Prebisch e a relação centro-periferia

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Professora Fernanda Cardoso
Considerado o Keynes latino-americano, Raúl Prebisch lançou as bases do chamado estruturalismo latin...
Video Transcript:
e a tarefa de corrigir um atraso econômico não pode ser comparada ao problema da recuperação económica europeia nem mesmo depois de uma guerra destrutiva essa frase é do raul breves e ele é escreve e1964 segundo edgar idosa o prédio foi considerado o que eles latino-americano o pai do desenvolvimento o prévio vai buscar tantos diagnosticar os problemas da américa latina como sugerir políticas alternativas e ele é motivado justamente pela sua responsabilidade de ser um pensador econômico numa região ainda subir desenvolvida e eles fazem um chamamento para os pensadores da américa latina dizer no manifesto latino-americano de
1949 dificilmente se poderia pretender na verdade que os economistas dos grandes países e empenhados em gravíssimos problemas próprios viessem a dedicar à sua atenção preferencialmente ao estudo dos nossos compete primordialmente aos próprios economistas latino-americanos o conhecimento da realidade econômica da américa latina somente se viermos a explicar lá racionalmente e com a objetividade científica é que será possível obter mos formas eficazes de ação prática o alfred é um dos autores que o trato no meu livro nove clássicos desenvolvimento econômico e ele é o foco do meu vídeo de hoje a entender a perspectiva do réu preste
é impossível desvencilha vão da perspectiva da comissão econômica para américa latina e caribe será criada em 1948 justamente com o objetivo de observar antes de propor políticas de desenvolvimento para essa região do mundo para américa latina a perspectiva sertralina estruturalista parte da ideia de que os problemas da periferia são reflexo e resultado da sua estrutura social e econômica o método histórico-estrutural analisa como as instituições ea estrutura produtiva condicionam a possibilidade de desenvolvimento econômico desses países dessas nações é com base nesse método histórico-estrutural que o prédios e outros autores associados a escola de pensamento estruturalista sertralina
tal como os céus e é como eles vão então identificados problemas particulares da américa latina e a partir dessa identificação desse diagnóstico é que vão então propor políticas alternativas o texto em que eu vou me concentrar principalmente nesse vídeo de hoje é o chamado manifesto latino-americano que será escrito em 1949 o nome extenso do manifesto latino-americano é o desenvolvimento econômico latino-americano e seus principais problemas que revela de uma outra forma o que eu acabei de dizer que fundamenta o método histórico-estrutural então para entender as especificidades dos problemas da américa latina e a partir daí derivar
políticas de desenvolvimento adequadas aquele contexto fazia-se necessário fotografar a estrutura tanto social quanto produtiva da américa latina a partir dessa fotografia estrutural seria possível então entender a raiz dos problemas enfrentados pela américa latina e a justamente essa questão ressaltada pelo prédio até aquele momento em que ele está escrevendo as políticas adotadas pelos países latino-americanos não haviam enfrentado os seus problemas na sua raíssa então é essa questão que está sendo levantada por autores da vertente e estruturalista então para enfrentar os problemas estruturais da américa latina começando por sua matriz produtiva pré-vestibular indicar o caminho da industrialização
como necessário embora não suficiente para enfrentar as questões do subdesenvolvimento e depois eu explico porque eu estou dizendo que a condição de industrialização aparece com uma necessária mas não suficiente como fazer para a ver a industrialização no contexto da periferia essa era a dificuldade e primeiro antes disso porque industrializar a periferia porque só assim para romper com a armadilha contida na teoria das vantagens comparativas e tarde ana então um ponto da crítica inicial do raul breves é justamente dizer veja né a teoria das vantagens comparativas riccardiana e a sua decorrência em termos de modelos de
crescimento e de inserção externa acabava por aprisionar a periferia na sua conta estão de periferia ea que explico o que que breve no meia como cento e no meio com periferia ele não me concentro aqueles países que geram progresso tecnológico ele não me com periferia os países que recebem os efeitos desse progresso tecnológico hora se acre e comparativa ficar jeanette fato funcionar se não seria um problema secar teria em que sentido o sentido de que a periferia por meio do comércio internacional acessaria as benesses do progresso tecnológico ele vai justamente identificaram que existiam a tendência
a deterioração dos termos de troca dos bens primários comparativamente aos bens manufaturados quando observados num prazo mais longo no longo prazo essa tese será conhecido na literatura como até existentes a travis e por que que ela fica contrapõe a perspectiva da teoria das vantagens comparativas e card ana e por que que afaste dela também se deriva um novo caminho uma nova estratégia para promoção de crescimento desenvolvimento e também uma nova forma de inserção internacional né porque a partir dessa identificação da tendência deterioração dos termos de troca que por sua vez explica pela diferença da uma
