Oi gente mais que [Música] boa é sempre gostoso saber que tem muita gente de olhos bem abertos ouvidos bem atentos pra gente conversar sobre o que a gente mais gosta de fazer né pelo menos o que eu mais gosto de fazer que é cuidar eh temos essa oportunidade de esses três encontros aí da arte e ciência do da prática né dos cuidados paliativos e aí a gente dividiu esses esse encontro né esse Grande Encontro chamado workshop aí de arte e ciência em três momentos e aí hoje a gente vai ter a conversa sobre comunicação tem
um aspecto que eu considero muito importante da gente tocar no assunto é que existe uma crença de que no Cuidado paliativo a gente precisa aprender a dar más notícias só que na verdade muitas vezes a má notícia ela vai fazer parte do escopo do especialista da parte onde o paciente ele se encontra num espaço de adoecimento experimentando essa doença que ameaça a continuidade da vida e ele vai lidar com num primeiro momento com a notícia dele ter esse diagnóstico e em geral esse diagnóstico ele é oferecido ele é ofertado pelo especialista por aquele que conduz
cuidado dessa doença do paciente e aí a gente já começa a experimentar alguns desastres porque na formação do médico a gente não tem essa orientação da técnica de dar má notícias e dentro da ciência do Cuidado paliativo o aspecto da comunicação é algo muito direcionado para esse momento da má notícia então existe uma técnica existe um passo a passo existe guidelines tem várias opções de como você pode conduzir a comunicação de uma uma notícia mas eh sempre com a expectativa do profissional de cuidado paliativo de cumprir etapas dessa forma de comunicar então é uma coisa
que foi estudada que foi validada que foi traduzida divulgada E aí todo mundo repete eh se não do mesmo jeito eh com os mesmos ingredientes na mesma ordem faz todo sentido isso é algo que a ciência já nos mostrou que funciona um caminho de fornecer pro paciente pra família dele a comunicação de uma má notícia existe uma expectativa humana desse processo de que uma vez que você aprende a dar uma notícia todo mundo vai ficar bem feliz de conversar com você como paliativista e essa expectativa é algo que tem relação com a nossa dinâmica emocional
de funcionamento de sermos eh sempre considerados ou os profissionais mais legais ou os os bonzinhos da história ou a pessoa que se importa com o sofrimento humano nessa nesse tempo que eu tenho da prática do Cuidado paliativo eh que já vai aí bater quase 30 anos eh eu sempre sofri muito para dar uma má notícia e quando eu me deparava com a oportunidade de trazer a verdade pro paciente é porque é em cima de um chão que você consegue pisar não é em cima das nuvens não é em cima da ilusão não é em cima
dos sonhos a gente precisa de uma realidade eh com a qual nós temos condição de lidar e somos cuidados para que a gente ten a condição de lidar eh quando eu dava a má notícia seguindo um passo a passo totalmente comprometido com esse esse formato guideline né esse formato autolar o resultado desse dessa conversa era em todas as vezes sofrimento sofrimento pro paciente sofrimento paraa família e sofrimento para mim não é fácil você dar uma má notícia porque por definição uma má notícia é toda a condição comunicada que modifica a percepção de futuro de uma
pessoa para pior sempre uma má notícia te leva para um caminho onde você não queria estar e eu com a expectativa de ser uma boa médica de ser querida de ser funcional dentro da expectativa do paciente da família quando me via diante dessas situações sabendo que era necessário tomar essa atitude sabendo que era necessário trazer o paciente a uma realidade eh de uma forma cuidadosa respeitosa e muitas vezes até delicada isso gerava sofrimento e para mim isso era uma coisa muito difícil de lidar e e eu tinha que ter suporte de uma equipe próxima a
mim para dar conta do que eu do tranco que eu recebia nós vivemos num espaço de sociedade dentro do mundo da Saúde onde o médico tem o privilégio de oferecer a continência da comunicação ele abre o espaço da comunicação ele fornece a má notícia é ele que tem que dar conta das consequências disso muitas vezes ou não às vezes ele não dá conta e deixa eh É como se você pegasse uma granada colocasse ali na mão do paciente vai explodir aquilo explode com a família explode com a equipe e você vai Bora porque afinal de
contas era a sua obrigação passar a verdade para paciente e ao longo desses anos eu aprendi que a verdade é como o remédio eh ela é terapêutica e a verdade sendo como remédio sendo terapêutica ela precisa ser utilizada na dose certa no tempo certo no prazo certo E no momento certo e quando nós amos a verdade como terapêutica nós fazemos bom uso dela sabendo que tem efeitos colaterais né Assim como todo remédio tem efeitos colaterais e eu considero que a verdade precisa ser uma forma de iluminar o caminho que esse paciente tá percorrendo essa iluminação
não precisa ser como o Sol Do meio-dia que você abre a janela tá tudo no escuro Você não tá sabendo de nada e aí de repente alguém resolve falar a verdade abre a janela com o sol do meio-dia e fala assim pro paciente Olhe para a luz veja o que está acontecendo com você e quando esta pessoa eh se depara com uma verdade tão hostil tão nua e crua ele fica cego Ele não enxerga nada porque isso traz para ele uma ausência de perspectiva porque ele tinha uma ideia do que tava acontecendo E aí você
