a psicanálise ajuda o paciente a encontrar sua própria verdade e não a se adequar à suposta verdade do terapeuta você sabe que existem diversos tipos de psicoterapia mas apesar de existir essa variedade toda no campo das psicoterapias eu classificaria as psicoterapias de maneira geral em basicamente três grandes grupos a psicanálise e dois outros eu vou começar falando sobre esses dois outros para mostrar para você a especificidade da psicanálise em que a psicanálise se diferencia de outros tipos de psicoterapias vamos ao primeiro tipo primeiro grupo de Terapias são aquelas em que o objetivo é alterar a
maneira como o paciente se comporta mudar o modo de funcionamento do sujeito e para alcançar esse objetivo essas psicoterapias utilizam técnicas de aprendizagem e de modificação de pensamento aqui o foco é fazer o paciente pensar e agir de maneira diferente evidentemente se você tem algum conhecimento do campo da Saúde Mental Você deve saber que eu estou me referindo aqui às psicoterapias comportamentais e cognitivo-comportamentais o sujeito chega lá por exemplo se queixando de dificuldade de se concentrar de repente o sujeito foi lá no Psiquiatra e recebeu o diagnóstico de TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e
hiperatividade aí ele chega num psicólogo comportamental ou cognitivo comportamental se queixando de que ele tem muita dificuldade para ter foco para se concentrar nos estudos por exemplo o que esse psicoterapeuta comportamental ou cognitivo comportamental vai fazer Ele vai tentar junto com o paciente é importante que se diga isso o trabalho na TCC na terapia comportamental um trabalho colaborativo mas qual será o objetivo o terapeuta junto com o paciente se esforçará para entender aquele problema e modificá-lo levar o paciente a conseguir aquilo que ele apresenta como demanda eu quero me tornar uma pessoa capaz de me
concentrar mais nos estudos Então o que o terapeuta vai fazer vai com o auxílio de um arsenal de técnicas como registro de pensamentos vai apresentar pro paciente escalas de avaliação do próprio comportamento questionamento socrático uma série de técnicas o terapeuta vai ajudar o paciente a mudar o seu comportamento Vamos alterar esse modo de funcionamento se você não não consegue se concentrar vamos fazer você conseguir se concentrar com o auxílio de determinadas técnicas nessas psicoterapias o processo terapêutico ele se parece muito mais com um experimento científico quer dizer vamos elaborar determinadas hipóteses vamos testar essas hipóteses
para chegarmos a determinadas conclusões sobre o funcionamento do seu problema e vamos testar possibilidades de intervenção para que você venha se livrar desse problema nessas psicoterapias o trabalho se parece muito com um experimento científico ou com uma aula porque o terapeuta nessas psicoterapias ele adota um papel diretivo ele adota um papel daquele que supostamente vai ensinar o paciente o que que ele precisa fazer para modificar o seu comportamento é claro que o processo é colaborativo aente vai trazendo informações vai fazendo testes mas é o terapeuta que comanda o processo e comanda o processo nesse sentido
de vamos modificar o seu comportamento Então faça determinados exercícios traga para mim os feedbacks os resultados desses exercícios E aí nós vamos vendo como é que você evolui nesse processo para sair da sua dificuldade e atingir o sucesso que você espera que você deseja o segundo grupo de psicoterapias é aquele em que o foco também é mudar o comportamento do paciente só que o método utilizado o meio para atingir esse objetivo Será diferente do primeiro grupo enquanto no primeiro grupo se utiliza uma abordagem meio científica meio pedagógica aqui nesse segundo grupo de Terapias o terapeuta
