eu sempre quis mudar quis contribuir com a mudança na forma de olhar das pessoas para elas mesmas e pro mundo e eu sempre gostei de desenhar o trabalho que eu faço hoje ele me permite entrar em contato com muitas pessoas e consequentemente conhecer a história de muitas pessoas uma delas é do Dr Márcio Dr Márcio eu conheci no interior de Goiás Ele é especialista em hidrogeologia até então eu nem tinha ouvido falar disso ele pesquisa como que a água interage com o solo e ele foi contratado por uma empresa de mineração que trabalha no interior
de Goiás para explicar paraa população daquela região por que que a água de lá tava acabando em torno da mina e na mina não e aí o Dr Má como super especialista que ele era ele levou uma série de informações que para ele eram muito Claras ele levou gráficos falando da do índice pluviométrico ele levou imagens de satélite da área mostrando onde é que chovia mais onde é que chovia menos ele mostrou análises químicas do solo Por que que um solo eh recebia mais água e outro não e para ele tava Claro tava claríssimo aquilo
ele falava com uma segurança muito grande mas na plateia muito perto de onde eu tava sentado tinha o seu João e sua família o Seu João é um agricultor que tem uma fazenda perto da mina ele mora com a esposa e com o filho dele lá e o seu João olhava pro Dr Marcos com aquela cara de quem já estava acostumada a receber na região uma série de pessoas que eram especialistas mas que não comunicavam nada e aí eu percebi que naquele dia o havia um buraco ali que não era só o buraco da mina
que tava sendo falado pelo Dr Márcio havia um buraco da fal falta de entendimento a falta de entendimento que acontecia dos dois lados lado do lado do seu J da sua da família dele que não entendia nada do que o Márcio estava falando e do lado do Dr Márcio que não entendia a realidade do seu João a ponto de traduzir para ele aquilo que para elea Claro e eu percebi eu tenho percebido nos últimos 12 anos que eu trabalho com esse tipo de linguagem que a esse buraco da falta de entendimento ele existe em vários
meos eu percebo isso no médico Doutor em e entomologia quem sabe o que é entomologia né entomologia é quem estuda os insetos Doutor em entomologia que é especialista na antena do mosquito da dengue e ele precisa passar pra população como que a população se previne da dengue eu vejo isso às vezes no gestor que precisa dar um feedback pra sua equipe eu vejo isso no professor que precisa passar um conteúdo complexo pro aluno e isso sempre me incomoda esse buraco que existe e que é um desnível de informação entre as duas partes e por por
muito tempo eu tento achar formas de reduzir esse buraco da falta de entendimento entre as pessoas e aí eu já fiz bastante coisa eu já criei jogo para ensinar a ciência para adolescente já fiz desenho animado para explicar pras crianças como é que elas por que que elas não podem entrar na lagoa senão elas pegam xistose já fiz apresentação de PowerPoint pras empresas PR as pessoas falarem nas empresas sobre as metas já fiz cartilha para criança mas nenhuma dessas e tecnologias me deixaram satisfeito porque muitas vezes elas conam texto demais e não se aproximavam da
linguagem de quem ia receber aquilo Isso mudou e eu vou mostrar para vocês como é que isso mudou mas vou dar uns Passos atrás porque eu nem sempre desenhei ideia das pessoas eu já fui psicólogo porque aquilo que eu falei no começo eu não acreditava que aquilo que eu gostava de fazer realmente que era desenhar poderia mudar a vida das pessoas então eu procurei uma profissão que se encaixava um pouco mais no meu perfil que era de escutar bem as pessoas e falei vou ser psicólogo mas como quando a gente tem alguma coisa que tá