precisa colocar o paciente no espaço onde ele realmente possa se relacionar com o que de fato está acontecendo Então o exemplo que eu dou é mais ou menos quando você tá no cinema e você chega atrasado no cinema acho que todo mundo já Um dia chegoou atrasado no cinema quando eu fui no cinema Primeiro as minhas primeiras vezes no cinema quando era adolescente tinha um lanterninha era uma uma profissão era um cara que ficava no cinema que tinha uma lanterninha e te conduzir até o lugar onde tava vá que você podia se sentar então você
não precisava acender a luz e parar o filme para poder encontrar um lugar para sentar porque tinha uma lanterninha que conduzia você pro lugar onde você podia assistir o filme e mesmo que chegasse atrasado na história Muitas vezes os pacientes chegam atrasados na história real do que tá acontecendo a consciência deles chega atrasada o corpo tá no tempo os exames estão no tempo mas a consciência do paciente não tá no tempo ele chegou atrasado na vida dele e aí não dá para parar tudo para ele poder saber que ele tá no cinema Que filme que
tá passando e que ele tem um lugar para sentar ele tem um espaço para ele o que ele precisa é que alguém o conduza para aquele espaço para que ele possa ocupar eh o lugar dele na história e esse protagonismo ele Exige uma responsabilidade portanto a comunicação de más notícias não é a algo Eh que que que viabiliza a boa qualidade de uma comunicação muitas pessoas falam de comunicação em saúde eu mesma já dei muitas aulas em muitos congressos em cursos de pós--graduação ou mesmo em graduação para falar de comunicação em saúde mas a arte
dentro do espaço do cuidado paliativo e acho que talvez dentro do espaço da Saúde como acho não tenho certeza no espaço de saúde como um todo o que a gente precisa pensar e precisa aprender é uma comunicação saudável é a saúde da comunicação que viabiliza uma comunicação muito boa muito qualificada com o paciente que não é só você eh tombar a cabecinha para direita assim e ficar validando com a sua cabeça aham ó hum é ah aham hum entendo e se entendo balançando a cabeça assim para um lado pro outro assim arregalando os olhos assim
é uma proteção de tela do profissional de saúde sabe Prof sabe proteção de tela que a gente escolhe aquela paisagem é uma cara de paisagem é a paisagem de quem valida o que o paciente está dizendo né usando Eh o não verbal para mostrar que você está ali você não precisa escolher uma forma de estar se você realmente estiver presente você não precisa de conteúdos técnicos de balançando a cabecinha assim pro lado direito lado esquerdo assim fazendo biquinho e assim arregalando o olho assim levantando o ombro V assim puxa Isso é realmente difícil para você
né desafiador a gente adora essa palavra Ah isso é desafiador para você né entendo você não entende nada quando você tá fazendo isso tá mostrando que você tá precisando de um script corporal para poder est presente o estado de presença ele já acontece naturalmente quando você está presente quando você não tá com uma proteção de tela e dentro de você você tá lá nossa Ai Será que ele não sabia de nada ai agora que que o chefe vai falar a e a família Nossa a filha vai ficar desesperada que eu falei isso ai eu devia
ter Ai p que eu devia escrever isso no prontuário Nossa o que que tá acontecendo agora ai Será que ele vai desistir de viver Nossa mas ele é tão jovem Ai eu não devia ter feito isso essas conversas paralelas que acontecem na nossa cabeça invalidam qualquer ensaio script corporal que você possa ter ali na frente do paciente então esse estado de presença ele é alcançado quando dentro de você existe coerência a coerência Talvez seja estado mais eh difícil da gente alcançar nessa área porque você tem que ter uma alinhamento do teu pensamento do teu conhecimento
com as palavras que você vai escolher com o quanto que você é capaz de escutar e observar dentro daquela cena quanto que você sente aquilo que você diz e pensa e o quanto que você diz pensa e sente é coerente com o que você faz e o fazer é a maior das nossas comunicações é através do ato da ação que você traz coerência para aquilo que você está dizendo na sua comunicação então não faz nenhum sentido você buscar um espaço de conexão com o paciente uma salinha reservada né Tem uma ilusão tão grande assim que
é que você tem que ter a sala de acolhimento né a sala da família que é onde você vai dar uma notícia é lindinha verdinha ai tem um sofá super confortável tem flores tem um chazinho mas a sociedade inteira daquele espaço reconhece que quem entra ali sai chorando então pode ser linda aquela salinha Mas aquela salinha não tem um espaço de acol suficiente que permita com que todas as pessoas que entrem ali saibam que ah eu vou entrar ali Vou ser bem tratado eu serei acolhido As pessoas entram naquela sala e sabem que a grande
maioria sai daquela sala chorando sai daquela sala com os olhos entristecidos porque depois de uma má notícia por melhor que seja a sua técnica de dar má notícia a má notícia não virou boa notícia ela até pode ter um conteúdo de Esperança na comunicação a esperança de que aquela pessoa não será abandonada que você vai est junto dela você vai acompanhar e você vai cuidar de cada passo daquele processo daquela jornada que vai começar e que vai ser difícil essa pode ser a comunicação subliminar que pode ser uma boa notícia mas ela não é a
