No livro de Gálatas, o apóstolo Paulo nos traz uma orientação a respeito daquilo que é o tema dessa aula enquanto fluímos no assunto do Espírito Santo. Eu quero abordar hoje o fruto do Espírito. Gálatas, capítulo cinco, eu vou ler dos versos 16 a 25 diz: "Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne.
Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem. Mas, se são guiados pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas.
Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. " Bom, vamos falar a respeito dessa menção de Paulo, que é um contraste.
De um lado, obras da carne, do outro lado o fruto do Espírito. Ambos estão relacionados ao comportamento e ambos também dizem respeito a uma natureza. Essas duas coisas não podem ser ignoradas, e o fruto do Espírito não pode ser abordado em nenhuma outra perspectiva que não seja a do contexto: do contraste com as obras da carne.
Em primeiro lugar, eu quero destacar essa ideia de fruto. Vamos falar aqui sobre frutificação. Por quê?
A vida com Cristo, ela tem essa marca da frutificação. Isso também não pode ser ignorado. Em João, no capítulo 15 de 1 a 8, nós vemos o próprio Jesus falando: "Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador.
Todo o ramo que, estando em mim não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto ele limpa, para que produza mais fruto ainda. Vocês já estão limpos por causa da palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês.
Como o ramo não pode produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim vocês não podem dar fruto se não permanecer em mim. Eu sou a videira, vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim vocês não podem fazer nada.
Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, o lançam no fogo e o queimam. Se permanecer em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhe será feito. Nisto é glorificado o meu Pai: que vocês deem muito fruto; e assim mostraram que são meus discípulos.
" Ênfase ao verso final: "nisto é glorificado o meu Pai: que vocês deem muito fruto", não só fruto, muito fruto, "e assim mostrarão que são meus discípulos. " Portanto, a vida com Cristo, ela tem a marca da frutificação. Dar frutos é a meta, é a missão que cada um de nós tem, é a expectativa que Ele estabeleceu, é o resultado do fluir da vida dele, da seiva dele, por assim dizer, em nós, e a Bíblia diz que quem não dá fruto, o ramo que não dá fruto, ele corta.
Esse ramo vai ser secado, vai ser lançado fora, vai ser queimado no fogo. Ou seja, não há perspectiva de pensar numa vida cristã que não tem a marca de frutos. Agora, dito isso, a segunda coisa que nós precisamos destacar é que na Bíblia a ideia de fruto está relacionada com a natureza da árvore.
Olhe o que Jesus diz também em Mateus, no capítulo sete, dos versos 15 a 20: "Cuidado com os falsos profetas, que se apresentam a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos vocês os conhecerão. " Essa frase é importantíssima: "Pelos seus frutos vocês os conhecerão.
Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de ervas daninhas? Assim, toda árvore boa produz frutos bons, porém a árvore má produz frutos maus. A árvore boa não pode produzir frutos maus e a árvore má não pode produzir frutos bons.
Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e jogada no fogo. Assim, pois, pelos seus frutos, vocês os conhecerão. Aqui Jesus nos dá a capacidade de não só entender qual é a árvore, e Ele não está falando sobre o julgamento.
Ele está falando sobre evidência. Ele diz: "Pelo fruto você conhece a árvore. A árvore boa não dá fruto ruim.
A árvore má não dá fruto bom. Pelo contrário, a árvore boa dá fruto bom e a árvore má dá um fruto ruim ou um fruto mau. " Então isso é um padrão, porque o fruto está relacionado com a natureza da árvore.
Então, por exemplo, você não vai colher goiaba num limoeiro, você não vai colher manga, por exemplo, num pé de maracujá. Então essa lógica, ela se sustenta não só sobre o tipo de fruto combinando com a árvore, mas inclusive a qualidade do fruto combinando com a qualidade da árvore. E nós precisamos falar disso porque a discussão que Paulo está trabalhando no livro de Gálatas diz respeito a essas questões de natureza.
Ele diz: "Se vocês andarem no Espírito, viverem no Espírito, vocês jamais vão satisfazer os desejos da carne. " E aqui eu quero chamar a sua atenção para algo. No verso 16, de Gálatas cinco, a palavra "espírito", ela aparece com E maiúsculo, o que normalmente é uma alusão à pessoa do Espírito Santo.
