[Música] [Música] เ [Música] [Música] Boa noite. Me chamo Moisés Paiva, tenho 31 anos e nem sei dizer direito de onde sou. Já morei em vários estados do Brasil, como Minas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e do Sul.
Passei toda minha infância e adolescência de lá para cá, porque meu pai é pastor evangélico e é responsável por abrir igrejas nos mais diferentes lugares. Ele vai no lugar e ajuda o pastor local a conseguir mais pessoas e a espalhar a palavra de Cristo. Pois bem, o fato que aconteceu foi quando eu tinha 24 anos e nós estávamos morando em um município muito frio no interior do Rio Grande do Sul.
Como nunca conhecíamos os lugares e as pessoas que poderíamos vir a encontrar, nós criávamos um casal de pastores alemães que eram bem grandes, já que meu pai às vezes passava dias fora indo a encontros mensais da igreja. E ele ficava mais tranquilo, sabendo que os cães ficavam soltos dentro de casa enquanto eu e minha mãe estávamos dormindo. O lugar onde nós estávamos morando era uma casa até grande, com bastante verde ao redor.
Só as casas vizinhas não ficavam tão perto. Meu pai escolheu essa casa justamente por causa de nossos cães que poderiam ficar soltos na maioria do tempo. Uma noite nós saímos para jantar fora, pois era aniversário de minha mãe e fomos até a cidade vizinha, pois onde morávamos era bem distante de qualquer coisa.
As pessoas trabalhavam com criações e agricultura e a maioria das estradas nem asfalto tinha, era terra batida mesmo, cheia de buracos. Acho que éramos os únicos dali que não criávamos animais como vacas, porcos e essas coisas. Nós fomos até a cidade mais próximo e voltamos por volta de 11 da noite, quando algo passou correndo muito rápido em frente ao carro.
Meu pai freou na hora e quase batemos na cerca que tinha quando o carro derrapou. Saímos do carro e ficamos olhando o que poderia ser aquilo, mas não tinha nada lá. Meu pai, ainda muito nervoso, falou: "Eu tenho quase certeza que foi um homem que passou correndo na frente do carro.
Eu poderia apostar qualquer coisa que era um homem, mas passou tão rápido que seria impossível de eu não ter batido nele. " Entramos no carro e fomos para casa. Só que já perto de chegar, vimos um senhor caminhando na estrada sozinho.
Achamos estranho, pois estávamos dentro do carro com várias roupas e com frio. E o senhor andava tranquilamente com apenas algumas roupas, como se não estivesse sentindo um frio aquela hora da noite. Meu pai parou o carro do lado dele e falou: "Boa noite.
Quero uma carona. Se não for tão longe, posso deixar o senhor em casa. " O velho olhou para o meu pai, depois me olhou e sorriu.
Então continuou a andar sem responder a meu [Música] pai. Ele foi até uma casa que tinha uns metros de onde morávamos e entrou lá. Nem sabíamos que ele morava na mesma rua que nós.
Meses depois, eu estava namorando uma veterinária do lugar. Conheci ela quando um dos cães ficou doente e semanas depois começamos a namorar. Ela tinha bastante trabalho, pois como já falei, o lugar era cheio de criações.
Um dia, ela me chamou para acompanhá-la em uma visita que faria em uma das fazendas que tinha e fui com ela. Chegando lá, uma senhora veu chorando ao seu encontro e o marido dela com uma cara de preocupação que deu para perceber assim que o vimos. Eles pediram que nós entrássemos, então começaram a falar.
Noite passada, eu estava aqui na sala vendo TV com meu marido, quando escutamos uma das cabras gritando desesperada. Então corremos para ver o que poderia ser e meu marido soltou os cães, pois poderia ser algum animal que estava atacando ela. Os cães saíram correndo na direção de onde a cabra gritava, mas voltaram depressa todos os três e correram na direção contrária, como se estivessem com medo de alguma coisa.
Corremos até onde a cabra ainda gritava e vimos uma coisa em cima dela agarrada, mordendo e tirando pedaços. Parecia um homem muito pálido, careca, só que tinha dentes muito grandes e as mãos e dedos muito grandes também. Estava vestido com roupas de homem, mas nós nunca vimos um homem devorando um animal vivo, como que vimos ontem estava.