notícia do da Manchete daquele momento a manchete daquele momento é a uma notícia é com ela que o paciente vai ter que lidar a família vai ter que lidar então tem essa ilusão de que a salinha da família tal ah essa linha da da conversa é um lugar muito agradável não é é muito cômodo pra equipe Sem dúvida é muito cômodo porque você tem um espaço que se tiver ocupado todo mundo sabe que ali tem alguém que tá fazendo esse trabalho da comunicação de uma notícia difícil de uma má notícia quando você tem consciência e
da importância dess coerência você viabiliza isso através da sua presença você tem o conhecimento técnico você sabe escutar você sabe observar você sabe respeitar o tempo do outro e você sabe lidar com o que você sente e que o outro sente que a gente vai falar sobre a autonomia emocional autonomia emocional do profissional de saúde como o médico acaba centralizando esse espaço esse privilégio de lidar com a má notícia ele acaba ficando muito solitário nas consequências disso e é muitas vezes por conta disso que muitos médicos não conseguem trazer nenhuma má notícia pro paciente então
você vai numa condição recente que que eu acompanhei eh a o paciente tá com uma alteração medular totalmente inviável é muito perigosa uma aplasia de medula secundária ao tratamento que ele tava recebendo E aí foi feita uma biópsia da medula e não tinha células do câncer na medula o médico que tava conduzindo isso não conseguiu dar a notícia que o quadro era muito grave e o paciente precisava ficar internado porque ele estava com febre estava com um quadro de tosse tinha uma infecção pulmonar eh e a gravidade era imensa porque ele não tinha como se
defender daquela infecção por causa da do zero de Del costos que havia na medula não havia câncer mas também não havia mais nada dentro da medula do paciente e o médico não conseguia dar essa notícia de falar da importância do Cuidado a importância de permanecer internado por causa do risco que isso acontecia esse médico entrou no quarto todo soltando fogos Maravilhado Ai nossa tem uma super boa notícia para você não tem câncer é uma boa notícia é mas a gente tem algo muito sério para lidar que é a condição de risco daquela doença daquele diagnóstico
então a necessidade de só dar boas notícias e fazer com que o paciente permaneça cego Andando nas Nuvens ou Ali na beira do abismo achando que ele tem um uma vasta possibilidade de se deslocar naquele espaço de adoecimento E sendo que ele está ali numa corda bamba com um risco muito próximo de experimentar o fim da vida dele faz muitas vezes com que a notícia de estar em cuidados paliativos seja realmente a grande má notícia a grande má notícia tá dentro do espaço que o paciente desconhece dos riscos que ele corre das coisas que ele
tem sido submetido para validar uma indicação terapêutica diagnóstico que não vai levar esse paciente em nenhum lugar que não seja a mais sofrimento quando a gente chega Como paliativas Nós Somos convidados e desafiados a trazer essa comunicação não só pra condição do paciente mas também pra família e aí a gente vai falar sobre comunicação com a família e o que que dói pro paliativismo ou para qualquer profissional de saúde a família difícil que que é a família difícil família difícil é uma família insegura é uma família que tá duvidando que você tá levando a sério
o cuidado do Amado dele dessa família é a família difícil é uma família que tá em sofrimento porque a filha difícil é aquela que tá perdendo o pai pela primeira vez porque não tem segunda vez para ela perder não vai ter segunda terceira ou quarta vez para perder o pai ou perder a mãe é uma vez só e esse espaço é de muito sofrimento e nós temos que escutar as famílias não só escutar fingir que tá escutando com a proteção de tela lá fazendo Caras e Bocas Ai puxa difícil ai Compreendo o seu espaço Ai
nossa entendo você não entende porque você não é filho daquele paciente você não tem como entender o espaço do sofrimento de uma filha que tá num filho que tá perdendo o pai porque não é o seu pai que tá morrendo você pode experimentar a tristeza por perder alguém que você ama a tristeza é algo que todo mundo Experimenta mas asas tristezas não são iguais elas são humanas mas elas não são iguais então compreender o que que aquela família tem de expectativa tem de crença tem de valor não invalidar a percepção do tal milagre mas também
não utilizar isso como justificativa de sustentar a ausência do Cuidado aou sofrimento Eu costumo dizer paciente acredita no Milagre a família acredita no Milagre Qual o seu problema profissional de saúde em acreditar o milagre Qual o seu problema em viabilizar o milagre de fazer o paciente gostar de viver apesar da doença qual a sua dificuldade em lidar com o tempo que até que o milagre aconteça precisa ser bem cuidado porque as pessoas acreditam que o milagre só acontece depois de muito sofrimento Isso é uma crença de um um valor eh de espiritualidade e religiosidade que
nós vamos considerar um enfrentamento nocivo pro pro pra trajetória de adoecimento não é legal pensar que você só vai alcançar o bem-estar se você sofrer muito pensar em qualidade de vida pro paciente só na reta final é um ato de profunda negligência e mais ainda profunda incoerência porque quando você diz que vai tratar do paciente e você se compromete em tratar a doença você inviabiliza a percepção do paciente em relação a esse bom cuidado porque o paciente não tem condição de avaliar se o modo como eu vou medir a pressão ou fazer um exame físico
