a intenção desse vídeo é conversar um pouco sobre a obra singradura um livro de contos escrito pelo Catarinense Flávio José Cardoso nascido em 1938 na cidade de Lauro Miller Flávio conheceu o mar aos 12 anos de idade e o impacto foi gigantesco Flávio trabalhou como jornalista nos grandes órgãos de imprensa e é escritor ainda nos dias de hoje o livro foi publicado em 1970 e é uma coletânia de 20 contos entre eles a três que foram premiados no prêmio Paraná de contos com uma prosa Sutil e ao mesmo tempo muito realista Os Contos são todos
ambientados em Florianópolis então a região ali do Sul da Ilha vai ser apresentada com riqueza de detalhes é preciso observar que o texto foi publicado em 1970 auge da ditadura militar portanto Flávio vai se utilizar de muitas metáforas vai recorrer a várias figuras de linguagem para poder apresentar as suas personagens e algumas situações que são corriqueiras ou que eram corriqueiras naquele tempo além disso a gente vai encontrar todo o Imaginário ilel Então as lendas as benzedeiras os pescadores as Rendeiras as festas populares como o boi de mamão o carnaval e até as festas religiosas como
por exemplo a processão do nosso Senhor dos Passos percebe-se em cada um dos Contos um afeto Genuíno verdadeiro com os moradores da Ilha não há em hipótese alguma nenhum deboche ele não quer tornar os personagens cômicos ele vai inclusive utilizar um narrador observador em 19 contos ele vai utilizar um narrador observador ou in cente que retrata toda a delicadeza desses personagens inclusive os personages mais valentes mais brutos ou até em alguma medida um pouco mais agressivos Flávio vai usar de muita delicadeza para apresentar cada uma dessas personagens as personagens dos contos elas são ao mesmo
tempo muito simples mas também complexas porque elas vão ser apresentadas a partir dos seus dilemas cotidianos daquilo que faz delas eh pessoas comuns normais naturais que têm seus problemas que têm suas angústias que tem suas contrariedades então o Flávio ele vai escrever com muita delic deza sobre aquilo que é natural que é inerente ao ser humano como por exemplo a raiva a inveja o medo o desejo o vocabulário é muito Regional então para você que não é da região de Florianópolis ou não tem conhecimento ou não conversa com os mais velhos por exemplo Talvez você
precise buscar aí no Google D uma caçadinha no dicionário porque o vocabulário ele é Regional e Mas isso não é demérito nenhum da da obra um regionalismo mas é um regionalismo que vai tratar de sentimentos de emoções que são pertinentes a todo mundo então quando ele fala por exemplo da amizade entre duas pessoas isso não é uma característica única da região de Florianópolis mas é algo que faz parte do Imaginário coletivo faz parte da memória do mundo o conto que dá título singradura nos remete a este significado que é travessia singrar é cruzar os mares
o percurso que uma embarcação faz no mar então ao longo dos Contos a gente vai atravessando vai singrando os mares de Florianópolis da região sul de Florianópolis ou ainda os mares interiores os mares dos Sentimentos então é uma forma de você singrar o território mas também olhar-se para si e reconhecer em você estes sentimentos fazer essa travessia a gente vai ler conto a conto trecho a trecho para identificar características tanto de temática quanto de linguagem vamos lá no conto em casa de banjo issta o que a gente vai ter aqui num primeiro momento é apresentação
de dois personagens um casal um deles o marido que é afetado pela cegueira Ele parece que ele tá meio deprimido porque ele não consegue mais olhar paraa sua esposa o nome que o Flávio dá pra esposa é muito especial e aqui a gente precisa ficar bem atento o nome dela é Marialva mar e Alva então ele consegue juntar o mar que é um um elemento um dos personagens que vai perpassar todos os contos e também a gente vai ter o Alva o Alva é a brancura é a pureza é a delicadeza é o belo então
Imaginem só esse homem apaixonado pela esposa porque ao longo do conto a gente vai vendo que ele gosta muito da esposa mas ao mesmo tempo ele não consegue ver essa esposa que é Alva que é o mar e é Alva aí o que que vai acontecer esse casal vai passar a receber a visita de dois dois amigos dois companheiros ali de vida que vão até a casa do casal para tocar Banjo para fazer música né Para alegrar as noites inclusive há um trecho em que ele fala um dos dos cantores diz né a gente vai
lá buscar a felicidade Então veja que bonito um um amigos que vão à casa de outro para buscar a felicidade e ali então a esposa recebe esses dois amigos mas ela sempre vai pro quarto ela nunca fica ali na sala ela não quer ou não se sente confortável em estar ali diante do marido e dos dois cantores no primeiro momento o marido fica em silêncio não se anima muito Então a primeira noite eles passam assim a esposa no quarto os amigos ali na sala cantando fazendo música o marido então começa a se animar começa a
ficar emocionado com aquilo e começa a cantar também nessa cantoria do marido a esposa Então vem pra sala e ela começa também a participar dessa festa ela começa também a se colocar ela começa a cantar Mas lembra o marido é cego o marido não consegue vê-lo agora o marido só pode ouvi-la e estão ali os quatro na sala em uma das noites um desses dois amigos ali que visitam o casal acaba meio que chegando mais perto de Maria Alva e Maria Alva tira a mão e diz não pera aí o que é isso né o
marido é cego gente ele não tá vendo a cena então ele só tá ali cantando eles estão tocando a música e tá tudo certo a Maria Alva Então vai repelir esse rapaz repelindo esse rapaz fica muito claro que a situação tá desconfortável para todo mundo né ela não deu abertura para aquilo e lembra do nome dela Mari Alva o que que é esse Alva é a pureza ela é absolutamente fiel ao marido mesmo que o marido esteja ali cego deprimido não tá mais tendo amor pela vida não Verê beleza na vida pois bem Eis que
os dois amigos então vão ficar na dúvida né se voltam ou se não voltam mas vão voltar porque afinal de contas ninguém viu nada né o o marido lá é cego não viu a cena Então tá tudo bem e Eles continuam ir a visitar a casa e tá tudo certo até que Maria Alva abre um sorriso para o outro amigo e nessa de abrir aí o sorriso para o outro amigo fica lá a situação desconfortável pera aí mas ela não deu abertura para um mas deu abertura para o outro como assim né quando eu falei
para vocês no começo do do vídeo sobre mostrar o desejo sobre como o Flávio é delicado ao mostrar o desejo das personagens aqui a gente vê isso muito claro há uma situação aqui que é absolutamente corriqueira absolutamente normal são amigos visitando uns aos outros e há um uma situação de interesse há uma situação de desejo afinal de contas o marido dela já perdeu desejo pela vida será que perdeu o desejo por ela também afinal ele não tá mais olhando para ela ele não tem mais o prazer do olhar para ela então o primeiro conto em
casa de banju issta se tivesse que destacar algo aqui é esse essa mulher que era amada passa a ficar excluída porque ela não é mais Vista Então a gente tem aqui o momento da invisibilidade e ao mesmo tempo ela também tem desejos Ela também quer olhar pro mundo ela também olha para o mundo ela ainda quer olhar para o mundo essa temática proposta ali em casa de banju issta no conto Felícia a gente vai ter a presença cacofonia que que é uma cacofonia é quando você tem um grupo de palavras que não tem aparentemente nenhum