Ficamos olhando de longe e quando a cabra parou de gritar, aquilo saiu de cima dela e foi andando bem calmo para a mata depois do cercado. Quando fomos ver, a cabra estava dilacerada, faltavam vários pedaços. Então, colocamos fogo e deixamos queimar bem.
Depois enterramos o que sobrou. Estamos avisando a todos nossos amigos para ficarem atentos, pois não fazemos ideia do que possa ser aquilo que matou a cabra. Vamos embora daquela fazenda sem saber o que poderia ser, principalmente porque eles falaram que parecia ser um homem, mas não fazia nenhum sentido, já que eles disseram que a cabra foi dilacerada.
Foi então que o mistério sinistro começou a dar as caras. Naquela mesma noite, eu estava lendo um livro e fui fechar a janela do meu quarto que ficava no segundo andar, quando vi o estranho velho andando pela estrada bem em frente à minha casa. Me arrepiei todo na hora.
Já era madrugada e a rua era deserta, mas o velho andava como se não temesse nada, nem ninguém. Fechei a janela e fiquei olhando até ele sumir na estrada. Então virei para deitar quando escutei os cães latinem.
Quando virei novamente, o velho estava lá parado, me olhando bem em frente à casa novamente. Quase caí com um susto, pois não tinha como ele ter voltado tão rápido. Da última vez que eu tinha visto, ele estava a uns 300 m e em questão de segundos, já estava em frente à casa me olhando.
Ele virou as costas e foi na direção da casa que tinha entrado da última vez. Pela manhã, fui passear com os cães e encontrei um dos agricultores que moravam perto de mim. Então perguntei se ele sabia quem era o senhor que morava na casa que ficava no fim da rua.
Que casa? Ele perguntou. Aquela ali eu respondi apontando qual era.
Ele sorriu e falou: "Ali não mora ninguém há anos. Está fechada faz uns 8 anos, mais ou menos. Os últimos moradores foram embora e nunca mais voltaram e nem colocaram para alugar ou vender.
Mas eu vi um velho entrar lá esses dias. Achei que ele morava lá. Só se ele invadiu ou comprou.
Que eu saiba, ninguém mora lá. Contei a meus pais o que o homem tinha me falado e achamos bem estranhos ninguém saber quem era esse velho que andava nas madrugadas. Passados alguns dias, eu tinha saído com minha namorada e estava voltando pra casa de carro.
Quando novamente algo passou muito rápido correndo bem em frente do [Música] carro. Apertei o freio com força e o carro girou na estrada de terra. Quando olhei, estava lá o estranho velho me olhando com um olhar tão sinistro que parecia o próprio diabo a me observar.
Só que notei que sua boca estava diferente, parecia maior e suas mãos tremiam sem parar. Liguei o carro e fui rápido para casa. Quando parei e desci, escutei uma risada baixa e virei devagar.
Meu coração quase parou quando olhei e vi que era o velho que estava na estrada em frente à minha casa. Vi muito bem seus olhos agora negros e parecia ter dentes saltados para fora. Eu corri e quase não consegui abrir a porta de tanto que minhas mãos tremiam.
Acordei meus pais e contei o que tinham visto. Meu pai foi olhar a estrada e não tinha mais nada lá. Eu posso jurar que aquele velho é um tipo de monstro ou coisa assim.
Nada normal é tão rápido como [Música] ele. Posso apostar com qualquer um, como a criatura que os velhos viram devorando sua cabra era esse velho do inferno. Durante os meses que passamos lá, fiquei sabendo da morte de muitos animais, mas ninguém sabia o que estava matando eles.
Só eram encontrados os corpos aos pedaços. As pessoas diziam que poderia ser um grande felino, mas nada tirava da minha cabeça que o responsável era o tal velho. Agradecia aos céus quando fomos embora dali para outro estado.
Até o comportamento dos cachorros melhorou. Enquanto morávamos naquele lugar, eles só ficavam dentro de casa e não saíam. Não sei o que aquele velho era, mas com certeza não era humano.
Não acredito em lendas e essas coisas, mas aquele velho era um monstro. Isso eu tenho certeza. Lembro bastante o que as histórias contam que um vampiro seria.
Não vou afirmar que ele é um vampiro, mas também não sou louco de duvidar. Boa noite, [Música] [Música] [Música] [Música] Boa noite. Me chamo Emanuel Aguiar, tenho 24 anos e moro em um município do interior da Paraíba chamado Serra Branca.
