[Música] essa história aconteceu há alguns anos quando eu ainda trabalhava como coletor de sucata em uma cidade pequena do interior durante o dia meu trabalho era no ferro velho da cidade onde eu ajudava a separar e organizar o que chegava mas era a noite que o trabalho mais pesado acontecia as pessoas da cidade que queriam se livrar de sucata me avisavam durante o dia e combinável deixassem tudo do lado de fora de suas casas assim eu passava com a minha velha Kombi e fazia a coleta noturna recolhendo o que podia ser aproveitado Eu sempre gostei
da Tranquilidade da Noite das ruas vazias e do silêncio que só era quebrado pelo barulho do motor da Kombi e pelo som dos sacos de carta sendo jogados normalmente eu contava com a ajuda de um funcionário mas naqueles dias ele estava doente gripado e não tinha como trabalhar então lá estava eu fazendo tudo sozinho o que significava mais trabalho mas também mais tempo para pensar foi nessa época que comecei a receber pedidos de uma rua antiga da cidade um lugar onde eu não costumava passar essa rua era cheia de casas velhas Muitas delas parecendo abandonadas
era estranho que de repente tanta gente ali quisesse se livrar de tanta coisa mas trabalho é trabalho aceitei os pedidos Sem questionar e assim comecei a passar por lá todas as noites nas primeiras Noites em que passei por essa rua tudo parecia normal embora o lugar fosse um tanto Sombrio as casas eram velhas com janelas empoeiradas e paredes que pareciam prestes a desabar o que realmente me chamou a atenção porém foram os sacos de lixo que sempre apareciam ao lado das pilhas de sucata que eu ia buscar esses sacos eram diferentes maiores e mais pesados
do que os normais e estavam sempre lá como se alguém soubesse que eu passaria e os deixasse propositalmente por curiosidade uma noite decidi abrir um desses sacos o que encontrei me deixou desconcertado bonecas antigas roupas que pareciam saídas de outra época e fotografias em preto e branco todas amareladas pelo tempo eram coisas que não pareciam pertencer ao lixo objetos que tinham uma história comecei a me perguntar quem estaria jogando fora essas coisas e por quê e mais porque sempre apareciam junto da Sucata que eu tinha que recolher com o tempo os itens dentro dos sacos
de lixo foram ficando cada vez mais estranhos como se se cada nova coleta me trouxesse mais perto de algo que eu não deveria descobrir aquilo começou a mexer com a minha cabeça as perguntas sem resposta não saíam da minha mente e a rua antiga com suas casas abandonadas começou a me causar um desconforto que eu não conseguia ignorar com o passar dos dias minha curiosidade sobre os itens que encontrava naquela rua foi aumentando não conseguia tirar da cabeça aquelas bonecas antigas as roupas de época e as fotografias em preto e branco era como se cada
objeto Contasse uma história que ninguém queria ouvir Cada noite ao passar por lá eu me sentia mais intrigado e ao mesmo tempo inquieto comecei a reparar melhor na rua nas casas parecia que ninguém morava Ali há anos as fachadas estavam desgastadas algumas janelas quebradas e os jardins se é que dava para chamar assim estavam tomados pelo Mato não entendia quem poderia estar deixando aquelas coisas para trás e por que justo ali a cada nova coleta a sensação de que algo estava errado só aumentava eu sabia que deveria apenas fazer meu trabalho e ir embora mas
não conseguia evitar cada vez que encontrava mais um desses sacos de lixo me pegava pensando em quem ou o que estaria por trás disso e apesar do Medo a a curiosidade começava a tomar conta de mim numa noite em particular Minha Curiosidade finalmente venceu o medo depois de carregar a sucata na Kombi vi mais um daqueles sacos de lixo maior e mais pesado do que o normal meu coração disparou Mas eu sabia que precisava descobrir o que estava acontecendo parei a Kombi olhei ao redor para me certificar de que estava sozinho e me aproximei do