significado do ruim grotesco vulgar Mas você vai juntar isso tudo e você vai ouvir uma outra expressão por exemplo vou fazer algo péssimo aqui tá é Eu amo a boca dela esse cadela não deveria estar ali no meio então o nome disso é cacofonia Mas eu posso piorar a situação posso o Professor Rodolfo deu a aula quer escrever para entender o que eu falei ali apareceu uma palav que não é muito adequada de a gente ficar falando aqui no YouTube ou no meio da aula né mas é o nome do professor vou repetir rodou fodeu
a aula então este próximo conto chama-se Felícia e Felícia é um nome até bem bonito mas não era para ser esse o nome da personagem vou ler um trechinho para vocês restituta e a própria avó não é uma delas que envi vou com 21 anos e sempre se Manteve de 100 porque embora ainda de resguarda e fraca dos esforços Carolina não enti becia diante da dureza dele prepotente e dava com a mão e fechada na outra aberta tem que ser eu prometi avó é Nossa amiga e ficou toda faceirinha então aqui o desejo dessa dessa
mãe da da Carolina é colocar o nome da filha que vai nascer que está para nascer de res só que o marido não quer de jeito nenhum a on Jack já se viu chamar uma criança de restituta isso vai dar um problema danado todo mundo vai fazer piada com ela ela vai acabar sendo chamada de prostituta não vai não vai não tá certo isso n ele não se conforme E aí então para não brigar com a mulher né Afinal Ela disse que está homenageando a avó e a avó era uma mulher decente mesmo tendo esse
nome né que causa um estranhamento ao ouvido Não tudo bem então tá a gente vai vai colocar esse o nome da menina e a menina nasce e a menina é cheia de graça a menina é toda mimada toda bonitinha é um encantamento só que ele tá ali já a menina vai fazer um mês ainda não foi registrada e a mãe insistindo tem que registrar tem que registrar E aí ele promete então que ele vai registrar e vai só que ele registra a menina de Felícia quando chega o registro a mãe fica né a Carolina fica
endiabrada disse não não pode eu prometi e agora e essa mãe então vai continuar chamando a menina de restituta porque é uma homenagem à avó e ela fica furiosa com o marido não pode então é o marido chamando a menina pelo nome Felícia e a mãe e o restante lá da família Chamando a menina de restituta até aí tudo bem só que o casal por conta né dessa situação do marido ter mentido e ela vai insistir nisso o quto inteiro que o marido mentiu para ela o marido não poderia ter mentido para ela chega o
momento que a avó morre a avó restituta morreu e aí é o momento em que há o desenlace da história essa mãe né a Carolina ela vai sair do velório rebolando muito similar às meninas ditas de vida fácil o que que a gente pode encontrar aqui primeiro uma situação cômica tradicional aí de nomes diferentes né da utilização de nomes diferentes mas ao mesmo tempo o autor o Flávio ele faz um jogo no final de cada conto quer nos deixar na dúvida quando ele coloca esse rebolar da Carolina né da mãe e a filha sai junto
rebolando a a Felícia restituta sai rebolando também a gente fica na duda pera aí mas ela não era uma mulher direita não era decente Como assim que agora ela tá ali rebolando como as outras moças então aqui neste conto a gente vai ter a surpresa exatamente na última linha do conto na última frase é que vai ser desvendado para quem vai fazer o vestibular aqui a gente vai falar sobre essa comicidade da Escolha dos nomes essa cacofonia que eu já contei para vocês e a clássica briga de cunhados também tem aqui no livro do Flávio
o conto Ares gentis de João Dinis aqui a gente vai ter uma briga entre dois rapazes e esses dois rapazes eles têm um uma desavença que vem desde a infância só que o João Dinis como diz o o título ele é gentil ele é doce Ele é alegre todo mundo gosta dele ele não leva rancor pra casa é mesmo que haja alguma picin alguma situação que não seja lá muito legal ele não vai ter problema com isso ele perdoa ele releva ele tá sempre muito de bem com a vida então é uma pessoa querida e
adorada por todos ele tá ali bem Encantado pela filha do seu Noé seu Noé ele tem uma venda né a gente chama de venda aqui no em Santa Catarina que seria um um um mercadinho Secos e Molhados né um mercadinho de bairro São Noé tá ali cuidando do do barzinho dele cuidando das vendas dele e da filha e do filho que é desafeto lá do João e ali a gente vai encontrar então todo um vocabulário que é um vocabulário muito próprio Talvez seja o conto em que a gente vai encontrar o vocabulário mais eh regional
em todos de todos os contos É nesse conto que a gente vai encontrar um vocabular um pouquinho mais próximo do cotidiano daquelas pessoas Então seu Noé que é pai aqui né da da Carmela e do onírico tem uma uma relação bem tranquila com João é bem amigo do João e claro que se o João é amigo de todo mundo é querido por todo mundo ele com certeza vai se apaixonar por alguma moça e essa moça vai se apaixonar por ele e adivinha vai ser a Carmela aí o pai tenta né Fala pro filho Írio atenção
pro nome Írio Leve vocês já são grandes vocês já são adultos eles vão se casar não tem como negar mas o aniro não aceita se a gente pegar esse nome onírico e levar lá pro dicionário a gente vai encontrar a sua raiz na palavra onírico que é o mundo dos sonhos que é a névoa que é o lusco Fusco que é o Imaginário então o onírico ele não consegue admitir que João seja amado e querido por todos ali daquela região e o João vai pedir Carmela em casamento e todo mundo vai achar muito bom no
conto a gente vai ter toda a descrição desse casamento então todas as passagens desde a parte da igreja até o começo da festa do jantar até a hora que chegam os cantores para para né Fazer o baile de casamento tudo isso vai ser muito bem descrito até o momento em que então o Oí vai entrar na festa e ali então vai acontecer um duelo as cenas de Duelo estão muito presente nos textos do século XIX mas a gente vai encontrar aqui a cena de Duelo então o anímate é na última linha e o Flávio ele
é tão certeiro na hora de escrever Seus contos que há esse movimento do clima que se você não pera aí mas quem morreu foi o João foi o anís dois e aí você precisa voltar não é um trabalho mas você vai ter que voltar o parágrafo para entender qual dos dois que morreu para quem vai fazer o vestibular aqui a gente tem questões de linguagem né as questões regionais da linguagem muito presentes esse duelo né Essa característica do Duelo que é algo que vem lá dos tempos lá do dos textos do século XIX e ele
aproveitou aqui nesse nesse conto nessa briga entre os cunhados terça-feira de cinzas mas Cris é quarta-feira de cinzas não neste conto nós temos o evento principal acontecendo na terça-feira de cinzas o conto vai tratar do carnaval e é o carnaval não esse da televisão que a gente vê aí da Salvador ou do os desfiles de escola de samba do Rio e de São Paulo é um carnaval de bloco é um carnaval de rua então os blocos preparavam-se para contar histórias e eram julgados os blocos passavam por uma comissão julgadora e a gente tinha lá naquela
época então também o campeão dos blocos mas era uma brincadeira que acontecia desde a sexta-feira e o resultado normalmente era apresentado na terça-feira porque aí a quarta-feira é o dia que você descansa então no conto terça-feira de cinzas a gente vai ter o líder ou o presidente de um dos blocos do bloco principal ali que tava ganhando todo ano que era o Dorvalino o Dorvalino era chamado de de o rei do Carnaval quando ele chegou no bloco e ele começou a botar ordem no bloco só deu aquele bloco ganhavam sempre o primeiro lugar as melhores