Agora, um comentário, eu acredito que cabe e é importante aqui: a palavra traduzida como "espírito" não importa se fala do Espírito de Deus, se fala de um anjo, se fala do espírito do homem ou mesmo de um espírito maligno, a palavra usada para indicar "espírito" lá no original grego, no koinê grego antigo, a língua em que o Novo Testamento foi escrito, é sempre a mesma. É a palavra "pneuma". Como nós sabemos se a referência diz respeito ao Espírito Santo ou algum outro tipo de espírito?
Normalmente por algum adjetivo, por algum acréscimo que está lá. Então, por exemplo, em Romanos, no capítulo oito e no verso 16, o apóstolo Paulo diz assim: "O Espírito testifica com o nosso espírito que nós somos filhos de Deus. " Lá, a primeira expressão, "o Espírito", do verso 16 de Romanos oito, está com E maiúsculo e depois "com o nosso espírito" com e minúsculo, até porque nós está falando do espírito humano.
Como é que sabemos que aquela palavra que aparece com E maiúsculo merecia um E maiúsculo? Porque há um contexto. Dois versículos antes, em Romanos 8.
14, Paulo diz: "Os que são guiados pelo Espírito de Deus", então a palavra "pneuma" vem acompanhada de uma definição que é o "de Deus", então esses são filhos de Deus. Aí, na sequência, o raciocínio, "o Espírito", qual? O que ele está falando, de Deus, "testifica com o nosso" que também está fácil distinguir.
Então o tradutor vai lá e faz uma distinção que não existe no original um E maiúsculo, para que a gente entenda que está falando do Espírito Santo. Agora, a pergunta é; aqui que em Gálatas 5. 16 nós temos alguma coisa que defina, ou mesmo lá, em Romanos, por exemplo, oito que defina que todo E maiúsculo se justifica?
E eu vou dizer não só a minha opinião, mas em nome de muitos outros estudiosos: não. Porque na linguagem de Paulo, seja em Romanos ou em Gálatas, que é onde ele mais vai usar isso, ele vai falar muito de carne e espírito para falar de velha e nova natureza. Nós precisamos entender que quando ele fala de velha natureza ele está pegando todo o contexto construído com clareza a partir de Romanos 5, que a queda, o pecado original de Adão passou para todos os homens e há o que ele chama em Romanos 7 e, mesmo 8, de carne pecaminosa ou o pecado que habita em nós.
Ele está falando de um problema de natureza. Por que que Jesus disse a Nicodemos que nós precisamos de um novo nascimento? Jesus diz: "O que é nascido da carne é carne.
O que é nascido do Espírito é espírito. " Então, obviamente, nascemos do Espírito de Deus e somos seres espirituais. Paulo diz: "O que se une ao Senhor é um só Espírito com Ele.
" Jesus diz, em João 4: "Deus é Espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito", porque comungamos com Deus, que é espírito, no nível do nosso espírito. O que nasce de novo é o nosso espírito. E o nosso espírito recriado que recebe a nova natureza, a natureza de Deus.
Ele ainda habita numa carne corrompida que Paulo, em Romanos 8, chama de "cativeiro da corrupção". Imagine isso como uma gaiola que prende, que muitas vezes tenta sufocar a nova natureza e existe uma briga, um conflito. Paulo vai explicar isso no verso 17: "A carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne".
De novo o E maiúsculo. Gente, se fosse o Espírito Santo, ele sozinho, brigando contra a carne, era para a carne estar ganhando de goleada? É nunca.
Então nós precisamos entender que a ênfase fala do nosso espírito. Agora, o nosso espírito só tem uma nova natureza porque nasceu do Espírito Santo, recebe da vida e da virtude dele e é pela presença e o poder e a habitação dele que pode produzir o fruto. Então não seria errado dizer que o fruto do Espírito é o fruto do espírito humano renascido, mas como isso provém da nova natureza, que, por sua vez está relacionada à habitação do Espírito Santo, nós, quando falamos do fruto do Espírito, estamos nos referindo não meramente ao espírito humano, mas ao poder de operação do Espírito Santo no espírito humano.
Mas a distinção precisa ser feita porque se esperarmos que o Espírito Santo então ganhe a briga sozinho e o faça automaticamente, isso não vai acontecer. Se fosse automático e espontâneo, todo crente andava 100% em vitória sobre o pecado em plena santidade. Então nós também temos que entender a nossa responsabilidade e precisamos associar isso com natureza e comportamento.