dentro da gente que é mais forte do que que a gente faz eu sempre por muito tempo sendo psicólogo muito tempo 2 anos eu ficava pensando Poxa queria era desenhar como é que seria minha vida se eu tivesse desenhando E aí eu jutei o balde e meu irmão trabalhava numa empresa de Educação a Distância ele falou Lucas tem uma vaga para ilustrador lá vamos lá fazer meu irmão Pô me incentivar para caramba só que eu eu nunca fui um desenhista eu gostava de desenhar e tem uma diferença nisso né você gostava de fazer uma coisa
né você gostava de cozinhar e você ser chefe então eu fui lá fazer eu lembro até hoje assim cheguei lá na empresa todo felizão e tal aí era uma empresa grande tinha 200 pessoas e a baia dos ilustradores assim tinha 10 ilustradores eu eu olhando pra tela de cada um assim cara desenhando um carro super cabuloso o outro desenhando um desenho de perspectiva eu nem sabia como fazer perspectiva perspectiva que eu tinha trabalhado Na na orientação profissional né perspectiva de vida e tal e aí eu fiz o teste para ilustrador eles falar desenha um personagem
desenhei eu né só saberia desenhar Eu não passei mas dei sorte que lá tinha uma vaga para designer designer como tá escrito aí porque na verdade eu entrei com como diagramador e pelo tempo que eu trabalhei lá eu acreditei me convenci de que eu não sabia desenhar porque eu via eu me comparava com as pessoas estavam lá e falava assim pô eu eu achei que eu sabia desenhar não sei não eu sei fazer boneco de palitinho e eles também falavam isso na hora do café eles falam não você é designer senta aí do lado pois
é mas O legal é que uma coisa me diferenciou deles dos ilustradores que tinham lá eu entrei em contato com uma área que se chama design de informações que ela busca por meio de elementos de design conseguir transmitir uma informação adequada a um público e muitos dos desenhistas que eram super profissionais que estavam lá eles não conseguiam fazer isso eles sabiam fazer um excelente desenho mas não conseguiam transmitir uma ideia pro público e aí depois de um bom tempo eu montei minha empresa etc e eu eu descobri uma coisa que me fez desenhar um novo
caminho e voltar a acreditar que eu sabia desenhar que é o pensamento visual como é que funciona o pensamento visual aplicado que é o que eu faço hoje eu vou nos lugares coloco um painel de papel bem grande e a medida que as pessoas vão falando numa reunião numa palestra numa aula eu desenho aquilo que elas estão falando de um jeito que elas possam entender de um jeito mais fácil mas o mais legal disso tudo é que os tros eles precisam ser simples a gente não tem tempo para trabalhar um traço então ele tem que
ser mais simples possível uma segunda coisa que é interessante disso é que no pensamento visual o foco é muito mais na ideia do que na arte porque na arte Muitas vezes os os meninos que trabalham lá com a ilustração o próprio artista ele é focado na sua própria técnica né Ele é focado no seu mundo interior como é que ele quer passar aquele pro outro nesse caso não nesse caso o nosso foco é no outro é no que o outro fala então quando você consegue focar no que o outro fala e não no resultado em
si não importa se você desenha um círculo torto uma casa que não tá reta um boneco distorcido se a pessoa vê aquilo e ela identifica Ah então é isso que você tá querendo dizer você cumprir o seu papel uma coisa que é muito interessante disso é que quando você desenha a ideia das pessoas você consegue nivelar o entendimento das pessoas foi o que aconteceu lá no Dr Marcos e no seu João vocês lembram né o nível tava lá embaixo porque não tinha uma conexão e eu tinha ido lá para poder desenhar o que que o
Dr Marcos falava isso é um resumo do que foi feito tá pequenininho porque na verdade Vocês não precisam saber porque que acabou a água lá na na mina eles precisavam mas o que aconteceu foi o seguinte na hora que o Dr Marcos terminou a palestra dele lá a fala eles entregaram o microfone pras pessoas fazerem perguntas e aí seu João levantou e ele não foi imediatamente fazer pergunta ele ficou do lado do painel um tempo observando o painel olhando olhando e aí ele pegou o microfone falou ó Doutor pelo que eu tô vendo aqui não