fantasias as melhores canções a banda tudo era perfeito o Dorvalino não deixava nada nada passar eh e a fama desse bloco era muito grande todo mundo queria né desfilar no bloco E aí chega então lá o momento do do do carnaval ele vai juntar dinheiro aqui ali vai fazer uma rifa vão usar algum jogo para conseguir dinheiro tudo Dessa forma não não tem um patrocínio Mas aí o que que acontece o Dorvalino fica sem dinheiro para pagar a fantasia principal que é a fantasia da Rainha e a rainha não é uma menina né a rainha
é uma mulher mais velha madura imponente e ele também não tem essa figura em princípio quem vai desfilar é a filha mas a filha é muito jovem pra princesa até que serve mas pra rainha não tá servindo e ele precisa Então de alguém que costure que mas tem que ser o vestido da rainha então pode ser qualquer costureiro E aí ele começa a pesquisar ele na cidade e ele um dia tá lá na na Catedral Metropolitana na Praça 15 e ele tá lá na Catedral e ele vai olhar os mantos dos Santos e ele espera
aí eu já sei de quem que eu vou pedir para quem eu vou pedir eu vou apelar pra caridade da emerêncio que a emerêncio a brincadeira com o nome né a metáfora com o nome que é a tanto pode ser a emergência como pode ser também a Emer díssima né aquele que tá no mais alto grau a emerêncio católica não quer saber de conversa carnaval nem pensar ela costurando vestido paraa safadeza não o senhor tá louco não não quero saber e bota para correr não não não não não não quero saber não quero saber e
ele fica ali no pé dela ele fica ali no ouvido dela não eu quero mas olha só todo mundo tem direito de se divertir o povo trabalha o ano inteiro como é que não vai se divertir no carnaval veja só não é bag clar e ela dizendo não é bagunça não quero saber não vou fazer não vou fazer só que ele fica tanto no pé dela mas tanto no pé dela que vai chegar um momento que ela vai olhar para dentro e ela vai começar a refletir e o que o Flávio Faz aqui para quem
vai fazer o vestibular é ficar atento à pontuação ele vai colocar o pensamento da emerências Então a gente tem um narrador que apresenta essa história que conta essa história mas chega um determinado momento em que há um corte há esse parênteses E ali a gente vai ter então o próprio pensamento dessa personagem E ela diz assim que desgosto crucificar na introdução deste assunto que vergonha uma mulher nos 44 anos parar com o juízo numa bandalheira assim é tentação e das fortes jogadas nas trevas memórias vem surgindo forços ao pé do meu ouvido é engraçado num
ato multo pedaços confusos como de costume assim até uma certa ordem de flagrantes Claros a infância me aparece e traz banhos de inudo e também a pequena reportagem das pagodeiras com batucar Clarins roupas já berrantes e suadas tudo é meio diferente de hoje tudo é meio igual afinal de contas é Carnaval São dias e noites alegres de dormir tarde de acordar com o morro atulhado de sons o pai tem a camisa ramalhosa e anda numas ambudante Ri mais do que todo mundo tudo é gozado tudo é gostoso que tropelia com as outras meninas e os
meninos enroscando-se em serpentina ficar branca de talco pingando a suor então vejo hoje ela é uma costureira Católica de igreja daquelas que vai fazer a roupa do altar mas quando ela era criança ela brincava no cordão do entrudo que era como chamavam-se os blocos de carnaval o pai e a mãe brincavam o carnaval Então como não fazer a roupa da rainha havia uma condição eu faço a roupa da rainha mas eu vou ser a rainha e evidente que vai ser aceito imagina se vão ter a roupa da rainha como é que não vamos colocar ali
a rainha vamos preparar tudo e ela vai começar a costurar e ela vai começar a pensar naquilo e naquele pensar no carnaval antigo E na possibilidade de curtir aquele carnaval de aproveitar aquele carnaval adivinha o que acontece na terça-feira de cinzas ela não vai conseguir subir no carro ela não vai conseguir pôr a fantasia porque na noite de terça-feira de segunda para terça-feira ela acaba indo encontrar com o pai e a mãe que já não estão mais ali então a gente fica nessa expectativa de que ela vai encontrar a verdadeira alegria lá no carnaval mas
há de novo esse corte há essa interrupção há esse clímax que a gente fica esperando por ela em cima do carro vestida de rainha mas na verdade não é bem isso que vai acontecer então a volta toda que o narrador vai fazer aqui de nos colocar nesse pré-clássico o clímax conto deve estar no final não pode ser muito bem Ah mas o que que aconteceu com ela depois como é que foi não importa o importante é que o narrador o autor por meio do seu narrador nos leva a criar essa emoção a gente vai se
emocionando com essa mulher que vai se descobrindo E aí chega um determinado momento em que há essa quebra de expectativa e quem é invisível aos olhos da sociedade tia orquídea é uma delas tia orquídea é uma negra lavadeira ela incl inclusive é distrat pelos seus pares aqueles que estão ali na comunidade junto com ela acham que ela até um pouco metida afinal de contas ela lava roupa pra gente que está lá embaixo no asfalto eles moram no Morro Ela mora no morro ela lava roupa de gente rica gente granf gente chique Quem é essa mulher
ela não tem nome a gente sabe que o nome dela é Isolina mas ninguém a chama pelo nome vão chamar de negra de lavadeira de tudo que é zombaria as Crianças mesmo são as que mais zombam dela e mesmo assim ela carrega lá sua trouxa na cabeça Lava sua roupa sozinha não tem família não nos é apresentado família alguma é uma invisibilizada a gente não sabe de onde ela veio com quem que ela convive a gente só sabe que ela não tem nome ou que tem esse nome que Ela ouviu algum dia alguém dizer que
o nome dela era Isolina e só o desejo mais forte dela é morrer dormindo ela não tem desejos de de vida o desejo dela é que ela não sofra na hora da morte até que um belo dia ela vai encontrar uma criança e é um filho de uma das das moças pra qual ela lava a roupa e ela vê aquela criança lá na rua e aí ela fica com pena da Criança e começa a conversar com a criança é Marco Aurélio e o Marco Aurélio vai ter uma relação de amizade com ela vai ter afeto
por ela então ele vai brincar com ela ele vai fazer zombaria com ela mas é uma relação de muita Inocência ele vai chamá-la de tia orquídea ele que batiza ela de tia orquídea chamando ela de tia orquídea eh a comunidade também vai passar a chamá-la por esse nome mas vai chegar o momento de novo a ideia do corte do clímax que inserra o conto a gente vai ter esse momento também o menino vai parar de chamá-la de tia orquídea provavelmente pelo que a gente percebe ali não fica muito claro né não tá muito não está
descrito mas é perceptível a a gente vai perceber que ele tá entrando na fase da adolescência tá se misturando com os outros garotos e tá entrando na brincadeira das outras crianças e a amizade dele então deles então vai se encerrar tia orquídea é outra mulher que vai perecer que até o final do conto ela morre e ela morre louca é uma das primeiras mulheres loucas que vão aparecer aqui daqui paraa frente a gente vai encontrar outras mulheres que são ditas loucas Essa realmente ela ela vai ter esse movimento de perder a luz Luci dez de
perder a consciência mas ela própria se interna ela percebe que ela não pode mais conviver em sociedade e ela mesmo se interna e ali então ela vai ter o fim que ela tanto desejava que era morrer deitadinha na cama dormindo sem ser um sofrimento ela não queria sofrer na hora da morte já que em vida ela já havia sofrido muito no conto no tempo do comício a gente vai ter aqui uma situação bem bem engraçado aqui o Flávio não vai poupar não vai nos poupar de zombaria de muita ironia E aí Lembrando que o conto
