o pequeno Martin contou o que havia acontecido e foi acolhido pelos seus parentes próximos, que sabiam exatamente como era sofrer com aquilo. Eles resolveram contar para o jovem King sobre a escravidão e sobre como era o sistema de segregação racial nos Estados Unidos, sendo essa a primeira vez que ele ouviu falar sobre tudo aquilo.
Essas histórias geraram nele uma instintiva reação de raiva contra os brancos, porém a sua família o lembrou que, segundo a sua própria religião, era seu dever perdoar e amar a todos igualmente. Depois de se formar na escola, Martin foi estudar sociologia em uma universidade privada para homens negros e com o tempo, seus interesses acadêmicos acabaram se misturando com a religião, o que culminou em um doutorado em teologia. E então, em 1955, ele é convidado para se tornar pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, localizada em Montgomery, capital do Alabama, um dos piores lugares onde um jovem negro poderia estar na época.
E foi lá que tudo começou a mudar. Logo no seu primeiro ano na cidade, King se deparou com um episódio que mudaria sua vida para sempre. No dia 1° de dezembro de 1955, Rosa Parks estava vivendo a sua vida normalmente.
Ela pegou um ônibus de seu trabalho para a sua casa e teve a sorte de encontrar um lugar vazio e então… ela se sentou. Com os minutos se passando, o ônibus começou a encher. E sem mais lugares para se sentar, os brancos começaram a ficar de pé.
Vendo essa situação, o motorista pediu para que ela e outros três passageiros negros cedessem seus assentos para os brancos. Os outros passageiros acataram a ordem, mas Rosa se recusou. Após muita insistência por parte do motorista e muita resistência por parte de Parks, ela acabou sendo presa.
Rosa nem tinha ideia na época, mas esse gesto se tornou o estopim para uma das lutas mais importantes da história humana, contra a segregação racial. Nessa mesma noite, o chefe da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), onde Rosa trabalhava, convocou uma reunião com King e outros defensores dos direitos civis para elaborar um plano de boicote aos ônibus da cidade. Ao final do encontro, foi definido que Martin seria o líder desse movimento e em seu primeiro discurso à frente do grupo ele declarou que “Não temos outra alternativa senão protestar”.
Ele estudou os trabalhos de Mahatma Gandhi na Independência da Índia e percebeu que era possível fazer uma reforma social pautada no amor e na não-violência, tanto que, anos mais tarde, ele recebeu o apelido de “Gandhi da América”. Durante os 381 dias seguintes, a população negra da cidade de Montgomery, abriu mão do transporte público em um gesto de boicote e começou a usar métodos alternativos para se deslocar, como a caminhada, andar de bicicleta ou pegar uma carona. Isso tudo começou a incomodar os poderosos locais e Martin começou a ser atacado pelas mudanças que estava causando.
Por exemplo, ele teve a sua casa bombardeada, mas por sorte não estava na residência. Quem estava, na verdade, era sua esposa e sua filha de 7 semanas, que não sofreram nenhum arranhão. Isso mexeu demais com os sentimentos de Luther King, que reuniu uma enorme multidão em frente à sua casa destruída.
E, ao contrário do que muitos imaginavam, mais uma vez afirmou que combateria o ódio com o amor. E depois de muitas lutas, diversas derrotas legais e um enorme prejuízo financeiro, a cidade de Montgomery tomou a decisão de acabar com a separação em transportes públicos, graças à luta de pessoas como Luther King e Rosa Parks. E o mais importante de tudo, essa vitória sobre uma capital racista, alçou Martin ao topo da liderança contra a segregação racial nos Estados Unidos.
Com isso, King foi ganhando reconhecimento e, no ano seguinte, se tornou presidente da Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC), o que foi mais um passo muito importante rumo a passar a sua mensagem para outros estados. Em 1960, o pastor ficou sabendo de um movimento em Greensboro, na Carolina do Norte, e resolveu apoiá-lo. A campanha consistia em jovens negros sentarem onde quiserem nas lanchonetes, sem se importar com as sinalizações de áreas para brancos e negros.
