Lili Entrevista | Lia Vainer Schucman

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Lili Schwarcz
O tema provoca aversão em muita gente, mas é urgente tratarmos dele. A professora e psicóloga Lia Sc...
Video Transcript:
o dó muito muito obrigada Quem sabe a gente começa falando de um manifesto que nós duas estamos aparecemos hoje no jornal quem me passou o Manifesto foi a Lia então eu gostaria que ela escrevesse né aparecemos na Mônica Branca assinando esse Manifesto Quem sabe a gente começa assim não é minha falando do Manifesto que nos une aqui no dia de hoje né engraçada coincidência é um manifesto que eu acho que até tem bastante relação né a história de como eu comecei a estudar branquitude né não tem muita gente que entra nas Relações raciais e passa
pelas relações sociais descer pela inserido no mundo dos negros ou naquilo que é nomeado como cultura Negra e eu na verdade a memória mais forte né que eu que me tornou acho que quem eu sou É a história né Essa é a memória Judaica coletiva né construída coletivamente mas nós temos ainda uma disputa sobre essa memória Judaica né de como que se conta essa memória Judaica E aí o binômio judeu nazista aparece em várias situações né ou para dizer que não pode chamar ninguém de nazista e que o nazismo é algo que é específico né
da configuração da história Judaica ou atrelando também os israelenses ao nazismo Ou seja é esse binômio judeu nazista ficar o tempo todo se configurando de alguma forma né E aí eu tenho nessa vida de uma pessoa que que conta a história de Austin e dizer que nunca mais aconteça significa saber que nunca mais aconteça para nenhum humano não é para os judeus e aí a gente tem duas vitórias e duas narrativas que é Como contar a história Judaica porque um se fecha em si mesmo cria fronteiras né Tem um a física que nenhuma dor alcançável
né naquele lugar e a outra história né possibilita abrir para o mundo e ver olha tem sim nazismo acontecendo Tem sim fascismo acontecendo em outros momentos e aí eu acho importante falar que falar que é nazista não é falar que está tendo o show o que está tendo holocausto né mas o holocausto só ocorreu porque tinha nazismo é só se chegou onde chegou por causa do discurso de ódio né que era que alimentava ali né então acho que se manifesta é muito para dizer Olha nós estamos sim mas não não Thaís não é com o
governo nas né com o governo com aspirações e o cara teve né tudo né teve gobias TV leite branco teve né lá e Power Teve teve tudo nesse governo a população LGBT que é mais crítica aos negros Marques e a gente tem a gente tá esperando o quê isso Quê a galinha chama atenção pessoa muito importante ela se refere a algo que foi um grande campo de concentração e a ideia neve que enfim não existe dor só de homem não existe o monopólio da dor sobretudo né então isso é muito importante né que o sofrimento
nos passa mais inclusivos né e não mais exclusivo vistas né Eu até quando eu vou por esse tema ali porque eu acho que ele tem tudo a ver com que a gente se eu gostaria de discutir com você hoje que é branquitude né Ela é uma questão que não aparecia aqui no Brasil não era como se fosse resistente e que de repente agora sobretudo Desde o ano passado né e George o Nelson acabamos de fazer um ano da morte de George pode né E também tivemos no Brasil a a situação com o Beto Freitas então
banco branquitude virou um tema da nossa agenda né Então a primeira coisa que eu queria te pedir é que eu aprendo muito contigo sério você pode parecer muito simples mas é fundamental aqui primeiro eu queria que você define se o branquitude para gente e junto com isso é porque aqui no Brasil demorou tanto não é para esse tema de fato ser de alguma maneira legitimado é eu gosto de pensar que branquitude não é o mesmo e um sinônimo de pessoas brancas porque a gente vê né no Facebook na redes sociais a branquitude como sinônimo de