é de 1970 né a gente vai ter a ditadura militar como pano de fundo essas escolhas de quem serão os candidatos muito mais pautada por quem tem dinheiro pra manutenção da campanha para quem é amigo do amigo do amigo do que realmente daquele que vai desejar melhorar a condição soci das pessoas aqui a gente vai ter três casais dois casais e um perdido aqui no meio né o Alexandre e a Florinda o Amadeu e a Marieta que são os dois casais e o que fica ali ajudando os dois homens que é o Cafuringa ó o
nome do cidadão a ideia aqui do Alexandre é fazer com que e do Cafuringa é fazer com que o Amadeu o gordo Amadeu inclusive né Há esse adjetivo para ele que o gordo Amadeu seja o candidato a prefeito leitura algo nesse sentido mas a mulher ali a a esposa do Alexandre a Florinda ela acha um absurdo porque afinal de contas o Alexandre fala melhor o Alexandre tem ideias melhores o Alexandre conhece todo mundo o Alexandre está envolvido na política muito mais tempo que o Amadeu ele pode fazer muito mais pela comunidade porque é que tem
que ser o Amadeu e a Florinda vai ficar então ali remoendo aquela situação a cada reunião ela tá lá chateada reclamando reclamando reclamando mas ela só reclama para o marido e para o Cafuringa até o momento que ela começa a reclamar pra Marieta e a Marieta disse não pera aí mas o meu marido vai ser um prefeito muito melhor do que o teu marido e quais são os atributos a Marieta não consegue dizer só que a Marieta ela é toda doce toda leve de novo a história do rebolar né o corpo aqui tá muito sempre
muito bem descrito E aí então vai chegar o dia do grande comício e a esposa do Alexandra Florinda não vai deixa barato ela vai interromper o discurso a cada nova fala ela vai lá e se intromete e fala e fala e fala e e ela começa a dizer tudo aquilo que o Amadeu e a Marieta fazem de errado ela começa a jogar tudos os podres ali naquele comício adivinha né como é que essa mulher tá lhe falando esse monte de coisa com certeza tá louca né ela vai ser retirada como louca né ninguém vai dar
muita bola porque ela tá falando e o Amadeu vai ser eleito com honras e glórias e o Alexandre que deveria né porque é o melhor candidato seria a Pessoa adequada não vai assumir o posto aqui gente nós vamos ter em praticamente todo conto e a figura de linguagem a ironia então o autor ele vai utilizando de várias estratégias irônicas para que a gente possa reconhecer e perceber o quanto o Alexandre é o melhor para ser candidato enquanto o Amadeu tem todas as características que não são as mais adequadas mas ele vai utilizar isso por meio
da linguagem então ele diz por exemplo ninguém me como poderia ser um prefeito melhor mentindo daquela forma porque oade eu mentia e a característica para ser uma perfeito Talvez seja mentir talvez então o recurso da ironia vai ser explorado aqui ao longo de todo o conto Justiça quem é que traz Justiça pra terra a lei dos homens ou a lei de Deus no conto tremor de pedra a gente vai ter aqui três personagens seu Jesus seu Jesus foi de tudo pescador verdureiro lenhador Oleiro Vigia até que finalmente se aposentou e o seu Jesus é casado
com Dona Alícia os dois não tiveram filhos Então ela acompanhou muito amorosamente esse marido aí ao longo de toda a sua jornada todas essas profissões ela sempre esteve ali companheira presente acolhedora atenta mas ela tinha esse recentimento ela tinha essa vamos dizer até uma certa mágoa de não ter conseguido ter filhos outro personagem que vai compor essa narrativa é a dona ingard a dona ingard aqui no texto ele vai chamar de alemoa então é um linguajar muito próprio aqui da região que vai nos remeter a uma mulher loira de olhos azulis es guia né em
referência às alemãs então a invés de chamar de alemã eu V chamar de alemoa e a dona arda ela ao contrário da esposa ela é alegre ela é e cheia cheia de vida ela é cantora ela vai lá na casa do seu do seu Jesus cantar com ele eles são muito amigos eles fazem muitas coisas juntas e a vizinhança tá toda em cima tá todo mundo dizendo olha que absurdo olha que absurdo isso não tá certo onde é que já se viu trair a esposa desse jeito mas a esposa a dona Alice ela não vai
não vai entender isso como sendo uma traição mas a cada novo comentário ela vai se ressentindo mais mais ressentida ela vai ficando mais amarga ela vai ficando até que a justiça né Ela diz que é a justiça a justiça se faz a feliz alegre bonita simpática arda tem um filho e esse filho por um motivo que nós não sabemos qual esse filho aparece Inclusive só nesse momento ele vai aparecer no contto ele acaba por tirar a própria vida e ele tá precisa ser recolhido o corpo dele então chama o seu Jesus para ir lá recolher
o corpo do do rapaz mas ele não tem condição de fazer isso ele tá completamente abalado porque ele gosta muito né da arda e ele gosta muito do rapaz e ele não vai conseguir fazer isso quem vai ajudar a fazer isso vai ser a dona Alice Dona Alice Então arruma as malas passa lá pela casa da arda ajuda lá no que tem que ajudar e vai embora o conto é um dos mais curtos um dos mais eh duros inclusive porque a gente tem aqui de novo esse ímpeto de desejo esse desejo de de vida né
que a arda tem mas é negado a ela por que esse desejo de vida é negado Né o filho que não tinha nada a ver com a história aparece justamente para trazer para causar um sofrimento a ela porque ela teria causado sofrimento a outra a outra senhora então fica aí uma uma questão para pra gente refletir um pouco além esse desejo de vida tem que ser reprimido já em Outros Contos isso acaba acontecendo né Eh eu não tenho o direito de ter essa felicidade a minha felicidade pode causar mal ao outro quem é que vai
fazer a justiça né aqui no caso é dito como uma Justiça quase que divina mas também optura de novo lá no final do conto o clímax se dá no no instante final é ali que a gente vai entender que a dona Alícia larga o marido vai embora e e segue com a vida dela a gente não sabe o que vai acontecer depois mas é esse momento clímax vai acontecer inclusive a gente fica até atordoado pera aí o que que aconteceu aqui e é isso mesmo foi justamente isso que aconteceu a gente não vai nem saber
se os dois vão continuar amigos seu Jesus e a Eng garda vão continuar amigos não sabemos fica aí a nosso critério refletir sobre as possibilidades o lindona um dos Contos premiados Lembra que eu falei que são três Os Contos premiados Esse é um deles e esse aqui vai contar a história da talvez prostituta ou lindona e a gente não sei se a gente pode chamá-la de prostituta porque que na verdade ela ela não cobrava ela simplesmente era uma mulher alegre feliz que namorava todo mundo escolhia escolhia com quem ela queria ficar quem ela queria namorar
muito bonita extremamente bonita extremamente desejada por todos os homens ali da região mas ela ela era livre né absolutamente livre fazia o que bem queria e os homens então ficavam Encantados por ela apaixonados por ela o o começo do conto é a descrição de toda essa liberdade que essa mulher tem e todo o desejo que ela vai imprimir aí nesses homens que que estão ali naquela região até que dois resolvem então Eh duelar os dois já estão cortejando querem se tornar ali o marido dela querem casar com ela dis Não tudo bem então vamos fazer
o duelo das sete voltas e aqui no duelo das sete voltas eles têm que atravessar uma distância que é a distância da Ilha até o continente Então tem que ir e voltar todos os dias então são sete dias todo dia tem que ir e voltar só que é uma braçada né gente é perto de barco até que é perto mas anado né Vamos combinar dependendo de como tá o vento ali não é algo muito fácil e os nomes dos dois são muito representativos um é o Mingo então mingote de minguar de pequeno ele realmente era