vai tentar modificar o comportamento do paciente utilizando-se explorando a confiança que o paciente demonstra nele porque evidentemente quando uma pessoa procura psicoterapia ela vai acreditando que o terapeuta poderá ajudá-la Então ela deposita uma confiança no terapeuta nesse segundo grupo de psicoterapias o terapeuta se aproveita dessa confiança e se coloca diante do paciente como uma autoridade mais ou menos inquestionável é como se o terapeuta chegasse pro paciente e dissesse assim olha eu eu tenho o conhecimento eu sou o detentor de uma verdade e para alterar o seu comportamento eu preciso que você se submeta a essa
verdade que eu tenho como eu sou um terapeuta Eu tenho um conhecimento sobre como é o funcionamento saudável de um ser humano eu sei o que é melhor para você então o que que você vai fazer você vai seguir as lições que eu vou te dar então Diferentemente do primeiro grupo em que o aputa vai testando possibilidades junto com o paciente quer dizer numa terapia comportamental o terapeuta apresenta pro paciente certas sugestões de exercícios o paciente faz esses exercícios e o terapeuta junto com o paciente vão avaliando se tá funcionando se não tá se não
tá funcionando o que que precisa ser ajustado é um trabalho colaborativo como eu já falei aqui nesse segundo grupo não não é um trabalho colaborativo aqui o terapeuta se apresenta como um mestre um mestre detentor de um conhecimento ao qual o paciente precisa se adaptar o paciente vai pra terapia não para experimentar possibilidades de saída para o seu problema ele vai para escutar o terapeuta Então são formas de psicoterapia em que o terapeuta é a figura Central ele funciona como uma espécie de Guru que vai orientar o paciente que vai dar lições para o paciente
sobre a vida de maneira geral como é que a vida funciona como é que o ser humano funciona e com base nesse suposto conhecimento o terapeuta simplesmente vai dizer para o paciente o que que ele deve fazer e se porventura o paciente não se adaptar digamos assim aquelas orientações o terapeuta não vai reformular as suas estratégias como no primeiro caso não ele vai tentar encaixar o paciente na sua concepção esse segundo grupo de psicoterapia se baseia fundamentalmente num fenômeno psicológico que nós chamamos de sugestão e que consiste em uma relação em que há uma pessoa
que se apresenta como autoridade inquestionável e que orienta outra dirige a vida da outra que acredita cegamente na primeira então para esse tipo de terapia funcionar o paciente tem que ter uma confiança cega no terapeuta se for um paciente que tem um olhar mais crítico ele não fica ele vai embora para esse tipo de terapia funcional o paciente tem que ser Um Cordeirinho ele tem que ser completamente Submisso ao terapeuta e existem infelizmente muitas pessoas que estão nessa condição de vulnerabilidade e que são exploradas Por terapeutas que se colocam nessa posição você já deve ter
percebido aqui evidentemente que eu sou absolutamente contrário a esse tipo de psicoterapia do meu ponto de vista isso gera tão somente um processo de alien o paciente fica alian nado ao terapeuta ele pode até mudar nesse exemplo Inicial que eu dei o paciente chega com a queixa de que ele tem dificuldade para se concentrar ele pode até mudar ele pode até se tornar um sujeito que consegue efetivamente se concentrar bem nos estudos e começar a ter sucesso acadêmico sucesso profissional isso pode acontecer mas às custas de um processo de alienação não se trata de uma
mudança verdadeira se trata de uma mudança que aconteceu simplesmente porque esse sujeito alienou a sua consciência a um outro submeteu-se à autoridade de um outro se tornou dependente desse outro tanto é que nesse tipo de psicoterapia o paciente frequentemente não consegue se desligar do terapeuta o processo terapêutico pode até acabar mas o sujeito permanece com o terapeuta na sua cabeça por assim dizer e por fim para além desses dois grupos de psicoterapias nós temos a psicanálise que do meu ponto de vista é suig gêner ela não está incluída nenhum dos dois ela tem peculiaridades ela
