esse é o momento mais importante do sistema financeiro Mundial nas últimas décadas Possivelmente desde o fim de bretton Woods e pela primeira vez desde então temos um Presidente Americano disposto a enfrentar esse desafio as tarifas comerciais de trump São apenas a ponta do iceberg e que talvez ofusquem o Real objetivo do plano do governo americano redesenhar a ordem monetária E corrigir os desequilíbrios econômicos acumulados nesses últimos 50 [Música] anos e muitos enxergam nas tarifas apenas o protecionismo o nacionalismo mas há um racional bem claro por trás delas e com raríssimas exceções quase ninguém conseguiu articular
de forma detalhada esse mix de políticas O Secretário do Tesouro o Scott bent foi um dos poucos que se aprofundou nesse assunto mas quando ainda nem é indicado pro Tesouro e numa palestra fechada durante a GRS conference em outubro [Música] passado mas talvez o principal formulador de toda essa estratégia seja o Stephen myren um economista de carreira do mercado financeiro e que até teve uma breve passagem pelo departamento de tesouro durante o primeiro mandato de trump e que agora assume a presidência do Conselho de assessores econômicos do presidente em novembro passado ele escreveu um guia
do usuário para reestruturar o sistema de comércio Global um artigo de 40 páginas bem meticuloso com os passos necessários para realinhar o sistema econômico Global o plano culminaria num novo arranjo monetário um novo acordo cujo nome poderia ser o acordo de mar a Lago em homenagem à residência Resort quartel general do trump em Palm Beach na Flórida já que muitas das discussões acabariam ocorrendo por lá mesmo o problema é que esse potencial resete econômico do trump traz impactos pro mundo inteiro pro Brasil pro dólar pros investimentos e por isso é fundamental entender o passo a
passo desse plano e as consequências ao longo do caminho mas antes um pouco de contexto sobre os arranjos monetários porque o último grande acordo no último século aconteceu em 1944 em bratton Woods New hampshire e por isso foi chamado de o acordo de e Breton Woods que aconteceu no finzinho da segunda guerra mundial em que colocou o dólar Como a moeda dominante conversível em Ouro a paridade de uma onça Troy a cada 3 35 e todas as demais moedas do planeta orbitarios do dólar com taxas fixas elas não conversíveis em ouro e os países acumulando
dólares como se ouro fosse mas esse arranjo tinha algumas falhas fundament mentais e vários economistas falaram sobre isso ao longo das décadas como o jaqu RF que era assessor econômico do presidente francês General Charles deg e também o economista belgo americano Robert trifen que cunhou o famoso dilema de trifen que quando um país é encarregado de prover a moeda de reserva do planeta ao emitir essa moeda E à medida que o mundo vai crescendo e as demandas do Comércio Global requerem cada vez mais moeda de reserva o incentivo pro país é emitir mais moeda se
endividando com o restante do mundo e chegando até certo ponto em que o endividamento é tão exacerbado que coloca em cheque a confiança na moeda fazendo com que o país perca Possivelmente o status de moeda de reserva Esse é o dilema de trifen o dólar não chegou nesse ponto mas como tanto trifen e o ruef apontaram lá atrás era um sistema insustentável tanto é que em 1900 71 o sistema ruiu Nixon decretou o fim da conversibilidade do dólar em ouro e passamos então ao chamado não sistema porque agora já não havia nenhuma Âncora nenhuma referência
nem no ouro nem na Prata era um voo cego um salto no escuro e os países e cada uma das suas moedas flutuando entre si então o regime de taxa de câmbio flutuante só que Claro esse não sistema também trouxe sérias fragilidades paraa economia mundial desequilíbrios inflação na década de 70 com o dólar se fortalecendo demais na década de 80 por conta do combate à inflação pelo presidente do Fed da época o Paul Walker que fez as taxas de juros subirem para mais de 15% ao ano taxa básica americana até que veio o chamado acordo
Plaza porque ocorreu no hotel Plaza em Nova York reunindo Estados Unidos Reino Unido Japão França e Alemanha ocidental para frear aquela valorização do dólar era preciso enfraquecer a moeda americana porque países mundo afora estavam quebrando por conta da forte valorização do dólar Isso foi em 1985 depois veio o acordo luvre em 1987 porque ocorreu em Paris com os mesmos países mais o Canadá mas agora no sentido oposto para evitar uma desvalorização a ainda maior do dólar porque naquele momento estava muito fraco e esse foi realmente o último acordo monetário que o mundo teve e depois