pequeno e o outro era o Jó e o Jó remete a Bíblia né o Jó aguentava tudo né lembra lá do do velho testamento que Deus e o Diabo discutem se o Jó era realmente muito fiel muito devoto a Deus e aí começam as provas de Jó e Jó aguenta tudo então imagine a gente começa a ler o conto com esses dois personagens mingote o pequeninho e o Jó que é aquele que aguenta tudo forte vigoroso qual dos dois que vão que vai ganhar tranquilamente que você vai apostar no Jó todo mundo tava apostando no
Jó todo mundo tava não tinha escapatória era o Jó que ia ganhar e veio o primeiro dia era cada braçada do Jó o Coitadinho do mingote tinha que dar TRS qu então ele tava assim muito cansado no final do terceiro dia assim não mas ele tava firme só que o Jó também tava cansado ele era só tamanho ele até podia dar uma abraçada maior mas ele era só tamanho a cada dia a gente vai vai reconhecendo cada dia como é que eles vão chegando e ela se divertindo E aí o final da história Na verdade
ele tá mais ou menos menos no começo assim logo no começo porque no começo a gente tem uma cena de casamento alguém tá casando com um soldado assim mas se alguém tá se essa mulher tá casando com soldado nenhum dos dois era soldado enquanto os dois nadavam lá o duelo das sete voltas a bonita estava com soldado Mariano rindo lá na beira da praia só vendo lá os dois nadarem nadarem nadarem até que evidentemente Em algum momento ali eles vão perder a vida lá nesse nesse duelo eles não vão suportar esses sete dias né de
ida e volta e o Mariano que estava ali curtindo ali aquela situação com ela é o noivo que ela escolheu ela Nem precisou fazer o duelo ela já havia escolhido o soldado Mariano para ser o seu companheiro o que a gente tem aqui Um Conto que ele vai fazer o sentido inverso então a gente já tem ali o final da história no começo mas a gente vai ao longo do conto entendendo como é que se chegou aquela cena de casamento como é que aquilo se desenrolou e de novo questões de linguagem entender o regionalismo Né
o essa distância que é percorrida entre eles o duelo de novo que aparece os nomes dos dois personagens é muito significativo pra gente poder fazer uma interpretação além do que está ali proposto no conto perturbação do rapaz das louças a gente vai ter algo que no momento nós estamos ouvindo muito aqui em 2024 a gente tá ouvindo muito que é a meritocracia então o personagem Central aqui da história ele é o Horácio e o Horácio ele foi não tem pai não tem mãe ele foi adotado pelo tio e o tio tem uma uma loja de
cerâmica então o tio ensina tudo para esse garoto vai mostrar como escolher as melhores peças como fazer os melhores negócios cuidar para que as peças não se rachem ou para que não tomem muito pó e fiquem feias aí para paraa venda então ele vai ser treinado para assumir essa loja o tio vai morrer e ele vai ficar responsável então Horácio vai ficar responsável pela tia e pela prima mas ele tá muito concentrado no trabalho ele tá muito assim cuidando muito desse trabalho ele quer muito ser o dono daquela loja ele quer assumir aquilo e ele
já está assim meio que olhando pra prima só que como ele tá muito concentrado no trabalho ele não consegue cortejar a prima ele não consegue ficar perto dela E aí Claro deixou espaço aparece outro um vizinho vem Então e começa ali conversa com ela né troca uma ideia com ela até que ele pede a mão da prima do Horácio né vai pedir pro Horácio inclusive né olha ten desejo de casar com a tua prima quero ajudar vocês aqui na loja o Horácio fica enfurecido porque eles já tinha olhado pra prima mas assim a tia não
achava aquilo muito bom porque afinal eles eram né da mesma família não vai sair casamento gente o orço vai se revoltar com a situação não vai aceitar o casamento e mais do que isso né ele que deveria ser o merecedor disso acaba morrendo na praia trabalhou trabalhou trabalhou trabalhou e não teve a loja não teve o amor da prima né O que que adiantou aquele tempo todo de dedicação que ele teve para com aquela família se ele não pôde usar daquilo depois em recompensa eh vai ter uma passagem E aí eu vou ler a passagem
para vocês acho que fica mais fácil Se a gente fizer fizer a leitura há uma passagem vai aparecer uma visitante na lo e essa visitante é que vai abrir os olhos dele ela vai dizer algo do tipo assim para ele a freguesa tirou os óculos olhos e olhos se viram sorriu e inventou o que saber sobre a ilha e o mar as louças a idade do mercado e das casas encardidas sobre o verãozinho reinante e os modos melhores de aproveitá-lo Horácio foi explicando primeiro com leiti Dão de acanhado em seguida bem molhada a língua e
ganha uma segurança desatrelado veloz indagou também a ela que se definiu Elizabeth da Serra de viajada para conhecer o mar e a capital e ali para comprar lembranças ficaram amigos ele nem cobrou um tostão pelas bugingangas e ainda deu de brinde certo Primor esmaltado da bernuci elizabe agradeceu em forma de promessa voltaria então quando ele conversa com elizabe ele percebe que existe um mundo ali fora existe muita coisa para se fazer e ele tava ali trabalhando sendo explorado Talvez né por essa tia e não teria recompensa nenhuma pois bem a última cena o último instante
do conto ele quebra a loja inteira já que ele não vai casar com a prima ele vai quebrar a loja inteira e vai cair no mundo então fica uma reflexão aqui nesse conto né Essa dedicação toda que ele entregou para essa família foi recompensada né ele a tal da meritocracia aconteceu aqui esse é o conto perturbação do rapaz das louças pistoleiro a cabra e o mundo é um dos Contos que vai tratar do Imaginário do misticismo aqui a gente vai ter logo de início a morte de Uma Criança com 8 anos de idade esse menino
morre inesperadamente não se sabe exatamente do que ele simplesmente morre como se fosse um um mal súbito o pai não entende e começa a caçar Quem é o culpado né ele vai procurar quem é ocupado pela morte dessa criança não se conforma não tem jeito e ele vai investigar cada uma das casas ele vai falar com cada um dos vizinhos especialmente as crianças só que são todas crianças Elas têm 7 8 anos de idade como é que você vai fazer uma investigação dessa com crianças tão jovens as famílias começam a ficar assustadas não aceitam muito
bem isso mas afinal de contas ele perdera o filho como é que você não vai ajudar alguém que acabou de perder um filho então ele começa a passar de casa em casa até que ele chega na casa de uma das crianças e ela meio que lembra assim não Ele mexeu com a cabra do Pistoleiro cabra mesmo uma cabra um animal com aspas inclusive Tá no tá no aspas o chifre né linguagem de novo as aspas da cabra os chifres da cabra e esse animal estava lá e ele não tinha mais nada a perder o filho
já havia morrido mesmo então tá tudo certo tá tudo bem eu vou lá lá eu vou enfrentar o pistoleiro não mas o pistoleiro ele terrível né você não vai sobreviver então tá então se eu não vou sobreviver tudo bem meu filho já morreu mesmo e ele vai lá ao encontro e quando ele chega lá e vai propor essa luta a cabra tá ali de canto e tá olhando para aquilo e o Pistoleiro não vai pra luta e aí o homem diz não então vou matar a tua cabra e o Pistoleiro pede por favor ali então
a gente já tem alguma resposta né no Imaginário coletivo nas tradições eh não católicas Eh Ou até católicas a gente tem a imagem da cabra e do bode associada ao demônio provavelmente aquela cabra tava amaldiçoada porque para quem Ela olhava a pessoa morria E é isso que vai acontecer o pistoleiro então vai se entregar pra cabra e vai ter uma cena ali muito forte no final inclusive de de sepultamento mas na hora desse sepultamento a gente acaba ainda percebendo que a cabra havia matado outras pessoas e que o pistoleiro estava dando graças a Deus que
