Boa tarde a todos é um grande prazer eh receber hoje eh a Silvia Figueiroa E o Zé Augusto Pádua e que vão ser já já apresentados para essa conversa sobre a Crise existencial do antropoceno uma essa expressão é uma é uma de certa forma uma ironia pelo fato de que depois de muito tempo em que eh nós estávamos acompanhando os trabalhos de uma comissão de um grupo de trabalho muito importante na formulação do que seria AD datação do antropoceno no âmbito das geociências eh houve uma reversão de expectativa eu queria pode passar Sérgio então Eh
isso é um resuminho do que está numa sinopse que está na agenda do ia Então eu queria começar recomendando os mais interessados que lessem a sinopse porque a sinopse não é só esses dois parágrafos ela é até extensa e dá referências bibliográficas e tal que é não é comum na sinopse a gente não faz não costuma fazer assim nesse caso eu achei importante que fosse assim e então nós nó vamos tá nos referindo a essas sinó apresentando então a Silvia eu em vez de ler esses quatro tópicos que estão destacados aí que todo mundo pode
ler eu queria dizer o seguinte que eh a Silvia é a principal referência no Brasil em história da geologia isso é dito pelos geólogos todos então evidentemente que nós todos que não somos geólogos também podemos eh ter isso como referentes eu vou destacar em seguida duas publicações dela então justamente num livro de história da geologia que é de 20 que é é recente aí uma perspectiva brasileira e esse também que é tá destacado aí que é mais antigo um pouquinho 20020 que é a história da mineração em seguida o o José Augusto ele como eu
disse também é a grande não disse ainda ele é a grande referência em História Ambiental no Brasil a principal e isso é reconhecido pelos historiadores então também por todos nós eh Tá aí os tópicos principais do seriam currículo acadêmico e eu vou destacar então duas publicações em seguida eh essa que é bem recente Aí essa primeira esquerda extrema bem recente ele até tava na dúvida se ele ia conseguir mandar a capa mas tá aí e esse os 1 nomes de Gaia é no tá o volume 1 a um que é que é no Volume um
que está o trabalho dele mas já saiu depois no volume do então H só alertando aí as pessoas que forem eventualmente procurar existem dois volumes e o trabalho dele tá no Volume um Então eu queria fazer uma pequena introdução depois eu vou dar a palavra primeiro ao Zé Augusto e depois a Silvio a introdução é a seguinte Pode parecer pra maioria das pessoas que acompanharam pros observadores desse cois eu me incluo por ter escrito dois livros que vão ser uma trilogia eu tô em princípio esse ano espero fechar o terceiro da trilogia que vai ser
antropoceno e o pensamento econômico eh evidentemente tô acompanhando isso com observador há muito tempo e realmente pelo jeito em que as coisas foram organizadas em que o grupo de trabalho fez as propostas e particularmente quando em julho eu acho eh saiu Julho evidentemente do ano passado eh saiu aquela com muito com muita repercussão aquela evidência lá do lago CF isso dava a sensação para quem não pertence à organização internacional do das geociências eh dava uma sensação de que tinha não só tinha surgido esse consenso no grupo de trabalho como que era provável que no âmbito
da da organização também eh estivesse tivesse caminhando esse consenso e quem tava mais PR dentro provavelmente sabia que não era bem assim mas eu tenho a impressão que quase todo mundo foi agora esses dias saiu na Folha de São Paulo uma entrevista com o rockstrom ran rockstrom e ele quando a pergunta foi sobre antropocena ele disse que ficou chocadíssima no início não sei o qu depois no fim da resposta dele ele ameniza isso dando um passando a impressão ele não diz o que eu vou dizer mas passa a impressão de assim a males que vem
para mim quase quer dizer como se fosse uma tremenda de uma racionalização do pós choque pós choque e que foi a negativa né foi uma negativa tão pesada não só pela votação naquela subcomissão mas é mas sobretudo porque eh os argumentos etc levam a crer que não não será tão cedo que o assunto vai voltar a ser discutido Não nessa organização depois a a sil vai poder me corrigir se eu tiver falando coisas erradas a respeito da organização dos do do geocientistas no plano internacional mas Enfim então se alguém se referir por exemplo a sinopse
que tá lá na na agenda vai ver que ali é o que aparece é uma interpretação assim de que a resistência dos geólogos estaria ligada a um apego deles com o cânone e que vamos dizer não serviria para eles não seria suficiente para eles para esses que julgaram que aquelas evidências lá que foram apresentadas as estratigráficas do Lago cranford que aquilo seria suficiente para definir uma época né coisa muito séria definir que o holoceno terminou e que começou uma outra não e todo mundo sabe que é uma coisa que que precisa ser vista com muito
cuidado pela pelas geociências pelos geólogos então eu tenho a impressão que o recado foi do tipo eh não as o processo não amadureceu o suficiente para que a gente tome essa decisão mas ao mesmo tempo mostrando que assim não vai ser na não é que não é nesse congresso vai ser no próximo é que realmente eh eu tenho no momento eu tô eu eu resumo a questão assim mas quando eu escrevi a sinopse que tá lá que que eu tô me referindo a ela o tempo todo eh eu ainda não tinha visto por exemplo essa
reação do do rockstrom e não tinha tantas informações como eu tenho agora sobre de qualquer forma eu confesso e é por aí que nós vamos começar eu confesso para vocês dois que ainda para mim é um imenso ponto de interrogação porque que depois de eu não vou dizer depois de 20 e tantos anos porque quando o [Música] foi feita a proposta lá atrás gbp depois saiu na Nature etc durante um bom tempo eh não houve muita coisa mas a partir da criação do grupo do grupo de trabalho que resultou inclusive de um posicionamento dos britânicos
quer dizer os professores de Geologia das Universidades britânicas tinham já tido uma posição muito firme sobre isso sim é o antropoceno começou e nós pisamos definir isso quando foi etc e foi a partir dessa dessa posição muito incisiva dos britânicos que foi organizado esse grupo do trabalho e então pelo menos de 2009 a 2024 na o que a gente ia observando tal parecia ser só o pessoal só tá burilando a proposta que eles vão fazer e organização porque H as resistências inclusive que tinham surgido lá atrás os mesmos que vocacion Aram agora a oposição já
tinham a época desde aquele período escrito inclusive em jornais eu tenho artigos do Lemond por exemplo em que esses principais opositores já diziam eles faziam uma acusação um pouco mais chata eles diziam que que isso era uma proposta política e que não estão insistindo tanto nisso agora uma coisa é você dizer que tão fazendo uma proposição que é mais política do que científica e outra coisa é dizer Olha nós achamos que não chegou a hora ainda não não foi suficiente o amadurecimento para que a gente T uma decisão dessa envergadura agora eu imagino que grande
parte das pessoas eu vou terminar por aí antes de passar a palavra José Augusto não interesse apenas o o o aspecto que vai ser esclarecido mais pela Silva né que é essa dinâmica dentro das geociências mas evidentemente tem uma série de outros aspectos nessa nessa discussão porque praticamente todas as humanidades científicas aderiram demoraram um pouquinho do meu ponto de vista mas aderiram a essa ideia então hoje é meio difícil de você poder citar Acho que nem sei se tem alguma disciplina que que seja das humanidades que não lide com essa noção né e o outro
aspecto é que na medida em que a discussão demorou tanto tempo nos cursos secundários de geografia obviamente já eu estive em cursos secundários de geografia aqui do São Paulo convidado para falar de antropoceno né então os professores de geografia eles introduziram aluno sobre isso essa discussão claro que se tivesse sido formalizada aí isso ia entrar nos livros didáticos etc não é o caso mas evidentemente do mesma forma que contagiou vamos dizer não sei se a palavra correta todas as humanidades científicas também já entrou profundamente no próprio ensino secundário inclusive nem sem falar do ensino universitário
claro então isso para dizer que vamos dizer o assunto é muito mais amplo do que a dinâmica que levou a essa rejeição do antropocen que motivou então [Música] eu eu organizar essa conversa aqui e mais uma vez quero agradecer os dois de terem topado e por terem topado e e evidentemente dizer que é um imenso prazer com vocês numa conversa como essa que eu tenho certeza que vai ser muito esclarecedora e muito útil para os que eu já mencionei principalmente os nossos colegas professores mas também os professores do ensino médio enfim todos os que de
uma maneira ou de outra estão antenados aí nessas nesse tipo de questão Zé eu vou te chamar de Zé para facilitar tudo bem né char eh você pode dizer nessa sua primeira intervenção o que você achar melhor mas evidentemente também eventualmente se referia a essa pequena introdução que eu fiz que e foi um péssimo resumo da sinopse eu peço à pessoas que Leiam a sinopse que ela tá bem melhor do que essa introdução improvisando bom então em primeiro lugar eu agradeço o convite Eu admiro muito o trabalho do José Eli e da Silvia então é
um prazer est aqui nesse bate-papo a três né e e a ideia da da Crise existencial do antropoceno é um título muito interessante muito inteligente e então eu eu acho que pra gente discutir ah algumas ideias iniciais assim do que eu venho refletindo a respeito e estudando a respeito pra gente discutir a Crise existencial do antropoceno eu acho que é importante diferenciar o antropoceno histórico do antropoceno geológico né quando esse conceito foi lançado pelo Paul crutzen que é um prêmio Nobel da química é significativo que ele não lançou numa revista científica eh ele lançou num
boletim de divulgação eh e ele e e dentro de um programa que não é um programa eh geológico era um programa chamado o programa internacional de geosfera e biosfera né então só a incorporar a biosfera já fica claro que ele não tava querendo dialogar ele não tava tão eh preocupado com a estratigrafia geológica se ele tava se referindo a algum Campo científico esse campo científico muito amplo muito eh criativo e indefinido que a gente chama hoje em dia eh sistema Terra ciências do sistema terra essa tentativa de integrar a biosfera geosfera e a vida humana
também não é dentro dessa dessa grande transformação então ele ele ele tava interessado eh no debate público sobre o assunto eu acho que ele lançou querendo um debate público eu tive oportunidade inclusive de ver uma apresentação dele em 2013 no encontro da associação europeia de história ambiental em Munique e tava claríssimo que ele não tava muito interessado no no nos protocolos científicos divisões de áreas da ciência ele tava muito mais preocupado com a situação planetária com a com o problema planetário já tinha ganho nobil não tinha mais nada a buscar em termos de de carreira