pessoas brancas a brancura da pele não seria nada sem o racismo ela não teria nenhum significado né a ou seja ela seria igual tamanho do pé ou o tamanho né uma característica física da pessoa ela só tem significado quando a gente vai pensar numa estrutura de poder então a branquitude se refere a essa estrutura de poder né em que brancos tem em sua mão né o controle das decisões políticas das decisões econômicas da produção a objetividade nap Ou seja é um lugar de vantagem estrutural nas sociedades que são estruturadas pelo racismo mas ela também se
configura historicamente por uma construção subjetiva de um sentimento de superioridade através da ideia de raça me construídas no século 19 e enfim nessa ideia de que é uma moral né que é uma continuidade de moral daquele que é o branco uma continuidade intelectual estética que daria aí uma ideia de uma civilização superior então a branquitude ela se configura nesse lugar né E ela é um exercício diário porque assim poder não é algo que alguém tem o a brancura da pele não dá poder para ninguém né ou então meio assim como ninguém sofre porque tem melanina
na pele só porque tem racismo então ele tem que ter um exercício de poder também que fazer um exercício um diário né também que isso funciona com vários mecanismos para né a exclusão de outros grupos né E ela se forma também se constrói na ideia né de quem tem raça é o outro então por que que ela né Foi tão pouco estudada né Essa quando o que que é estudar Branca podia pegar essa categoria raça e colocar o branco no centro do Olhar dessa categoria rápida né vamos ver o que que essa categoria raça propicia
para o branco eu sempre que eu vou falar assim com meus alunos né eu pergunto para eles não imaginei o que que é uma roupa étnica e aí eles falavam colocar uma roupa indígena é uma roupa indiana mas rouba africana entendeu por que que é um terno gravata tem 40 graus em Manaus não é uma roupa étnica fica que é uma roubar tiver um símbolo de poder né tchau tchau Olá mulheres né porque que não é uma meu pai compartilha a branquitude é também como você diz é um lugar de vantagem estrutural em todos os
lugares né Não só aqui no Brasil mas eu tenho estudado muito quando eu estudo a questão racial me interessa a pensar questão racial no Brasil então não que seja o único centro mas eu tenho interesse nisso eu sei que você também então eu queria te perguntar já sei a resposta mas vou aqui tentando ajudar o que o que que há de diferente na branquitude no Brasil né eu sei que você se usa né sinta os estudos do oracy Nogueira estudos que já tem aí um certo tempo né década de 50 que falou que no Brasil
oracy Nogueira definiu que no Brasil nós temos um preconceito de Marta não não preconceito pelo fenótipo e não preconceito de origem que seria o preconceito mais a e lá Estados Unidos então eu queria te perguntar se você concorda que se essa é uma especificidade do Brasil ou se existiriam outras especialidades que você gostaria de destacar eu tenho usado olha se Nogueira mas eu faço um complemento que atrás do fenótipo sempre tem uma ideia de origem Eu também o fenótipo é aquilo que no Imaginário da pessoa significa que ela tem tal e tal e tal origem
pode ser uma pura ficção a pessoa pode ser filho de negro com branco nascer loiro de olho azul e aí no Imaginário dessas pessoas essa pessoa descende de pela alemão ou de europeu Então é pelo fenótipo é mais o fenótipo é uma metáfora de um Imaginário sobre origem que tá sempre nas ideia de que a origem superiores e origens inferiores né eu tenho entrevistado que ele fala assim é mais branco mais lindo né tipo sabão em pó da Europa ele é mas essa Europa tem tipo Suíça onde tudo é mais organizado ele já eu coloco
organizados valor já colocou valor quando você vê na em Portugal no sul da Itália é uma mistura com os otomanos africano já é tudo mais bagunçado e ele fala isso então se atrás do fenótipo tem origem eu não acho que é origem ou fenótipo nessa esse modelo é que é um outro né atrás do fenótipo tem uma ilusão de origem tem um outro entrevistado meu nega que ele fala bom mas o o porque ele cantora aquele cantor Otto ele é do Nordeste mas ele não é o nordestino porque ele é branco europeu meio Branco encardido