Ou seja, frutificação na vida cristã não está relacionada somente a obras, mas está relacionada à conduta. Então Paulo diz, com muita clareza, lá em Romanos, no capítulo oito, nos versos 5 e 6, sob a inclinação. Ele diz: "Os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
Porque o pendor da carne dá para morte, mas o do Espírito para a vida e paz. " Então, precisamos fazer uma escolha de à qual natureza vamos nos devotar, porque à qual nós mais nos devotamos permite que haja controle e influência sobre a nossa vida. Quando falamos sobre frutificação, além de mencionar a questão da natureza, há uma outra figura profética que não pode ser deixada aqui de fora.
Por quê? Diz respeito, estamos falando da obra do Espírito Santo e temos uma figura que não pode ser ignorada. No conceito da casa de Deus, comunicado por Deus através da revelação dada a Moisés para a construção do tabernáculo, o livro de Hebreus diz que o Espírito Santo nos ensina por meio de alegorias, ele estava dando a entender, usando aquelas figuras, então nós temos muitas figuras na tipologia do que temos naquela versão inicial da casa de Deus que dizem respeito ao que vivemos hoje, do conceito de que casa de Deus somos nós.
Uma delas é que havia um objeto dentro do tabernáculo que era de ouro puro, que era o candelabro. Normalmente, quando você tem madeira revestida de ouro, você tem a ideia de humanidade associada à divindade. E muitas figuras como o altar do incenso e a arca vão remeter à pessoa e à obra de Cristo.
Humanidade com divindade. Mas quando falamos do candelabro, que era todo de ouro, ele está relacionado com algo que é puramente divino. O candelabro, Deus diz a Moisés que ele tinha que seguir as especificações à risca.
Então ele tinha uma haste central. Dessa haste central, saíam três braços, de um lado, três braços do outro lado, formando uma, um candeeiro, um candelabro com sete lâmpadas, mas sendo uma única peça. O curioso é que Deus deu detalhes, dizendo: "Olha, essa lâmpada vai ter que ser mantida acesa continuamente.
Os sacerdotes têm que dar manutenção ao entardecer e depois ao amanhecer", porque durante a noite ela tinha que permanecer acesa. Não poderia se apagar. E você percebe que há uma relação feita na Bíblia entre o candelabro e a pessoa do Espírito Santo.
Olhe que diz Zacarias, capítulo quatro de 1 a 6: "O anjo que falava comigo voltou e me despertou, como se desperta alguém do sono. Ele me perguntou: O que você está vendo? Respondi: Vejo um candelabro todo de ouro e um vaso de azeite em cima com as suas sete lâmpadas e sete tubos, uma para cada uma das lâmpadas que estão em cima do candelabro.
Junto ao candelabro, vejo duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e a outra à esquerda. Então perguntei ao anjo que falava comigo: Meu senhor, o que é isto? O anjo que falava comigo disse: Você não sabe o que é isto?
Respondi: Não, meu senhor. E ele prosseguiu e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel", então governador de Judá na época do pós exílio da Babilônia. "Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.
" O próprio Deus faz uma relação entre a figura do candelabro e a ação do Espírito Santo. Além disso, em primeiro a Tessalonicenses, no capítulo 5 no verso 19, Paulo diz: "Não apaguem o Espírito. " Da mesma forma como o candelabro não podia ser apagado.
Ou seja, há várias associações. Estou dizendo isso por quê? Aquela haste central da figura que representa não só a pessoa, mas a obra do Espírito, de onde saía três braços para cada lado, Deus disse o que deveria constar em cada um dos três braços de cada lado obviamente, além da descrição de como seria a haste central.
Em cada um dos três braços, o que para mim dá uma visão de equilíbrio, havia três braços com três lâmpadas de um lado, três braços com três lâmpadas do outro. O Senhor diz: "Vai haver três amêndoas em cada braço. " E a amêndoa também é uma figura de frutificação.
Estamos falando disso. Então, por exemplo, quando a vara de Arão floresceu, não apenas floresceu, a Bíblia diz: "Produziu amêndoas maduras. " Em Jeremias 1.
12 Deus pergunta ao profeta: "O que é que você vê? " Ele responde: "Uma vara de amendoeira. " No verso 12 Deus diz: "Viste bem porque eu, o Senhor, velo sobre a minha palavra, para fazê-la cumprir.
" A frutificação da palavra está associada a essas amêndoas. Ou seja, nós temos três amêndoas em cada braço, nove de um lado, três amêndoas em cada braço, nove do outro. O que, para mim, dá uma visão de equilíbrio.
Entre dois aspectos de frutificação ficaram claros, ligados à pessoa e à obra do Espírito Santo no Novo Testamento. O fruto do Espírito tem nove características. Os dons do Espírito são apresentados como nove manifestações.