pelo que ele tinha dito né pelo que eu tô vendo aqui A água tá acabando porque a gente usa mais água dando pro boi porque a gente usa mais água fazendo tal coisa etc eu não tava a serviço de nenhuma das partes ali eu tava a serviço de uma comunicação que permitiu que houvesse uma conexão entre as três partes uma conexão quando você desenha a ideia das pessoas que é dada primeiro você aumenta o nível do Dr Marx porque ele vê aquela coisa que ele falou e falou olha às vezes eu nem tinha percebido que
eu falei isso e ele se vê reconhecido ali é algo que é também interessante para quem ouve porque ela recebe uma informação que aumenta o nível de entendimento dela na conversa e isso de certa forma empodera ela para poder questionar al o que ela não questionaria porque o nível de informação tava diferente e ao mesmo tempo isso também me deixa diferente porque eu começo a ver o todo e começo Ace a realidade que antes eu não percebia e isso é empatia Às vezes a gente fica pensando ah como é que eu me coloco no lugar
do outro o interessante disso é que por um momento uma ou duas horas eu não me coloco no lugar do outro eu sou o outro naquele momento eu era o Dr Marcos mais simplificado né e mais novo e é interessante isso assim Outro dia eu tava numa empresa extrativista exra minério e eles estavam eh fazendo uma reunião anual para falar por que eles estavam tendo prejuízo e que eles corriam o risco de falir eu como Lucas eu olharia isso numa notícia de jornal e acharia ótimo falaria que legal né uma empresa a menos trindo da
natureza mas ali eu tava Desenhando no final da empresa eu tava triste cara eu tava assim pô Nossa nós vamos entrar em férias coletivas e se não funcionar vai ser demitido e é isso assim naquele momento você não tem tempo para fazer seus julgamentos você tá ali para traduzir o que o outro tá falando isso é empatia O que é legal nesse caso é que quanto mais simples o seu desenho mais empatia você gera porque a gente começa a se conectar com algo que é humano porque nós somos todos imperfeitos se eu paro para desenhar
um trabalho bem elaborado a pessoa não consegue criar ali uma conexão porque ela vê Aquila ali é um artista quando eu faço um boneco de ptinho bem tortinho pessoa vem e fala pô eu poderia fazer isso que ele tá fazendo ali eu me vejo ali isso que é a beleza então o legal disso é o seguinte a gente não precisa se preocupar em desenhar perfeitamente esteticamente né Belo e tal o que importa é que nós temos essa necessidade de sermos escutados e esse tipo de atividade ele permite isso Caso vocês não tenham percebido eu sou
de Minas É bom deixar claro vocês pensam vai pensar que eu sou gaúcho né eu sutaque assim e o e o mineiro ele tem essa identidade né voltada pro território pra cultura e pra gastronomia muito forte né Qualquer um sabe o que que é que é bom de comer em Minas pão de queijo né então e lá em Minas a gente tem uma feira que ela é uma feira gastronômica de produtores mineiros que ela é aberta ao público e muitas vezes eu vou lá coloco esse meu painel lá conv ví do pessoal e coloco uma
frase que é uma frase para ele se o a interação das pessoas que é o que te aproxima de Minas Gerais esse aproxima de aproximar emocionalmente mesmo né E aí as pessoas falam aquilo que a gente imagina o que que aproxima de Minas Gerais Eu imagino que vocês vão pensar aí no pão de queijo quem já foi minas na serra nas Serras né Eh no queijo minas né Por acaso chama queijo minas enfim e é interessante toda vez que eu vou nas feiras acontece isso as pessoas falam essas coisas né que é muito comum trem
E aí o trem é difícil porque você não sabe se o mineiro tá falando trem O que que é né mas acontece um aconteceu um negócio que é muito interessante assim uma das pessoas ela chegou e falou assim para mim Lucas desenha uma caixa registradora Poxa eu não sei o que que caixa registradora e tal e aí ela eu fui perguntar melhor para ela ela começou a falar olha quando eu era criança eu morava lá com o meu pai lá no interior de Minas ele tinha um comércio e tinha uma caixa registradora que eu gostava