ele tava tão preocupado que nessa apres presentação Ele disse que ele tava estudando agora para valer eh geoengenharia porque se chegar a uma situação de uma crise eh muito grave sem a política internacional conseguir resolver eu pelo menos como químico geoquímico eu vou apresentar aqui propostas que a gente possa fazer um um uma saída de emergência a partir da tecnologia Isso mostra que ele estava interessado num debate bem amplo e e e e é uma uma coisa que qualquer Historiador observa quando você cria um conceito eh não ele não criou sozinho obviamente mas ele ficou
marcado né como divulgador do conceito ainda mais um prêmio nóbel ou um sujeito influente e eh você não tem mais controle sobre o que vai acontecer com aquele conceito ele ele vai embora ele vai se desdobrando sendo apropriado socialmente pelos mais diferentes atores e e Campos e instituições eh a gente pode observar isso na palavra Ecologia também né que veio se expandindo se expandindo eh no no no século X XX e então ele esse conceito ele começou a ser utilizado por eh eh cientistas ligados a essa ideia do sistema terra e também nas humanidades na
história a história ficou muito interessada porque tá falando de periodização não é tal e e quando eh isso veio se espalhando Então essa isso que eu chamo vamos dizer um antropoceno histórico né o todas essas manifestações as mais diferentes na ciência na academia na política na na na cultura na na no Imaginário e a Crise existencial desse antropoceno no sentido amplo num sentido histórico eu acho que ela não é uma Crise existencial diferente porque eh a gente vê pelo contrário muita vitalidade e a Crise existencial Talvez seja a definição do do termo né aí surgiram
vários termos capitaloceno anglos seno eh plantation seno cada palavra captando um aspecto diferente dessa grande transformação histórica porque a minha hipótese é que o antropoceno conceito o uso do conceito o uso social do conceito cresceu tanto porque ele ocupou um vácuo conceito uma lacuna conceitual que que palavras como globalização modernidade etc não estavam mais dando conta dessa transformação enorme que aconteceu eh na relação humanidade e Planeta né Essa inclusive isso que o a própria ideia do antropoceno Traz essa esse entrelaçamento muito forte entre humanidade e Planeta que tá ligada ao crescimento enorme da população das
forças produtivas etc a a partir de meados do século XX bom agora outra coisa é o a Crise existencial do antropoceno geológico né E aí eh um pouquinho de história da ciência é importante eh eu acho interessante observar o seguinte Apesar de que eh ele não lançou o debate no campo da geologia os geólogos alguns geólogos influentes brilhantes resolveram capturar né a a a discussão eh capturar no bom sentido não no sentido de exclusivismo mas que aí tem uma questão até eh semântica na medida que ele feno Ele trouxe paraa estratigrafia geológica né é um
ótimo um termo assim muito interessante rico antropoceno mas traz para a estatigrafia geológica E passaram-se aí Alguns anos os geólogos começaram a refletir Será que isso é uma ideia que que que faz sentido Será que isso tem eh uma base na estratigrafia geológica E aí por volta de 2008 na aí na sociedade geológica de Londres e e muito puxado por um um um geólogo importante chamado Ian eh zalit que não é muito fácil falar o sobrenome dele mas o Zazu ele Ele publicou com um grupo de geólogos assim nós estamos vivendo no antropocena um artigo
em 2008 muito eh influente né e e a partir desse artigo aí a a subcomissão eh de estratigrafia do quaternário eh criou então um grupo de trabalho para para estudar o assunto e E aí o assunto aí que o assunto veio paraa estratigrafia geológica né e começou a ser trabalhado só que aí tem muitas coisas inovadores toda essa discussão vou terminar aqui essa primeira tem muitas outras coisas a falar sobre isso mas eh com essa discussão no antrop nós estamos vivendo coisas inéditas coisas novas tanto em termos de história de Transform ações históricas quanto de
história da ciência então criar por exemplo um grupo de trabalho pro antropoceno foi uma coisa inovadora e mais ainda porque esse grupo de trabalho foi interdisciplinar não é trouxeram inclusive gente das humanidades o o historiador ambiental johne e e e outros né participando Então foi uma abertura foi um experimento muito grande esse e que que trabalhou com muita seriedade né e e e num determinado momento a isso a crise estancial que a gente tá debatendo aqui é porque isso se chocou né com a estrutura da institucional digamos da da geologia internacional ele foi como se
todos sabem foi vetado o avanço da discussão no próprio eh eh na na própria subcomissão do do do quaternário e isso aí então é um problema é do do conceito ou é um problema da institucionalidade da do do dos protocolos da investigação geológica né agora não resta dúvida que foi um balde de água fria né eu eu pessoalmente Acho até que seria bom que o assunto não tivesse sido abortado tão cedo pelo menos que continuasse sendo discutido e mas isso a a Silvia tem condições de de colocar melhor aí essa essa posição eu ten muitas
outras coisas falar a respeito mas vamos na na sequência aqui no bate-papo a gente vai trazendo sim com certeza foi muito boa essa sua primeira colocação eu vou fazer uma pequena observação antes de passar para Silvia talvez até contribua para eh só para repor um pouco o que aconteceu de fato com o cruts naquela reunião do igbp lá de cuernavaca em 2000 uhum na verdade pelos relatos que eu vi ele ficou ouvindo principalmente paleontólogos que não paravam de se referir ao holoceno e ele que nem tava como se disse estava em outra e tal ele
uma hora ele se irritou e e falou do Nós não estamos mais no no holoceno falou assim da da no meio da reunião que nem era vez dele falar ele tava nitidamente cansado de ouvir falar em holoceno ali e discordando quando ele disse isso assopraram para ele a palavra antropocena ele nunca tinha ouvido falar Hum E quem assoprou o stormer e o stor era ge porque ali tava todo mundo tava pessoal da de um de um da geociências e o pessoal da das BIOS etc Uhum E o acho que aí quem teve um papel muito
ativo em seguida foi aquele stiffen que acho que é um dos que você se referiu que di dizer pegou e e Resolveu levar pra frente antes do do tal do zala que é difícil de pronunciar Mas enfim eh se não for se se não for bem isso você vai poder me corrigir em seguida no momento eu nós estamos precisando é que a Silvia dê a explicação que Todos esperam dela você tem que pôr o seu microfone viu C sim eu só tava aqui com ele fechado para não atrapalhar né os barulhos do ambiente também aqui
da rua que às vezes invadem né quando a gente faz essas reuniões bom eu também agradeço né o convite a oportunidade de estar aqui com vocês né o Pádua já estive junto em bancas em eventos em outras coisas também conheço bem o trabalho admiro Zi também né estar aqui nessa não é tão presencial mas é mediado e e e bom e dizer que além de eu est né agradecer aqui o convite dizer para todo mundo que eu relutei em aceitar porque eu não me enxergo como alguém com capacidade para ficar falando do antropoceno né disse
isso pro Zé Eli Ele falou não imagine não vamos insistiu ele enfim me ganhou E aí eu vou tentar aqui dar a minha modesta contribuição eu vou começar pelo por essa talvez essa reflexão final do do Zé Augusto eh em relação a o ineditismo ou a novidade né do grupo de trabalho do antrop cino porque eu acho que isso é uma razão muito importante até para a reação que vai se manifestar que se manifestou eh na votação na subcomissão né do quaternário eh o normalmente né e tradicionalmente os trabalhos de definições gráficas que nunca foram
tranquilos né Tem um livro Fantástico né já de com 40 anos de idade aí ou mais do Martin rudrick se chama a grande controvérsia do devoniano ele escreveu quase 500 páginas para falar de todas as disputas em torno de você estabelecer o devoniano né que hoje para nós to se a gente fala da coluna estratigráfica Bom devonian enfim parece Óbvio né Mas a disputa ali que ele ele ele ele disseca né Essa disputa Então nada nunca eh nessas nesses nessa no estabelecimento da coluna estratigráfica Foi algo tranquilo né o próprio quaternário né que engloba aí
o holoceno e o antropoceno né informal noral como queiramos eh só foi formalizado em 2009 no mesmo ano em que se criou o grupo de trabalho mas ele vinha sendo usado desde da década de 1860 mais ou menos em paralelo com um outro uso que depois caiu em desuso mas durante muito tempo foram usados conjuntamente a expressão dilúvio que é não é o dilúvio eh eh do Noé né não é o dilúvio bíblico que houve geólogos que acreditaram nisso e outros mas sim era chamado dilúvio dos geólogos porque falava tratava das camadas de sedimentos inconsolidados
moles né Areias etc então coisas bem recentes que ainda não tinham se se transformado em rochas então Eh esses debates sempre existiram mas dentro da própria comunidade entre os seus pares né mais conhecidos o grupo do antropoceno vai trazer eh historiadores historiadores ambientais vai trazer forte o pessoal de ciências humanas né e e e esse pessoal que lidera do ponto de vista mais geocientíficos né o o impronunciável Né o zavi vski e e e outros que tão Wats eles estão em departamentos mais de geografia né Se você pegar todo o grupo que que assina os
papers né Tem uma variedade grande gente de departamentos de teologia então isso e eu acho que trai um pouco essa questão da dessa Cultura né que é uma cultura institucional e de categoria profissional que é mais pesada as áreas também né a gente tem essas essas demarcações de território relativamente Claras né em muitas áreas e e a resistência a você se abrir para os outros né dito isso eu acho que existem também algumas outras questões e aí a obviedade de Que ciência é poder conhecimento é poder né então assim definir você ser o grupo de
definidor de uma nova época geológica período enfim eh os os eh o grupo de trabalho propõe como épo eh envolve uma é é algo poderoso né Eh então por exemplo você definir que é aqui e não ali onde vai se colocar a Golden Spike né a a o espeto Dourado ali o Pim Dourado para marcar que daqui para cima nós estamos num outro período numa outra era num outro enfim marcar uma descontinuidade um limite estratigráfico Crono estratigráfico lito estratigráfico é algo eh também eh Poderoso se a gente olhar do ponto de vista da sociologia da
ciência vou aqui citar um artigo relativamente recente que me chamou muito atenção H um tempo e eu reli agora o debate que tem um nome sugestivo saiu na revista Critical inquire eh que se chama né the o Sultão e a Golden Spy né então a a pesquisadora acompanha o grupo né que tá trabalhando com a fauna de ediacara né que é a mais antiga evidência de vida que a gente né encontra nos registros querendo marcar isso no ã né na no no emirado lá de Oman e o Sultão tinha todo interesse as petrolíferas estavam todas
interessadas nesse nessa marcação né que no fim não acontece Ali vai acontecer em outro país e vai acontecer na China e os geólogos chineses ficam então muito felizes estavam ali também no grupo de trabalho porque a Golden Spike na China num uma certa localidade que eles definiram eram atestado um reconhecimento Nacional da qualidade do trabalho deles né então Eh eu não não estudei não estudo o o o grupo do do antropoceno ou a subcomissão do paternal mas eu acho que é um tema né para projetos de pesquisa de sociologia da ciência para esmar esse essa