é correto ou incorreto ele não fez faculdade de medicina para saber se aquilo tá certo ou errado sou eu que tenho que saber como fazer certo ou errado e saber se eu estou fazendo errado eu estou sendo incoerente então chegar pro paciente ou paraa família e perguntar intuba ou não intuba só diz que você não estudou o suficiente para saber a indicação de intubação porque quem decide a intubação não é o paciente ou a família o que decide o paciente a família é o que ele dá conta de sofrimento e talvez o sofrimento que a
intubação pode proporcionar seja para ele inviável ou não fazer nenhum sentido mas pra gente cumprir as diretivas de vontade de um paciente nós temos que saber comunicar O que significa cada sim cada não isso dá trabalho e é um trabalho que vale a pena porque o paciente que é bem orientado mas orientado com esta comunicação compassiva respeitosa presente o paciente bem orientado ele entra num espectro de paz e de reconciliação com a capacidade dele de lidar com aquele sofrimento nós temos essa função dentro da comunicação saudável reconciliar o paciente com a sua capacidade de enfrentar
aquilo que faz parte da história dele essa reconciliação nós vamos alcanar quando nós sabemos fazer essa comunicação saudável a saúde na comunicação viabiliza com o paciente com a família essa Clara noção da experiência de dignidade quando nós extrapolamos isso para comunicação com a equipe multiprofissional nós encontramos mais um grande desafio da equipe de cuidados paliativos que é saber interagir com o espectro do não saber dentro de um lugar onde todo mundo acha que sabe ou pior tem certeza que sabe os profissionais de saúde especialmente os médicos se você for perguntar todo mundo parece que sabe
cuidado paliativo Ah mas claro fácil fazer cuidado paliativo porque é tipo não fazer nada né então não fazer nada é uma coisa que quase todo mundo sabe não fazer nada e esse não fazer nada traz para todo mundo essa percepção de que o cuidado paliativo é muito fácil porque já que não faz nada né tô Desocupados Mas nós vamos ter que interagir com profissionais de saúde nesse sentido e o papel da gente é ser educador e ter a generosidade de partilhar aquilo que nós estamos vendo que tá acontecendo Então na técnica de más notícias Tem
uma parte do processo onde você explora o que o outro sabe a respeito do caso então se eu vou entrar em contato com equipe multiprofissional não posso chegar e já dar o laudo do que tem que ser feito porque não compete a mim orientar cuidados que eu não tenho competência mas eu preciso de deixar claro que a minha competência é um espaço que é mais comprometido com qualidade de vida e dignidade do que os outros saberes que viabilizam o espaço de controle de uma doença por exemplo ou até tentar uma cura de uma doença quando
você viabiliza o controle da doença nem sempre você tá preocupado com a experiência de dignidade porque o paciente passa por tratamentos paliativos isso é uma coisa que deveria mudar o nome eh quimioterapia paliativa quimioterapia paliativa são termos totalmente eh incoerentes entre si porque a a quimioterapia promove efeitos colat colaterais que tiram a qualidade de vida que tiram a experiência de dignidade muitas vezes você passar uma noite inteira vomitando não é uma experiência digna realmente não é mas existem Protocolos de tratamento que são considerados paliativos por que que são considerados paliativos paliativos porque não viabilizam a
cura o paliativo não é viabilizar não viabilizar a cura paliativo é proteger do sofrimento Então essa dificuldade de comunicação dentro da medicina é algo muito grave que nós precisamos trabalhar para curar porque tem cura má comunicação tem cura não tem controle a gente não precisa ficar colocar eh carregar água na Peneira não tem como a gente fazer isso não tem como a gente tapear uma comunicação saudável não tem como você enganar sobre uma comunicação saudável não existe essa possibilidade Então quando você faz quimioterapia paliativa você está fazendo uma quimioterapia que não vai levar a cura
só que esse paliativo dá duplo sentido para paciente porque se aquilo tudo que ele tá vivendo passando mal para caramba com o tratamento quimioterápico ou tratamento oncológico paliativo tudo que ele não quer é cuidado paliativo porque aí vai ser tudo aquele grande sofrimento não se explica pro doente que o termo é mal utilizado deveria ser uma quimioterapia de controle de doença não uma quimioterapia paliativa a radioterapia paliativa talvez sirva para controlar a dor isso faz sentido quando controla a dor mas não dá para você utilizar esse termo como um agente de não prognóstico o termo
paliativo saudável é o termo que protege do sofrimento Quando você vai se comunicar com profissionais de saúde que não tem esse conhecimento você precisa explorar o que que ele sabe a respeito daquilo o que que ele pensa a respeito daquilo porque existem muitos procedimentos de alta complexidade dentro do espectro do Cuidado paliativo que inviabiliza o sucesso por conta da falta de comunicação entre os envolvidos não é em todo lugar que você vai encontrar todo mundo sabendo o que que é por exemplo mastubação paliativa o que que é você eh reduzir dieta interal de um paciente
que tá em fase final de vida de doença neurológica as pessoas basicamente não sabem fazer conta da quantidade de líquido que o paciente recebe e muit Às vezes o controle daquela sequência infindável de infecção respiratória não é manter o paciente infindável em tempo infindável usando antibiótico é você modular o volume de líquido que esse paciente recebe o volume de dieta que esse paciente recebe essa comunicação vai viabilizar que todos os profissionais envolvidos mesmo aqueles que não têm esse conhecimento possam acessar o mesmo lugar de vista de Horizonte que você tem como paliativista então quando eu