Esse movimento ganhou força e após a aprovação do Comitê de Coordenação Estudantil Não-Violenta (SNCC), mais de 27 cidades do sul do país removeram a segregação em lanchonetes, o que foi mais uma vitória na carreira de King. Em outubro do mesmo ano, ele entrou em uma loja de departamentos com outros 75 estudantes e cada um fez seu pedido, mas eles não foram atendidos por estarem sentados nas cadeiras do balcão. Assim, eles se recusaram a sair do local e, como resultado, Martin e outras 36 pessoas foram presas.
Logo quando notou que a prisão do ativista traria uma imagem negativa a Atlanta, o prefeito da cidade fez um acordo de paz e as acusações foram retiradas. O pastor seguiu lutando pela população negra e, em 1963, viveu o seu grande auge. A luta de King já estava escapando da ideia de ser algo apenas voltado para a segregação em ônibus e lanchonetes e começava a ganhar um caráter constitucional.
Agora, as suas ideias estavam impactando de forma mais profunda a sociedade. E era necessário ir além! Os jovens negros tinham uma enorme dificuldade de entrar no mercado de trabalho e, quando entravam, não tinham a oportunidade de ascender em suas carreiras.
Nesse cenário, King organizou uma marcha para obrigar o governo de John F. Kennedy, o presidente dos Estados Unidos na época, a criar um projeto de lei federal de direitos civis mais fortes e que abrangesse essa parcela mais vulnerável da população. O ativista avisou sobre o movimento para Kennedy e definiu uma data: 28 de agosto de 1963.
Na escadaria do Lincoln Memorial, mais de 250 mil pessoas se reuniram para ver o discurso e que mudou o mundo para sempre. “Eu tenho um sonho. Que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos ex-escravos e os filhos dos ex-donos de escravos poderão se sentar juntos na mesa da irmandade.
Eu tenho um sonho que um dia Mississipi, um estado desértico que sufoca no calor da injustiça e da opressão, seja transformado em um oásis de liberdade e de justiça. Eu tenho um sonho que meus 4 pequenos filhos, viverão um dia, em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter. Eu tenho um sonho.
” Foi assim que começou um dos discursos mais importantes e influentes da história. Isso porque ele não se limitou apenas às pessoas que lá estavam, mas chegou aos corações de todos espalhados pelos Estados Unidos e pelo mundo. Suas palavras imortais transcenderam o tempo, influenciando gerações até os dias de hoje e ressoaram como um hino de esperança para a população.
Em cada sílaba, em cada ponto, cada pausa, Martin Luther King Jr pintava um futuro onde a cor da pele não ditaria o destino de uma pessoa. Seu sonho não era apenas uma visão. Era um chamado, uma promessa de um mundo melhor.
Em seu pronunciamento, Luther King deixa claro que não mediria esforços para garantir a igualdade para todos e defendeu o direito ao voto para os negros. A menção de seus filhos viverem em um mundo onde “não serão julgados pela cor de sua pele, mas sim pelo teor de seu caráter” se popularizou rapidamente e se tornou um lema para os defensores da igualdade racial. Curiosamente, sua frase mais conhecida, o “I have a dream” ou o “Eu tenho um sonho”, não fazia parte do discurso programado e, segundo ele, veio a sua mente espontaneamente.
O resultado de tudo isso foi a aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibia a discriminação racial em lugares públicos e no emprego, encerrando também a divisão de locais para brancos e negros. Mas, a sua luta estava longe de acabar. Com cada vez mais visibilidade e impacto na sociedade, Martin atraiu os olhares do Departamento Federal de Investigação, conhecido como FBI.
O chefe do órgão, J. Edgar Hoover, acreditava que Stanley Levison, amigo de Luther que o ajudava a escrever alguns de seus discursos, era um agente comunista e, assim, ele passou a investigar King. O FBI colocou escutas telefônicas e grampeou os quartos de hotéis que Martin ficava hospedado.
E mesmo assim, o processo foi um fracasso! Obviamente, eles não chegaram a nenhuma conclusão sobre uma possível ligação entre ele e o Partido Comunista dos EUA. Insatisfeito, o FBI iniciou uma tentativa de descredibilizar a imagem pública do líder, enviando para jornalistas e para o poder executivo provas de que ele vivia casos extraconjugais.
Ele chegou a receber uma "carta de suicídio" enviada de forma anônima pelo próprio FBI, acompanhada de gravações das suas escutas telefônicas. O texto escrito no documento encorajava o ativista a se matar para evitar que notícias sobre a sua vida privada viessem a público. Apesar das tentativas por parte da organização, Martin não se deixou abater e, em 1964, aos seus 35 anos de idade, foi reconhecido com um Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho incansável e sua luta não-violenta.