saco quando abri tomei um susto lá dentro entre os itens estranhos de sempre havia algo diferente um livro velho com as páginas amareladas e a capa desgastada mas o que realmente me deixou aterrorizado foi o que estava escrito na capa meu nome em letras grandes e desbotadas seguido por uma data o dia seguinte por um momento fiquei paralisado sem saber o que fazer o medo tomou conta de mim de um jeito que nunca tinha sentido antes como aquilo era possível quem faria uma coisa dessas e mais importante por quê a data no livro era a
mesma da noite seguinte e a ideia de que algo terrível poderia acontecer não saía da minha cabeça larguei o livro de volta no saco fechei-o e corri para a kombe não sabia o que pensar mas uma coisa era certa algo muito errado estava acontecendo naquela rua e agora parecia que estava direto ligado a mim no dia seguinte fui trabalhar no ferro velho como sempre mas minha cabeça estava em outro lugar não conseguia parar de pensar no livro que encontrei na noite anterior com meu nome na capa e aquela data fatídica era como se a descoberta
tivesse despertado algo em mim algo que eu não conseguia afastar cada barulho cada sombra que se movia me fazia pular eu estava apavorado no ferro velho enquanto separava e organizava as peças meus colegas perceberam que eu não estava bem perguntaram se eu estava doente ou se algo tinha acontecido mas eu não sabia o que dizer como explicar o que tinha encontrado naquelas condições quem acreditaria em uma história dessas então só balancei a cabeça e disse que era cansaço que eu estava lidando com o trabalho sozinho enquanto meu ajudante estava doente é que o medo estava
me consumindo por dentro durante o dia tentei me distrair com o trabalho mas tudo que eu fazia me lembrava da Rua dos sacos de lixo e daquele livro quando a noite Começou a cair a tensão aumentou Eu sabia que teria que voltar lá para fazer a coleta mas a ideia daquela data no livro me deixava em Pânico de noite quando peguei a Kombi para começar a ronda minhas mãos estavam suando no volante a Kombi que sempre foi minha companheira de tantas noites agora Parecia um caixão Sobre Rodas me levando para um destino do qual eu
queria fugir mas eu não tinha escolha o trabalho precisava ser feito quando cheguei na rua antiga meu coração quase parou eu sabia que algo estava prestes a acontecer mas não tinha ideia do que poderia ser e o pior de tudo era que apesar de todo o meu medo eu estava sozinho não havia ninguém para compartil o peso daquele terror que crescia dentro de mim a sensação de mal-estar era tão forte que quase decidi dar meia volta mas a responsabilidade me impediu mesmo com todo o medo eu tinha um trabalho a fazer desci da combi olhei
ao redor e comecei a carregar a sucata que estava à espera tentando ignorar a escuridão que parecia estar me cercando Foi então que ouvi algo que me fez congelar um som baixo como se alguém estivesse sussurrando meu nome olhei em volta mas não vi nada o som parecia vir de todos os lados mas a rua estava completamente Deserta o Coração batia tão rápido que eu podia sentir o sangue pulsando nos ouvidos decidi que era hora de terminar o trabalho o mais rápido possível e sair dali joguei o último pedaço de sucata na caçamba e estava
prestes a entrar na Kombi quando percebi algo estranho a porta da Kombi que eu tinha certeza de ter fechado estava entreaberta o medo que eu estava sentindo virou Pânico com a mão trêmula segurei a porta e dei uma olhada dentro Dabi lá dentro sobre o banco do passageiro estava o livro que eu tinha encontrado na noite anterior eu tinha deixado o livro naquele saco de lixo não o tinha levado comigo e agora ele estava ali aberto com a página virada para a data que coincidia com aquela noite mas o mais assustador foi o que vi