Interessante que muitos estudiosos dizem que tanto um como o outro, a gente pode juntar em grupos de três que se combinam muito bem. Nós precisamos de fato conseguir entender e mensurar essa ideia de frutificação ligada à natureza, à ação do Espírito Santo em nós, para que haja governo da nova natureza, mas também à figura do candelabro. Então, dito isso, em segundo lugar, eu quero enfatizar aquilo que Paulo vai descrever aqui sobre o fruto do Espírito.
Eu quero começar destacando o fruto do Espírito do jeito que a Bíblia apresenta no singular. O fruto é diferente de os frutos. Eu tenho visto muita gente às vezes comentando: "Eu preciso melhorar no desenvolvimento dos frutos do Espírito.
" Eu digo: "A Bíblia não fala dos frutos, ela fala o fruto. É um só. Agora, eu diria que, à semelhança de uma tangerina, de uma mexerica, é como se o único fruto a gente pudesse se referir a ele como nove gomos.
Ou seja, nós não podemos imaginar uma parte crescendo e se desenvolvendo e outra não. Nós precisamos entender que é um combo, é um pacote completo. E aqui nove aspectos ou, eu chamaria nove gomos distintos, são mencionados como sendo parte do fruto do Espírito.
Então, quando a gente pega aqui os versículos de Gálatas cinco, que nós lemos a partir do verso 22, 22 e o 23: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio", nós temos as nove características ou os nove gomos do fruto do Espírito. Então vamos lá. A título de curiosidade, quando a Bíblia fala a respeito do amor, eu vou seguir a ordem que Paulo apresentou aqui, não que necessariamente a gente tem a tratar como ordem de importância, mas em vários dos ensinos de Paulo, o amor está acima de outras características e virtudes que são mencionadas.
No grego é a palavra "ágape". Ela muitas vezes é apresentada só com o conceito geral de amor, mas às vezes fala de boa vontade, fala de benevolência. Às vezes era usado para falar de alguns banquetes festivos.
Alguns sugerem a possibilidade ou a ideia de amor sacrificial, mas nem todos os léxicos concordam com isso. Para alguns é apenas amor fraternal, de irmão. Embora no grego há uma outra palavra para isso que é "phileo".
Então esse sim, é considerado principalmente a essência do significado do amor de irmão. Em João, no capítulo 13, no verso 34 e 35, nós temos uma declaração muito direta de Jesus. O nosso Senhor diz: "Um novo mandamento vos dou", E ele pontua: "Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros.
Assim como eu os amei, que também vocês amem uns aos outros. Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns pelos outros. " Então a gente diz que o próprio Senhor disse: "Pelo fruto se conhece a árvore.
" Ele diz: "Para saberem que vocês são meus discípulos e só observarem o amor. " Em Romanos 5. 5 diz que o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Então precisamos entender que essa nova natureza, ela é alimentada com a presença e com os recursos que procedem do próprio Espírito Santo, para que a gente seja capacitado a andar em amor. A Bíblia também fala a respeito da alegria. No grego, a palavra é "chara", ela significa alegria, satisfação, causa ou ocasião de alegria.
E muitos textos vão relacionar a alegria com a presença de Deus. Salmo 16. 11 diz: "Na tua presença a plenitude de alegria.
" Há outros textos, como por exemplo Atos, capítulo 13. 52, eu, particularmente, gosto muito dessa definição. Quando a Bíblia fala dessa característica dos discípulos, diz que eles estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Romanos 14. 17 diz que "o reino de Deus não é comida nem bebida, mas ele é justiça, ele é paz e ele é alegria no Espírito Santo. " O próprio Jesus diz em João, no capítulo 15 e no verso 11 o seguinte: "Tenho lhes dito estas coisas para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
" Quando Ele diz "minha alegria e a de vocês" Ele distingue alegria natural de alegria espiritual e Ele diz: "a minha é a espiritual. " A Bíblia também fala em terceiro lugar da paz. No grego, a palavra "eirene" significa estado de tranquilidade nacional, ausência de devastação e destruição da guerra, paz entre indivíduos.
Às vezes é apresentado para falar de harmonia, de concórdia, de segurança, de prosperidade, de felicidade, pois paz e harmonia fazem e mantêm as coisas seguras e prósperas. Aliás, a palavra do hebraico, no Antigo Testamento, "shalom", traduzida para paz, também significa bem estar total e prosperidade. E há vários textos onde lemos sobre isso.