que é da onde vem a categoria encardido no nome do meu livro que é da fala das pessoas é um branco encarte ganha um branco que não se sabe a origem ele fala Abril o pedido também tá na pimad né que foi o Plano Nacional de Pesquisas a domicílio da década de 70 quando os brasileiros chegaram A 136 nomes né diferentes e é impressionante como afinar de ela de alguma maneira a saúde essa nossa mistura entre fenótipo né e e origem quando as respostas dizem respeito a coisas assim a negro de sol o que quer
dizer porque a pessoa quando você ver você tá me vendo Moreno mas eu não sou a morena né morena é uma circunstância por isso eu junto isso com uma pergunta que me fizeram aí no Instagram direto para mim no Instagram que eu achei muito boa e sei que você trata disso que é você começou dizendo que branco branquitude não é sinônimo de pessoas brancas Seja lá o que for né mas você chama atenção e a pessoa me perguntou que a aqui no Brasil várias identidades viram brancas e E porque é que algumas essa pergunta se
a pessoa que me escrever alguma las identidades viram brancas e outras não viram brancas bom Como você sabe o racismo é antes negro e anti-indígena né no Brasil desconfigura dessa forma né então ao grupo por exemplo usar a Bis brancos ou por exemplo Libanês o temer é descendente de árabe né mas em branco de pele se torna branco e os árabes de pele escura não se tornam brancos eles são vistos na rua muitas vezes toma Pardo mas aí se você perguntar da onde serve para lá eu sou descendente de árabe aí ele já não é
negro é mais ao falar em anunciar que ele é a área dele tem um outro lugar no meu livro de famílias interraciais tem um uma mãe que ela fala que todo mundo é branco dos filhos mais um filho fala que é negro e eu demorei para conseguir entender o que que eles estavam falando porque a nossas categorizações não Oi mana hetero e autoidentificação então demora uns 15 minutos para entender qual era a autoidentificação deles e a mãe dizia não tem nenhum resquício que possa ter árabe naquela família eles são descendentes de baianos o avô foi
escravisado então assim não tem nada e a mãe chama ele de ar abelha o árabe da família ela fala isso E aí eu fui entender não e aí eu tava usando a psicanálise um pouco para entender que na verdade o problema do filho não era cor era a cor significado origem africana ao falar que aquela cor era árabe aquilo vocês vazia' vão daquilo que a mãe não queria que era negar Negritude africana de ter nesse filho né então por isso que é é origem é por Mas é uma cor atrelada origem a cor é uma
metáfora de origem no Brasil então assim sem os judeus brancos né sendo algo a usar sei lá da Ásia né tipo Oriente Médio brancos essas pessoas se tornam brancas só que ela se torna um brancas ao aderirem a branquitude nos Estados Unidos os estudos de branquitude quase todo Cerrado e áreas pequeno ai como que os irlandeses tornaram-se branco né como que os italianos tornaram-se Branco porque a aprender a princípio branco é o os pneu lá então nos cartão e protestante esses grupos foram se tornando Branco ao aderirem a categoria rasta antinegro Então essas pessoas esses
grupos também chegam aqui aderem a branquitude tem uma adesão o consciente eo inconsciente que é bom pelo menos aqui nós não somos esse grupo que vai ser racionalizado aqui eu não sinto um viram Paraíso racial para algum pergunta que veio também do público que acho que eu quero muito te ouvir você acabou de falar né da ideia da questão do uma das pessoas de pele escura que são padres vamos tirar a coisa da que essa uma categoria do IBGE não importa como é que você nessas suas teorias do branqueamento entendi o Pardo no Brasil como
classificação racial colega estado se descrevem Pardo o Pardo é aquele que é multirracial mas que tem marcas fenotípicas negras Porque tem uma pessoa é branca e ela é descendente de Morro de racial ela já se tornou Branca pela ideologia do embranquecimento Então ninguém chama aquele que é filho de negro com branco que nasceu branco porque a genética Não não é a mesma coisa que um liquidificador ela não vai misturar um branco com negro e vai nascer sempre um Pardo certo mas ele pode nascer branco esse Branco filho de negro no banco com e não é