embaixo do livro Uma foto antiga em preto e branco mostrando um homem ao lado de uma Kombi um homem que parecia exatamente comigo eu não conseguia respirar direito não podia ser real como Aquilo tinha parado ali peguei a foto com as mãos trêmulas e ao virá-la vi algo escrito à mão ele sabia que não devia voltar nesse momento as luzes dau começaram a piscar e o motor da Kombi ligou sozinho o som do motor roncando no silêncio da noite fez meu coração quase parar eu sabia que precisava sair dali Mas minhas pernas não respondiam foi
quando o motor desligou abruptamente e tudo ficou em silêncio novamente só o som do meu coração batendo descontroladamente decidi que não havia mais o que fazer ali larguei a foto e o livro no banco fechei a porta da Kombi com força e saí de lá o mais rápido que pude aquela rua aquela noite sabia que jamais esqueceria depois daquela noite minha vida mudou no dia seguinte fui direto ao dono do ferro velho e pedi para ser transferido para outra rota contei a ele que estava com problemas de saúde que o trabalho noturno não estava me
fazendo bem mas não disse uma palavra sobre o que realmente tinha acontecido quem acreditaria e sim Sinceramente eu preferia esquecer passei dias tentando tirar aquela imagem da minha cabeça o livro com meu nome a data a foto antiga de um homem que parecia exatamente comigo mesmo durante o dia enquanto trabalhava no ferro velho não conseguia afastar a sensação de que algo estava me observando que algo tinha ficado naquela rua esperando que eu voltasse mas eu nunca mais voltei passei a evitar aquela parte da cidade completamente e quando alguém mencionava aquela rua eu mudava de assunto
fingindo que não era nada mas no fundo sabia que tinha visto algo que nunca deveria ter sido encontrado algo que estava ligado a mim de uma forma que eu nunca entenderia anos se passaram e a lembrança daquela noite ainda me assombra mas o que mais me assusta é que de vez em quando em noites silenciosas eu ainda ouço aquele sussurro um som baixo distante como se alguém estivesse tentando me chamar de volta mas eu nunca vou voltar trabalho como frentista em um posto de gasolina 24 horas na beira de uma estrada no interior de São
Paulo durante a noite o movimento é bem tranquilo com poucos carros passando É nesse silêncio que comecei a notar algo esquisito uma por volta das 3 da manhã apareceu um carro que eu nunca tinha visto por aqui era um Opala Preto daqueles antigos com a pintura meio fosca e os vidros tão escuros Que não dava para ver nada lá dentro o motorista não saiu do carro como a maioria faz ele só Abriu uma fresta da janela quando terminei de abastecer esticou a mão e me entregou o dinheiro certinho sem falar nada depois saiu dirigindo devagar
impressa o que me deixou intrigado foi o tanque quando comecei a abastecer percebi que o combustível entrava mais devagar que o normal como se o tanque estivesse enchendo mas de um jeito diferente do que eu estava acostumado isso ficou na minha cabeça algo não parecia certo mas naquela primeira vez acabei deixando passar pensando que podia ser apenas uma impressão alguns dias depois o mesmo carro apareceu de novo e Foi aí que comecei a perceber um padrão sempre uma vez por semana lá pelas 3 da manhã o Opala Preto surgia na entrada do posto eu já
sabia o que esperar o carro parava na bomba e eu começava a abastecer o tanque continuava enchendo mais devagar do que o normal o que me deixava intrigado quando terminava o motorista abria uma fresta da janela e me entregava o dinheiro contado sempre sem falar uma palavra aquele ritual começou a me deixar desconfiado não era só a questão do combustível entrar devagar era o silêncio a maneira como o motorista nunca mostrava o rosto como se ele quisesse se manter oculto o carro ia embora mas eu ficava ali pensando no que podia estar acontecendo algo não
batia e a curiosidade começou a crescer junto com uma sensação estranha como se tivesse algo de muito errado naquela situação depois de algumas semanas nessa rotina Minha Curiosidade estava me corroendo por dentro não conseguia parar de pensar naquele Opala preto no motorista misterioso e no tanque que parecia nunca encher direito decidi que precisava descobrir o que estava acontecendo na próxima vez que o carro aparecesse eu ia tentar ver alguma coisa além daquela fresta de janela e foi o que eu fiz na noite em que ele apareceu de novo já lá pelas 3 da manhã fiquei