Em João 14. 27, o Senhor Jesus vai falar a respeito da sua paz. Eu particularmente amo essa essa definição bíblica.
"Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Que o coração de vocês não fique angustiado e nem com medo. Então, essa paz dele, ela não é necessariamente circunstancial, porque senão não haveria necessidade de falar sobre não ter medo, o que normalmente vem das circunstâncias, mas é uma paz interior que nos governa.
Em Filipenses, no capítulo quatro e no versículo sete, a mesma Bíblia que nos orienta a não andar ansiosos por coisa alguma, no versículo anterior mas fazer tudo conhecido diante de Deus por meio da oração, diz: "E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus. " Ou seja, não é paz ocasional, é uma paz que atua o tempo todo, guarda a nossa forma de pensar, guarda o nosso coração, guarda os nossos sentimentos isso é fruto do Espírito. Também temos a longanimidade que aparece em quarto lugar, do grego "makrothumia", ela significa paciência, tolerância, constância, firmeza, perseverança.
E a Palavra de Deus diz em Hebreus, no capítulo seis e no verso 12, a respeito dessa paciência, ou dessa que alguns chamam de longanimidade. Hebreus, capítulo seis, verso 12, diz assim: "para que não se tornem preguiçosos, mas imitadores daqueles que, pela fé e paciência, herdam as promessas. " Fé e paciência andam de mãos dadas.
Aliás, o verso 15 diz que, sobre Abraão: "E assim, depois de esperar com paciência, Abraão obteve a promessa" porque essa é a maneira como entramos nas promessas. Então não se trata apenas da pessoa entender que a longanimidade é um comportamento onde ela vai ser clemente, onde ela não perde a paciência, mas onde ela se mantém, além de tolerante com pessoas que precisam da nossa misericórdia, ela mantém também firmeza, constância. Ela não deixa a gente desanimar.
Longanimidade é a capacidade de ter ânimo longo. Na sequência, nós temos benignidade do grego "chrestotes", esta palavra está relacionada não só com benignidade, mas também com integridade e até bondade, no sentido um pouco mais, digamos, moral. Interessante, porque também temos a palavra bondade que aparece como fruto do Espírito.
No grego "agathosune", ela significa integridade ou retidão de coração e vida. Bondade, gentileza. Então, alguns comentaristas apontam que o significado das palavras benignidade e bondade são muito parecidos, e alguns estudiosos definem a primeira, benignidade, como a qualidade do coração e da emoção, e a segunda como uma qualidade da conduta e da ação.
A verdade é que estamos falando de coisas complementares e vários textos bíblicos vão nos mostrar a importância de ambas. Também termos fidelidade. No grego é a palavra "pistis".
E aqui, nessa sétima característica, nós podemos também reconhecer algo. Algumas traduções mais clássicas, antigas, em vez de fidelidade, traduziram fé. A palavra "pistis" significa convicção da verdade de algo, fé.
Então, muitos textos bíblicos que vão falar a respeito de alguém que foi encontrado fiel, que é a característica daquele que tem fé, então a palavra que vai aparecer é exatamente essa. Então, primeira Timóteo, capítulo um, verso 12, o apóstolo diz assim: "Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me fortaleceu e me considerou fiel, designando-me para o ministério. " Em segunda Timóteo, no capítulo dois, no verso dois, Paulo também diz: "O que você recebeu de mim transmite a homens idôneos que também" ou fiéis "que possam ensinar outros.
" Então são aqueles que têm e preservam a fé e essa característica de não se desviar dela, conservar sua fidelidade. Temos a palavra mansidão, que ela também é do grupo das palavras relacionadas com bondade. , no grego "praotes", significa gentileza.
Ela tem ideia também de humildade, mas também de bondade. Jesus diz: "Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração. " "Bem aventurados os mansos.
" Então não é só a capacidade de você não explodir, não se irritar, mas de se manter cheio de gentileza, humilde. Isso, de fato, está relacionado à nova natureza. E por fim, nós temos aquilo que se destaca acima de todas as coisas quando falamos do contraste com as obras da carne.
Domínio próprio do grego "egkrateia", significa autocontrole, virtude de alguém que domina seus desejos e paixões, especialmente seus apetites sensuais. Em outras palavras, a gente pode chamar de vitória sobre o desejo. Em Gênesis 4.
7, Deus diz para Caim: "O pecado jaz à tua porta, e o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. " Dominar o desejo é responsabilidade do ser humano desde o início. E essas verdades eram pregadas.