das importações dos bens primários e dos bens manufaturados a partir dessa identificação se deriva a necessidade da industrialização como uma forma de romper com essa tendência a deterioração dos termos de troca então a industrialização permitiria por um lado a diversificação da matriz produtiva internas essas economias e a partir da diversificação da matriz produtiva poderia numa segunda fase transformar a falta exportadora dessas economias tornar essa pauta exportadora menos dependente de bens primários e também transformar a falta importadoras das economias tornando-a menos dependente de alguns bens manufaturados que poderiam passar a ser produzidos internamente e aí eu
explico porque essa diferença daí ela arte cidade renda da importação entre um país periférico e um país central porque que ela se configura em e eu estou em patins hora a elasticidade-renda de importação de um país periférico dependente de importações de manufaturados ela tende a ser alta e a elasticidade-renda de importação de um país central que importante está mais concentrada na importação de bens primários ela é baixa traduzido que significa significa que diante de um aumento da renda no caso da periferia essa renda será transformada um aumento da demanda por bens importados manufaturados ideal do
ponto de vista do país central que tem uma baixa elasticidade-renda da importação diante de um aumento da renda essa renda não necessariamente vai se traduzir num aumento da demanda por bens primários e aí vocês podem se perguntar por que isso acontece hora pela própria natureza do bem bem spin marius que tem baixo o produto tem baixo valor agregado a esses bens eles sofrem com duas tendências primeiro eles podem ser produzidos por qualquer um na medida em que eles não envolvem complexidade em sua produção e segundo por serem bem simples do ponto de vista do consumidor
atinge esse um grau de ansiedade mas rapidamente então quando aumenta a minha renda só já tem um nível de renda suficiente eu não vou transformar esse meu aumento de renda não consumo de mais alimentação provavelmente eu vou direcionar essa minha renda adicional para acessar bens com mais tecnologia associada a esses bens bens mais diferenciados portanto estão morrendo de um ponto de vista é mais magro mais global está colocado aqui uma tendência no mundo de que os bens mais sofisticados sempre ter um mercado para esses bens e os bens é mais simples chegam no limite de
é desse mercado porque chega uma hora que você não quer mais comprar feijão você não quer mais comprar laranja e você não quero mais comprar café você não quer mais comprar açúcar agora a sua demanda alimentada pela própria inovação tecnológica de acessar cada vez mais bem sofisticados com tecnologia associada a esses bens essa roda de consumo ela não tem fim né o fim dela é o fim do progresso tecnológico quais as duas questões colocadas iluminadas por esse conceito de elasticidade renda de importação fica então mais claro porque se especializar em bens com baixa complexidade associado
a sua produção porque isso constitui em uma estratégia extremamente arriscada e fragilizada de crescimento e também de desenvolvimento então a industrialização aparece aqui como repito uma condição necessária embora não suficiente para permitir uma trajetória de crescimento de desenvolvimento com maiores chances o vídeo sucesso então a industrialização aparece com uma possibilidade de superar os limites impostos pelo respeito a teoria das vantagens comparativas e que na especialização produtiva de bens primários então a industrialização passa a ser o principal objetivo dessa estratégia de desenvolvimento di saindo prev o crescimento conduzido pelo progresso técnico renderia cada vez mais aprofundar
então essas diferenças entre as nações periféricas e as nações centrais na ausência de uma política alternativa por parte das nações periféricas então a tendência ao desequilíbrio externo por parte da periferia era uma tendência que ficaria cada vez mais fortalecido e a explicação para isso novamente a tendência a deterioração dos termos de troca dos bens primários em comparação aos mesmos eu achei o prédio apresenta mais duas explicações para isso primeiro o progresso tecnológico levaria a uma redução da importância relativa dos bens primários no valor dos produtos finais e isso a gente pode enxergar de várias formas
o progresso tecnológico a inovação tecnológica na produção por exemplo torna a utilização das matérias-primas mais eficiente então com métodos mais eficientes de produção você passa a precisar menos de matérias-primas uma outra forma de enxergar iso o progresso tecnológico pode criar bem substitutos aquelas matérias primas então a mais tendências que se somam aquelas que o anteriormente destaquei da própria natureza da demanda da elasticidade-renda da demanda por cada tipo de bem se somar essa pressão imposta pelo próprio progresso tecnológico outra pressão imposta pelo próprio viés tecnológico a questão da diversificação dos padrões de consumo esses padrões de