A história que contarei aqui me foi contada por meu pai Moisés Aguiar. e aconteceu no ano de 1991. Assim ele me contou.
Eu lembro como se fosse hoje. Estávamos eu e meu pai cavando os aliceces da casa que moro até hoje. Nós, com muito esforço, tínhamos comprado finalmente um pedaço de chão, onde iríamos construir nossa tão sonhada casa.
Estávamos embaixo de um sol de matar e paramos um pouco para tomar uma água e ficar um pouco embaixo da sombra de uma mangueira grande que tinha lá na época. Foi quando do nada chegou uma senhora por trás de nós e começou a falar: "Esses terrenos aqui, de uma pontra a outra, era tudo de meu finado marido. Depois que ele morreu, esse povo imundo foi se apoçando, falando que era deles porque não tinha cerca.
Mas isso não vai ficar assim. " Então, a velha se virou e foi embora. Na hora eu olhei para meu pai e até sorri de tão estranho que foi aquela situação.
Quase no final do dia, o homem que tinha vendido o terreno a meu pai chegou para ver como andava a obra e contamos a ele o que tinha acontecido. Ele ficou sério na hora e falou: "Essa mulher aí diz isso com todo mundo que compra um pedaço de terra por aqui. Diguei: "Não, ela é doida".
[Música] O povo daqui diz que o marido dela morreu de desgosto. Ela nunca deu um filho a ele e vivia andando por essas estradas à noite, fazendo sabe-se lá o quê. Depois que vocês fizerem a casa, podem ter certeza que vão ver essa velha andando à noite por aqui.
Isso é pior que uma assombração. E o pior é que ele estava certo. Um tempo depois, terminamos a casa.
Os dois primeiros compartimentos eram de tijolos e muito bem feitos, mas os outros fizemos de tai para fazer de tijolos futuramente. Fomos morar lá, eu, meus pais e minha irmã mais velha, que era separada e tinha um filho pequeno. Nessa época, eu ainda namorava a moça que futuramente seria minha esposa.
Ela morava mais no centro do município e sempre que eu podia ir até lá vê-la. Uma noite eu estava voltando para casa, caminhando tranquilo, quando vi aquele vulto correndo de um lado pro outro da estrada, já perto de minha casa, eu parei e fiquei olhando aquela marmota, tentando ver quem era a pessoa que andava de um lado para o outro naquela escuridão, pois na época não tinham posses com luz para iluminar onde ficava minha minha casa. Pulei o cercado de um terreno que tinha e fui devagar por dentro do mato com um torrão de barro nas mãos para jogar nesse doido que estava com macacada na estrada.
Quando fui chegando mais perto, percebi que era a velha que o homem tinha falado e lembrei que ela não tinha um juízo muito certo. Até soltei o torrão de barro que estava segurando e comecei a me segurar para não rir do que a velha fazia na estrada. Ela arrastava os pés na areia que levantava uma grande poeira e falava umas coisas que eu não entendia muito bem.
Eu sentei em uma pedra que tinha no meio daquele mato, pensando que aquilo era só loucura, mas eu nem me dei conta que estava prestes a ver um monstro. De repente, a velha parou de arrastar os pés na areia e eu escutei um rosnado que me fez levantar de onde estava sentado na mesma hora. Eu pensei como essa velha conseguiu fazer um barulho desses?
Ela começou a andar de um lado para o outro e parecia querer vomitar alguma coisa. Então soltou um grito, mas não esses que alguém comum daria. Era como se tivesse algo dentro dela, algo como um demônio ou coisa assim.
Comecei a me afastar do cercado e a entrar mais para dentro do mato para ela não me ver. E o pior foi que ela ficou parada uns minutos sem fazer nada e deu um salto pro outro lado da cerca e saiu correndo em uma velocidade tão grande que nem parecia mais a senhora de idade. Eu aproveitei e corri para casa.
Cheguei, quase derrubo a porta pedindo para alguém abrir e contei tudo à minha família do que tinha acabado de ver. Lógico que ninguém acreditou de primeira, mas pela maneira que eu estava, eles ficaram com uma dúvida sobre acreditar ou [Música] não. Depois dessa noite, não tinha quem fizesse eu sair depois que escurecia.
Até para ver minha namorada, eu ia enquanto era dia e voltava antes de escurecer. Meu pai falava que era besteira minha, que estava escuro e eu poderia ter imaginado, mas eu sei o que eu tinha visto e não daria sorte pro azar. Eu sempre deitava em um pequeno quarto nos fundos da casa.