da Ascensão da China e a ponto de se tornar a segunda grande potência econômica do planeta o mundo não teve mais nenhum outro arranjo monetário E desde então vivemos Aos Trancos e Barrancos com bolhas crises financeiras instabilidade grande crise financeira de 2008 covid em 2020 surto inflacionário no mundo inclusive no dólar e agora Presidente trump com sua equipe de assessores econômicos eles querem enfrentar os desequilíbrios provocados por esse não sistema econômico que tem como Pilar principal o dólar com a moeda de reserva Então o que quer o governo trump eles têm basicamente dois objetivos primeiro
manter o dólar como a moeda de reserva mundial e em segundo lugar corrigir os profundos desequilíbrios do sistema econômico global e que em parte são causados pelo próprio padrão dólar e na visão deles uma forma de reequilibrar o sistema é realinhando o comércio internacional porque Qual é o diagnóstico que eles fazem né Qual é o diagnóstico da situação as consequências do padrão dólar é que os Estados Unidos t a tarefa de prover moeda de reserva e ativos de reserva pro restante do planeta O resultado é que o dólar acaba relativamente sobrevalorizado e a medida que
os Estados Unidos vão perdendo relevância na economia mundial porque o mundo cresce mais rápido do que os americanos a maior demanda por moeda de reserva se manifesta em déficits externos persistentes que se aprofundam e ISO que eu quero mostrar agora em alguns gráficos para visualizar exatamente o que eu acabei de falar por exemplo aqui é a participação da economia americana no restante do mundo então o PIB dos Estados Unidos sobre o PIB do restante do mundo que desde a década de 60 Quando Era cerca de 40% da economia mundial vem caindo na década de 80
já era 25 em 2011 chegou a 21 e se recuperou um pouquinho agora está ali em 26% dados de 2023 e da mesma forma a gente pode agora entender esses déficits analisando a contac corrente dos Estados Unidos que é a balança comercial bens e serviços mais balança de renda não vou entrar em tanto detalhe aqui mas basta dizer que é tudo aquilo que os Estados Unidos exporta menos o que importa do restante do planeta então aqui temos o déficit em conta corrente que se aprofundou especialmente ali em 86 87 mais de 3% do PIB e
teve o ápice em 2006 com quase 6% do PIB e ainda registra déficit corrente na ordem de mais de 3% do PIB dados de 2023 e a gente pode comparar esse gráfico com a força relativa da moeda americana em momentos em que o dólar está fortalecido em relação às demais moedas esses déficits se aprofundam porque o dólar tem um poder de compra maior pode importar mais do restante do planeta o restante do planeta fica mais competitivo para os americanos e os americanos menos competitivos pro restante do planeta a moeda americana está forte é exatamente isso
que a gente vê aqui no gráfico então lá em 85 Quando Eu mencionei inclusive que teve o acordo Plaza porque o dólar estava muito forte foi a partir do início da década de 80 que que os déficits em conta corrente começaram a aumentar à medida que o dólar foi enfraquecido até chegar ao acordo luvre em 87 esses déficits reverteram Até ficou por algum poucos trimestres reverteu para um superávit em contra corrente mas aí com a ascensão da China a entrada dela na Organização Mundial do Comércio e a forte manipulação da sua taxa de câo já
vou falar mais sobre isso os déficits se aprofundaram este gráfico vermelho é apenas a taxa de câmbio real Americana em relação às moedas principais então Aqui não está o chinês o gráfico Verde aqui que começa apenas em 2004 a já considera o i chinês a gente pode ver que desde então a taxa de câmbio real vem subindo então o dólar se fortalecendo e os déficits passaram a se aprofundar depois da pandemia Então essa é a situação da relevância americana no mundo e os déficits em conta corrente persistentes e que se aprofundaram nas últimas décadas e
quais são as consequências dos déficits persistentes uma parte delas é a perda de emprego no setor industrial a manufatura ou a desindustrialização dos Estados Unidos e essa é uma das principais queixas de várias administrações e também é a da atual com trump com Scott bent no tesouro a desindustrialização Americana a perda de empregos de de manufatura e a gente pode também ilustrar isso de várias maneiras o primeiro gráfico aqui são os empregos de manufatura sobre os empregos totais que é uma queda ininterrupta desde lá de final da década de 80 quando era pouco mais de
16% a em 2009 já era 99% e em 2024 ou janeiro de 25 está em apenas 88% então uma queda que não para olhando o número em absoluto e não em relação aos empregos totais essa aqui é a foto ó aqui temos desde 1939 quando os Estados Unidos passaram a crescer fortemente e ser uma das potências industriais do planeta até 79 não parava de crescer o número de empregos de manufatura e desde então a tendência é de declínio que se aprofundou ao longo da década de 2000 depois da entrada da China na organização Mundial do