pardo na sociedade brasileira então pagos em sempre tem marcas no corpo que alguém olha e diz essa pessoa tem Independência as realizada ou negra ou indígena muitas vezes né Às vezes as pessoas não sabem reconhecer Mas é uma outra no Brasil né não é à toa que o movimento social né negro opte por colocar a categoria parda dentro dos negros porque ele se aproxima eles se aproximam no acesso aos direitos à saúde à que o patrão é a população encarcerada é a população enfim todas as os dados de desigualdade e também são aqueles que o
fenótipo é diz que há uma marca de uma origem ou africana ou indígena Enfim então tá Dá esse é o é aquele tem uma marca no corpo que diz de uma origem nacional é muito importante né Lia pô E durante o tempo ao padre hoje até uma crítica categoria apago né como se fosse uma ideia né uma nenhuma das anteriores da classificação e agora essa categoria tem sido politizada né Então acha que e claro movimento mesmo quando faz a conta né de quantos Qual é a população negra no Brasil ela coloca juntas as categorias do
IBGE preto e Pardo né quero falar com você um pouco sobre padrão de beleza né porque muito dessa branquitude que você descreve tão bem ela também aceita Você já está coisas por você começou a falar disso né por processos subjetivos né processo de produção da subjetividade de Gamas assim fica melhor e esse processo de todos são da subjetividade é um pouco já é um processo perverso de naturalização de certos padrões né com certeza se fossem os padrões de universais né e eu queria que você Contasse se tivesse seus ótimos exemplos sobre padrões de beleza no
Brasil como é que eles atuam no sentido de reforçar a branquitude como modelo Universal né bom eu sou da geração que a Xuxa era o padrão de beleza no Brasil o que é um disparate né que ela deve ter o fenótipo de um por cento nenhum por sem ser 0,33% então você lia eu só não vou essa exemplo erótico Mas eu ia te lembrar que o o governo brasileiro quando fez a publicidade do Ministério da Educação botou só crianças loiras de cabelo branco liso ele bem loiro eu vi eu vi que parecia Dinamarca Dinamarca vivemos
na Dinamarca e às vezes na Lagos mas talvez hoje eu tenho eu esteja tão inserida em outros movimentos né contra-hegemônicos que estão vendo eu já acho que que algumas coisas estão mudando né que eu vou fazer mas o que continua tendo é que a beleza branca é vista como o padrão de beleza Universal ela não é vista como beleza Branca pessoas vão falar beleza branca uma mulher bonita se alguém que estiver com sono vendo a gente falar Coloca aí no Google mulher bonita vai ser o que dez páginas de mulheres brancas para você achar uma
mulher negra você tem que colocar Beleza Negra e aí talvez tem a chave daquilo que a Branca tudo quebrando que tu deu uma particularidade que se pretende Universal mas ver que 56 por cento da população fala sempre me senti diferente diferente do que se a pessoa é 56 por cento da população é diferente desse padrão hegemônico né de beleza é que tá e ainda construindo a própria ideia de beleza tal como a gente conhece hoje ela foi o que é inventado ali na Itália Renascença Eu acho assim padrão de simetria um que repete da Grécia
tal o problema não é que os italianos resolvem fazer um padrão de beleza que é a própria população deles O problema é a colonização que é uma modo Violento de fazer com que o padrão de beleza daquelas pessoas se torna o padrão de beleza de uma pessoa indígena no Amazonas né que é essa produção de subjetividade do colonizador sobre o colonizado nesse lugar de superioridade as outras pessoas falam bom mas pela própria eu sempre com Mark sair os tem que sei lá qualquer pessoa então o problema não é eles serem eurocenter porque eles estavam ali
né na Europa pensando Europa O problema é a gente ler eles no Brasil e colocar categoria raça tempestade escreve da temperatura de atividade como se a gente tivesse em Viena do século 19 a própria ideia dos Italianos terem inventado esse padrão de beleza não é o problema o problema é isso você a força imposto Como foi no processo de colonização não só material como subjetiva né você sabia tia eu tenho trabalhado muito com esse universo da arte né e cada vez mais eu acho que o universo da história da arte ele é um dos braços