vou modificar uma prescrição por exemplo de volume de para um paciente em fase final de doença neurológica eu preciso sentar e conversar com a nutricionista sentar e conversar com aon para mostrar o que eu vejo e ouvir o que elas vem o que que elas estão enxergando em termos de perspectiva muitas vezes geram sofrimento a perda de peso do paciente a médio e longo prazo só que o paciente não vai ter tempo de vida médio e longo prazo então ele nem vai experimentar essa possibilidade de ficar entre aspas desnutrido em relação a essa modulação da
dieta então a comunicação saudável também diz respeito a esse espaço de orientação e de escuta sobre aquilo que está sendo oferecido pro paciente antes da sua chegada porque também você não pode cumprir o papel de Ah eu sou Salvadora Salvadora V aqui salvar o paciente do sofrimento que todos estão causando a ele você não é uma pessoa onipresente então tem coisas que você não tem condição de trazer paraa discussão Ah foi tudo feito errado até agora e agora eu vou fazer o certo isto não é comunicação saudável invalidar todas as tentativas que foram feitas antes
da sua chegada não é uma comunicação saudável então a gente precisa respeitar o histórico daquilo que aconteceu antes da nossa chegada e muitas vezes a gente chega tarde demais e quando a gente chega tarde demais cabe a nossa consciência as expectativas daquilo que é possível ser oferecido Então você não vai chegar pro paciente ou paraa família e falar assim Ai se eu tivesse sido chamada antes você teria sido muito mais feliz não pode trazer arrependimento ou percepção de sentimento de culpa para esse momento que não seja algo que viabilize uma transformação Então olha Até agora
ninguém viu que isso era importante agora que tá sendo visto essa importância nós vamos trazer um caminho que propicie essa experiência de dignidade de sentido de vida e qualidade então comunicação com paciente com a família com a equipe multiprofissional com os colegas o paliativismo é visto ainda dentro do Meio médico como algo péssimo algo que não pode ser feito algo que é feio você pode não pode falar aquela palavra paliativo porque se você disser isso significa que você como especialista fracassou mas fracassa o especialista que só sabe abandonar o paciente na reta final ou que
vai fazer com que aquele paciente na reta final seja submetido aquilo tudo que você sabe fazer e trazer o paliativismo como parceria dos cuidados muitas vezes gente boa viabiliza a manutenção do controle da doença incontáveis vezes pacientes que chegam para cuidados paliativos e são bem cuidados Eles voltam para um estatus Clínico que viabiliza a continuidade do tratamento inclusive com prolongamento da vida isso já é um milagre então nós Muitas vezes somos o caminho que viabiliza a experiência de prolongamento de vida que já é o milagre em muitas situações essa comunicação com paciente família equipe multiprofissional
a equipe as outras equipes médicas vidas muitas vezes vai nos levar para um cara a cara com o gestor n o dono do do hospital é o dono da operadora é a condição máxima de controle administrativo econômico daquele processo no Cuidado paliativo nós temos a chance de viabilizar um bom cuidado e esse bom cuidado tem como consequência a redução de custos o gasto indevido com procedimentos e intervenções que jamais vão alcançar o resultado prometido Mas a gente não vai utilizar o nosso trabalho para que o objetivo seja a redução de custo mas um bom trabalho
vai levar a uma consequência de otimização dos recursos você vai ter a Equidade do recurso você vai dar tudo o que que o paciente precisa aquele paciente precisa não tudo de tudo porque aquilo tudo de tudo é como você pagar uma fortuna por um bifet e chiquérrimo só que você não consegue comer tudo que tá disponível ali se você comer tudo que tá disponível num bef chiquérrimo Maravilhoso incrível você vai é passar mal é isso que vai acontecer se você comer tudo então você não pode comer tudo você tem que viabilizar aquilo que faz mais
sentido que é mais agradável teu Paladar que é mais agradável aos teus olhos que é mais agradável a sua parceria com quem tá comendo quem tá usufruindo daquele espaço cheio de recursos o espaço cheio de recursos não necessariamente viabiliza uma vida boa viabiliza às vezes uma vida complicada demais para ser boa e aí o cuidado paliativo pode trazer essa consciência essa capacidade de identificar dentro de todos os recursos que estão disponíveis quais aqueles que realmente Podem trazer benefício pro paciente nesses requisitos né dignidade esperiência de conforto de qualidade de vida sentido e valor da vida
e finalizando a gente precisa ter uma capacidade de comunicação muito responsável com a gente mesmo eu tenho que chegar no final do meu dia e olhar para mim olhos nos olhos ali antes de ir dormir e saber que eu fiz o melhor que eu podia eu fiz o melhor que estava ao meu alcance e que se houve alguma coisa que eu poderia fazer melhor eu reconheço que posso fazer melhor e faço assim que possível esse espaço de responsabilidade com a comunicação consigo mesma é algo que para mim viabiliza essa coerência onde o que eu penso
digo sinto é coerente com o que eu faço e dentro desse espaço de aquilo que eu faço eu uso todos os recursos que estão disponíveis para mim nessa semana eh eu tive a oportunidade de conduzir os momentos finais de um paciente que tá comigo há um bom tempo já quando ele me procurou ele tava numa condição ainda muito presente do tratamento oncológico e ele queria muito ter mais tempo de vida porque era um cara jovem tinha uma filha tem uma filha Lindíssima uma graça uma esposa maravilhosa ele queria mais tempo com essas pessoas que ele