estavam indo lá por fim aquele animal Então nesse conto o assombroso aquilo que está eh no imaginário no Místico vai estar muito proeminente aqui a gente vai conseguir encontrar isso com muita facilidade Santa Amelinha outro conto premiado e aqui a gente vai ter uma situação de novo muito comum em pleno 2024 as apostas o conto vai tratar de um vai contar a história do Lalau e a sua sua esposa e o Lalau tá com a esposa grávida estão para ter o primeiro filho a ideia então aqui é que eles vão acabar se casando enfim vão
morar lá na costeira do pirajubaé com vista para o Cambirela que é um local muito bonito inclusive até hoje e eles vão morar lá felizes e tudo mais o que que acontece o nosso amigo Lalau ele tem galos de briga então aqui no Sul a gente chama de rinha né e ele então tem o os melhores galos de briga e o Lalau não quer trabalhar de jeito nenhum a esposa tá ali preocupada porque vai nascer o filho eles precisam de dinheiro mas ele não tá nem um pouco preocupado porque ele tira dinheiro de onde das
rinhas de galo então ele vai levar os galos lá eles fazem as aposta ele leva os galos E então é dali que ele vai tirar o dinheiro dele o que acontece é que a Amélia né pede faz uma oração para que os galos não sofram tanto só que se o Galo não vai sofrer gente o galo vai morrer e aí eles perdem a posse então ele tinha 20 galos e o o os 19 galos os primeiros dizendo conforme ela ia fazendo a resa os galos iam tipo perecendo um por um cada um deles ia morrendo
não tinha jeito e aí sobam Resplendor que é o último galo ali então eh é o galo que ele tá cuidando que que é o principal e ele vai segurando esse galo até o último instante para só fazer a aposta realmente quando ele tiver certeza que ele vai ter um resultado bem satisfatório só que a esposa reza gente se a esposa Reza pro Galo não sofrer que que vocês acham que vai acontecer né então aqui a gente tem tanto a questão Popular desse não trabalhar né de de viver do da rinha de viver da aposta
como também a gente tem a esposa que com dó do animal com pena do animal pede para que o irmão não sofre e atendido questões de linguagem nesse texto aqui a gente também vai ter um narrador que vai conseguir colocar as vozes desses personagens a reza da amélia vai aparecer Há momentos em que o Lalau é muito debochado não mas é você que tá querendo ganhar do meu galo então bote preço né diga quanto vale eh essa questão de linguagem tá muito forte aqui no conto Santa melinha que também é um dos premiados o mestre
é o único conto em primeira pessoa e particularmente é o conto que eu mais gosto é o conto que a gente vai ter a essa conversa com o leitor A coloquialidade tá muito aparente então provavelmente para alguns vai parecer a conversa tá aqui ao pé do ouvido que ele tá te contando essa história que é o próprio mestre que tá contando essa história mas também pode ficar um pouco difícil de compreender se você não tiver certa intimidade com o futebol porque ele vai utilizar muitas gírias que são exclusivas ou que nasceram lá no futebol então
perna de pau por exemplo é uma das que vão ser utilizadas aqui e a história é muito bonita é uma história sobre educação eh eles vivem lá na favela os políticos vêm falam que vão arrumar favela essa esse é o termo inclusive que é utilizado há um terreno que é o campinho de futebol onde os garotos brincam jogam bola e o mestre é o treinador desses garotos E aí vem a imprensa bate foto faz reportagem promete que vão melhorar tudo passa ano entra ano não muda nada fica tudo igual e ele consegue ver nos Garotos
a possibilidade de uma melhora de vida a partir do futebol especialmente no seu filho então ele tá treinando o filho dele muito assim de manhã de tarde e noite o menino tá treinando para poder ser jogador de futebol para poder participar de alguma seleção e ser convidado para ir jogar fora dali da da região só que naquele momento ali é o Raimundinho que é um gênio que é o é o filho que vai salvar todo mundo porque é o futebol que vai salvar e isso nós estamos em 70 então assim provavelmente a gente né Já
devia est ali Já devia ser tricampeão lá com a seleção do Pelé então era o grande momento a a o povo esquecia dos problemas com o futebol a melhora de vida se dava a partir do futebol e era isso que o Mestre queria no entanto um político vem promet uma escola e diz ó nós vamos fazer a escola aqui no campinho ele ah talvez isso demora mas não demorou e levantaram a escola e o filho não queria mais jogar futebol o filho queria estudar o filho gostava de estudar então o pequeno gênio que era o
Gênio do futebol acaba virando um gênio na escola o pai não gosta muito da ideia não acha não acha aquilo né que aquilo vá mudar a vida deles mas o problema é que muda né é pela educação que se faz a transformação ele estuda ele consegue um emprego melhor ele vai morar num lugar que não é a favela e ele volta inclusive visita o pai Ele gosta muito do p o pai fica um pouco ressentido Poxa você largou o futebol para estudar meu filho nossa para que isso estudar meu filho e o filho tenta explicar
para ele a importância de estudar e o como aquilo Melhorou a vida dele o quanto ele gostava de estudar então é um conto que tem uma reflexão muito forte sobre o ópio do Povo né o futebol naquele como ópio do povo como uma forma de ascensão social mas a educação também como uma forma de modificação como uma forma de mobilidade social um navio se até agora a gente falou de moças aladas loucas e histéricas que dão um escândalo agora aparece o primeiro personagem masculino que acaba por ter essa característica de não ser adequado aquilo que
é convencionado como normal juselino normalmente responde aos palavrões quando chamam ele de Celino ele fica mais furioso ainda ele não aceita que chamem pelo diminutivo por esse apelido né é chamado de bobo das ideias ele foge das moças até que aparece Maria da volta Maria D volta mesmo D ela dá a volta e pelo que dá a entender ali no conto ela deu a volta com todos os homens ali do navio mas ele quer seru comandante do navio então ele vai se apaixonar por ela mas mas ao mesmo tempo ele não tem coragem de estar
com ela aquilo não faz muito sentido e a Maria tá por ali e a Maria tá sempre por perto então nesse conto a gente vai ter um movimento de clímax inclusive muito bonito no final mas é um clímax mais delicado aqui esse não estar de acordo com o que se espera de um homem é Tratado de uma forma mais singela nas Entrelinhas a gente ainda em algum momento fica até na dúvida mas ele é realmente desenquadrado porque ele é louco entre muitas aspas né ele não tem ali uma consciência ou é simplesmente porque ele não
gosta da menina e se ele não gostar da menina tá tudo bem tá tudo certo mas há uma delicadeza nesse trato há uma delicadeza na forma de mostrar esse homem que não é como os outros homens e se tivesse que falar aqui sobre alguma questão da UFS que a intenção aqui a ideia aqui principal desse Gulo é esse fora do lugar esse homem que não está no mesmo lugar que os outros homens ele sai desse padrão dessa convenção do que seria um homem do mar um homem Um Pescador Ah esse aqui é muito bom esse
aqui é uma piada esse aqui eu fiquei Furiosa no final desafogados aqui a gente tem um conto que vai fazer um movimento de quebra de expectativa Mas é uma quebra de expectativa muito violenta mas também muito engraçada a história se passa no sul da ilha são três pescadores são três esposas a história começa com essas três esposas rezando pra tempestade para que a tempestade se acalme e os maridos saíram para para pescar tinha o aviso de que não eram para ir não deveriam ir para o mar mas eles vão pro mar Mesmo assim eles arrumam