do colonialismo né que você tem razão que a Renascença no isolando a inventar o padrão mas os italianos inventaram uma história da arte universal você vai ver uma arte do Abdias Nascimento falar eu gosto de energia um artista negro é excelente né Eu estudei também o Lima Barreto você vai falar de literatura você fala né da literatura Universal literatura vai falar de um outro autor Obrigatoriamente você põe o ra se você bota uma qualificação Então me impressiona o retirar Negritude dele né Vamos fizeram com Machado de Assis então ou você para ele se tornar uma
arte erudita e você embranquece dele também Como fizeram com o machado senão você parece do biografismo isso na história da arte é muito radical e vai em tudo né como você disse nessa coisa da Arte Universal é tudo né as a Europa tem sociedade os outros têm tribos aos europeus tem língua com os outros tem dialeto você tem toda razão e tem uma coisa que impressiona muito que essa ideia de que os brancos estão muito acostumados a definir a raça dos outros né E você fala muito bem para ver se ele ele é bacana você
definir para gente como ele se constitui como se constituem como raça neutra né Ou seja a ideia de não cor não tem cor Então queria te perguntar isso é geral mas no Brasil é muito essa coisa do não tem cor que se a gente analisar aqui no Brasil quem enriquece tentar embranquecer né também ou seja o que que é isso nela essa ideia do embranquecimento né tínhamos Claros Essa era um teorias do início do século 20 mas aí inegável a força dessas teorias do senso comum atualmente né quando eu tava fazendo a pesquisa eu acho
que talvez algumas coisas mudaram né mais uma vez eu tava numa festa não no samba em São Paulo tem alguém me perguntou Liam O que que você pesquisa foi a branquitude aí o cara falou que que é isso eu falei ah é os brancos acharem que não tem raça e definindo bem rápido né aí o cara falou assim mais o que que é isso eu falei bom tá ele perguntando pelas pessoas brancas Que raça é ação e aí tá ele fala algumas respostas raças ou tupi-guarani uma moça Branca ruiva de olhos azuis aí o outro
eu sou rottweiler aliás são mais brava que esse é uma moça Branca loira de olhos azuis aí é outra raça que pergunta é essa ou essa o da raça humana o moço branco de cabelos castanhos e o outro fala eu sou maxiano um branco né então assim essa contabilidade para poder negar raça para falar nós somos todos humanos nesse tem poder brincar é própria de quem não tá sendo assassinado por causa da raça nenhum branco é assassinado por causa da raça né E aí esse meu amigo logo falou assim tá mas isso não vai acontecer
com os negros eu falei não eles vão sempre responder alguma metáfora pode ser um lembro alguma metáfora de raça aí ele foi perguntar para os negros que estavam na festa que era os que estavam tocando né Aí ele uma falou são negro moço negros cabelos pretos Enrolados minha raça raça raça morena que é uma metáfora de raça né Ou seja todos eles falaram de couro ou seja um negro não poderia existir sou tupi-guarani isso Oi gente vai de tomate Marciano essa possibilidade de brincar para a cor da pele falar sou neutro só é dado para
quem tá no lugar de Privilégio rastel Inclusive só um privilégio racial faz com uma pessoa terá 40 anos e nunca tenha pensado sobre o que significa ser branco é não tinha não tenha refletido sobre isso esse é o retorno da ideia de que não tem raça né você já questão racial no Brasil é um cabo talvez que deixa eu ver um pouco por conta do mito da democracia racial você tão forte né ou seja as pessoas traduzirem o mito da democracia racial começa a ideia de que no Brasil a alma Equidade de direitos né quando
não há né aí na sua opinião um pouco da dificuldade de falar de branquitude no Brasil por conta da disseminação do mito uma coisa que eu acho só continuando isso eu vou falar do mito já larga tinha o Inter é repetido que acontece na minha vida às vezes eu vou e falo de raça em algum lugar aí depois que eu falei durante uma ou duas horas de branquitude a pessoa levanta melhor me fala você que estuda os negros a gente eu estudo rápido eu estou dos negros inclusive Eu nunca estudei cultura Negra eu estudo raça