Comércio e o forte crescimento chinês e decompondo esse número por setores temos aqui vários de manufatura metal primário também não parou de cair aqui temos metal fabricado que também caiu constantemente 2010 e recuperou um pouco até este ano maquinaria machinery maquinário não para de estabilizou desde 200 122 praticamente mas está muito abaixo do que era lá em 98 da mesma forma que transporte caiu bastante aqui então setor automotivo especialmente até 2009 e conseguiu esse foi o setor que conseguiu recuperar mais até 2014 e aqui eletrônicos manufatura de eletrônicos e computadores aqui é impressionante lá em
2001 Janeiro tinha quase 1. 900.000 empregos e neste momento 2024 Janeiro 25 aliás tem apenas 1 milhão caiu pela metade impressionante esse número e o valor agregado da manufatura sobre o PIB americano que também não para de cair desde 2006 quando representava cerca de 13% do PIB em 2024 representa apenas 10% então aqui a gente tem um pouco da foto da desindustrialização a perda de empregos e quais são as consequências dessa desindustrialização E aí que vem as principais preocupações hoje do governo trump do seu secretário de Tesouro dos seus principais secretários que não é tanto
de ordem econômica mas sim de de ordem de segurança nacional por se hoje os Estados Unidos importam muito do restante do mundo se em algum momento a tensão geopolítica se elevar e os Estados Unidos se encontrarem numa situação de confronto com a China por exemplo como manter as importações fluindo no momento de guerra Então essa dependência de importações e a base Industrial que foi minada nos últimos anos acaba trazendo um risco à segurança nacional americana aí está grande preocupação dos Estados Unidos e por isso que a correção dos desequilíbrios econômicos O realinhamento do Comércio global
é tudo indissociável das preocupações com a segurança nacional Americana e há dois agravantes que exacerbam esses desequilíbrios por um lado as tarifas comerciais impostas por países mundo afora que distorcem setores e indústrias tornando elas mais competitivas do que seriam na ausência de ditas tarifas e por outro lado a política cambial da China em especial desde 1994 quando ela praticou uma Max desvalorização levando o e chinês Vou colocar aqui na tela de menos de seis para mais de 8,5 é mais de 50% é como se o Real saísse de 6 para 9 da noite pro dia
e isso concedeu a economia chinesa uma forte competitividade e foi o ímpeto inicial para provocar esses grandes super hábitos comerciais em que a China exportava muito mais para o restante do planeta porque os produtos chineses ficaram muito mais baratos e a China nesse sentido Manteve este câmbio controlado como a gente pode ver por praticamente uma década inteira e só depois foi permitindo alguma valorização Portanto o partido comunista chinês manipula a taxa de câmbio da China por externos entre pa que pa e tem um excedente portanto superavit e entra muito mais dinheiro moeda de reserva na
sua economia à medida que isso acontece a taxa de câmbio do país tende a se apreciar a moeda do país vai ficando mais forte e quanto mais forte ela fica menos competitivo se torna o país e aqueles superhits vão sendo reduzidos até se tornarem déficits comerciais ou déficits externos é isso que normalmente acontece especialmente naqueles países que não manipulam a taxa de câmbio das suas moedas e exatamente isso que acontecia durante o padrão ouro quando ouro era a moeda do planeta e esse era o chamado ajuste automático do balanço de pagamentos superavits durante alguns anos
num país logo resultariam em déficits nos anos posteriores e esse é o ajuste automático no atual sistema com o padrão dólar o sistema de dólar de moedas de reserva por si só já perpetua mais esses desequilíbrios ou impedem um ajuste automático mas quando temos um país como a China que manipula desde muito tempo a sua taxa de câmbio esses desequilíbrios profundos são mantidos por muito mais tempo e sem nenhuma correção E no caso chinês os fortes superavits externos se manifestam no acúmulo de reservas internacionais que saiu de menos de 200 no ano 2000 para mais
de 4 trilhões de dólares em 2014 a rapidez e a intensidade que isso aconteceu não tem precedentes na história Econômica chegando a representar mais de 42% do PIB da China isso ainda em 2010 se a China não tivesse manipulado a taxa de câmbio e permitido uma valorização mais acentuada do iuan chinês o que aconteceria era menor superavit externo em algum momento até um déficit comercial e não tanto acúmulo de reservas internacionais então aqui é uma evidência da manipulação da taxa de câmbio pelo partido comunista da China e qual é o resultado disso tudo é que
os Estados Unidos consomem muito mais do que produzem enquanto o restante do mundo produz muito mais do que consome em especial a China e nesse sistema econômico desequilibrado os americanos não querem abrir mão da moeda de reserva querem preservar todos os benefícios e privilégios exorbitantes do dólar hegemônico de poder se endividar muito mais e consumir mais do que produzem e também usar o dólar como uma arma financeira uma arma geopolítica sem precisar mobilizar o exército mas ao mesmo tempo querem reduzir ou eliminar todas as desvantagens ou custos como por exemplo a desindustrialização e a ameaça