Em seu discurso de vitória, ele dividiu a conquista com os “milhões de valorosos cidadãos negros e brancos de boa vontade, que escolheram o caminho da não-violência para chegar ao reino da justiça e do amor em nosso próprio país”. Então, ele doou todo o valor do prêmio para os movimentos negros dos Estados Unidos. Dos 54 mil dólares recebidos, 25 mil foram para a Sociedade Gandhi para os Direitos Humanos, 12 mil foram para SCLC e o restante foi dividido entre todas essas organizações.
E mesmo com o desenvolvimento de tudo isso, ainda havia um ponto que não saia da cabeça de King: o direito ao voto. Aqui, nós estamos em 1964 e os negros ainda não podem votar nos Estados Unidos. Isso tem menos de 100 anos e foi graças a King que tudo mudou.
Ele organizou uma marcha que iria da cidade de Selma a Montgomery, no Alabama. A primeira tentativa foi impedida pela polícia, mas dois dias depois, eles tentaram novamente, com Luther King liderando mais de 2. 500 manifestantes.
O movimento foi aumentando cada vez mais, chegando a um pico de 25 mil pessoas participando da manifestação e ganhando transmissão na televisão. Vendo o tamanho que o movimento estava alcançando, 5 meses depois, o novo presidente dos EUA, Lyndon Johnson, assinou a Lei dos Direitos de Voto de 1965, proibindo a discriminação racial na votação e garantindo o direito de voto às minorias raciais de todo o país. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, essa foi a lei mais eficaz já promulgada na história do país.
Nos anos seguintes, Luther King seguiu lutando pelos direitos civis, levando suas ideias a cidades como Chicago e Los Angeles. E então em 3 de abril de 1968, ele faz mais um dos seus discursos que podemos chamar de profético. Em um pronunciamento feito durante uma greve trabalhista em Memphis, no Tennessee, ele disse que "Como qualquer pessoa, gostaria de viver uma vida longa.
(. . .
) Mas não estou preocupado com isso agora (. . .
) Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor". Então, no dia seguinte, o mundo pararia diante do caos. Martin Luther King estava na varanda de seu quarto no Hotel Lorraine, quando foi baleado por um atirador de elite.
Ele tinha 39 anos na época e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O responsável pela tragédia foi James Earl Ray, um ex-presidiário que acreditava que o objetivo de King era enfraquecer os Estados Unidos tanto político quanto economicamente. Inicialmente, o homem conseguiu escapar, mas foi encontrado pelas autoridades dois meses depois do crime, e se declarou culpado, recebendo uma condenação de 99 anos de prisão.
Diferente do que muitos acham, a batalha de King não era apenas para a alterar as leis, mas sim por uma mudança de atitude. Ele sonhava com o dia em que a sociedade não produziria mais o racismo e a discriminação. Hoje, existe um memorial de Martin no Independence Mall, em Washington, e, desde 1986, há um feriado nos Estados Unidos chamado de “Dia de Martin Luther King”, que acontece na terceira segunda-feira do mês de janeiro.
Assim como o discurso no Lincoln Memorial, esse vídeo tem como intuito trazer voz a essa luta que ainda vivemos. Meu papel como apresentador é mostrar para vocês que ainda existe esperança. E que foi por pessoas como Luther King que a sociedade evoluiu tanto.
Então, não tenha medo de exigir os seus direitos. Podemos dizer que nós ainda vivemos o pesadelo entre o racismo e a discriminação racial, mas que estamos progredindo rumo ao sonho de Martin Luther King Jr. Hoje, no Brasil, existem diversos institutos que lidam com o movimento negro, como a Uneafro e a Criola.
Mas, talvez a que tenha mais destaque seja o Instituto Vini Jr, do jogador da Seleção Brasileira. Ele, assim como nós, acredita na educação como base para mudança. Apoiando escolas públicas no Brasil na construção de novos modelos de ensino-aprendizagem.
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Muito obrigado pelo seu acesso e até o próximo vídeo. Valeu, falou, um grande abraço do Tinôco e lembre-se: a existência é passageira. Tchau!