eu estou de dominação eu estudo relação vai ser ao estudo Branco nas relações sociais e agora o que eu acho é que o mito da democracia racial ele é a base para o que eu tenho uma nomeado como supremacia Branca a brasileira O quê que é a supremacia Branca brasileira é o seguinte vocês junto a ideia do mito da democracia racial que a ideia de que brancos e negros têm oportunidades iguais não a gente não tem nem democracia nem racially inclusive é impossível ter democracia sempre sem Equidade racial cultura racista que temos exato mas é
se você já ideia de que é oportunidades iguais depois disso a gente tem vigente e piorou no Brasil com o neoliberalismo a ideia do mérito empreendedor desse etc etc etc bom e tem todos os brancos em todos os cargos e ocupações de poder das armação quando eu chegar para o meus colegas professores do departamento comigo eu chegar para teus colegas professora no departamento da USP ou chegar para os médios quando eu chegar para aquela foto que só tem do TJ juiz Branca perguntar o que você fez para chegar aqui o que que você acha que
as pessoas vão responder liga eu estudei eu estudei trabalhei é meu médico Eu Venci tudo né Eu sou bebê concurso trabalhei muito então o seguinte quantas dessas pessoas vão responder eu estou aqui porque eu sou branco não mas nunca vi é isso não quer ver que você não tenha mérito de ter estudado não tem o mérito de ter ela tem o mérito mas assim ela agarrou as oportunidades na Qual a foi dada para ela foi dada a oportunidade de estudar ela em vez de ficar tomando cerveja se aceitar o dia inteiro Ela estudou Mas oportunidade
de Por nada só dá para saber se tem mérito se as oportunidades fossem iguais Então como é que a gente vai pensar o mito da democracia racial ele é a própria supremacia Branca brasileira porque ele vai junto para ele difunde na ideia de mérito e ele leva a ideia de supremacia Branca nós estamos aqui porque nós somos melhores não porque a brancura da pele é uma Posse A brancura na pele no Brasil rasenball de foi maravilhoso quando ele disse que ele é uma tosse né de ascensão na sociedade de classe A brancura da pele Então
por que que não se fala de branquitude porque falar de branquitude ia dizer para nós brancos vocês não estão aí porque vocês são tão bons Oi vocês estão aí porque vocês correram a corrida sozinho porque falar do outro pode agora Falar de que a gente tá onde a gente está por causa da supremacia racial branca e que nós ocupamos o lugar que nós ocupamos Porque nós não competimos com 56 por cento da população é também um furo laxismo individual de cada um das pessoas eu queria que você falasse um pouquinho acho que só entendemos assim
como racismo é uma questão de brancos sim né são os bancos que criaram tanto a escravidão a Mercantil como as teorias do Darwinismo racial como essas práticas todas que você tá escrevendo também não é metáfora dá certo então eu queria que você falasse para a gente que acha que é muito importante Quais são as práticas não vou atitude anti-racista não é moral é mas ela é feita das nossas práticas né O que é que você diria sobre essas pra e o que é que a gente faz para dividir privilégio basicamente folha sabe que tem sido
uma pergunta que várias pessoas fazem para mim em ambientes muito brancos né Por exemplo a escola tal tal tal sei lá Santa Cruz faz ae a gente quer ser uma escola antes de brancos anti-racista como que faz eu só tenho um jeito de branco serem anti rápido as decisões políticas econômicas poder passou uma diretora de escola e quero Santista põe fim eu tenho que estar junto com pessoas né que trabalham tema que são negras e as decisões têm que ser as decisões políticas e principalmente os recursos econômicas tem que ser feito junto Porque na sala
de Rasta falar de raça não produz tensão o que produz tensão é a entrada das pessoas negras não é o tempo todo que são essas pessoas que apontam a branquitude na nossa cara né nada criou tanta atenção quanto as rotas então o que que é práticas anti-racista é realmente a inclusão dessas pessoas as decisões então ele tá E vai ser tenso e é e tudo bem eu acho que não tem uma no áudio como artista mais manual assim uma cartilha O que que você vai fazer tem a ver com a posição que você ocupa no