de olho assim que que ele parou na bomba me aproximei com a mangueira Mas em vez de só abastecer como sempre tentei puxar conversa boa noite tudo certo perguntei esperando que ele dissesse algo mas nada só o silêncio e a mão que saía pela fresta da janela esticada esperando que eu Terminasse de abastecer eu já estava começando a ficar nervoso quando terminei de encher o tanque me aproximei um pouco mais da janela tentando espiar lá dentro mas não conseguia ver nada os vidros eram escuros demais como se tivessem sido feitos para esconder o que estava
lá dentro ele me entregou o dinheiro e saiu devagar do mesmo jeito de sempre aquilo só fez aumentar minha desconfiança não tinha como ser normal alguma coisa estava errada com aquele carro e eu não sabia o que era trabalhando em um posto de gasolina na beira de uma estrada Deserta acabei conhecendo muita gente que passava por ali principalmente os policiais rodoviários federais como o posto era o único em quilômetros ele sempre paravam para fazer uma pausa comer algo na conveniência ou só trocar uma ideia para passar o tempo foi num desses encontros que decidi perguntar
sobre o Opala Preto estava começando a me sentir paranoico com a situação e precisava de uma segunda opinião naquela noite quando um dos policiais que sempre parava lá entrou na conveniência puxei assunto Ele se chamava Almeida cara experiente já rodava por aquelas estradas há anos Contei sobre o carro como ele aparecia sempre no mesmo horário uma vez por semana e como o tanque parecia nunca encher direito falei também sobre o motorista misterioso que nunca mostrava o rosto e só abria uma fresta da janela para me pagar Almeida ouviu tudo com atenção mas no final deu
de ombros nunca ouvi falar de nada parecido Paulo op pala Preto estranho mas não tem muito o que fazer só com isso se você tá desconfiado faz o seguinte da próxima vez que esse carro aparecer anota a placa e me liga a gente dá uma olhada no sistema para ver se tem alguma coisa mas por enquanto não precisa se preocupar pode ser só alguém meio reservado As palavras dele me deixaram um pouco mais tranquilo saber que eu tinha alguém a quem recorrer se o Opala voltasse me ajudou a tirar um pouco da pressão agradecia ao
Almeida e voltei ao trabalho tentando me convencer de que estava exagerando que talvez fosse só um cliente estranho e nada mais depois daquela conversa com o policial o carro preto simplesmente parou de aparecer durante algumas semanas comecei a pensar que talvez a coisa toda tivesse acabado que eu podia voltar à minha rotina normal sem me preocupar com aquele mistério que estava me consumindo mas por mais que tentasse esquecer a imagem daquele carro ainda rondava minha cabeça Foi então que em uma madrugada qualquer lá pelas 3 da manhã o carro apareceu de novo o Opala Preto
entrou no posto como sempre deslizando até a bomba como se nada tivesse acontecido na hora meu coração disparou mas me forcei a manter a calma lembrei do que o policial Almeida tinha me dito e enquanto abastecia fiz questão de anotar a placa do carro assim que terminei de encher o tanque o motorista abriu a fresta da janela e me entregou o dinheiro como sempre fazia mantive minha postura profissional sem deixar transparecer o nervosismo que sentia por dentro assim que o carro foi embora fui direto para dentro da loja de conveniência e peguei meu celular liguei
para o policial como ele havia pedido e passei a placa do Opala Almeida o carro apareceu de novo Acabei de anotar a placa o Almeida que sempre foi muito Atento e profissional pediu para eu esperar um pouco na linha ouvi o barulho de teclas ao fundo e a espera de poucos minutos pareceu uma eternidade Meu Coração batia acelerado e eu me perguntava o que ele poderia encontrar ou pior o que ele não encontraria pouco minutos depois ele retornou à linha Paulo essa placa não consta no sistema vou pedir PR nossa equipe ficar de olho se