imbricação que a gente sabe que existe entre eh conhecimento técnico né as questões políticas e as disputas acusação de fraude né no momento da da votação o anúncio de que o grupo iria fazer um recurso né então também já que os anteriores né que críticos soltaram artigos nos jornais Por que não agora você entrar com um recurso né E vamos rediscutir vamos passar L que essas puxadas de tapete sempre acontece né eu mesmo assisti H 40 anos uma situação muito divertida não vou falar o nome agora já tenha passado 40 anos foi o congresso brasileiro
de Geologia na UFRJ lá no fundão né em 1984 colega né veio para mim e para Margarete Lopes que é conhecida ela tava acompanhado de um amigo dela de Outra área que tinha ido lá se encontrar com ela e esse colega Então geólogo chega muito assado e a gente pergunta mas por que não vai ter a discussão a votação da nova Diretoria da subcomissão de máficas e ultramáficas rochas máficas e ultramáficas são ricas em ferro magnes enfim compõe o fundo Oceânico mas não só disputa de poder nas na função da Sociedade Brasileira de Geologia pelas
rochas máficas e ultramáficas esse colega que não era da área tava com a a Margarete ficou assim desacreditou do que tava acontecendo né não é possível que as pessoas né em plena ditadura ainda que a gente táa as pessoas disputem esse nível de poder né então isso é uma questão agora dentro né Eu acho que tem visões e tem críticas a questão do antropoceno que eu acho que merecem ser levadas em consideração aqui no nosso debate né eu ao ao que felizmente ao contrário de alguns anos atrás hoje a gente não tem pelo menos publicamente
claramente pessoas que discordam da ação da do impacto ou da influência da ação humana nos nos processos e na dinâmica do planeta né acho que isso é um ponto consensual onde que alguns Fantasmas talvez apareçam para uma parte dos geólogos E pelo que eu vi alguns inclusive da subcomissão do paternal eu acho que a gente tem dois eh aqui olhando pela pela ge pela geologia a gente tem eh duas questões uma é a própria questão do tempo né o tempo para os geólogos é um tempo longo a gente brincou aqui antes né O que é
um minuto tá também né na na na na chamada aqui da do debate né dessa conversa então os geólogos tendem a pensar nas transformações de longo prazo né então talvez quer dizer para alguns é muito pouco 1950 1950 tenha evidências e indícios muito claros ou ou ou concentrados mas eh vem a outra ideia né junto que a questão junto um tempo longo e uma repulsa ao que muito durante muito tempo Dominou a geologia que é a visão do catastrofismo né Tudo se dá né E que um algumas versões do antropoceno principalmente usadas por não geólogos
tendem a adotar uma visão de catástrofe ou catastrofista né Eh que é assim momento por exemplo você diz que o o terremoto aconteceu quer dizer ele acontece agora mas ele se gestou agora ou as tensões acumuladas na litosfera por exemplo em falhamentos continentais ou no encontro de placas tectônicas de diferentes tipos oceano oceano oceano continente etc eh aquelas tensões estão se acumulando Há quanto tempo no tempo geológico e explodem num evento eh rápido né ou a mesma coisa para o vulcanismo e paraas outras coisas que nós como humanos percebemos como instantâneas então Eh Será que
a grande aceleração esses dados todos que apontam muito claramente porque eu acho que o grupo do antropoceno tem dados muito robustos né Tem informações muito robustas muito convincentes mas em que medida isso não provém de um modo de apropriação do Meio natural né que alguns remontam por exemplo a expansão né do do expansão Colonial da década de né da do século X XV eh ou eh enfim pouco mais para frente Revolução Industrial Então como que a gente põe a base será que isso não não é já consequência de uma outra eh de um modo de
de de se relacionar E aí a ciência tá muito presente né porque a revolução científica concordemos com esse nome ou não tem gente que diz que não existe esu até livro para dizer que isso não existe né o stev shaping eh você você foi transformando o modo de se de lidar com a natureza de se relacionar com ela que vai de Fato cinar né em situações gritantemente eh de de de de de presença humana eh del etérico né Eh eh com interferências negativas no no meio né E aí eu posso falar depois mais um pouco
né conforme o devote for andando mas eu acho que tem também gente que traz a crítica eu já vi críticas de arqueólogos a noção do do antropoceno curto né eles preferem a ideia também alguns arqueólogos um antropoceno mais longo né Então aí pouco talvez eh diferenciado do holoceno Em algum momento teria que ter essa essa marcação é agricultura enfim esses debates que já vem já faz AL um tempo as críticas mais recentes dos estudos pós-coloniais que aí eu acho que trazem um ponto pelo menos pra gente refletir né no como vamos aprender é com propostas
de geoengenharia tecnocrática né não tô fazendo uma crítica tô só mencionando eh Zé Augusto né É por aí ou nós vamos nos abrir e tem filósofos da ciência também defendendo isso historiadores defendendo nós vamos nos Abrir epistemologicamente epistemic gente Há outras formas de conhecer e outras formas de lidar com a natureza que não são as causadoras desses impactos não é se a gente pensar nas populações nativas os povos originários eles tem outras relações né eh e e os problemas que vivem são em geral levados pelo nosso modo de vida eh ocidental né e exploratório né
independentemente de chamar de Capitalismo ou não então eh eh são são críticas quer dizer eh em que medida esse conceito vai vai se abrir né a ideia de antropoceno vai se abrir para isso eu acho que tem potencial no que tinha no grupo de trabalho no desenho do do grupo de trabalho tinha um potencial para isso né na medida em que tem vários eh cientistas humanos lá né mas enfim são debates eu acho para tentar apontar um caminho né enfim por aí então para antes de passar a palavra ao ao Zé Augusto eh eu queria
de qualquer jeito a eu pude de certa forma concluir que vocês dois deram argumentos pra gente concluir embora não tenham dito isso por isso que eu tô fazendo essa de que houve uma espécie de deslegitimação da ciência do sistema Terra quer dizer essa a ideia de ciência do sistema Terra ela é anterior à proposta de antropoceno vem lá do tempo ainda antes que nem existia o igb e ela foi crescendo não sei o quê nunca se firmou muito eu confesso para vocês que não gosto dessa expressão sistema terra eu não lido com isso há muito
tempo e não não não acho Por isso até na acho que na sinopse aí usei a expressão complexo terra para Mas enfim a tal da ciência do sistema Terra era a a casa de grande parte dos que estavam no grupo de trabalho né então vamos dizer a decisão acabou contribuindo não para deslegitimar Como eu disse porque isso não é possível mas assim não ajudou em nada se é que havia um processo palatino de legitimação dessa nova ciência Isso foi um bque muito grande porque uma coisa a partir de um determinado momento uma coisa tava muito
identificada com a outra mas eh Zé Augusto você retoma do ponto que você achou que deveria retomar aí Você comenta Ah o que a Silvia tá e não necessariamente se pauta pelas observação que eu acabei de fazer não Não tudo bem só que a Silvia levantou a mão ela levantou a mão tá mas mas eu posso falar depois também eu ia só fazer um comentário eu dei uma interrompida porque você estava falando há muito tempo então para que fique mais ou menos 15 minutos não vou passar pro Zé Augusto depois eu f as coisas uma
questão é uma questão de estil uma questão de estilo pessoas assim que vão emendando uma coisa então para que não fique depois faltando tempo para nenhum dos dois eu não a última coisa que poderia acontecer é isso a gente chegar no final e faltou tempo para Silvio faltou tempo pro Zé Augusto não tem que garantir que seja vai lá acho que eu vou procurar falar agora eh na sequência dialogam com o que vocês falaram eu acho que ajuda a gente avançar nessa nessa discussão né Eh primeiro esse ponto de ciência poder sociologia da ciência que
envolve indivíduos também de carne e osso né Eh toda essa antropologia do fazer ciência e e a questão institucional e a questão de poder eh eu confesso que eu fico surpreso em relação à à decisão da da da subcomissão do quaternário mas eh eu não eu eu não me não surpreendi totalmente eu achava que essa discussão ia demorar muito muito muito né quando a gente vê que o holoceno como você falou foi chancelado em 2008 200009 né agora eh eu conheço algumas pessoas dentro do do do grupo de trabalho do antropoceno e elas me comentaram
comigo algumas coisas aqui que entram no no aspecto da inside information aí como o que o o Zé L deu a respeito do do stormer né Eu não conhecia isso eu eu eu eu conhecia que ele tinha dito Vamos parar de falar de holoceno nós estamos em outro momento estamos no antropoceno agora que o stome tinha soprado ali no ouvido dele é uma informação muito muito interessante de qualquer maneira os dois assinaram juntos o esse o lançamento do conceito né mas o que eu ouvi é o seguinte primeiro o jogo foi muito pesado foi surpreendentemente
pesado esse jogo aí de disputa sabe de luta de política acadêmica e científica foi muito pesado e e algumas coisas saltaram aos olhos por exemplo o fato do crutzen não não vir da geologia pesou né mesmo de ser um centista renomado e é assim um Franco atirador na Geologia no jeito de Fora lança um conselho depois um ponto importante é que diz que dentro dos protocolos né da estratigrafia você primeiro levanta informações estratigráficas substantivas e aí você cria o conceito para ah dar ali chancelar aquela aquela aquela nova proposta e no caso o conceito foi
lançado antes né isso incomodou muito realmente o conceito foi lançado antes uma uma intuição né de um de um grande cientista mas uma intuição que ele joga assim depois ele elaborou um pouco na Nature fez um artigo na Nature Mas enfim ele lançou aquela intuição agora isso aí é uma coisa absolutamente comum na história da ciência né Eh quantas vezes você tem uma intuição de um conceito e demora décadas séculos né Para que aquilo seja comprovado a ciência também a ciência avança de baixo para cima e de cima para baixo também se é que se
pode falar assim né a a a intuição a capacidade sintética é muito grande agora então e essas duas coisas já eram um um um problema grave né o por outro lado e aí eu eu como Observador de fora eu fico surpreso deles terem abortado a discussão tão cedo na na institucionalidade da geologia porque por outro lado nunca a a a geologia foi tão sexy né eh quanto na discussão do antropoceno a geologia foi né virou um assunto internacional todo mundo discutindo qual vai ser o veredito qual vai ser a discussão Então até em termos de
política científica né de fortalecimento institucional eu fiquei surpreso porque eu achei que eles iam levar essa discussão longamente né e e isso ia a gente estava pacientemente acompanhando essa essa eu fiquei muito surpreso de ter sido abortado e ter sido abortado é significativo foi uma uma atitude eh conservadora eu acho e dentro dessa discussão e de poder e ciência né vamos becar vamos sair da discussão né e e você sair de uma discussão tão tão atraente sexi como essa é uma coisa né é uma vitória de uma atitude eh muito fechada muito conservadora até porque