Em uma noite eu já dormia fazia tempo em minha rede quando comecei a escutar uns passos do lado de fora da casa. E junto com os passos, uma risada bem de longe que parecia vir com um [Música] vento. Eu escutava as folhas secas serem amassadas no chão, pois meu pai tinha deixado algumas árvores ao redor para dar sombra de dia, pois o sol aqui nunca foi brincadeira.
Eu levantei da rede e olhei pela janela, mas a escuridão escondia quem estava a andar ali perto. Então o que estava andando parou e eu só escutei uma voz vindo do escuro falando: "Tá com medo? " Em seguida, uma risada que parecia ter vindo do inferno.
Eu dei um grito por meu pai, que acordou a casa inteira. Eu falando que a velha estava lá fora e ele dizendo que não tinha ninguém ali, que eu tinha sonhado e me mandou dormir lá perto dele. Eu falava que a velha estava lá fora e minha mãe tentava me acalmar.
Então meu pai falou: "Amanhã você vai comigo até onde essa velha mora e vamos acabar com esse negócio de ver bicho à noite. Isso é coisa de quem tá com medo você ver coisa onde não tem. [Música] No outro dia à tarde, fui com meu pai de bicicleta tentar achar a casa da velha, que eu estava sendo assombrado, mas ninguém acreditava.
Fomos perguntando a um e outro, até que chegamos em uma velha casa que ficava afastada de tudo. Era um casarão antigo e caindo aos pedaços. Parecia que ninguém morava ali há tempos.
Então meu pai foi e bateu no resto de porta que tinha lá, mas não saiu ninguém. Eu chamava ele para ir embora, mas ele falava que só iria depois de falar com a tal velha. Passamos mais de 10 dias nessa mesma rotina e nunca vimos a tal velha em casa.
Eu já estava quase convencido que tinha visto coisas quando começamos a construção de minha casa. Tinha planos de casar. Começamos então a cavar os aliceces e meu pai quis cavar um poço no fundo do terreno para ter água.
Todas as tardes a gente cavava um pouco e em uma dessas tardes acabamos achando uma garrafa de vidro enrolada em uns panos velhos no buraco que estávamos a cavar. Vimos que nessa garrafa tinha uns papéis com nomes e eu já achei muito estranho. Meu pai levou a garrafa para fora do terreno e quebrou com uma pedra.
Então eu fui ver e tinha vários nomes escritos. Meu pai então queimou os papéis e disse que não era para repetir nenhum dos nomes que estavam ali. E voltamos a cavar o poço.
À noite eu estava com ele do lado de fora quando começamos a escutar uma risada bem de longe no mato. Eu falei na hora. Foi essa risada que eu escutei, pai.
Foi essa risada que a velha deu no dia que a vi virando o bicho na estrada. Não demorou muito até a risada ficar bem perto de onde estávamos. E então uma voz medonha começou a falar os nomes das pessoas que estavam escritos nos papéis que tínhamos queimado.
A voz dizia: "Um por um". Eu lembrava de uns três nomes e a voz que vinha da escuridão dizia vários nomes e ria ao mesmo tempo. Eu lembro de corrermos para dentro e minha mãe acenderam umas velas e rezar.
Eu e meu pai ficamos perto da janela com pedaços de pau, enquanto uma voz sinistra falava coisas no meio da mata. Por muitas noites escutamos gritos, risadas e algo correndo e não fomos os únicos. A medida que as pessoas construíam suas casas, elas também começaram a [Música] escutar.
Ninguém nunca mais viu a tal velha desde então. Só se ouvi os gritos e risadas. Escutamos até o ano de 1997.
Depois disso, parou. A casa onde ela morava hoje não existe mais. Está cheia de mato.
A maioria das pessoas daqui nem sabe que já existiu uma casa onde a tal velha morou. Às vezes eu passo por lá e tem crianças jogando bola, mas se elas soubessem o que já andou por ali, nem chegariam perto. O que a velha era?
Eu nunca vou saber explicar. Talvez uma bruxa ou alguém amaldiçoado. Eu não tenho essas respostas, mas ela não era uma velha comum.
Sem dúvidas, ela virava um monstro. E se ela tivesse me visto aquela noite na estrada, eu não estaria aqui contando essa história com certeza.