eles virem esse Opala na estrada vão parar e dar uma conferida aquilo foi como um soco no estômago Como assim a placa não constava no sistema comecei a pensar em todas as possibilidades mas nenhuma delas fazia sentido a única coisa que eu podia fazer era confiar a veria a situação e tentar seguir em frente com o meu trabalho mas no fundo algo me dizia que aquilo estava longe de acabar depois daquela ligação fiquei com a cabeça a 1 a ideia de que o carro podia ser fantasma ou que não existia no sistema da polícia me
deixou ainda mais inquieto mesmo assim continuei trabalhando tentando me convencer de que se fosse algo sério os policiais iam resolver porém atenção estava presente em tudo o que eu fazia cada carro que parava no posto me deixava Alerta e a cada dia que passava eu ficava mais ansioso esperando que o Opala aparecesse de novo a rotina que antes era tranquila agora era cheia de dúvidas e medos alguns dias se passaram e toda vez que o relógio se aproximava das 3 da manhã eu começava a suar frio esperando o carro surgir na entrada do posto mas
ele não apareceu Fiquei me perguntando se aquilo tudo não era coisa da minha cabeça mas a verdade é que a tensão só crescia e quanto mais eu pensava naquilo mais eu sentia que alguma coisa estava prestes a acontecer foi então depois de quase um mês sem sinal do carro preto que comecei a pensar que talvez a coisa toda tivesse acabado quem sabe o motorista percebeu que estava sendo observado e decidiu parar de aparecer talvez a polícia tivesse conseguido encontrá-lo na estrada de qualquer forma eu estava tentando seguir com minha vida Voltando à rotina mesmo com
aquele mistério ainda na cabeça até que em uma madrugada silenciosa o carro preto apareceu de novo lá pelas 3 da manhã do jeito de sempre meu coração disparou no mesmo instante dessa vez eu sabia que não podia ignorar assim que vi o carro entrando no posto senti uma mistura de medo e determinação eu tinha que enfrentar aquilo o carro parou na bomba e eu comecei a abastecer como sempre mas algo estava diferente o silêncio ao redor parecia mais pesado e a Escuridão da estrada mais opressiva quando terminei de abastecer o motorista abriu a fresta da
janela e mais uma vez esticou a mão para me entregar o dinheiro minha respiração estava ofegante mas fiz meu trabalho sem dizer assim que o carro saiu do posto voltei correndo para dentro da loja de conveniência e liguei para o Almeida passei a informação de que o carro tinha acabado de passar novamente ele disse que estava de plantão e pediu para que eu ficasse calmo prometeu que enviaria uma equipe para patrulhar a estrada imediatamente no dia seguinte ainda abalado pela útima apari do carro resolvi passar na baseal com o Almeida e saber se havia alguma
novidade ele me recebeu com aquele jeito tranquilo de sempre mas eu conseguia ver que algo estava diferente ele parecia mais sério quase preocupado Paulo a gente patrul a estrada a noite toda mas não encontramos nada nenhum sinal do Opala como te falei antes aquela placa não consta no sistema e mesmo com a descrição que você deu não conseguimos localizar o carro eu estava prestes a fazer mais perguntas quando ele continuou mas aqui está o mais estranho verificamos os registros de câmeras de segurança da região E adivinha não tem nenhum sinal do carro chegando ou saindo
do posto nas últimas semanas Aquilo me deixou sem palavras como assim não havia registro do carro eu sabia o que tinha visto sabia que ele estava lá mas como explicar isso Almeida colocou uma mão no meu meu ombro como se estivesse tentando me confortar Paulo não sei o que está acontecendo mas por enquanto acho que o melhor é você cuidar da sua vida vou manter a Patrulha ativa mas se algo mais acontecer me avise imediatamente às vezes é melhor não mexer muito com essas coisas saí da delegacia com uma sensação estranha como se tivesse passado