tem especificidades que a fazem constituir por assim dizer uma terceira opção muito específica com características muito próprias porque na psicanálise o nosso foco inicial não será modificar o comportamento do sujeito Preste bastante atenção nisso na psicanálise nós não teremos como objetivo primário alterar o modo de funcionamento do sujeito modificar o comportamento do sujeito Então se uma pessoa chega para um psicanalista com esse diagnóstico com esse rótulo com essa etiqueta Psiquiátrica do TDH o psicanalista não vai tomar como meta Inicial levar esse sujeito a conseguir se concentrar Se isso for a acontecer vai acontecer naturalmente não
em função de um enfrentamento direto do Terapeuta em relação a essa questão Isso vai acontecer de maneira espontânea e natural porque o objetivo inicial de uma psicoterapia psicanalítica é ajudar o paciente a se entender e como é que a gente faz isso a gente leva o paciente a se escut a gente convida o sujeito a falar o que vem à sua cabeça a falar de forma espontânea livre Franca sem impecílio a gente convida o sujeito a fazer associação livre a fim de que ele possa se escutar e evidentemente não é possível uma pessoa se escutar
se o terapeuta não cala a boca se o terapeuta fica falando o tempo inteiro se o terapeuta fica querendo dar Pitaco o tempo todo na vida do sujeito na psicanálise o paciente consegue se escutar porque nós psicanalistas não ficamos falando o tempo todo é claro que a gente não fica o tempo todo calado mas a gente tenta dar espaço para que o paciente possa se escutar e as nossas próprias falas as próprias intervenções do psicanalista são completamente diferentes das intervenções desses primeiros grupos que eu citei aqui porque ali como o terapeuta tá preocupado em mudar
o comportamento do paciente ele não tá interessado em ajudar esse esse sujeito a se escutar ele quer alterar comportamento na psicanálise não na psicanálise as nossas intervenções servem para que o paciente se enxergue nós não tratamos o paciente como um objeto a ser modificado como um ser que precisa ser corrigido alterado não Ah Lucas mas se é assim então não vale a pena fazer psicanálise porque eu quero mudar Sim é claro que o paciente pode e emente na imensa maioria das vezes ele se transforma ao longo do processo analítico mas não em função de uma
intervenção direta de um processo de dominação de um processo de controle por parte do terapeuta as mudanças que o paciente experimenta na psicanálise são mudanças espontâneas naturais e que acontecem por quê Porque na psicanálise como eu falei lá no início o terapeuta está interessado não em subjulgar o paciente à verdade dele ou a uma suposta verdade absoluta da Saúde Mental geral não na psicanálise o terapeuta está interessado em ajudar o paciente a encontrar a sua própria verdade então para esse sujeito que chega se queixando de que ele não dá conta de se concentrar o psicanalista
vai ajudá-lo a tentar entender por por que isso acontece Qual é a verdade desse sujeito que está por trás dessa dificuldade de concentração o que que esse sujeito tá querendo dizer para si mesmo Qual é a mensagem que ele tá mandando para si mesmo com esse problema e nesse processo preste atenção nesse processo em que o paciente vai se investigando vai se escutando vai se enxergando nesse processo o sujeito pode pode chegar a mudar esse comportamento mas pode ser também que ele chegue à conclusão de que é dessa maneira que ele funciona e essa suposta
dificuldade facilita a vida dele em diversos outros aspectos Então nós não compramos a demanda inicial do paciente apresentamos para ele uma resolução ou uma tentativa de resolução a gente tenta ajudar o sujeito a entender o O que que tá por trás da demanda eu vou dar um outro exemplo para você de repente chega um paciente dizendo assim eu sou um inútil ora nas terapias que fazem parte dos dois primeiros grupos que eu citei Muito provavelmente com quase 100% de certeza eu posso garantir a vocês que o terapeuta se preocupará em levar o paciente a modificar
