Jussara Hoffmann em Avaliação: caminhos para a aprendizagem Vídeo 01

a nossa discussão é o papel da avaliação no processo educativo cada vez mais testes e provas vem sendo que questionados como os únicos instrumentos de avaliação dos Estudantes para muitos especialistas Eles apenas classificam os alunos e não mostram de fato o que eles aprenderam a educação hoje aposta na avaliação como prática contínua uma prática que valoriza a aprendizagem dos alunos e que exige mudanças no trabalho cotidiano dos professores para conversar conosco sobre avaliação caminho para aprendizagem convidamos a professora Jusara Hoffman da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o professor Cipriano luquezi da Universidade

Federal da Bahia contamos ainda com a participação de Gildete Amorim intérprete de Libras a língua brasileira de sinais quero agradecer muito a presença de vocês nessa teleconferência de hoje já que estamos aqui em maioria feminina não é Jusara vou começar pela Jussara cipriana se você me permite vamos pegar eh o tema dessa tele avaliação um caminho paraa aprendizagem a avaliação pode se tornar um caminho paraa aprendizagem de acordo com a nossa abertura sim né De que maneira Jussara Boa tarde eu diria mais do que um caminho Bárbara eu diria que a avaliação o objetivo da

avaliação o objetivo essencial da avaliação é aprendizagem quando me perguntam Qual a finalidade da avaliação na escola eu respondo aprendizagem aprendizagem aprendizagem porque eh ela é mais do que caminho na verdade nós temos outras avaliações nós temos sistemas de avaliação classificatórios como provas de concurso nós temos avaliações certificativo a alguém mas na sala de aula na escola o objetivo da avaliação é acompanhar o processo de construção da aprendizagem do aluno né E então avaliação sem visar esse foco sem ter por foco realmente o acompanhamento do aluno a compreensão de como ele aprende e não aprende

ela perde o seu significado essencial Cipriano a mesma questão como é que você eh vê a avaliação para se tornar um caminho paraa aprendizagem sei então eu fico fico pensando de que eh o ato pedagógico é que é um caminho para aprendizagem né o o ato pedagógico ele ele compõe de um conjunto de coisas inclusive da avaliação então Eh o ato pedagógico é um ato que tem um um componente que é o de planejar né O que é que eh eu professor eu educador O que que a escola onde eu trabalho tem como objetivo evidentemente

o objetivo é a aprendizagem em função de alguma coisa né então o planejamento é o aquilo que garante a definição a configuração do caminho da aprendizagem mas isso que é decidido planejado ele vai precisar de um mediador que é a execução e uma execução com cuidado com investimento eh e assim por diante a avaliação ela é um auxiliar de acompanhamento né no sentido assim o que eu planejei o que eu executei o que eu planejei naquilo que eu investi isso está produzindo o resultado eh o resultado desejado a essa é a pergunta que avaliação responde

então o caminho para aprendizagem Não não é a avaliação é um suporte paraa aprendizagem mas o caminho é esse todo do ato pedagógico que é o planejar o executar e o avaliar que é o o o componente que permite um diagnóstico acompanhamento e assim por diante pensando nisso que Cipriano acabou de falar a professora Jara ela é um suporte então para fazer esse acompanhamento da aprendizagem né como isso pode ser feito em que medida o professor pode eh pensar no seu ato pedagógico e ao mesmo tempo estar ali eh fazendo a avaliação da aprendizagem eh

desse aluno eh o o Luque eh falou muito bem né a aprendizagem ela envolve um processo e este processo conta com inúmeros procedimentos didáticos dentre esses procedimentos didáticos está eh é inerente o processo avaliativo nós não temos como dissociar o educar do avaliar né porque antes mesmo de entrar na sala de aula nós estamos pensando sobre quem é esse aluno né Eh para quem eu vou planejar que atividades eu vou fazer e este pensar sobre o aluno por si só já é um tempo eh de reflexão que me leva a propor uma atividade ou outra

que me leva a usar um determinado recurso ou outro um tempo ou outro de sala de aula Essa não é uma avaliação certificativa Sem dúvida nenhuma mas eu não estou eh Pensando nisto para dizer ou responder se o aluno aprendeu ou não aprendeu eu estou eh refletindo sobre todas essas questões para replanejar para planejar um um procedimento mais adequado para esses alunos mas no percurso dos processos as respostas dos alunos vão ser diversas Tá eu vou dar aula para 30 alunos mas eles são todos diferentes e cada um dele vai cada um deles vai ter

manifestações diferentes de aprendizagem E aí entra o que eu considero essencial né ver e observar Cada um na sala de aula eh não é fácil não não é fácil Pois é essa é uma questão de uma certa forma gera uma polêmica né professora muitos professores dizem mas como eu vou fazer isso né se eu tenho uma turma grande ou como é que eu vou acompanhar cada um o processo de aprendizagem de cada um é esta é uma questão eh bastante complexa embora não há professor que não faça isso de uma certa forma isso acontece Claro