o barco arrumam tudo e foram a tempestade era em janeiro que é justamente um tempo é um momento há tempestades fortíssimas esse local onde eles estão é um local que se diz haver vários navios naufragados tanto que o lugar chama naufragados porque os os barcos naufragam ali e as três então acreditam que os maridos Muito provavelmente já morreram e elas estão lá de preto então o narrador ele vai contando para nós essa tristeza dessas mulheres elas estão convencidas que os maridos morreram e a gente também entreguei o final da história a gente vai acreditando nessa
pobre dessas mulheres a mais velha inclusive que segura a mão da mais jovem né Ah tenha força é a vida da mulher do pescador é assim mesmo e num instante assim no meio daquela reação toda e começa a aparecer um filete de sol uma réstia de sol e é como se fosse um sinal de Deus que veio buscar as almas dos seus maridos e a gente tá embarcando nessa tá que os maridos morreram lá na tempestade e elas rezando para acalmar a tempestade para que o corpo dele seja devolvido até que vem uma vizinha gritando
fulana fulana Como é o nome dela não importa fulana fulana teu marido como meu marido não tá vivo tá ali ó sentou ali agora foi tomar um tir gosto e aí elas vão achando que aquilo poderia ser um milagre o que que aconteceu mas cadê meu marido Cadê o meu as três então não Primeiro vamos comer né vamos aproveitar que eles estão vivos depois eles contam né como é que eles se salvaram da Tempestade como é que eles se salvaram do mar Será que foi a oração a reza o benzimento dessas três mulheres apaixonadas Pois
é meu povo eles nem tinham ido pro mar na verdade eles tinham ido jogar carta lá na Caieira e eles nem foram eles prepararam tudo aquilo para dizer pras esposas que iam pro mar mas na verdade eles estavam indo para outro lugar o azar ali foi que realmente Choveu e elas acreditaram que eles tinham morrido que eles tinham desaparecido no n a história é uma grande piada tá até uma poderia ser uma sket aí de de vídeos pro YouTube tranquilamente mas o que a gente tem assim de primordios a escrita de este narrador assim o
contar desse narrador que no primeiro movimento vai fazendo que a gente fique tocado ele não dá pista nenhuma de que esses homens na verdade tinham enganado as esposas a gente só está ali diante daquelas esposas cond doídas rezando pedindo ao mar e a construção dessa sequência é muito forte porque eu inclusive que sou uma leitora que que tem anos de bagagem de leitura fui Envolvida Por esse narrador eu realmente estava acreditando que os maridos tinham realmente morrido no mar e que elas eram as melhores rezadeiras da região uma pena não foi bem isso que aconteceu
no conto chamamento a gente tem um casal que é muito pobre como praticamente todos os personagens aqui dos Contos do do do singradura mas aqui nesse conto a gente tem um casal que se orienta pelo sol então eles têm noites mal dormidas Porque eles estão sempre na expectativa de que e o dia vai amanhecer eles então quando o sol quando tá o tempo tá nublado por exemplo Eles não têm o sol como referência eles podem perder a hora pro trabalho todo o conto é muito onírico é um conto que ele tá entre o sono e
o estar acordado ele tá entre o sonho e a realidade eles não os dois não sabem se estão dormindo se estão acordados eles vão vivendo situações que eles não têm controle se aquilo é real ou se aquilo é Imaginário e aqui a gente precisa considerar Claro que todo esse movimento de estar acordado e estar dormindo que são as sombras a penumbra a névoa então todo o conto ele vai o o narrador o autor vai se utilizar de cenas que estão no que não se pode ver ou que a gente só consegue visualizar pela silueta desde
o abraço o carinho entre eles a chegada do filho o choro do filho eh a filha que acorda né que que que grita que que chora para dormir para para recebeu o alimento ou então a esposa que sempre acredita que faz muito pouco porque afinal de contas ela só consegue acordar o marido mas ela não pode fazer muito muitos trabalhos porque ela tá sempre muito cansada eles têm um bebê recém-nascido e esse bebê chora muito e ela não sabe se ela tomou o remédio ou se ela não tomou o remédio aí ela vai lá ela
toma o remédio de novo porque ela não lembra se ela realmente tomou o remédio e aí tomando aquele remédio pra dor Ela acaba ficando um pouco sonolenta mais do que ela já está Então nesse conto chamamento a gente tem esse chamado para a vida mas a gente também tem a penumbra da morte a gente tem esse perigo da Morte Será que eu vou ficar intoxicada porque eu tomei o remédio demais Será que eu jantei Será que eu bebi água Será que eu chamei meu marido será que estamos acordados será que aquele abraço era um abraço
real quando eles estavam por exemplo namorando então é um conto que ele tá permeado pela névoa pelo sonho pelo onírico o moço talvez rico Marcelina e Noêmia são irmãs e Marcelina é moça muito viva é mais jovem mas muito cheia de vida é uma espuleta e muito bonita tá acontecendo alguma coisa muito estranha com ela toda comida tá fazendo mal toda vez que ela senta para para comer ela passa mal ela sai correndo ela precisa enfim V tá só a mãe e o pai que não percebem né ela tá grávida já fica muito claro assim
na primeira corrida dela para para gorfar já fica claro que ela tá grávida e a irmã então vai conversar com ela e se mostra para ela né dizer eu também estou E aí as duas estão ali sem saber o que fazer porque os pais são muito queridos né nossa como que foi acontecer isso né Por que que foi acontecer dessa forma só que a a a Marcelina que é a mais jovem é essa primeira assim a a passar mal e a demonstrar a gravidez mais claramente ela tá muito apaixonada e o rapaz prometeu que vai
buscá-la e é hoje o dia que o rapaz vai buscá-la a irmã então não apoia Tá certo porque eu também estou apaixonada e eu também fui amada e elas estão naquela situação de Que pena que a gente vai deixar o pai e a mãe não era para ser dessa forma não foi assim que foi planejado não era assim que nós merecíamos terminar terminar a vida né do pai e da mãe mas se entregar uma família e aqui a gente tem esse desejo né as duas meninas elas têm esse desejo essa vontade de ter uma família
elas se sentem amadas por esse homem mas ao mesmo tempo elas queriam estar ali com essa família só que aí quando o rapaz chega a surpresa de novo clímax que nos quebra na expectativa é o mesmo rapaz né ele leva embora as duas para queê não sabemos que que vai acontecer com elas não sabemos o que sabemos é que ele e acab bom engravidando as duas irmãs e as duas irmãs aceitam ir com ele então esse projeto família que às vezes fica muito Evidente muito claro como sendo né algo que é toda mulher deseja ter
toda toda menina pensa em ter esse esse projeto de família Talvez as duas ali até tivesse mas Elas acabaram aceitando aquela situação por algum motivo que o narrador não nos explica e o que é muito bom inclusive mas é é o de novo o impulso do desejo né O que que esse desejo provoca nessas duas nessas duas irmãs que aceitam essa situação e partem com um homem que seduziu as duas longin comas baleias é mais um dos Contos premiados de Flávio José Cardoso aqui a gente vai ter o personagem ordalio e o ordálio conhece muito
bem a natureza aqui que a gente precisa fazer uma uma contextualização histórica a caças baleias aqui no na região de Florianópolis de Garopaba enfim aqui no sul de de de Santa da região sul de Santa Catarina Ela se extingue por volta de 1900 e 50 né as últimas baleias a serem capturadas elas vão ser capturadas ali por volta de 1950 Então antes as baleias elas chegavam muito próximas à costa elas eram capturadas o óleo era extraído tudo se aproveitava das baleas Mas elas chegavam muito próximas à costa como elas foram sendo exterminadas acabou-se as baleias