por algo que nunca seria completamente resolvido o Opala preto o motorista misterioso a placa inexistente tudo isso continuaria sendo um mistério algo que eu provavelmente nunca entenderia mas ao mesmo tempo sabia que tinha que seguir em frente voltei ao posto naquela noite mais cauteloso do que nunca e para minha surpresa o Opala Preto nunca mais apareceu a vida voltou ao normal mas aquela história ficou marcada na minha mente meu nome é Carlos tenho 45 anos e trabalho como faxineiro em um grande escritório no centro de São Paulo não é um trabalho dos sonhos mas ele
paga as contas e me permite cuidar da minha família trabalho aqui há uns 5 anos sempre no turno da noite durante o dia o lugar é uma correria só gente entrando e saindo telefonemas reuniões mas à noite quando todo mundo vai embora fica só eu e o silêncio do prédio é um silêncio que eu sempre achei tranquilo até reconfortante gosto de fazer meu trabalho sem ninguém por perto Sem pressa só eu e meus pensamentos naquela noite tudo parecia normal eu estava limpando as baias onde o pessoal trabalha como faço todas as noites quando de repente
ouvi um barulho vindo de uma das Mesas virei para olhar e vi que um dos computadores tinha ligado sozinho achei que fosse algum problema técnico talvez algum tipo de atualização automática ou coisa assim fui até lá olhei a tela mas não tinha nada demais só a tela de login esperando alguém digitar a senha sem pensar muito Apertei o botão de Desligar e o computador apagou continuei minha limpeza mas aquilo ficou na minha cabeça era estranho mas tentei não dar muita importância Afinal era só um computador na noite seguinte lá estava eu de novo fazendo meu
trabalho como sempre já tinha até esquecido do computador que ligou sozinho na noite anterior quando cheguei naquela mesma mesa o monitor Estava ligado o que era normal Afinal durante o dia o pessoal usava os computadores mas dessa vez quando passei por perto percebi que havia algumas imagens estranhas abertas na tela as imagens não eram exatamente assustadoras mas tinham algo de estranho nela eram fotos de objetos comuns mas com ângulos ou cortes que faziam parecer que algo estava fora do lugar minha primeira reação foi achar que alguém tinha deixado aquilo aberto e esquecido de fechar antes
de ir embora o que já tinha acontecido outras vezes fiquei tentado a dar uma olhada mas não sou intrometido só desliguei o monitor E segui em frente Afinal vai saber se a pessoa deixou o computador ligado de propósito ou se só esqueceu mesmo Tentei continuar meu trabalho mas a imagem daquelas fotos não saía da minha cabeça algo ali não parecia certo e quanto mais eu pensava nisso mais desconfiado eu ficava Algumas Noites se passaram desde aquele incidente com as imagens estranhas no computador e eu tentei não pensar muito nisso continuei fazendo meu trabalho focando no
que realmente importava manter Tudo limpo e organizado mas claro algumas coisas ficam na cabeça da gente e aquela sensação esquisita continuava me incomodando numa dessas noites estava tudo mais quieto do que o normal até o barulho do ar condicionado parecia mais baixo eu estava limpando uma das salas de reuniões quando comecei a ouvir um som que não fazia sentido era como o som de teclas sendo pressionadas como se alguém estivesse se digitando parei O que estava fazendo e fiquei em silêncio tentando identificar de onde vinha aquele som o escritório estava vazio só eu ali mas
o som era Claro Alguém estava digitando em um teclado fui seguindo o som tentando manter a calma mas o coração já estava acelerado quanto mais eu me aproximava mais o som ficava alto e Adivinha de onde vinha daquela mesma mesa onde o computador tinha ligado sozinho e onde eu tinha visto Aquelas imagens estranhas Quando entrei na sala o som parou imediatamente lá estava o computador ligado de novo com a tela piscando me aproximei devagar já com aquela sensação ruim no peito a tela ficou preta por um momento mas então uma nova mensagem apareceu simples e