é nós estamos fazendo tarefas todos os dias nós estamos conversando com os alunos todos os dias estamos observando a situação de sala de aula todos os dias então eh não há como dar aula sem este olhar mas é preciso eh a meu ver que haja a tomada de consciência sobre principalmente sobre a diversidade das respostas diante de um todo mais ou menos uniforme então o grande problema do processo avaliativo é um professor eh desenvolver uma série de estratégias pedagógicas imaginar que ao longo dessas estratégias todos os alunos possam reagir da mesma forma né muitas vezes

quando os alunos não aprendem eles se considera culpado por isto né Mas não é nada disto é que cada um realmente vai aprender né aquele objeto conhecimento de uma forma singular de uma forma própria a partir do seu contexto sociocultural a partir de toda a sua experiência de vida é este contato então né com este eh reflexo de todo esse recurso pedagógico que passa a ser um foco especial de atenção de quem tem por intenção uma avaliação de Fato individualizada né ouvindo vocês confesso aqui que já me senti culpada muitas vezes especialmente em matemática no

meu processo educativo por não entender e não compreender aquilo que me era colocado sobre isso que que Jara tava falando eu eu fico pensando que nós precisaríamos de olhar isso sobre dois aspectos né um aspecto assim na individualidade eu me aproprio você o Jussara o Pedro o João cada um de nós se apropria de um um conhecimento de uma experiência a partir da nossa individualidade da nossa experiência cultural da nossa experiência familiar da nossa enfim do nosso background cultural né mas tem um outro lado da aprendizagem que ela é objetiva Então vamos supor que eu

estou estudando estou ensinando teoria da relatividade não tem não tem como como saber teoria da relativ ade A não ser que eu me aproprio daquilo que ain formulou Então tem um lado desse conhecimento escolar desse conhecimento que é oferecido pra escola que ele é objetivo o o o estudante ele vai precisar de se apropriar desse conhecimento da forma como ele foi constituído historicamente E aí o que que isso exige do professor desculpa interrompo porque muitas vezes o professor pode se perguntar então o que que isso exige de mim no meu processo de avaliação se ele

avançou ou não avançou diante desse conhecimento então eh eh de um o outro lado dessa moeda é assim como é que Cipriano se apropria da teoria da relatividade como é que Bárbara se apropria como é que Jussara se apropria então aí vem a individualidade a singularidade de cada um a singularidade cultural da linguagem etc etc mas eh vamos dizer assim no ponto de chegada todos têm que saber ou todos T que compreender e ter na mão o conhecimento sobre a teoria da relatividade eu não posso mudar o que Einstein disse sobre a relatividade ele disse

isso eu posso até dizer assim ah bom que Einstein colocou sobre a relatividade pode ser visto sobre outro ângulo ou um ângulo que ele não viu agora o que ele disse é objetivo eu só posso me apropriar do que ele disse então eu acho que na na no ensino e na avaliação duas coisas tem que ser levadas em consideração aquilo que eu ensino e que é objetivo e aquilo que pode ser a singularidade de cada um então se eu tomo os artistas por exemplo então Eh Chico Barque faz música Caetano beloso faz faz música mas

ambos têm singularidades e ambos trabalham com a pauta de sol com oito notas com Bemol sustenido sistema binário ternário quaternário quer dizer a estrutura musical é objetiva agora a singularidade é a criação de cada um então eu acho que no h de avaliar precisa olhar as duas coisas né o o que o luquez está colocando extremamente importante antes você tinha perguntado Bárbara sobre o caminho né aí entra a avaliação existe realmente uma uma concepção aí nesse sentido avaliação é o caminho porque realmente existe ã um objetivo do professor a ser alcançado que é o conhecimento

científico Sem dúvida nenhuma a aprendizagem de Fato né E existe o processo para isto tá como como nós trabalhamos digamos Há muitas Décadas atrás né Professor entra dá sua aula faz um planejamento muito bem feito usa de todos os recursos com os quais ele pode contar ao final de um determinado tempo ele ia lá aplicava uma prova e simplesmente dia a partir do que ele denominava de avaliação eu coloco essa avaliação entre aspas né porque é apenas uma etapa da avaliação então ao final de um tempo ele respondia bom esses aprenderam esses realmente construíram esse

conhecimento como forme eu pretendia outros não aprenderam este vácuo esta lacuna né ela precisa ser preenchida existe um caminho né E este caminho é a mediação né A longo desse processo de apropriação de um conhecimento pelo aluno Existem várias etapas né não são etapas lineares são etapas extremamente complexas Provisórias complementares né o aluno dá uma resposta mas o professor complementa o professor questiona desafia desequilibra né e ele vai compondo ele vai junto com o aluno ele vai constituindo esse processo então é o caminho nesse porque diz muito bem o luques o aluno precisa aprender sim

ele precisa se alfabetizar sim ele precisa ler sim mas mas ninguém esse caminho não é para todos e não é igual para todos e aí entra o professor né aí entra o olhar do professor aí entra a pergunta desafiadora do professor no momento certo para aluno certo a tarefa complementar ao processo e ele precisa acompanhar esse processo aí é caminho vamos relembrar Um textinho aqui em 2003 vocês estiveram aqui numa teleconferência né em que abordava também o papel da aprendizagem e vocês participaram desse encontro e também a professora Maria Teresa Esteban da Universidade Federal Fluminense

vamos rever o que ela falou sobre o papel da da avaliação na aprendizagem do ponto de vista da aprendizagem me parece que a avaliação tem importantes contribuições para uma melhor compreensão do processo de ensino aprendizagem para uma melhor compreensão eh da dinâmica que vai se estabelecendo em cada sala de aula para cada sujeito que participa para aquele coletivo e sobretudo a avaliação pode promover um intenso diálogo entre entre esses sujeitos de modo a contribuir para que haja uma contínua e permanente ampliação dos conhecimentos que circulam na sala de aula i