Em Atos 24. 25, Paulo menciona o domínio próprio numa pregação para alguém que nem é convertido. Em segunda de Pedro, no capítulo um, no verso seis, aqui o apóstolo, sim, falando com a Igreja, fala daquelas coisas que devem ser acrescentadas à nossa fé.
E ele começa no verso cinco, dizendo: "acrescentem à fé que vocês têm a virtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, a perseverança". Ou seja, indiscutivelmente, devem fazer parte da nossa vida e são frutos dessa natureza, nova natureza que recebemos no Senhor e, quanto mais nos sujeitamos ao Espírito Santo, vivendo uma vida cheia da presença dele, melhor poderemos manifestar. Agora, o que leva um fruto a se desenvolver?
Se pegamos e esse é o ponto em que eu encerro aqui, se pegamos o paralelo entre o natural e espiritual, Jesus diz que Ele é a videira, nós os ramos. Ou seja, o fruto aparece nos ramos, mas só é possível pelo fluir da seiva que vem da árvore. É por isso que Jesus diz em João 15.
5: "sem mim nada podeis fazer. " Eu e você precisamos de Jesus até para viver como discípulo de Jesus e o principal, alimentar um relacionamento com Ele, cultivar a nova natureza que emana dele por meio de uma vida cheia do Espírito Santo. Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento do fruto quando falamos do paralelo natural, um deles é a água.
Quanto mais regada, maior o potencial de frutificação da árvore. E acredito que isso figura a Palavra de Deus e quanto mais nos enchemos dela, mais fértil o nosso coração se torna. Mas a Bíblia também fala do tipo de terra.
Em Mateus 13, Jesus, na parábola do semeador, fala de sementes que vão ter uma produtividade diferente em contextos de solo diferentes. Isso fala da forma como ouvimos a palavra, como correspondemos a ela, como nos deixamos ou não ser trabalhados pelo Espírito Santo. Aqui eu também encerro falando da importância das disciplinas espirituais na vida do cristão.
Elas, ao longo da história, não têm sido consideradas, pelo menos não pelos que tinham maturidade no entendimento bíblico, obras de mérito mas práticas que nos permitem nos manter conscientes da nova natureza. Então, quando gastamos tempo com a Palavra, estamos alimentando a consciência das verdades da nova criação. Quando gastamos tempo em devoção adorando a Deus, a Bíblia diz que Deus habita no meio dos louvores.
Paulo escreve aos Efésios, diz: "Não vos embriaguem com vinho no qual há dissolução" que dá vazão à carne, "mas encham-se do Espírito. " Como? "Falando entre vós, com salmos, hinos".
Enquanto eu e você estamos adorando e estamos nos expondo ao enchimento do Espírito Santo. No ambiente de oração nossa carne, ela está sendo mortificada, mas uma consciência espiritual pela aproximação de Deus está sendo desenvolvida. Por meio do jejum, um ato deliberado de mortificação da carne, seguido da sua irmã gêmea, a oração, estamos desenvolvendo a consciência da nova natureza, e essas disciplinas nos ajudam na sujeição a Deus, à sua presença, ao governo do seu Espírito em nós e à manifestação da nova natureza.
De tempos em tempos precisamos pegar essa lista das características do fruto e avaliar: Estou andando em amor? Estou manifestando alegria? Estou andando em paz?
Cada uma delas. Estou andando no domínio próprio, manifestando bondade, benignidade, mansidão, fidelidade? Porque esse questionamento nos ajuda a avaliar se estamos nos sujeitando como deveríamos.
A constatação negativa de que não estamos deve nos levar ao arrependimento e não ao desânimo, ao concerto e não ao distanciamento de Deus, à busca dos seus recursos para que o quadro seja revertido e para que essas características sejam vistas em nós. Principalmente no meio pentecostal, se enfatiza muito o poder dos dons e muito pouco o poder que transforma caráter. É por isso que antes mesmo de falar dos dons, o que farei nas próximas aulas, nós estamos enfatizando aquilo que diz respeito à manifestação do caráter, da natureza de Jesus em nós, porque é isso que o Espírito Santo veio fazer.
Segundo aos Coríntios 3. 18 diz que Ele nos transforma de glória em glória na imagem do Senhor Jesus. O poder dele não se limita a milagres e sinais externos, mas começa pela transformação interna.
Que Deus nos ajude, por meio da sua graça e o entendimento da Palavra, expor-nos a Ele e a esse processo, que lhe traga glória e que manifeste a beleza de Jesus em nós.