mundo bom eu sou uma professora ou ocupar essa posição vou lutar pelas cotas eu vou eu vou pensar para onde que vai os recursos da da minha universidade vou lutar precisa cursos irem para mais para isso daqui para aqui vou faltar esse tema agora estou dando uma empresa né quantas pessoas eu posso contratar contratar eu sou dono de uma uma escola em crescimento tem eu posso contratar e às vezes assento pessoas falam bom mas a gente vai criar bolsas eu falei não vocês vão botar cinco anos a mais na sala seis alunos a mais na
sala vocês não vão perder nenhum dinheiro não vai diminuir a qualidade dessa escola entendeu é uma loucura uma loucura assim uma manutenção de Privilégio e o que eu acho muito interessante que eu tenho falado muito em muitos lugares é que mesmo quando a branca eu quero Esperança se ela se movimenta pela lógica da branquitude fica bem tô dizendo uma coisa que influencia a gente ela não constitui como humanos dentro de uma sociedade em que raça é uma categoria Que estrutura e a estruturante do nosso Imaginário né então assim a nessas perguntas Às vezes a empresa
como é que a gente pode ser uma empresa branca de racista não tem como não tem não tem como ser uma empresa inteira branca e as faces tem que entender é uma coisa assim não é que tem a ver exatamente com essa atenção que a incluir essas pessoas em todos os lugares de posição né político e quando o homem não pode ser chegar que isso né você já tem que ser bem magro q check-list mas tem hora que você tem dois meses para me responder isso porque eu quero escrever o Brasil está mudando na sua
impressão ou nesse tempo todo que você era uma pessoa que nem tinha tema E agora tem tema Pelo menos você acha que o Brasil está mudando ou não também faz parte da estrutura e eu não consigo eu consigo ver por exemplo eu me formei na mesma Universidade não caiu do aula hoje né depois eu fui para você preciso após não Eu me formei sem nenhum aluno negro na minha hoje eu dou aula não tem uma sala com menos de cinco seis pelo é um número pequeno mas não tem esse não tem como menos disso né
então nesses lugares e aí eu vejo um monte de gente né com uma Negritude de uma identidade positivo lá deve ser tal que isso eu vejo que tem muita mudança mas a gente não diminui o número de genocídio dessa população então assim se tem um tema que a gente não consegue trabalhar é falado eu já fiz sem trabalhar a segurança pública nacional e aí eu não sei o Brasil tá muito ruim nisso né gente acabou de ter uma o que faz com que essa pergunta deixa aqui para todas as pessoas que estão ouvindo a gente
o que faz com que as um gênio né que haja uma chacina como Jacarezinho e que a gente não um Levante um dia depois Vocês conseguem imaginar no na Vila Madalena Jardins plantações indo comprar pão uma pessoa e falar com o vizinho sobre os jogos de futebol no outro dia outro indo levar o filho na escola essas pessoas serem assassinadas na porta de casa e sem ser um escândalo Nacional de parar o país faz escandaloso né que eu fico pensando aos jornais no dia seguinte deram o nome do policial que era negro também que a
gente sabe que essa polícia que mais mata e mais morre também mas não deram o nome dos outros eles deram entradas como pessoa parda um pessoa negra dois é é inacreditável né E isso continua né Lia continua então eu não consigo ser muito esperançosa sem que a segurança pública seja o ponto chave de discussão Nacional né bom dia você tem essa sensibilidade essa inteligência eu acho que toda vez que eu leio ali eu fiz é a primeira vez que a gente conversa mas eu quero declarar isso tem essa negado sensibilidade impressionante Espero que muita gente
ouça tudo que você falou obrigado linda pelo convite foi Foi muito bom conversar com você linda sou uma leitora vendem passa pelos estudos de relações atrás sem ler o espetáculo das raças e tantos outros mais pelas estudos acessem ele Aliás com certeza obrigado pelo convite beijo Manda um beijo pro ar e Amber manda
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