hoje a gente tem eh especialmente ali na região de Garopaba a gente tem todo um um cuidado e e há avistamento de baleia né a temporada de baleias começam em junho e vai até meados de outubro Então hoje elas estão mais próximas de novo mas se a gente lembrar que o contto foi escrito em 1970 longin com as baleias elas já não estavam mais aqui elas já praticamente tinham sido extintas e o o ordal é aquele que avista as baleias é aquele que fica ficava em cima lá de uma pedra em cima de um ponto
mais alto tentando avistar As Baleias de novo o que a gente vai encontrar aqui é o onírico é o sonho é o que não é Bem dito que não é bem explicado é a névoa então toda a captura das baleias vai ser apresentado a gente vai ter uma descrição da captura das baleias e a gente vai ter a descrição desse homem que está ali mas ele tá olhando Será que há uma baleia pode ser uma pedra também E aí ele fica na dúvida e aí vem a Néa E aí vem a onda e bate e
ele já não sabe se aquela onda que bateu era o esguicho de uma baleia Ou se era o branco da espuma então é um tem toda uma descrição dessa captura de baleias mas também H essa tristeza por não haver mais baleias naquele tempo pra nossa sorte pra nossa alegria hoje Se a gente for até Garopaba vai encontrar até Florianópolis a gente vai vai avistar baleias no no inverno especial pandorga Tu sabes o que é uma pandorga tu não sabe que é uma pandorga pandorga marinis aqui em Santa Catarina aqui na região sul a gente chama
de pandorga a pipa o papagaio aquela que a gente vai empinar lá jogar pro céu assim o Emanuel é um garoto que tem a promessa de receber do pai a maior pandorga a mais bonita pandorga e já feita naquela região e o pai está empenhado nisso o pai vai fazer a pandorga Com certeza né e a pandorga ela voa livre né até tem a cordinha ali pra gente segurar pra gente controlar mas a pandorga tá livre e Marins também é livre Marins tem cara de anjo Marins é uma menina muito bonita que tá sempre por
ali e o nosso amigo Emanuel ele tá apaixonado por ela e assim como aconteceu com a pandorga porque o pai fez a pandorga para ele e ele não conseguiu cuidar da pandorga a pandorga se perdeu no céu marinus também fez isso ele não conseguiu cuidar da marinez e a marinus fugiu com o palhaço do cir então aqui a gente tem esse homem que é o Emanuel que não vai dar conta nem da pandorga nem da marinez porque tanto a pandorga quanto a Marinês são livres de novo o ímpeto do desejo de novo a necessidade de
ser livre e não ser podado até é importante a gente pensar que a Marins vai embora ela ela realiza o seu desejo quando ela volta e ela Tenta recuperar o Emanuel ela não consegue o Emanuel também quer ser livre e aí ele vai pegar o caminho da ponte porque o único caminho que faz com que as pessoas possam sair da cidade é pela ponte e ele então vai pegar o caminho da ponte e vai dizer tchau Marins agora quem vai servir serei eu corda e caçamba de novo mais uma situação de aposta aqui a gente
tem o salvador que vai fazer apostas em cavalos e ele o cavalo que ele tá querendo apstar um cavalo que é muito parecido com o cavalo de São Jorge o narrador vai fazer toda uma descrição desse cavalo em detalhes é uma descrição belíssima desse cavalo e é o que vai nos encantar e vai dizer não realmente tem que apostar porque o cavalo vale a pena vai ganhar só que a esposa tá grávida eles precisam juntar dinheiro um casal jovem Então ela tá assim logo logo para ter o para ter o bebê e a ideia então
é que ele Aposte lá no cavalo só que o que que vai acontecer ele vai perder né não se ele ganhar acabou-se o conto e a ideia é que a gente tenha essa indicação de de conflito clímax e desfecho e o cavalo Então vai perder e ele realmente ele vai perder aqui o dinheiro eh não não vai sobrar muita coisa só que um amigo dele dá a seguinte ideia vamos fazer aposta num outro cavalo não mas eu já perdi tudo que eu tinha né Não mas vamos vamos apostar o dinheiro lá do cofrinho não mas
o dinheiro do cofrinho foi economizado pela esposa eu não posso nem me dar o direito de querer mexer nisso porque ela quer comprar uma máquina de costura ela tá pensando no futuro ela deixa de comprar as coisas para ela ela diminui as coisas dela para poder juntar esse dinheiro e o amigo insiste insiste insiste Então a gente tem é a história do positivo e do negativo né o diabinho e o anjinho faz não faz e o amigo tá ali quase que como um diabinho e ele vai perder de novo todo o salário vai perder agora
o as economias que a esposa tinha juntado com tanto né cuidado e ele vai voltar paraa casa sem nada e vai voltar para casa apavorado Porque como é que ele vai dizer como é que ele vai contar para ela isso né e ais que ele chega em casa e vai contar para ela e não se ela te ama de verdade ela vai aceitar ela vai entender e de fato ela entende e por que que ela entende porque ela já tinha também separado algum dinheiro daquelas economias e tinha apostado só que ela apostou no jogo do
bicho mas também perdeu no jogo do bicho Então os dois ali eles tentam recuperar tentam manter uma vida ou pensar numa vida futura Mas eles são tentados pelo jogo são tentados pelo vício é engraçado é coincidência talvez a gente tá vivendo um momento em que os jogos de apostas eh tão estão muito populares né os jogos de de internet é esse desejo de Fazer Dinheiro de forma rápida mesmo você tenha as tuas economias esse desejo ele é inerente ao ser humano Então não é algo que é de hoje hoje tá facilitado por conta do digital
do Meio digital tá na palma da mão de todo mundo mas é um desejo que é inerente ao ser humano o conto que dá título ao livro singradura vai narrar a história de María mar ilha de novo o Flávio brincando ali com o mar com as metáforas com o jogo de palavras sobre a região que ele provavelmente mais amou mais gostou Marilia é uma menina e essa menina ela escuta vozes Então ela tá lá na beira da praia ela sobe lá numa pedra e ela fica lá na beira da praia ouvindo vozes de alguém que
não sabemos Quem é então pode ser um príncipe pode ser um pescador é uma moça que é cortejada que todos acham muito bonita querem estar com ela mas o único desejo dela é estar diante do mar ela passa horas e horas lá esperando que aquele príncipe encantado venha buscá-lo e é o singrar é o atravessar o caminho é atravessar os mares esse homem virá príncipe virá ele está dentro dela ela precisa tirar esse homem de dentro dela não se sabe ao certo o que aconteceu com a Marília no final do conto a gente vai talvez
imaginar Que ela possa ter se afogado na busca desse desse ser amado não fica muito claro se ela se joga se ela cai se ele vem buscá-la o que aparece ali é esse movimento de singrar o mar de singrar entos de singrar o cor é o ápice dos Contos é o conto mais metafórico é o conto que para os estudantes é aquele que vai precisar de um pouco mais de atenção de você buscar as figuras de linguagem buscar a estrutura gramatical para compreender cada uma das nuances que vão aparecendo ali porque é o ponto que
vai mexer com o Imaginário com essa cena dessa mulher que fica na beira do mar que ouve vozes que deseja estar nesse outro lugar que ela não sabe qual é então para quem vai fazer o vestibular Marília em singradura é o inalcançável é o inatingível se você ficou até aqui deixa um like nesse vídeo comenta pergunta Diz para mim se você gostou dos Contos se você já leu os contos se inscreve no canal e nos vemos nos próximos vídeos tchau