tanto ama e ele cumpriu muito tempo de tratamento dentro da expectativa da doença que ele tinha o tempo que ele viveu foi um tempo totalmente acima da curva esperada e chegou o tempo de ir e no tempo de ir ele não tava num hospital que eu pudesse estar presente 100% do tempo mas onde ele estava havia o espaço para a minha para minha conexão com o médico que estava ali cuidando dele com a esposa que estava junto dele e nesses momentos finais toda a condução do processo foi viabilizada graças ao fato de eu conhecê-lo graças
ao fato de eu ter estabelecido um vinco de confiança que a toda hora se mostrou se demonstrou presente a minha presença era real era verdadeira e eu não precisava toda hora dizer ó tô aqui viu ó tô aqui porque ele podia me testar a qualquer momento e eu tava disposta e disponível para acolher e cuidar daquele espaço de Sofrimento dele num dos momentos que a gente teve talvez dos mais intensos eh foi uns 10 dias antes dele ter as complicações finais onde nós falamos sobre onde ele gostaria de receber os cuidados de fim de vida
dele que era possível que esse momento tivesse estivesse próximo e que se não estivesse próximo aquela conversa já teria uma grande valia foi uma conversa muito emocionante E ele disse eu queria ficar em casa eu queria receber esses cuidados na minha casa e aí ele buscou o olhar da esposa assim para ver se tudo bem né esse Grande Desafio e ela topou ela falou não vou estar sozinha a Ana vai estar comigo nessa ela vai me orientar tá e a gente vai conseguir cuidar de você em casa e aí eu completei com ele se em
algum momento eu desconfiar que esse conforto que você precisa e merece não for possível dentro da tua casa você confia em mim se eu pedir para ir você ir pro hospital para receber esses cuidados e ele disse confio eu prefiro em casa mas eu quero ser bem cuidado se você sentir que eu não vou conseguir receber esses cuidados na minha casa eu aceito para hospital e assim foi ele teve um um momento muito veloz de evolução para uma gravidade que inviabilizava a implantação dos cuidados em casa com a velocidade com a complexidade que seriam necessárias
naqueles dias naqueles momentos finais naquelas horas finais e ele foi pro hospital e ele recebeu esses cuidados num ambiente que a princípio poder poderia iia parecer muito hostil mas que o caminho que viabilizou foi esse espaço da comunicação verdadeira cuidadosa compassiva que eu estabeleci ao longo de todo o processo do cuidado e foi uma passagem totalmente na primeira classe de modo que a família pode reconhecer que o melhor foi feito tudo foi feito de fato porque o tudo é isso é você completar a história do paciente respeitando os valores as necessidades e os recursos que
estão disponíveis e fazendo com que isso tudo esteja alinhado e comprometido para que a gente consiga viabilizar essa experiência de dignidade pro paciente e finalizando né a gente chegar num caminho coerente da comunicação compassiva há alguns anos atrás eu conduzi um curso chamado comunicação compassiva onde eu fiz a proposta de oito passos para essa comunicação eh seguir a sua jornada e alcançar o resultado que a gente tanto busca na comunicação compassiva você não vai viver apenas experiências doces e e poéticas e maravilhosas você vai viver situações muito intens pro paciente pra família e para você
mas na comunicação compassiva Você tem uma jornada que permite que mesmo nos momentos mais críticos dessa comunicação ou desse dessa experiência do adoecimento nessa fase tão difícil delicada que a terminalidade você viabilize um espaço de conforto esse conforto ele vem de uma consciência em primeiro lugar né o primeiro passo da comunicação compassiva consciência eu sei quem eu sou eu que ocupo de espaço ali eu não sou a pessoa que sofre ou o meu sofrimento pertence a mim não ao paciente o meu sofrimento é o sofrimento de alguém que olha para um sofrimento sabe interagir com
aquele mas com aquele sofrimento mas se importa então a minha consciência me traz pro espaço de quem cuida não de quem sofre E aí com esse espaço de consciência Eu consigo me conectar com o outro porque eu não sou o outro então eu consigo saber o caminho de conexão entre eu e o outro nessa conexão eu existe um espaço de compromisso eu estou comprometida com este cuidado esse comprometimento com cuidado me leva a me sentir curiosa né ó quarto passo com a curiosidade eu quero saber quem eu vou cuidar Quais são as expectativas dessa pessoa
pess Quais são as crenças os valores as as experiências anteriores o não que ele dá porque ele diz não o sim que ele dá porque ele diz sim porque ele pede o que ele pede e aí a compreensão disso vem depois do Passo da compaixão porque depois que você tem curiosidade de conhecer você estabelece o toque compassivo na compaixão você se conecta com o sofrimento do outro mas você não mergulha no sofrimento do outro você não se afunda no sofrimento do outro você não se machuca no sofrimento do outro você apenas se conecta para você
encontrar esse espaço de reconhecimento dessa humanidade compartilhada a ação compassiva Ela não é uma ação hierárquica de alguém que ajuda de alguém que é ajudado é uma composição horizontal é de igual para igual é o espaço de conexão que leva a esse espaço do compromisso da curiosidade da ação compassiva a compaixão é o encontro desse conhecimento técnico com a arte de reconhecer no outro um ser humano tão humano quanto você e que merece que tudo que você saiba seja utilizado a serviço dessa dignidade a serviço desse cuidado que esse paciente precisa Depois dessa ação desse