direta Não olhe para trás por impulso olhei para trás imediatamente o coração disparou mas não havia ali apenas as mesas vazias e o corredor escuro senti um misto de alívio e confusão quem escreveu aquela mensagem e por qu desliguei o monitor de novo mas dessa vez saí da sala mais rápido do que antes com a cabeça cheia de perguntas que eu não sabia como responder na noite seguinte eu estava tenso antes mesmo de chegar ao trabalho tentei me convencer de que tudo aquilo não passava de coincidência de que não era nada demais mas a verdade
é que aquilo estava mexendo comigo e eu não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido assim que cheguei ao escritório fiz o possível para evitar aquela sala focando nas outras áreas mas no fundo eu sabia que não ia conseguir ignorar o que estava acontecendo e não demorou muito para o inevitável acontecer enquanto limpava a Copa ouvi o som familiar do monitor ligando aquele clique que já tinha ouvido antes o coração disparou mas dessa vez eu sabia que não podia mais ignorar caminhei devagar até a mesa sentindo cada passo mais pesado do que o anterior
cheguei na frente do computador e como eu já esperava ele estava ligado de novo a tela estava escura mas não completamente preta havia algo escrito ali me aproximei para ler e vi a mesma frase da noite anterior Não olhe para trás Fiquei parado pensando no que fazer na noite anterior não tinha acontecido nada mas a mensagem continuava ali como se estivesse me desafiando desliguei o monitor com a mão firme e saí daquela sala o mais rápido que pude mas dessa vez Decidi não olhar para trás depois de tantas noites estranhas resolvi que precisava entender melhor
o que estava acontecendo Naquela Mesa as mensagens as imagens tudo aquilo estava mexendo comigo e eu não conseguia mais ignorar então num dia qualquer Cheguei ao trabalho bem mais cedo do que de costume minha intenção era conversar com um dos funcionários que trabalhavam durante o dia alguém que pudesse me dar uma ideia de quem usava aquele computador encontrei o João um colega da equipe de manutenção que sempre estava por ali durante o dia ele era gente boa sempre posto a ajudar depois de um pouco de conversa fiada perguntei casualmente quem costumava trabalhar naquela mesa específica
onde o computador Parecia ter vida própria Ele olhou para mim com uma expressão estranha e respondeu aquela mesa era do Marcos mas ele não aparece aqui faz uma semana ninguém sabe o que aconteceu com ele o pessoal até tentou ligar mas não conseguiram contato tá todo mundo meio preocupado mas até agora nada aquela resposta me deixou gelado uma semana o mesmo tempo em que as coisas estranhas começaram a acontecer comigo fiquei pensando no que poderia ter acontecido com o tal Marcos mas por mais que eu tentasse não conseguia ligar os pontos A única coisa que
eu sabia era que a coincidência era grande demais para ser ignorada despedi-me do João mas minha cabeça estava a 1 será que as mensagens no computador tinham algo a ver com o desaparecimento de Marcos e se sim o que eu deveria fazer essas perguntas me acompanharam pelo resto do dia mas eu sabia que não tinha como encontrar respostas sozinho naquela mesma noite voltei ao trabalho com um sentimento de inquietação que não conseguia afastar tudo o que João tinha me contado mais cedo estava martelando na minha cabeça decidi continuar com minha rotina mas já estava preparado
para qualquer coisa que pudesse acontecer estava limpando as baias como de costume quando ouvi o familiar clique do monitor ligando o mesmo computador de sempre caminhei devagar até lá já esperando o pior quando olhei para a tela ela estava cheia de imagens que não faziam sentido eram figuras borradas distorcidas que eu não conseguia identificar aquilo só aumentou minha atenção de repente as imagens desapareceram e uma nova mensagem apareceu mas dessa vez era diferente era uma ameaça Clara saia daqui antes que seja tarde meu coração disparou não era mais só uma sensação esquisita ou um susto