muitos geólogos estão envolvidos nessa pesquisa né o E então esse ponto é é é é importante agora a questão do tempo que você mencionou eu eu é uma questão realmente eh que tá dentro dessas novidades dessas coisas inéditas eu acho que a gente tá vivendo é claro que a estratigrafia trabalha em épocas o famoso tempo geológico né o próprio holoceno né se a gente pensa assim dentro do quaternário o pleistoceno são dois e mais de 2,5 milhões de anos né você tá pensando numa época muito longa não paraa geologia mas para pra história né para
o o essa ideia do antropoceno aí 10 11.000 anos já é uma uma coisa né Eh bem bem mais focada né bem mais restrita como marco temporal você realmente eu entendo isso Você propôs já uma nova época né Eh 10.000 e Poucos Anos depois eh a partir de 19 50 é é o o estranhamento é grande no entanto se a gente pensa historicamente em termos de história ambiental as transformações de 1950 para cá foram muito maiores em vários aspectos do que tudo que aconteceu antes né somado então nós estamos vivendo um momento novo e e
e algumas pessoas argumentam e eu eu concordo que momento um momento novo busca tem que chamar novas metodologias tem que chamar no criatividade né Por exemplo eh tem um ponto que que pega eu acho muito aí que é o seguinte que a questão não só da da de como são recentes esses eh registros essas assinaturas né esses registros eh estratigráficos assim na na na rocha né Mas a questão da Preservação disso pro Futuro né porque di assim são registros tão eh tão curtos de tão curta duração como é que você Pode garantir que esses registros
vão continuar numa numa longa duração aí pro futuro e se esses registros desaparecerem por algum fenômeno né Eh inclusive terremotos e coisas assim aí a base científica fica prejudicada Então esse ponto da Preservação pelo que eu conversei com é é um ponto que pega muito né os registros São recentes e a a preservação ela é uma especulação pro Futuro né quando em coisas relativas ao passado você tá vendo eh eh transformações que aconteceram H milhões dezenas centenas de milhões de anos então o futuro o futuro tá presente né que é é o que e o
o o o salav eh sal salov né ele diz assim isso que hoje parece diacron no futuro vai se ver que é sincrônico né agora a gente não pode falar isso agora porque isso tá acontecendo né Agora eu entendo que isso é um problema para PR pra geologia né agora também eu fico pensando o o seguinte aqui eh por outro lado a capacidade que nós temos hoje de registrar eh e materialmente esses essas assinaturas esses Eh esses remanescentes est gráfico é enorme no passado não tinha todos esses instrumentos de não é de de computação eh
de sensoreamento de medição você tira ali da da daquela da da coisa ali da Rocha mas e compensação você traz para um um um uma precisão de conhecimento eh imaterial eh muito grande né então será que a gente precisa continuar eh tão focado na questão da preservação dos registros não sei se tá clara essa essa ideia ouou uma novo momento tecnológico pode levar a uma nova maneira de de pensar o assunto né Eh então eu acho que essa Crise existencial aí ela porque eh eu até escrevi Nesse artigo que foi mencionado aí no no no
início tá no Livro 1 nomes de Gaia que independente do do veredito no na união internacional de ciências geológicas o tema ia continuar sendo debatido e e discutido pelas humanidades pela história ambiental pela inclusive pelos vários Campos de ciência Eu concordo com Zé al essa questão da do sistema Terra assim se a gente tem uma eu uso essa ideia num sentido bem amplo assim de diálogo interdisciplinar transdisciplinar ent diferentes eh Campos de conhecimento para pensar a situação da terra né agora se isso chega a ser uma ciência integrada né um conhecimento sólido integrado aí já
já é outra coisa mas esse diálogo é é uma coisa muito rica né a a partir do eh da Virada do do do milênio e e também esse é um ponto que eu costumo eh colocar e até escrever a respeito Ah tem aí uma historicidade tecnológica também porque esse essa questão da visão do antropoceno só apareceu quando foi possível construir modelos computacionais que que que permitiam visualizar os indicadores eh biofísicos os indicadores sociais no num numa em quadros muito sintéticos né então não só a quantidade de informação disponível mas você conseguir agregar isso tudo tem
aí transformações históricas culturais científicas mas tem transformações tecnológicas também foi aí que eles visualizaram eh eh naqua naquela naqueles vários projetos né de tentar sintetizar dados planetários é que eles visualizaram que estava acontecendo uma mudança uma mudança muito forte e e a partir daí que vem o termo grande transformação bom grande transformação eh é o terma do Polan que que eh foi usado o o John mcneil tinha em mente né quando Ele propôs o termo grande aceleração homenagem ao a um grande Historiador né então assim o os ventos o o os ventos da a grande
transformação se transformaram no no furacão da grande aceleração agora a Silvia tem toda a razão a a a a história não tem rupturas radicais se sem a sem as a revoluç industriais não teria grande aceleração sem a expansão europeia provavelmente não teria a Revolução Industrial então agora se a gente vai remetendo muito lá para trás você chega na na né na na origem da da humanidade e E é claro que aí tem que ter uns cortes também que não são rígidos mas esse corte da grande aceleração ele traz mudanças quantitativas realmente impressionantes impressionante por isso
que ah esse foco ali eu acho do grupo de trabalho vamos pegar onde os dados quantitativos são são a caix pantes né humanidade subiu de 2 para 7 bilhões de pessoas em em 70 70 anos bom só para contribuir aí a bola passo a bola para vocês pra gente ir conversando tá aí eu passo imediatamente para Silvio que deixo as minhas observações para mais tarde eh obrigada eu ia reagir a algumas coisas eh mas eu acho que o o o Zé Augusto traz bem eh essa esse ponto da do tempo recente do tempo longo a
a escala de tempo eh histórica e a escala de tempo geológica né e eu vou juntar isso com a questão do inesperado do ineditismo e da novidade né do antropo Eu acho que o nosso desafio atual né imersos Justamente na no momento de definições então né É difícil aqui na nessa história do tempo presente é fazer é é ousar pensar uma combinação das temporalidades né quer dizer eu acho que essa a a geologia que assume que o homem é um agente geológico né isso eu eu tive no meu curso de Geologia geral nos anos 70
a última aula no primeiro ano a última aula desse curso dessa disciplina chamava o homem como agente geológico né ainda com toda a marca o homem né não o ser humano eh a marca de de gênero eh então assim essa consciência né de que o homem atua e transforma ela começa a aparecer assim livros no século XIX né o o livro eh do Marx sobre o homem e a né e a transformação a a a a a a superfície do planeta transformada pelo pelos seres humanos depois vai aparecer a ideia eh da noosfera com o
Vernes aqui né E até o tear do Jardan vai inventar a cristos Fera a esfera da religiosidade acima da esfera social então assim essa Mas é difícil ainda dentro dos protocolos né de uma ciência tradicional como a Geologia e também de uma ciência como a história né conseguir eu acho que a história Talvez consiga fazer isso mais facilmente conseguir fazer essa interpolação talvez que a gente precise das escalas de tempo de temporalidade para poder assumir que 70 anos né são um limite possível né para a base de uma de um novo de uma nova época
geológica né ou de um novo período enfim seria mais época ou ou um andar né época mesmo eh então assim todo mundo ainda tá tateando formado nas suas tradições né intelectuais epistemológicas etc a questão da tecnologia que você trouxe por esse lado eu acho muito relevante né quer dizer primeiro é uma aceleração tecnológica que permite cálculos demonstrações e geração de produtos né inclusive visualiz que que são muito eloquentes são muito convincentes né mas ao mesmo tempo é essa tecnologia que eh tá presente numa camada talvez que a gente possa chamar de já foi chamada de
tecn né o de quinário os pensadores marxistas Já chamaram de de tecnófilo inclusive uma nova uma nova ciência né O um cara do Max plk Instituto e o que é a Geo ANR opia ou seja onde você vai casar e integrar então para além de uma ciência do sistema terra que eu acho que eh ainda eu eu não gosto também da palavra de sistemas mas eu acho que ela tem o seu papel para mostrar eh a as interrelações e as interdependências e as codependência entre os dier as diferentes esferas né então a eu acho que
ainda é válida eu não invalidaria a ciência do sistema terra né quando Zé falou isso não não não tá na na minha perspectiva mas ele tá propondo né E aí os historiadores da ciência que conhecem bem né Ou pelo menos tem que conhecer bem essas mudanças tecnológicas tem que avançar né em algo que vá eh além dessa dicotomia entre o o natural e o eh e o ou artificial dizer proposta dele é radicalmente incorporar a tecnosfera como mais uma das das esferas do planeta e fazer uma reconciliação e não eh os humanos versus a natureza
destruindo a natureza mas transformando e vamos tentar entender como a gente consegue transformá-la de uma maneira que não seja essa maneira eh deletéria né mas que a gente consiga pensar alternativas que caminhem para uma ele não usa a palavra sustentabilidade né porque tem muitas implicações Mas enfim que que que pense um outro futuro né que não não seja esse que tá desenhado aí por muitos modelos Enfim então acho que tem várias várias questões aí para para para nos nos juntando né nos unindo questão do tempo e compatibilizar esses essas percepções E essas definições de de
tempo de temporalidade são acho que o desafio mas talvez paraa geologia Beleza Zé Augusto é eh Então vamos lá eu eu acho que um uma uns pontos também aí que que a gente pode colocar para para continuar dialogando eh porque eu acho que um ponto interessante que que eu que eu quero trazer como uma pergunta é por que a a comissão Tomou essa atitude de brecar o Disc abortar a discussão dessa maneira né não levá-la nem adiante dentro da comunidade lá da da da união internacional das ciências geológicas né eh e e e existe aí
uma bom e existe um problema eh per pera a que eu eu eu ah deixa aqui então retomei aqui desculpa eu tinha perdido o fio da mina retomei eh quando eles tiveram a a a tomar a decisão de fazer um grupo mais amplo o grupo do antropoceno de trabalho no antropoceno ser mais amplo eles então trouxeram ali essa essa essa interdisciplinaridade esse diálogo interdisciplinar da típico da da do complexo terra né ou do sistema terra mas eles optaram por seguir os protocolos isso isso eu acho que é uma coisa significativa aqui que eu queria trazer
para nosso pro nosso debate eles porque eles chegaram a ensaiar eh propor uma coisa totalmente diferente fazer uma uma uma abordagem diferente mas eles no final dentro lá da dinâmica do grupo que que ess a dinâmica desse grupo de trabalho antropoceno vai merecer muitos trabalhos de sociologia né de sociologia da ciência e e a relação do do grupo com com eh as esferas mais altas aí na na institucionalidade que como eu falei foi um jogo muito pesado né E olha a pessoa que me falou isso tem muita experiência é Foi presidiu várias associações ele não