consumo eles vão passar a demandar cada vez mais bens mais sofisticados e complexo e por que isso porque se a gente está olhando uma tendência no mundo de incremento da renda per capita média e também uma tendência crescente desse progresso tecnológico hora a renda que sobra para as pessoas que já passaram do nível de subsistência será direcionada parabéns mais sofre de casa e não parabéns primários então por conta de todas essas questões se coloca aqui que a industrialização seria a única forma o único meio de permitir uma requalificação do padrão de inserção externa dessas nações
de modo a lutar contra a tendência da deterioração dos termos de troca dos bens primários em comparação aos manufaturados e aí eu pergunta que se coloca como é isso então será inevitável do ponto de vista do prédio de recorrer a um protecionismo mas note-se esse protecionismo serão protecionismo transitório outra necessidade que pode aparecer e quase sempre aparece do ponto de vista da periferia é recorrer ao capital externo com uma forma de financiamento desse processo de industrialização mas também aqui o capital externo deve aparecer como uma ajuda a transitório a grande questão que se coloca e
aí se deriva a importância do planejamento estatal de todo esse processo é que dada a escassez de recursos disponíveis ou ainda a fragilidade da condição de individualmente externo esse planejamento tem que ser feito de forma muito cuidadosa e estratégica ele tem que ser feito mirando de fato a transformação e diversificação da matriz produtiva ea requalificação do padrão jeans questão e nesse sentido o setor exportador aparece como o setor fundamental para que esse processo possa de fato continuar porque o setor exportador partindo de uma nação que estava calcado no modelo primário-exportador que permitirá derivará divisas necessárias
para então investir nesse processo de transformação industrial então administração dessas dívidas se constitui como um dos fatores fundamentais para esse planejamento de desenvolvimento calcado na estratégia de industrialização a prioridade novamente está no setor industrial mas isso não quer dizer que por exemplo o setor produtor de bens primários deve ser totalmente relegado à sua própria sorte constituem como objeto de transformação também a capacidade de produção da agricultura e dessas nações adicione isso é isso a necessidade de atenção por parte do estado de lançar mão de políticas anticíclicas e a que a gente enxerga de maneira ainda
mais evidente a ideia de estado que nesse ano que está por trás o socialismo ser partindo da perspectiva de alfred e por que que eu faço políticas anticíclicas se mostram tão importantes porque em sendo ainda países dependentes de exportação de bens primários ea que ressalta novamente esse setor exportação de bens primários como fonte importante de recursos para financiar esse processo de transformação a exportação de primários ela está sujeita às oscilações do mercado internacional a ocorrência de oscilações no mercado internacional são mais do que esperadas por uma economia que depende muito desses impulsos internos e tacaram
que isso fragiliza as possibilidades de sustentação e o processo de crescimento bom então aqui o estado aparece como um agente importante para manter em níveis adequados à demanda agregada dessas economias e impedindo que essa imposto dinâmico se esvai a esse perca outra forma de enxergar a importância do papel do estado e por que que o desenvolvimento industrial não seria algo naturalmente concebido e portanto necessitava de planejamento que criasse as condições para que esta que criasse as condições para que as industrialização de fato vingar-se na periferia eu trago aqui um outro trecho nuprev agora é de
um texto dele de 1950 dois em que ele diz o seguinte a política de investimento deve procurar estabelecer uma clara distinção entre a conveniência dos empresários e os interesses gerais da economia eu fui ressaltando ao longo desse e já que estão na industrialização para uma estruturalista você vale no tal como robert aparece como condição necessário mas não suficiente para alçar essas nações subdesenvolvidas da américa latina a condição de desenvolvimento a industrialização aparece como o único caminho para transformar a matriz produtiva dessas economias requalificar o seu padrão de inserção externa e com isso enfrentar a tendência
a deterioração dos termos de troca dos bens primários que aprisionava essas nações na condição de subdesenvolvimento mas combinada a industrialização deveria vir uma outra transformação de caráter social que a justamente romper com a lógica prévia da maneira como se distribui a renda ea riqueza dessas nações então essa é a segunda parte né que compõem o que seriam as condições necessárias para gerar e no contexto da periferia latino-americana e aqui eu encerro com uma outra frase é bastante marcante do raul breve e um texto de 1963 a prova da robustez dinâmica de um sistema está em
sua capacidade de imprimir velocidade ao ritmo de desenvolvimento e de melhorar progressivamente a distribuição de renda então o recado que deixo de um estruturalista cepalino tal como preste é que a transformação produtiva devemos combinar também uma transformação social nós temos que nos preocupar com a complexificação da nossa matriz produtiva a diversificação dela a requalificação do nosso padrão de inserção interno mas sem descuidar das nossas desigualdades seculares
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