agora era uma ameaça direta desliguei o monitor rapidamente tentando manter a calma não sabia o que pensar estava prestes a me virar e sair quando de repente vi algo pelo Canto do olho lá estava ela a figura de sombra parada no corredor me encarando Fiquei parado tentando entender o que estava vendo mas antes que pudesse reagir a sombra desapareceu sumindo no ar como se nunca estivesse ali aquilo foi a gota d'água Peguei minhas coisas e saí do escritório o mais rápido que pude saí de lá com a decisão firme de que não voltaria mais para
aquele lugar de jeito nenhum no dia seguinte ainda abalado com tudo o que tinha acontecido resolvi que a primeira coisa a fazer seria falar com minha empresa minha empresa é terceirizada a gente faz a limpeza e manutenção para várias outras empresas na cidade incluindo aquele escritório cheguei lá durante o expediente e esperei para falar com o supervisor expliquei que estava com problemas no turno noturno e que precisava de uma mudança urgente pedi para ser transferido para outro local ou pelo menos para outro Turno onde eu não precisasse voltar para aquele escritório o supervisor não parecia
muito convencido no começo mas insisti contei que as coisas estavam estranhas lá e que eu realmente não estava me sentindo seguro ele acabou concordando em me transferir Mas deixou claro que as opções eram limitadas não me importava qualquer coisa era melhor do que continuar naquele lugar ele prometeu que em alguns dias teria uma posição para mim e que enquanto isso eu poderia tirar uns dias de folga eu aceitei na hora era tudo o que eu queria ficar longe daquele escritório e tentar esquecer tudo o que aconteceu algumas semanas depois de ser transferido para outro prédio
em um turno diurno comecei a me sentir mais tranquilo deixando para trás o que aconteceu no antigo escritório um dia a empresa organizou uma reunião para todos os funcionários terceirizados um daqueles encontros de rotina para discutir as metas e atualizações do trabalho quando cheguei à reunião reencontrei o João Aquele colega com quem havia conversado sobre o funcionário desaparecido ele parecia mais sério do que de costume e assim que nos cumprimentamos ele foi direto ao ponto Carlos lembra do Marcos aquele cara que trabalhava na mesa que você me perguntou assenti já imaginando que ele tinha algo
importante para contar então descobriram o que aconteceu com ele foi bem esquisito cara a polícia Achou o carro dele abandonado na beira de uma estrada no meio do nada o carro estava fechado sem sinais de arrombamento mas dentro os documentos dele e o celular estavam intactos só que ninguém conseguiu encontrar o Marcos Ele simplesmente sumiu como se tivesse João fez uma pausa observando minha reação e continuou o mais estranho é que os familiares dele também não conseguiram contato tentaram de tudo ligaram mandaram mensagens até foram à polícia mas nada nenhum Rastro dele em lugar nenhum
a última vez que alguém o viu foi lá no escritório no dia em que ele estava trabalhando normalmente depois disso ele desapareceu do aquela explicação me deixou desconfortável mas não queria mais saber dos detalhes não importava se as coisas faziam sentido ou não eu só queria seguir em frente a história de Marcos o que aconteceu naquele escritório tudo isso já estava longe demais do meu alcance e eu preferia que ficasse assim então mesmo com aquela inquietação ainda presente fiz de tudo para não pensar mais no assunto terminei a conversa com João me despedi e a
partir daquele momento decidi deixar tudo para lá o que quer que tivesse acontecido eu não queria mais saber o importante era que eu tinha saído daquela situação e estava num lugar novo longe de qualquer coisa que pudesse me lembrar do que passei