não sabe ele para dizer que foi um jogo que ele não tava acostumado de tão pesado assim fala muito a respeito né da do do do do do que aconteceu mas se a gente observar Eles tentaram seguir os protocolos do do as regras que vieram se estabelecendo aí para agora algumas coisas que eles vieram especulando colocando e mostrando evidências não tinha como seguir o o protocolo totalmente então por exemplo eh tudo eles tentaram encontrar lá a Golden Spike né tentaram agora eles eh Pelo que eu sei eh eles deram muita mais ênfase à questão química
do que a questão dos fósseis né que parece que é uma um um critério fundamental aí o ponto de partida a questão dos registros fósseis eh mas o tempo é muito curto para registros fósseis né essa que é a questão das da da da novidade o tempo é muito curto para registros fósseis só tem registro fóssil de plástico né isso tem bastante sim sim mas aí entrou essa outra questão da preservação da da durabilidade desses registros né se Eh esses registros são realmente sólidos na na na estratigrafia do planeta ou se eles vão né E
essa é a questão porque você não Pode garantir você tá Você tá projetando pro Futuro né você pode dizer olha tá acontecendo no presente essa inclusive novos minerais né Novas Novas camadas rochosas que não foram construídas pela pela ação geológica do planeta foi construída pela ação pela pelo entrelaçamento com o ser humano né então já na questão química tem a questão do do da radioatividade né da da da das explosões nucleares e de você poder eh buscar eh assinaturas a partir da e e depois eles tentaram eh tem tem um problema que que esse problema
eh esse no no um artigo aí que que eu que eu escrevi que apareceu aí no in chamado localizando a a história do antropoceno o caso do Brasil que é uma tentativa de aterrizar em termos de análise histórica essa discussão do antropoceno tem uma questão de fundo aí quando você sai da Geologia e e entra nesse debate Mais amplo que é o seguinte a a na Geologia se dá muita eh importância a a sincronia né você não entra numa época por partes ou ou o planeta tá numa nova época ou ele não tá numa nova
época né a coisa tem que acontecer ali como uma unidade me corrige se eu tô se eu tô enganado e na história isso mesmo é a porque você correlaciona é a sincronia Ela É assincronia né agora no no na história As coisas são diacrônicas né as grandes transformações não acontecem sim ou não e aqui no planeta inteiro elas vão acontecendo eh em elas existem fenômenos de difusão eh fenômenos de de imitação fenômenos de eh de influência direta exógena ou transformações endógenas e e e tudo isso vai levando por exemplo a economia capitalista não surge no
planeta todo ela vai se expandindo surge em algum lugar se expandindo eh o o fenômeno da globalização foi foi conexões vieram se construindo ao longo de séculos né então eh eh Essa questão aí do antropoceno eu eu também conversando com eh inside information aí com algumas eh pessoas que eu conheço lá no grupo eh eles falaram o seguinte olha uma coisa que incomodava muito ao aos geólogos é essa questão eh de que tá histórico demais essa né Apesar de que a geologia não deixa de ser uma ciência histórica né mas história assim na longuíssima duração
tá histórico na na na curta duração 70 anos o que que vai acontecer daqui a a 100 anos daqui a 200 anos né O Ian falou assim essas transformações vão tá aí daqui a 100 milhões de anos né Elas são tão sólidas tem um livro de 2019 que eles apresentam ali as evidências de um é um guia mesmo né ah eu posso eh buscar aqui o o título desse desse livro que eu que eu não cheg a a a a a a ler esse livro mas eh eu vi a a referência eh é alguma coisa
assim o antropoceno como um novo tempo geológico um guia para as evidências que eles colocam de uma forma eles fizeram um trabalho muito sólido eh dentro do que tava possível e tentando dentro do possível também seguir os protocolos né e por isso que eles ficaram tão eh desapontados a a eu eu sei que foi muito eh o desapontamento foi muito grande e e e inclusive pelo pela pelo score né assim a a a quantidade de gente que votou contra foi muito surpreendente e e eles sentiram também que não tava num determinado momento esse eu vou
concluir aqui a minha essa parte aqui num determinado momento eles sentiram que a institucionalidade geológica tava não querendo continuar ess a discussão achando que ela tava subversiva demais que ela tava ah rompendo com os protocolos quando eles estavam tentando seguir os protocolos né a isso é um ponto de sociologia aí de história da ciência interessante até onde o o é subversivo ou não eles estavam tentando fazer um trabalho eh dentro do do dos protocol Mas algumas coisas não dava porque a situação é nova e eles sentiram uma má vontade tão grande que que essa questão
da da por exemplo da que foi falada mas que não foi não foram seguidas as regras isso é um uma coisa parece líquida e certa não foram seguidas as regras eh uma pessoa me disse assim em outras associações que eu até presidi se se a coisa fosse tão fora das regras assim você eh eh anulava tudo e recomeçava e e eles fizeram recurso e a e a união internacional de Geologia respondeu o seguinte mas mas todos os que votaram são são especialistas em estratigrafia geológica Mas a questão não é essa a questão é que as
regras ali não foram seguidas então quando eles sentiram que até as regras não serem seguidas eh foram aceitas foram né ao invés de anular e recomeçar o processo que poderia provavelmente Seria o mesmo resultado ou um resultado parecido mas pelo menos tinha que fazer de acordo com as regras então eles sentiram que natur conjuntura da da da da da da da institucionalidade científica internacional da geologia que não significa que muitos geólogos né não concordam com isso mas não tem como avançar agora ess foi uma atitude surpreendente por esse pelo que eu já comentei aqui é
um assunto muito era uma forma de divulgar né de aumentar o perfil público da da geologia tremenda então isso diz muito a respeito da eh do medo de perder o poder do medo de perder os protocolos a maneira de fazer isso até em termos profissionais em termos acadêmicos institucionais não sei agora eh olhando de fora eu pessoalmente acho que foi uma bola fora da geologia geologia é que perdeu uma oportunidade jogou fora uma oportunidade que ela tava tendo né Eh prejudicou o debate mas o debate vai continuar a busca de evidência vai continuar e eles
saíram se retiraram do debate dessa maneira né então é uma pergunta até que eu faço para vocês dois né Por que que eles se tomaram essa atitude tudo bem alguma coisa aqui até a resposta Já já meio que apareceu mas eu acho que tem mais coisa aí nesse eh nessa situação né Não sei se um uma perda de segurança que é um problema que tá acontecendo no mundo inteiro na política também né os alices estão sendo rompidos aí dá essa sensação de segurança se apegam a a aos velhos padrões que que vocês acham aí vamos
O que que você pergunta vocês sobre essa atitude como é que vocês bom eu eu acho que a Silvia que vai poder dar uma boa resposta sobre isso eu queria aproveitar para acrescentar uma questão eh Até porque eu tô olhando o relógio e no fundo nós não temos tanto tempo quando a gente pensa 2 horas é demais até mas passa ó durante esses anos todos foi muito comum do lado das humanidades que pessoas escrevessem sobre antropoceno reclamando do que seria uma espécie de Ditadura do geólogo o cara Queria fazer discussão sobre isso sobre uma nova
época uma mudança de época ou coisa parecida mas não queria aceitar necessariamente não é aceitar protocolo nada disso não queria aceitar a ideia de que a definição estivesse a cargo da geologia bom essas pessoas em geral tentaram inventar outros termos e nenhum pegou nenhum colou Se tivesse algum tivesse pego não sei se vocês vão concordar com isso mas se algum dessas alternativas foram lançadas tivesse minimamente sido aceito ou coisa parecida agora seria uma hora de dizer bom então já que o seno é um sufixo muito ligado à Ciência geológica e não cabe quem tá fora
dizer o que que eles têm ou não que fazer nós vamos passar a usar outro termo Mas isso não vai acontecer porque não surgiu nada de co de novo e e e agora pode ser que vire o contrário vire uma birra uhum por parte do de muitos nas humanidades se ficar querendo afirmar o antropoceno e tal só porque os geólogos enfim eh com a palavra Silvio então eu eu queria ter eh ia falar antes vou falar eu ia falar mas em relação a essa parte mais final eh eu não tenho condições efetivamente de dizer por
né quer dizer o que eu conheço da comunidade de geociências de um modo geral de Geologia de um modo geral mais específica é que predomina um conservadorismo né Ele é predominante sim então para mover né É é é sempre mais difícil né para poder por exemplo entrar a questão da geologia ambiental né A questão ambiental dentro da geologia isso teve resistências também resistências aqui no Brasil resistências fora do Brasil então Eh é lento essa mudança que eu acho que algumas outras eh profissões também T outras comunidades profissionais também T né essa esse conservadorismo assim para
reagir o que eu ia falar antes na questão do da sincronicidade de e da diacron né é a zoologia é diacrônica também né e a marcação dos limites estratigráficos é que pretende ser sincrônica só que ela é sincrônica dentro do tempo geológico então um erro ali de eh 200.000 anos 1 milhão de anos mal aparece quando você tá com os grandes pacotes de rocha coisa que no tempo da história isso eh representa muito né ele ele não fica eh sumido ali dentro do do possível erro da adapatação da calibragem né então daí eu tenho ter
falado da na minha última eh na minha última intervenção desse desafio que é a gente repensar a questão do tempo procurando integrar a temporalidade humana se o né Se o ser humano é um agente geológico né se ele tá dentro do planeta a sua temporalidade tem que de alguma forma se integrar e ser compreendida na temporalidade mais Ampla a gente tem que poder fazer esse jogo de escalas com a cintura mais flexível né porque eh é muito cintura dura né assim a gente desde jovens assim aí a educação não ajuda quer dizer a gente não
é formado educado para trabalhar em em de uma maneira multiescalar nem na escala do tempo nem da na escala eh do do do do espaço né na escala espacial e na escala temporal né as coisas estão todas conectadas né então assim eh precisaria radicalizar essa percepção das escalas temporal e espacial e espaço temporal né mas a educação precisa disso a educação ind ciências precisa disso trazer né acortar infelizmente ela é Ela é muito deficitária principalmente aqui no Brasil né Muito ruim você mencionou né que se o antropoceno fosse definido né o Zé Zé Eli mencionou