de brincar aquelas caixas verdes antigas com botão grande que você apertava e abrir e tal eu fui desenhar a caixa registradora ela ficou feliz e saiu mas o mais interessante disso não é porque eu desenhei uma caixa registradora é que toda hora ela voltava lá com alguém conhecido ou não ela falava Olha a caixa que eu tinha quando eu era criança tá desenhada ali eu falei ele desenhou eu não desenhei uma caixa registradora Eu desenhei uma representação de uma caixa registradora que para aquela mulher falava assim o que você disse é importante ela podia ter
falado qualquer coisa ela podia ter falado pão de queijo mas o interessante disso é que você olha pra pessoa e fala o que você disse é importante eu tô satisfazendo uma necessidade sua de seu vida e de se sentir importante então quando eu falo pro outro que você diz é importante eu tô falando pro outro você é importante então muito mais do que saber desenhar é você conseguir representar e ouvir o outro e iso é empatia e esse trabalho ele é muito parecido com o processo de comunicação focada na empatia e eu vou falar para
vocês aqui as quatro etapas básicas desse processo e vocês vão ver que tem muito a ver primeira parte para você desenhar a ideia das pessoas é você ter uma escuta atenta na maior parte das vezes as nossas comunicações elas são feitas unilaterais né a pessoa fala você já pensa no que vai responder para ela sim ou não né a pessoa começou a falar você já mesmo que você não responda ali verbalmente você já tá concluindo na ideia nesse caso de trabalho que a gente faz a gente é uma ferramenta de escuta e tem que ter
presença então nessa hora não importa se você acha que a empresa do cara vai falir ou não você tem que registrar aquilo que ele falou não importa se você já sabe a resposta do que ele tá buscando você tem que falar o que ele tem que registrar o que ele falou a segunda parte só é propiciada por causa da primeira depois de uma escuta atenta você busca a essência você foca naquilo que é importante e o processo de comunicação empática é esse né É você escutar o outro entendeu o que é importante depois você começa
a criar conexões começa a entender as relações do que o outro fala e isso gera novos sentidos para você e pro outro e aí finalmente você apresenta as ideias Então veja só 75% do do da Etapa você não desenha você escuta entende compreende conecta e só no final você mostra pro outro desenhando ou não você fala pro out outro olha isso aqui que você falou é importante por isso por isso por aquilo e às vezes o outro fala olha realmente faz sentido e aí Nessa hora é interessante também pensar no na na empatia porque você
vai usar de de referências de recursos que tem a ver com o mundo do outro que tem a ver com a realidade do outro não adianta desenhar uma coisa que a pessoa não vai entender e aí o resultado não é se tá bonito ou se tá feio isso é algo que a gente deixa pras análises estéticas O resultado é se a mensagem foi passada ou não e eu acredito realmente que o desenho ele tem essa esse potencial de conexão entre as pessoas e quando eu ensino isso pras pessoas eu vejo que elas aprendem isso com
muita rapidez porque isso é inerente ao nosso ser a gente desenha desde que era homens e mulheres das cavernas agora você imagina o potencial que teria isso se as escolas ou melhor potencial que teria isso quando as escolas começarem a ensinar seus conteúdos com foco na escuta e na transmissão utilizando de desenhos ou as empresas usarem isso para dared para fazer reuniões e aí o meu convite para vocês desenha aí as ideias que vocês ouvirem desenha a conversa que você tiver com seu companheiro sua companheira desenha a reunião com seu chefe Pode ser que ele
ache estranho mas explica antes desen porque eu tenho certeza que a gente desenhando como escuta atenta a gente vai conseguir construir um mundo muito mais empático um traço de cada vez muito grato Y