essa visão que ele tem sobre si mesmo no primeiro grupo de psicoterapias o Terapeuta pode incentivar o paciente ficar encorajando o paciente a olhar para a sua suposta realidade e verificar se ele tem evidências necessárias para sustentar a ideia de que ele é um inútil então o Terapeuta pode ir lá falar pro paciente Vamos pensar então juntos aqui quais são as evidências que você tem de que você é uma pessoa inútil e quais são as evidências de que você não é uma pessoa inútil o objetivo vai ser tentar convencer o sujeito essa é a palavra
tentar convencer o sujeito de que ele não é aquilo que ele tá dizendo que é porque o foco desse primeiro grupo de psicoterapias é modificar o comportamento do sujeito por meio de uma análise supostamente científica desse comportamento no segundo grupo de psicoterapias aquelas que se baseiam na sugestão em que o terapeuta adota o papel de autoridade sobre o paciente o que que vai acontecer o terapeuta acreditando que o certo não é uma pessoa se ver como inútil ele então fazendo uso da confiança cega que o paciente deposita nele irá dizer para esse sujeito Não você
não é um inútil e você não é um inútil por causa desses e desses e desses e desses motivos convença-se disso por quê Porque sou eu que estou dizendo eu sou o ter aputa detentor da Verdade Absoluta eu sou o cara que vai ensinar para você como viver porque eu sei como viver na psicanálise não na psicanálise se o sujeito diz que ele é inútil nós vamos tentar ajudar esse sujeito a entender porque ele se percebe assim nós vamos respeitar a palavra do sujeito sobre si mesmo nós vamos ajudar esse sujeito a se escutar o
que que inútil quer dizer para ele o que que ele tá dizendo para si mesmo por trás dessa palavra que ele tá usando para se descrever portanto na psicanálise nós não temos verdades prontas e nós não tentamos encaixar o paciente num suposto ideal de saúde mental nós buscamos ajudar o paciente a se encontrar a reconhecer a afirmar a sua própria verdade o psicanalista Húngaro sandor feren num texto chamado fé incredulidade e convicção sob o ângulo da psicologia médica ele discute as diferenças entre a psicanálise e esses dois outros tipos de psicoterapias e eu comentei a
parte desse texto em que o feren se faz essa discussão numa aula especial da Confraria analítica que tá lá no módulo aulas especiais feren se você ainda não conhece a Confraria deixa eu apresentá-la para você trata--se da minha escola de Formação teórica em psicanálise participando da Confraria você vai ter acesso a mais de 400 horas de de aulas sobre teoria psicanalítica e mais duas aulas inéditas toda semana uma aula ao vivo que acontece toda segunda-feira às 8 horas da noite que fica gravada e uma aula gravada mais curta que é publicada toda sexta-feira para participar
da Confraria muito simples basta clicar no primeiro link que tá aqui na descrição e você vai poder fazer a sua assinatura e antes de terminar esse vídeo deixa eu falar rapidinho para você sobre os meus três e-books O Primeiro deles se chama o que um psicanalista faz em que eu explico de maneira rápida simples didática o que acontece num consultório de psicanálise o segundo ebook se chama psicanálise em humanz 16 conceitos psicanalíticos cruciais explicados de maneira fácil Clara e didática e o terceiro e-book se chama entenda-se 50 lições de um psicanalista sobre saúde mental você
pode adquirir cada um desses três e-books separadamente Se você comprar os três separadamente você vai gastar um total de 100 R1 mas se você for esperto você já vai comprar o pacote promocional que vem com os três ebooks juntos no valor de R 129,90 os links para adquirir esses livros estão aqui embaixo também na descrição e se você gostou desse vídeo se ele foi útil para você ele pode ser útil para outras pessoas então não deixe de compartilhar mande aí em todos os seus grupos de WhatsApp não se esqueça de curtir fazer um comentário dizendo
o que você a achou do que eu apresentei para você e claro também se inscreva para não perder os próximos vídeos eu te aguardo então em uma próxima oportunidade Um grande abraço tchau [Música] tchau Y [Música]