isso vai pros livros didáticos tal mas muitas vezes vai pros livros didáticos e é o capítulo que pula professor não sabe ele pula ou não dá tempo ou não garante o fato de tá no livro didático não garante que aquilo seja ensinado e o outro passo né aprendido né Então nesse processo aí conjunto enfim você Zé você quer falar não tenho tanta coisa para falar né a gente precisa calcular é que não fique nenhuma ideia importante sem entrar nos próximos 20 minutos vamos dizer assim tem questões para chegando ou não porque aí também a gente
não comeu tempo de de questões que tenham vindo não não se tivesse chegado eu já teria avisado vocês mesmo que elas entrar que o que tem acontecido com a Minha experiência é que tem chegado muito pouco e às vezes chega muito tarde um e-mail muito longo tem coisas do tipo nem sempre a gente pode aproveitar mas eh eu tenho a impressão que a maioria das pessoas Aliás não não é impressão Isso é uma informação que eu podo dar para você dessa experiência de fazer eventos de 2 horas no ia é que as pessoas entram e
ficam 10 minutos Uhum E aí serve para elas decidirem o seguinte isso eu vou ter que ver de novo o vídeo quando o vídeo tiver disponível ou não Não Era exatamente o que eu esperava sensação que dá essa então o que pode acontecer que depois surjam questões que sejam de endereçada a cada um de nós por e-mail etc acho que não vai aparecer aqui não ok então a gente não tá roubando o tempo dessa em princípio não mas agora chegou é mas enquanto o Zé fala eu vou dar uma espiada aqui no que que chegou
para formular para vocês em seguida Tá bom então eu eu eu acho que vale a pena a gente continuar pensando um pouco nessa questão do tempo né Eh na Perspectiva da da história ambiental eh quando a gente estuda a história aí da da humanidade das sociedades humanas passado com com o mundo né Eh com com diferentes lugares do planeta etc eh aconteceram acelerações até uma das críticas que é feita a ideia da grande aceleração é que no passado aconteceram acelerações muito grandes também agora aí há uma diferença de escala tem tem uma imagem muito boa
eu não me lembro quem criou essa imagem não me lembro se eu eh aqueles ecólogos lá do do início dos anos 70 que começaram a trazer essa discussão ambiental para pro pro debate social mas eh tinha uma imagem assim que você tem uma piscina e uma planta dentro dessa piscina que vai dobrando de tamanho cada 24 horas então ela demora muito tempo para chegar à metade da piscina né só que quando ela chega na metade da piscina você pensa assima Vai demorar muito tempo para ela completar a piscina mas quando ela chega na metade mais
de 24 horas né ah eu acho essa imagem muito sugestiva na época do do crescimento exponencial etc mas que vale para isso ah a diferença da da grande aceleração que pode ter acontecido outras acelerações mas a grande aceleração partiu de uma base eh que já tava se elevando muito né do do dos dados então é o salto foi muito forte então a a relação aí que eh na Perspectiva da da história ambiental na maioria dos historiadores ambientais aí é que aparece a questão do planeta e não a questão da natureza Porque toda a história humana
toda a vida humana é entrelaçada com o que a gente pode chamar natureza mas natureza é a natureza eu vejo hoje natureza é tudo quanto existe né É É a própria existência e e o movimento da existência por quê Claro tem as antigas definições que dizem o que é criado pelo ser humano não é mais natureza mas porque o o o o CS Lewis ele tem uma uma ele definiu uma maneira brilhante com uma anedota tão simples que ele disse o seguinte que uma formiga eh se as formigas desenvolvesse raciocínio filosófico elas diriam que a
formiga que o Formigueiro não é natureza e a cidade de Londres é natureza né ou seja uma espécie definiu o que eu faço não é parte da natureza e o que todas as outras espécies fazem é parte da natureza né quer dizer é mas mas você fazendo essa Desculpe te interromper mas acho que é o momento é que são quentes é é o seguinte que e eu ao contrário eu tenho impressão que ten uma tendência inversa à sua eu abomino essa uso excessivo da palavra planeta que o planeta vai ficar aqui até o sol deixar
é muito mais tempo do que a gente nem se fala mas assim do que a vida aham se tem alguma coisa que tá em jogo não é a natureza é a vida sim sim entende eu não sei o que que as formigas no caso filosofariam sobre a vida mas assim e toda essa ênfase que tem sido dado ultimamente o tempo todo salvar o planeta não sei o quê a gente viia encontrar alguma maneira de mostrar para essas pessoas que se tem alguma coisa a ser salva é a vida não não eu Concordo totalmente com você
não é esse ponto que eu tô é um outro ponto eh que eu tô querendo expica melhor então é eh o bom sobre aquela imagem do CS Lewis pode-se dizer mas a formiga não tem raciocínio filosófico né mas o que eu quero dizer é é o seguinte eh tudo isso faz parte da da da das manifestações da existência e E de tudo que vai acontecendo na história na história da biofísica na história do do mundo né agora essa questão do planeta aí não é a questão de salvar o planeta não é que na Perspectiva da
história ambiental essas até agora até a grande aceleração principalmente normalmente é você modificava a natureza num sentido muito amplo mas não tocava nas macroestruturas do planeta a a ação humana não tinha a capacidade de tocar nas macroestruturas do planeta elas modificavam profundamente regiões eh desflorestação de enfim eh todo tipo sedimentação todo tipo de coisa eh a ideia de que sai da natureza para o planeta É nesse sentido de que começa a tocar a a a a fazer transformações que tocam as esferas do planeta eh com mais intensidade tocam a atmosfera tocam a biosfera algumas esferas
mais do que outras né agora eu Concordo totalmente com você que a ideia de salvar o planeta é uma ideia é uma ideia absolutamente superficial né agora isso traz a questão eh do holoceno justamente né que a gente pode pensar assim o holoceno é uma temporalidade pequena na história do planeta mas tudo que existe de vida humana complexa de cidad de sociedad estratificadas é aí nesse nesses nesses 11.000 anos né Eh até até sedentarização agricultura né então Eh são o que eu quero dizer é que o a longuíssima da geologia quando a gente pensa na
temporalidade histórica eh ela é importante mas vão acontecendo acelerações que faz com que os 11.000 anos do alocen ten um significado histórico eh pelo menos em termos da ação humana maior do que do que talvez o pleistoceno com 2 milhões meio de ano e os 70 anos da grande aceleração tem uma uma mudança enorme em 70 anos em relação até aos 11.000 anos na média do do holoceno né então esse problema aí de de jogo de de escalas de temporalidades é é é um dos problemas que eu acho que a gente tem que eh que
prestar atenção nesse nesse diálogo agora eu esperava que que a geologia entrasse nesse diálogo sabe com mais como ela entrou quando criou o o a geologia que eu digo a institucionalidade internacional né porque tem associações sociedade de diferentes posições da sociedade de Geologia Eh agora e que ela entrasse nesse diálogo interdisciplinar trazendo a sua visão os seus protocolos o seu conhecimento da longuíssima duração etc etc né e e isso teria sido uma coisa eh a continuidade disso teria sido mais rico eu acho em termos de história da ciência da história em geral do da da
história do momento atual do que ela se retirar mas isso isso já foi falado né De qualquer maneira só para encerrar aqui essa parte eh eu eu ouvi uma definição que eu acho interessante e diz assim o antropoceno é uma grande transformação histórica ambiental né que toa em em escalas biofísicas muito amplas a geologia do antropoceno é estudar pelo menos da maneira como é como é hoje nos protocolos atuais como essa transformação deixa remanescentes ou assinaturas na nas camadas rochosas né e e de uma certa forma é isso que que os geólogos falar nós só
nos interessamos Por Esse aspecto aqui então como você você falou silv eles não negam que a transformação tá acontecendo uma transformação enorme né ambiental histórico ambiental enorme Mas a questão é isso está produzindo remanescentes estratigráficos sólidos essa que é a questão né E que houve uma interrupção eu acho desse diálogo que deveria continuar por mais tempo Ah mais uma coisa algumas pessoas estão falando que que e aí eu acho que o rockstrom vai nessa direção Zeli que você falou que na verdade o que nós estamos vivendo eh é uma transição pro antropoceno então que a
gentea não taria isso plenamente no antropoceno então tem até uma certa razão eh dessa negação da da pela geologia institucional Apesar de que tem esse esse correlato aí dela sair do debate que é muito ruim eh se retirado o debate mas ah que nós estaríamos vivendo uma transição uma transição para o sendo pleno Ou seja a intuição do do é boa mas ah nós estamos vivendo uma uma transição Isso é uma maneira interessante também de de equacionar Néo eh eu te pergunto Silvia tua vez né eu te pergunto se eu leio as perguntas que chegaram
antes ou eu leio logo em seguida eu vou ser muito breve eu queria comentar duas coisas só do que o Zé Augusto falou né aqui que eu acho que são importantes uma é que eu acho que nacionalmente né no âmbito eh Global né Mundial internacional a geologia entrou no debate para cortar né então Esse resultado é uma entrada no debate E aí diz chega né que não vai avançar muito mais e mas acho que assim o o o modo de voltar discutir é uma pressão de fora é porque é o que você falou Zé quer
dizer as outras áreas estão usando o antropoceno caiu aí no no gosto né tá no já nesse nesse nessa parte essa questão mais específica dos terrenos e das evidências nos nos terrenos né no eh é muito pouco tempo para como você falou né para ter por exemplo fóssil de plástico Você tem o tem o registro dos plásticos etc mas não tão ainda fossilizados amente Para poderem se preservar né mas o pessoal que trabalha né com geologia de Engenharia e que usa a ideia do o fundo de barragem assoreamento em barragem né Eh deslocamentos por sismicidade
induzida pelas barragens terrenos de Terraplenagem denotação e eh aterramento em outros lugares são todos marcas né Muito Claras eh de das da das transformações que humanos estão fazendo na superfície mas o tempo é curto para ter se solidificado como rocha né então eh e aí eu acho que o conservadorismo fala mais alto né enfim só falar mais uma coisinha rápida aqui eh porque esse ponto que o Zé falou do planeta é muito importante eu não completei o raciocínio eh o holoceno eh Todos nós sabemos né é um momento muito bom assim é um momento muito
estável muito na na na história do planeta então Eh quando a gente fala de salvar o planeta né uma visão muito superficial mas eu acho que o que faz um pouco mais sentido é pensar eh em essa tentar evitar que essa configuração relativamente estável e boa eh do planeta paraa vida humana paraa civilização humana ela paraas civilizações humanas ela se mantenha né E então é é salvar não um planeta mas uma certa configuração agora essa configuração tá mudando ela tá mudando pelo próprio movimento histórico e a palavra antropoceno indica isso né Por exemplo mudança climática
na média da né E isso e esse tipo de questão Eh aí eh eu acho que aí que a gente pode trabalhar melhor essa questão uma determinada configuração do planeta e não salvar o planeta salvar o planeta nem a vida do planeta né a vida do planeta vai continuar por muito tempo e e é mas é o que tá em jogo é esse muito tempo que a vida continuaria ele pode eventualmente ser abreviado a discussão é essa até que ponto nós como espécie estamos criando força para abreviar demais esse tempo que a vida em princípio