à segurança nacional e no plano mundial o governo americano também quer reduzir o seu fardo militar e a responsabilidade por prover a segurança dos seus aliados E aí qual é o remédio qual é a prescrição do Stephen Maran do Scott bessen dos principais assessores econômicos do trump para resolver todos esses desequilíbrios é um plano em fases e em primeiro lugar vem justamente as tarifas alfandegárias primeiro porque elas podem ser impostas de forma unilateral rápida fácil só que elas também trazem algumas consequências por um lado na visão deles podem reduzir esses desequilíbrios diminuir déficits conter a
desindustrialização podem também ser usadas como uma arma de barganha para forçar os demais países a reduzirem as suas tarifas e também podem ser usadas com como uma arma de barganha para forçar os países a aumentarem os seus próprios gastos com defesa e assim reduzir esse fardo americano com a defesa mundial com o gasto militar Mundial mas há efeitos colaterais das tarifas como por exemplo a volatilidade Extrema que temos visto nos mercados nas últimas semanas Retalhação dos países as nações acabam reagindo e muitas vezes de forma imprevisível deterioração nas relações diplomáticas isso tem sido mais que
visível e por fim tensão geopolítica portanto é bem possível que as tarifas acabem sendo usadas para trazer aos países à mesa de negociação E aí sim chegar a um novo grande acordo um novo arranjo monetário ou o que a gente poderia chamar de o acordo de mar a Lago o novo arranjo monetário que seria multilateral porque requer a participação o envolvimento e a concordância dos demais países e em que consistiria tal arranjo monetário primeiro enfraquecer o dólar ou fortalecer as demais moedas em relação à moeda americana para trazer mais competitividade pros Estados Unidos reverter todos
os déficits persistentes nas contas externas e devolver parte da industrialização restaurar a base Industrial americana esse seria o principal Pilar e para fazer isso Possivelmente os países teriam que vender as reservas de dólares para fortalecer as suas moedas então é algo que requer a concordância de todos esses participantes e como forma de incentivar a concordância e chegar a um consenso os Estados Unidos poderiam finalmente oferecer aí um comércio mais livre sem tarifas e incluir os países dentro do seu guarda-chuva de segurança em síntese Essa é a ideia por trás do acordo de mar a Lago
mas novamente é um acordo multilateral e que requer a participação e o Consenso dos demais países o resumo da opera é que tudo está interligado padrão dólar desequilíbrios econômicos comércio global e segurança nacional não se pode dissociar comércio global de segurança nacional e por um lado eu vejo como positivo o fato de governo americano reconhecer que há um desequilíbrio e estar disposto a enfrentar o desafio mas tenho sérias ressalvas com as políticas propostas em especial com as tarifas alfandegárias porque tem resultados imprevisíveis gera reações adversas retaliações dos países piora nas relações diplomáticas por isso que
eu tendo a preferir um novo arranjo monetário o acordo de maralago que pode ser mais duradouro Mas requer a participação de os demais países é um arranjo multilateral e precisa também da abertura da China e liberalização completa dos controles de capitais ainda assim será efêmero Como foram os demais acordo Plaza e luvre porque reequilibrar o sistema econômico de forma sustentável significa abandonar o dólar como moeda de reserva adotando novamente um sistema baseado num ativo como o ouro que não é passivo de ninguém mas esse osso o dólar hegemônico os americanos não querem largar o paradoxo
desse acordo e isso importa para todo investidor é que a manutenção da hegemonia do dólar se significará o enfraquecimento da moeda americana é isso que o acordo de maralago terá como objetivo e eu encerro com a frase final do Stephen myron no seu artigo Há Um Caminho pelo qual a administração trump pode reconfigurar os sistemas financeiros e de comércio Global em benefício da América mas é estreito e exigirá planejamento cuidadoso execução precisa e atenção às etapas para minimizar consequências adversas Pois é será uma tarefa hercúlea mas esse vídeo continua pros nossos assinantes do follow the
money porque é preciso abordar mais detalhes de todo esse plano o que pode dar errado e também entender De que forma a China conseguiu manipular tanto essa txa de câmbio E por tanto tempo então se você não segue o dinheiro ainda siga de uma vez por todas có KR em algum lugar da tela link descrição do vídeo e vejo vocês no follow the money para todos os demais se inscrevam no canal ativem o Sininho compartilhem o vídeo e volto no próximo valeu