dessa experiência da compaixão você vai de fato cumprir Ender o que tá acontecendo é esse sétimo passo o sexto passo que é a compreensão porque depois que você se conecta com o sofrimento do outro que você realmente estabeleceu esse compromisso e você teve uma ação para aliviar esse sofrimento você compreende o que o outro tá vivendo e o seu papel dentro desse espaço nessa compreensão você realmente se conecta com o que está acontecendo de fato e você pode precisar de uma coisa muito importante que se chama criatividade nada se cria na paz nada se cria
no na ausência de movimento a criação mais intensa muitas vezes acontece no caos na arte você encontra isso ninguém até hoje tem um um um texto que fala ninguém até hoje compôs uma música escreveu um poema fez uma uma arte uma pintura uma escultura que não fosse através do espaço do sofrimento a arte viabiliza uma relação com a vida porque sem a arte é impossível é um espaço de realidade muito cruel então a arte acontece no espaço de criatividade na criatividade que nasce muitas vezes a partir do Caos E aí essa criatividade aflorando você viabiliza
esse processo do Cuidado esse processo da Saúde da comunicação e ess último passo é cuidar de quem cuida você volta para teu espaço de consciência porque a partir do encontro com o outro você se transforma E aí você tem que se reconhecer eu tenho que saber quem eu me torno depois desse Grande Encontro que eu tive com esse paciente que faleceu essa semana quem ele me em quem ele me transforma a partir desse encontro a partir do encontro com a esposa dele a partir do encontro com a filha dele que deve acontecer em breve que
a gente deve se encontrar incialmente olhos nos olhos quem eu me torno quem eu vou ser depois desse encontro essa curiosidade também se aplica nesse cuidando de quem cuida onde eu também vou cuidar do meu cansaço eu vou cuidar das minhas feridas porque o cuidado viabiliza a vida mas também transforma a vida e às vezes transformar a vida é aar arestas e pode ser difícil pode ser doloroso a gente o passa muitas vezes por aprendizados nessa comunicação eh saudável nessa saúde de comunicação que a gente tem que treinar você tem que fazer treinos para isso
para ser saudável você tem que tomar determinadas atitudes e fazer determinadas correções na sua prática na sua fala no seu silêncio que são às vezes doloridas e a gente precisa desse autoc cuidado Para viabilizar essa saúde da comunicação Oi gente boa Esse aqui foi o conteúdo da aula um eu espero que todo mundo tenha gostado disso e eu gravei mais esse pedacinho de vídeo para dar alguns recados bem legais bem importantes para todo mundo aqui o primeiro recado é que na quarta-feira às 9 horas da manhã a gente vai liberar a segunda aula do workshop
essa aula tá muito especial também né todas tão né mas a segunda aquele recheio do pãozinho ali bem gostoso e o tema vai ser gerenciamento de dor e sintomas o segundo aviso mais importante é o seguinte Na próxima segunda-feira a gente vai abrir as inscrições para pós-graduação multiprofissional em cuidados paliativos da casa do cuidar tá com o certificado do MEC após tem a duração de 12 meses Então a gente vai estar juntos um ano e vai ser online A gente vai liberar as aulas do módulo de cada módulo mensalmente então é um módulo por mês
e no final de cada módulo a gente vai ter uma plenária ao vivo com a coordenação com às vezes com algum professor convidado enfim é um grande encontro com com a turma toda e bom por que que eu tô avisando isso agora vamos lá vou explicar na pós da casa do cuidar a gente tem um tutor para cada 10 15 alunos e além disso a gente tem prova e tem entrega individual que são são eh tarefas todas revisadas uma a uma pela equipe docente sendo assim o número de vagas é limitado não vai dar pra
gente abrir e ficar eh recebendo alunos eternamente assim maravilhoso se um dia a gente conseguisse fazer isso mas nesse momento nós temos essa limitação por conta da importância que nós damos pro aprendizado eh de cada aluno então nós cuidamos desse aprendizado para garantir essa vaga né só vai garantir essa vaga aquela a pessoa que escrever antes né quanto antes melhor porque no Brasil a gente tem essa Vania de deixar tudo para última hora quem deixar para última hora é bem possível que fique sem a chance de fazer essa pos nesse ano ainda então é sério
isso é um recado importante para que você já possam se preparar para essa decisão a gente vai deixar um botão aqui embaixo do vídeo no qual você pode clicar ali naquele botãozinho e ir pra página de pré-inscrição da P nesta página você vai conferir todas as informações da pós tá eh carga horária distribuição ao longo do ano valores enfim todos os detalhes e informações importantes para você tomar essa decisão estão ali e se você tiver interesse você entra no grupo da da pré-inscrição dessa pós-graduação onde a gente libera o link uma hora antes da abertura
pro público Geral caso você tem alguma dúvida lá na página de inscrição você também vai encontrar um ícone de WhatsApp tem lá um negocinho verdinho ali que você pode clicar e vai abrir uma conversa com a minha equipe surreal que é maravilhoso e vai resolver todas as suas dúvidas e aí deixa aqui um beijo e a gente se encontra na próxima aula eu sou Pedro Luiz Pereira sou médico tenho 40 anos de formado e fui procurar ajuda e fui procurar a casa do cuidar para aprender como lidar com as pessoas que sofrem ou com esse