teria porque é claro a gente sabe que muito antes do Sol apagar tô falando rápido eh por exemplo vai acabar a água eh então eh não é só a nossa espécie que vai aí antes que antes que as pessoas se assustem alguns bilhões de anos pra frente né se tudo correr dentro mas eu acho que quando a gente tá discutindo época como antropoceno se ela tivesse sido definida o tempo seria indefinido e milenar milenar n concordo Isso é uma uma escala bem diferente daquela com com a qual a gente tá acostumado a raciocinar quando a
gente usa a expressão grande aceleração né grande aceleração é b primeiro pode Talvez seja passageiro sim agora mesmo mesmo que ela passasse o antropoceno continuaria né n sentido do interessamento pois é pois é por isso que não dá para eh associar uma coisa necessariamente a outra eu acho que conceitualmente também é interessante pensar em vez de salvar o planeta salvar a as civilizações humanas complexas né a possibilidade da gente viver uma vida complexa que o holoc facilita né na vida do planeta as civilizações humanas complexas a ficha que caiu é que paraas civilizações poderem ter
um respiro elas precisam saber e agir pelo fato de estarem indo contra a vida claro né então é o seguinte nós chegamos num ponto de civilização altamente sofisticado etc mas ao mesmo tempo nós estamos conspirando contra a vida nesse TRE que chamo de planeta nunca subos tanto e nunca nunca fomos tão conspiratórios é essa é a grande contradição posso ler as perguntas eh então primeira que chegou é da Laura luidi que eu conheço bem que é doutoranda na Unicamp faz uma tese sobre a natureza em Marx e ela mandou seguinte pergunta Vocês acreditam que o
avanço das múltiplas formas de negacionismo científico últimos tempos eh pode ter tido influência sobre essa relutância da subcomissão em adotar o termo então aí é se o quanto ou não pesou no Esso a o negacionismo que vinha aumentando negacionismo científico H segunda pergunta Daniel Freire Costa eh O que vocês acham de pensar o antropoceno não como uma época geológica mas como um fenômeno de captura das sincronicidades dos regimes de troca da biosfera a diacron da história eh depois essa aqui é uma quarta que vai passar na frente da terceira porque a terceira me chegou por
e-mail eh sou professor de história em Pernambuco e pretendo trazer a temática paraa sala de aula estou lendo a respeito para desenvolver uma tese doutorado a despeito das controvérsias em tornos do antropoceno que aqui tá em letra minúscula Então já poderia dizer pro colega que precisa ser em maiúsculo acredito ser este um tema gerador de análises interdisciplinares capaz de promover novas formas de pensar a existência os modos de viver e de reinventar o futuro na medida do possível a questão que coloco para o grupo é o antropoceno deve ser um tema que Deva assumir uma
presença consistente não só no debate acadêmico mas também no ensino básico e aqui a outra que eu preciso ir pro meu e-mail que é do Rafael Marx que recentemente eu mandei para vocês dois um trabalho que ele fez que é bem completo com muitas ilustrações etc né Eh o sobre o debate do antropoceno Crise existencial o antropoceno é de f fato uma quebra de barreira quase que inevitável mediante os últimos anos de atividades humanas Isso é uma afirmação contudo sobre o futuro estamos em uso formal ou informal do conceito quais soluções a enfrentar na problemática
complexa da quebra dos sistemas naturais pelo antropoceno bom confesso que a leitura assim é difícil né mas eu espero que vocês tenham captado o suficiente para comentar eventualmente nós Ainda temos uns 20 minutos e eu vou passar a palavra agora a Silvia né certo na ordem Ok não posso eu posso vamos você me ajuda aí Zé Eli se eu vou lembrar de todas acho que a primeira essa questão dos negacionismos eh eu como eu disse né Eu não entendo dos detalhes da comissão não conheço não acompanho isso né Eh do que eu vi li entendi
eu não eu diria que não que esses negacionismos mais Gerais aqui na na sociedade não tiveram essa influência né Eu acho que eu atribuo muito mais a uma cultura conservadora uma resistência H algumas questões que não me parecem assim tão sem sem sentido né embora como o o Zé Augusto aqui tenha tido um jogo pesado né Mas algumas pessoas ali dentro discordam talvez da base do antrepo nos anos 50 querem recuar essa base enfim mas não me parece que seja o o o negacionismo né quanto a a terceira questão eu acho que absolutamente tem que
fazer parte do ensino básico fundamental né eh justamente trazendo dados trazendo a discussão de uma maneira adequada para as faixas etárias né para para pros níveis cognitivos né das crianças dos jovens dos adolescentes e acho que o fato de estar ou não formalizado eh enfim ajudaria se tivesse formalizado Mas eu acho que não é um impeditivo porque como eu disse desde o começo acho que o o o o o con feito Tá circulando já há bastante tempo ele já tá apropriado cada vez mais né então Eh inclusive trabalhar essa questão quer dizer Tá na mídia
mas não foi formalizado bom mas isso pode Não pode a ciência também caminha assim né Zé Augusto lembrou enfim existem essas essas eh todas essas possibilidades Então eu acho que sim é é é fundamental e acho que é um conceito com um potencial de interdisciplinaridade muito grande né tá no pelo um artigo com uma orientando a minha de Mestrado que acabou de defender eh ela vem da área de física é uma reflexão sobre a segunda lei da termodinâmica do ponto de vista histórico né e as relações e e as implicações né da segunda lei da
termodinâmica para o questão ão do planeta as emergências planetárias a questão da complexidade dos processos e do antropoceno né então a física trografia favor por favor por favor depois manda referência porque esse assunto ele ele tá aceito na cadernos brasileiros de ensino de física a a primeira autora minha aluna é Luiz trivisol eh de Assis mas eu mando para você o o o pré print né eh eh O terceiro eu acho que a A Última Questão a quarta né que veio por e-mail que é do Marques e a segunda eu vou pedir depois para você
relembrar que eu perdi não tô lembrando eh eu acho que essa se eu entendi bem o que você tá trazendo o conceito com a o o o síncrono o diacronismo ET e a e e a questão social eu acho que essa é a definição Digamos que já tá apropriada pelas ciências humanas eu acho que a gente para no meu no meu entender eh é importante a casamento mais claro com a com a parte mais eh dura da ciência com a geologia com as geociências ali né então Eh eu enfim eh eu acho que esse entendimento
que você trouxe Sim já ele eu acho que ele tá presente nas humanidades eu entendi bem a questão né e mas tá faltando a definição se ajeitar e se ajustar com os aportes da geologia Qual foi a segunda questão é eu vou reler mas eu confesso que eu não entendo eu releio o que vocês acham de pensar o antropoceno não como uma época geológica mas como um fenômeno de captura das sincronicidades dos regimes de troca da biosfera era a AD diagon dade da História Moderna acho que trabalhou em cima de uns comentários que o Zé
Augusto fez né mas eu mas tá confuso é é isso eu não sei acho que essa esse entendimento é o entendimento que é presente na na história ambiental eu acho que ele já tá até colocado né Eu acho que precisaria amarrar terreno Mas enfim S uma coisa no meu no meu segundo livro da trilogia que é uma antropocen e as humanidades eu tentei mostrar o máxximo possível como que as humanidades foram reagindo Mas como as humanidades mesmo que eu fique só nas humanidades científicas que foi o que eu fiz é um É imenso não sei
até que ponto até que ponto eu conseguir dar conta disso mas acho que o principal tá lá né então eu remeto o o colega que fez a pergunta a a consultar eventualmente posso ajudar Fala Zé Augusta com você Então pegando essa última questão a que ainda tá fresca mais ou menos aqui o único reparo que eu faria é o seguinte eh você pode pensar antropoceno fora de de uma época geológica como você falou né agora eu eu vejo que a diacronia da história humana tem a a a a a história do mundo da natureza do
mundo biofísico que é diacrônica também eh é cada vez mais a gente vê isso que a gente chama natureza como transformação como dinamismo permanente é claro que em escalas Diferentes né a o mundo da geologia também é uma transformação só que numa escala muito lenta e então eu eu vejo mais como uma uma entrelaçamento entre a diacronia da vida das sociedades humanas e a e as diacronias do do mundo biofísico mais do que uma captura da sincronia do mundo biofísico né é isso eh de uma maneira assim muito rápida eh mas eu acho que eu
entendi o que você quis falar eu só vejo tudo como movimento tudo como movimento né e eu queria só chamar atenção para o seguinte aspecto acho que é importante Nessa altura até porque nós temos pouquíssimo tempo uhum eh o essa coisa de simplesmente descartar que seja geológico Não concordo não só porque o o debate surgiu do jeito que você nós falamos bastante sobre como surgiu como reagiram como interpretações de como por que os geólogos acabaram rejeitando né mas é o seguinte na definição geológica do holoceno um dos aspectos fundament é a chamada estabilidade climática uhum
depois de uma era interglacial você tem uma bom primeiro você tem condições climáticas que permitiram agricultura cidades as civilizações e assim por diante tudo que é que a gente considera ser a história humana eh da Agricultura para cá é no hocen não quer dizer que o hocen tenha sido super estável uns momentos no meio aí meio tal mas foram passageiros né Eh A grande questão é que eu acho o seguinte é que a ciência climática e principalmente o ipcc tem mostrado reiteradamente cada vez mais de que de fato nós não estamos eh em situação de
estabilidade climática mais Uhum Então se esse critério for usado se ele seria suficiente para dizer Opa talvez a gente já esteja transitando ou sim mas enfim eu não abriria mão de que o uma nova época com esse nome ou outro venha a ser definida pela própria geologia agora agora nós nas humanidades vamos continuar usando na falta de outr pressão vamos continuar antropoceno né É foi boa essa é foi boa essa qualificação Eu também não não não tem o menor desprezo de forma nenhuma pela geologia acho muito importante que que a comunidade geológica continue discutindo isso
e talvez chegue é uma questão de uma época o que eu respondi no sentido que eu acho que mesmo que a geologia não participar esse debate vai continuar nas outras áreas não depende da geologia nesse sentido saum agora também eu concordo com a Silva Eu acho que o negacionismo não é numa comunidade como essa de geólogos não é a questão não é o negacionismo eh é o estilo do do negacionismo que que aparece por aí né o que eu acho que talvez tenha alguma relação é é é o oposto é uma é é uma ideia
de que eh tem que reafirmar os fundamentos os protocolos duros da ciência porque a ciência tá ficando muito pop muito frouxa eu acho que alguns geólogos podem ver o debate no antropoceno nesse sentido e aí a gente fica num problema porque ao mesmo tempo que é muito importante afirmar a ciência contra o negacionismo E é claro que que pensamento pós chamado pós-moderno contribuiu pro negacionismo não há como negar academia teve uma parte nisso aí e a gente agora se assusta que a gente nunca sabe as consequências da da história Outro dia eu vi um um
sujeito no YouTube defendendo a Terra plana com um discurso que parecia Foucault eh sabe dizendo der é der ridar não o poder e o poder tá ligado ao conhecimento então o poder qu é que você CREA que a terra é é uma esfera e não liberte-se do Poder investigue para ver que a Terra é plana bom Zé eu folgo folgo em saber que você tem tempo para ficar assistindo esse tipo de coisa né Não não eu vi por acaso eu vi rapidinho brincando eu fiquei meio surpreso daquele negócio ali fiquei pasmo né Mas o negócio
é o seguinte Mas é uma sintonia fina é um problema que ao mesmo tempo que a gente afirmar a ciência não é também a gente voltar uma ortodoxia tradicional essa questão da inventividade criar novos métodos novos conceitos é fundamental né então é uma sintonia fina né da ciência sim mas não precisa ser uma ciência tão conservadora bom nós temos menos de 10 minutos então eu queria dividir eles para entre vocês dois para vocês falarem as palavras finais o que vocês quiserem não precisa mais se basear em Pauta nenhuma eu só falei só tem uma questão
Ach são duas perguntas tinham duas outras né que eu nem sei sei mais se agora perdi aí é a Silvia tentou responder todas você escolheu Du não tá bom então então eu vou ficar com essas é além do que perguntas desse tipo no fim do evento eu não tô de memória aqui perdi um pouquinho mas agora nós não somos devedores de responder a perguntas que chegam no fim do do programa Mas é bom né ter essa interação É bom sim até para ver como é que as pessoas estão reagindo mas eu que isso só coisa
aquela aquela colega que você falou que estuda a questão marxista a pergunta dela era era sobre o que mesmo do negacionismo Ah ela é do negacion Vocês dois já responderam resp tá bom eh então esses 8 minutos vamos dizer assim que no máximo a gente teria uns quatro cada um eu queria que aí vocês tentassem realmente assim como é que vocês gostari I de fechar a participação de vocês antes de só despedidas agradecimentos etc assim ainda que com questões de conteúdo o que que eh não necessariamente faltou Pode ser que seja repetição de alguma coisa
para enfatizar não sei eu vou dar primeiro para Silvia e depois para você porque foi o contrário no início Então tá bom ok Não eu acho que eu vou trazer uma vou trazer uma coisa que eu só mencionei e não acabei não desenvolvendo porque também a discussão não foi por aí mas que eu acho que a gente tem que trazer para esse debate Bom eu acho que a gente tem que continuar refletindo né sobre Sem dúvida acho que vai continuar o antropoceno mas eu gostaria que também o lado da geologia eh não fechasse né quer
dizer talvez mudanças aí nas eleições os outros membros que vão chegar na subcomissão possam eh eh se abrir novamente né Abrir novamente o debate a perspectiva mas eu acho que a gente precisa também eh pensar no conceito eh refrescando ou enfim problematizando com o que os estudos pós-coloniais TM TM trazido sabe então eh eu acho que essa é uma questão importante então assim eh que de que humanidade a gente tá falando né De que modo de exploração do planeta de que modo de interação mas mais do que isso não para ficar apontando o dedo e
penando Sem dúvida o sistema colonial inteligo a exploração e a desigualdade produzida tem que ser condenados né mas em que medida ao abrir espaço né pelos que esses o espaço que esses estudos abrem para outras comunidades outras formas de ver o mundo outras epistemes nos ajudam a encarar esse futuro né da vida no planeta né como bem disse o Zeli não é o planeta que precisa ser salvo né é a vida no planeta então né Nós temos acho que muito a aprender com sociedades grupos populações que foram silenciadas que não são ouvidas né porque existe
um um uma ciência ocidental que predomina né então eh não vou jogar fora a ciência mas vamos abri-la para essa interlocução então eu talvez terminasse com dizendo isso né conando eu inclusive eh faço uma observação rápida para passar pro Zé Augusto é que o livro aquele segundo livro que apareceu na apresentação dele tem o título os 1 nomes de G qualquer coisa assim eu tenho a impressão que é muito dessa nessa linha que você tá procurando ressaltar não fiz é porque é o Eduardo Viveiros de Castro né E tem outras pessoas ali não é ooc
crena é isso teme diálogo já vai discutir com a ocen aqui que antrop né diga Pado última pela última vez esse livro tem isso também tem uma contribuição eh forte de antropólogos mas ele chamaram vários vários eh pensadores de diferentes áreas num num seminário e que deu origem ao livro né então tem vários enfoques dentro da do do livro ali de história de Filosofia de Antropologia é e o seminário foi em 2014 né estão saindo agora é só que os textos não são da época o meu texto por exemplo eu fiz foi refeito foi refeito
é agora eu acho que a questão então para concluir fundamental é que tá acontecendo uma transformação muito grande eh e e a palavra antropoceno tenta eh capturar essa transformação de alguma maneira definir essa transformação de alguma maneira eh ela não é a única né Você pode falar em modernidade em muitas coisas mas ela é muito forte Ela é muito sugestiva e eu acho que ela vai continuar sendo usada mesmo esse problema semântico de ser seno a gente vê que na história as palavras são usadas a sociedades e e e o e os atores fazem o
que querem com as palavras ninguém fica ninguém tem propriedade né sobre essas palavras né e e é muito comum usar palavras que vemm das ciências naturais e e e hã só uma coisinha não é que o que acho engraçado é o seguinte que esses que se revoltaram contra a expressão antropoceno ao propor alternativas Eles foram encher no prefixo não eles deixaram o seno e ficar alentando capitaloceno Sei lá o isso é quando quando é o seguinte se eu sou um alguém das humanidades e que não queram a ditadura da geologia ele tinha que ter proposto
uma alternativa que tirava o seno mas eles não queriam era justamente essa hisa antropo quer dizer a humanidade inteira mas não é a humanidade inteira que é culpada é por aí né É É mas aí é o seguinte também pesa a a a a poética da palavra força da palavra a palavra ser sugestiva né eu ouvi out dia vi uma entrevista do Ariano falando por que que ele usa armorial não porque é uma palavra bonita uma palavra forte aí depois é que você vai explicar ah por lá o armorial antropoceno quando surgiu Não era nem
um pouco bonito hoje em dia é mas ela se transformou né Eu acho ela forte antropoceno é uma palavra forte não eh é difícil sair dela a agora e como você falou até o seno né ficou forte ali como como comunicação tanto que eles usam seno né capitaloceno mas você sabe que tem várias outras propostas anteriores de caras aí que agora não vou lembrar mas que tinham tido a intuição a mesma intuição e tal e que propuseram outras palavras a Rigor durante um tempo na Geologia teve a proposta do quinário depois quinário o quinário por
exemplo que era esse para marcar a É verdade mas mas uma coisa que uma virada de era é interessante mas a coisa que a gente observa na história é que palavras pegam ou não pegam por por movimentos assim que às vezes são meio difíceis de de racionalizar inclusive né e a para etologia também tinha tinha alternativas mas pegou Ecologia pegou antropocen e não são os intelectuais que definem isso né ela vai a mais chocante recente é assim que eu noto é que a palavra correta que é ou expressão correta que é aquecimento global uhum tá
caindo em desuso total e eles usam demais assim mudanças é uma coisa tão genérica tão né É você tem toda a razão que isso que faz o que que faz pegar o não pegar essas expressões tem muitos fatores os mais diferentes Inclusive eu falei a própria expressividade da palavra ali mas mas o mais importante é que é uma época inédita é uma coisa nova é uma coisa nova e e ao meu ver a grande aceleração é o grande Marco mesmo da dessa coisa nova eh quantitativamente nova ah a intensidade a escala da presença humana no
planeta então não dá mais para nós termos Utopia sociais que não levem em conta isso ou propostas políticas ou propostas econômicas que não levem em conta isso então o importante é a gente perceber essa transformação essa esse novo momento Eh que que a gente precisa encarar esse novo momento e tentar entender ele de uma forma compreensiva e e não é que a palavra antropoceno seja mágica Mas ela é uma palavra que que pegou que tá continua pegando e e em relação a a à pergunta também né de usar isso como um momento da história eu
acho que tá acontecendo e e vai continuar acontecendo outras palavras provavelmente vão surgir Mas o mais importante mesmo é nós percebemos a intensidade da transformação que aconteceu eh com com o mundo do dos combustíveis fósseis da do capitalismo mas eh a de aceleração é é é uma mudança quantitativamente muito muito radical em relação ao passado essa que é a questão qual qual termo vai ser usado eh tem termo né termos melhores ou piores mas antropocena é um dos termos que tá pegando eu acho que tem mais uma que é assim a gente subestima muito acho
eu a probabilidade de uso de armas nucleares de um conflito nuclear de um inverno nuclear claro todo mundo sabe que isso é possível mas todo mundo lida com isso como se tivesse muito distante de poder acontecer tem um autor que trabalhou muito esse assunto que é o jeanpierre de pui e a partir daí eu inclusive entrei muito numa Associação americana que chama eh pelo controle das armas e tal eh isso fica fica meio assim não mas por exemplo se vier acontecer isso vai ser engraçada a discussão depois dos que sobrarem discutirem se mudou de época
ou não né é bom gente olha eu queria agradecer demais a ajuda que vocês deram a todos os que puderam assistir e mais ainda a todos os que vão assistir o vídeo em geral Quando essas iniciativas eu proponho no ia eu penso muito no em alguém que vai tá pesquisando sobre esse assunto e que vai poder aproveitar o vídeo mais tarde então eh a gente nota assim que é muito maior o acesso as visitas aos vídeos do que aqueles que têm a condição de acompanhar simultaneamente como eu disse em geral só só assistir um trechinho
e deixam para ver o vídeo Em outro momento quando eles tiverem mais tempo e provavelmente como a gente conhece bem a o tipo de dia a dia que a gente tem na universidade e tal assistir um vídeo de Du horas em geral alguma coisa você chuta pro fim de semana durante a semana é um pouco difícil mas é isso então mais uma vez muito obrigado e espero contar com vocês e numa próxima aí o o o Zé Augusto Não é a primeira vez que participa de coisas no ia já comigo mesmo participou pelo menos uma
vez inclusive daquela vez foi presencial né e a Silvia espero que você seja eh bem-vinda para uma próxima em que talvez por exemplo venha a ter algum tipo de coisa mais eh vinculada à tua temática com colegas é isso obrigada Z obrigada a todos Augusto não Só nos resta fazer tchauzinho prazer foi um debate muito bom Muito obrigado tau Foi sim