término da vida que é um momento muito angustiante para quem tá ao redor e as pessoas que você ama de repente você se vê privado e aprendi aprendi Achei que ia aprender técnicas de tratar disso asas receitinhas de bolo com alguns remédios e alguns tratamentos e na realidade Aprendi a ser uma nova pessoa eu fui me modificando e principalmente Aprendi a usar a compaixão para amar mais e sofrer menos né oferecer mais amor e não ter medo dessa perda que é inevitável que faz parte do nosso destino e também aprendi muito a me deixar amar
sem medo de fazer as pessoas sofrerem que estão ao meu redor hoje eu convivo muito melhor com essas pessoas que sofrem e convivo melhor também com a minha própria família que tá ao meu redor até o meu cachorro e que recebe mais carinho porque eu não tenho medo de perdê-los e não tenho medo que eles me percam se eu recomendo a casa do cuidar claro que sim é óbvio desde que as pessoas tenham vontade de se tornarem pessoas melhores Esse é o lugar aqui a gente recebe toneladas galões de carinho compaixão e amor e pode
se tornar capaz de usar isso em prol das pessoas próximas e das pessoas que cuidam e que você tem que cuidar Oi gente meu nome é Elisa eu sou médica de família e comunidade atualmente Eu trabalho na atenção domiciliar aqui no município de Porto Alegre e Sou aluna do curso de formação avançada em cuidados paliativos da casa do Cuidado inicialmente eu busquei o curso muito com intuíto objetivo de aprimorar alguns conhecimentos técnicos dentro da minha área mesmo né da Medicina como eu atendo pacientes com doenças graves condições ameaçadoras de vida pacientes oncológicos pacientes em fase
final de vida eu tinha senti essa necessidade de melhorar né alguns conhecimentos em relação a manejo de sintomas prescrição de opioides sedação paliativa e acho que o curso entrega né Eh tudo assim em relação a essas áreas mais técnicas eh específicas no meu caso da Medicina mas logo no início nos primeiros módulos assim no primeiro módulo já na verdade eu entendi que tinha um outro motivo por trás eu est buscando esse curso ã que é o fato de que eu tava em extremo sofrimento em relação à minha prática Clínica né Eu sempre tive muito medo
da morte muito medo de morrer acho que todo mundo tem um pouco mas isso era uma coisa muito importante assim na minha vida e claro que eu levava isso pro meu o atendimento com os pacientes né mesmo que sem me dar conta então logo nas primeiras aulas ã surgiu para mim esse conhecimento que foi um dos mais importantes eu acho dentro da minha da minha do meu estudo da Medicina né nos últimos anos que foi a diferença entre empatia e compaixão que pode até parecer uma coisa simples né ah mas busca no dicionário tu vai
encontrar a a diferença entre empatia e compaixão ã e eu sempre me considerei uma médica muitoo empática né Sempre tive facilidade de vincular com os pacientes gostava de ouvi-los era engraçada né sentia que os pacientes gostavam de mim mas sempre que surgia um assunto difícil um assunto mais doloroso eu paralisava né ou fugia das mais diversas formas que a gente encontra de fugir né das coisas que nos doem que nos fazem mal então eu entendi logo nos nas primeiras aulas porque por que que eu estava sofrendo tanto né eu chegava em casa muitas vezes com
uma sensação de que eu não estava conseguindo ajudar meus pacientes uma sensação de fracasso me sentindo uma impostora e Quando surge para mim essa questão de uma de um atendimento compassivo da compaixão e eu entendo que para conseguir ajudar aquele paciente eu tinha que entender quais eram as minhas dores quais eram as dele e eu tinha que realmente me conectar com aquele paciente para conseguir ter uma ação e ajudá-lo isso fez muito sentido para mim e mudou quase que de uma forma mágica a minha abordagem com os pacientes a minha conduta então eu logo nas
primeiras semanas já notava que a minha postura na casa dos pacientes estava diferente em relação à família em relação a assuntos difíceis Hum muito por causa dessa desse conhecimento que a gente não é ensinado né ao longo da faculdade das residên pelo menos na minha não então foi uma coisa realmente que virou uma chave assim dentro de mim eu antes do curso eu tinha muito medo né se eu sabia que eu tinha um paciente oncológico jovem por exemplo para visitar eu tinha medo de naquela casa ficava angustiada horas antes adava ao máximo aquela visita e
hoje em dia eu sinto que não eu sinto que eu vou pra casa desses pacientes entendendo meu papel sabendo que eu tenho que est ali né para ajudar aquele paciente então de que forma que eu vou conseguir fazer isso e hoje em dia eu consigo não ficar paralisada frente a essas situações que são difíceis são dolorosas mas eu consigo de fato ter uma sensação que eu tô ajudando aquele aquele paciente então isso para mim foi muito significativo porque aliviou o meu sofrimento também né Não só essa abordagem beneficiou os meus pacientes né entender essa abordagem
beneficiou os meus pacientes mas me beneficiou também porque eu passei a sofrer menos né em relação a minha prática minha prática clínica eu acho que esse curso ele mudou realmente a minha forma de exercer medicina minha carreira e inclusive muitas coisas na minha vida pessoal assim porque é um curso que nos ensina a aprender a [Música] [Risadas] [Música] sofrer Y